UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · O atual processo de refino de petróleo...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
VALORAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA
EMISSÃO DE POLUENTES NO REFINO DE PETRÓLEO
Por: Mauro Alves Ferreira
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
VALORAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA
EMISSÃO DE POLUENTES NO REFINO DE PETRÓLEO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão no Setor de Petróleo e Gás. Por: Mauro Alves Ferreira.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia à minha esposa Regina Célia e às minhas filhas Gabriela, Thaís e Patrícia por fazerem parte principal de minha vida.
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AGRADECIMENTOS
A todo corpo docente da IAVM, pela motivação inicial do curso e a todos os colegas de turma, com os quais realizamos vários trabalhos e pesquisas.
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RESUMO
Abordaremos, neste trabalho, os métodos de valoração ambiental e a
atribuição de responsabilidades decorrentes da emissão de poluentes no refino
de petróleo. Também será tema de estudo a regulamentação desta valoração
e as novas propostas para estes fins. Serão citados o impacto ambiental, os
custos ambientais, as medidas de controle da poluição e as novas propostas
de valoração ambiental para preservação do meio ambiente. Veremos como
avaliar o impacto ambiental causado pela emissão desses poluentes e como
cobrar e atribuir as responsabilidades decorrentes desta emissão.
Demonstraremos que com a utilização de técnicas de valoração econômica,
podemos medir o impacto ambiental causado pela emissão desses poluentes
e, a partir daí, cobrar das refinarias investimentos em preservação do meio
ambiente e em novas técnicas que venham a minimizar a emissão de
poluentes atmosféricos, hídricos e sólidos. Comprovaremos que a partir de
uma gestão ambiental responsável, temos como reduzir os índices de poluição
emitidos pelas refinarias, acarretando melhor qualidade de vida e economia
para as variáveis da mesma, além de um grande investimento na imagem da
própria companhia.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada envolveu toda uma revisão bibliográfica
nacional e internacional. Foram pesquisados vários sites na internet,
principalmente sites oficiais da Petrobras e Ministério das Minas e Energia.
Também foram consultados institutos de pesquisa, como o IPEA.
Nos sites acessados, pode-se verificar a quantidade de pesquisas
realizadas sobre o tema abordado, denotando-se a preocupação gerada em
torno do mesmo.
Em livros periódicos, jornais, relatórios e materiais internos da
Petrobras, foram obtidos todos os dados estatísticos e demonstrativos dos
índices abordados nesta monografia. Foram feitos estudos e utilizados
diversos fluxogramas de refinarias brasileiras.
Foram feitas abordagens em cinco capítulos. No primeiro capítulo
abordamos o refino de petróleo e seus processos. No segundo, toda a
problemática das emissões de poluentes atmosféricos. No terceiro capítulo,
toda a problemática das emissões de poluentes hídricos. No quarto, todo um
estudo sobre os resíduos sólidos e seus poluentes. Nos capítulos II, III e IV,
também foram abordados todos os métodos de tratamento e minimização dos
referidos poluentes. E finalmente, no capítulo V, a valoração desses impactos
ambientais e suas atribuições de responsabilidade.
A evolução nas pesquisas realizadas para realização dessa monografia
causou todo um interesse relevante ao assunto que será abordado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Refino de Petróleo e seus processos 10
CAPÍTULO II – Problemática das emissões de poluentes
atmosféricos 20
CAPÍTULO III – Problemática das emissões de poluentes hídricos 27 CAPÍTULO IV – Problemática das emissões de poluentes sólidos 35 CAPÍTULO V – Valoração dos custos ambientais das emissões de poluentes 41 CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA 54
ÍNDICE 58
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INTRODUÇÃO
Está mais do que comprovada a importância do petróleo em nossa
sociedade, sendo a nossa principal fonte de energia. Além disso, são inúmeros
os bens de consumo gerados a partir de seu refino. Logo, o refino do petróleo,
adequando o mesmo às nossas necessidades de consumo, agrega-nos à
comodidade e a tecnologia a que estamos acostumados, tornando quase que
impossível a mudança de mentalidade e reformulação de nossas vidas para
não atribuirmos ao petróleo sua devida importância.
Não devemos deixar de considerar que o refino de petróleo acarreta,
também, grandes prejuízos ao nosso meio ambiente. Grandes quantidades de
despejos líquidos, liberação de gases nocivos para a atmosfera e resíduos
sólidos são gerados nas refinarias de petróleo, ocasionando degradação em
todos os níveis ao meio ambiente e conseqüentemente ao seres vivos que
habitam o nosso planeta.
O atual processo de refino de petróleo não tem como ser interrompido,
já que é primordial para as nossas vidas e principal fonte de energia do
planeta. Então, precisamos integrar a esse sistema todo um estudo ambiental
no planejamento, na concepção e operação das refinarias.
Para se ter idéia da dimensão do impacto ambiental causado pelo
refino de petróleo, vamos nos retratar à década de 1980 e verificar o que
aconteceu no entorno da refinaria de Cubatão, local chamado a partir de então
como “Vale da Morte”. Naquela época, a poluição gerada pelo pólo
petroquímico dentro da refinaria ocasionou vários prejuízos ao meio ambiente
e à população. Chuvas ácidas, deslizamentos de encostas da Serra do Mar,
problemas respiratórios, nascimento de bebês com má formação, etc, são
alguns problemas irreversíveis causados pela poluição.
Daí, a preocupação dos governantes, da população e das empresas
que exploram o refino de petróleo, com a inclusão da questão ambiental para
prevenir e reverter todo o prejuízo causado e mostrar que se pode continuar
com o desenvolvimento de forma mais eficiente e consciente.
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Além dos prejuízos ao meio ambiente, as empresas acabam
acumulando prejuízos financeiros através de multas, queda no valor das
ações, a própria imagem da empresa em relação ao mundo e à opinião
pública.
Investir em prevenção ao meio ambiente, preocupação com a poluição
gerada, tratamento de resíduos sólido e líquido, refiltragem de poluentes
atmosféricos, todas essas ações demonstram o planejamento de uma
empresa que leva em consideração a questão ambiental. Ter uma visão
ambientalista é, com certeza, nos nossos dias, muito mais lucrativo para as
refinarias. Todas as refinarias brasileiras, administradas pela Petrobras, têm
passado por várias adequações e modificações visando essa questão
ambiental. Todas as novas refinarias a serem construídas a partir deste
pensamento, devem poluir bem menos, fortalecendo a imagem da empresa
perante a opinião pública.
Mas, o que pretendemos com este trabalho é avaliar se realmente as
empresas têm sofrido severas punições quando não estão adequadas às
questões ambientais. A empresa deve ser responsabilizada por toda a
evolução do problema gerado, durante décadas, e ser obrigada, através de
investimentos, a reverter tal quadro degradante.
No primeiro capitulo abordaremos todos os processos de refino e seus
principais poluentes. No segundo capitulo a poluição gerada a partir dos
poluentes atmosféricos e como podemos trata-los e evitar sua geração. No
terceiro capitulo toda uma descrição dos poluentes hídricos, seus danos ao
meio ambiente e como podemos minimiza-los. No quarto capitulo os poluentes
sólidos gerados por uma refinaria de petróleo e como não deixa-los gerar
danos ao meio ambiente. Finalmente no quinto capitulo toda a valoração e
desenvolvimento dos custos ambientais gerados a partir destes poluentes
vistos nos capítulos anteriores, as estratégias de calculo dessa valoração e os
métodos mais utilizados para esses cálculos. Abordaremos se essa valoração
dos custos ambientais decorrente dos prejuízos causados pela poluição no
refino de petróleo está sendo aplicada. Se as responsabilidades estão sendo
atribuídas e se todos os quadros degradativos estão sendo revertidos e, se há
alguma necessidade de mudança nessa valoração.
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CAPÍTULO I
REFINO DE PETRÓLEO E SEUS PROCESSOS
Em uma indústria petrolífera, sãs as refinarias que geram os produtos
finais a partir do petróleo recebido dos campos de produção. Esses produtos
comercializáveis são chamados derivados de petróleo, e os mesmos, são
obtidos a partir de um conjunto de processamentos, chamados processos de
refino. Depois de extraído e tratado no campo de produção, o petróleo segue
para a refinaria para ser transformado em uma série de derivados, que vão
atender as necessidades de algum mercado.
Logo, a missão de uma refinaria é, a partir da locação de petróleos,
montar um esquema de refino para atender ao mercado consumidor. Também
é compatibilizar os tipos de petróleos com o abastecimento de derivados
requeridos pelo mercado, em qualidade e quantidade.
Alguns derivados são produzidos logo na saída da primeira unidade de
refino, enquanto outros só após o processamento de várias unidades.
Durante a vida de uma refinaria, pode mudar o tipo de petróleo que ela
recebe como também pode mudar as especificações (qualidade) ou a
demanda (quantidade) dos derivados por ela produzidos. Assim, toda refinaria
possui certo grau de flexibilidade. Flexibilidade é a capacidade de uma refinaria
reprogramar dinamicamente a operação do seu esquema de refino, que
permite reajustar as unidades para se adequar às mudanças no tipo de óleo e
nas necessidades do mercado e ambientais.
1.1 – Processos de Refinação
Os processos de refino se dividem basicamente em três tipos: processo
físico, químico e de tratamento. Nos processos físicos, não há mudança
molecular na estrutura do petróleo. Já nos processos químicos, existe toda
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uma mudança molecular envolvida, e nos processos de tratamento são de
natureza química e visam eliminar impurezas presentes no petróleo.
1.1.1 – Processos de Separação Física
São sempre de natureza física. A natureza química das moléculas não é
alterada. A força motriz pra separação pode ser:
- Energia com variação de pressão e temperatura sobre o petróleo e
suas frações;
- Diferença de potencial químico (relação de solubilidades) entre
correntes.
1.1.1.1 – Destilação
Segundo Cardoso (2006, p.69) é o primeiro processo de refino em uma
refinaria. É um processo baseado nas diferenças de temperaturas de ebulição
dos componentes. Exploram diferenças de volatilidade e o principal agente de
separação é o calor. É um processo de separação dos componentes de uma
mistura de líquidos miscíveis por vaporização e condensação diferencial. É
baseado na diferença dos pontos de ebulição dos seus componentes
individuais. Não há reação química: as propriedades químicas e físicas dos
componentes da mistura não são alteradas.
As principais características da destilação são que o vapor em equilíbrio
com o liquido será mais rico num componente mais volátil do que o liquido. As
diferenças nas composições do líquido e do vapor para uma mistura de
multicomponentes em equilíbrio é o principio no qual se baseia a destilação.
Uma mistura liquida em ebulição torna-se mais rica num componente
menos volátil, à medida que o mais volátil tende a escapar do liquido com mais
facilidade. Por outro lado, um vapor em processo de condensação, torna-se
também mais rico no componente mais volátil, uma vez que o menos volátil
tende a condensar preferencialmente.
a) Torres de destilação: a torre é dotada de dispositivos que permitam o
escoamento do vapor e do liquido, o que garantirá o contato entre eles e a
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conseqüente transferência de calor e massa. Estes dispositivos podem ser dos
seguintes tipos: pratos, chicanas, recheios ou enchimentos. A separação na
torre é mais eficiente quando há maior numero de estágios, melhor contato
entre liquido e vapor em cada estágio, maiores quantidades de refluxo e os
produtos são mais diferentes entre si.
a.1) Torres de destilação atmosférica: é um processo de refino por
separação física em que a matéria-prima é o petróleo e os derivados a partir
deste processo são: gás de refinaria, GLP (gás de cozinha), nafta querosene,
diesel e RAT (resíduo atmosférico).
- Gás combustível: utilizado nas refinarias e matéria-prima para
produção de etileno;
- GLP: utilizado como combustível domestico, combustível industrial,
matéria-prima para indústria petroquímica, matéria-prima para gasolina de
aviação e veiculo propelente para aerossóis;
- Nafta: utilizado como componente do “pool” de gasolina, matéria-prima
para indústria petroquímica, produção de solventes industriais e carga para
unidade de reforma catalítica;
- Querosene: utilizado em iluminação, parte do pool de óleo diesel,
querosene de aviação e matéria-prima para detergentes biodegradáveis,
solventes, agentes pesticidas e combustíveis para tratores em escala reduzida;
- Diesel: utilizado no pool de óleo diesel, que pode receber também
nafta, querosene e gasóleo leve de vácuo das unidades de UFCC.
a.2) Torres de destilação a vácuo: é um processo de refino por separação
física em que a matéria-prima é o resíduo atmosférico (RAT), e os derivados
deste processo são o gás de refinaria, os gasóleos e o resíduo de vácuo.
- Gasóleos de vácuo: utilizados como carga para o craqueamento
catalítico e, em alguns casos, fazem parte do pool do diesel.
Nestes processos, tanto de destilação atmosférica como de destilação à
vácuo, temos outras unidades que se fazem necessárias para a realização do
processo de refino.
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Antes de o petróleo chegar a uma torre de destilação atmosférica, é
necessário que o mesmo passe por alguns processos, tais como:
- Baterias de pré-aquecimento: para pré-aquecer o petróleo e resfriar os
produtos da unidade. Servem para otimização energética da unidade e
redução do seu custo operacional;
- Dessalgadoras: remoção da água, sais, impurezas e sedimentos
presentes no petróleo;
- Torre de pré-fracionamento: reduz a carga das torres atmosférica e de
vácuo;
- Torre estabilizadora: separa GLP (gás liquefeito de petróleo) da Nafta
leve.
1.1.1.2 – Extração por solventes
Este processo é baseado na diferença de solubilização das substâncias
nos solventes. A matéria-prima utilizada é o resíduo de vácuo. Vários são os
processos por extração de solventes, dentre eles:
- Desasfaltação: o solvente utilizado é o propano e o objetivo é retirar os
asfaltenos e resinas;
- Extração de aromáticos: os solventes são o tetraetilenoglicol (TEG), o
MEG, o NMP e o Sulfolane, e tem como objetivo extrair benzeno, tolueno e
xileno da Nafta de reforma;
- Desaromatização: o solvente utilizado é o furfural e tem como objetivo
retirar os aromáticos;
- Desparafinação/Desoleificação: o solvente utilizado é o metil-isobutil
cetona (MIBC) e tem como objetivo retirar parafinas e olefinas.
1.1.2 – Processos Químicos
Nos processos químicos ocorrem as quebras de moléculas, alterando a
estrutura molecular do petróleo. São vários os processos utilizados em uma
refinaria, e cada um deles com suas características, mas sempre com o intuito
de agregar maiores valores financeiros aos derivados do petróleo.
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1.1.2.1 – Coqueamento Retardado
É um processo químico que transforma frações mais pesadas do
petróleo (resíduo) em GLP, diesel e Coque (carbono puro). As aplicações
principais dos derivados do coqueamento retardado são utilizadas nas
indústrias metalúrgicas, indústrias de alumínio, cimenteiras, papel e celulose,
termoelétricas, carbetos, ferro-gusa, ferro-liga, siderurgias, coquerias e
fundições.
O coqueamento deu-se inicio em 1860 com tambores de ferro
aquecidos com lenha ou carvão. O objetivo maior era a obtenção de
querosene para iluminação. Em 1920, foram introduzidos fornos tubulares e
colunas de destilação. Melhorias foram introduzidas na década de 30, como
vasos pressurizados e processamento contínuo, utilizando dois tambores. O
maior problema era no descoqueamento dos tambores. O Coque era
inicialmente desagregado com o uso de cabos e correntes amarrados seguido
de retirada manual das paredes internas do tambor. Na década de 40, com o
advento das unidades de craqueamento catalítico, declinaram-se as unidades
de coque. Só que, na década de 50, com a demanda da gasolina, a
quantidade de resíduo de vácuo que não era utilizada no craqueamento
catalítico trouxe de volta a necessidade de unidades de coqueamento
retardado.
Das unidades de coqueamento retardado, obtemos os seguintes
derivados de petróleo: gás combustível, gás liquefeito, nafta, diesel, gasóleo e
coque verde. A matéria-prima utilizada no coqueamento retardado é o resíduo
de vácuo.
1.1.2.2 – Visco-redução
É um craqueamento a temperaturas mais baixas, com o objetivo de
diminuir a viscosidade do óleo combustível gerado e a obtenção de um maior
rendimento em gasóleo para posterior craqueamento catalítico e produção de
gasolina.
Neste processo, a carga de alimentação passa através de um forno
tubular, juntamente com uma corrente de reciclo de pequena vazão. Através
da ação da temperatura, as moléculas são craqueadas. Os produtos leves
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craqueados são separados por destilação, originando gás, gasolina, destilados
leves e um óleo combustível residual, que possui uma viscosidade
consideravelmente menor que a da corrente de alimentação.
1.1.2.3 – Alquilação Catalítica
Neste processo químico, o objetivo é transformar as moléculas de GLP
em moléculas parafínicas ramificadas de nafta (alto índice de octanagem). A
matéria-prima utilizada nesse processo é o isobutano (GLP da destilação
direta) e o GLP ( de craqueamento). Os derivados que obtemos a partir desse
processo é o propano, o butano e a nafta alquilada. Segundo Mariano (2001,
p.31), o objetivo principal deste processo é obter gasolina de alta octanagem.
As unidades de alquilação demandam projetos de engenharia especiais,
treinamento adequado para os operadores e precauções de segurança nos
equipamentos, a fim de se proteger os operadores de contatos acidentais com
o ácido fluorídrico. As emissões atmosféricas das unidades de alquilação
provêm das ventilações do processo ou de emissões fugitivas de
hidrocarbonetos voláteis.
1.1.2.4 – Reforma Catalítica
A reforma catalítica é um processo que tem como objetivo o rearranjo da
estrutura molecular dos hidrocarbonetos contidos em determinadas frações do
petróleo, com o fim de se valorizar as mesmas. A matéria-prima utilizada são
naftas de destilação direta. Os derivados obtidos por esse processo são:
hidrogênio, gás combustível, GLP e nafta aromática.
Os catalisadores utilizados na reforma catalítica são normalmente muito
caros e, deste modo, são tomadas diversas precauções para que não haja
perdas. Quando o catalisador perde a sua atividade e não pode mais ser
regenerado, usualmente ele é enviado para uma unidade fora da refinaria para
recuperação dos metais. Em conseqüência disso, emissões oriundas da
regeneração do catalisador, são relativamente baixas.
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1.1.2.5 – Hidrotratamento
É um processo químico utilizado para remover impurezas tais como
enxofre, nitrogênio, oxigênio, haletos e traços de metais, que podem desativar
os catalisadores dos processos anteriormente descritos, envenenando-os.
Segundo Mariano (2001, p.34), a operação de hidrotratamento também
melhora a qualidade das frações, ao converter as mono e di-olefinas em
parafinas, com o propósito de reduzir a formação de goma nos combustíveis.
O hidrotratamento utiliza catalisadores na presença de substanciais
quantidades de hidrogênio, sob condições de alta pressão e temperatura, para
que possam ocorrer as reações entre a carga e este gás. Os reatores são, em
sua maioria, de leito fixo, com a reposição ou regeneração do catalisador, feita
após meses ou até anos de operação, freqüentemente fora da refinaria.
1.1.2.6 – Craqueamento Catalítico
É um processo químico que tem como objetivo a quebra catalítica de
moléculas pesadas de gasóleos e resíduos para obter gasolina e GLP. A
matéria-prima utilizada neste processo é o gasóleo pesado e o resíduo
atmosférico (RAT). Os derivados obtidos através deste processo são: gás
combustível, GLP, nafta craqueada, óleo leve de reciclo e óleo decantado.
O processo de craqueamento catalítico produz coque, que se deposita
sobre a superfície do catalisador, diminuindo suas propriedades. Logo, o
catalisador deve ser regenerado periodicamente. Isso é feito através da
queima do coque em altas temperaturas. Essas unidades são as mais
habitualmente utilizadas. O catalisador é um granulado muito fino, e, quando
misturado com um vapor, apresenta propriedades de fluido. Os vapores
craqueados alimentam uma torre de fracionamento, onde vários derivados são
obtidos.
Algumas características do craqueamento catalítico são que a taxa de
reação aumenta com o tamanho da molécula. Os anéis aromáticos não
reagem; acontecem rupturas de ligações C-C e também reações
endotérmicas.
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1.1.2.7 – Hidrocraqueamento Catalitico
É um processo químico que tem como objetivo produzir diesel e
lubrificantes básicos de alto índice de viscosidade. A matéria-prima utilizada é
o gasóleo do resíduo de vácuo. Os derivados obtidos deste processo são:
diesel, nafta, GLP, QAV e gasóleo.
A matéria-prima para o hidrocraqueamento são frequentemente, as
frações mais difíceis de craquear, ou que não podem ser efetivamente
craqueadas, em unidades de craqueamento catalítico. Segundo Mariano
(2001, p.29), tais frações incluem óleos combustíveis residuais, cru reduzido,
destilados médios e óleos cíclicos. A maioria dos catalisadores consiste em
compostos de cobalto, suportados em alumina, e compostos de níquel e
vanádio com alumina e zeólitas. São regenerados após um período de dois a
quatro anos de utilização.
1.1.2.8 – Isomerização
É um processo químico que tem como objetivo produzir correntes
isocompostas de maior octanagem. A matéria-prima utilizada é a nafta leve. Os
derivados obtidos são a nafta isomerizada, GLP e gás.
Normalmente, parafinas tais como butano e pentano, são convertidas
em isoparafinas, que tem maior octanagem. Algumas unidades de
isomerização utilizam tratamentos cáusticos na corrente de gás combustível
leve, para neutralizar vestígios de ácido clorídrico.
1.1.2.9 – Polimerização
É um processo químico ocasionalmente utilizado para converter propano
e butano em componentes de gasolina de alta octanagem. É um processo
similar a alquilação no que diz respeito à sua alimentação e aos produtos
gerados, mas é freqüentemente usado como uma alternativa mais barata à
mesma.
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1.1.2.10 – Extração e Fracionamento de Aromáticos
É um processo químico cujo objetivo e extrair de naftas reformadas,
através de solvente, aromáticos leves (BTX), e fracioná-los. A matéria-prima
neste processo são as naftas aromáticas da reforma catalítica. Os derivados
obtidos neste processo são o benzeno, tolueno, xileno, aromáticos pesados e
rafinado não aromático.
1.1.2.11 – Recuperação de Enxofre
É um processo químico cujo objetivo é produzir enxofre, através da
operação termo-catalitica, a partir de gás ácido residual (H2S). A matéria-prima
neste processo é o gás ácido de unidades de tratamento. Os derivados obtidos
são o enxofre puro e vapor d’água. Segundo Moraes (2007, sl. 46), devido às
maiores exigências da legislação ambiental, o enxofre produzido poderá estar
no estado sólido ou líquido, dependendo da demanda do mercado, e deverá
ter, no mínimo, 95% em peso e pureza.
1.1.3 – Processos de Tratamento
Os processos de tratamento se fazem necessários, pois os derivados do
petróleo produzidos através de processos físicos e químicos nem sempre se
enquadram nas especificações requeridas, especialmente no que diz respeito
ao teor de enxofre.
1.1.3.1 – Tratamento Bender
É um processo caracterizado como “de adoçamento” e tem por
finalidade transformar compostos agressivos de enxofre em outros menos
prejudiciais sem, entretanto, retirá-los dos produtos. O teor total de enxofre não
é alterado.
Este tipo de tratamento é aplicável às frações intermediarias do
petróleo, tais como nafta, querosene e óleo diesel. Consiste basicamente na
oxidação catalítica, em um reator de leito fixo, dos mercaptans e dissulfetos,
em meio alcalino utilizando-se de ar e enxofre elementar como agentes
oxidantes. O catalisador é à base de óxido de chumbo.
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1.1.3.2 – Tratamento Cáustico
É um processo usado para remoção de mercaptans e H2S dos produtos
e também eliminar outros compostos ácidos que venham a estarem presentes
no derivado que será tratado. É um processo utilizado no tratamento de
frações leves, cujas densidades sejam bem menores que a da solução
cáustica, tais como o GLP e a gasolina.
Como é um processo que emana um elevado consumo de soda, só é
empregado quando o teor de enxofre do derivado não é elevado.
1.1.3.3 – Tratamento com DEA
Esse processo de tratamento tem como objetivo remover o ácido
sulfídrico do gás combustível e do GLP, para que tais frações venham a
atender as especificações relacionadas à corrosividade e ao teor do enxofre.
Existem outros processos de refino de petróleo que não foram
mencionados devido à sua quase não utilização nas refinarias brasileiras, não
havendo apontamentos nos materiais consultados na Petrobras.
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CAPITULO II
PROBLEMÁTICA DAS EMISSÕES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS
Podemos dizer que os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas
refinarias de petróleo, são: monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxido de
enxofre, óxido de nitrogênio e matérias particulados. Tais poluentes
ocasionalmente são liberados em vazamentos nas unidades de fornos e
caldeiras e, nas áreas de tancagem, nas unidades de processo.
Porém, segundo Mariano (2001, p. 125):
[...] os poluentes gerados nas unidades de processo das refinarias, são modestos frente à poluição total gerada pelo consumo dos produtos derivados do petróleo, seja pelo consumo para o transporte, para a manufatura de produtos químicos, para a geração de energia elétrica ou para usos comerciais. (MARIANO, 2001, p. 125).
Todos esses poluentes são nocivos à vida humana e é a grande
preocupação do mundo em nossos dias. Os altos índices de monóxido de
carbono despejados na atmosfera todos os dias causam problemas como a
destruição da camada de ozônio e o efeito estufa, por exemplo. Veremos neste
capítulo como são emitidos tais poluentes, como tratá-los e finalmente
minimizá-los, para que os mesmos não representem tamanho perigo para o
meio ambiente.
Os poluentes atmosféricos podem ser tratados por área específica de
refino e também por caráter geral. Tais poluentes por caráter geral serão
abordados a seguir.
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2.1 – Problemática dos poluentes atmosféricos sobre a saúde
em caráter geral
2.1.1 – Irritação nos olhos
É frequentemente associada com a exposição a oxidantes fotoquímicos
e aldeios. Ocorre comumente em áreas industriais. A irritação aumenta de
acordo com a exposição, mas desaparece rapidamente após cessar a
exposição.
2.1.2 – Sistema Cardiovascular
Doenças incitadas pela poluição do ar podem gerar indiretamente
problemas no sistema cardiovascular. Os poluentes mais comuns são o CO e
o chumbo.
2.1.3 – Sistema Respiratório
Bronquites crônicas, enfisemas pulmonares, câncer de pulmão, asmas e
infecções respiratórias são as doenças que mais ocorrem na troca gasosa e
exposição direta aos contaminantes atmosféricos. Materiais articulados, SO2,
NO2, benzopireno, aromáticos policíclicos, CO e oxidantes fotoquímicos são os
principais poluentes e agravantes destas doenças.
2.1.4 – Impacto sobre os materiais
Os materiais podem ser afetados através de mecanismos físicos e
químicos. Os efeitos físicos ocorrem do efeito abrasivo dos materiais
particulados levados pelo ar sobre as superfícies. Já os efeitos químicos
ocorrem pelo contato direto entre poluentes e os materiais. Em alguns casos,
não conseguimos quantificar os danos, por não ser possível distinguir a ação
da poluição nos materiais com a deteriorização natural dos mesmos.
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2.1.5 – Visibilidade
Os aerossóis são os poluentes que têm maior influência na dispersão da
luz solar, conseqüentemente, uma notável redução de visibilidade. Altas
concentrações de NO2 absorvem a luz azul. Tal absorção nos leva a uma
coloração amarelada de algumas das grandes cidades. Alguns sulfatos
presentes na atmosfera também reduzem a visibilidade.
2.1.6 – Odores
Do ponto de vista da regulamentação ambiental, o odor não é um fato
de prejuízo á saúde, apenas de mal estar. O incômodo provocado por mau
cheiro leva as propriedades daquelas áreas a uma grande desvalorização.
2.1.7 – Efeitos globais
Todo um estudo está sendo realizado a longo prazo sobre os efeitos da
poluição atmosférica das refinarias nos diferentes ecossistemas, estratosfera e
clima. Um dos problemas mais culminantes são as chuvas ácidas, devido à
dissolução dos gases, especialmente o CO2. As modificações do solo a partir
dessas chuvas podem ser irreversíveis.
As mudanças climáticas, com a elevação geral de temperatura do globo
terrestre (efeito estufa), ocasionam o aumento da extensão dos desertos.
A diminuição do ozônio na estratosfera, devido aos hidrocarbonetos
halogenados e os óxidos de nitrogênio, aumentam a quantidade de radiação
ultravioleta que chega à Terra e, é outro efeito irreversível.
2.2 – Problemática dos poluentes atmosféricos sobre a saúde
em caráter específico emitidos por refinarias
Segundo Szklo (2005, p.78), os principais poluentes atmosféricos
emitidos por refinarias são óxido de enxofre, materiais particulados, óxidos de
nitrogênio, monóxido de carbono, gás sulfídrico, BTX (benzeno, tolueno e
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xileno), acetileno, butano, eteno, GLP, metano, propano e propeno (VOC’s) e
amônio. Cada um com a sua característica particular contribuem para a
emissão dos poluentes atmosféricos. Todos esses poluentes são emitidos em
locais distintos dentro de uma refinaria. Vamos analisar cada um desses
poluentes, sua origem e efeitos colaterais.
2.2.1 – Óxido de enxofre
A quantidade das emissões de óxido de enxofre durante o
processamento do petróleo cru é a função do teor de enxofre e o grau API do
petróleo a ser processado. São produzidos durante a queima dos combustíveis
utilizados na geração de calor e energia. Também são produzidos na
regeneração de catalisadores nos processos de craqueamento catalítico, de
sulfurização e reforma catalítica. Seus efeitos à exposição prolongada podem
provocar bronquite crônica, crises cardíacas e respiratórias, e irritação nos
olhos. Nas plantas em geral, acarretam dissolução dos tecidos e necrose entre
as veias. O óxido de enxofre também é causador das chuvas ácidas,
contribuindo para degradação do meio ambiente.
2.2.2 – Materiais particulados
Têm origem nas unidades de regeneração de catalisadores no
craqueamento catalítico. Seu efeito sobre o ser humano dá-se principalmente
nas vias respiratórias ocasionando o aumento dos casos de bronquites e
doenças cardíacas. O efeito causado no meio ambiente é notado na agricultura
com variações de colheitas e modificação nas folhas dos vegetais.
2.2.3 – Óxido de nitrogênio
São formados em qualquer parte de uma refinaria onde haja queima de
um combustível fóssil. Seu efeito no ser humano é de provocar tosses e
dificuldade em respirar. Também provoca lesões locais nos tecidos e distúrbios
sistêmicos. Em alguns casos, pode ocasionar morte súbita por problemas
respiratórios. Outros efeitos são a conjuntivite nos olhos, náuseas e dores
abdominais. Quando associado ao óxido de enxofre, causa danos à
vegetação, através da contaminação fotoquímica.
24
2.2.4 – Monóxido de carbono
Tem origem principal e significativa nos regeneradores dos catalisadores
das unidades de craqueamento catalítico e, em menos quantidade, nas
unidades de combustão. No ser humano, dependendo da exposição, pode
levar desde dores de cabeça e tonturas, até náuseas, vômitos e até casos de
morte. Em alguns casos, acontece redução da visão e habilidade manual. No
meio ambiente, seu pior efeito e mais conhecido de todos é o efeito estufa.
2.2.5 – Gás sulfídrico
Tem origem nas unidades de recuperação de enxofre e de
polimerização, na lavagem cáustica. Afeta diretamente o sistema nervoso, os
olhos e as vias respiratórias. No caso do sistema nervoso, pode causar
depressão, fraqueza, náuseas, vômitos, alucinações, amnésia, delírios e
sonolência. No meio ambiente, atua sobre a vegetação, causando necrose na
parte superior das plantas e um odor desagradável, semelhante ao de ovos
podres.
2.2.6 – BTX (benzeno, tolueno e xileno)
Têm sua presença nos derivados refinados e também têm volatilidade
natural nos processos de reforma catalítica. Nos seres humanos, pode causar
a irritação nos brônquios e da laringe, ocasionando tosse, rouquidão e edema
pulmonar. O BTX também atua no sistema nervoso central, levando a fatiga,
dores de cabeça, tonturas e convulsões, podendo levar até a morte, por
parada respiratória. No meio ambiente, provoca intoxicações, principalmente
em organismos aquáticos, chamado de narcose.
2.2.7 – VOC’s (acetileno, butano, eteno, GLP, metano, propano e propeno)
Têm origem em muitas fontes de emissões gasosas, dentre elas:
tanques de armazenamento, terminais de carga e descarga de crus,
separadores de água e óleo, unidades de regeneração de catalisadores,
bombas, válvulas, flanges, compressores, sistemas de vácuo, torres de
resfriamento e flares (queimadores). Nos seres humanos, reduzem
25
parcialmente a pressão parcial de oxigênio, provocando hipóxia (baixa
oxigenação). Todos os VOC’s são incolores. O metano, etano e gás carbônico
são indolores. No meio ambiente, favorecem as reações fotoquímicas,
contribuindo para o surgimento do smog fotoquímico.
2.2.8 – Amônia
Tem origem nas unidades de destilação, craqueamento e tratamento
final. É um gás irritante para os olhos, vias respiratórias e pele. Provoca
faringite, laringite, bronco espasmo, dispnéia e traqueíte. No meio ambiente,
ocorrem pontos negros necrosados ao longo das margens das folhas das
plantas mais sensíveis.
2.3 – Medidas de controle das emissões atmosféricas
Todas as técnicas utilizadas têm como objetivo a coleta e destruição dos
poluentes. As refinarias são consideradas fontes estacionárias de poluição
atmosférica. A seguir, descreveremos as técnicas de controle da poluição.
2.3.1 – Controle de emissão de poluentes gasosos
- Controle por diluição na atmosfera através de dispersão;
- Absorção de gases;
- Adsorção de gases;
- Combustão.
2.3.2 – Controle de emissões de material particulado
- Ciclones;
- Filtros;
- Coletores úmidos;
- Precipitadores eletrostáticos.
2.4 – Medidas de minimização das emissões atmosféricas
São medidas simples a partir de procedimentos possíveis, que seguem
descritos abaixo:
- Substituição de tanques de teto fixo por teto flutuante;
26
- Melhoria de combustão nos fornos, aquecedores e caldeiras;
- Uso de combustíveis menos poluidores para geração de calor e
energia;
- Manutenção e operação adequada dos equipamentos;
- Modificação dos processos utilizados por “mais limpos”, quando
possível;
- Processamento de petróleo com menos teor de enxofre, se possível.
27
CAPÍTULO III
PROBLEMÁTICA DAS EMISSÕES DE POLUENTES
HÍDRICOS
As refinarias são grandes consumidoras de água, gerando grandes
quantidades de despejos líquidos. Todos esses efluentes variam em
quantidade e qualidade, dependendo do petróleo processado. A principal
função da água é nos processos de resfriamento. Essa poluição hídrica tem
diversas conseqüências para o meio ambiente. Podem ser de caráter sanitário,
ecológico, social ou econômico. A seguir descreveremos os poluentes hídricos
mais comuns, sua origem e danos que os mesmos acarretam ao meio
ambiente.
3.1 – Poluentes hídricos por processos em uma refinaria
A princípio, descreveremos cada processo de refino e seus possíveis
efluentes hídricos gerados.
3.1.1 – Armazenamento do óleo cru e dos produtos
Neste processo, os efluentes gerados contêm óleo livre e emulsionado,
sólidos em suspensão e uma lama de fundo. Em produtos intermediários,
geram efluentes polisulfetos e sulfetos de ferro. No armazenamento de
produtos finais, geram efluentes alcalinos.
3.1.2 – Dessalinização do óleo cru
Neste processo, os efluentes hídricos contêm óleo livre e emulsionado,
amônia, fenóis, sólidos em suspensão e altos teores de cloreto.
28
3.1.3 – Fracionamento
Neste processo, os efluentes hídricos têm altos teores de sulfetos,
óleos, cloretos, mercaptans e fenóis. Nos condensadores que reduzem a
pressão, temos emulsões de óleo e água muito estáveis.
3.1.4 – Craqueamento térmico
Neste processo, os efluentes hídricos são gerados nos acumuladores e
contêm óleo, amônia, fenol e sulfetos. Este efluente é altamente alcalino.
3.1.5 – Craqueamento catalítico
Neste processo, os efluentes hídricos são gerados nos retificadores a
vapor e nos topos dos fracionadores. Contêm óleo, sulfetos, amônia e fenol.
3.1.6 – Hidrocraqueamento catalítico
Neste processo, os efluentes contêm altos teores de sulfetos, fenóis e
amônia.
3.1.7 – Reforma catalítica/ Polimerização
Nestes processos, é possível a presença de amônia, mercaptans e óleo,
porém em volumes pequenos.
3.1.8 – Coqueamento
Este processo contém efluentes como sulfetos, amônia, sólidos em
suspensão, e é altamente alcalino.
3.1.9 – Alquilação
Neste processo, os efluentes hídricos são gerados nos acumuladores
dos fracionamentos, no reator e na seção de lavagem cáustica. São sólidos
dissolvidos e em suspensão, sulfetos e catalisadores gastos.
29
3.1.10 – Isomerização
Os efluentes hídricos contêm fenóis e outros materiais que demandam
oxigênio neste processo.
3.1.11 – Extração por solvente
Efluentes hídricos que contêm soluções como fenóis, glicóis, aminas e
óleo.
3.1.12 – Desparafinação
Neste processo, os efluentes hídricos provêm de vazamentos de
solventes como a metiletilcetona.
3.1.13 – Hidrotratamento
São efluentes gerados nos acumuladores que contêm sulfetos e
amônia, podendo conter também fenóis.
3.1.14 – Desasfaltação
Pequenas quantidades de sulfetos, óleo e amônia são encontradas
neste processo.
3.1.15 – Processo de adoçamento
Nestes processos, os efluentes hídricos são basicamente soda cáustica,
exausta, com altos teores de enxofre e fenólicos.
3.1.16 - Hidroacabamento de óleos lubrificantes
Os efluentes hídricos são gerados a partir de águas de lavagem, lodos e
descargas de amostragem. Contêm altos teores de sulfatos, sulfonatos,
emulsões estáveis de óleo e água, além de sólidos em suspensão.
3.1.17 – Embalagem e mistura
São gerados na limpeza de caminhões, tanque, e contêm altos teores
de óleo emulsionado.
30
3.1.18 – Geração de hidrogênio
Os efluentes hídricos são ricos em óleo emulsionado, enxofre e fenóis.
3.2 – Conseqüências da poluição por efluente hídrico
Abordaremos o que cada efluente hídrico traz como conseqüência de
poluição da água, na ação dos poluentes que as refinarias descartam para o
meio ambiente.
3.2.1 – Sólidos
Os sólidos dissolvidos ou em suspensão que são gerados nas muitas
operações em refinarias podem ocasionar o assoreamento dos recursos
hídricos, ocorrendo diminuição nas vazões de escoamento e armazenamento,
acarretando inundações. Também ocorre redução da atividade fotossintética,
pela turbidez da água, reduzindo o número de espécies vivas.
3.2.2 – Metais pesados
São liberados nas refinarias como efluentes contendo chumbo, ferro,
cádmio e cobre, causando intoxicação dos organismos aquáticos, eliminando
por completo espécies mais sensíveis.
3.2.3 – Alterações no pH
As refinarias despejam efluentes ácidos ou muito alcalinos, com pH
distante do pH água, ocasionando efeitos negativos para a fauna e a flora.
Também acarretam prejuízos para a irrigação agrícola.
3.2.4 – Compostos tóxicos
São eles fenóis e mercaptans. Causam danos à flora e à fauna, devido
à toxidez a partir dos efeitos sinérgicos de interação. Danos à saúde humana
são causados e podem levar até à morte.
31
3.2.5 – Sustâncias tensoativas
São sabões gerados em algumas unidades, alterando a viscosidade da
água e sua tensão superficial. Também são causados danos à fauna e á flora,
devido sua toxidez.
3.2.6 – Matéria consumidora de oxigênio
Quanto maior é a quantidade de matéria orgânica presente no meio,
maior é a quantidade de oxigênio necessária para sua oxidação. Logo, o
lançamento de efluentes consumidores de oxigênio dissolvido na água
acarreta prejuízos à vida aquática.
3.2.7 – Eutrofização
A amônia gerada nos processos de refino é portadora de nitrogênio, que
pode promover o crescimento excessivo das algas e plantas no ambiente
aquático, alterando sabor e odor, toxidez, turbidez e cor, influindo
sensivelmente na vida aquática.
3.2.8 – Elevação da temperatura
As águas utilizadas para o processo de resfriamento são despejadas
com temperatura alterada, podendo acarretar a elevação da toxidez por
reações químicas e biológicas, e também acarretando diminuição da
viscosidade da água.
3.2.9 – Sais
A poluição salina pode variar de baixa, no caso de cloretos, até alta, no
caso de cianetos, ocasionando a eliminação de algumas espécies aquáticas.
3.2.10 – Petróleo cru e seus derivados
É um problema de caráter crônico. O destino do óleo nos meios
aquáticos sofre influências dos ventos, temperatura, correntes marinhas,
geologia e local. Os prejuízos são enormes, como podemos ver em várias
32
catástrofes que têm acontecido como a mais recente, no Golfo do México, em
2010. Podemos mencionar algumas das várias conseqüências, como:
- redução da quantidade de luz solar devido à formação de um filme de
óleo sobre a superfície da água;
- a toxidade para a vida aquática;
- a aderência do óleo sobre os corpos dos animais, levando-os à morte
na maioria dos casos;
- o óleo que se deposita no fundo do mar, prejudicando os organismos
aquáticos;
- prejuízos à vida humana, já que os hidrocarbonetos são considerados
cancerígenos.
3.3 – Tratamento dos efluentes hídricos
Normalmente, as refinarias utilizam sistemas de separadores de esgotos
para as águas oleosas, águas de processo, águas de chuvas drenadas, águas
de refrigeração e esgotos sanitários. Essa separação proporciona maior
economia no tratamento dos despejos. A seguir, descriminaremos os métodos
de tratamento mais utilizados.
Geralmente, o tratamento das águas residuais de refinarias de petróleo é feito em níveis primário e secundário através de processos físicos ou físico-químicos utilizando separadores agua-óleo e processo de coagulação-floculação (STEPNOWSKI et al,2002).
3.3.1 – Separadores gravitacionais
O óleo se acumula na superfície e os sólidos pesados seguem para o
fundo. A remoção deste óleo é feita periodicamente. É bastante utilizado em
refinarias, com processos de refino mais simples.
33
3.3.2 – Floculação química
É adicionado um reagente químico ao efluente e forma a precipitar as
partículas de sujeira. É efetiva na redução da quantidade de material em
suspensão presente nos efluentes.
3.3.3 – Flotação a ar
O efluente é saturado, sob pressão, com ar, e então liberado para um
vaso à pressão atmosférica. Promove uma grande melhora na qualidade e
aparência do efluente.
3.3.4 – Quebra de emulsão
É obtida a coalescência das gotas de óleo. Logo após, o óleo poderá ser
separado por métodos gravitacionais. As quebras podem ocorrer por flotação e
areação, ou por reações químicas.
3.3.5 – Métodos biológicos de tratamento
Por oxidação biológica ou bio-oxidação. São três processos distintos:
lagoas de oxidação, lodos ativados e filtros biológicos.
3.3.6 – Oxidação química
É uma reação exotérmica com uso limitado em refinarias. São torres de
oxidação, em um processo contínuo, onde a solução a ser tratada e o ar
alimentam o fundo da torre.
3.3.7 – Remoção de cianetos
Pode ser feito através do tratamento com o sulfato ferroso ou oxidação
com cloro, visando a eliminação do cianeto, substância extremamente
venenosa.
3.3.8 – Remoção de metais
São usadas unidades de tratamento como osmose reversa, troca iônica
e adsorção com carvão ativado.
34
3.4 – Minimização da quantidade de efluentes hídricos gerados
A gestão inteligente do uso da água dentro das refinarias seria o método
mais fácil e também mais econômico para se reduzir os efluentes gerados. São
medidas a serem adotadas:
- eliminação de vazamentos;
- fechamento de mangueiras de lavagem, quando não estão em uso;
- desligamento de bombas das linhas de água de resfriamento quando
não estão em uso;
- métodos de limpeza a seco;
- caminhões aspiradores para limpeza de vazamento de óleo;
- substituição de catalisadores por outros com maior vida útil;
- substituição por processos de hidrocraqueamento e hidrotratamento;
- reciclagem de efluentes nas próprias unidades de processo.
Outro método para redução da quantidade de efluentes gerados seria a
substituição de sistemas de refrigeração a água por sistemas de refrigeração a
ar.
35
CAPÍTULO IV
PROBLEMÁTICA DAS EMISSÕES DOS POLUENTES
SÓLIDOS
Neste capítulo, faremos um levantamento dos resíduos sólidos gerados
pelas refinarias de petróleo, sua origem, características e as conseqüências de
seu descarte para o meio ambiente. Podemos definir resíduos sólidos como:
Resíduos no estado sólido ou semi-sólido, resultam das atividades de origem industrial doméstica,hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de estações de tratamentode sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados, líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviável em seu lançamento na rede em face da melhor tecnologia disponível. (NBR 10004:2004, p. 03).
4.1 – A geração de resíduos sólidos nas refinarias de petróleo
Segundo Mariano (2001, p.125), os resíduos sólidos nas refinarias de
petróleo são gerados a partir das lamas dos separadores de água e óleo, a
lama dos flotadores a ar dissolvido e a ar induzido, os sedimentos do fundo
dos tanques de armazenamento do petróleo cru e derivados, borras oleosas,
as argilas de tratamento, lamas biológicas, lama da limpeza dos trocadores de
calor e das torres de refrigeração, além de sólidos emulsionados em óleo.
36
4.2 – Descrições dos resíduos sólidos e medidas de
minimização de sua geração
A seguir descreveremos os resíduos sólidos gerados nas diversas
etapas de refino e também medidas de minimização de sua geração mais
utilizadas.
4.2.1- Sedimento dos tanques de armazenamento do petróleo cru
São emulsões formadas por partículas sólidas, petróleo pesado e água,
que se depositam no fundo dos tanques. Estes sedimentos incluem benzeno,
tolueno, etilbenzeno, xileno, enxofre, hidrocarbonetos aromáticos
polinucleados, e metais. As estratégias para prevenção e minimização desses
poluentes sólidos são:
- uso de misturadores para reduzir os volumes de resíduos gerados;
- reciclagem dos sedimentos nas unidades de processo da refinaria;
- aumento da eficiência das etapas de lavagem;
- controle de derramamentos.
4.2.2 – Sedimentos dos tanques de armazenamento de gasolina
Os sedimentos destes tanques são normalmente compostos por
ferrugem e crostas oriundas de dutos e reatores. Estes poluentes são
minimizados com a lavagem constante dos tanques e o tratamento dos
efluentes.
4.2.3 – Sedimentos do tanque de armazenamento de óleo residual
É produzido nas unidades de destilação atmosférica, coqueamento,
hidrocraqueamento e visco redução. É composto por hidrocarbonetos pesados,
ferrugem e crostas. Para redução dos sedimentos, utilizamos misturadores nos
tanques. Este sedimento também pode ser reutilizado em outros processos na
refinaria.
37
4.2.4 – Sedimento CSO e/ou sólidos de filtração
Este sedimento é gerado pela limpeza intermitente dos tanques de
armazenamento do óleo purificado do fracionador do craqueamento catalítico.
Neste caso são usados hidrociclones para remover os sólidos do efluente do
reator. O sedimento que é removido durante a limpeza dos tanques é reciclado
em outras unidades de processo.
4.2.5 – Lama de dessalinização
Na dessalinização, a lavagem com água remove a maior parte dos
minerais solúveis presentes no petróleo e também sólidos em suspensão. São
utilizados caminhões aspiradores que centrifugam o material e armazenam os
sólidos em tambores. Também são usados desemulsificadores e
precipitadores eletrostáticos.
4.2.6 – Catalisador do craqueamento catalítico
O catalisador usado é substituído e enviado para o regenerador. Após
algum tempo, o catalisador perde a sua atividade e passa a ser um resíduo
composto por zeólitas, caulim, alumina e sílica. Ciclones de alta eficiência de
coleta são utilizados na redução deste catalisador craqueado.
4.2.7 – Catalisadores de hidrocraqueamento, hidrotratamento e
hidrorrefino
Estão presentes neste resíduo o sulfeto de hidrogênio, cobalto, níquel,
molibdênio e, mais raramente, o tungstênio. As medidas de minimização são:
- a reutilização do catalisador em outros processos;
- aumento do tempo de vida do catalisador.
4.2.8 – Catalisador da reforma catalítica
São hidrocarbonetos da corrente de alimentação e os produtos da
reação da reforma, além do benzeno e os próprios metais do catalisador.
Neste caso, segundo Mariano (2001, p.134), faz-se uma otimização na reforma
catalítica, reduzindo a freqüência de substituição do catalisador.
38
4.2.9 – Catalisadores de isomerização
Os sedimentos são catalisadores exaustos de platina que podem conter
benzeno e outros metais em sua composição. Este tipo de catalisador é quase
que totalmente reciclado, segundo Mariano (2001, p.134).
4.2.10 – Argila de tratamento de isomerização/ extração
Os adsorventes sólidos podem ser Utilizados para três finalidades na
isomerização:
- purificação de carga de alimentação;
- purificação da corrente de hidrogênio;
- separação das parafinas da carga de alimentação ou do produto.
Neste caso, os compostos mais perigosos na argila são os
hidrocarbonetos como o benzeno. Como são utilizadas para o aumento da vida
útil do catalisador, ainda não foram encontradas medidas para minimização da
geração das mesmas.
4.2.11 – Outros resíduos sólidos
- lama e catalisador da unidade de alquilação;
- lama da unidade de alquilação;
- óleo solúvel ácido da alquilação;
- argila de tratamento da alquilação;
- catalisador da polimerização;
- enxofre fora da especificação, lama de enxofre, amina gasta e
catalisador dos processos de remoção de enxofre;
- finos do processamento térmico e produtos fora de especificação;
- argila de filtração de óleo lubrificante;
- soda exausta;
- argilas de tratamento;
- lama das estações de tratamento de efluentes.
Além da geração de resíduos sólidos, transbordamentos em sistemas
de calhas e drenagem do fundo dos tanques podem contaminar o solo e a
39
vegetação, transformando-os em resíduos perigosos, que precisarão ser
descartados.
4.3 – Os resíduos perigosos da refinaria
A Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA) classifica os
resíduos sólidos perigosos quanto à sua inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxidade.
No Brasil, a ABNT também se baseia da mesma forma. Esses resíduos
sólidos são um sério risco para o meio ambiente, e é de grande importância a
sua destinação. Seus efeitos sobre o meio ambiente são em geral:
- aspecto estético desagradável e desfiguração de paisagens;
- produção de maus odores;
- poluição da água, pela infiltração dos detritos;
- liberação de gases tóxicos;
- poluição do ar.
A destinação ainda é um problema a ser resolvido. Existe uma grande
quantidade e variedade de resíduos industriais dificultando a escolha de uma
solução em comum. A destinação mais utilizada para os resíduos sólidos são
os aterros industriais. Os mesmos são divididos em duas correntes:
- aterros impermeabilizados ou totalmente drenados;
- aterros em que se admite a infiltração do percolado.
4.4 – Tratamento e disposição dos resíduos sólidos
Visam minimizar ou eliminar os constituintes perigosos do resíduo. Os
métodos de tratamento utilizados numa refinaria são divididos em quatro
categorias: métodos físicos, térmicos, químicos e biológicos.
40
4.4.1 – Tratamento físico
Envolvem a separação de sólidos da fase liquida do resíduo. São eles:
centrifugação, decantação, filtração, adensamento, ultra filtração e osmose
reversa, redução de superfície, wheatering, destilação e evaporação.
4.4.2 – Tratamento térmico
Dependem essencialmente da disponibilidade de geração de calor. São
eles: injeção de liquido e incineração, desidratação térmica e filtração.
4.4.3 – Tratamento químico
Baseiam-se nas diferenças das propriedades químicas dos diversos
componentes dos resíduos e geralmente envolvem uma ou mais das seguintes
reações químicas: neutralização, precipitação, hidrólise, fotólise e reações de
oxirredução.
4.4.4 – Tratamentos biológicos
Os contaminantes são absorvidos e decompostos pela ação de
microorganismos. São eles: lodos ativados, lagoas de aeração, landfarming,
compostagem, e compostagem aeróbica.
Existem outros processos mais sofisticados que envolvem
transformação de resíduo em materiais vítreos e cerâmicas, que não serão
abordados neste trabalho.
41
CAPÍTULO V
VALORAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS DAS
EMISSÕES DE POLUENTES
Nos capítulos anteriores, caracterizamos todas as formas de poluição
encontradas em refinarias de petróleo, com seus efeitos sobre o meio
ambiente. Também descrevemos todas as possíveis formas de controle e
minimização desses poluentes. Mesmo assim, poluentes são gerados e danos
são causados no meio ambiente, e abordaremos neste capítulo como é feita a
valoração destes custos ambientais, para que possam servir de variável na
decisão de planejamento de futuras refinarias no Brasil.
[...] Os custos adicionais de proteger o meio ambiente podem parecer altos em termos absolutos – são modestos, entretanto, em comparação com os benefícios a serem obtidos, na redução da pobreza e na melhoria da condição humana. A questão não é saber se podemos suportá-los; a questão é saber se conseguimos suportar não fazê-los. (LEITE, 1994, p.34)
A valoração econômica de um dano ambiental ainda é um assunto
controverso. Não temos o objetivo de criar nenhuma nova metodologia de
valoração e sim verificar se os atuais critérios são eficazes quanto aos custos
gerados por danos ambientais.
Descreveremos, a seguir, alguns parâmetros importantes para a
valoração dos custos ambientais associados a cada poluente.
42
5.1 – Custos ambientais decorrentes das emissões de
poluentes
Na atual base econômica do meio ambiente utilizam-se conceitos como
de bens públicos e o de externalidade.
Os bens públicos não são de propriedade de ninguém, todos podem
usufruir. São eles o ar, os recursos naturais, as paisagens naturais, as ruas e
as praças públicas.
Toda vez que a produção ou consumo de um bem tem efeitos paralelos
sobre os consumidores ou produtores envolvidos, surgem as externalidades.
Ocorre a imposição de quem detém a produção, uma externalidade ou custo
externo à economia dos agentes afetados.
O principal objetivo desta nova base da economia, no nosso caso, é
obter uma avaliação dos diferentes danos causados à fauna, flora, aos seres
humanos, aos recursos naturais e às condições climáticas.
5.2 – A importância da valoração dos custos ambientais
A estimativa destes custos ambientais tem a sua importância na
necessidade da adoção de medidas que visem à utilização sustentável de um
determinado recurso do meio ambiente.
Vamos tomar como exemplo o ar. Em certos locais do planeta, o seu
grau de degradação é tão alto, que esta valoração econômica não pode ser
desprezada. A falta de bem-estar e saúde no entorno das regiões industriais é
evidente naquelas populações. Neste contexto, o ar como recurso ambiental,
desempenha uma função econômica, levando à desvalorização toda a rede
imobiliária no entorno desta região.
De um modo geral, quando bens de consumo ambiental como o ar, a
água e solo, não são levados em consideração, fazendo farte de uma planilha
43
com custo zero, pode levar tais recursos à completa exaustão e degradação,
fato indesejável para a sociedade.
5.3 – Mecanismos para internalização das externalidades
Podemos internalizar as externalidades através de vários mecanismos,
cada qual com a sua importância. São eles:
- taxação: pago pelo gerador da externalidade correspondente ao custo
da degradação causada pela poluição;
- subsídios: é o inverso da taxação. O gerador recebe ajuda financeira
para reduzir as emissões. Normalmente utilizado para implementação dos
sistemas de controle de poluição;
- controle direto: normas ambientais que devem ser seguidas, e quando
não, geram multas para o agente gerador da externalidade. Este processo é
aplicado por uma autoridade ambiental;
- licenças de poluição: a autoridade ambiental leiloa uma determinada
quantidade de licenças de poluição. O agente poluidor só poderá emitir
poluição proporcional a quantidade de licenças que adquiriu. Através das
licenças, regulamos o nível de poluição no meio ambiente. A autoridade
ambiental tem toda uma flexibilidade de reduzir os índices de poluição,
recomprando licenças no mercado livre.
5.4 – Técnicas de valoração econômica dos impactos
ambientais
É necessário que se faça a correta valoração das externalidades
relacionadas aos impactos negativos das diversas atividades humanas sobre o
meio ambiente, para que sirva como ferramenta para ser incorporada em
futuros planejamentos. A seguir, apresentaremos alguns métodos de valoração
mais relevantes.
44
5.4.1 – Natureza e classificação dos valores ambientais
Não se classifica o valor econômico de um recurso ambiental em
qualquer tabela de preços, mas o seu valor deriva de seus atributos, estando
eles ou não associados ao seu uso.
Observemos a seguinte fórmula:
VERA = (VUD+VUI+VO) + VE
Onde:
- VERA: valor econômico de um recurso ambiental;
- (VUD+VUI+VO): valor de uso, onde: VUD = valor de uso direto; VUI =
valor de uso indireto; VO = valor de opção;
- VE: valor de existência ou valor de não uso.
a) Valor de uso: é atribuído a um recurso ambiental pelo seu uso presente e
pelo seu potencial de uso futuro. Pode ser caracterizado e subdividido em três
categorias. São elas:
- valor de uso direto: determinado pelo bem-estar que proporciona
através do seu uso direto no caso de extração, visitação ou outra atividade de
produção;
- valor de uso indireto: deriva de funções ecossistêmicas, no caso, por
exemplo, de contenção de erosão e de manutenção do estoque de carbono
retido pelas florestas;
- valor de opção: valor disposto a se pagar pelo uso direto ou indireto do
recurso ambiental.
b) Valor de não uso ou valor de existência: deriva de uma posição moral,
cultural ou ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies
não humanas ou de preservação de outras riquezas naturais, mesmo que
estas não representem uso atual ou futuro. Como exemplo, há mobilização
pública em defesa das baleias e dos ursos panda, mesmo em regiões do
mundo onde nunca essas espécies poderão existir.
Todos esses valores citados passam por uma avaliação pessoal e
subjetiva, sem podermos precisar a extensão dos efeitos negativos de
45
utilização de tais recursos ambientais. Descreveremos, a partir de então,
técnicas que visam estimar esses valores econômicos.
5.4.2 – Produção sacrificada
É medido de forma direta os seus efeitos negativos na produção
perdida, quando são localizados ou específicos. Como exemplo, podemos citar
a atividade pesqueira afetada por despejos líquidos em um rio. Neste caso,
não são levados em consideração os recursos atingidos para gerações futuras.
5.4.3 – Disposição para pagar
São identificados mercados hipotéticos de recursos ambientais para que
seja possível valorar um bem ambiental. Algumas vezes são questionados os
valores assim estimados, pois temos que levar em conta as distorções e
imperfeições da economia.
Para a valoração desta disposição a pagar, existem várias técnicas que
serão descritas a seguir.
a) Técnica de preço hedônico
Utilizando uma função denominada hedônica, podemos comprara, por
exemplo, valores de terrenos semelhantes, aonde há e aonde não há poluição
atmosférica ou sonora. Deste modo, podemos estimar que a diferença entre os
valores é o valor da disposição a pagar pela redução da poluição.
b) Método de valoração contingente
É elaborada uma pesquisa para se avaliar o valor de uso ou valor de
existência daquele meio ambiente. Nesta pesquisa, calcula-se quanto as
pessoas pagariam pela preservação de um recurso ambienta. As imprecisões
deste método viriam das perguntas mal formuladas da pesquisa, ou até do real
comprometimento das pessoas em respondê-las, levando a uma subavaliação
da disposição a pagar.
46
c) Técnica do custo de viagem
Estima-se, nesta técnica, o custo de viagem associado à ida a um
parque ou lago, por exemplo, livres de poluição. O valor de uso referente aos
benefícios recreativos daquele local deve ser, pelo menos, igual ao dispêndio
da viagem que se realiza para desfrutar deste local.
d) Vida estatística
É utilizado nos casos que os efeitos ambientais negativos de
determinada atividade colocam em risco a vida humana. É utilizado para
mensurar o valor de salvar-se uma vida, quanto este tem de ser discutido
socialmente. As técnicas adotadas são as mesmas anteriormente
mencionadas, com alguns ajustes.
No valor associado, por exemplo, uma pesquisa de quanto uma
população pagaria para reduzir as mortes por acidentes numa estrada em
despesas de sinalização e manutenção.
No preço de propriedade, por exemplo, comparar salários de
trabalhadores que correm riscos com o daqueles que não correm, para
cálculos de adicionais de insalubridade e periculosidade.
No caso da produção sacrificada, tenta-se calcular a produção perdida
no caso de falecimento de um determinado individuo prematuramente.
5.5 – Metodologias de quantificação de dano – Função dose-
resposta
Estabelece-se uma relação física entre a causa e o efeito de um dano
ambiental, fornecendo medidas objetivas dos danos resultantes das várias
causas. São “funções de dano” ou “funções de dose-resposta” que relacionam
o nível da atividade impactante com o grau do dano físico ou ativo natural, ou
ativo realizado pelo homem, ou como grau de impacto sobre a saúde.
47
Os dados para estas funções vêm de duas fontes:
- estudos de campo;
- procedimentos experimentais controlados.
A aplicação da função dose-resposta não é apenas um método de
valoração dos custos ambientais. Ela estabelece a relação entre a dose (a
gente causador da poluição) e a resposta (efeito, alteração). Após esta
relação, se estabelece o valor associado à resposta obtida. Do
estabelecimento desta função, podemos estimar a variação do dano que afeta
a produção ou qualidade de vida da população atingida. Depois, valora-se o
dano ocorrido a partir do preço do mercado. Esta função permite que se
estabeleça uma relação que os outros métodos não alcançam.
As etapas para aplicação deste método são:
- identificação das emissões nocivas e determinação do raio de
abrangência para elaboração de modelos de dispersão atmosférica, a fim de
se calcular as concentrações anuais de cada poluente;
- determinação do risco incremental individual, que estabelece o risco do
individuo sofrer uma doença ou morte quando se aumenta a concentração e
exposição a um determinado poluente. Parte-se do principio de que existe uma
relação causal entre o grau de exposição (dose) a um agente e a existência de
um mecanismo capaz de causar um efeito (resposta);
- determinação do risco incremental total, que é o produto do risco
individual pela população e pelos bens patrimoniais e ambientais da região.
São obtidos dados demográficos e levantamento de bens da região em estudo;
- valoração dos custos ambientais, produto do risco de incremento total
pelo valor econômico atribuído a tal incremento. São utilizados valores de
mercado, tomando tal valor e multiplicando pelo incremento. Quando não
existe valor estipulado no mercado, utilizamos inferência indireta. Nesta
técnica, utilizamos pesquisas de opinião, os salários dos indivíduos afetados, a
desvalorização das propriedades, para que se possa, na verdade, tentar obter
o valor que a sociedade estaria disposta a pagar para que houvesse a redução
do incremento dos riscos de doença e morte.
48
A partir de todas estas etapas, chegamos a um valor numérico que
expressa o custo ambiental associado à emissão de uma dada quantidade de
poluentes.
5.5.1 – Dificuldades na estimativa das funções dose-resposta
Devido às relações causais em ecologia serem ainda pouco conhecidas
e de estimativa bastante complexa, o estabelecimento das funções dose-
resposta apresenta uma série de limitações. Necessitamos de vários estudos
de campo, já que populações e regiões são diferentes entre si e também o seu
grau de exposição.
As dificuldades normalmente encontradas são:
- a variedade de poluentes e a interação dos mesmos;
- os aspectos individuais como hábitos alimentares, tabagismo, histórico
de saúde, que influenciam também na saúde da população;
- o clima e suas variáveis;
- topografia, saneamento básico, qualidade de vida, nível de estresse,
precisam ser considerados.
As dificuldades mencionadas não invalidam o esforço de se valorar
monetariamente as externalidades ambientais.
5.6 – Custos de controle de poluição para uma refinaria de
petróleo
Normalmente, os custos de controle de poluição para implementação de
uma refinaria de petróleo ficam em torno de 10% dos investimentos totais
necessários. Calcula-se que uma refinaria de médio porte demandaria um
investimento em torno de três bilhões de dólares, dos quais aproximadamente
300 milhões de dólares seriam gastos com o controle da poluição atmosférica,
hídrica e do solo.
Os custos totais obtidos para o horizonte de 50 anos de vida útil de uma
refinaria, levando-se em consideração que se mantenham os níveis de
emissão de poluentes, conclui-se que é mais barato investir-se em
49
equipamentos de controle de poluição que arcar-se com as despesas impostas
pela sociedade pela geração de poluentes.
A aplicação de investimentos no controle da poluição em refinarias de
petróleo demonstra um abatimento da poluição sobre os custos ambientais
para a sociedade, além de gerar melhores condições de vida para a
população, para o meio ambiente, enfim, para todo o ecossistema.
.
50
CONCLUSÃO
Como podemos observar ao longo deste trabalho, as refinarias de
petróleo são atividades altamente poluidoras, afetando todo o meio físico: ar,
água e solo. A principal problemática ambiental gerada pelas refinarias, é que,
devido sua total importância em nossa sociedade, tornando-as indispensáveis
ao nosso estilo de vida, e, com certeza, irão existir ainda por várias décadas, o
que fazer para que as refinarias não prejudiquem ainda mais o meio ambiente?
A indústria do petróleo, no Brasil, assim como no resto do mundo, é uma
das atividades mais rentáveis. Precisamos cobrar desta indústria maiores
investimentos nas suas plantas de refino para que sejam menos poluidoras e
que tenham melhor gestão ambiental.
Dependemos de toda uma revisão na legislação atual para que as
refinarias que sujam, degradam e destroem ecossistemas possam ser punidas
por não aceitarem uma melhor gestão ambiental.
Ao lado da ética individual, necessária a todos, existe atualmente uma
ênfase sobre a responsabilidade social das empresas poluidoras. O Instituto
Ethos define responsabilidade social empresarial como:
[...] uma forma de gestão que se define pela relação ética e transparente daempresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais (www.ethos.org.br).
O crescimento do parque de refino no Brasil é inevitável, devido a nossa
demanda por derivados cada vez maior. Logo, tal ampliação deve ser
planejada levando em conta toda a questão ambiental. Sabemos que esse tipo
de gestão é viável sob todos os pontos de vista, inclusive o econômico.
51
Descrevemos, ao longo deste trabalho, a existência de vários problemas
ambientais causados pelas refinarias e indicamos como resolvê-los. Várias
soluções que foram aqui descritas, foram utilizadas de forma bem sucedida.
Ressaltamos, também, que é imprescindível uma gestão melhor das
plantas de refino. Além da redução de níveis de poluição, também ocorre
diminuição de gastos em água e energia, acarretando uma economia nos
custos variáveis de uma refinaria.
Todo um controle interno das refinarias se faz necessário, para que haja
redução na geração de poluentes. Recuperação de substancias que não
reagiram, reciclagem de subprodutos dos processos, recirculação das águas e
redução de vazamentos são medidas que, além de representar uma economia
para as refinarias, podem reduzir a concentração de quase todos os poluentes
potenciais.
Demonstramos, também, que é mais barato pagar pela instalação de
equipamentos de controle de poluição do que pagar custos ambientais
imputados à sociedade. Podemos ver que na valoração dos custos ambientais
temos que levar em consideração todas as despesas que advêm da poluição
como tratamentos médicos, limpeza de ruas, prédios e monumentos,
desvalorização de propriedades, além de prejuízos irreversíveis, como perda
de bem-estar e da própria vida.
Seria muito mais interessante para as refinarias que investissem em
controle de poluição, gerando economias como a reutilização de efluentes
tratados ao invés de água, evitando multas e despesas legais impostas pelos
órgãos ambientais e aumentando sua eficiência produtiva.
[...] a poluição industrial também pode ser vista como uma forma de desperdício e ineficiência dos processos produtivos e resíduos industriais representam, na maioria dos casos, perdas de matérias primas e insumos. (LERIPIO, 2001, p. 11)
Até caberia, num determinado momento, um investimento na própria
imagem da companhia, renovando e preservando paisagens naturais no
entorno dos parques industriais, e melhorando a qualidade de vida desta
52
população. No Brasil, a Petrobras têm implementado um Sistema de Gestão
Integrada de Meio Ambiente, Qualidade, Saúde e Segurança Industrial, tendo
como referências as normas ISO 14.001 e BS 8.800. A Petrobras também
implantou o Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança
Operacional, que tem como meta apresentar um detalhamento das ações
priorizadas e diretrizes de gestão para realizar análise e planos de
contingência, planos de investimento a médio e longo prazos, incluindo ações
de riscos para redução de riscos ambientais.
[...] aquilo que rende dinheiro para uma empresa, ao menos à curto prazo, pode ser nocivo para a sociedade como um todo, assim, o comportamento das empresas torna-se um exemplo em grande escala de comportamento racional de parte de um grupo, podendo ser traduzido em uma tomada de decisão desastrosa para a sociedade (DIAMOND, 2005, p. 528).
Varias medidas foram incorporadas no padrão de desenvolvimento da
Petrobras, como análises ambientais, avaliações dos impactos
socioeconômicos de cada projeto, recuperação das áreas afetadas,
recomposição paisagística, além de tratamento e adequação de resíduos
sólidos e líquidos gerados. Também foram investidos milhões de dólares em
aprimoramento da qualidade dos produtos, no caso do diesel, visando
melhorar os níveis de poluição atmosférica nas grandes cidades.
Por outro lado, é fundamental que o Poder Legislativo aprimore a
Legislação Ambiental, criando leis mais especificas e rigorosas para as
refinarias.
É necessário que sejam desenvolvidos novos estudos para a valoração
das externalidades ambientais. Tais estudos têm que contemplar a realidade
brasileira, levando-se em consideração nossa condição socioeconômica, além
do uso de modelos de dispersão adequados a cada região. A obtenção de
estimativas de custos de danos melhor suportadas é imprescindível para a
negociação junto às refinarias.
53
Finalmente, para a valoração ambiental eficaz, recomenda-se a
elaboração de estudos detalhados sobre a gestão de riscos utilizada por
nossas refinarias, assim como uma análise critica sobre sua eficiência.
O conceito de “meio ambiente” é uma construção social, a qual é dependente da percepção que cada um tem sobre ele, sendo portanto, um lócus onde os conflitos humanos se evidenciam em função de seus interesses individuais ou coletivos. É neste espaço onde se dão todas as relações que envolve os seres vivos, incluindo o homem, em permanente interação.(SILVA E NASCIMENTO, 2007, p. 21).
54
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58
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
DEDICATÓRIA 3
AGRADECIMENTO 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Refino de Petróleo e seus processos 10
1.1 – Processos de Refinação 10
1.1.1 – Processos de separação Física 11
1.1.1.1 – Destilação 11
1.1.1.2 – Extração por Solventes 13
1.1.2 – Processos Químicos 13
1.1.2.1 – Coqueamento Retardado 14
1.1.2.2 – Visco-redução 14
1.1.2.3 – Alquilação Catalitica 15
1.1.2.4 – Reforma Catalitica 15
1.1.2.5 – Hidrotratamento 16
1.1.2.6 – Craqueamento Catalitico 16
1.1.2.7 – Hidrocraqueamento Catalitico 17
1.1.2.8 – Isomerização 17
1.1.2.9 – Polimerização 17
1.1.2.10 – Extração e fracionamento de aromáticos 18
1.1.2.11 – Recuperação de Enxofre 18
1.1.3 – Processos de Tratamento 18
1.1.3.1 – Tratamento Bender 18
1.1.3.2 – Tratamento Caustico 19
59
1.1.3.3 – Tratamento com DEA 19
CAPITULO II
Problemática das emissões de poluentes atmosféricos 20
2.1 – Problemática dos poluentes atmosféricos sobre a saúde em
Caráter geral 21
2.1.1 – Irritação nos olhos 21
2.1.2 – Sistema Cardiovascular 21
2.1.3 – Sistema Respiratório 21
2.1.4 – Impacto sobre os materiais 21
2.1.5 – Visibilidade 22
2.1.6 – Odores 22
2.1.7 – Efeitos Globais 22
2.2 – Problemática dos poluentes atmosféricos sobre a saúde em
Caráter especifico emitido por refinarias 22
2.2.1 – Óxido de enxofre 23
2.2.2 – Materiais particulados 23
2.2.3 - Óxido de nitrogênio 23
2.2.4 – Monóxido de carbono 24
2.2.5 – Gás sulfídrico 24
2.2.6 – BTX 24
2.2.7 – VOC’S 24
2.2.8 – Amônia 25
2.3 – Medidas de controle das emissões atmosféricas 25
2.3.1 – Controle de emissão de poluentes gasosos 25
2.3.2 – Controle de emissão de material particulado 25
2.4 – Medidas de minimização das emissões atmosféricas 25
CAPITULO III
Problemática das emissões de poluentes hídricos 27
3.1 – Poluentes hídricos por processo em uma refinaria 27
3.1.1 – Armazenamento de óleo cru e dos produtos 27
3.1.2 – Dessalinização de óleo cru 27
60
3.1.3 – Fracionamento 28
3.1.4 – Craqueamento térmico 28
3.1.5 – Craqueamento catalítico 28
3.1.6 – Hidrocraqueamento catalítico 28
3.1.7 – Reforma catalítica/Polimerização 28
3.1.8 – Coqueamento 28
3.1.9 – Alquilação 28
3.1.10 – Isomerização 29
3.1.11 – Extração por solventes 29
3.1.12 – Desparafinação 29
3.1.13 – Hidrotratamento 29
3.1.14 – Desasfaltação 29
3.1.15 – Processo de adoçamento 29
3.1.16 – Hidroacabamento de óleos lubrificantes 29
3.1.17 – Embalagem e Mistura 29
3.1.18 – Geração de hidrogênio 30
3.2 – Conseqüências da poluição por efluente hídrico 30
3.2.1 – Sólidos 30
3.2.2 – Metais pesados 30
3.2.3 – Alterações no Ph 31
3.2.4 – Compostos tóxicos 31
3.2.5 – Substâncias tensoativas 31
3.2.6 – Matéria consumidora de oxigênio 31
3.2.7 – Eutrofização 31
3.2.8 – Elevação de temperatura 31
3.2.9 – Sais 31
3.2.10 – Petróleo cru e seus derivados 31
3.3 – Tratamento dos efluentes hídricos 32’
3.3.1 – Separadores gravitacionais 32
3.3.2 – Floculação química 33
3.3.3 – Flotação a ar 33
3.3.4 – Quebra de emulsão 33
3.3.5 – Métodos biológicos de tratamento 33
61
3.3.6 – Oxidação química 33
3.3.7 – Remoção de cianetos 33
3.3.8 – Remoção de metais 33
3.4 – Minimização da quantidade de efluentes hídricos gerados 34
CAPITULO IV
Problemática das emissões de poluentes sólidos 35
4.1 – A geração de resíduos sólidos nas refinarias de petróleo 35
4.2 – Descrição dos resíduos sólidos e medidas de minimização
De sua geração 36
4.2.1 – Sedimento dos tanques de armazenamento de petróleo cru 36
4.2.2 – Sedimento dos tanques de armazenamento de gasolina 36
4.2.3 – Sedimento dos tanques de armazenamento de óleo residual 37
4.2.4 – Sedimento CSO e/ou sólidos e filtração 37
4.2.5 – Lama de dessalinização 37
4.2.6 – Catalisador do craqueamento catalítico 37
4.2.7 – Catalisadores do hidrocraqueamento, hidrotratamento e
Hidrorrefino 37
4.2.8 – Catalisador de reforma catalítica 37
4.2.9 – Catalisador de isomerização 38
4.2.10 – Argila de tratamento de isomerização/extração 38
4.2.11 – Outros resíduos sólidos 38
4.3 – Os resíduos perigosos da refinaria 39
4.4 – Tratamento e disposição dos resíduos sólidos 39
4.4.1 – Tratamento físico 40
4.4.2 – Tratamento térmico 40
4.4.3 – Tratamento químico 40
4.4.4 – Tratamentos biológicos 40
CAPITULO V
Valoração dos custos ambientais das emissões de poluentes 41
5.1 – Custos ambientais decorrentes das emissões de poluentes 42
5.2 – A importância da valoração dos custos ambientais 42
62
5.3 – Mecanismos para a internalização das externalidades 43
5.4 – Técnicas de valoração econômica dos impactos ambientais 43
5.4.1 – Natureza e classificação dos valores ambientais 44
5.4.2 – Produção sacrificada 45
5.4.3 – Disposição para pagar 45
5.5 – Metodologia de quantificação de dano – função dose-resposta 46
5.5.1 – Dificuldades na estimativa das funções dose-resposta 48
5.6 – Custos de controle de poluição para uma refinaria de petróleo 48
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA 54
INDICE 58