UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ARTE PARA OS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN
Por: SOLÂNIA MARIA FRAGA CORRÊA
Orientador: Profª. NARCISA MELO
Rio das Ostras
2015
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ARTE PARA OS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Arte em educação e Saúde
Por: SOLÂNIA MARIA FRAGA CORRÊA
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu marido, minhas
filhas por estar sempre presente em minha vida
e a Deus que me dar sempre força para
crescer a cada dia.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha família e
amigos que estão sempre me
incentivando.
RESUMO
O ensino de Artes tem cada vez mais sido discutido nos dias atuais pois
contribui para os alunos mais criativos e inventivos, quebrando os paradigmas
de ensino tradicional repetitivo e pronto. Neste sentido também o ensino de
artes vem se destacando com os alunos especiais, principalmente o síndrome
de down. O portador de Síndrome de Down tem sido constantemente debatido
no Brasil, por vários setores da sociedade: professores, educadores, mídia,
entre outros. Temos uma lei brasileira que já garante a inserção de alunos com
necessidades educacionais especiais no ensino regular, porém esse direito
ainda é muito discutido nas escolas brasileiras por diversos fatores. Com esse
trabalho podemos esclarecer esses fatores através de pesquisa bibliográfica,
constituída principalmente com informações contidas em livros, revistas, jornais
e artigos da internet como o ensino de artes está contribuindo para uma
aprendizagem significativa do aluno especial e a importância da arte na vida
deles. A investigação objetivou refletir sobre a inclusão dos alunos com
Síndrome de Down no espaço escolar e na sociedade, contribuindo para que
ela ocorra de forma natural, ajudando a combater todos os preconceitos.
Podemos ver que pelo resultado obtido mostra a falta de conhecimento geral
da sociedade para atender a inclusão de forma satisfatória, que é direito e
dever de todos.
Palavras-chave: Inclusão, Síndrome de Down, Ensino regular, Arte.
METODOLOGIA
Foi um trabalho desenvolvido a partir da pesquisa, bibliográfica, constituído principalmente com informações contidas em livros e artigos da internet como autores, Maria Antonieta M. Voicodic, Maria Teresa Eglér Mantoan, Demerval Saviani e observações de Miriam Walber Viana professora de artes e teatro, pós-graduada em Educação Inclusiva com informações com diálogo com professores de escolas públicas que discutem suas experiências.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A LEGISLAÇÃO E O DIREITO DO ALUNO ESPECIAL NA
ESCOLA REGULAR 10
CAPÍTULO II- A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN 17
CAPÍTULO III- A DIDÁTICA DO ENSINO DE ARTES NA
ATUALIDADE 29
CONCLUSÃO 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
INTRODUÇÃO
A educação inclusiva atualmente propõe que todas as pessoas com
necessidades educativas especiais sejam matriculados na escola regular;
baseando se no princípio da educação para todos, seja qualquer deficiência.
Diante disso, este trabalho verificou a necessidade de discutir a contribuição
do ensino de artes para o aluno com síndrome de down como uma proposta
pedagógica na busca da inclusão.
A escolha do tema espera-se esclarecer já que era uma vontade de
aprofundar meus conhecimentos a respeito de um tema tão complexo, onde o
despreparo dos professores em lidar com alunos especiais e a prática
pedagógica tradicional reflete nas dificuldades de aprendizagens dos alunos
especiais ou não.
O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todos os
educandos devem aprender juntos; independente de qualquer dificuldade ou
diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades e
acomodando vários estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando uma
educação de qualidade a todos.
A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos
os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um
motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores
busquem o aperfeiçoamento de suas práticas. É uma inovação que implica
num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria
de nossas escolas de nível básico. Hoje, muito se há discutido sobre as
barreiras existentes contra a inclusão de crianças portadoras de necessidades
educacionais diferenciadas nas classes regulares da rede de ensino em busca
de ações que viabilizem tal fato.
Além da falta de uma proposta político pedagógica adequada à
sociedade inclusiva, as escolas ainda apresentam barreiras arquitetônicas e
atitudinais em relação ao acesso das pessoas portadoras de necessidades
educacionais especiais a classes regulares de ensino. A maior destas atitudes
é o descaso ou despreparo dos profissionais regentes de turma, que por muitas
vezes, mesmo sem querer, acabam por disseminar o preconceito ao invés de
propor atitudes e atividades que o combatam, não somente dentro de sala, mas
na sociedade como um todo.
Neste contexto, o objetivo geral deste trabalho discutir a didática do
professor em sala de aula e compreender as práticas pedagógicas que
auxiliam a aprendizagem das crianças com necessidades especiais,
principalmente o aluno com síndrome de down. Os objetivos específicos são
conhecer como o ensino de artes contribui no processo de ensino
aprendizagem, analisar o atendimento educacional especializado diante de
pesquisas bibliográficas de autores que relatam os atendimentos na sala de
recursos multifuncional.
Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizados recursos
bibliográficos de autores especializados no assunto, levantadas por meio de
livros diversos, artigos científicos, revistas técnicas e internet.
Este trabalho foi dividido em três capítulos, sendo o primeiro a
educação especial e suas leis, numa nova perspectiva de uma escola para
todos. O segundo capítulo descreve os aspectos físicos, emocionais e
cognitivos do desenvolvimento da criança com Síndrome de Down e o terceiro
capítulo a didática do ensino de artes em sala de aula e no atendimento
educacional especializado em salas multifuncionais como contribuição de
desenvolvimento para o aluno com síndrome de down.
CAPÍTULO I
A LEGISLAÇÃO E O DIREITO DO ALUNO ESPECIAL NA ESCOLA
REGULAR
Discutiremos neste capítulo a legislação da Educação Especial em
especial o aluno com Síndrome de Down. A legislação em educação especial
partiu da necessidade de uma política de educação especial e começou a ser
delineada em 1972 quando foi constituído pelo Ministério de Educação e
Cultura ( MEC) um grupo de Tarefa de Educação Especial e juntamente com
o especialista James Gallagher, que veio ao Brasil a convite desse grupo, foi
apresentada, a primeira proposta de estruturação dessa modalidade de
educação no Brasil, com objetivo de centralizar e de coordenar as ações de
políticas educacionais.
1.1 - Leis e a Constituição Brasileira
Neste subcapítulo abordaremos a importância da constituição de 1988
para a educação do nosso País e as leis que permeiam a educação
inclusiva como direitos e a sala de AEE. (sala de recursos multifuncionais
ao atendimento educacional especializado.)
A Constituição Brasileira de 1988 assegura:
A cidadania e a dignidade da pessoa humana (artigo 1°, inciso II e III) e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção de bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (artigo 3°, inciso IV).
A Constituição Brasileira procura promover a igualdade entre todos,
sendo que “o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a
garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um”. (artigo 208°, V)
A escola, respeitando os princípios da Constituição, deve garantir a
todos os seus alunos, sem exceção, os seus direitos preservados por lei. Com
isso, também ficam respaldados os direitos dos alunos deficientes.
A Educação Especial foi criada em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDBEN) como sendo “uma modalidade educacional
inserida na Educação Básica e Superior”. (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, n° 9.394/96). Esta procura oferecer às escolas comuns um
complemento de apoio à Educação dos alunos com necessidades
educacionais especiais. Nunca procurou substituir a obrigatoriedade em manter
os alunos deficientes em escolas comuns da rede regular de ensino.
Percebe-se que, quanto a formação dos professores para atendimento
destes alunos deficientes as discussões continuam a ser levantadas tanto pela
educação especial, como pela educação regular. No Parecer de nº 252/69, que
regulamentou o curso de Pedagogia, e o de Nº 295, se estabeleceu que a
formação desses professores, para a Educação Especial, passou a ser
incumbência do Ensino Superior. Porém, somente na promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, (LDB ) de 9394 /96, vai dedicar o seu capítulo
V, do artigo 58, estabelecendo que “o sistema de ensino assegurarão ao
educando com necessidades educativas especiais: professores com
especialização adequada em nível médio ou superior para atendimento
especializado” bem como professores de ensino regular capacitados para a
integração desses alunos incluídos em classes regulares”, o que até hoje
podemos constatar que não está sendo cumprido de fato.
Falando de atendimento educacional especializado, podemos analisar o
documento “Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência
(síndrome de Down)” o ensino especializado refere-se a um atendimento
educacional especializado, ele decorre de uma nova visão da educação
especial, uma condição para o sucesso da inclusão dos alunos com deficiência.
Este atendimento existe para que os alunos possam ultrapassar as barreiras
causadas pela deficiência.
Mas podemos constatar que as barreiras da deficiência do síndrome de
down diferem muito das barreiras encontradas nas demais deficiências.
Tratam-se de barreiras quase intransponíveis: maneira de lidar com o saber em
geral, e que se refletem predominantemente na construção do conhecimento
escolar.
Após a Declaração de Salamanca vários aspectos puderam ser
mudados, não só porque ela além de tratar do aspecto da terminologia, ela
proclama ainda que, as escolas regulares inclusivas devem atuar como meio
eficaz de combate à discriminação e determina que as escolas, devem acolher
todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais
ou linguísticas. BRASIL (1995, p.17).
Conforme as indicações legislativas brasileira, o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) se apresenta como proposta pedagógica
escolar, envolvendo a participação da família e sendo realizado em articulação
com as demais políticas públicas. O AEE complementa a formação do aluno,
com serviços, recursos de acesso e estratégias que eliminam as barreiras para
sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
Prioritariamente, o AEE é realizado na sala de recursos
multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no
turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns,
podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional
Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação.
Bürkle (2010, p.51, 54) nos aponta para a concepção de não
agrupamento de alunos por deficiência ou especificidade e que o atendimento
a todos os alunos, independente de suas necessidades especiais / condição
intrínseca (deficiência, transtorno global de desenvolvimento e alta habilidade)
será feito por um único professor que deverá ter formação específica para
atender a todas as demandas:
O Atendimento Educacional Especializado é uma modalidade da Educação Especial que perpassa todos os níveis de ensino e tem o objetivo de assegurar a todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação/altas habilidades serviços, recursos e estratégias específicas que garantam um
processo de escolarização nas turmas regulares de qualidade, além de sua interação no contexto educacional, social e cultural.
Na atual visão, o amparo legal que assegura o direito da pessoa com
síndrome de down o acesso ao atendimento educacional especializado em
turno oposto ao que frequenta a turma comum é expresso pela Resolução nº 4,
de 2 de outubro de 2009: Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o
Atendimento Educacional Especializado, tendo premissas específicas
indicadas no documento Atendimento Educacional Especializado: Aspectos
legais e orientações Pedagógicas incitando a escola comum ao desafio
acolhedor de mudança de paradigma, modificação de posturas e práticas
pedagógicas abrigando sempre percepções amplas de habilidades,
inteligências e potenciais reconhecendo o valor de todos e de cada um dentro
dos mesmo espaços de convívio e aprendizagens não perdendo de vista o
objetivo de construção real de conhecimentos e experiências. Reconhecendo
que os alunos com deficiência mental, especialmente os casos mais severos,
são os que forçam a escola a reconhecer a inadequação de suas práticas para
atender às diferenças dos educandos.
Necessário se faz ponderar sobre um norteador fundamental no âmbito
escolar: o currículo considerado como suporte alimentador e provedor da
organização escolar como um todo, assumindo assim caráter político-filosófico,
antes que puramente técnico - pedagógico como pareça ser visto no senso
comum.
Saviani fala acerca do conceito de currículo de forma ampliada e
aplicada diretamente com vistas à formação completa do educando:
“Currículo é entendido comumente como a relação das disciplinas que compõem um curso ou a relação dos assuntos que constituem uma disciplina, no que ele coincide com o termo programa. Entretanto, no âmbito dos especialistas nessa matéria tem prevalecido a tendência a se considerar o currículo como sendo o conjunto das atividades (incluído o material físico e humano a elas destinado) que se cumprem com vistas a determinado fim. Este pode ser considerado o conceito ampliado de currículo, pois, no que toca à escola, abrange todos os elementos a ela relacionados. Poderíamos dizer que, assim como o método procura responder à pergunta: como se deve fazer para atingir determinado objetivo, o currículo procura responder a pergunta: o que se deve fazer para atingir determinado objetivo. Diz respeito, pois, ao conteúdo da educação e sua distribuição no tempo e espaço que lhe são destinados”.
Alguns referenciais analíticos do atrelamento educação e currículo são
elevados por Moraes (2002) entre os quais:
Educação como peça coordenada com elementos conjunturais da sociedade;Educação focada no aluno com processos de aprendizagem não apenas direcionados ao desenvolvimento de aspectos cognitivos, como também nos psicológicos, afetivos, emocionais, socioculturais e interacionais;Conhecimento de que fontes de informação, de solução de problemas, de investigação, de crítica são oriundas não apenas das experiências escolares, como principalmente das interações dos sujeitos educacionais com o meio ambiente, considerando suas experiências de vida e do seu saber informal ou cultural. Os conteúdos programáticos são apenas uma parte do saber, e se incorporam aos que os alunos já trazem da vida vivida.
A noção de currículo sempre esteve, de acordo com a história, ligada à
idéia de prescrição, ordenação e controle, cuja força ainda é sentida
concretamente nas práticas da educação atual, atribuindo lhe uma
característica formal e burocrática, que prepondera sobre aspectos dinâmicos,
inovadores e transformadores.
O currículo praticado em nossas escolas deve então ser mais amplo que
qualquer “documento”. O currículo, na prática, é a consequência de se viver
uma experiência e um ambiente prolongado que propõem/impõem todo um
sistema de comportamentos valores e não apenas conteúdos de conhecimento
similar.
1.2- EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO
Este subcapítulo revela a urgência de uma inclusão efetiva nas escolas
e os parâmetros que perpassam no sistema público de ensino.
O acesso e condição de permanência na escola são ao mesmo
tempo respeito aos direitos e agente prático e cotidiano na modificação e
constituição de políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade
para todos os alunos. Durante este processo de convivência dá se inicio ao
procedimento de mudança estrutural e cultural da Escola a fim de contemplar a
diretriz de superação da lógica de exclusão e a garantia de que todos os alunos
terão suas especificidades atendidas.
No Brasil em termos de legislação, somente a partir da década 90
com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Declaração Mundial de
Educação para Todos e a Declaração de Salamanca há influências autênticas
e factíveis na formulação de políticas públicas da educação inclusiva em
concordância com a Convenção sobre os Direitos das pessoas com deficiência.
A prática escolar definida por meio de diagnósticos médicos,
amplamente habitual em ações de gerências escolares até pouco tempo, aliada
a adoção de barreiras que impedem o acesso à escolarização, contrapõe se a
valorização dos diferentes potenciais de aprendizagem fomentados pela
Convenção de Guatemala.
Incluir na escola brasileira exige repensar à maneira de condução
das ações pedagógicas, respeitando diferenças, construindo oportunidades de
descobertas de habilidades, capacidades e potencialidades, oferecendo assim
reais condições para que todos os alunos, não apenas os deficientes
participem ativamente no ambiente escolar, e considerando a contribuição
deixada por essa produção.
A inclusão provoca uma crise de identidade institucional que, por sua
vez, abala a identidade fixada em modelos ideais permanentes, essenciais. O
direito à diferença nas escolas desconstrói os sistemas de significação escolar
excludente, normativo, elitista, com suas medidas e mecanismos de produção
da identidade e da diferença e passam a “impor” uma estrutura calcada no
enfrentamento de circunstâncias e adversidades como desafios a serem
superados.
Segundo Carvalho (2007 p. 67) Com esses significados podemos
considerar o atendimento especializado tanto do ponto de vista de quem o
oferece – o profissional que se especializa – como do ponto de vista do sujeito
que o recebe e que, como indivíduo, é um ser particular, singular em seus
interesses, em suas características pessoais e sociais. Servem como exemplos
– no caso dos profissionais – os professores que se especializam para
trabalhar em educação infantil; no Ensino Fundamental de primeira a quarta
séries; ma educação de jovens e adultos ou no atendimento a cegos, surdos,
com paralisia cerebral, com autismo... E, no caso dos sujeitos que recebem o
atendimento educacional especializado eles são os próprios aprendizes,
valorizados em suas particularidades.
Mas com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica, que visam a inclusão: entende-se que todo e qualquer aluno
pode apresentar, ao longo de sua aprendizagem, alguma necessidade
educacional especial, temporária ou permanente, vinculada ou não aos grupos
já mencionados:
1. Educandos que apresentam dificuldades acentuadas de
aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o
acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
1.1. aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
1.2. aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências;
2. Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, particularmente alunos que apresentam surdez, cegueira, surdo-
cegueira ou distúrbios acentuados de linguagem;
3. altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem
que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as
atitudes.
CAPÍTULO II
A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN
O desenvolvimento da criança com síndrome de down e suas
especificidades
Qualquer criança precisa de cuidados especiais. A criança com
Síndrome de Down também. Observar o desenvolvimento de uma criança é
muito compensador, assim como acompanhar o desenvolvimento de uma
criança com síndrome de Down. A criança com Síndrome de Down faz tudo
como qualquer outra criança ri, chora, faz pirraça, brinca, precisa de muito
carinho e atenção.
Nesse caso, é necessário a busca de informações para entender melhor
o significado da Síndrome de Down, para que se possa deixar todos os mitos e
vencer os medos de uma só vez.
2.1 Breve histórico
Neste subcapítulo aprenderemos mais sobre a criança com Síndrome de
down e seu comportamento
Podemos dizer que segundo (GUNDERSEN, 2007 p.30) em 1959, o
geneticista francês Jérôme lejeune obteve a identificação do cromossomo
excedente e percebeu que este se ligava ao par 21, daí o termo Trissomia 21.
Até então, os portadores de Trissomia 21, eram conhecidos como mongolóides,
em referência aos traços físicos dos mongóis. Essa denominação começou a
ser usada a partir de 1866, quando o médico inglês John Langdon Down
apresentou as características do portador da Trissomia 21. Acreditava-se,
naquela época, em diferença entre raças e, segundo o dr. John, os mongóis
eram considerados seres inferiores. Como forma de homenagear o dr. John
lngdon Down, a anomalia foi denominada Síndrome de Down.
2.2 O que é Síndrome de Down?
Neste subcapítulo discutiremos o que é síndrome de down e o que esta
deficiência causa.
Segundo (Voivodic, 2008 p.39) A Síndrome de Down significa, que o
bebê tem um cromossomo extra em cada uma de suas milhares de células. Em
vez de 46, ele tem 47 cromossomos.
Atualmente, nascem milhões de crianças com Síndrome de Down no
mundo, ocorrendo igualmente em meninos e meninas. É um dos defeitos
congênitos mais comuns na humanidade, apresentando-se em todas as raças,
grupos étnicos, classe socioeconômicos e nacionalidades.
A Síndrome de Down pode ser causada por três tipos de
comportamentos cromossômicos: trissomia simples, translocação e
mosaicismo. N primeira ocorre a não disjunção do cromossomo 21. Sua
incidência é mais comum, acontecendo em 96% dos casos. A segunda se dá
quando um cromossomo do par 21 e outro, ao qual se agrupou, sofrem uma
quebra na sua região central. Não se notam diferenças clínicas entre crianças
com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2% dos casos. O
mosaicismo é a presença de um percentual de células normais (46
cromossomos) e outro percentual com células trissômicas (47 cromossomos).
Ocorre em 2% dos casos (VOIVODIC, 2008 p.39).
Alguns fatores que podem modificar a incidência da Síndrome de Down
como ambientais ou exógenos e endógenos. Nos endógenos, a idade materna
é muito importante. Mulheres mais velhas apresentam riscos maiores de terem
filhos trissômicos, devido ao fato do envelhecimento dos óvulos, o que não
acontece com os espermatozóides, por isso no caso da crescente idade
paterna não há relação direta entre a Síndrome de Down. Quanto aos fatores
ambientais, é evidente o diagnóstico pré-natal.
2.3 Características físicas
É possível para um médico identificar se o bebê tem Síndrome de Down
logo após o nascimento, segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31). O recém-
nascido com esta síndrome apresenta, tipicamente, diferenças na face,
pescoço, mãos e pés, bem como no tônus muscular. Essas características em
conjunto dão início às suspeitas do médico, que geralmente irão solicitar
estudos cromossômicos, para confirmar o diagnóstico.
Estas são algumas características freqüentemente associadas ao
portador da Síndrome de Down. Mas no entanto, nem toda a criança com essa
síndrome que apresenta os mesmos aspectos físicos. O importante até o
momento, é que não se evidenciou qualquer conexão entre o número de
características de Síndrome de Down que uma criança apresenta e a sua
capacidade cognitiva.
2.3.1 Tônus muscular baixo
Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) hipotonia é o nome que se dá ao
tônus muscular baixo, esse caso é muito comum nos bebês com Síndrome de
Down, significa que os músculos são relaxados e dão a sensação de serem
moles. O tônus baixo normalmente afeta todos os músculos do corpo.
O tônus muscular do indivíduo com Síndrome de down será sempre
mais baixo do que das outras pessoas, pois hipotonia não tem cura.
2.3.2 Características faciais
Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.32) a cabeça das crianças com
Síndrome de Down é normalmente menor se comparada com a das outras
crianças, mesmo menor, ainda está dentro da variação normal em relação ao
resto do corpo. A face geralmente pode ser levemente alargada e sua ponta
nasal mais plana do que o normal. Elas possuem narizes menores do que das
outras crianças, por esse motivo as vias nasais podem ser menores e se
congestionarem com mais facilidade.
Seus olhos parecem inclinados para cima, lembrando uma pessoa
oriental. Podem ter também pequenas dobras de pele nos cantos internos,
chamadas de pregas epicântricas.
Sua boca é pequena e o céu da boca pode ser profundo. Quando essas
características são acompanhadas de tônus muscular baixo, a língua pode
parecer grande em relação à boca.
Podemos perceber nos bebês com Síndrome de Down os dentes são
pequenos, de formas incomuns e fora de lugar, nascem com atraso e fora de
ordem. O problema pode continuar, quando os dentes permanentes nascerem.
As orelhas geralmente são pequenas e suas pontas podem ser
dobradas com facilidade. Nos bebês com Síndrome de Down, as orelhas têm
localização levemente inferior na cabeça. As vias auditivas podem ser
menores, podendo tornar-se bloqueadas, causando a perda auditiva.
No seu peso e o comprimento dos bebês com Síndrome de Down
geralmente médio ao nascerem, porém, não crescem com a mesma rapidez
das outras crianças. Na adolescência e na fase adulta há uma propensão à
obesidade.
Suas mãos podem ser menores e seus dedos podem ser mais curtos do
que os de outras crianças. A palma da mão pode ter apenas uma linha
atravessando-a. Geralmente, os pés das crianças com esta síndrome parecem
normais, mas pode existir um grande espaço entre o primeiro e o segundo
dedos dos pés.
O tórax de uma criança com Síndrome de Down pode se afunilado, isto
é, o osso esterno é achatado. Geralmente essas diferenças morfológicas
implicam em problemas clínicos. A pele pode ser manchada, clara e sensível e
os cabelos são, geralmente, finos e lisos.
Podemos ressaltar, que nem todos os bebês com Síndrome de Down
mostram as mesmas características físicas aqui descritas e, além disso,
segundo.
Devido ao fato da criança com Síndrome de Down possuir o
cromossomo 21 extra, ele pode apresentar, de algum modo, características
semelhantes às de outros bebês com Síndrome de Down. Entretanto, como
seu filho também tem 22 pares de cromossomos completamente normais, ele
se parecerá com seus pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias
características singulares.
2.4 Características cognitivas
Segundo (VOIVODIC, 2008 p.42) ao longo dos anos são atribuídas,
erroneamente à pessoa com Síndrome de Down, docilidade, amistosidade,
afetividade e teimosia como características próprias desses indivíduos.
Entretanto, estudos sobre as características das crianças com Síndrome de
Down não permitem traçar um perfil identificador da pessoa.
Conforme descreve ( VOIVODIC, 2008 p.42):
Não devemos esquecer, em nenhum momento, das grandes diferenças existentes entre os vários indivíduos com SD no que se refere ao próprio potencial genético, características raciais, familiares e culturais, para citar apenas algumas e que serão poderosos modificadores e determinantes do comportamento a ser definido como características daquele indivíduo.
No que se diz aspecto cognitivo, a deficiência mental (DM), que é
definida pela Associação Americana de Desenvolvimento Mental como
“condição na qual o cérebro está impedido de atingir seu pleno
desenvolvimento, prejudicando a aprendizagem e a integração social do
indivíduo” (VOIVODIC, 2008, p.43). É considerada uma das características
mais comuns do portador de síndrome de Down, pois ela aprende mais
lentamente e apresenta dificuldades como raciocínio complexo, sendo que, o
grau da Deficiência Mental varia bastante, o que a criança com Síndrome de
Down aprender, será sempre aproveitado. Lembrando que, tanto as habilidades
intelectuais quanto as sociais destas crianças são maximizadas, quando
criadas em um ambiente de apoio, com suas famílias.
Há bastante tempo, a inteligência tem sido analisada por meio de testes
padronizados, que calculam uma medida chamada quociente de inteligência ou
QI, ajuda na avaliação da capacidade da criança para raciocinar, conceituar e
pensar.
Segundo (Gundersen, 2007 p.35), na população geral, há amplos limites
de variação inteligência “normal”, com QI variando de 70 a 130 pontos. Os
indivíduos que têm QI abaixo de 70, isto é, abaixo do limites normais de
inteligência, são considerados portadores de deficiência mental.
Da mesma forma que existe uma diferença para a inteligência “normal”,
existe também uma diferença mental, em graus. Um indivíduo é avaliado como
portador de deficiência mental leve quando o seu QI se situa entre os limites de
55 e 70 pontos. A deficiência mental moderada significa uma variação de QI
entre 40 e 55 pontos. Enquanto, a deficiência mental grave significa uma
variação de QI entre 25 e 40 pontos. Normalmente as crianças com Síndrome
de Down se classificam, em sua maioria, dentro da intensidade de deficiência
mental moderada e leve. Algumas podem apresentar deficiência mental grave,
e outras podem possuir inteligência na intensidade quase normal. As crianças
com Síndrome de Down têm demonstrado avanço significativo nas últimas
décadas, comprova assim, que a inteligência não é determinada
exclusivamente por fatores biológicos, ela pode ser construída ao longo da
vida, por influências ambientais.
O grau de QI apresentado por uma criança com Síndrome de Down não
impede de cuidar de si próprio, realizar um trabalho produtivo e aprender. Um
dos mitos que existem é que uma criança com Síndrome de Down, não
consegue aprender, devido ao QI mais baixo.
É importante lembrar que as crianças com Síndrome de Down
conseguem aprender sim. Elas são capazes de aprenderem a ler e escrever e
podem ser matriculadas em classes comuns durante todo o período escolar. Os
indivíduos com Síndrome de Down têm variação de capacidades, assim como
as pessoas sem deficiência.
2.5 O desenvolvimento
O início dos primeiros anos de vida de uma criança constituem um
período crítico em seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo, e o papel
que a família desempenha nesse período é de fundamental importância
(VOIVODIC, 2008, p.48).
Em um bebê com Síndrome de Down podemos observar que seu
desenvolvimento é mais lento que outros bebês, porém, apesar de mais
dependente, ele estará se desenvolvendo naturalmente no seu dia-a-dia, as
diversas fases e etapas do seu crescimento, ainda que mais devagar que uma
criança com desenvolvimento normal.
Seus pais estão sempre criando expectativas quanto ao
desenvolvimento de seus filhos com Síndrome de Down ou sem deficiência. É
importante saber que há uma ampla variação no que chamamos de
“desenvolvimento normal”. O mais importante é a qualidade do
desenvolvimento. Um bebê com esta síndrome pode aprender a caminhar mais
cedo do que outras crianças e pode aprender a falar mais tarde.
A hipotonia (tônus muscular baixo) contribui para o atraso motor da
criança com Síndrome de Down, que apesar de variar de criança para criança,
pode afetar todos os músculos. Com ajuda de um trabalho psicomotor pode
reduzir bastante os efeitos da hipotonia. Além disso, esses efeitos diminuem
com a idade. O trabalho psicomotor deve ressaltar os seguintes aspectos: o
equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estrutura do esquema corporal, a
orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos posturais e os
exercícios respiratórios.
Nos movimentos como sentar, ficar de pé e andar podem ocorrer mais
tarde e coordenados se comparados com os de uma criança normal,
comprometendo o desenvolvimento de outros aspectos, pois a criança
estabelece seu conhecimento do mundo por meio da exploração do ambiente.
A hipotonia também pode afetar as habilidades relacionadas com a
alimentação e a linguagem, pois os músculos que utilizamos para comer são os
mesmos que usamos para falar. A falta de tônus muscular pode dificultar a
formação da fala ou do movimento no interior da boca.
Algumas mães de criança com síndrome de Down costumam fazer
menos perguntas e mantem o mesmo padrão de conversação com a criança
sendo mais diretas. Por ser a linguagem a área na qual a criança com
Síndrome de Down mostra, geralmente, os maiores atrasos.
(VOIVODIC, 2008 p. 44) esclarece que:
Apesar dessas dificuldades, a maioria das pessoas com SD fazem uso funcional da linguagem e compreendem as regras utilizadas na conversação, porém as habilidades comunicativas são bastante variáveis entre elas.
O desenvolvimento da fala e da linguagem durante os primeiros anos de
vida da criança pode sofrer um atraso, também, resultado de deficiência
auditiva e do próprio efeito da Síndrome de Down no desenvolvimento cognitivo
do indivíduo.
É possível perceber o desenvolvimento da criança na sua forma de
brincar. O modo de brincar da criança com Síndrome de Down segue o mesmo
padrão das crianças de modo geral, com algumas diferenças. Por conta da
pouca habilidade motora, as crianças com esta síndrome exploram e
manipulam menos, demonstrando, geralmente, uma atividade lúdica apropriada
ao seu nível cognitivo (VOIVODIC, 2008 p.45).
Essas crianças com Síndrome de Down apresentam pouca ligação com
o ambiente, pois passam muito tempo brincando sozinhas ou assistindo
televisão. Para Casarin,1999 (VOIVODIC, 2008, p.45), este isolamento talvez
se deva ao esforço que elas precisam fazer para formar um quadro coerente do
mundo em que vivem e adaptar-se a uma situação de que têm total controle.
Um outro fator que se relaciona com o desenvolvimento da criança com
Síndrome de Down é a flexibilidade articular. Quando as articulações são
muitos flexíveis, são chamadas de hiperextensíveis. Por isso, os quadris e as
pernas de crianças com síndrome de Down giram facilmente para fora ou que
as podem curvar-se na cintura mais naturalmente do que outras crianças. Essa
flexibilidade compromete o desenvolvimento motor que está profundamente
ligado ao tônus muscular baixo.
Sua resistência para a execução de atividades físicas costuma ser baixa
nas crianças com Síndrome de Down, podendo ser causada por um problema
cardíaco ou pela hipotonia, ou por ambos. Isso pode ser observado, quando a
criança, depois de tarefas simples, cansa-se rapidamente. A baixa capacidade
de resistência pode atrasar o desenvolvimento motor e diminuir a qualidade de
algumas habilidades.
Nas sensações de tato, textura e temperatura também causam
problemas de desenvolvimento nas crianças com síndrome de Down, pois elas
podem reagir de forma exagerada às sensações, interferindo, assim, na
exploração do mundo, alimentação e administração da rotina (GUNDERSEN,
2007 p.110).
2.6 A vida familiar
Toda criança com Síndrome de Down pode e deve fazer parte da família
naturalmente como qualquer criança, não ser o centro dela. Não deve dominar
a vida familiar, por ser uma criança especial. Essa situação não é bom para a
família, nem para a criança.
A convivência de cada familiar com a criança com Síndrome de Down é
um reflexo das atividades dos pais. Quando esses demonstram seus
sentimentos de afeto e encaram as adversidades de maneira positiva, os
outros membros da família também fazem o mesmo.
É importante os pais manter os outros filhos informados que o irmão ou
a irmã tem Síndrome de down, pois as crianças têm capacidade de amar o
irmão ou a irmã incondicionalmente.
Essa criança com Síndrome de Down deve ser integrada ao estilo de
vida da família. Ela pode participar das atividades diárias da família como ir à
piscina, ao supermercado, aos restaurantes. Pode participar de atividades
comunitárias, como esporte, aulas de arte, ir à igreja, entre outras.
Sua educação pode ser feita em sala de aula comum com outras
crianças, possibilitando a aprendizagem a partir do exemplo dos alunos das
classes normais.
2.6.1 Expectativa
Todas as crianças com Síndrome de Down nascem com várias
capacidades físicas e intelectuais. Tais capacidades não são iguais as de
outras crianças, mas é impossível antever o potencial completo de qualquer
criança, em tenra idade.
Não podem ser criadas expectativas no vácuo e nem baseadas em
estereótipos. As expectativas devem ser as mais realistas possíveis, focando
um futuro bem próximo e estabelecendo objetivos de curto prazo, e é
necessário que os pais se empenhem, o que (GUNDERSEN, 2007, p.115)
descreve de forma:
[...] obter o delicado equilíbrio entre uma avaliação realística do desenvolvimento do seu filho e o prognóstico fatalista de seu baixo desempenho. Principalmente, garantam que ele leve uma vida feliz e proveitosa, proporcionando-lhe apoio e treinamento desde os primeiros anos de vida.
2.6.2 Os limites
Toda criança e também a portadora de Síndrome de Down necessita de
disciplina, como qualquer criança precisa, que é de responsabilidade dos pais.
Um bom comportamento significa segurança, integração social e a educação
para qualquer indivíduo.
Não é muito fácil impor disciplina com uma criança que apresenta
deficiência mental. Entretanto, é importante que a disciplina seja aplicada
consistentemente. As crianças com Síndrome de Down necessitam saber seus
direitos e deveres na sociedade e o que não é em todas as situações, caso
contrário, elas sempre serão dependentes de outras pessoas.
No seu desenvolvimento social as crianças com Síndrome de Down é
freqüentemente superior ao seu nível de desenvolvimento cognitivo. As
crianças com esta síndrome devem receber todas as oportunidades para
serem vitoriosas na vida, assim como as outras crianças. Limites devem ser
estabelecidos e os reforços devem ser consistentes, enfatilizando aspectos
positivos. Elogio e afeto são sempre recomendados para motivar um bom
comportamento (GUNDERSEN, 2007 p.115).
2.6.3 A independência
Uma criança com Síndrome de Down deve ser tratada de modo mais
natural possível, apesar de apresentar uma aparência vulnerável. Essa criança
precisa aprender a ter independência e responsabilidade.
Já bem pequena a criança com Síndrome de Down pode aprender como
se vestir e se alimentar sozinha. Ela deve ter oportunidades de fazer coisas por
sua própria conta.
Essa criança deve ser exposta a novas situações, para que possa
descobrir o que é novo e diferente. A criança com Síndrome de Down pode ser
bem sucedida em qualquer tarefa que lhe peçam para fazer, inclusive
atividades domésticas, e de acordo com (VOIVODIC 2008, p.53-54)
A rotina de atividades da vida cotidiana na família dão à criança
oportunidades para aprender e desenvolver-se através, da participação
conjunta, da realização assistida e de tantas outras formas de aprendizagem.
É importante lembrar que a educação é um direito garantido a todos,
assim diz a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 205:
A educação, direito de todos, e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Então, é necessário cumprir esse direito e levar a educação a todos sem
distinção, inclusive as pessoas com deficiência. E para isso, esses indivíduos
devem ser atendidos em escolas comuns, juntamente como outros alunos.
CAPÍTULO III
A DIDÁTICA DO ENSINO DE ARTES NA ATUALIDADE
Neste último capítulo analisaremos o ensino e a contribuição das artes
no contexto escolar com alunos especiais.
O ensino de artes vem se aprimorando a cada dia, pois deixa de ser
pautado no tradicionalismo da repetição e desenhos prontos, para novos
parâmetros a criação. De acordo com os Pcns. Parâmetros Curriculares
Nacionais o ensino de artes precisa ser um ensino pautado na liberdade de
criação, em aulas ricas e de qualidade que transforme o aluno em sujeito do
processo. A tendência da nova era foi iniciada por Vygotsky com o
sociointeracionismo, e contribuindo assim para o aluno com deficiências, como
a síndrome de down, proporcionando este aluno a abstrair, refletir sobre o que
está aprendendo, ou seja transcender o seu interior e criar, extrair o que é mais
importante naquele momento. A aprendizagem assim acontece de uma forma
clara e concisa.
As técnicas mais utilizadas no ensino de artes hoje em dia são do
pontilhismo, mosaico, geométrico, as estruturas das cores, desenho cego ,
todas técnicas de artes de criar a partir da composição expressiva.
Na aprendizagem do aluno com síndreme de down são observados a
questão da paciência, a coordenação motora com os recortes e colagens, com
os desenhos, a criação e o que ela quer passar através do desenho. São
utitizados diversos materiais que deixam os alunos com síndrome de down
fascinados.
3.1- As metodologias do ensino de Artes
Destacando as metodologias mais comuns no ensino de Arte. O ensino
de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as
principais tendências da área.
TRADICIONAL
Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década
de 1950. Ainda está presente em muitas escolas.
Foco Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais,
coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto
final.
Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos e
memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento.
Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A
turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de
artistas consagrados.
Livre expressão
Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da
Escola Nova.
Foco O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a
experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do
aluno durante as atividades em classe.
Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo
ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe
corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas
para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações
internas.
SOCIOINTERACIONISTA
É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a
relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas
surgiu na década de 1980.
Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro
linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.
Estratégia de ensino A experiência do aluno e o saber trazido de fora da
escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação
entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção (fazer e
desenvolver um percurso de criação), apreciação (interpretar obras artísticas) e
reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão, não
deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo
do ano letivo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam o ensino da arte em
Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), de modo que os utilize nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e contextualize-os culturalmente. Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, sabendo receber e elaborar críticas. Identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas. Identificar, investigar e organizar informações sobre a arte, reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias. Pesquisar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, obras de arte, fontes de comunicação e informação, (Brasil, 1998, p. 48).
Neste sentido o papel do professor de artes de crianças e jovens com
síndrome de down será o de levá-los a descobrir, através da arte,
possibilidades e habilidades num mundo que, no início, se apresenta de uma
forma muito restrita, e ensiná-los a expressar seus sentimentos, emoções,
criatividade e imaginação.
O ensino de arte é muito importante na medida em que ajuda a formar
um sujeito criador, reflexivo, crítico, inovador, capaz de encontrar soluções para
problemas e que saiba trabalhar em equipe. Isso exige dos professores e
professoras de artes entendimento, conhecimento e planejamento dos
conteúdos específicos da área a partir das individualidades dos seus alunos e
alunas. Sempre será importante criar um ambiente onde eles se sintam bem
para expor seus pontos de vista, mostrar suas criações e construir uma
imagem positiva de si mesmo como conhecedor e produtor de arte. Para que
um estudante se situe no mundo como agente transformador é necessário que
esteja confiante em relação às suas produções, o que só vai acontecer na
medida em que realmente estiver aprendendo. Através dos trabalhos dos
estudantes, pelo que eles produzem de resposta estética, criativa e crítica a
partir dos estudos propostos, podemos perceber se estamos produzindo
mudanças significativas neles.
No caso da síndrome de down, sabemos que estes estudantes
apresentam algumas limitações de aprendizagem, dependendo da gravidade
da doença. Neste contexto, a arte assume o papel de facilitadora desta
aprendizagem, possibilitando que eles desenvolvam a autoestima e formas de
expressão de ideias e sentimentos que estimulem a imaginação, a memória, o
raciocínio e a coordenação motora. Durante muito tempo estas crianças e
jovens foram excluídos da sociedade, algumas vezes por proteção, outras por
abandono. Mas, a partir do momento em que assumimos o compromisso de
uma escola inclusiva, é preciso oferecer oportunidades e o apoio necessário
para que estes indivíduos venham a ter uma melhora significativa na sua
qualidade de vida e inclusão social. É neste sentido que o universo da arte
pode ajudar, pois os estudantes com síndrome de down percebem, através da
arte, que possuem habilidades, sentimentos, desejos e opiniões como qualquer
outra pessoa, apesar das suas limitações.
Defendo a ideia de que não é necessária a modificação curricular de
Educação Artística para estudantes com síndrome de down, mas sim uma
adequação dos objetivos em determinadas unidades de trabalho. Assim, eles
participam da mesma aula, fazem leitura de imagens, são desafiados a
contextualizar na medida da sua compreensão e fazem arte. Claro que estes
alunos e alunas apresentam um desenvolvimento mais lento e, por vezes,
ficam um longo período na mesma etapa, sem progresso aparente. Devemos
entender que tudo é processo e o professor precisa ter o olhar muito sensível
para perceber e valorizar as pequenas conquistas, os pequenos avanços.
Quanto maior o número de atividades artísticas, mais habilidades eles
conquistarão: coordenação motora, reconhecimento de texturas, formas,
tamanhos, cores, estabelecimento de relações entre teoria e prática. Além do
olhar atento, é preciso calma e cautela para saber quando e como fazer
intervenções, sem provocar ansiedade e queda na autoestima.
Se os professores dos portadores de Síndrome de Down estiverem esse
olhar para seus alunos, percebendo a importância de valorizar pequenas
conquistas através das diferentes possibilidades de fazer arte, pode mudar
muito a vida desses individuo. A partir das diversas técnicas de criar com a
arte, ele pode se sentir mais seguro, independente e expressar seus
sentimentos.
Diante desta premissa de ensino o professor precisa criar vínculos com
seus alunos e atentar para diferenciar a forma de ensinar, principalmente
interessar por trabalhar as dificuldades, que devem ser entendidas como
desafios a serem vencidos, começando a partir do cotidiano dos alunos. Se o
aluno percebe que tem dificuldades para aprender, começa a apresentar
desinteresse, irresponsabilidade e ás vezes torna-se agressivo, pois sente que
algo está lhe causando sofrimento para aprender. A causa do sofrimento
precisa ser identificada para tratar o problema. Aí entra a ação da do professor
reflexivo, comprometido, onde rever a sua prática fazendo uma auto avaliação
do processo de ensinar, é uma questão mais complexa, onde muitos fatores
podem interferir e causar transtornos de aprendizagem para muitos alunos, tais
como os problemas de relacionamento entre professores e alunos, o tipo de
metodologia de ensino utilizada pelo professor, conteúdos fora da realidade do
aluno, falta de intervenção da supervisão pedagógica, outros.
Sabemos que a relação professor aluno pode tornar o aluno capaz ou
incapaz e se o professor demostra-se despreparo, com certeza vai transferir
toda sua insegurança e consequentemente provoca no aluno sérias
dificuldades de aprendizagem, principalmente ao aluno especial.
A confiança e o vínculo que o professor estabelece com o aluno é
fundamental para o desenvolvimento de qualquer aluno, principalmente para o
síndrome de down, pois a confiança e a afetividade consegue criar uma relação
em busca de uma aprendizagem significativa para o aluno e um ótimo
desenvolvimento a partir disso.
No atendimento ao aluno com síndrome de Down podemos destacar
algumas técnicas abaixo como:
Pintura Fundo
Figura 1 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com
Desenho Cego
Figura 2 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com
Pontilhado
Figura 3 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com
Mosaico
Figura 4 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com
Geométicos
Figura 5 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com
Podemos perceber que apesar da deficiência a representação por
imagens proporciona a liberdade e a criação efetiva da aprendizagem.
Analisamos que o trabalho com os alunos especiais precisa ser feito com as
habilidades que eles possuem, não pela falta, o que eles não conseguem fazer,
trabalhando suas habilidades conseguimos abordar várias coisas que eles
precisam aprender, a aprendizagem assim torna-se completa e o
desenvolvimento desses alunos só podem crescer. Verificamos que através da
artes o aluno com síndrome de down demonstra que através do desenho ele
consegue responder o que proposto e se fosse utilizar a escrita não
conseguiria expressa-se bem e através da confiança que o professor tem com
o aluno descobrindo pouco a pouco seus pontos fortes poderia focar seu
planejamento de modo que a aprendizagem fosse significativa utilizando os
recursos da realidade do aluno.
O que nos leva a refletir que a compreensão efetiva da aprendizagem
significativa só poderá ser atingida através de sua prática. Com professores
que queiram realmente mudar suas posturas, inovar, desafiar e redimensionar
ações.
CONCLUSÃO
A finalizar esta reflexão de um ensino com práticas inclusivas podemos
perceber a importância de um sistema mais democrático e igualitário onde o
respeito é fundamental. Faz-se necessária a mudança de prática de ensino e
assim a reflexão realizada a partir da análise de vários textos de diferentes
autores e seus respectivos estudos, podemos compreender sobre alguns
aspectos importantes e as reais possibilidades de sucesso dos alunos com
necessidades especiais, exigindo assim uma ação pedagógica de natureza
inclusiva. Sabemos que a implementação da Educação inclusiva não é tarefa
fácil, pois o professor terá que garantir o aprendizado de todos os alunos com
necessidades educacionais diversas e dos demais no contexto de suas
atividades diárias e do planejamento para a turma como um todo. Para isso
faz-se necessário, em todas as escolas o desenvolvimento de programas de
capacitação que orientem o trabalho desses professores, na perspectiva da
diminuição da dificuldade relativa aos procedimentos dos professores diante
das carências dessas crianças, na escola inclusiva.
Mas não podemos esquecer que trabalhar com as crianças especiais e
uma oportunidade do professor rever sua prática, num mundo onde as crianças
são antenadas a tudo, o professor precisa estar atualizado e renovar sua
didática, diversificar a maneira de ensinar, utilizando recursos auxiliares que
desenvolvam a aprendizagem não só dos alunos especiais, mas também dos
normais.
Neste sentido podemos destacar que quando se trata de inclusão em
nossa sociedade o assunto é de grande importância, mas que requer mudança
de atitude e muita informação para que realmente aconteça.
As diferenças existe em nossa sociedade, aceitar a inclusão antes de
tudo é saber conviver com as diferenças e respeitá-las.
Tanto na educação e outras áreas da sociedade que vivemos são
responsáveis pela mudança de comportamento da sociedade, pois através de
informações sobre a deficiência é que pode se combater o preconceito.
A inclusão é importante para aproximar e integrar as pessoas que são
vista como anormais, essa aproximação faz muita diferença não somente na
vida da pessoa que foi inclusa, mas também na vida de todos envolvidos que
aceitou a inclusão em sua vida.
Para fazer acontecer a inclusão e deixe de ser um sonho, todas as
pessoas com algum tipo de deficiência deverá ter as mesmas oportunidades,
em todas as áreas, seja na educação ou no trabalho e em tudo que vivemos na
sociedade.
Sabemos que a inclusão é uma idéia antiga, mas ainda precisa
amadurecer nas mentes de todos nós pais, educadores, governantes, antes de
tudo é preciso ter consciência que o problema existe não ignora-lo, conviver e
torna-lo parte de nossas vidas como algo natural na sociedade.
É importante saber que quando aceitamos o diferente, estamos
deixando de ter medo de mudanças, perceber que com essas diferenças
podemos aprender com o novo e passar a ser uma troca de conhecimento e
não caridade.
Essas mudanças de comportamento e de pensamento na sociedade
necessária para inclusão só serão satisfatórias quando descobrirem o quanto
essas diferenças compartilhadas são importantes para a aprendizagem e
crescimento na sociedade.
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