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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
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Televisão:Inimiga ou facilitadora do processo de construção
da personalidade de um adolescente.
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Por: Elaine Magalhães Soares
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Orientadora
Prof. Maria Poppe
Rio de Janeiro
2004
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE <>
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Televisão: inimiga ou facilitadora do processo de construção
da personalidade de um adolescente.
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Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em psicopedagogia
Por: Elaine Magalhães soares.
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que é o meu
caminho, a minha verdade e a minha
vida.
Ao meu pai, Bartholomeu Rodrigues
Soares e as minhas irmãs Hérica e
Vanessa pelo encorajamento no
sentido de aprimorar e valorizar
meus conhecimentos.
3
DEDICATÓRIA
Ao meu amigo João Luís, pelo
carinho, paciência, solidariedade,
Companheirismo, presentes
nessa nova caminhada.
4
RESUMO
Este estudo tem por objetivo possibilitar uma reflexão sobre o poder
que a televisão tem sobre o comportamento adolescente, apresentando
também, as opiniões de diversos autores sobre a adolescência, a mídia
televisiva, e o papel da família e dos educadores para o desenvolvimento
crítico do jovem. Através de estudo bibliográfico serão mostrados conceitos,
informações e pensamentos de pesquisadores do assunto. Neste trabalho
também foi realizado um estudo de campo, através de questionário, aplicado
em 10 jovens de diferentes regiões do Rio de Janeiro, a fim de analisar e
discutir o comportamento adolescente, bem como suas atitudes e valores de
acordo com a sociedade e cultura em que estão inseridos. Os resultados
serão apresentados no último capítulo e relacionados com as idéias dos
autores utilizados para facilitar esse estudo. Com isso esperamos estar
permitindo que pais e professores ao serem intermediários entre a televisão
e os adolescentes, encontrem novos caminhos para transformação da
sociedade.
5
METODOLOGIA
A metodologia adotada neste trabalho acadêmico apresenta uma
fundamentação teórica objetivada em facilitar o entendimento sobre o
assunto em questão, baseada na seleção de literaturas pertinentes, em
análises de textos, pesquisas bibliográficas, questionários e uma série de
conhecimentos teóricos e estudo de autores conceituados que serviram de
suporte para a elaboração de textos aqui apresentados.
6
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO.................................................................................................7
CAPÍTULO I
CONCEITO E RELAÇÃO ENTRE VALOR, ATITUDE E
COMPORTAMENTO ....................................................................................11
CAPÍTULO II
ASPECTOS SIGNIFICATIVOS DO COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE............................................................................................14
CAPÍTULO III
INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO SOBRE O COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE............................................................................................24
CAPÍTULO IV
ADOLESCENTE E TELEVISÃO: UMA INVESTIGAÇÃO DE
CAMPO..........................................................................................................34
CONCLUSÃO................................................................................................46
BIBLIOGRAFIA..............................................................................................49
ÍNDICE...........................................................................................................51
ANEXOS .......................................................................................................53
7
INTRODUÇÃO:
Atualmente, é cada vez mais aceita a premissa de que o avanço
social e econômico de um país depende muito do acesso que seu povo tem
à informação. Por esta razão podemos perceber que a televisão constituiu-
se em um dos meios de comunicação de massa mais próximos do indivíduo
que tem ou não acesso à escola e independe da classe social que está
inserido.
A televisão é um meio de expressão, radicalmente diferente de
qualquer outro, que chega com a mesma mensagem para pessoas de
variada formação, idade, sexo, situação sociocultural, etc.
É possível perceber que a televisão tem dois pontos divergentes no
que diz respeito ao lugar que ocupa no imaginário social e na formação de
identidades sociais: primeiro é que para alguns estudiosos sobre o assunto,
a televisão se propõe a ocupar o lugar do real, apresentando uma vocação
para influenciar na constituição das identidades, comportamentos e atitudes
que as pessoas deverão assumir para poderem se reconhecer como ser
social. E para outros, o poder da mídia não é absoluto, não tem a mágica de
manipular que os outros a atribuem porque não parece capaz de hipnotizar a
população.
A TV, avanço tecnológico criado fundamentalmente para o
entretenimento das pessoas , mostrou-se desde logo, instrumento inculcador
de ideologias, de costumes, de modas e, sobretudo, de valores que
concorrem com os da família e da escola. Os objetivos desse trabalho são
discutir e analisar aspectos relativos ao adolescente, a influência da
televisão no comportamento deste e o papel de pais e educadores ao utilizar
a mídia para o auxílio na aprendizagem desses jovens. É sobre esse
assunto que essa monografia trata, e mais: A TV muda o comportamento
adolescente através das atitudes que eles passam a tomar
influenciados por ela? Qual a função da escola e da família?
8
Como utilizar a TV para auxiliar o processo educativo? Tudo isso será
explicado nos capítulos que se seguem.
Em um primeiro momento, para facilitar a compreensão da
problemática a ser desenvolvida, apresentarei e explicarei os conceitos de
valor, atitude e comportamento e a relação entre eles.
Da mesma maneira que não se nasce com a consciência do
significado da família, o mesmo ocorre com os conceitos e valores, de moral
e conseqüentemente de comportamento, já que eles são construídos a partir
da experiência de vida de cada um.
Num segundo momento, segue a definição de adolescência, seu
desenvolvimento e com isso a mudança de seu comportamento. Pois estão
transitoriamente entre a infância e ser adulto. É importante deixar claro que
não são mais crianças, mas também não são maduros suficientes para
assumirem sozinhos, grandes responsabilidades.
A adolescência é em período de vida compreendido entre a
puberdade e o desenvolvimento completo do corpo, impondo uma
transformação psicológica frente ao mundo que se encontra. O jovem se vê
obrigado a entrar no mundo adulto e esse exige uma mudança em toda sua
personalidade.
A dificuldade com a aceitação da imagem do seu corpo, faz com que
o adolescente valorize profissões, tais como modelos, onde a beleza se
apresenta como principal requisito para o sucesso, em detrimento de outras
que exigem estudo e disciplina, aspectos estes extremamente valorizados
pelos pais no processo de formação dos seus filhos.
A preocupação da família com temas como a AIDS, o uso de drogas,
o sexo precoce e sua prevenção é grande, já que esses assuntos aparecem
em maiores proporções nessa fase. NO ANEXO I apresento um quadro das
drogas, com seus efeitos e sintomas a fim de ser mais específica.
A questão religiosa, a estruturação da identidade, a socialização, a
superação da dependência familiar e os já citados acima, são assuntos
abordados nesse segundo capítulo.
9
Faz-se necessário sempre ressaltar que cada indivíduo é um ser
diferente do outro.
Num terceiro momento, discuti-se a parte central dessa monografia
que é a influência da televisão no comportamento adolescente e a função
dos pais e educadores em fazer com que a TV seja utilizada, como meio de
transmissão de conhecimento, não a ignorando, mas trabalhando com o
auxílio dela, fazendo com que os jovens se tornem cidadãos críticos.
Como um dos pontos positivos atribuídos à televisão, identifica-se sua
importância como um veículo que permite a atualização de acontecimentos,
ampliando suas fronteiras e permitindo que possamos conhecer diferentes
realidades.
Com pontos negativos: a programação inadequada, antecipação de
temas e problemas como a violência, erotização precoce, drogas, etc.,
pouco tempo para convívio familiar (reduzindo o contato interpessoal), má-
alimentação ( o adolescente come diante da TV e consome o que ela
oferece), etc.
Tanto os aspectos positivos quanto os negativos da televisão em
detrimento do comportamento adolescente serão apresentados e analisados
nesse capítulo.
A televisão é uma tecnologia com entrada franca e sem restrições de
idade (mesmo que apresentem limites, ela não tem controle de quem a
assiste). Por isso, o papel dos pais e dos professores não é de apagar a tela
ou simplesmente mudar de canal. A imagem precisa ser refletida e analisada
em conjunto, por aqueles que se utilizam dela.
Faz-se importante apresentar no ANEXO II, uma pesquisa de opinião
pública encomendada pelo Ministério da Justiça e pela UNESCO e
realizada pelo IBOPE em que traz a opinião de 2.000 pessoas quanto ao
uso da TV, residentes em domicílios que tenham televisão e pelo menos
uma pessoa entre 8 e 17 anos.
A escola deva sempre valorizar a realidade dos seus alunos e não
deixar com que a TV a construa.
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Para Távora ( 1984, p. 181):“ A boa escola desenvolverá o olho que lê, o
olho que vê, o ouvido que escuta, a pele que sente, a poesia que adivinha e
a intuição que alcança, relampeja, flagra”.
No quarto e último capítulo, será apresentado dados de uma pesquisa
feita por mim que consiste em analisar o comportamento e as idéias do
adolescente sob o mundo que vive.
Através desse estudo, esperamos encontrar novos caminhos para
conscientizar as famílias que numa parceria com a escola busquem
despertar nos alunos uma consciência crítica onde eles (adolescente)
possam sentir-se como espectadores críticos.
11
CAPÍTULO I:
CONCEITO E RELAÇÃO ENTRE VALOR, ATITUDE E
COMPORTAMENTO.
Tentamos definir e desenvolver os conceitos de valor, atitude e
comportamento, pois consideram que esses termos são utilizados com
freqüência, necessitando de maior precisão quanto aos seus significados e
por achar que, partindo do conhecimento mais abrangente dessas
definições, facilitarei a compreensão da problemática escolhida.
Nas definições apresentadas nos dicionários, temos que:
comportamento é procedimento, conduta, ato; atitude é a reação ou maneira
de ser em relação a pessoas, objetos e etc. e valor é a importância de
determinada coisa.
Não se nasce com a consciência de valores, atitudes e
comportamento, estes são adquiridos a partir da experiência de vida de cada
sujeito. Dependerá da família, do grupo, enfim, da sociedade em que este se
encontra, com seus direitos e deveres. São esses fatores que fazem com
que tais conceitos sejam construídos ao longo de sua existência.
É essencial enfatizar que o termo valor é usado freqüentemente como
sinônimo de atitude, mesmo tendo significados diferentes. Valores são mais
centrais, sendo parte integrante na estrutura da personalidade de uma
pessoa. Já as atitudes podem estar associadas a um conjunto de valores.
Rokeach, citado por Segre e Cohen ( 1973, p. 15), define valor
como:Uma crença duradoura ou um modelo específico de conduta ou estado de
existência, que é pessoalmente ou socialmente adotado, e que está baseado em uma
conduta preexistente e afirma também que os valores determinam as atitudes e o
comportamento subseqüente ( 1973, p.33).
Tendo como parâmetro os valores que adquirimos através dos meios
sociais em que convivemos, podemos decidir se algumas coisas são boas
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ou ruins, melhores ou piores, expressando os sentimentos e o propósito de
nossas vidas traçando um modo de comportamento individualizado.
O comportamento é o maior resultado dos valores e atitudes que
temos. Se um indivíduo foi formado para valorizar a verdade e a justiça, fará
isso durante toda a vida e isso se reflete em seu comportamento.
Provavelmente, se presenciasse um assassinato, não se omitiria e sim teria
a atitude de denunciar a pessoa que cometeu esse crime às autoridades.
Nesse sentido, esses conceitos comportamento, valor e atitude unem-se,
mesmo sendo distintos em seus significados.
Numa maior definição de atitude, precisa-se entender que esta é
constituída de três componentes: aspectos afetivos, aspectos cognitivos e
aspectos comportamentais. Então, conclui-se que a atitude exerce um
controle muito grande sobre o comportamento. Sendo vista como precursora
deste. Zimbardo e Ebbesen (1973, p. 8) definem essas estruturas como:
Componente afetivo é formado para avaliação que a pessoa dá de uma resposta
emocional a algum objeto ou a alguma pessoa. O componente cognitivo é
conceituado como as crenças de uma pessoa a respeito de objeto ou pessoa,
ou conhecimento de fatos a eles referentes. O componente de comportamento inclui
o comportamento manifesto da pessoa com relação à outra pessoa ou ao objeto.
Como já foi dito anteriormente, atitudes, valores e comportamentos
são conceitos aprendidos e não inatos. Estes podem ser passíveis de
mudança. Temos como exemplo o fato de se castigar ou parabenizar uma
pessoa por determinada atitude ou comportamento.
Os valores têm duas funções importantes, identificadas por Rokeach
(1973, p.25), uma é a de padrões que orientem a nossa conduta, tendo
como exemplo: avaliar e julgar culpas e uma segunda função que ele
denomina como motivacional, ou seja, componente que expressa nossos
esforços no sentido de realizar um valor. Exemplo: nos esforçarmos por ser
honestos.
Os valores, e conseqüentemente as atitudes, são fundamentais para
a estruturação da determinação da individualidade de uma pessoa moral, da
sua personalidade, o que resultará em um determinado padrão de
13
comportamento que poderá variar de acordo com determinadas situações, e
ser influenciado pelas relações com outra pessoas.
Reich e Adcock (1976, p. 150) afirmam que: Não podemos esperar
normalmente que o comportamento acompanhe valores e atitudes, mas podemos inferir
valores e atitudes do comportamento intencional. Segue-se, portanto, que uma mudança
nos outros dois será mais bem efetuada pela mudança de comportamento.
Somos capazes de observar que durante toda vida, iniciando na
infância passando pela adolescência até a idade adulta, esses conceitos nos
acompanham de uma tal forma que não nos desvencilhamos e sim
substituímos. A criança se desenvolve espelhando-se nos valores e atitudes
dos pais, mas durante seu crescimento, começam a surgir novos grupos que
logo se identificam, substituindo os valores e atitudes da família pelos dos
novos amigos, refletindo diretamente em seu comportamento.
Há inúmeros fatores que influenciam a questão comportamental.
Podem ser tendências pessoais, familiares, normas de comportamento que
a sociedade impõe etc.
O processo de mudança de comportamento não pode ser ignorado
porque entende-se que, algum momento da nossa existência, essa
sucessão de mudanças ocorreu ou ocorrerá. Podem observá-las com maior
precisão, na fase da adolescência, e de que falarei com mais detalhes no
capítulo a seguir.
14
CAPÍTULO II:
ASPECTOS SIGNIFICATIVOS DO COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE
Tendo por base o capítulo anterior, que foi conciso por ser conceitual,
tentarei neste segundo definir adolescência, suas dimensões do
desenvolvimento e como se dá a mudança de comportamento neste estágio
de transição onde não são mais crianças, mas também ainda não são
adultos e para compreender melhor esse processo de mudança, devemos
estudá-la como todo, ou seja, aspectos sociais, culturais, biológicos e
psicológicos, procurando ter cuidado com as considerações que serão feitas,
devido as realidades distintas que possam existir entre os jovens.
Adolescência é um período de grandes mudanças físicas e
fisiológicas. Conseqüentemente, estas trarão dúvidas, ansiedades, alegrias,
tristezas, descobertas, conflitos, etc. a família e a escola têm uma função
fundamental, principalmente nessa fase, porque a valorização da cultura e
da realidade, os sentimentos a respeito de si mesmo e dos outros, assim
como o julgamento que outros fazem dele, são de grande importância para o
adolescente.
Nesta fase, surgem questões sobre a transição, a aventura de cada
descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças no corpo, salto de
intelecto, já que haverá um acúmulo de informações sobre ele próprio e o
mundo em que vive, responsabilidades a luta pela autonomia e os conflitos
com a família, devido a inserção de regras e conseqüência, contestações
sobre estas. Através dessas questões, surge a chamada “crise da
adolescência” que transporta consigo medos, inseguranças e dúvidas.
15
O desenvolvimento do ser humano não acontece somente em um
determinado momento. É um processo contínuo e recorrente. Mas, como
temos a adolescência como transitório entre fases da vida (entre
a infância e a idade adulta), geralmente, discute-se mais o assunto
porque nesse período se dá situações específicas e para os jovens,
inusitadas, se não houver instrução. A puberdade, por exemplo, que é
considerada por muitos um momento da adolescência, é uma transformação
biológica que se constitui nas meninas (média de 12 e 15 anos) em aumento
dos seios, aparecimento de pelos pubianos, arredondamento das formas,
pêlos axilares, mudança de voz, odor corporal mais forte, surgimento de
acne e a principal delas: a menarca ou a primeira menstruação. Nos
meninos (média de 12 a 15 anos): pêlo facial, pêlo púbico, mudança de voz,
odor corporal mais forte, textura mais grossa da pele, surgimento de acne e
a mais importante porque caracteriza esta fase: as poluções (ejaculações
involuntárias). Sem contar, a mudança de caracteres sexuais, provenientes
de maturação de órgãos ligados á reprodução: ovário, trompas, úteros,
vagina, testículos e pênis.
Para Osório (1992, p. 11): Nem sempre o início da adolescência coincide com
o da puberdade; tanto pode precede-la como sucede-la. E se o advento da
puberdade tem a assinalá-la evidências físicas bem definidas, o mesmo não
ocorre com adolescência.
A puberdade acontece em todo jovem igualmente, tendo uma ou outra
alteração e a adolescência dependerá do ambiente sociocultural em que ele
está inserido. Tanto a puberdade quanto a adolescência não são coisas
distintas e sim associadas. A adolescência tem manifestações e durações
variadas.
Frank, adolescente judia refugiada para escapar dos nazistas na
Holanda dos anos de 1941 a 1944, descreve em seu diário, citado por
Outeral ( 1994, p. 94 ), que depois se transformou em livro, um trecho em
que fala sobre as mudanças em seu corpo (puberdade) e como vivenciou
essa fase: Penso que é tão maravilhoso o que me acontece – não só o que aparece em
meu corpo, mas o que se realiza por dentro... Cada vez que tenho menstruação – e isto
só aconteceu três vezes! –Sinto que a pesar de toda dor, desconforto e sujeira, possuo
16
um segredo delicado e é por isso que, embora de certo modo não passe de uma
maçada, eu anseio pelo tempo em que sentirei dentro de mim aquele segredo ... Depois
que vim pra cá, logo ao fazer 14 anos comecei a pensar em mim, mais cedo que a
maioria das meninas, e a perceber que era uma pessoa.
Em relação a imagem corporal, ocorrerá um conflito entre a imagem que
o adolescente imagina ( ideal de corpo: modelos, apresentadores de TV,
cantores, lutadores, etc.) e a imagem que ele têm da transformação do seu
próprio corpo. Se o jovem não souber lidar com essas mudanças, poderá
acontecer, entre alguns casos relatados pela mídia, tentar chegar ao modelo
idealizado, prejudicando a sua saúde. Por exemplo: as meninas param de
comer para ficarem com o corpo igual aos das modelos, gerando doenças como
a anorexia (redução ou perda do apetite) e os meninos tomam anabolizantes,
chamados popularmente de “bombas”, para ficarem com o corpo definido
causando problemas futuros como falta de ereção, problemas cardiovasculares
e no fígado. Isso poderá afetar o exercício da sexualidade na idade adulta. Vale
ressaltar que isso dependerá de cada um.
A importância sobre o tamanho do pênis ou dos seios é um dos motivos
de preocupação dos adolescentes. A novela “Malhação” da Rede Globo
abordou essa questão, através do personagem Cabeção que vivia preocupado
com quantidade de centímetros do seu órgão sexual, comparando-o com os dos
amigos, comprando revistas de nu masculino ou procurando um ideal de
comprimento de pênis na internet, achando que isso poderia influenciar na sua
competência sexual. É comum encontrarmos na adolescência esse tipo de
dúvidas.
Devido às modificações do esquema corporal e da imagem que o
adolescente tem do seu corpo, podemos perceber que há uma valorização ou
depreciação de si como indivíduo. É essa complexidade que se torna
importante, principalmente quando as atitudes que eles tomam determina a
aceitação do seu corpo sexuado ou nega essas transformações. Se aceita,
vestem-se de maneira sensual e querem chamar a atenção. Se nega , tenta
esconder partes visíveis do seu corpo. Por exemplo: meninas que tem o seios
muito grandes e tem vergonha, costumam usar blusas grandes para esconder
o tamanho da mama.
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Para Osório( 1992, p. 71): ...as relações do adolescente com seu corpo
deixarão de ser para ele, no futuro, motivo de tamanha angústia e sofrimento na medida
em que superamos definitivamente esse vezo atávico de fazer do corpo a sede preferida de
nossas idiossincrasias morais.
Sendo as emoções as forças que motivam todo o comportamento,
nenhum aspecto do desenvolvimento do adolescente tem tanta importância do
que sua vida emocional. Não se pode entender um adolescente, a menos que
se entendam suas maneiras de sentir paralelamente ao que pensa e faz. Deve
se estar atento as emoções que expressa e perceber as que tenta esconder.
O adolescente é um ser egocêntrico, assim como os seus problemas.
Segundo cole (1965, p.92), pode-se definir emoção como um estado de
excitamento de todo o organismo. Não se experimenta uma emoção em
apenas uma parte do corpo, mas nele todo.
Para alguns autores mais clássicos, o surgimento de problemas
emocionais podem ocorrer nesta fase da adolescência, tais como:
- sintomas físicos de nervosismo: roer unhas, morder os lábios,
etc.
- sintomas de preocupação emocional: ansiedade, distração, falta de
participação, etc.
- sintomas histéricos: riso incontrolado, medos, obsessões, etc.
- exibicionismo: inabilidade de aceitar críticas, grosserias
freqüentes, etc.
- imaturidade emocional: choques com adultos, medos de exames,
etc.
No campo afetivo, as amizades são de extrema importância, pois
podem compartilhar entre amigos do mesmo sexo as dúvidas provocadas
por tantas mudanças expectativas ficando mais ligado à eles do que a
família. A relação com os pais torna-se, em determinados momentos,
instável, pois o adolescente deseja a independência dos pais. Alguns, nesse
período de descobertas e dúvidas, têm dificuldades em conversar livremente
com seus pais, especialmente sobre sexo e isso dependerá em grande
parte, da solidez, da troca que houver nessa relação.
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Para Spenlé (1975, p. 51-52) ... os pais mudaram, ou antes, o
jovem tem deles uma imagem diferente, isto por causa da evolução das
relações mútuas. Mas, por causa da alta possibilidade de evolução e do
reservatório energético que caracteriza o adolescente,a renúncia a uma
determinada imagem dos pais é o prelúdio de novas ligações”.
Querer se tornar independente cria no adolescente um caráter
defensivo, rejeitando a imagem dos pais porque estes os remetem ao
passado, ou seja, eles têm medo porque os pais querem que os seus filhos
permaneçam crianças, independente da idade. Portanto, fogem deles pois
há ligação com eles. Já com os colegas e amigos, não há cobranças e eles
não se vêem como crianças.
A socialização do adolescente é um marco na sua independência,
principalmente porque a família fica mais distante da sua vida escolar e do
ciclo de amizades.
Os grupos se formam, criam-se “tribos”, onde o adolescente
geralmente é influenciado indo, às vezes, contra suas idéias para ser aceito
no grupo, devido a importância de se tornar integrante deste. As amizades
permitem, ambos, tomar consciência da vida que o outro leva, ajuda na
formação de opinião e adquirir experiência através das relações
interpessoais.
Segundo Spenlé (1975, p. 118):Se as amizades juvenis constituem uma
aprendizagem das relações interpessoais, a dependência a um grupo ou a uma “gang”
pode constituir um a aprendizagem da vida em sociedade, ao menos no que se
poderia chamar os grupos normais”.
Através de grupos podem surgir influência de “más-companhias”
transgredindo a formação moral dos jovens porque eles são “levados” a
tomarem determinadas atitudes negativas, o que preocupam a família, já
que esta é que lhe transmitem as normas, os costumes, os valores e o modo
de se comportar segundo a sociedade dominante.
O envolvimento com essas companhias negativas podem gerar
problemas como: drogas, bebidas alcoólicas, descoberta do fumo, D.S.T
(doenças sexualmente transmissíveis), AIDS etc. Esses problemas levam a
19
situações conflituais onde a família e a escola devem ajudar a superar assim
que for diagnosticado.
É importante salientar que um indivíduo jamais se tornará um
dependente dos efeitos da droga, se não tiver pré-disposição orgânica de
ser viciado.
Especificamente falando sobre as drogas ilícitas, já que são as mais
preocupantes, sabemos que sempre existiram em momentos da história da
humanidade e em diferentes culturas (índios utilizavam a maconha para fins
curativos, os chineses o ópio e assim por diante) e que sempre foi utilizada
por produzir um estado artificial de bem-estar.
Atualmente, o uso de drogas é bastante discutido porque o assunto a
cada dia toma maior espaço na sociedade.
As drogas atuam no cérebro, provocando alterações nos sentimentos
e comportamentos. Os Jovens que se utilizam dessas substâncias podem
criar uma dependência psíquica que tem inúmeras características, segundo
Campos (1975, p. 92): “Entre as pressões que podem provocar insegurança
e necessidade de fuga patológica(razões emocionais)se configuram nas:
- incoerência de atitudes paternas
- experiências de rejeição repetidas
- negação da individualidade( tratamento pelos demais como se a pessoa
fosse um objeto)
- negação de amor e afeição
- confissão sobre os valores da vida
- mimos ou satisfação de todas os desejos
- permissividade
- ser ridicularizado, quando a pessoa tenta se expressar”.
Por estar um período de transformações, o adolescente constitui uma
população de risco em relação ao consumo de drogas ilícitas e os que se
tornam dependente costumam culpar alguém ou algo pela sua fraqueza.
Podemos perceber também que alguns tomam conhecimento através de
pessoas próximas, ou grupos a que pertencem ou pretendem pertencer e
por isso não negam experimentar para não se identificar com o grupo, para
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se introduzir na “turma”, para não serem chamados de “careta” pelos demais
(aí costumam se exibir) e receio de ser diferente.
Os usuários de drogas são divididos em duas categorias: provadores,
que experimentam por curiosidade e não fazem da droga uma válvula de
escape para os seus problemas e os toxicômanos, que desenvolvem
dependência física e psicologia.
Se o adolescente se tornar um toxicômano, nesse momento, a
presença dos pais, dos professores e dos verdadeiros amigos é de
fundamental importância para a recuperação deste.
A família e os demais deverão ser muitos hábeis para direcionar os
impulsos destes para atividades saudáveis, sendo bem orientado e
compreendido, transmitindo confiança e carinho. Os adolescentes
dependentes necessitarão adquirir novo estilo de vida, novos valores e
novas idéias para inserirem-se na sociedade.
O escritor José Outeiral (1994) lista em sue livro um quadro com as
drogas mais consumidas, com seus efeitos principais, efeitos de uso crônico
e sintomas de abstinência, quando presentes. Achei importante que todos
tenham conhecimento sobre elas e se encontra no ANEXO 1.
Os adolescentes têm dificuldades de expressar seus sentimentos em
palavras e geralmente costumam tomar atitudes, predominando a ação
sobre a capacidade de pensar.
Outeiral (1994) fala somente aos poucos, os adolescentes vão se
organizando mentalmente, podendo expressar num discurso verbal
coerente, seus pensamentos e idéias, ou seja, é como se não devêssemos
esperar um discurso organizado em palavras, principalmente nas etapas
iniciais desta fase.
Quanto a sociedade, os jovens sempre constituíram-se como um
elemento essencial para as transformações sociais. E se houver a
capacidade de entenderem as dificuldades que esta sociedade geral e a
micro-sociedade trazem, poderão se tornar um crítico agudo e pertinente.
Os jovens podem se imobilizar seja pela miséria, desnutrição,
injustiças sociais, violências, desemprego, etc, mas a alienação aliada à falta
de compromisso deverá ser um fator preocupante, pois é importante que
21
eles deixem as fantasias idealizadas e busquem a realidade para haver uma
posição de transformação do mundo.
Vale descansar que devemos ter atenção com os adolescentes
extremistas e os alienados da mesma forma.
A questão da estruturação da identidade se constitui desde o
nascimento, mas é na adolescência que ela se define. No início da vida, se
identifica com a mãe, depois com o pai, professor até chegar aos ídolos da
TV, da música, do esporte, etc. O que não deixam de ser importantes
elementos para identificação.
Para Outeiral (1994, p. 72): A organização da identidade é um processo que,
como os demais acontecimentos da adolescência, se dá com “turbulências”, com
“idas-e-vindas”, provocando perplexidade e confusão nos adultos.
Quando a criança se torna um adolescente, o grupo familiar desperta
aspectos adolescentes, ou seja, todos identificam-se, através de
sentimentos e condutas, que o jovem apresenta. É claro que esses aspectos
irão variar, conforme foi vivenciada a adolescência pelos pais.
Questionamentos são importantes nesse período de identificação.
Que modelos de identificação à sociedade oferece? Que valores morais e
éticos são oferecidos? Essa preocupação é fundamental, mas é bom
enfatizar que, na verdade, os pais são os principais modelos para
construção da identidade.
A superação da dependência familiar, ou seja, se tornar independente
emocionalmente dos pais é um fator importante para a maturidade do
adolescente, mas existem pontos que auxiliam a manutenção dessa
dependência: querer a proteção contínua dos pais, não querer assumir
responsabilidades, receio de ser criticado em suas opiniões e decisões, etc.
e por parte da família podemos perceber que eles têm a necessidade em ter
o domínio sobre o adolescente e quanto mais os pais interferem na vida dos
filhos, mais estes se rebelam.
Segundo D’Andrea (1980, p. 102): Os pais ficam chocados pelo impacto
das críticas à sua personalidade e não conseguem, em geral, compreender
o real significado das atitudes aparentemente hostis dos filhos.
22
Os adolescentes amam e necessitam da orientação dos pais no que
diz respeito a sua independência e os “ataques de rebeldia” que eles têm
para com sua família visam reforçar atitudes de convencimento de sua
superioridade sobre eles e auto-afirmação.
Sobre a questão da religião, esta é atualmente e ainda continua
sendo a base ética para conduta humana e desempenha um papel
importante na educação de crianças, jovens e adultos.
A adolescência é uma idade onde preocupações com o espiritual e
sagrado se evidenciam. Problemas e fenômenos religiosos são fatores que
ocupam lugar de destaque nos sentimentos e opiniões dos jovens.
Os pais podem promover o crescimento moral e espiritual, segundo
seus próprios propósitos e condutas morais inquestionáveis, proporcionando
modelos de comportamento religioso e moral a serem imitados ou bem
vistos pelos filhos.
Para Netto ( 1976, p. 317):O desenvolvimento religioso não ocorre no
vácuo, mas em meio a um complexo processo de interação de fatores mentais,
sociais, emocionais, físicos e fisiológicos.
A questão do aspecto cognitivo, segundo estudos de Piaget, por volta
dos doze anos de idade, há a passagem do estágio das operações formais,
hipótese e dedução. Adquirindo assim uma lógica abstrata, podendo refletir,
imaginar possibilidades, analisar, formular hipóteses. É a idade das teorias,
onde o adolescente começará a criar suas “teorias” para explicar seu meio
de questioná-las.
Quanto a mudança de comportamento do adolescente, podemos
constatar no capítulo anterior que esse processo não pode ser ignorado
porque há vários fatores que influenciam essa questão.
O adolescente vive um período de transformação onde a família, os
amigos, as normas da sociedade podem influenciar em seu comportamento,
já que este se encontra em um momento de dúvidas e de construção da sua
personalidade.
23
A mídia como detentora de poder e de manipulação da sociedade é
um veículo de fácil acesso e no capítulo a seguir tratarei dessa questão e o
que pode influenciar na mudança de comportamento adolescente.
CAPÍTULO III:
INFLUÊNCIAS DA TELEVISÃO SOBRE O COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE
Neste terceiro capítulo tratarei das questões centrais desse trabalho que
são analisar e discutir aspectos relativos ao comportamento adolescente
influenciado pela televisão, em especial como se dá a erotização precoce
(entendendo o significado da puberdade, que foi explicado no capítulo
anterior), o despertar da violência, consumo excessivo, etc. E qual o papel
dos pais e educadores a esse respeito, ou seja, como utilizar a mídia
televisiva para auxiliar na aprendizagem e ampliar os conhecimentos desses
jovens sem que eles se tornem meramente espectadores-receptores.
Podemos perceber que, nos últimos anos, ampliamos o conhecimento
sobre diversas tecnologias ( computador, celular, etc.) e através dessas um
campo de comunicação dinâmico sem precedentes, onde a televisão se
torna indispensável por ser um meio ágil de informações. Também temos a
internet, mas com uma diferença: a TV continua sendo um veículo onde
todas as classes sociais têm acesso, até mesmo as favorecidas.
A televisão ultrapassa fronteiras nacionais, continentais, classes,
religiões, raças e seu objetivo principal é a satisfação do telespectador
através do entretenimento. Assim, os acontecimentos se constroem sob a
influência do que se vê e ouve não comprometendo o uso constante do
pensamento crítico. Então, o adolescente é saciado de imagens, abrindo
24
mão da possibilidade de intervir na sociedade, já que não é obrigado a
refletir sobre a mensagem apresentada.
A imagem tem o poder de criar e recriar a realidade independentemente
do tempo e do espaço que se pretenda representar o que podemos observar
é o que o uso delas está se dando
para reforçar valores como a exacerbação do ódio, da morte como solução
da violência, entre outras coisas.
Fica evidente que a televisão deve ser capaz de ensinar coisas positivas
e produzir resultados benéficos, mas também tem seus efeitos gerais
adversos quando à exposição à ela, se torna excessiva. Temos como
exemplos o fato do sedentarismo, já que o adolescente que assiste muita TV
não realiza outras atividades predominantemente físicas, má-alimentação e
reduz contatos interpessoais que são significativos para a sua formação. A
grande quantidade de tempo consumida pela atividade de assistir televisão
diminui o tempo disponível para outras, incluindo o sono, a leitura,
socialização e assim por diante.
Segundo Silva (2001) o excesso de exposição à mídia e suas potenciais
conseqüências adversas se resumem:
- aumento do comportamento violento
- obesidade
- diminuição da atividade física e da boa forma
- aumento dos níveis de colesterol
- consumo excessivo de sal
- lesões por esforço repetitivo (vídeo-games)
- insônia
- convulsões óticas em indivíduos vulneráveis
25
- desempenho escolar prejudicado
- aumento do uso do tabaco e do álcool
- aumento da atividade sexual precoce
- diminuição da atenção
- diminuição da comunicação familiar
- enfoque excessivo no consumo (resultando inveja, ambição, etc.)
Com relação a TV e a violência, podemos entender que
entretenimento violento gera comportamento violento. Se a criança assiste
programas de lutas, desenhos em que personagens brigam até que o outro
morra, levam à um comportamento agressivo, podendo se estender até a
adolescência e passa a valorizar as lutas como o jiu-jitsu e o karatê não
como esportes, mas como um modo de se sentirem superiores, mais fortes.
Para Távora (1984, p.230) a relação da televisão com a violência tem
dois pontos divergentes que são importantes:Funciona positivamente porquê
primeiro vai ensinando o ser humano a ele mesmo, ativando seu grau de consciência e,
segundo porque provoca reação contrária de igual força e valor, uma reação na direção da
vida. E funciona, ao mesmo tempo, negativamente, pois de certa forma exala a violência
sempre que a serviço de causas que pareçam disfarçadas em“valores”.
Quando o adolescente é exposto à repetidas cenas de violência na
televisão desde criança pode, ao menos sob algumas circunstâncias, levá-lo
a aceitar o que vê como modelo para suas ações.
Se o adolescente tornar-se um ser agressivo, e com isso menos
sensível para com as vítimas da violência, é válido ressaltar que o
comportamento violento em si mesmo e com os outros é um ato de
desrespeito. Os pais têm nesse momento mais uma grande função de ajuda-
lo, refletindo, analisando em conjunto, impedindo que a violência continue
sendo explorada de forma tão sensacionalista pela mídia televisiva. É
importante detectar o comportamento violento assim que surgir de forma
26
quase imediata ao estímulo para não se acostumarem a esta violência como
algo cotidiano e normal.
A questão do comportamento sexual é de fato preocupante devido ao
modo pelo qual a sexualidade é mostrada e difundida na televisão. O
adolescente brasileiro está exposto a muitos programas ligados ao sexo
durante o ano. A atividade sexual apresentada raramente ocorre entre
marido e mulher, raramente é tratada a escolha da pessoa ser virgem por
opção e pouca freqüência sobre os métodos contraceptivos, mas por várias
vezes podemos observar que esses programas contém elementos de
degradação e exploração ou incitam um tipo de vida fácil, como foi a da
personagem Capitu vivida pela atriz Giovanna Antonelli na novela “Laços de
Família” transmitida pela Rede Globo no ano de 2000. Essa personagem era
uma prostituta que morava na Zona Sul do Rio de Janeiro, e o dinheiro que
ganhava com os “programas” feitos com homens com alto aquisitivo,
sustentava seus pais e o seu filho com conforto e comodidade. Esse tipo de
comportamento pode influenciar várias adolescentes, jovens em fase de
crescimento físico e psicológico, onde a sexualidade se aflora mais
rapidamente. E isso é problemático no sentido de expor uma visão de sexo
em que se considera normal usar o corpo do outro do jeito que quiser,
independentemente dos sentimentos dele. E quanto a parte financeira,
vende uma imagem que ser prostituta é ganhar dinheiro sem esforço.
Para Thorstensen (1999, p.38): “O erotismo começa na família, por meio da
sensoridade, da sensualidade do carinho entre pais e filhos. É algo absolutamente natural”.
A erotização é uma coisa normal, mas a televisão está impondo um
tipo de erotização adulta que substitui a erotização natural e a sexualidade
precoce faz com que os casos de gravidez entre meninas de 12 a 16 anos
se tornem mais freqüentes. E é isso que tem que levar a sociedade a se
mobilizar contra abusos e banalização do sexo.
O enfoque da televisão sobre o consumo, tanto dentro de
programas quanto em comerciais, promove valores de compra. Para os
adolescentes que têm o poder aquisitivo baixo, sendo incapazes de
27
usufruir do que é apresentado pela mídia, poderão ser levados ao furto,
agressão e até mesmo homicídios como conseqüência de não terem o que
os outros têm.
As pessoas passam a consumir o que é vendido pela TV e não o
que é mais adequado. Os restaurantes que vendem comidas mais
saudáveis estão sendo cada vez mais trocados pelos chamados “fast-
foods”: Bob’s, Habib’s, Mc’Donald’s, Mister Pizza, entre outros, mudando o
hábito alimentar não só do adolescente como de toda família. As roupas
são valorizadas pela marca e conseqüentemente pelos altos preços. As
meninas querem calças da “Gang” e os meninos roupas da “Osklen”,
influenciados pela mídia e pelo grupo ao qual pertencem, que não deixam
de serem influenciados também. Como foi discutido no capítulo anterior,
podemos observar que o adolescente não quer se sentir diferente e por
isso imita o comportamento e o modo de se vestir dos amigos e dos ídolos
em geral.
As meninas adolescentes imitam estilos de penteados, vestidos e
formas de atuar das artistas de TV preferidas e os rapazes, ao contrário,
imitam as condutas específicas, o modo de se comportar dos personagens
de filmes e programas.
A maioria dos adolescentes adotam modelos de conduta social de
programas televisivos de entretenimento e não considera úteis os programas
educativos que tratam da formação e de conselhos.
O consumo de televisão se acentua nos jovens à medida que
aumentam seus problemas, sejam emocionais, familiares ou sociais.
Há uma música do grupo Titãs que retrata bem o pensamento de que
a televisão muitas vezes influencia o comportamento sem que os próprios
usuários percebam, se utilizando de imagens e sons envolventes, agindo
diretamente nas emoções, a música tem como título “Televisão” e alguns
versos que dizem:”Tudo que a antena captar/ Meu coração captura...”.
28
Para Távora (1984, p.13), a televisão decididamente representa: Um
veículo que vem disputar com a escola e com a família o primado do monopólio da fala, da
cultura e do conhecimento, e roubar do livro o primado da influência sobre as massas, é um
poderoso instrumento de denominação ideológica.
A mídia televisa pode gerar modificações profundas nos modos de
relacionamento do jovem com a realidade e com o mundo. A TV mobiliza
muito mais a sensibilidade do que a inteligência e seus códigos são fáceis e
o entendimento não requer esforço. A tela da televisão vai, cada vez mais,
abrigando diversos usos, ou seja, contém o rádio, o cinema, o teatro, o
jornalismo, a propaganda, etc. Várias atividades em uma, estimulando o
conhecimento sob inúmeras coisas.
É importante ressaltar que a televisão existe em qualquer sistema e
funciona como expressão de um poder cultural muito grandioso.
A televisão também contém aspectos positivos, ficando evidente
que ela deve ser capaz de ensinar coisas positivas e produzir resultados
benéficos.
Quanto à cognição, ela pode ser eficaz no desenvolvimento de
habilidades de leitura, vocabulário, matemática e criatividade. Também é
rica em subsídios para diversas áreas do conhecimento, incluindo
história, arte, ciência, música, literatura e por abrigar outras atividades já
citadas. Em alguns momentos, abre espaço para conscientização:
campanhas de vacinas, contra AIDS, contra drogas, contra violência e
estimula o povo a ser solidário em campanhas contra fome, para doação
de sangue e muitas outras. A televisão pode ser uma fonte de
informações sobre conteúdos relacionados com a saúde, através de
programas, comerciais, etc.
Atualmente, a nossa sociedade está muito melhor informada do que
qualquer outra ao longo da história e essas informações não são
vinculadas somente pelos noticiários de TV, mas também nos programas
de entretenimento.
É importante observar que muitos desses efeitos positivos, na
verdade, ainda são mínimos na prática.
29
Quanto à educação e televisão, é de grande importância sabermos
que a TV jamais poderá substituir a escola. A educação se dá numa
relação interpessoal e a televisão não consegue esse tipo de relação,
mas pode contribuir como auxiliar didático.
Para Távora (1984, p. 17) “ Assim como os comunicadores são
os pedagogos da informação, os educadores são os comunicadores
da educação”.
A televisão poderá ser utilizada dentro da escola, se houver a
existência de programas que facilitem o trabalho do professor e
também da preparação da aula feita por ele, etc. O educador, pode
além de utilizar a TV como descrito acima, fazer uma leitura crítica da
mesma.
Há inúmeras resistências de professores à utilização da TV pela
falta de trato didático com ela, mas se defrontar com a gama de
possibilidades de ensino, descobrirão uma nova aplicação para os seus
conhecimentos.
Temos como exemplos de uso didático da televisão: o aluno assistir a
um determinado programa em casa, sugerido pelo professor e com a
aprovação de todos, e depois o conteúdo ser trabalhado
posteriormente na escola; trabalhar o enredo das novelas servindo para
promover discussões em sala sobre papéis sociais, atividades
profissionais e sobre temas polêmicos e atuais, como desigualdade
social, homossexualismo, racismo, entre outros.
A televisão não deve ser um instrumento de substituição da
educação e sim como principal auxiliar do professor no processo
educativo.
Em relação a televisão e o livro, Távora (1984, p. 179) afirma: O olho
que lê é o livro, o olho que vê é a televisão. O resultado de uma cultura advinda do
olho que vê é diferente do proveniente do olho que lê.
Utilizando a leitura, educa-se através de uma conseqüência
racional e a TV independe da plena racionalidade por causa da imagem
e som que transmite.
30
Então, as duas básicas do educador sobre o efeito que a televisão
causa no comportamento adolescente são: despertar nos jovens
uma consciência crítica
e considerar a comunicação eletrônica aliada do processo educativo.
Isso sem desvalorizar a leitura.
A televisão como recurso tecnológico de apoio dá ao educador
inúmeros temas para serem trabalhados: momentos da história do Brasil
e de outros países, obras literárias, pequenos contos, o diálogo, a
narração, a poesia, a música, a dança, a fábula, a descrição, até os
conteúdos de algumas novelas como foi dito anteriormente.
A escola deverá ter a tarefa de reconstruir os valores
educacionais, não deixando com que o grande poder da televisão
massifique e distancie o adolescente da sua própria vivência e realidade.
Com relação a utilização da televisão como auxiliar do processo
educativo, é válido descrever que o aproveitamento deve fluir dos
interesses dos alunos. É deixar que eles digam o que são significativos
no seu entender e a partir daí estimulá-los sempre para que eles
descubram suas próprias soluções, que se tornem cidadãos críticos, e
que possam levá-los a autoconfiança, etc.
A TV não tem a finalidade educacional, mas deverá despertar a
motivação para a curiosidade e incentivar o desejo de pesquisar.
Os educadores não poderão esquecer que considerar a TV como
um agente socializador, transmissor de ideologias bem definidas, e não
somente informador, é perceber que ela influencia o processo de
aprendizagem.
Segundo Erausquin ( 1983, p. 121 ) Se considerarmos a escola
basicamente como um fator de socialização, não resta dúvida de que a televisão se
converteu em sua adversária mais importante, à margem do padrão familiar.
Quanto à família, poderá retirar da televisão elementos sobre os
quais poderão ter vários assuntos, auxiliando na convivência formadora
com os filhos.
31
Sem impor idéias, os pais e os educadores deverão analisar os
programas prediletos do adolescente e conversar sobre eles, isso poderá
ser a maneira de enfrentar possíveis problemas deles decorrentes. Não
devemos dizer, porém, que a programação da TV deva ser controlada e os
jovens, vigiados. É necessário apenas, haver um conhecimento, de como o
que eles vêem está influenciando seu desenvolvimento.
Em termos de televisão, a família, poderá possibilitar ao jovem que
saia do lugar de simples espectador, transformando-o em criador e agente
do seu processo de educação. O meio familiar tem que continuar sendo
determinante na vida do adolescente.
Os pais e os professores deverão garantir a todo o momento que o
adolescente permaneça capaz de dominar os conteúdos da televisão para
decodificar suas mensagens, refletindo sobre elas.
O problema fundamental, com relação a televisão e o adolescente, é
determinar a capacidade que a TV tem que colaborar com o seu
desenvolvimento ou, pelo contrário, de sofrer interferências negativas.
A televisão é um tema polêmico onde pode apresentar influências
sobre identidades sociais, comportamentos, atitudes, consumo, entre
outras coisas já discutidas, e ela está presente em todos os espaços da
sociedade, até no espaço da escola, mesmo quando não há a presença
física da TV, ou seja, os alunos discutem alguns programas de televisão
até notícias polêmicas em sala de aula.
Trago no ANEXOII uma pesquisa de opinião pública, extraída da
internet, que tem como título “Padrões de controle da assistência de TV.,
vídeo e cinema por crianças e adolescentes”, realizada pelo IBOPE, por
encomenda do Ministério da Justiça e pela UNESCO com 2.000
entrevistados nos meses de julho e agosto de 1977. Essa pesquisa traz o
perfil do entrevistado, consumo de mídia, valores morais, grau de
preocupação com a TV, influência e papel da TV na formação de crianças
e adolescente, controle e restrição de TV na família, etc.
Alguns pontos me chamaram a atenção. Primeiro, o fato que cerca
da metade da amostra pesquisada de adultos/pais (53%), não exerce
qualquer tipo de controle sobre a audiência televisiva, mas a maioria dos
32
entrevistados (81%) admitem que a TV exerce influência na formação dos
filhos.
Entre os que acreditam que a TV auxilia a educação dos filhos,
destaca-se que esta “ajuda a conhecer o mundo/traz informações” (25%),
e ajuda a ensinar/educar(33%).
Verifica-se, também que a decisão sobre o tipo de programação
assistida, assim como o limite de horário para que as crianças e
adolescentes assistam a TV, não é praticado por 1/3 dos entrevistados,
sendo que em 27% dos casos está nas mãos do chefe de família (maioria
de homens) e em 25% sob as donas de casa.
Como outra variável que invertem no comportamento dos filhos,
identifica-se a presença intensa da religião evangélica. Na questão de
exercer um controle maior sobre a programação da televisão, na
reclamação sobre os conteúdos de novelas e filmes e na influência da TV
na formação dos seus filhos, os evangélicos são mais preocupados.
Considerando-se a temática sexual, observa-se forte polêmica sobre
a questão homossexual na programação televisiva. Esse comportamento é
o menos aceitável: 47% em relação aos meninos e 46% em relação as
meninas.
Observa-se que de um modo geral, 64% dos entrevistados
responderam que o melhor instrumento de controle seria a classificação
por faixa e horário. Esse mecanismo
seria uma forma de auxiliar as famílias na tarefa de ponderar os efeitos na
formação moral de seus filhos.
Percebe-se que há preocupação dos pais com a educação dos
filhos e a TV, mas ainda é muito pouco. Eles reconhecem os benefícios da
televisão e admitem que haja influência desta sob seus filhos.
Para termos uma idéia de como a televisão é o meio eletrônico de
maior crescimento e maior proporção no Brasil, Bucci (1997, p. 14) registra
a grandiosidade da TV nos dados comparativos do Anuário Estatístico da
ONU (citado pelo Almanaque Abril, 1994): Em 1982, eram 15,8 milhões os
domicílios brasileiros com televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras
33
(aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem
sinais recebidos).Isso sem contar as 73 operadoras de canais por assinatura. A Rede
Globo é uma das maiores televisões privadas do mundo. Conta com 91 emissoras
espalhadas pelo país (17 delas de propriedade da família Marinho).
A função dos educadores e dos pais é de não deixar com que a
televisão possa influenciar o comportamento adolescente através da sua
programação e sim contribuir para sua formação cognitiva e social, sendo
capaz de auxiliar o diálogo, atuando como minimizador frente a temas
polêmicos, quebrando barreiras existentes, é garantir permanentemente a
oportunidade de atuarem, investigarem, criarem, em vez de permanecerem
quietas, somente recebendo e escutando informações veiculadas pela TV.
Assim, teremos a convicção de que nenhum deles optaria por ocupar suas
horas frente a uma tela quadrada com algumas polegadas em vez de
sentir verdadeiramente como é ser um cidadão.
34
CAPÍTULO IV:
ADOLESCENTE E TELEVISÃO: UMA INVESTIGAÇÃO DE CAMPO
Este capítulo consiste em apresentar os resultados de uma pesquisa
realizada através de um questionário, onde o modelo se encontra no
ANEXO III, feita com 10 adolescentes de 13 a 18 anos, com o objetivo de
analisar seus comportamentos, bem como suas atitudes e valores de acordo
com a sociedade e cultura que estão inseridos.
É válido ressaltar que não houve perguntas sobre a escola, pois o
enfoque principal foi o comportamento adolescente e a mídia televisa.
Quanto à composição da amostra a ser estudada, ela está distribuída
da seguinte forma:
Características Distribuição %
Faixa Etária
13-14 anos – 1
15-16 anos – 6
17-18 anos - 3
10%
60%
30%
Sexo Masculino – 5
Feminino – 5
50%
50%
Escolarização Ensino Fundamental – 5
Ensino Médio – 5
50%
50%
Moradia Região da Leopoldina – 7
Baixada Fluminense – 2
70%
20%
35
Zona Oeste – 1 10%
Esta análise foi dividida em 7 categorias: constituição da amostra, já
apresentada acima, conceito de adolescência, ambientes freqüentados,
família, nível de expectação, questões relacionadas à mídia e avaliação do
instrumento aplicado.
4.1- Conceito da adolescência:
Algumas respostas foram semelhantes com relação à liberdade,
independência e responsabilidade.
“ Ser adolescente é ser livre com alguns limites claro, é curtir
a vida, nós só vamos ser adolescente uma vez, na vida, né?”
“Ser uma pessoa quase independente”.
“É viver a vida como se tudo fosse possível, ter uma grande
necessidade de descobrir coisas novas e uma busca incansável
de liberdade”.
“Ser adolescente é muito legal e divertido. Também tem que
ter muita responsabilidade”.
“Viver uma vida com liberdade e responsabilidade em casa,
com a família, na rua, na escola, onde estiver. Ser feliz!!’
“É ser livre de tudo e de todos”.
Outras repostas focalizaram aspectos de fruição, aproveitamento
da vida:
“Viver bem”.
“É aproveitar a melhor fase da minha vida. Tanto com
derrotas como as vitórias que estão sempre em nossos
caminhos”.
“ Jogar vídeo game, andar de bicicleta, jogar futebol,
namorar, ir ao shopping e se comportar como tal”.
36
Analisando essas respostas podemos constatar que estes
adolescentes têm a consciência de suas responsabilidades, mas buscam
a independência e a liberdade incessantemente. A vida é para eles puro
divertimento.
4.2- A categoria a seguir, refere-se a lugares mais
freqüentados, divididos em subcategorias: vícios, prática
de atividades físicas, leitura, ídolos e músicas prediletas,
religião, vestuário e trabalho.
4.2.1 – Ambientes mais freqüentados:
Foi perguntado o lugar que eles mais freqüentam:
60% dos entrevistados têm o shopping como o lugar mais
freqüentados.
20% a igreja
20% Casas de shows
É válido ressaltar que apenas 10% dos entrevistados lembrou-se da
escola como local mais freqüentado, além de ter citado a igreja.
4.2.2 – Vícios
Foi perguntado se ingeriam bebidas alcoólicas ou tinham outros
vícios. Apenas 10% responderam que fumavam e confidenciaram que
não só cigarro como maconha também.
4.2.3 – Prática de atividades físicas
60% dos entrevistados não praticam nenhum tipo de atividade física
40% pratica entre musculação, natação e futebol.
É importante salientar que desses 40%, 30% é composto de homens
e somente 10% de mulheres.
4.2.4 – Leitura
A pergunta feita foi, se tinham o hábito de ler, quantos livros liam por
ano e o tema predileto.
60% não tem o hábito de leitura e não lê nem um livro por ano.
20% assumem ter o hábito da leitura, mas lê de 4 a 6 livros por ano e o
tema varia de acordo com o interesse no momento.
20% não têm o hábito de leitura, mas lê de vez em quando
37
Podemos constatar que a grande maioria não têm o hábito da leitura
e confessaram que odeiam ler porque é demorado e cansativo.
4.2.5 – Ídolos e músicas preferidas.
Em relação a esse assunto, foi perguntado se tinham ídolos, quem
eram e o tipo de música que costumam ouvir.
80% tem ídolos e a maioria na música. São eles: Sandy e Jr., Link Park,
Os Travessos, Red Hot Chilli Peppers e Exaltasamba.
A dupla Sandy e Jr. tem a preferência de 30% dos entrevistados e a
surpresa que todos são homens.
20% não tem ídolos, apenas admiram o trabalho de alguns.
Quanto as músicas que costumam ouvir com mais freqüência, 80%
dos entrevistados citaram o pagode e o rock como ritmos preferidos e
20% a música gospel.
Antes de citarem as músicas prediletas, deixaram claro que seus gostos
são bem ecléticos.
4.2.6 – Religião
A pergunta feita foi qual a religião que eles têm, se vão a igreja com
freqüência e se acham a religião um fator importante na vida do
indivíduo.
Os resultados foram:
40% dos entrevistados responderam que não tem religião, não vão à
igreja, mas acham a religião fundamental.
“Não tenho religião, acredito em Deus. Não vou a igreja com
freqüência. Eu acho a religião muito importante para a vida de uma
pessoa, mas às vezes eu não entendo algumas coisas da religião”.
40% se dizem evangélicos. Desses 40%, 20% vão sempre à igreja, não
acham a religião importante e justificam:
“A religião leva o homem a lugar algum, Jesus é o mais
importante para vida”.
“A religião não é importante, mas Jesus sim”.
Os outros 20% evangélicos, acham a religião importante:
38
“A religião é muito importante, pois é uma forma do ser humano
buscar a paz interior ajudando indiretamente na solução dos
problemas da vida cotidiana”.
“Muito importante para ajudar as pessoas a amarem mais o
próximo”.
20% são católicos e responderam que não vão à igreja com freqüência,
mas acham a religião um fator de grande importância para o indivíduo.
4.2.7 – Vestuário
Foi perguntado como costumam se vestir diariamente e se levavam a
moda em consideração. 70% usam jeans (calça, short, bermuda) e
camisa, sendo que 50% se vestem de acordo com a moda e 20% não a
consideram.
20% responderam que se vestem de acordo com o lugar aonde vão e
não levam a moda em consideração.
10% se veste de acordo com o estado do espírito
“Me visto do meu jeito, de acordo com o meu humor do dia a dia
e não levo muito a moda em consideração”.
4.2.8 – Trabalho
A pergunta feita foi, se trabalhavam e se a resposta fosse sim, em
que seria?
80% dos entrevistados não trabalhavam
20% trabalhavam em locadora de vídeo e decoração de festa com
espuma.
4.3 –A categoria a seguir diz respeito à Família.
4.3.1 – Como a instituição família é muito importante na vida de um
ser humano, a primeira pergunta feita foi sobre a situação conjugal
39
dos pais, ou seja, se eram casados, divorciados ou outros (
separados, mãe ou pai viúvos, órfãos, etc.)
60% tem pais divorciados
30% casados
10% tem mãe viúva
Podemos constatar através desse questionário, que a grande parte
desses adolescentes tem os pais divorciados e desses 60%, 50% vivem
com a mãe e somente 10% com o pai, já que a mãe mora em outro país.
4.3.2- A Segunda pergunta foi se eles conversavam sobre sexo,
amizades e outros assuntos com os pais. O resultado foi:
60% responderam que conversavam às vezes. Desses 40% são meninas
e 20% são meninos.
40% responderam que não conversam com seus pais sobre coisas
pessoais.
4.3.3- A terceira pergunta dessa categoria, foi se tinham irmãos e se
tivessem quantos eram.
100% tem irmãos
Desses 100%, 20% tem irmãos gêmeos e 20% tem irmão por parte de
pai.
4.4- A 5ª categoria diz respeito ao nível de expectação desses
adolescentes com relação à eles e aos pais.
A pergunta elaborada foi a seguinte: “Se você encontrasse uma
lâmpada mágica e lá houvesse um gênio que pudesse te conceder seis
desejos, quais seriam as três coisas que mudariam em você e as três
coisas que mudariam nos seus pais?”
4.4.1- Sobre o pedido em relação à eles, houve respostas falando do
corpo, das atitudes, de responsabilidade, liberdade, etc.
“Em mim, mudaria o corpo (queria ser mais sarado), a agitação e
ter mais responsabilidade com os estudos”.
“Mudaria o mal humor, meu nariz e minha orelha”.
40
“Minha orelha, parar de ser preguiçoso e ter mais interesse com
os estudos”.
“entender mais as pessoas, ser menos brigão e ser mais
estudioso”.
“Pediria mais responsabilidade, paciência, e atitude”.
“Em mim mudaria a minha voz, o meu jeito estabanado e a
maneira com que levo a vida (brinco muito!)”.
“A falta de pontualidade, o consumismo e o pessimismo”.
“Que eu já tivesse formada, ser livre e queria morar sozinha”>
4.4.2- Com relação aos pais:
Os pedidos foram nas mudanças das atitudes, bem como: ter mais
compreensão, potência, atenção, etc.
“Nos meus pais, um pouco mais de compreensão, carinho e atenção”.
“Para os meus pais mais compreensão, paciência e uma
capacidade maior de demonstrar os sentimentos”.
“Parar de brigar, que compreendesse um ao outro, que dessem
mais atenção para mim”.
“Eu mudaria o nervosismo, a ignorância e o grito”.
“Nos meus pais: mais tempo para mim, que eles fossem amigos
e que tivessem mais paciência”.
“Que eles fossem casados, que nunca brigassem e que deveriam
ser mais felizes para o resto da vida”.
“O comportamento, queria que eles fossem mais liberais e que
eles tivessem juntos de novo”.
“Mania de estarem sempre certos em tudo e nunca querer ouvir
o meu lado, procurar sempre algo errado onde não tem e acharem
que o irmão mais velho tem sempre razão”.
Somente 10% achou que não precisava mudar nada em seus pais.
4.5- A penúltima categoria é em relação à mídia.
As perguntas foram feitas para ter a noção da influência da mídia no
comportamento desses jovens.
41
4.5.1- A primeira pergunta feita foi se tinham computador, se tinham
acesso à internet, qual site que acessa com freqüência e porque?
40% dos entrevistados tem computador e desses somente 10% não tem
acesso à internet.
“Tenho com internet. www.amoresedução.com.br., porque é
lindo!!! Tem cartões, mensagens de voz e etc”.
“Sim www.cade.com.br, porque lá você encontra qualquer coisa,
ou seja, de tudo”.
“Sim, salas de bate papo. Porque adoro conhecer gatinhas
novas”.
60% não tem computador.
4.5.2-A segunda pergunta com relação à mídia, foi qual a emissora
de T.V. que costumam assistir e os programas prediletos.
60% responderam que assistem a Rede Globo. Entre os programas
prediletos estão: Malhação, Planeta Xuxa, Casseta e Planeta, Os
Normais, novelas, telejornais e filmes; 20% assistem a MTV. Programas
preferidos: Piores clipes do Mundo e Disk MTV; 20% assistem a todas
as emissoras.
4.5.3- A terceira pergunta foi se eles achavam que a TV influencia na
educação do adolescente e que justificassem a resposta:
80% responderam que a televisão influencia o adolescente
Alguma respostas:
“Sim, a programação é pobre em cultura. Obviamente que há
programas que seriam ligados a educação.Como por exemplo os
que debatem sobre sexo, cultura, religião...”
“Sim. Existem programas que atuam nas mentes dos
adolescente, levando-os às práticas de mal-educação, arrogância,
mentiras, palavrões, etc”.
42
“Muitos programas de televisão influenciam nossas vidas, por
exemplo, se o adolescente ver violência todo dia, no futuro vai ficar
violento”.
“Sim. Porque as televisões só têm sexo”.
“Sim, a geração de hoje se baseia muito nas novelas copiando
as atitudes dos personagens que na maioria das vezes estão fora do
padrão familiar”.
20% responderam que influenciam um pouco. São elas:
“Um pouco. O adolescente de hoje sabe o que é errado,
sabemos o que queremos e mudar a cabeça de um de nós é uma
tarefa difícil”.
“Muda um pouco porque você só segue o que a TV quer dizer, se
você quiser”.
4.6- Avaliação do instrumento aplicado foi deita da seguinte
forma: Foi perguntado se gostaram de responder o questionário e
porquê?
100% dos entrevistados responderam que gostaram.
Justificativas:
“Sim, porque achei interessante as perguntas”.
“Tive a oportunidade de responder coisas que jamais me
perguntaram”.
“Porque são perguntas não feitas freqüentemente sendo uma
forma de expressar o que se pensa sobre vários assuntos”.
“Serviu para o meu desenvolvimento cultural”.
“Porque me ajudou a me entender melhor”.
“Mais uma porta aberta para crescer”.
“Achei que foi muito legal”.
A análise dos resultados desse instrumento e sua relação com a
teoria e os autores citados nessa monografia serão de extrema
importância para entendermos a problemática escolhida.
A elaboração desse questionário foi feito de maneira simples para
que eles não se sentissem coagidos a escreverem de forma culta como a
sociedade impõe.
43
Na pergunta sobre o conceito de adolescência, a liberdade, a
independência e a responsabilidade foram comportamentos enfatizados
na maioria das respostas. Esse assunto remete ao segundo capítulo
sobre o adolescente e seu comportamento, onde entre outras coisas, é
tratada a questão da dependência dos pais e da vontade de querer ser
livre. Dentro desse mesmo ponto, verificamos que esses jovens não
conversam muito com seus pais sobre coisas pessoais. Isso prova que
eles realmente têm dificuldade de se expressarem com sua família e
essa relação dependerá muito do modo como convivem, ou seja, se a
relação for de amizade e cumplicidade, com certeza a conversa fluirá
sem problemas.
Quanto aos ambientes mais freqüentados, a maioria dos jovens
preferem o shopping por ser um lugar mais seguro atualmente.
A droga, e o que leva à elas, são as maiores preocupações dos pais.
Dos entrevistados somente 10% fuma cigarro e maconha e os outros
90% não tem vício algum.
Com relação à leitura, podemos perceber que estes adolescentes não
foram estimulados a adquirir esse hábito, que é muito importante para o
desenvolvimento cognitivo. Somente 20% adquiriram o hábito de ler.
Por serem a maioria moradores da Zona da Leopoldina, onde o
samba está mais presente, 80% dos adolescentes entrevistados citaram
o pagode e dois grupos desse ritmo como prediletos. Quanto a dupla
Sandy e Jr., preferência de 30% dos entrevistados, observa-se que a
dupla tem a imagem de adolescentes perfeitos, ou seja, educados, ricos,
famosos, etc. E isso faz com que esses jovens se espelhem neles.
A religião está presente no cotidiano desses adolescentes, mas 40%
dizem que não as tem, que só acreditam em Deus. Tendo por base
teórica o segundo capítulo, a adolescência é uma idade onde
preocupações com o espiritual se evidenciam. Vale ressaltar que mesmo
não tendo religião, esses 40% a acham muito importante.
Esses adolescentes se vestem de maneira simples, mas a maioria
vestem-se igualmente, usam jeans e camisa. Faz-se necessário lembrar
44
que os adolescentes costumam se vestir conforme o grupo a que
pertencem.
A grande surpresa, é que de 100% dos entrevistados, 60% tem
pais divorciados e a família é e sempre será uma instituição de
importância na vida de um ser humano.
Quando ela é abalada, tudo se desestrutura principalmente a vida
afetiva dos jovens, já que estão sempre em confusão com eles próprios
e com o mundo.
Na categoria nível de expectação, observa-se que as respostas
foram semelhantes a respeito da mudança no corpo ou em alguma parte
que o compõe, nas próprias atitudes, etc. Como a adolescência é um
período de transformações tanto físicas como psicológicas, os jovens
nunca estão satisfeitos com sua aparência, por isso querem sempre
modificar algo. Um quer ficar mais forte (como os lutadores), outro quer
mudar a orelha, o outro o nariz, a outra a voz e assim por diante.
É importante considerar que 30% dos adolescentes que responderam
o questionário, falam do desejo de ter mais responsabilidade com os
estudos. A porcentagem ainda é pequena, mas já é um começo.
Da mudança nos pais, os entrevistados responderam que mudariam
as atitudes, ou seja, eles “pediriam ao gênio” que eles tivessem mais
compreensão, carinho, atenção, entre outras coisas. Obtiveram
respostas sobre a relação entre os pais onde diziam que queriam que
parassem de brigar, que compreendessem um ao outro e até que
voltassem a ser marido e mulher. Como disseram anteriormente, a
família é muito importante. Outras respostas foram com relação a
paciência, porque esses jovens acham seus pais muito nervosos e
tinham o desejo de modificar esse comportamento.
A categoria mídia surpreendeu, pois esses adolescentes têm
consciência que a televisão influencia no comportamento deles o que vai
de encontro com a problemática do terceiro capítulo, já que nesta parte
discuto as conseqüências da influência da mídia
televisiva no comportamento adolescente, ou seja, como se este não
tivesse a percepção de que está sendo influenciado.
45
Eles falam da influência no comportamento, na violência, no sexo, até
mesmo nas atitudes dos jovens que copiam os personagens das
novelas. 20% desses entrevistados, acham que influenciam sim,
justificando que eles sabem o que é o correto e o que transgride as
normas.
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������ºS������ºS������ºS��8���òS��4�sciência e
principalmente com atitude.
CONCLUSÃO:
54
Por que falar de televisão? Bem, é através da TV que entra-se no
mundo do consumo. É por ela que os adolescentes se identificam com
seus ídolos (atores, apresentadores, modelos, etc.), onde a dona-de-
casa aprende receitas novas e como decorar a sala; o chefe de família
chega cansado do trabalho, apóia os pés na poltrona e vê o jogo de
futebol do seu time de coração, etc.
A televisão é simplesmente um meio de comunicação fascinante, em
que os olhos não desgrudam nem por um minuto quando o assunto é
muito interessante.
O fato de escolher o adolescente como foco deste estudo é que este
período é de profundas modificações. Muda o corpo, muda o humor,
muda a opinião, enfim, tudo!!!!
A idéia de escrever essa monografia veio de uma frase do grande
educador Paulo Freire citada por Orth (1991,p. 49). Dizia assim: “A
questão não está na televisão, mas no uso que se faz dela, em seu
poder. Entendo televisão na medida que entendo o poder”.
Devido a importância de Paulo Freire, escolheu -se esse tema da
televisão e o comportamento adolescente, pois, acredita-se que
realmente esse pensamento dele é a mais simples verdade,
principalmente nos dias atuais, em que a televisão está inserida no dia-a-
dia da maioria da população. Esse tema é importante ,pois a mídia é um
veículo manipulador , que usa o poder ,para manipular as idéias das
pessoas com pouca instrução, seja para impor algo ou até vedar
informações. A maioria dos jovens tem a TV e seu conteúdo como
verdade absoluta porque não sabe e não tem o estímulo para contestar
qualquer informação veiculada. Na realidade, informa-se para que não se
busque a informação.
Observa-se que os adolescentes quando não estão fazendo outras
atividades fora de casa, quase tudo que fazem é com a televisão ligada.
Lanches, telefonemas, refeições, tudo. Conhecem quase todos os
55
programas de TV..Percebe-se também que a televisão educativa não é
muito assistida. Porque será? Talvez seja mais fácil assistir à programas
que não exijam atenção irrestrita.
Nada contra a televisão. Pelo contrário, até recorre-se à ela quando
há necessidade de um pouco de entretenimento. As informações
também são muito importantes. Pode-se saber em poucos minutos o que
acontece do outro lado do mundo, mas a TV, muitas vezes, impede a
discussão, a relação interpessoal, porque impõe a passividade. Em vez
de suscitar perguntas, faz com que todos se calem e absorvam as
informações sem questioná-las. Daí surge o papel do educador e dos
pais que é criar no adolescente à vontade de saber, de refletir, de
questionar e de criticar.
Podemos observar a existência de uma diferença entre o mundo real
e o papel da família, onde esta se encontra posicionada como núcleo
moral que tem como função principal garantir valores éticos frente a uma
realidade com amplo acesso à informação, veiculada principalmente pela
televisão. Dessa forma, o diálogo entre pais e filhos torna-se cada vez
mais indispensável, pois estamos numa sociedade na qual as influências
na formação dos adolescentes são muito grandes e, portanto, eles
assistem e convivem com valores e comportamentos por vezes opostos
aos que encontram em casa. Ainda sobre esse contexto, é necessário
compreender o papel da escola, já que é lá que o jovem passa grande
tempo do seu dia. Para isso é importante conhecer o processo educativo
da escola e como pensa a comunidade escolar a fim de que possamos
entender o trabalho desenvolvido nessa instituição. Na questão da mídia,
é preciso saber como se dá a utilização da televisão no trabalho do
educador e como cada um deles lida com esse instrumento visando a
realização da produção de conhecimentos, facilitando o processo de
aprendizagem.
Devemos, como educadores, ter a televisão como aliada no
compromisso de transformação da realidade e não se deixar dominado
por ela Nesse ponto a família deve unir-se a escola ,visando não só essa
transformação, mas também a formação moral e ética dos seus filhos
56
adolescentes. Um trabalho conjunto é um trabalho onde várias mãos e
mentes se solidificam visando um objetivo, que neste caso é a educação
igualitária, crítica e transformadora.
BIBLIOGRAFIA
57
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Médicas, 1981. p. 92.
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58
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ZIMBARDO, Philip G. EBBESEN, Ebbe B. Influência em attitudes e
modificação do comportamento. São Paulo: Edusp, 1973.
ÍNDICE:
59
FOLHA DE ROSTO.........................................................................................1
AGRADECIMENTO.........................................................................................2
DEDICATÓRIA................................................................................................3
RESUMO.........................................................................................................4
METODOLOGIA..............................................................................................5
INTRODUÇÃO.................................................................................................7
CAPÍTULO I
CONCEITO E RELAÇÃO ENTRE VALOR, ATITUDE E
COMPORTAMENTO ....................................................................................11
CAPÍTULO II
ASPECTOS SIGNIFICATIVOS DO COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE............................................................................................14
CAPÍTULO III
INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO SOBRE O COMPORTAMENTO
ADOLESCENTE............................................................................................24
CAPÍTULO IV
ADOLESCENTE E TELEVISÃO: UMA INVESTIGAÇÃO DE
CAMPO..........................................................................................................34
CAPÍTULO IV – 4.1
CONCEITO DE ADOLESCÊNCIA ................................................................35
CONCLUSÃO................................................................................................46
60
BIBLIOGRAFIA..............................................................................................49
ÍNDICE ..........................................................................................................51
ANEXOS........................................................................................................53
61
ANEXOS