UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola...

41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A ARTE PARA OS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN Por: SOLÂNIA MARIA FRAGA CORRÊA Orientador: Profª. NARCISA MELO Rio das Ostras 2015

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola...

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A ARTE PARA OS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Por: SOLÂNIA MARIA FRAGA CORRÊA

Orientador: Profª. NARCISA MELO

Rio das Ostras

2015

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A ARTE PARA OS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Arte em educação e Saúde

Por: SOLÂNIA MARIA FRAGA CORRÊA

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu marido, minhas

filhas por estar sempre presente em minha vida

e a Deus que me dar sempre força para

crescer a cada dia.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha família e

amigos que estão sempre me

incentivando.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

RESUMO

O ensino de Artes tem cada vez mais sido discutido nos dias atuais pois

contribui para os alunos mais criativos e inventivos, quebrando os paradigmas

de ensino tradicional repetitivo e pronto. Neste sentido também o ensino de

artes vem se destacando com os alunos especiais, principalmente o síndrome

de down. O portador de Síndrome de Down tem sido constantemente debatido

no Brasil, por vários setores da sociedade: professores, educadores, mídia,

entre outros. Temos uma lei brasileira que já garante a inserção de alunos com

necessidades educacionais especiais no ensino regular, porém esse direito

ainda é muito discutido nas escolas brasileiras por diversos fatores. Com esse

trabalho podemos esclarecer esses fatores através de pesquisa bibliográfica,

constituída principalmente com informações contidas em livros, revistas, jornais

e artigos da internet como o ensino de artes está contribuindo para uma

aprendizagem significativa do aluno especial e a importância da arte na vida

deles. A investigação objetivou refletir sobre a inclusão dos alunos com

Síndrome de Down no espaço escolar e na sociedade, contribuindo para que

ela ocorra de forma natural, ajudando a combater todos os preconceitos.

Podemos ver que pelo resultado obtido mostra a falta de conhecimento geral

da sociedade para atender a inclusão de forma satisfatória, que é direito e

dever de todos.

Palavras-chave: Inclusão, Síndrome de Down, Ensino regular, Arte.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

METODOLOGIA

Foi um trabalho desenvolvido a partir da pesquisa, bibliográfica, constituído principalmente com informações contidas em livros e artigos da internet como autores, Maria Antonieta M. Voicodic, Maria Teresa Eglér Mantoan, Demerval Saviani e observações de Miriam Walber Viana professora de artes e teatro, pós-graduada em Educação Inclusiva com informações com diálogo com professores de escolas públicas que discutem suas experiências.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A LEGISLAÇÃO E O DIREITO DO ALUNO ESPECIAL NA

ESCOLA REGULAR 10

CAPÍTULO II- A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN 17

CAPÍTULO III- A DIDÁTICA DO ENSINO DE ARTES NA

ATUALIDADE 29

CONCLUSÃO 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

INTRODUÇÃO

A educação inclusiva atualmente propõe que todas as pessoas com

necessidades educativas especiais sejam matriculados na escola regular;

baseando se no princípio da educação para todos, seja qualquer deficiência.

Diante disso, este trabalho verificou a necessidade de discutir a contribuição

do ensino de artes para o aluno com síndrome de down como uma proposta

pedagógica na busca da inclusão.

A escolha do tema espera-se esclarecer já que era uma vontade de

aprofundar meus conhecimentos a respeito de um tema tão complexo, onde o

despreparo dos professores em lidar com alunos especiais e a prática

pedagógica tradicional reflete nas dificuldades de aprendizagens dos alunos

especiais ou não.

O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todos os

educandos devem aprender juntos; independente de qualquer dificuldade ou

diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades e

acomodando vários estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando uma

educação de qualidade a todos.

A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos

os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um

motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores

busquem o aperfeiçoamento de suas práticas. É uma inovação que implica

num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria

de nossas escolas de nível básico. Hoje, muito se há discutido sobre as

barreiras existentes contra a inclusão de crianças portadoras de necessidades

educacionais diferenciadas nas classes regulares da rede de ensino em busca

de ações que viabilizem tal fato.

Além da falta de uma proposta político pedagógica adequada à

sociedade inclusiva, as escolas ainda apresentam barreiras arquitetônicas e

atitudinais em relação ao acesso das pessoas portadoras de necessidades

educacionais especiais a classes regulares de ensino. A maior destas atitudes

é o descaso ou despreparo dos profissionais regentes de turma, que por muitas

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

vezes, mesmo sem querer, acabam por disseminar o preconceito ao invés de

propor atitudes e atividades que o combatam, não somente dentro de sala, mas

na sociedade como um todo.

Neste contexto, o objetivo geral deste trabalho discutir a didática do

professor em sala de aula e compreender as práticas pedagógicas que

auxiliam a aprendizagem das crianças com necessidades especiais,

principalmente o aluno com síndrome de down. Os objetivos específicos são

conhecer como o ensino de artes contribui no processo de ensino

aprendizagem, analisar o atendimento educacional especializado diante de

pesquisas bibliográficas de autores que relatam os atendimentos na sala de

recursos multifuncional.

Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizados recursos

bibliográficos de autores especializados no assunto, levantadas por meio de

livros diversos, artigos científicos, revistas técnicas e internet.

Este trabalho foi dividido em três capítulos, sendo o primeiro a

educação especial e suas leis, numa nova perspectiva de uma escola para

todos. O segundo capítulo descreve os aspectos físicos, emocionais e

cognitivos do desenvolvimento da criança com Síndrome de Down e o terceiro

capítulo a didática do ensino de artes em sala de aula e no atendimento

educacional especializado em salas multifuncionais como contribuição de

desenvolvimento para o aluno com síndrome de down.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

CAPÍTULO I

A LEGISLAÇÃO E O DIREITO DO ALUNO ESPECIAL NA ESCOLA

REGULAR

Discutiremos neste capítulo a legislação da Educação Especial em

especial o aluno com Síndrome de Down. A legislação em educação especial

partiu da necessidade de uma política de educação especial e começou a ser

delineada em 1972 quando foi constituído pelo Ministério de Educação e

Cultura ( MEC) um grupo de Tarefa de Educação Especial e juntamente com

o especialista James Gallagher, que veio ao Brasil a convite desse grupo, foi

apresentada, a primeira proposta de estruturação dessa modalidade de

educação no Brasil, com objetivo de centralizar e de coordenar as ações de

políticas educacionais.

1.1 - Leis e a Constituição Brasileira

Neste subcapítulo abordaremos a importância da constituição de 1988

para a educação do nosso País e as leis que permeiam a educação

inclusiva como direitos e a sala de AEE. (sala de recursos multifuncionais

ao atendimento educacional especializado.)

A Constituição Brasileira de 1988 assegura:

A cidadania e a dignidade da pessoa humana (artigo 1°, inciso II e III) e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção de bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (artigo 3°, inciso IV).

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

A Constituição Brasileira procura promover a igualdade entre todos,

sendo que “o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a

garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da

criação artística, segundo a capacidade de cada um”. (artigo 208°, V)

A escola, respeitando os princípios da Constituição, deve garantir a

todos os seus alunos, sem exceção, os seus direitos preservados por lei. Com

isso, também ficam respaldados os direitos dos alunos deficientes.

A Educação Especial foi criada em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDBEN) como sendo “uma modalidade educacional

inserida na Educação Básica e Superior”. (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, n° 9.394/96). Esta procura oferecer às escolas comuns um

complemento de apoio à Educação dos alunos com necessidades

educacionais especiais. Nunca procurou substituir a obrigatoriedade em manter

os alunos deficientes em escolas comuns da rede regular de ensino.

Percebe-se que, quanto a formação dos professores para atendimento

destes alunos deficientes as discussões continuam a ser levantadas tanto pela

educação especial, como pela educação regular. No Parecer de nº 252/69, que

regulamentou o curso de Pedagogia, e o de Nº 295, se estabeleceu que a

formação desses professores, para a Educação Especial, passou a ser

incumbência do Ensino Superior. Porém, somente na promulgação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, (LDB ) de 9394 /96, vai dedicar o seu capítulo

V, do artigo 58, estabelecendo que “o sistema de ensino assegurarão ao

educando com necessidades educativas especiais: professores com

especialização adequada em nível médio ou superior para atendimento

especializado” bem como professores de ensino regular capacitados para a

integração desses alunos incluídos em classes regulares”, o que até hoje

podemos constatar que não está sendo cumprido de fato.

Falando de atendimento educacional especializado, podemos analisar o

documento “Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência

(síndrome de Down)” o ensino especializado refere-se a um atendimento

educacional especializado, ele decorre de uma nova visão da educação

especial, uma condição para o sucesso da inclusão dos alunos com deficiência.

Este atendimento existe para que os alunos possam ultrapassar as barreiras

causadas pela deficiência.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Mas podemos constatar que as barreiras da deficiência do síndrome de

down diferem muito das barreiras encontradas nas demais deficiências.

Tratam-se de barreiras quase intransponíveis: maneira de lidar com o saber em

geral, e que se refletem predominantemente na construção do conhecimento

escolar.

Após a Declaração de Salamanca vários aspectos puderam ser

mudados, não só porque ela além de tratar do aspecto da terminologia, ela

proclama ainda que, as escolas regulares inclusivas devem atuar como meio

eficaz de combate à discriminação e determina que as escolas, devem acolher

todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais

ou linguísticas. BRASIL (1995, p.17).

Conforme as indicações legislativas brasileira, o Atendimento

Educacional Especializado (AEE) se apresenta como proposta pedagógica

escolar, envolvendo a participação da família e sendo realizado em articulação

com as demais políticas públicas. O AEE complementa a formação do aluno,

com serviços, recursos de acesso e estratégias que eliminam as barreiras para

sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.

Prioritariamente, o AEE é realizado na sala de recursos

multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no

turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns,

podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional

Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou

filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação.

Bürkle (2010, p.51, 54) nos aponta para a concepção de não

agrupamento de alunos por deficiência ou especificidade e que o atendimento

a todos os alunos, independente de suas necessidades especiais / condição

intrínseca (deficiência, transtorno global de desenvolvimento e alta habilidade)

será feito por um único professor que deverá ter formação específica para

atender a todas as demandas:

O Atendimento Educacional Especializado é uma modalidade da Educação Especial que perpassa todos os níveis de ensino e tem o objetivo de assegurar a todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação/altas habilidades serviços, recursos e estratégias específicas que garantam um

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

processo de escolarização nas turmas regulares de qualidade, além de sua interação no contexto educacional, social e cultural.

Na atual visão, o amparo legal que assegura o direito da pessoa com

síndrome de down o acesso ao atendimento educacional especializado em

turno oposto ao que frequenta a turma comum é expresso pela Resolução nº 4,

de 2 de outubro de 2009: Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o

Atendimento Educacional Especializado, tendo premissas específicas

indicadas no documento Atendimento Educacional Especializado: Aspectos

legais e orientações Pedagógicas incitando a escola comum ao desafio

acolhedor de mudança de paradigma, modificação de posturas e práticas

pedagógicas abrigando sempre percepções amplas de habilidades,

inteligências e potenciais reconhecendo o valor de todos e de cada um dentro

dos mesmo espaços de convívio e aprendizagens não perdendo de vista o

objetivo de construção real de conhecimentos e experiências. Reconhecendo

que os alunos com deficiência mental, especialmente os casos mais severos,

são os que forçam a escola a reconhecer a inadequação de suas práticas para

atender às diferenças dos educandos.

Necessário se faz ponderar sobre um norteador fundamental no âmbito

escolar: o currículo considerado como suporte alimentador e provedor da

organização escolar como um todo, assumindo assim caráter político-filosófico,

antes que puramente técnico - pedagógico como pareça ser visto no senso

comum.

Saviani fala acerca do conceito de currículo de forma ampliada e

aplicada diretamente com vistas à formação completa do educando:

“Currículo é entendido comumente como a relação das disciplinas que compõem um curso ou a relação dos assuntos que constituem uma disciplina, no que ele coincide com o termo programa. Entretanto, no âmbito dos especialistas nessa matéria tem prevalecido a tendência a se considerar o currículo como sendo o conjunto das atividades (incluído o material físico e humano a elas destinado) que se cumprem com vistas a determinado fim. Este pode ser considerado o conceito ampliado de currículo, pois, no que toca à escola, abrange todos os elementos a ela relacionados. Poderíamos dizer que, assim como o método procura responder à pergunta: como se deve fazer para atingir determinado objetivo, o currículo procura responder a pergunta: o que se deve fazer para atingir determinado objetivo. Diz respeito, pois, ao conteúdo da educação e sua distribuição no tempo e espaço que lhe são destinados”.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Alguns referenciais analíticos do atrelamento educação e currículo são

elevados por Moraes (2002) entre os quais:

Educação como peça coordenada com elementos conjunturais da sociedade;Educação focada no aluno com processos de aprendizagem não apenas direcionados ao desenvolvimento de aspectos cognitivos, como também nos psicológicos, afetivos, emocionais, socioculturais e interacionais;Conhecimento de que fontes de informação, de solução de problemas, de investigação, de crítica são oriundas não apenas das experiências escolares, como principalmente das interações dos sujeitos educacionais com o meio ambiente, considerando suas experiências de vida e do seu saber informal ou cultural. Os conteúdos programáticos são apenas uma parte do saber, e se incorporam aos que os alunos já trazem da vida vivida.

A noção de currículo sempre esteve, de acordo com a história, ligada à

idéia de prescrição, ordenação e controle, cuja força ainda é sentida

concretamente nas práticas da educação atual, atribuindo lhe uma

característica formal e burocrática, que prepondera sobre aspectos dinâmicos,

inovadores e transformadores.

O currículo praticado em nossas escolas deve então ser mais amplo que

qualquer “documento”. O currículo, na prática, é a consequência de se viver

uma experiência e um ambiente prolongado que propõem/impõem todo um

sistema de comportamentos valores e não apenas conteúdos de conhecimento

similar.

1.2- EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO

Este subcapítulo revela a urgência de uma inclusão efetiva nas escolas

e os parâmetros que perpassam no sistema público de ensino.

O acesso e condição de permanência na escola são ao mesmo

tempo respeito aos direitos e agente prático e cotidiano na modificação e

constituição de políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade

para todos os alunos. Durante este processo de convivência dá se inicio ao

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

procedimento de mudança estrutural e cultural da Escola a fim de contemplar a

diretriz de superação da lógica de exclusão e a garantia de que todos os alunos

terão suas especificidades atendidas.

No Brasil em termos de legislação, somente a partir da década 90

com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Declaração Mundial de

Educação para Todos e a Declaração de Salamanca há influências autênticas

e factíveis na formulação de políticas públicas da educação inclusiva em

concordância com a Convenção sobre os Direitos das pessoas com deficiência.

A prática escolar definida por meio de diagnósticos médicos,

amplamente habitual em ações de gerências escolares até pouco tempo, aliada

a adoção de barreiras que impedem o acesso à escolarização, contrapõe se a

valorização dos diferentes potenciais de aprendizagem fomentados pela

Convenção de Guatemala.

Incluir na escola brasileira exige repensar à maneira de condução

das ações pedagógicas, respeitando diferenças, construindo oportunidades de

descobertas de habilidades, capacidades e potencialidades, oferecendo assim

reais condições para que todos os alunos, não apenas os deficientes

participem ativamente no ambiente escolar, e considerando a contribuição

deixada por essa produção.

A inclusão provoca uma crise de identidade institucional que, por sua

vez, abala a identidade fixada em modelos ideais permanentes, essenciais. O

direito à diferença nas escolas desconstrói os sistemas de significação escolar

excludente, normativo, elitista, com suas medidas e mecanismos de produção

da identidade e da diferença e passam a “impor” uma estrutura calcada no

enfrentamento de circunstâncias e adversidades como desafios a serem

superados.

Segundo Carvalho (2007 p. 67) Com esses significados podemos

considerar o atendimento especializado tanto do ponto de vista de quem o

oferece – o profissional que se especializa – como do ponto de vista do sujeito

que o recebe e que, como indivíduo, é um ser particular, singular em seus

interesses, em suas características pessoais e sociais. Servem como exemplos

– no caso dos profissionais – os professores que se especializam para

trabalhar em educação infantil; no Ensino Fundamental de primeira a quarta

séries; ma educação de jovens e adultos ou no atendimento a cegos, surdos,

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

com paralisia cerebral, com autismo... E, no caso dos sujeitos que recebem o

atendimento educacional especializado eles são os próprios aprendizes,

valorizados em suas particularidades.

Mas com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica, que visam a inclusão: entende-se que todo e qualquer aluno

pode apresentar, ao longo de sua aprendizagem, alguma necessidade

educacional especial, temporária ou permanente, vinculada ou não aos grupos

já mencionados:

1. Educandos que apresentam dificuldades acentuadas de

aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o

acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:

1.1. aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;

1.2. aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou

deficiências;

2. Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais

alunos, particularmente alunos que apresentam surdez, cegueira, surdo-

cegueira ou distúrbios acentuados de linguagem;

3. altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem

que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as

atitudes.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

CAPÍTULO II

A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN

O desenvolvimento da criança com síndrome de down e suas

especificidades

Qualquer criança precisa de cuidados especiais. A criança com

Síndrome de Down também. Observar o desenvolvimento de uma criança é

muito compensador, assim como acompanhar o desenvolvimento de uma

criança com síndrome de Down. A criança com Síndrome de Down faz tudo

como qualquer outra criança ri, chora, faz pirraça, brinca, precisa de muito

carinho e atenção.

Nesse caso, é necessário a busca de informações para entender melhor

o significado da Síndrome de Down, para que se possa deixar todos os mitos e

vencer os medos de uma só vez.

2.1 Breve histórico

Neste subcapítulo aprenderemos mais sobre a criança com Síndrome de

down e seu comportamento

Podemos dizer que segundo (GUNDERSEN, 2007 p.30) em 1959, o

geneticista francês Jérôme lejeune obteve a identificação do cromossomo

excedente e percebeu que este se ligava ao par 21, daí o termo Trissomia 21.

Até então, os portadores de Trissomia 21, eram conhecidos como mongolóides,

em referência aos traços físicos dos mongóis. Essa denominação começou a

ser usada a partir de 1866, quando o médico inglês John Langdon Down

apresentou as características do portador da Trissomia 21. Acreditava-se,

naquela época, em diferença entre raças e, segundo o dr. John, os mongóis

eram considerados seres inferiores. Como forma de homenagear o dr. John

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

lngdon Down, a anomalia foi denominada Síndrome de Down.

2.2 O que é Síndrome de Down?

Neste subcapítulo discutiremos o que é síndrome de down e o que esta

deficiência causa.

Segundo (Voivodic, 2008 p.39) A Síndrome de Down significa, que o

bebê tem um cromossomo extra em cada uma de suas milhares de células. Em

vez de 46, ele tem 47 cromossomos.

Atualmente, nascem milhões de crianças com Síndrome de Down no

mundo, ocorrendo igualmente em meninos e meninas. É um dos defeitos

congênitos mais comuns na humanidade, apresentando-se em todas as raças,

grupos étnicos, classe socioeconômicos e nacionalidades.

A Síndrome de Down pode ser causada por três tipos de

comportamentos cromossômicos: trissomia simples, translocação e

mosaicismo. N primeira ocorre a não disjunção do cromossomo 21. Sua

incidência é mais comum, acontecendo em 96% dos casos. A segunda se dá

quando um cromossomo do par 21 e outro, ao qual se agrupou, sofrem uma

quebra na sua região central. Não se notam diferenças clínicas entre crianças

com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2% dos casos. O

mosaicismo é a presença de um percentual de células normais (46

cromossomos) e outro percentual com células trissômicas (47 cromossomos).

Ocorre em 2% dos casos (VOIVODIC, 2008 p.39).

Alguns fatores que podem modificar a incidência da Síndrome de Down

como ambientais ou exógenos e endógenos. Nos endógenos, a idade materna

é muito importante. Mulheres mais velhas apresentam riscos maiores de terem

filhos trissômicos, devido ao fato do envelhecimento dos óvulos, o que não

acontece com os espermatozóides, por isso no caso da crescente idade

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

paterna não há relação direta entre a Síndrome de Down. Quanto aos fatores

ambientais, é evidente o diagnóstico pré-natal.

2.3 Características físicas

É possível para um médico identificar se o bebê tem Síndrome de Down

logo após o nascimento, segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31). O recém-

nascido com esta síndrome apresenta, tipicamente, diferenças na face,

pescoço, mãos e pés, bem como no tônus muscular. Essas características em

conjunto dão início às suspeitas do médico, que geralmente irão solicitar

estudos cromossômicos, para confirmar o diagnóstico.

Estas são algumas características freqüentemente associadas ao

portador da Síndrome de Down. Mas no entanto, nem toda a criança com essa

síndrome que apresenta os mesmos aspectos físicos. O importante até o

momento, é que não se evidenciou qualquer conexão entre o número de

características de Síndrome de Down que uma criança apresenta e a sua

capacidade cognitiva.

2.3.1 Tônus muscular baixo

Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) hipotonia é o nome que se dá ao

tônus muscular baixo, esse caso é muito comum nos bebês com Síndrome de

Down, significa que os músculos são relaxados e dão a sensação de serem

moles. O tônus baixo normalmente afeta todos os músculos do corpo.

O tônus muscular do indivíduo com Síndrome de down será sempre

mais baixo do que das outras pessoas, pois hipotonia não tem cura.

2.3.2 Características faciais

Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.32) a cabeça das crianças com

Síndrome de Down é normalmente menor se comparada com a das outras

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

crianças, mesmo menor, ainda está dentro da variação normal em relação ao

resto do corpo. A face geralmente pode ser levemente alargada e sua ponta

nasal mais plana do que o normal. Elas possuem narizes menores do que das

outras crianças, por esse motivo as vias nasais podem ser menores e se

congestionarem com mais facilidade.

Seus olhos parecem inclinados para cima, lembrando uma pessoa

oriental. Podem ter também pequenas dobras de pele nos cantos internos,

chamadas de pregas epicântricas.

Sua boca é pequena e o céu da boca pode ser profundo. Quando essas

características são acompanhadas de tônus muscular baixo, a língua pode

parecer grande em relação à boca.

Podemos perceber nos bebês com Síndrome de Down os dentes são

pequenos, de formas incomuns e fora de lugar, nascem com atraso e fora de

ordem. O problema pode continuar, quando os dentes permanentes nascerem.

As orelhas geralmente são pequenas e suas pontas podem ser

dobradas com facilidade. Nos bebês com Síndrome de Down, as orelhas têm

localização levemente inferior na cabeça. As vias auditivas podem ser

menores, podendo tornar-se bloqueadas, causando a perda auditiva.

No seu peso e o comprimento dos bebês com Síndrome de Down

geralmente médio ao nascerem, porém, não crescem com a mesma rapidez

das outras crianças. Na adolescência e na fase adulta há uma propensão à

obesidade.

Suas mãos podem ser menores e seus dedos podem ser mais curtos do

que os de outras crianças. A palma da mão pode ter apenas uma linha

atravessando-a. Geralmente, os pés das crianças com esta síndrome parecem

normais, mas pode existir um grande espaço entre o primeiro e o segundo

dedos dos pés.

O tórax de uma criança com Síndrome de Down pode se afunilado, isto

é, o osso esterno é achatado. Geralmente essas diferenças morfológicas

implicam em problemas clínicos. A pele pode ser manchada, clara e sensível e

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

os cabelos são, geralmente, finos e lisos.

Podemos ressaltar, que nem todos os bebês com Síndrome de Down

mostram as mesmas características físicas aqui descritas e, além disso,

segundo.

Devido ao fato da criança com Síndrome de Down possuir o

cromossomo 21 extra, ele pode apresentar, de algum modo, características

semelhantes às de outros bebês com Síndrome de Down. Entretanto, como

seu filho também tem 22 pares de cromossomos completamente normais, ele

se parecerá com seus pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias

características singulares.

2.4 Características cognitivas

Segundo (VOIVODIC, 2008 p.42) ao longo dos anos são atribuídas,

erroneamente à pessoa com Síndrome de Down, docilidade, amistosidade,

afetividade e teimosia como características próprias desses indivíduos.

Entretanto, estudos sobre as características das crianças com Síndrome de

Down não permitem traçar um perfil identificador da pessoa.

Conforme descreve ( VOIVODIC, 2008 p.42):

Não devemos esquecer, em nenhum momento, das grandes diferenças existentes entre os vários indivíduos com SD no que se refere ao próprio potencial genético, características raciais, familiares e culturais, para citar apenas algumas e que serão poderosos modificadores e determinantes do comportamento a ser definido como características daquele indivíduo.

No que se diz aspecto cognitivo, a deficiência mental (DM), que é

definida pela Associação Americana de Desenvolvimento Mental como

“condição na qual o cérebro está impedido de atingir seu pleno

desenvolvimento, prejudicando a aprendizagem e a integração social do

indivíduo” (VOIVODIC, 2008, p.43). É considerada uma das características

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

mais comuns do portador de síndrome de Down, pois ela aprende mais

lentamente e apresenta dificuldades como raciocínio complexo, sendo que, o

grau da Deficiência Mental varia bastante, o que a criança com Síndrome de

Down aprender, será sempre aproveitado. Lembrando que, tanto as habilidades

intelectuais quanto as sociais destas crianças são maximizadas, quando

criadas em um ambiente de apoio, com suas famílias.

Há bastante tempo, a inteligência tem sido analisada por meio de testes

padronizados, que calculam uma medida chamada quociente de inteligência ou

QI, ajuda na avaliação da capacidade da criança para raciocinar, conceituar e

pensar.

Segundo (Gundersen, 2007 p.35), na população geral, há amplos limites

de variação inteligência “normal”, com QI variando de 70 a 130 pontos. Os

indivíduos que têm QI abaixo de 70, isto é, abaixo do limites normais de

inteligência, são considerados portadores de deficiência mental.

Da mesma forma que existe uma diferença para a inteligência “normal”,

existe também uma diferença mental, em graus. Um indivíduo é avaliado como

portador de deficiência mental leve quando o seu QI se situa entre os limites de

55 e 70 pontos. A deficiência mental moderada significa uma variação de QI

entre 40 e 55 pontos. Enquanto, a deficiência mental grave significa uma

variação de QI entre 25 e 40 pontos. Normalmente as crianças com Síndrome

de Down se classificam, em sua maioria, dentro da intensidade de deficiência

mental moderada e leve. Algumas podem apresentar deficiência mental grave,

e outras podem possuir inteligência na intensidade quase normal. As crianças

com Síndrome de Down têm demonstrado avanço significativo nas últimas

décadas, comprova assim, que a inteligência não é determinada

exclusivamente por fatores biológicos, ela pode ser construída ao longo da

vida, por influências ambientais.

O grau de QI apresentado por uma criança com Síndrome de Down não

impede de cuidar de si próprio, realizar um trabalho produtivo e aprender. Um

dos mitos que existem é que uma criança com Síndrome de Down, não

consegue aprender, devido ao QI mais baixo.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

É importante lembrar que as crianças com Síndrome de Down

conseguem aprender sim. Elas são capazes de aprenderem a ler e escrever e

podem ser matriculadas em classes comuns durante todo o período escolar. Os

indivíduos com Síndrome de Down têm variação de capacidades, assim como

as pessoas sem deficiência.

2.5 O desenvolvimento

O início dos primeiros anos de vida de uma criança constituem um

período crítico em seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo, e o papel

que a família desempenha nesse período é de fundamental importância

(VOIVODIC, 2008, p.48).

Em um bebê com Síndrome de Down podemos observar que seu

desenvolvimento é mais lento que outros bebês, porém, apesar de mais

dependente, ele estará se desenvolvendo naturalmente no seu dia-a-dia, as

diversas fases e etapas do seu crescimento, ainda que mais devagar que uma

criança com desenvolvimento normal.

Seus pais estão sempre criando expectativas quanto ao

desenvolvimento de seus filhos com Síndrome de Down ou sem deficiência. É

importante saber que há uma ampla variação no que chamamos de

“desenvolvimento normal”. O mais importante é a qualidade do

desenvolvimento. Um bebê com esta síndrome pode aprender a caminhar mais

cedo do que outras crianças e pode aprender a falar mais tarde.

A hipotonia (tônus muscular baixo) contribui para o atraso motor da

criança com Síndrome de Down, que apesar de variar de criança para criança,

pode afetar todos os músculos. Com ajuda de um trabalho psicomotor pode

reduzir bastante os efeitos da hipotonia. Além disso, esses efeitos diminuem

com a idade. O trabalho psicomotor deve ressaltar os seguintes aspectos: o

equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estrutura do esquema corporal, a

orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos posturais e os

exercícios respiratórios.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Nos movimentos como sentar, ficar de pé e andar podem ocorrer mais

tarde e coordenados se comparados com os de uma criança normal,

comprometendo o desenvolvimento de outros aspectos, pois a criança

estabelece seu conhecimento do mundo por meio da exploração do ambiente.

A hipotonia também pode afetar as habilidades relacionadas com a

alimentação e a linguagem, pois os músculos que utilizamos para comer são os

mesmos que usamos para falar. A falta de tônus muscular pode dificultar a

formação da fala ou do movimento no interior da boca.

Algumas mães de criança com síndrome de Down costumam fazer

menos perguntas e mantem o mesmo padrão de conversação com a criança

sendo mais diretas. Por ser a linguagem a área na qual a criança com

Síndrome de Down mostra, geralmente, os maiores atrasos.

(VOIVODIC, 2008 p. 44) esclarece que:

Apesar dessas dificuldades, a maioria das pessoas com SD fazem uso funcional da linguagem e compreendem as regras utilizadas na conversação, porém as habilidades comunicativas são bastante variáveis entre elas.

O desenvolvimento da fala e da linguagem durante os primeiros anos de

vida da criança pode sofrer um atraso, também, resultado de deficiência

auditiva e do próprio efeito da Síndrome de Down no desenvolvimento cognitivo

do indivíduo.

É possível perceber o desenvolvimento da criança na sua forma de

brincar. O modo de brincar da criança com Síndrome de Down segue o mesmo

padrão das crianças de modo geral, com algumas diferenças. Por conta da

pouca habilidade motora, as crianças com esta síndrome exploram e

manipulam menos, demonstrando, geralmente, uma atividade lúdica apropriada

ao seu nível cognitivo (VOIVODIC, 2008 p.45).

Essas crianças com Síndrome de Down apresentam pouca ligação com

o ambiente, pois passam muito tempo brincando sozinhas ou assistindo

televisão. Para Casarin,1999 (VOIVODIC, 2008, p.45), este isolamento talvez

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

se deva ao esforço que elas precisam fazer para formar um quadro coerente do

mundo em que vivem e adaptar-se a uma situação de que têm total controle.

Um outro fator que se relaciona com o desenvolvimento da criança com

Síndrome de Down é a flexibilidade articular. Quando as articulações são

muitos flexíveis, são chamadas de hiperextensíveis. Por isso, os quadris e as

pernas de crianças com síndrome de Down giram facilmente para fora ou que

as podem curvar-se na cintura mais naturalmente do que outras crianças. Essa

flexibilidade compromete o desenvolvimento motor que está profundamente

ligado ao tônus muscular baixo.

Sua resistência para a execução de atividades físicas costuma ser baixa

nas crianças com Síndrome de Down, podendo ser causada por um problema

cardíaco ou pela hipotonia, ou por ambos. Isso pode ser observado, quando a

criança, depois de tarefas simples, cansa-se rapidamente. A baixa capacidade

de resistência pode atrasar o desenvolvimento motor e diminuir a qualidade de

algumas habilidades.

Nas sensações de tato, textura e temperatura também causam

problemas de desenvolvimento nas crianças com síndrome de Down, pois elas

podem reagir de forma exagerada às sensações, interferindo, assim, na

exploração do mundo, alimentação e administração da rotina (GUNDERSEN,

2007 p.110).

2.6 A vida familiar

Toda criança com Síndrome de Down pode e deve fazer parte da família

naturalmente como qualquer criança, não ser o centro dela. Não deve dominar

a vida familiar, por ser uma criança especial. Essa situação não é bom para a

família, nem para a criança.

A convivência de cada familiar com a criança com Síndrome de Down é

um reflexo das atividades dos pais. Quando esses demonstram seus

sentimentos de afeto e encaram as adversidades de maneira positiva, os

outros membros da família também fazem o mesmo.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

É importante os pais manter os outros filhos informados que o irmão ou

a irmã tem Síndrome de down, pois as crianças têm capacidade de amar o

irmão ou a irmã incondicionalmente.

Essa criança com Síndrome de Down deve ser integrada ao estilo de

vida da família. Ela pode participar das atividades diárias da família como ir à

piscina, ao supermercado, aos restaurantes. Pode participar de atividades

comunitárias, como esporte, aulas de arte, ir à igreja, entre outras.

Sua educação pode ser feita em sala de aula comum com outras

crianças, possibilitando a aprendizagem a partir do exemplo dos alunos das

classes normais.

2.6.1 Expectativa

Todas as crianças com Síndrome de Down nascem com várias

capacidades físicas e intelectuais. Tais capacidades não são iguais as de

outras crianças, mas é impossível antever o potencial completo de qualquer

criança, em tenra idade.

Não podem ser criadas expectativas no vácuo e nem baseadas em

estereótipos. As expectativas devem ser as mais realistas possíveis, focando

um futuro bem próximo e estabelecendo objetivos de curto prazo, e é

necessário que os pais se empenhem, o que (GUNDERSEN, 2007, p.115)

descreve de forma:

[...] obter o delicado equilíbrio entre uma avaliação realística do desenvolvimento do seu filho e o prognóstico fatalista de seu baixo desempenho. Principalmente, garantam que ele leve uma vida feliz e proveitosa, proporcionando-lhe apoio e treinamento desde os primeiros anos de vida.

2.6.2 Os limites

Toda criança e também a portadora de Síndrome de Down necessita de

disciplina, como qualquer criança precisa, que é de responsabilidade dos pais.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Um bom comportamento significa segurança, integração social e a educação

para qualquer indivíduo.

Não é muito fácil impor disciplina com uma criança que apresenta

deficiência mental. Entretanto, é importante que a disciplina seja aplicada

consistentemente. As crianças com Síndrome de Down necessitam saber seus

direitos e deveres na sociedade e o que não é em todas as situações, caso

contrário, elas sempre serão dependentes de outras pessoas.

No seu desenvolvimento social as crianças com Síndrome de Down é

freqüentemente superior ao seu nível de desenvolvimento cognitivo. As

crianças com esta síndrome devem receber todas as oportunidades para

serem vitoriosas na vida, assim como as outras crianças. Limites devem ser

estabelecidos e os reforços devem ser consistentes, enfatilizando aspectos

positivos. Elogio e afeto são sempre recomendados para motivar um bom

comportamento (GUNDERSEN, 2007 p.115).

2.6.3 A independência

Uma criança com Síndrome de Down deve ser tratada de modo mais

natural possível, apesar de apresentar uma aparência vulnerável. Essa criança

precisa aprender a ter independência e responsabilidade.

Já bem pequena a criança com Síndrome de Down pode aprender como

se vestir e se alimentar sozinha. Ela deve ter oportunidades de fazer coisas por

sua própria conta.

Essa criança deve ser exposta a novas situações, para que possa

descobrir o que é novo e diferente. A criança com Síndrome de Down pode ser

bem sucedida em qualquer tarefa que lhe peçam para fazer, inclusive

atividades domésticas, e de acordo com (VOIVODIC 2008, p.53-54)

A rotina de atividades da vida cotidiana na família dão à criança

oportunidades para aprender e desenvolver-se através, da participação

conjunta, da realização assistida e de tantas outras formas de aprendizagem.

É importante lembrar que a educação é um direito garantido a todos,

assim diz a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 205:

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

A educação, direito de todos, e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Então, é necessário cumprir esse direito e levar a educação a todos sem

distinção, inclusive as pessoas com deficiência. E para isso, esses indivíduos

devem ser atendidos em escolas comuns, juntamente como outros alunos.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

CAPÍTULO III

A DIDÁTICA DO ENSINO DE ARTES NA ATUALIDADE

Neste último capítulo analisaremos o ensino e a contribuição das artes

no contexto escolar com alunos especiais.

O ensino de artes vem se aprimorando a cada dia, pois deixa de ser

pautado no tradicionalismo da repetição e desenhos prontos, para novos

parâmetros a criação. De acordo com os Pcns. Parâmetros Curriculares

Nacionais o ensino de artes precisa ser um ensino pautado na liberdade de

criação, em aulas ricas e de qualidade que transforme o aluno em sujeito do

processo. A tendência da nova era foi iniciada por Vygotsky com o

sociointeracionismo, e contribuindo assim para o aluno com deficiências, como

a síndrome de down, proporcionando este aluno a abstrair, refletir sobre o que

está aprendendo, ou seja transcender o seu interior e criar, extrair o que é mais

importante naquele momento. A aprendizagem assim acontece de uma forma

clara e concisa.

As técnicas mais utilizadas no ensino de artes hoje em dia são do

pontilhismo, mosaico, geométrico, as estruturas das cores, desenho cego ,

todas técnicas de artes de criar a partir da composição expressiva.

Na aprendizagem do aluno com síndreme de down são observados a

questão da paciência, a coordenação motora com os recortes e colagens, com

os desenhos, a criação e o que ela quer passar através do desenho. São

utitizados diversos materiais que deixam os alunos com síndrome de down

fascinados.

3.1- As metodologias do ensino de Artes

Destacando as metodologias mais comuns no ensino de Arte. O ensino

de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as

principais tendências da área.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

TRADICIONAL

Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década

de 1950. Ainda está presente em muitas escolas.

Foco Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais,

coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto

final.

Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos e

memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento.

Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A

turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de

artistas consagrados.

Livre expressão

Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da

Escola Nova.

Foco O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a

experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do

aluno durante as atividades em classe.

Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo

ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe

corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas

para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações

internas.

SOCIOINTERACIONISTA

É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a

relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas

surgiu na década de 1980.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro

linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.

Estratégia de ensino A experiência do aluno e o saber trazido de fora da

escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação

entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção (fazer e

desenvolver um percurso de criação), apreciação (interpretar obras artísticas) e

reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão, não

deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo

do ano letivo.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam o ensino da arte em

Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), de modo que os utilize nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e contextualize-os culturalmente. Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, sabendo receber e elaborar críticas. Identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas. Identificar, investigar e organizar informações sobre a arte, reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias. Pesquisar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, obras de arte, fontes de comunicação e informação, (Brasil, 1998, p. 48).

Neste sentido o papel do professor de artes de crianças e jovens com

síndrome de down será o de levá-los a descobrir, através da arte,

possibilidades e habilidades num mundo que, no início, se apresenta de uma

forma muito restrita, e ensiná-los a expressar seus sentimentos, emoções,

criatividade e imaginação.

O ensino de arte é muito importante na medida em que ajuda a formar

um sujeito criador, reflexivo, crítico, inovador, capaz de encontrar soluções para

problemas e que saiba trabalhar em equipe. Isso exige dos professores e

professoras de artes entendimento, conhecimento e planejamento dos

conteúdos específicos da área a partir das individualidades dos seus alunos e

alunas. Sempre será importante criar um ambiente onde eles se sintam bem

para expor seus pontos de vista, mostrar suas criações e construir uma

imagem positiva de si mesmo como conhecedor e produtor de arte. Para que

um estudante se situe no mundo como agente transformador é necessário que

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

esteja confiante em relação às suas produções, o que só vai acontecer na

medida em que realmente estiver aprendendo. Através dos trabalhos dos

estudantes, pelo que eles produzem de resposta estética, criativa e crítica a

partir dos estudos propostos, podemos perceber se estamos produzindo

mudanças significativas neles.

No caso da síndrome de down, sabemos que estes estudantes

apresentam algumas limitações de aprendizagem, dependendo da gravidade

da doença. Neste contexto, a arte assume o papel de facilitadora desta

aprendizagem, possibilitando que eles desenvolvam a autoestima e formas de

expressão de ideias e sentimentos que estimulem a imaginação, a memória, o

raciocínio e a coordenação motora. Durante muito tempo estas crianças e

jovens foram excluídos da sociedade, algumas vezes por proteção, outras por

abandono. Mas, a partir do momento em que assumimos o compromisso de

uma escola inclusiva, é preciso oferecer oportunidades e o apoio necessário

para que estes indivíduos venham a ter uma melhora significativa na sua

qualidade de vida e inclusão social. É neste sentido que o universo da arte

pode ajudar, pois os estudantes com síndrome de down percebem, através da

arte, que possuem habilidades, sentimentos, desejos e opiniões como qualquer

outra pessoa, apesar das suas limitações.

Defendo a ideia de que não é necessária a modificação curricular de

Educação Artística para estudantes com síndrome de down, mas sim uma

adequação dos objetivos em determinadas unidades de trabalho. Assim, eles

participam da mesma aula, fazem leitura de imagens, são desafiados a

contextualizar na medida da sua compreensão e fazem arte. Claro que estes

alunos e alunas apresentam um desenvolvimento mais lento e, por vezes,

ficam um longo período na mesma etapa, sem progresso aparente. Devemos

entender que tudo é processo e o professor precisa ter o olhar muito sensível

para perceber e valorizar as pequenas conquistas, os pequenos avanços.

Quanto maior o número de atividades artísticas, mais habilidades eles

conquistarão: coordenação motora, reconhecimento de texturas, formas,

tamanhos, cores, estabelecimento de relações entre teoria e prática. Além do

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

olhar atento, é preciso calma e cautela para saber quando e como fazer

intervenções, sem provocar ansiedade e queda na autoestima.

Se os professores dos portadores de Síndrome de Down estiverem esse

olhar para seus alunos, percebendo a importância de valorizar pequenas

conquistas através das diferentes possibilidades de fazer arte, pode mudar

muito a vida desses individuo. A partir das diversas técnicas de criar com a

arte, ele pode se sentir mais seguro, independente e expressar seus

sentimentos.

Diante desta premissa de ensino o professor precisa criar vínculos com

seus alunos e atentar para diferenciar a forma de ensinar, principalmente

interessar por trabalhar as dificuldades, que devem ser entendidas como

desafios a serem vencidos, começando a partir do cotidiano dos alunos. Se o

aluno percebe que tem dificuldades para aprender, começa a apresentar

desinteresse, irresponsabilidade e ás vezes torna-se agressivo, pois sente que

algo está lhe causando sofrimento para aprender. A causa do sofrimento

precisa ser identificada para tratar o problema. Aí entra a ação da do professor

reflexivo, comprometido, onde rever a sua prática fazendo uma auto avaliação

do processo de ensinar, é uma questão mais complexa, onde muitos fatores

podem interferir e causar transtornos de aprendizagem para muitos alunos, tais

como os problemas de relacionamento entre professores e alunos, o tipo de

metodologia de ensino utilizada pelo professor, conteúdos fora da realidade do

aluno, falta de intervenção da supervisão pedagógica, outros.

Sabemos que a relação professor aluno pode tornar o aluno capaz ou

incapaz e se o professor demostra-se despreparo, com certeza vai transferir

toda sua insegurança e consequentemente provoca no aluno sérias

dificuldades de aprendizagem, principalmente ao aluno especial.

A confiança e o vínculo que o professor estabelece com o aluno é

fundamental para o desenvolvimento de qualquer aluno, principalmente para o

síndrome de down, pois a confiança e a afetividade consegue criar uma relação

em busca de uma aprendizagem significativa para o aluno e um ótimo

desenvolvimento a partir disso.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

No atendimento ao aluno com síndrome de Down podemos destacar

algumas técnicas abaixo como:

Pintura Fundo

Figura 1 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com

Desenho Cego

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

Mosaico

Figura 4 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com

Geométicos

Figura 5 retirada do trabalho do aluno no fabioblogspot.com

Podemos perceber que apesar da deficiência a representação por

imagens proporciona a liberdade e a criação efetiva da aprendizagem.

Analisamos que o trabalho com os alunos especiais precisa ser feito com as

habilidades que eles possuem, não pela falta, o que eles não conseguem fazer,

trabalhando suas habilidades conseguimos abordar várias coisas que eles

precisam aprender, a aprendizagem assim torna-se completa e o

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

desenvolvimento desses alunos só podem crescer. Verificamos que através da

artes o aluno com síndrome de down demonstra que através do desenho ele

consegue responder o que proposto e se fosse utilizar a escrita não

conseguiria expressa-se bem e através da confiança que o professor tem com

o aluno descobrindo pouco a pouco seus pontos fortes poderia focar seu

planejamento de modo que a aprendizagem fosse significativa utilizando os

recursos da realidade do aluno.

O que nos leva a refletir que a compreensão efetiva da aprendizagem

significativa só poderá ser atingida através de sua prática. Com professores

que queiram realmente mudar suas posturas, inovar, desafiar e redimensionar

ações.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

CONCLUSÃO

A finalizar esta reflexão de um ensino com práticas inclusivas podemos

perceber a importância de um sistema mais democrático e igualitário onde o

respeito é fundamental. Faz-se necessária a mudança de prática de ensino e

assim a reflexão realizada a partir da análise de vários textos de diferentes

autores e seus respectivos estudos, podemos compreender sobre alguns

aspectos importantes e as reais possibilidades de sucesso dos alunos com

necessidades especiais, exigindo assim uma ação pedagógica de natureza

inclusiva. Sabemos que a implementação da Educação inclusiva não é tarefa

fácil, pois o professor terá que garantir o aprendizado de todos os alunos com

necessidades educacionais diversas e dos demais no contexto de suas

atividades diárias e do planejamento para a turma como um todo. Para isso

faz-se necessário, em todas as escolas o desenvolvimento de programas de

capacitação que orientem o trabalho desses professores, na perspectiva da

diminuição da dificuldade relativa aos procedimentos dos professores diante

das carências dessas crianças, na escola inclusiva.

Mas não podemos esquecer que trabalhar com as crianças especiais e

uma oportunidade do professor rever sua prática, num mundo onde as crianças

são antenadas a tudo, o professor precisa estar atualizado e renovar sua

didática, diversificar a maneira de ensinar, utilizando recursos auxiliares que

desenvolvam a aprendizagem não só dos alunos especiais, mas também dos

normais.

Neste sentido podemos destacar que quando se trata de inclusão em

nossa sociedade o assunto é de grande importância, mas que requer mudança

de atitude e muita informação para que realmente aconteça.

As diferenças existe em nossa sociedade, aceitar a inclusão antes de

tudo é saber conviver com as diferenças e respeitá-las.

Tanto na educação e outras áreas da sociedade que vivemos são

responsáveis pela mudança de comportamento da sociedade, pois através de

informações sobre a deficiência é que pode se combater o preconceito.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

A inclusão é importante para aproximar e integrar as pessoas que são

vista como anormais, essa aproximação faz muita diferença não somente na

vida da pessoa que foi inclusa, mas também na vida de todos envolvidos que

aceitou a inclusão em sua vida.

Para fazer acontecer a inclusão e deixe de ser um sonho, todas as

pessoas com algum tipo de deficiência deverá ter as mesmas oportunidades,

em todas as áreas, seja na educação ou no trabalho e em tudo que vivemos na

sociedade.

Sabemos que a inclusão é uma idéia antiga, mas ainda precisa

amadurecer nas mentes de todos nós pais, educadores, governantes, antes de

tudo é preciso ter consciência que o problema existe não ignora-lo, conviver e

torna-lo parte de nossas vidas como algo natural na sociedade.

É importante saber que quando aceitamos o diferente, estamos

deixando de ter medo de mudanças, perceber que com essas diferenças

podemos aprender com o novo e passar a ser uma troca de conhecimento e

não caridade.

Essas mudanças de comportamento e de pensamento na sociedade

necessária para inclusão só serão satisfatórias quando descobrirem o quanto

essas diferenças compartilhadas são importantes para a aprendizagem e

crescimento na sociedade.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

nº 9394, DE 20/12/1996.

__________ Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Currículares

Nacionais: adaptações curriculares/Secretaria de Educação Especial-Brasília:

MEC/ SEF/ SEESP, 1998.

__________Constituição Federal de 1988

BÜRKLE, T. S. A Sala de Recursos como suporte à Educação Inclusiva no

Município do Rio de Janeiro: das propostas legais à prática cotidiana. 2010.

147f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação, Universidade do

Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2010

GUNDERSEN, Kren Stray (org). Criança com Síndrome de Down: guia para

pais e educadores. Tradução Maria regina Lucena Borges-Osório. 2. ed. Porto

Alegre: Artmed, 2007.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. 3.ed.

São Paulo: Summus, 2006.

Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial (SEESP). Programa

de Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. Brasília, 2004, A Fundamentação

Filosófica V1 p. 25-26-27 e 28.

Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000418.pdf

Mirian Celeste Martins, Didática de Ensino de Arte: a Língua do Mundo, e

outros, 200 págs., Ed. FTD

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · os alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize

MORAES, R. Educar pela pesquisa: exercício de aprender a aprender. In:

MORAES, R. LIMA,V.M.R. (Orgs.). Pesquisa em sala de aula: tendências para

a educação em novos tempos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002

VOICODIC, Maria Antonieta M. A.Inclusão Escolar de Crianças com Síndrome

de Down. 5. ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

SAVIANI, Dermeval. Educação Brasileira: Estruturas e Sistemas. 7ª ed.

Campinas,SP: Autores Associados, 1996

http://diversidadenarua.cc/vc-reporter/aula-de-artes-para-portadores-de-

sindrome-de-down,acessado em 20/03/2015

http://assuntosdaana.blogspot.com.br/2010/03/trabalhos-baseados-em-

ponto.html, acessado em 10/03/2015

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-

427722.shtml?pageacessado em acessado em 26/02/2015

http://diversidadenarua.cc/vc-reporter/aula-de-artes-para-portadores-de-

sindrome-de-down/, acessado em 02/04/2015

.