UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · Fonte: O Monge e o Executivo de James C....
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO DE MUDANÇAS NAS
ORGANIZAÇÕES DO MUNDO MODERNO
Cristiane Vicente da Silva dos Santos
Orientadora
Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO DE MUDANÇAS NAS
ORGANIZAÇÕES DO MUNDO MODERNO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão Empresarial
Por: . Cristiane Vicente da Silva dos Santos
3
AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente da Vez do Mestre, a
professora Mônica Melo, que muito nos
apoiou na elaboração do trabalho, a
empresa em que trabalho, que me
liberou mais cedo nos dias da aula, aos
meus familiares a quem amo
incondicionalmente e a Deus que me
proporcionou mais uma grande
oportunidade, a de fazer essa pós-
graduação.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos familiares que
mais uma vez me apoiaram na conquista
de mais uma etapa em minha vida e aos
amigos que conquistei durante o curso,
que assim como eu acreditaram que
poderiam ser um pouco mais e que esse
“pouco mais” vale muito para nossa vida
pessoal e profissional.
5
RESUMO
A gestão de mudanças é uma realidade cada vez mais presente no
mundo moderno e as empresas precisam manter a estabilidade diante dos
inevitáveis processos de mudança. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre
o papel e a importância do líder como gestor de mudanças, bem como o seu
desafio de atuar e fazer com que pessoas de natureza e valores diferentes
direcionem seus objetivos aos da empresa e tenham suas necessidades
atendidas, através um estilo de liderança voltado para o resultado atendendo
aos padrões de qualidade, produtividade, segurança, construção de bom
relacionamento interno e externo, do trabalho em equipe e principalmente da
valorização do ser humano.
Palavras-chave: Gestão de Mudanças; Líder; Liderança; Mundo Moderno,
Valorização do Ser Humano, Trabalho em Equipe.
6
METODOLOGIA
O trabalho de pesquisa foi realizado através de estudo bibliográfico,
pesquisas na internet e de vivência como líder de uma organização. Foi dada
ênfase para autores que tratavam o tema liderança, principalmente quando
enfocavam mudança e trabalho em equipe.
Ao longo do trabalho serão abordadas definições de liderança, equipe,
motivação e gestão de pessoas.
A proposta desse trabalho é apresentar a influência do líder e a sua
importância nos processos de mudança nas empresas da atualidade para que
estas estejam aptas a serem competitivos em desafios futuros.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Mudanças no Mundo Moderno 10
CAPÍTULO II - A Comunicação no Processo de Mudança 14
CAPÍTULO III - Líder – O Idealizador e Gestor de Mudanças 19
CAPÍTULO IV – As pessoas – O Bem Mais Precioso 28
CAPÍTULO V - O Desafio de Trabalhar em Equipe 36
CONCLUSÃO 40
ANEXOS 42
BIBLIOGRAFIA 58
WEBGRAFIA 60
ÍNDICE 61
8
INTRODUÇÃO
Mudanças ocorrem a cada dia, sejam impulsionadas por fatores
externos – economia, política, meio, meio ambiente, novas tecnologias, dentre
outras ou por necessidade internas com base no contexto de atuação no
mercado – equipe, produtos, liderança, etc.. As empresas do mundo moderno
devem estar certas de que tanto as mudanças externas como internas são
inevitáveis e de que devem estar preparadas para se adequar e/ou enfrentar
as mudanças através de sua equipe de trabalho e principalmente do grande
mentor e mediador do processo: o líder.
Todo processo de mudança a ser implementado possui um ciclo de vida
que num aspecto geral tem começo, meio e fim. O primeiro passo na gestão
de mudança é identificar o que há de urgente a ser feito, obviamente isto
ocorre depois de detectada à necessidade de mudança e traçada a estratégia
a ser posta em prática através de um planejamento exercido por um líder e sua
equipe de trabalho.
As mudanças podem ser mal interpretadas e seu processo mais lento se
não houver a comunicação clara e objetiva. Através da comunicação a
empresa pode transmitir os seus ideais e convencer a todos os envolvidos que
eles podem e devem assumir responsabilidades e que eles são essenciais
para o sucesso, em especial, durante um processo de mudança.
Um bom líder deve ocupar grande parte do seu tempo com a
comunicação, tendo a preocupação em formular bem sua mensagem e estar
certo de que esta foi realmente entendida e absorvida pelos demais. Uma
linguagem simples e direta, bem como os meios eletrônicos facilita e otimiza a
comunicação empresarial.
9
Para Hunter (2004, P.25) a liderança é a habilidade de influenciar as
pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos
identificados como sendo para o bem comum e também que a chave da
liderança é executar as tarefas enquanto se constrói relacionamentos, ou seja,
liderança é fazer com que as pessoas façam o que desejamos voluntariamente
por causa da nossa influência pessoal e não por que são obrigadas a fazer. O
grande desafio dos líderes é criar o sentimento de necessidade de mudança e
manter um bom relacionamento entre os envolvidos durante todo o processo
além de ter controle sobre os acontecimentos e saber identificar o que deve
ficar como está, o que deve mudar primeiro e também saber voltar atrás caso
identifique que as mudanças não estão seguindo os rumos desejados.
Segundo Hunter (2004) os líderes devem ser a capaz de servir e de
ouvir. O líder servidor remove obstáculos e com isso obtém resultados
surpreendentes no que se refere à colaboração e sucesso. Ouvir significa
prestar atenção às pessoas. Não é possível se obter bons resultados através
das pessoas e muito menos atender as suas necessidades se não prestamos
atenção nas mesmas. Afinal em um mundo competitivo, onde todos buscam
inovar, o diferencial passar a ser o capital humano que a empresa tem a
oferecer.
Para exercer a liderança o líder precisa contar o tempo todo com sua
equipe de trabalho e para isso sua equipe deve sentir valorizada e reconhecer
a importância do seu líder. Através da sua persuasão e exemplo o líder deve
ter controle sobre o relacionamento e rendimento de sua equipe, além de uma
visão abrangente do negócio, assim poderá além de aproveitar
adequadamente cada membro, identificar as oportunidades e armadilhas do
mercado.
10
CAPÍTULO I
MUDANÇAS NO MUNDO MODERNO
“...a única coisa permanente é a mudança” (BJUR e CARAVANTES,
2006, P.119)
A natureza está em constante mudança e a maioria delas acontece
independente da nossa vontade. No âmbito empresarial não é muito diferente,
mudanças ocorrem a cada dia seja por fatores internos ou externos.
A vida é repleta de riscos visíveis e invisíveis como, por exemplo: o
fracasso, a decepção, a reprovação e principalmente as mudanças. Torna-se
impossível viver se não estamos aptos a correr riscos; ficaríamos presos num
casulo e ainda assim correríamos um grande e talvez o mais temido dos riscos:
o da morte.
Nenhuma empresa escapa da necessidade de mudar seja voluntária ou
involuntariamente por necessidades internas, crescimento, externas, mercado,
concorrência, tecnologia, legislação ou por uma visão do futuro na busca de
oportunidades e melhor ambiente.
A necessidade de mudança na maioria dos casos é imposta por fatores
externos ou como popularmente falada de fora para dentro da empresa,
impulsionadas pelo avanço tecnológico, transformações no meio ambiente,
oscilações na economia e mudanças políticas. Um claro exemplo disso é a
crise econômica mundial que obrigou muitas empresas a enxugarem seu
quadro, reduzir gastos e rever seu orçamento para se manter no mercado.
Muitas mudanças internas também são conseqüência dos fatores externos, se
a empresa muda um produto é para atender as necessidades do cliente e
manter a fidelidade do mesmo, ou seja, fazer com que ele compre o seu
produto e não o do concorrente.
11
Mudanças por necessidade são menos prazerosas e de mais difícil
controle e na maioria das vezes causam maior desgaste pois não oferecem
opções: é mudar ou mudar. Mudanças guiadas por uma visão de futuro são
desafiadoras e instigantes e normalmente tem menos resistência e mais
envolvimento por parte do grupo.
Segundo Hunter (2004, P.42) paradigmas são simplesmente padrões
psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Eles
podem ser valiosos, mas podem ser perigosos se tornamos eles verdades
absolutas.
De acordo com Bjur e Caravantes (2006, P.122) a rotina, a
padronização, a burocracia são escudos com os quais nos armamos para nos
acomodar e para evitar a mudança. Antigamente mudar era necessário para se
manter competitivo, hoje mudar é uma questão de “vida ou morte”, ou seja, é
fundamental para as empresas que querem sobreviver, crescer e se perpetuar
num ambiente competitivo. As empresas não devem se sentir ameaçadas pelo
novo e se prender ao velho paradigma de que as coisas sempre deram certo
da forma que eram feitas e que mudanças podem atrapalhar. Se as empresas
não mudam elas podem ser ultrapassadas e até mesmo engolidas pela
concorrência.
Bjur e Caravantes (2006, P.121) citaram também que para mudar a
forma de agir do indivíduo, é preciso mudar seus pressupostos, suas crenças e
sua própria consciência. É natural do ser humano o medo de mudar, de sair da
zona do conforto e buscar algo novo. E como são os seres humanos que
guiam as empresas elas algumas vezes acabam se estagnando devido a esse
pensamento ultrapassado. Nestes casos, onde o ser humano mostra
resistência à mudança o líder deve usar seu poder de persuasão para provocar
a mudança de comportamento e consequentemente uma nova visão e
colaboração diante mudanças.
12
As causas das resistências às mudanças normalmente são: paradigmas
estabelecidos, ameaça às relações de poder existentes, insegurança e falta de
confiança nos que promovem a mudança. Para lidar e reverter esse quadro é
necessário que se estabeleça o envolvimento de toda equipe no processo, a
comunicação de todos os passos da mudança e o treinamento e isso se dá
através da liderança. Não existem mudanças bem sucedidas que não tenham
sido bem lideradas.
A busca do progresso contínuo deve andar lado a lado com a razão de
ser das pessoas e das empresas, o mundo está mudando muito rápido e nós
precisamos nos adequar a essas mudanças para não ficar pra trás.
QUADRO 1 – EXEMPLO DE VELHOS E NOVOS PARADIGMAIS
VELHO PARADIGMA NOVO PARADIGMA
Invencibilidade dos EUA Concorrência global
Administração centralizada Administração descentralizada
Japão = produtos de má qualidade Japão = produtos de boa qualidade
Gerenciamento Liderança
Eu penso Causa e efeito
Apego a um modelo Melhoria contínua
Lucro a curto prazo Lucro a curto e longo prazos
Trabalho Sócios
Evitar e temer mudanças A mudança é uma constante
Está razoável Defeito zero
Fonte: O Monge e o Executivo de James C. Hunter, 2004, P.6.
13
As empresas precisam se adaptar e dar respostas rápidas aos desafios que
precisam enfrentar. A alta competitividade impõe às empresas a utilização de
novas ferramentas na busca de melhoria contínua como inovação tecnológica,
planejamento estratégico, ferramentas de gestão, mas nenhuma ferramenta
será eficaz se a empresa não revir a forma de lidar com as pessoas envolvidas
no processo através de um tratamento mais humano e intrinsecamente
baseado em troca de interesses, a conseqüência disso será uma maior
produção e mais interesse em atender bem aos clientes que a cada dia se
tornam mais exigentes. A interação humana passou a ser a chave do sucesso.
A preservação e sucesso do negócio dependem a cada dia mais do
talento humano, por isso as empresas vem buscando um melhor
relacionamento interpessoal em suas equipes de trabalho, bem como dando
cada vez mais ênfase a importância do líder no desenvolvimento e
manutenção desses talentos.
14
CAPÍTULO II
A COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE MUDANÇA
“A comunicação envolve mais do que simplesmente palavras e
imagens publicitárias” (CARLZON, 2005, P.99)
A comunicação tem um importante papel na organização, como sistema
aberto não só no que diz respeito ao relacionamento interno e externo, mas
também no feedback necessário a melhoria de todos os processos e no auxílio
em decisões futuras.
Comunicar não se resume falar, é necessário passar idéias e ser
sempre bem entendido, algumas pessoas tem o dom natural da comunicação,
ou carisma, outras, no entanto, não têm tanta sorte, precisam trabalhar mais
para desenvolver esta qualidade. Comunicar é se fazer entender de forma
objetiva, clara e amigável.
O progresso empresarial depende em grande parte de um conjunto
composto de conhecimento, capacidade organizacional e controle do fluxo de
informações. Esse controle além de facilitar a propagação da comunicação,
identifica informações que por fazerem parte de estratégias tenham limitação
ou confidencialidade de divulgação
A complexibilidade de se gerir uma empresa impulsionada pelas
freqüentes mudanças e atualizações tecnológicas, faz da comunicação
intensiva, uma grande aliada para manter-se integrado com os processos
internos, bem como, com o mundo exterior. Por outro lado, o progresso
tecnológico e as mudanças obrigam as empresas a atualizar-se sempre para
se manterem competitivas já que as inovações são freqüentes. No entanto, a
tecnologia não garante que a comunicação seja eficaz, é necessário que se
crie uma cultura de confiança e incentivo ao fluxo de informações, sugestões e
idéias.
15
Atualmente os meios eletrônicos são responsáveis pela comunicação,
armazenagem, processamento e organização de dados nas empresas, além
de possibilitarem:
• a quebra de barreiras geográficas;
• a eliminação de intermediários na transmissão;
• o acesso instantâneo às informações;
• melhoria na apresentação dos dados.
De acordo com Hunt e Schermerhorn (1999) a comunicação é como um
processo de remessa e recebimento de mensagem. Nessa circulação de
mensagem pode haver ou não feedback e podem haver ruídos (falhas ou
desvio na comunicação), estes podem causar sérios problemas nas tentativas
de comunicação.
A figura abaixo ilustra o processo de comunicação e as possíveis fontes
de ruído.
Fonte: Fundamentos de Comunicação Organizacional de HUNT, James G. e SCHERMEHORN JR., John R, Bookman Companhia, 1999, P.241.
Fonte
Significado pretendido
Codifica
Mensagem Envia
Recebe
Receptor
Significado recebido
Decodifica
Feedback
Ruído
Distúrbios físicos Erros de semântica Diferenças culturais Ausência de feedback Efeitos de status
16
A comunicação é eficaz quando o receptor entende o significado exato
do que foi transmitido e é eficiente quando, além disso, os custos e os recursos
utilizados são mínimos.
Para Bjur e Caravantes (2006, P.100) informações são dados com
relevância e propósito, e, portanto, constituem-se em recurso fundamental do
processo produtivo. Por isso, a comunicação e a informação que circula
através desta precisa ser vista pelo líder e por toda a empresa como um
recurso e seu uso adequado servirá de apoio tanto à gerência, quanto ao
processo produtivo como um todo.
Exercitando a capacidade de ouvir as pessoas e a utilização de uma
linguagem simples e adequada na comunicação com as mesmas, o líder
poderá articular suas idéias e terá mais facilidade em convencer as pessoas a
abraçarem a missão. O mesmo conceito se aplica a comunicação para o meio
externo através de publicidade, propaganda e relações públicas. A clareza da
informação vai definir o sucesso da ação.
Embora a comunicação eletrônica facilite a transmissão das
informações, esta diminui o contato humano e não permite a avaliação da
reação da outra pessoa com quem se interage. No entanto, suas facilidades e
vantagens superam qualquer aspecto negativo e as tornam cada vez mais
indispensáveis.
Durante um processo de mudança a falta de comunicação ou a falta de
clareza na mesma, pode levar a resultados desastrosos, pois irá desencadear
a perda de confiança por parte da equipe e também dos clientes, por isso é
importante que os objetivos e razões da mudança estejam claros para que
estes não se sintam prejudicados e/ou enganados
17
Integrar-se às mudanças é, sem dúvida, um grande desafio, pois leva a
situação de risco com possibilidade de perdas. Daí, a necessidade de um
planejamento onde exista a visão do futuro possibilitando maior agilidade na
adaptação e consequentemente mais sucesso nos resultados.
Para um processo de mudança ter sucesso deve-se combinar
competência, coragem, clareza nas informações e principalmente a
capacidade de aprender e mudar rápido.
2.1 Segurança da Informação
A informação é um ativo que possui grande valor para a empresa, por isso
deve ser utilizada adequadamente e protegida contra riscos e ameaças.
A Política de Segurança da Informação é uma declaração formal da empresa
sobre seu compromisso com a proteção das informações de sua propriedade a
ser cumprida pelos colaboradores. Seu objetivo principal é preservar a
confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações na empresa
através do estabelecimento de normas e procedimentos.
As empresas precisam priorizar a adoção de políticas e procedimentos que
visem garantir a segurança da informação, reduzindo-se os riscos de falhas,
danos ou prejuízos que venham a comprometer a imagem e os objetivos da
organização.
A informação pode ser manipulada de diversas formas: por meio de arquivos
eletrônicos, mensagens eletrônicas, internet, bancos de dados, impresso,
verbalmente, em mídias de áudio e de vídeo, etc..
A segurança da informação deve abranger três aspectos básicos, conforme a
seguir:
18
Confidencialidade: somente pessoas devidamente autorizadas pela empresa
devem ter acesso à informação.
Integridade: somente alterações, inclusões ou exclusões autorizadas pela
empresa devem ser realizadas nas informações.
Disponibilidade: a informação deve estar disponível para as pessoas
autorizadas sempre que necessário.
Para assegurar os três itens mencionados acima, a informação deve ser bem
gerenciada e protegida contra roubo, espionagem, fraude, perda não-
intencional, acidentes e outras ameaças.
O sucesso da Política de Segurança da Informação numa empresa depende
de vários elementos, tais como: a estrutura organizacional, a forma como as
normas e procedimentos são implantados e controlados, a tecnologia que
dispõe e o comportamento de todos envolvidos, desde a diretoria até os
colaboradores e parceiros.
19
CAPÍTULO III
LÍDER – O IDEALIZADOR E GESTOR DE MUDANÇAS
“Precisamos aprender a dar boas-vindas às mudanças em vez de
lutar contra elas, assumir corajosamente os riscos em vez de eliminá-
los.” (CARLZON,2005, P.13)
O líder exerce influência direta sobre as pessoas, impulsiona o grupo
liderado ao alcance dos objetivos da empresa, o que certamente promoverá
ações para tornar a equipe eficaz e preparada para os desafios. Mas o que
torna o líder diferente dos outros membros do grupo? O que faz com que ele
conquiste a confiança dos demais? O líder é diferente por que se faz igual e
assim conquista a confiança através do seu serviço aos demais membros da
equipe.
As empresas se convenceram de que não é possível realizar mudanças
planejadas ou não sem o comprometimento dos funcionários e sem a adoção
de posturas coerentes com o que foi estabelecido e de que para isso os
profissionais precisam estar motivados.
O cenário atual de negócios só tem espaço para líderes motivadores
que agem como gestores e promotores de mudanças com pouco ou nenhum
impacto no rendimento e resultado dos funcionários.
O líder deve estar atento aos detalhes, atendo às pessoas. Em “A hora
da verdade”, Carlzon (2005) fez um relato de sua experiência como dirigente
de grandes companhias aéreas, onde tinha como missão inicial o
fortalecimento da empresa e a maximização do lucro. No entanto, somente
obteve êxito em seu propósito através da atenção aos detalhes, com a
observação da atitude das pessoas que se encontravam no balcão de
atendimento, bem como a reação dos clientes com relação ao atendimento
recebido.
20
Segundo Carlzon (2005) a solução para estar mais próximo de
resultados satisfatórios, sobretudo no processo de mudanças, na relação com
clientes e na resolução de problemas é transformar gestores em líderes,
capacitando-os assim, para auxiliar o pessoal de linha de frente que atende
diretamente o cliente e o mercado.
O papel dos funcionários, em especial os de linha de frente é de caráter
fundamental dentro da empresa, afinal, são eles que representam a imagem
dela no contato com o cliente determinando, a conquista do mesmo através de
um estabelecimento de confiança, ou a sua perda, devido a um atendimento
mal prestado.
Cada empresa possui seu conjunto de horas da verdade, mas eles
ocorreram normalmente na hora de uma reclamação, na conferência de
promoções anunciadas e da qualidade dos produtos / serviços oferecidos, no
respeito aos prazos, etc..
Em O Monge e o Executivo, Hunter (2004, P.51) diz que infelizmente
muitos gerentes colocam obstáculos em vez de removê-los. Essa realmente é
uma triste realidade que atinge várias empresas. Muitas pessoas ao
assumirem um cargo de gerência têm uma mudança de comportamento não
por terem adquirido junto com o cargo uma característica arrogante, mas por
acharem que aquele deve ser o papel a ser representado. Assim acham que
sozinhos podem resolver todos os problemas da empresa, tomando, muitas
vezes, decisões com pouca informação, conhecimento ou experiência. A
mudança de comportamento desses novos líderes afeta diretamente o
rendimento e o resultado da equipe de trabalho, pois o líder é como um
espelho e suas ações e atitudes refletem positiva ou negativamente na equipe.
21
Embora cada gerente deva ser um líder, liderança não é sinônimo de
gerência. O sucesso de um líder pode depender quase exclusivamente de sua
capacidade de motivar as pessoas. Até mesmo os gerentes e executivos
precisam ser constantemente motivados. Os desafios diários são excelentes
motivadores.
Os gerentes que só exercem o papel de chefe conhecem a área de
atuação da empresa, o mercado e por isso podem assumir a responsabilidade
de chefia, mas nem sempre estão preparados para ser um líder, pois, o líder
além de ter o conhecimento precisa ter o domínio das habilidades para
entender as pessoas, motivá-las, tomar decisão com e através das pessoas,
efetuar uma boa comunicação, ter controle sobre suas emoções, trabalhar em
equipe e convencer as pessoas de que ao abraçar a missão estas estarão
atendendo aos seus interesses e ao dos demais.
Segundo CARLZON (2005, P.43) um líder não é escolhido porque sabe
tudo e pode tomar qualquer decisão. É escolhido para reunir o conhecimento
disponível e então criar os pré-requisitos para a realização do trabalho.
A visão de liderança nas empresas mudou muito nos últimos anos. A
idéia atual é de que todos os membros das organizações, tanto os líderes
como os liderados, tenham espírito de liderança, ou seja, a capacidade de
administrar e lidar com situações, principalmente as conflitantes, sendo
capazes até mesmo de mudar as atitudes e comportamentos.
Para Hunter (2004, P.56) o líder deve incentivar e dar condições para
que as pessoas se tornem o melhor que podem ser. O líder visionário deve ter
visão e confiança, em si e nos seus liderados, mas acima de tudo deve
conquistá-los através de um relacionamento de lealdade e criar um ambiente e
condições necessárias para que todos os funcionários sejam capazes de
aceitar e exercer suas atividades com habilidade reconhecendo a sua
importância para o bom resultado. Não há de se confundir esse
relacionamento com a quebra de cobranças e exigências, essas de fato
22
acontecerão, mas serão encaradas como forma de crescimento e melhoria,
pois ocorrerão em um ambiente estimulante.
A eficácia de um líder será medida pelo resultado total do seu trabalho e
dos seus seguidores que serão inspirados e influenciados a alcançar seus
objetivos quando encontrarem um líder entusiasmado, comunicativo, flexível,
criativo, otimista, visionário e inteligente, e que acima de tudo desempenhe o
papel de facilitador permitindo assim, maior facilidade para obtenção do
sucesso.
Hunter (2004, P.26) definiu a autoridade como a habilidade de levar as
pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa da sua
influência pessoal. Daí a grande habilidade a ser desenvolvida por um líder
convencer as pessoas a executarem o que é melhor para a empresa e para os
clientes, com a consciência de que aquilo é melhor para elas também, fazendo
com que se tornem verdadeiros colaboradores. Para tal, os líderes de precisam
agir com autoridade e não através do poder. Com autoridade você cria a
influência e faz com que as pessoas façam o que você quer sem uso da força.
O sucesso fica muito mais próximo e real quando os cargos são
esquecidos e o foco é direcionado ao trabalho a ser realizado, ou seja, quando
todos se sentem co-autores de um plano estratégico permitindo maior
facilidade em sua implementação, pois incorporar mudanças no ambiente e
construir o futuro de uma empresa é tarefa que depende da colaboração de
todos os membros.
Construir o futuro é ser proativo, traçar o caminho a seguir
estabelecendo metas, superar desafios fazendo deles um aprendizado para
chegar mais rápido ao propósito almejado através de um de planejamento
estratégico.
23
As estratégias da empresa devem ter como ponto inicial o atendimento
às necessidades do cliente dentro do contexto do mercado. Além disso, é
necessário que se tenha a visão do que se pretende para alcançar os objetivos
e cumprir a missão da empresa que é manter sua estrutura e atender e
superar as expectativas do cliente.
A globalização e as evoluções tecnológicas vêm promovendo rápidas
mudanças no dia-a-dia das pessoas e consequentemente das empresas.
Embora estejamos no século XXI ainda existe muita dificuldade em adaptar a
mente das pessoas às mudanças e inovações; isso ocorre, na maioria das
vezes, por insegurança ou comodismo da parte delas. No início de qualquer
mudança geralmente ocorre certo transtorno, mas se os objetivos forem claros
certamente os impactos serão minimizados e haverá maior colaboração de
todos no processo de mudança.
A mudança na estrutura organizacional é de fundamental importância,
pois permite maior responsabilidade e autonomia aos funcionários, que
munidos de recursos físicos, treinamento, informação e orientação têm a
possibilidade de promover oportunidades únicas de encantamento ao cliente.
Esse tipo de mudança gera também, mais motivação, confiança e
comprometimento dos membros na organização, colaborando com as
mudanças nas suas estruturas
Sem a presença de um líder é inimaginável a integração entre as
pessoas numa organização, bem como, o comprometimento das mesmas com
os objetivos da empresa como se fossem seus. É o líder que dará incentivo e
promoverá o envolvimento das pessoas na busca dos resultados e
consequentemente do sucesso dando também o suporte e feed-back
necessário para atingimento das metas.
24
3.1 Liderando diante das adversidades
Liderar e manter a equipe motivada quando tudo está bem não é muito
difícil para um líder, mas atuar diante de crises, mudanças e conflitos já não é
tão fácil assim.
Segue abaixo alguns aspectos a serem considerados pelo líder para
alavancar a equipe mesmo em tempos de adversidades e diante de derrotas:
- Identificar os desafios: ter um plano concreto, conhecer de fato o que
deverá ser enfrentado, apresentado os riscos e as vantagens. O líder deve
envolver a equipe e conquistar a sua confiança se agir com clareza e
sinceridade.
- Aprender com os erros: Uma das poucas vantagens da derrota e o que
se aprende através dela. Com as lições aprendidas em uma derrota pode-se
identificar qual foi a vantagem que permitiu que o adversário ganhasse e
aplicá-las numa próxima oportunidade.
- Ouvir com atenção: Juntos os membros da equipe identificam os
pontos positivos e negativos de um projeto que deu errado, mas para isso é
preciso que se ouçam as opiniões, inclusive de parceiros como clientes e
fornecedores. Somente diante dessas informações o líder será capaz de fazer
uma boa análise e evitar futuras perdas.
- Promover soluções: O líder não pode se limitar a motivar a sua equipe,
ele precisa identificar e principalmente comunicar as falhas e promover a
solução dos problemas e conflitos.
- Melhorar os recursos: É necessário buscar novos recursos a serem
integrados com os já existentes. A renovação é necessária para se colocar a
frente e se manter competitivo.
25
- Enfatizar os aspectos positivos: A equipe precisa saber em que pontos
erraram, mas nada mais motivador do que ter os aspectos positivos
identificados e reconhecidos.
- Reconhecer o esforço: Mesmo não alcançando o resultado que
esperava há de se reconhecer que grande parte da equipe se esforçou para
que o objetivo fosse alçado. Essas pessoas com certeza merecem o
reconhecimento, não financeiro, mas uma palavra sincera e espontânea.
- Manter a motivação: O líder sendo o espelho de seus seguidores deve
ser o primeiro a tirar de sua mente os pensamentos negativos e enxergar a
derrota como fonte de aprendizado para conquistas futuras.
3.2 Características de um grande líder
Para se adequar ao mundo moderno e em profunda transformação até
mesmo os líderes precisaram mudar sua postura, conceitos e comportamento.
Os grandes líderes precisam estar sintonizados consigo mesmo para ter
sintonia com o mundo ao seu redor. Ser emocionalmente inteligentes e buscar
viver em total consciência sobre outros e sobre si próprio, sendo até mesmo
capazes de administrar as emoções dos demais. Para tal, deve ter grande
capacidade de ouvir e estar a serviço dos demais oferecendo todos os meios e
condições para atingimento das metas, além de estar apto a dar apoio e
suporte,quando necessário.
Para estes líderes as incertezas e dificuldades são encaradas como
oportunidade e sua coragem e otimismo inspiram os demais aguçando a
habilidade de transformar sonhos em realidade.
26
Um grande líder enxerga que as em as emoções são contagiosas e
podem intervir no desempenho e resultados. Além disso, tem grande empatia
e preocupam-se tanto com as pessoas quanto com a visão da organização.
O líder deve ser capaz de delegar responsabilidades e sustentar que o
sucesso no resultado das ações deve ocorrer mesmo que ele não esteja
presente na concepção da mesma. Afinal, o líder não precisa necessariamente
participar da execução, à medida que se entende que ele já tenha dado meios
e condições para que esta ocorra.
Em A Hora da Verdade, Carlzon (2005, P.43) diz que não interessa
quem é o autor das boas idéias. O que interessa é que as idéias funcionem, e
as organizações se fortaleçam. Nos tempos atuais o líder não precisa ter
conhecimentos detalhados e/ou especializados da atuação da empresa,
embora precise conhecê-la. As suas qualidades são mais genéricas e giram
em torno da forma como lidam com os negócios, a compreensão da estrutura
organizacional e, sobretudo o relacionamento interno/externo e a interação
entre as partes.
Os líderes devem estar aptos a tomar de decisões, principalmente em
situações que ofereçam risco e onde as opções a disposição nem sempre
sejam boas. Muitas pessoas preferem seguir rotinas prontas, mas essas não
são aplicáveis a todas as situações. Além de decidir o líder precisa transformar
metas em ações e assumir responsabilidades mesmo quando cometa falhas.
O líder precisa ter um pensamento estratégico, a capacidade de
compreender e dirigir as mudanças procurando fazer com que estas causem
cada vez menos impacto à organização. Suas estratégias e metas devem ser
claras e transmitidas de forma convincente a equipe, que em alguns caso
precisa ser treinada para atingirem os objetivos estabelecidos.
27
A liderança não é uma habilidade nata, nem privilégio de uma
minoria, ela pode ser aprendida, aperfeiçoada, adaptada e incorporada ao
chefe e outros membros. Não existe uma fórmula mágica para se tornar um
líder, mas é preciso estar pronto correr riscos, ser audacioso, ter visão no
futuro sem perder a visão do presente, e ter o passado como referência. As
competências e habilidades de um líder podem ser adquiridas através de
treinamentos ou de suas experiências no cotidiano.
O líder precisa ser entusiasmado consigo mesmo, com o trabalho e
com a equipe, ter sinergia na obtenção de resultados, saber reconhecer e
recompensar talentos, ter perseverança, clareza nas metas perseguidas,
honestidade, flexibilidade, paciência, ser bom ouvinte, motivador e negociador.
Além disso, precisa ter inteligência emocional, que se torna um diferencial de
grande importância em ambientes competitivos.
Com tantas habilidades e qualidades parece que tudo é fácil para um
grande líder, mas não é. Criar esse ambiente e principalmente sustentá-lo
requer grande esforço, atualização e constante renovação para que o líder não
seja fadado ao estresse, pressão e sacrifício.
28
CAPÍTULO IV
AS PESSOAS – O BEM MAIS PRECIOSO
“No fim das contas, são as pessoas que fazem a diferença”
(BERNARDINHO,2006, P.15)
Os seres humanos são bastante diferentes no que se refere a
comportamento, conhecimentos e atitudes, o que faz com que individualmente
e em especial em grupo, cada um experimente diferentes padrões de
motivação e competência para as tarefas assumidas na vida. As empresas
precisam estar preparadas para lidar e principalmente saber usar essas
diferenças a seu favor, tornando as pessoas produtivas e felizes, afinal e para
e através das pessoas que as empresas existem.
Segundo Augusto Cury (2003) o material humano é vital para o sucesso
de um empreendimento. Uma empresa pode ter máquinas, tecnologia,
computadores, mas se não tiver homens criativos, inteligentes, motivados, que
tenham visão global, que previnam erros, que saibam trabalhar em equipe e
pensem a longo prazo, poderá sucumbir.
Atualmente não se pode separar o comportamento das pessoas e o
das organizações, pois as organizações funcionam por meio de pessoas que
trabalham em seu nome.
São diversos os modos que as pessoas podem ser chamadas numa
organização, tais como: funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores,
colaboradores ou ainda talento humano, capital humano, dentre outros.
Normalmente, a denominação dada reflete a importância que estas pessoas
têm para a organização, ou seja, o valor que é agregado a estas pessoas.
29
De acordo com Chiavenato (2004) o contexto da gestão de pessoas é
formado por pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de suas
vidas trabalhando dentro das organizações, e estas, dependem daquelas para
poderem funcionar e alcançar o sucesso.
4.1. A influência do líder na motivação das pessoas
A motivação é um estímulo, um motivo que leva as pessoas à ação. Por
serem as pessoas serem distintos entre si, os valores que as impulsionam
também se distinguem. Alguns são impulsionados pela satisfação pessoal,
outros pelo reconhecimento ou ainda pela possibilidade de exercer sua
criatividade. Há também quem se motive por recompensas financeiras ou
promoções, mas esses, apesar de importantes, têm caráter temporário, pois
depois de atingido o patamar almejado será necessário um novo patamar para
motivar esta pessoa.
A motivação é resultado da relação dos indivíduos com as situações e
com o ambiente externo, ou seja, é como uma pessoa vai agir diante dos
acontecimentos. Os elementos mais importantes da motivaçã são o esforço
para se atingir o resultado esperado, a qualidade desse esforço e a
persistência de se manter o esforço.
Vivendo em uma era de constantes mudanças é impossível enxergar o
sucesso de uma empresa onde as pessoas não estão motivadas. Daí o papel
do líder, o de manter a equipe motivada através de sua capacidade de
influenciá-las e levá-las a atingir os seus objetivos e os da empresa.
Para tal o líder precisa compreender as necessidades mais importantes
das pessoas através do seu comportamento, ou seja, o líder deve ser capaz de
enxergar onde as pessoas querem chegar e quais valores as impulsionam.
Sabendo o que realmente as motiva vai ter mais facilidade de gerar um
ambiente motivado e poderá direcioná-las e satisfazer as suas necessidades,
gerando consequentemente um aumento na produtividade.
30
O comportamento humano é determinado pela necessidade das
pessoas num dado momento. Essas necessidades podem ser ou não
conscientes. O líder deve fazer com que as pessoas percebam que o seu
trabalho é o meio para atingirem também as suas necessidades pessoais e
para isso os objetivos pessoais devem estar alinhados com os objetivos da
empresa.
Cada pessoa tende a desenvolver forças motivacionais que provém do
seu ambiente cultural e isso impacta diretamente no seu desenvolvimento
profissional e na vida pessoal, conforme abaixo:
- Realização: Essas forças podem contribuir com que as pessoas
vençam desafios e obstáculos na busca da conquista de seus objetivos pela
sensação que a mesma tem de realização quando o atingem.
- Afiliação: São pessoas que já provém de ambientes favoráveis a
cooperação, onde se trabalha melhor quando se tem as atitudes elogiadas,
prezam muito os amigos e tendem a escolhe-los para suas equipes de
trabalho.
- Competência: Procuram fazer trabalhos de alta qualidade através do
domínio do mesmo e de atitudes inovadora. Sentem uma satisfação interior em
fazer um bom trabalho.
- Poder: Através do poder podem-se obter resultado através das
pessoas para o bem da empresa ou para que a pessoa que detém o poder
obtenha prestígio pessoal. A motivação por poder se torna negativa pela sua
característica de coação ou força na qual as pessoas fazem a vontade da outra
mesmo sem querer fazer.
31
- Autoridade: A habilidade de fazer de boa vontade o que você quer pela
sua influência pessoal (Hunter, 2004, P.26). Isso determina realmente a
influência e a persuasão.
Segundo Maslow as necessidades humanas, a motivação e o sucesso
das empresas andam lado a lado. O atendimento a essas necessidades
obedecem a uma hierarquia precisando-se, normalmente, que as mais básicas
sejam atendidas primeiro. Outro fator importante apontado por Maslow é que
após o atendimento de uma necessidade surge outra para ocupar o seu lugar
fazendo com que sempre se procure meios de satisfazê-las. A busca ao
atendimento das necessidades e o fator motivacional para que isto aconteça é
o que move o ser humano, por isso o líder deverá conhecer muito bem sua
equipe para saber identificar quais as necessidades a serem atendidas e
aplicar os meios motivacionais adequados a cada uma delas. Além disso é
importante que as pessoas aumentem os desafios para promover o
desenvolvimento das pessoas.
Abaixo o conjunto de necessidades do ser humano de acordo com
Maslow (www.portaldomarketing.com.br/arigos/maslow.htm):
Necessidades de Auto-realização
Necessidades de Estima
Necessidades Sociais
Necessidades de Segurança
Necessidades Fisiológicas
32
Necessidades fisiológicas: necessidades básicas, tais como fome, sede, abrigo e sexo e outras necessidades corporais.
Necessidade de segurança: proteção contra danos físicos e emocionais, que
vai desde a simples necessidade de estar seguro dentro de uma casa, a
formas mais elaboradas como ter um emprego, religião, acesso a ciência.
Necessidades sociais: diz respeito a afeição, aceitação, amizade e sensação
de pertencer e ser aceito por um grupo.
Necessidade de estima: é o reconhecimento das nossas capacidades
pessoais, respeito próprio, a autonomia e também o status e atenção.
Necessidades de auto-realização: a mais alta aspiração do ser humano –
tornar-se tudo aquilo que se pode e quer ser: crescimento, auto-
desenvolvimento e alcance do próprio potencial.
3.3 .
33
4.2. As mudanças e a Gestão de Pessoas
É notável que o mundo venha mudando cada vez mais rapidamente.
Essas mudanças são impulsionadas por diversos fatores (sociais, tecnológicos,
culturais, políticos, ecológicos, dentre outros). Para as empresas, essas
mudanças aumentaram progressivamente depois da Segunda Guerra Mundial,
quando as transações comerciais passaram de um nível local par regional e
também internacional. As empresas precisaram abandonar o modelo
burocrático para modelos estruturais para dar incentivo a inovação e se ajustar
às mudanças. Hoje, vivendo na Era da Informação notamos mudanças ainda
mais rápidas, imprevisíveis e turbulentas.
Eras: Era da Industrialização Clássica Era da Industrialização
Neoclássica Era da Informação
Períodos 1900-1950 1950-1990 Após 1990
Estrutura organizacional predominante
Burocrática, funcional, piramidal, centralizadora,
rígida e inflexível. Ênfase nos órgãos
Mista, matricial, com ênfase na
departamentalização por produtos ou serviços ou unidades estratégicas de
negócios
Fluida, ágil, flexível, totalmente
descentralizada. Ênfase nas redes de equipes multifuncionais
Culltura organizacional predominante
Teoria X. Foco no passado, nas tradições e
novos valores conservadores. Ênfase na manutenção do
status quo. Valor à tradição e
experiência
Transição. Foco no presente e no atual.
Ênfase na adaptação ao ambiente. Valorização da renovação e da
revitalização
Teoria Y. Foco no futuro e no destino. Ênfase na mudança e na inovação. Valor ao conheicmento e
criatividade
Ambiente organizacional
Estático, previsível, poucas e gradativas mudanças. Poucos desafios amibientais
Intensificação e aceleração das
mudanças ambientais
Mutável, imprevisível, turbulento, com grandes e intensas mudanças
Modos de lidar com as pessoas
Pessoas como fatores de produtos inertes
estáticos. Ênfase nas regras e controles rígidos para regular as pessoas.
Pessoas como recursos organizacionais que
devem ser administrados.
Ênfase nos objetivos organizacionais para dirigir as pessoas
Pessoas como seres humanos proativos e inteligentes que devem ser impulsionados.
Ênfase na liberdade e no comprometimento para motivar as pessoas
Administração de pessoas Relações industriais Administração de
Recursos Humanos Gestão de Pessoas
Fonte: Gestão de Pessoas de Idalberto Chiavenato, 2004, P.40
34
De fato, toda mudança traz incertezas, mas as organizações estão cada
vez mais atentas e procuram se preparar para enfrentá-las mesmo que essas
ocorram de maneira imprevisível. Uma das áreas que mais tem se preparado
para receber e administrar as mudanças é a área de Gestão de Pessoas, que
além da criação de novas estratégias, procedimentos e soluções têm a missão
de apoiar as lideranças para tornar as pessoas um diferencial competitivo
dentro de um mundo repleto de instabilidade. Por este motivo, as organizações
têm grande preocupação em manter o seu diferencial competitivo através de
investimento nas pessoas para que o resultado deste investimento além de
mantê-los também seja direcionado aos clientes através do bom atendimento
que gera satisfação e encantamento.
Para Hunter (2004, P.44) o progresso contínuo é fundamental tanto para
as pessoas como para as organizações, porque nada permanece igual na vida.
As organizações e as pessoas se completam no que se refere a atingimento
de objetivos, ou seja, um leva o outro a atender seu objetivos, as organizações
as suas metas e cumprimento de missões e as pessoas o alcance de seus
objetivos pessoais.
§ Sobrevivência
§ Crescimento sustentado
§ Lucratividade
§ Produtividade
§ Qualidade nos produtos/serviços
§ Redução de custos
§ Participação no mercado
§ Novos mercados
§ Novos clientes
§ Competitividade
§ Imagem no mercado
§ Melhores salários
§ Melhores benefícios
§ Estabilidade no emprego
§ Segurança no trabalho
§ Qualidade de vida no trabalho
§ Satisfação no trabalho
§ Consideração e respeito
§ Oportunidade de crescimento
§ Liberdade para trabalhar
§ Liderança liberal
§ Orgulho da organização
Fonte: Gestão de Pessoas de Idalberto Chiavenato, 2004, P.7
Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais
35
Na incansável luta para se manter competitivo e sobreviver ao mundo
moderno, ouve-se muito falar em alianças estratégicas, ou seja, a busca da
contribuição de diversos parceiros (fornecedores, funcionários, dentre outros)
para o atingimento dos objetivos.
Parceiros da organização
Contribuem com:
Esperam retorno de:
Acionistas e investidores
Capital de risco, investimentos
Lucros e dividendos, valor agregado
Empregados
Trabalho, esforço, conhecimentos e competências
Salários, benefícios,
retribuições e satisfações
Fornecedores
Matérias-primas, serviços, insumos básicos, teconlogias
Lucros e novos
negócios
Clientes e
consumidores
Compras, aquisição e
uso dos bens e serviços
Qualidade, preço, satisfação, valor
agregado
Fonte: Gestão de Pessoas de Idalberto Chiavenato (2004)
A aliança estratégica só existe se o parceiro tiver retorno e resultados
satisfatórios e adequados para ambas as partes. As empresas atualmente
reconhecem que seu parceiro mais próximo é o próprio funcionário que está
dentro da empresa aplicando seus conhecimentos, habilidades e competências
e que acima de tudo a representa no contato com o mercado.
Sem dúvidas para a Gestão de Pessoas ter resultados satisfatórios no
seu cuidado com o bem maior das empresas: as pessoas, ela deverá contar
com o líder que através de uma visão holística passará o retorno necessário
para que juntos possam trabalhar as fraquezas e ameaças que possam rondar
o grupo. Afinal, lidar com pessoas deixou de ser um problema e se tornou a
solução, deixou de ser um desafio e passou a ser uma vantagem competitiva
para as organizações.
36
CAPÍTULO IV
O DESAFIO DE TRABALHAR EM EQUIPE
“Uma grande equipe é formada por talentos complementares”
(BERNARDINHO,2006, P.113)
Existe uma grande diferença entre um grupo de pessoas e uma equipe.
Um grupo é composto por pessoas com propósitos distintos, enquanto uma
equipe trabalha em função de um objetivo comum. Nessa busca por um
objetivo comum essas pessoas têm as energias e forças somadas
O êxito de uma mudança certamente dependerá da fixação de diretrizes
estabelecidas com o apoio do líder através de uma rigorosa conscientização de
geração de valor, tendo flexibilidade para decidir as prioridades de execução e
o momento oportuno para agir em conjunto com toda equipe de trabalho. Se os
objetivos não estão claros certamente haverá o desperdício de energia e a
perda de produtividade.
Lidar com a equipe com igualdade mostrando que os interesses a serem
conquistados é para o bem comum é fundamental para o desempenho da
liderança. Esse envolvimento não é necessariamente com a execução do
trabalho, mas sim na preocupação com desenvolvimento da equipe, com a
auto-estima do grupo, com a escolha das melhores soluções para o bem estar
dos mesmos levando o grupo a um estado de motivação no ambiente de
trabalho.
Os líderes precisam investir na formação de boas equipes e na criação
de clima organizacional adequado. Eles devem preparar possíveis substitutos
no caso de serem convocados para um desafio maior dentro da empresa. Os
pontos fortes dos liderados precisam ser valorizados e deve-se confiar na
capacidade de decisão da equipe dentro da missão e diretriz que lhes foi
confiada.
37
Segundo Bernardinho (2006, P.135) um grande obstáculo na formação
de uma equipe é a vaidade. É importante que se evite a disputa do poder e
que se tenha a capacidade de discernir quais são as melhores práticas,
estando prontos a renunciar aos seus paradigmas e aceitar outras práticas
quando necessário.
A cultura corporativa é a soma dos comportamentos característicos de
funcionários. Ela é definida pela maneira como os mesmos lidam com
situações críticas e acaba por determinar a cultura da empresa, podendo
definir o sucesso ou fracasso do negócio. Por esse motivo, é ideal que os
formadores da cultura (equipe) sejam reconhecidos e recompensados. Essa
também é uma forma de se reter o profissional.
Em uma equipe cada membro tem valor fundamental, independente de
suas fraquezas e bloqueios e do tipo de função que exerça dentro desta. Mas
é necessário que cada indivíduo busque o desenvolvimento para contribuir
melhor com sua equipe e que desenvolva o auto-conhecimento e o
conhecimento da equipe para melhor compreender e ser compreendido.
O líder precisar ter uma visão abrangente do negócio da empresa e
conhecer o mercado, mas, acima de tudo, deverá conhecer sua equipe
valorizando o conhecimento de cada membro.
38
Há muitos relatos de trabalho em equipe através da busca de objetivos
em comum bem antes da nossa geração. Um grande exemplo disso é a vida
de Jesus Cristo que costumava reunir-se e sair com os apóstolos para pregar o
evangelho e também para operar seus milagres. Assim perguntamos:
precisaria Jesus ter uma vida em comum com outras pessoas? Ele não
poderia trabalhar sozinho? Se entendermos Jesus como um líder, como de
fato foi, não podemos imaginá-lo sem seus seguidores e imitadores. Com suas
qualidades e defeitos todos os seguidores de Cristo fizeram parte, alguns com
grande destaque, mas todos com grande importância, do período mais
marcante da humanidade.
Para CURY, (2003, P.43) devemos ser corajosos para correr riscos,
para superar conflitos, encontrar soluções e realizar nossos projetos. Para os
profissionais da nova geração, trabalhar significa assumir riscos, ir de encontro
à própria capacidade e limite. Por isso, a cada dia eles precisam aprender a
aprender, ouvir para servir, além de entender a importância da cooperação, da
solidariedade e do trabalho em equipe, já que é através do esforço coletivo que
se obtém o bem comum.
Em uma empresa, mesmo nos momentos em que o indivíduo pensa que
o trabalho que faz é um mérito só seu, este deve lembrar que nenhum trabalho
é solitário, pois outros participam ou participaram da sua concepção,
preparação e/ou avaliação. Assim entendemos que os membros de uma
equipe não só os executores das tarefas, mas todos que de alguma forma,
direta ou indiretamente, tiveram participação na mesma.
O trabalho em equipe é a combinação do trabalho de um grupo de
indivíduos com idéias, conceitos, cultura e comportamentos diversificados,
cabe ao líder identificar o que cada um tem a oferecer e onde e em que melhor
pode colaborar, além de gerenciar os conflitos e manter as pessoas motivadas
se comprometendo com seu desenvolvimento individual.
39
Na figura abaixo extraída do livro “Transformando suor em ouro” de
Bernardinho (2006) podemos observar qual deve ser a combinação para o
atingimento da excelência e para manter-se no auge mesmo nos tempos de
crise e mudanças.
Fonte: Transformando Suor em Ouro de Bernardinho, 2006, P. 110)
“...o sucesso do passado não garante coisa alguma
no futuro...” (BERNARDINHO,2006, P.131)
O líder deverá ser exemplo para sua equipe, direcioná-la para o
atingimento das metas através de um bom planejamento e do desenvolvimento
de hábitos positivos, sabendo o momento de cobrar e também de
recompensar, criando um ambiente empresarial propício ao surgimento de
boas relações interpessoais, pregando a perseverança, a cumplicidade e o
comprometimento nos momentos de crise para busca da superação e
mostrando acima de tudo que o sucesso do passado não é garantia de um
futuro brilhante.
BUSCA CONSTANTE DA EXCELÊNCIA
• Trabalho em equipe
• Liderança
• Motivação
• Disciplina • Ética • Hábitos positivos de trabalho
Comprometimento Cumplicidade
• Perseverança • Obstinação • Superação
PLANEJAMENTO
Meta
40
CONCLUSÃO
Sabemos que as mudanças continuarão ocorrendo naturalmente dentro
e fora das empresas e acreditamos também que isto seja, muitas vezes,
necessário e inevitável. No entanto, devemos ter em mente que o grande
mediador e facilitador dessas mudanças são os líderes, o seu comportamento
diante da equipe e a sua forma de administrar as mudanças junto a ela é o que
proporcionará o equilíbrio durante o processo de mudança.
Em qualquer processo da empresa e principalmente nos que envolvem
mudanças, a administração de comunicações tem papel de esclarecedora dos
fatos não dando margem para que as informações sejam interpretadas de
forma negativa e/ou distorcida. O velho ditado de que a “comunicação é a alma
do negócio”, ainda é bastante válido nos tempos atuais.
Líderes empresariais devem ter pensamentos estratégicos para além de
reforçar as capacidades, aproveitar as oportunidades de maneira rápida e
coerente. Devem entender o sucesso de uma mudança não se resume em
eliminar pontos fracos, mas em se explorar novas oportunidades.
O tratamento de respeito com o qual o líder e a empresa como um todo
tratam as pessoas faz com que detenha a confiança das mesmas. Respeito às
diferenças, às limitações e principalmente às características individuais de
cada ser humano, dando o estímulo necessário à motivação.
A gestão de pessoas é a chave para o sucesso organizacional, a
transformação de pessoas de meras fornecedoras de mão-de-obra para
fornecedoras de conhecimento é a maior revolução que está ocorrendo nas
empresas. Decorrente de uma nova cultura e de uma nova estrutura
organizacional na qual o privilégio é dado ao capital intelectual que somente
pode ser obtido através das pessoas.
41
O talento humano é tão importante quanto o próprio negócio, pois é
essencial para sua consolidação, preservação e para o sucesso
organizacional, por isso, as organizações estão buscando um relacionamento
melhor entre as pessoas, incentivando o trabalho em equipe e enfatizando a
importância dos líderes para o desenvolvimento destes talentos. O trabalho em
equipe fortalece a organização dando a ela mais capacidade de lidar com
rápidas mudanças do mundo moderno.
Conclui-se, que diante das mudanças a que estamos sujeitos no
mundo moderno, o líder deve conciliar os objetivos da organização ao da
equipe de trabalho proporcionando um ambiente favorável ao desenvolvimento.
Entretanto, independente do seu próprio estilo, ser um bom líder implica em ser
capaz de exercer a liderança mesmo diante de conflitos e crises sejam elas
internas e externas. Lidando com aspectos relativos à comunicação,
motivação, relacionamento interpessoal e em especial o trabalho em equipe e
buscando o equilíbrio necessário para desempenhar o seu papel de líder diante
das mudanças do mundo moderno.
42
ANEXO 1
EQUIPES FORTALECIDAS
FULLMANN, Claudiney. Equipes Fortalecidas. Revista Vencer n° 25,
Outubro/2001
Por: Claudiney Fullmann
Relacionamento, comunicação, integração, cooperação, motivação e
competência levam os indivíduos a superarem metas e minimizarem o
estresse. Lidar com a diversidade individual e, simultaneamente, atingir os
objetivos corporativos, é o desafio constante das empresas vencedoras em um
mundo em mutação permanente.
Na era do conhecimento, os indivíduos ampliam suas habilidades por meio de
treinamentos, passam a ser mais críticos, querem contribuir mais e alargam
seus horizontes, saindo de uma posição de ermitão para atuar em diversas
comunidades. Saber conciliar individualismo autônomo e coletivismo
compartilhado requer mais vontade, maior entendimento da posição do outro -
saber ouvir e falar -, maior diálogo e aceitação, comprometimento com o todo e
felicidade com a vitória grupal.
Como ser gregário, qualquer um precisa de outros para amar, trabalhar, jogar,
lutar, divertir-se, cuidar e viver. Essa é a essência da formação das equipes - a
reunião de "eus". Indivíduos energizados constituem equipes fortalecidas.
No estágio de formação, tudo começa bem quando se tem uma meta ou
propósito comum. Imprescindível a figura de um líder com cabeça, coração e
coragem, cujos valores corporativos e individuais têm poderosa influência na
produtividade da equipe e na lucratividade da empresa. O líder estabelece a
visão, treina e transmite confiança por meio de seu exemplo.
43
Na equipe - um grupo de pessoas com aptidões e qualidades diversas,
capazes de abrir mão da glória pessoal em favor do sucesso coletivo - obtém-
se a sinergia. Cria-se então uma identidade diferenciada, com o prazer de
pertencer e o objetivo de vencer, de alcançar honra e reconhecimento.
Estabelece-se um plano de capacitação, que inclui Comunicação,
Treinamento, Motivação e Autonomia, e um plano estratégico para chegar à
vitória.
Para essa capacitação, diversas formas de treinamento podem ser aplicadas,
desde a on the jobs training - a forma utilizada pelos pais para ensinar o ofício
aos filhos, passando pelos tradicionais bancos escolares -, chegando aos
MBAs, complementados por seminários, congressos, educação a distância via
web, além da fundamental forma autodidática com leitura de livros e revistas.
Um dos processos educativos mais eficazes da atualidade é o outdoor learning
- vivencial ao ar livre -, que usa dinâmicas estimulantes para uma
aprendizagem completa. Também chamado de Team Building, trata-se de uma
modalidade não convencional, que envolve os indivíduos de forma física,
emocional e cognitiva, com aplicação do método maiêutico, desafiando os
membros da equipe a superar desafios percebidos - por meio de simulações
cuidadosamente planejadas - e desafios reais - com práticas de esportes
radicais escolhidos para cada situação, como rafting, alpinismo, rapel, off-road,
iatismo, mergulho, kartismo, etc., muitos deles impossíveis de se praticar
sozinho.
A escolha dos orientadores e do programa deve ser muito criteriosa para não
resultar apenas em uma aventura ou brincadeira, que termina no dia seguinte
e não muda o comportamento nem o desempenho da equipe.
As atividades devem ser selecionadas após um diagnóstico criterioso dos
relacionamentos pessoais e profissionais, das formas de trabalho, das
pressões para obter resultados, da cultura da empresa e de sua disposição
para mudanças. Embora tenha a abordagem radical que o mundo atual exige,
44
nenhum participante, idoso, sedentário ou deficiente é excluído de um
treinamento como esse.
As técnicas utilizadas por consultores de alto nível conduzem os participantes
a vivenciar situações com tal impacto e realismo que abrem a mente para
reflexão e exploração de oportunidades e possibilidades de melhor auto-
realização. O medo, as resistências, a inércia, os autobloqueios, a adoção de
limites irreais - que dificultam os desempenhos individuais - são eliminados ou
minimizados com a orientação dos monitores e o auxílio da equipe. Um novo
cenário se abre permitindo a quebra de paradigmas e o despertar da
criatividade, influenciando atitudes e comportamentos. Comparado com o
treinamento em sala de aula, um experiencial dessa natureza permite uma
absorção do aprendizado três vezes maior e uma retenção por um período
cinco vezes mais longo.
O resgate conceitual e a "amarração" da experiência vivida com o dia-a-dia da
empresa são o ponto fundamental de programas como esses, e exigem a
presença de um profissional muito experiente para deixar a equipe afiada para
enfrentar a implacável realidade deste mundo em mutações surpreendentes.
Os resultados alcançados são muito satisfatórios: Os participantes saem
desses treinamentos como agentes de mudanças, preparados para liderar as
inevitáveis mudanças, enfrentar a concorrência cada vez mais feroz,
desenvolver a administração participativa e aprimorar o atendimento ao cliente
interno e externo. Saem integrados de forma tão positiva que, amistosa e
vitoriosamente, levam para dentro da empresa as atitudes praticadas de
maneira desafiadora e agradável.
As empresas que enfrentam a realidade do mercado atual, conhecem a
magnitude e a velocidade das mudanças e sabem que é impossível evitá-las:
só mesmo equipes fortalecidas, bem treinadas e educadas, motivadas e
comprometidas, garantem o sucesso da empresa.
45
COMO TER (E FAZER PARTE DE) EQUIPES EFICIENTES E
VITORIOSAS
CARDOSO, Margot. Como ter (e fazer parte de) equipes vitoriosos. Vencer n°
18 Março/2001
Por: Margot Cardoso
Tempos de competição e individualismo. Não há nada mais árduo e desafiador
do que montar uma equipe e - supremo desafio - fazer parte de uma. E, como
se não bastasse, formar uma equipe exige muito tempo - um recurso escasso
e não-renovável da modernidade - investimento, treinamento, várias paradas
obrigatórias, treinamento, retrocessos...
A primeira etapa do caminho é o tortuoso (tanto para quem contrata quanto
para quem é contratado) processo seletivo. O candidato passa por dinâmica,
entrevista, avaliação de perfil, testes, entrevista novamente. Isso é comum em
todas as proporções e dimensões de qualquer empresa, desde a contratação
de um assistente até o nível de diretoria. A fase seguinte é a integração do
contratado dentro do time. Uma etapa que - precisamos ser realistas - ,em
muitos casos, nunca acontece.
Desisto já!
Antes que você alimente saídas revolucionárias, já adianto: o trabalho em
equipe veio para ficar. Hoje, nada acontece fora de uma equipe, são elas que
transformam e movimentam o mundo.
De acordo com José Ernesto Beni Bologna, psicólogo integrante do Seminário
Paidéia, com a evolução, todos os segmentos ficaram complexos, exigindo
profissionais de diversas vertentes do conhecimento. "Quem inventou a
televisão, o automóvel? São inventos de equipes, de pessoas. O trabalho em
equipe é a grande verdade do mundo contemporâneo", diz.
46
"Chegou ao fim o sonho humano de trocar o homem pela máquina. A
sociedade industrial queria apenas o braço do homem, hoje o fator humano é
fundamental, os diferenciais competitivos são e estão nas pessoas. A máquina
não reproduz a simpatia de um atendente, a criatividade e a inovação de um
gestor. A nova economia é feita de serviços, em que a atitude social é muito
importante", continua Bologna.
O consultor José Carlos Teixeira Moreira, professor da Fundação Getúlio
Vargas e da Fundação Dom Cabral/INSEAD - Kellogg, concorda com a
relevância da humanização e explica que a chave para a permanência de um
produto, de uma empresa, é a sua capacidade de gerar valor para os seus
consumidores e clientes. "E valor implica relação entre pessoas. Máquinas não
geram valor, porque o valor é psicológico. As empresas que buscaram isso,
hoje estão com um saldo horrível. Valor tem a ver com intimidade, precisa da
relação entre uma pessoa e outra. No passado correram atrás de eliminar
pessoas, hoje já se sabe que não é possível. Fala-se muito em business to
business, mas continua valendo o mesmo princípio: a relação entre empresas
também é feita de pessoas".
A tarefa é, portanto, orquestrar o conjunto de formações e habilidades para se
chegar aos resultados, isto é, transformar um grupo de pessoas em uma
equipe.
O profissional inteiro
Então, pensa você: que felicidade! O mercado me quer. Sou imprescindível.
Sou.... Calma, calma. Sabe qual o primeiro entrave que impede que um grupo
de trabalho se transforme em uma equipe eficiente?
... As pessoas. É verdade. Da mesma fonte que vem a solução, vem também o
problema. Explico melhor: quando um profissional entra para uma equipe, ele
leva junto sua complexidade, seus conflitos. E têm início os problemas de
relacionamento.
47
"O sujeito chato, arrogante, mal-humorado, invejoso, que não é afetivo,
incapaz de ouvir, que não conhece as delicadezas da comunicação humana,
dificilmente conseguirá fazer parte de uma equipe", esclarece Bologna.
Ponto de partida: a qualidade das pessoas
A diferença entre grupos de trabalho e equipes está também na qualidade das
pessoas.
Nas equipes predominam os talentos; nos grupos, a mão-de-obra. Por isso, o
passo inicial para se montar uma equipe começa com a escolha das pessoas
que vão compor o time e, de acordo com o consultor organizacional Luciano
Lannes, é conhecer mesmo, no sentido pessoal. Quem são? O que estão
fazendo lá? Quais são suas perspectivas?
Quais são seus sonhos? Elas têm um plano de vida? Sabem o que querem
nos próximos cinco anos? Muita atenção para este último item, porque, se um
membro da pretendida equipe não souber o que quer da vida, se não tiver um
"Projeto de Vida" (tudo sobre o assunto na VENCER! nº 10) as chances de ele
fazer parte da equipe tendem a zero.
Para você ter um termômetro da dificuldade que envolve esta etapa, Lannes
afirma que mais de 95% das pessoas não têm um projeto de vida para os
próximos cinco anos. "É um problema cultural, não somos habituados a fazer
planejamento. Isto fica claro nas conversas do dia-a-dia: Como vai? Vou indo.
E a promoção? Se Deus quiser vem no ano que vem. O que acontecer está
bom. A pessoa vai para onde o vento soprar", diz Lannes.
Você em primeiro lugar
Neste início, deve-se questionar o que o profissional espera adquirir de
competências, dentro daquela equipe, que possam contribuir para sua
realização pessoal. "O foco deve estar sempre no profissional, não na
corporação.
48
Não adianta vestir a camisa da empresa. Acho horrível este clichê do mercado.
Você tem é que vestir a sua camisa e, para vesti-la, você precisa saber o que
quer da vida e o que está fazendo hoje, que competências está adquirindo - ou
precisa adquirir - para concretizar o seu projeto de vida". Este refinamento de
foco é fundamental, porque deixa claro qual é o seu objetivo e aonde você
quer chegar. Você está dentro da equipe e sabe o que está querendo da
equipe.
Este é o primeiro desafio do líder de uma equipe: despertar em cada membro a
reflexão sobre o seu projeto de vida. O que está por trás disso? Realização
pessoal. E realização pessoal você só terá se souber o que está fazendo ali.
Vem da sua consciência, do seu projeto de vida. "Sem projeto de vida, sem
busca de realização pessoal, o compromisso com o time não virá. Se você não
entender primeiro a sua causa, não entenderá a causa da empresa. A
qualidade da sua atuação está diretamente ligada à qualidade do seu
compromisso pessoal", afirma Lannes.
Quer um exemplo? A baixíssima qualidade dos operadores de call center.
Nesta tarefa, eles têm a oportunidade de desenvolver a comunicação, que é
uma competência valorizada em todas as áreas de atuação do mercado. Mas
comportam-se como robôs, desperdiçando a oportunidade de aprendizado.
Eles não conseguem enxergar que, como operadores, eles podem exercitar e
desenvolver esta habilidade.
Qual seria a postura adequada destes operadores? Vamos supor que o
operador é um estudante de Direito: devidamente orientado ele poderá encarar
este tipo de trabalho como um treinamento fundamental para o exercício da
sua profissão no futuro. Consciente disso, em cada contato, ele procurará se
superar, fazer melhor, porque está olhando a meta dele lá na frente.
O que se vê são operadores imitando máquinas. Pela voz você vê que ele não
está colocando o coração no trabalho. E o agravante é que 90% destas
empresas não deram conta disso.
49
E são elas mesmas que estabelecem estas simulações robóticas no
treinamento. Uma vez perguntei:
- Vocês falam assim, feito robô, é uma exigência da empresa, faz parte do
treinamento?
- Sabe qual foi a resposta? Essa: Gostaria de registrar isto como uma
reclamação?
Resultado desta postura: a pessoa não se desenvolve, o trabalho faz mal para
ela, porque ela está simplesmente trocando seu tempo por um salário no final
do mês e, por extensão, o cliente é mal atendido. Todos perdem. Este é só um
exemplo. Há muitas funções que são temporárias, têm status de bico e o
profissional pode enxergar como uma posição estratégica para adquirir
competências que ele usará no futuro. A eficiência e o comprometimento só
vêm se o profissional enxerga realização pessoal naquilo que está fazendo.
Se você está pensando que o selecionador não olha isso, reflita. Você nunca
ouviu a pergunta fatídica: Por que você quer trabalhar na nossa empresa? O
que passa na cabeça de 90% dos entrevistados? Pergunta besta! Óbvio! Para
pagar minhas contas. Mas, claro que ninguém diz isso, e começa a florear para
impressionar. Resposta hipoteticamente correta - e desejável - pelo
selecionador: Quero trabalhar aqui porque preciso das competências X, Y e Z
e aqui vocês mexem com isso. O recrutador pensa: Maravilha! Então é de você
que eu preciso. Este é o conceito da empregabilidade: você conseguir colocar
as suas competências, onde e quando elas são requeridas. São as
competências certas no lugar certo.
A vez da empresa
Agora que você ultrapassou a primeira fronteira, isto é, você em primeiro lugar,
vem a empresa. Nesta fase, você deverá alinhar os seus objetivos com os da
empresa.
50
Ela precisa deixar claro, com muita honestidade e transparência qual é a sua
missão e, a partir daí, deve acontecer o alinhamento. Se a empresa conseguir
ser coerente e objetiva neste aspecto, meio caminho andado. Aí acontece a
sinergia de interesses. Você faz o seu trabalho com o coração, porque está
caminhando para a realização da sua missão pessoal e, indiretamente,
realizando a missão da empresa. "Se você ajudar a empresa, ela vai ajudá-lo a
realizar o seu sonho. Sem esta coincidência de objetivos, é impossível ter
colaboradores e equipes. E sempre tem que ser uma relação indireta, senão
não é verdadeira. Tudo começa a partir de você, depois é que vem a
organização. O que geralmente acontece no mercado é o contrário. Com o
contrário você terá grupo de trabalho, não equipe", diz Lannes.
Cada um com seu sonho
"Alguém monta uma empresa porque tem um sonho e contrata pessoas para
ajudar a realizar este sonho. Sonhos são individuais, não existe uma única
pessoa no universo que tenha um sonho igual ao do outro e cada um caminha
para realizar o seu.
Nem marido e mulher conseguem viver do sonho do outro. Peter Drucker tem
uma máxima que é: Ajude as pessoas a realizar seus sonhos e elas vão ajudar
você a realizar os seus", cita o consultor.
O desafio do líder é conhecer estas pessoas e seus sonhos, inclusive na hora
de distribuir tarefas. O líder deve questionar com o profissional se aquela tarefa
é compatível com as habilidades e as competências que ele busca desenvolver
para concretizar seu sonho, sua missão. É a grande lição aristotélica de não
ensinar nada, só ajudar a pessoa a retirar o conhecimento que já está dentro
dela.
O que é comum hoje no mercado é o narcisismo empresarial. A empresa só
enxerga a si mesma e tenta empurrar goela abaixo o sonho da empresa. Como
ela faz isso? Ora, através de convenções, slogans, camisetas. "Estes
mecanismos não conseguem gerar comprometimento. As pessoas são
51
superficialmente motivadas. Depois da convenção, ela fica empolgada, porém
não consegue fazer o link daquilo tudo com a sua vida, e a empolgação morre
ali", esclarece Lannes. "As pessoas são profundamente vinculados com a sua
missão. Sem este impulso, elas não vêem sentido no seu caminho e não
sabem para onde estão indo", continua.
A lição do voluntariado
Para que você possa ter uma dimensão do poder da missão (aproveitando que
estamos no Ano Internacional do Voluntariado), este formato de trabalho é a
sua mais perfeita tradução.
Em todos os segmentos da sociedade há pessoas fazendo trabalhos
maravilhosos com resultados extraordinários. Quanto elas ganham? Nada. Não
poderia deixar de citar o trabalho de Madre Tereza de Calcutá. Conta-se que
um transeunte surpreso com o seu empenho no trabalho árduo de auxiliar
doentes, disparou: "Não faria isso por dinheiro nenhum". "Nem eu. É a minha
missão, eu me realizo", respondeu a religiosa.
Por que empresas bem-sucedidas caíram na mão dos descendentes e faliram?
Porque a missão da empresa era traduzida pelo sonho do seu fundador e seu
sonho, sua razão de ser, sua missão, foi embora com ele. Sem o sonho que
sinaliza o seu caminho, a empresa perde o foco e não sabe mais por que faz o
que faz e começa a estagnar. O que acontece a estas empresas também
acontece com a maioria das pessoas. A nossa diferença é que não morremos
tão rapidamente. Duramos mais.
Torre de Babel
A etapa seguinte parafraseia - e resume - todos os problemas do mundo: os
relacionamentos. Equipe montada, projetos estabelecidos, objetivos a ser
alcançados... Como fazer com que pessoas com personalidades diferentes,
sonhos diferentes, sede de competências e habilidades diferentes...
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Como fazer com que estas pessoas trabalhem juntas com sinergia?
Luciano Lannes explica que os conflitos são o motivo disparado que faz com
que hoje, no mercado, tenhamos mais grupos de trabalho do que equipes.
Conheça os principais:
Domine as sutilezas da comunicação - Não é novidade que cerca de 99% dos
problemas da humanidade são resolvidos com uma boa comunicação. Esta
também é a solução para um trabalho em equipe ser bem-sucedido. Por isso,
o domínio da comunicação é tão essencial. Você pode ser um físico nuclear,
um jurista, um pesquisador... Você sempre vai precisar falar com pessoas,
saber o que dizem e se fazer entender. O trabalho em equipe é o grande
cenário para você exercitar essa competência e - infelizmente - mostrar sua
inabilidade. "A deficiência na comunicação representa 70% dos problemas nas
organizações. A dificuldade de ouvir é muito grande. Primeiro, porque as
pessoas estão muito fechadas em si, na sua própria verdade. Julgam muito e
passam a responder ao que está acontecendo de acordo com o seu mapa de
mundo, nem dão espaço para o outro se justificar. O resultado é uma
comunicação truncada, porque só ouvem metade, o resto é deduzido com
base em suas interpretações e julgamentos. Não esperam a explicação do
outro e acabam não ouvindo de fato", explica Mônica Teixeira, psicóloga que
atua na área organizacional e dá suporte para que equipes identifiquem suas
deficiências.
Dando e recebendo - Se você ainda alimenta a crença de que a informação é
poder... Pode até ser verdade dentro do conceito da destruição, no terreno
pantanoso da política, por exemplo. Mas, dentro do conceito do trabalho em
equipe esta máxima é um desastre. "Dentro de uma verdadeira equipe, não
pode haver sonegação de informações, todas devem ser compartilhadas. Se
você quiser entrar em um formato capitalista, elas devem ser trocadas. Em
uma equipe transparente, o que acontece é uma troca. Você tem duas
competências. A partir da troca, você passa a ter quatro (as duas do outro). A
mentalidade de achar que a informação faz com que você seja imprescindível
para a empresa e, portanto, garante o seu emprego, é um erro gravíssimo",
esclarece Mônica
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Muitas empresas tiveram problemas para implantar programas de qualidade
porque, quando chegava a etapa de documentar processos para que tudo
fosse feito dentro de um mesmo modelo (princípio da qualidade), o funcionário
travava: Mas aí eu vou perder o meu poder, todos vão ter acesso a todas as
etapas do meu trabalho. Qualquer um vai poder fazer o que faço! Outro
engano! O profissional com alto grau de empregabilidade é aquele que
consegue agregar valor para a equipe. E isso vem da sua capacidade de criar
e inovar. Os processos que são testados e implantados, são continuamente
aperfeiçoados e melhorados por todos da equipe. "Cada um dentro da sua
especialidade e de seus diferenciais humanos vão contribuindo porque cada
um vê diferente e sempre pode agregar um novo valor a um processo ou
questão. Esta é, coincidentemente, a essência do trabalho em equipe".
Exemplo que vem do esporte - Não é à toa a associação que o mundo
corporativo faz de suas equipes com os times do esporte. Não há uma
hierarquia vertical, cada um tem a sua função, o seu papel vital. Quando um
jogador fala do técnico, dá um banho de diplomacia e ética. E, de quebra,
ainda se aprende a cumprimentar e respeitar o adversário.
Se não houver esta confiança e este respeito mútuo, não é um time, é apenas
um grupo de pessoas que trabalham fisicamente juntas.
Como detectar isso? Fácil. Faça um levantamento dos últimos problemas
enfrentados pela equipe e questione os motivos. Você ouve frases do tipo: Isso
aqui não é comigo, o fulano é que ficou de ver isso. O responsável, fulano de
tal, faltou e esqueceu de avisar! Estes são indícios simples de serem
verificados e que mostram que não existe compromisso nem cumplicidade
entre os integrantes. É um grupo.
Competência emocional - A inteligência emocional não é constantemente
citada porque é moda. A presença ou a falta dela ainda é decisiva para muitos
profissionais. Cheque a sua memória e relacione quantos profissionais ótimos
você conhece, mas que você nem cogita na hipótese de trabalhar com eles.
Saber lidar com as próprias emoções é um diferencial da modernidade e o que
se vê são pessoas que não sabem o momento de se posicionar, de se calar;
são introspectivas ou extrovertidas demais e destoam do ambiente; ou ainda
54
são mal-humoradas. Se você está nesta categoria, procure urgentemente a
cura. Mônica afirma que o tratamento começa pela autoconsciência. "É você
se perceber, ter clareza sobre suas atitudes e sua forma de se comportar.
Conhecendo-se, você terá uma consciência maior de você mesmo, tanto para
agir quanto para reagir. O autocontrole é muito maior".
Sem contar que, à medida que você vai se conhecendo, aprenderá a se
observar, vai modulando melhor suas atitudes, lapidando seu comportamento.
Com o autoquestionamento, é possível chegar ao famoso sistema de crenças
e valores. Aqui é o terreno, segundo os psicólogos, onde as mudanças
profundas acontecem. Tendo este autocontrole, você estará mais senhor do
seu destino.
Cooperar ou competir? - Você deve ser competitivo no mercado, na empresa...
Mas, dentro da equipe, a competição é desastrosa. Por que você atiraria no
seu próprio pé? As pessoas têm um condicionamento forte para competir, e a
equipe, para dar certo, exige cooperação. Ah, esqueça a justificativa de que a
competição é inerente ao ser humano. Mônica afirma que a competição vem
da forma como fomos educados. Dentro da equipe, há muita disputa pelo
poder, as pessoas querem se destacar, mostrar que são melhores. Muitas
vezes, nem é uma questão de promoção, é o ego corroído pela educação. A
criança vai jogar futebol, quando chega, o pai pergunta: Ganharam? Quantos
gols você fez? Você acaba se condicionando a isso e acaba sempre tendo a
necessidade de mostrar que é bom, que pode. Precisa se sentir ganhando.
"O ser humano tanto nasce competitivo quanto cooperativo. Se nós fôssemos
totalmente competitivos, não haveria sociedade, não existiria solidariedade,
ONGs. O que é preciso avaliar é o que é melhor. O que vai trazer mais
benefícios. A opção pela cooperação não é porque é mais bonita, mais nobre.
Mas porque é o melhor, todos ganham. O que é melhor para todos? Remamos
ou brincamos? Quando todos trabalham cooperando, o resultado é melhor, é
maior, tem mais qualidade, é mais rápido.
Manter-se vivo - A chave para estar dentro de uma equipe de alto desempenho
é não perder o foco do seu Projeto de Vida e estar sempre caminhando para
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chegar até ele. Com esta atitude, você estará sempre motivado, disposto e
cheio de energia. Porém, fique atento, porque o projeto de vida não é estático.
Você leu esta matéria, pegou papel e caneta, traçou sua meta para cinco anos,
dobrou o papel e guardou.
O projeto deve fazer parte da sua rotina, até porque nada é tão previsível e
você terá que ir fazendo ajustes e corrigindo rotas ao longo do caminho.
Persiga o aprimoramento contínuo. Você não pode estagnar. Não perca de
vista que você está dentro da equipe para aprender. As competências
precisam estar sendo adquiridas e exercitadas continuamente.
Empresas com causa justa e sustentável constroem equipes vitoriosas
Corporações têm papel fundamental.
É verdade que uma equipe bem-sucedida é formada por talentos. Mas se a
empresa não souber fazer a sua parte, ela terá um grupo de talentos, mas
ainda assim não terá uma equipe. Segundo o consultor José Carlos Teixeira
Moreira, só têm equipes as empresas que têm uma causa, uma razão de ser,
uma missão. É a causa que forma as equipes e que faz com que os talentos
girem em torno dela. "O PT é o que é porque é um partido que tem uma causa.
Sorte do PT que tem uma causa. Uma empresa sem causa não tem equipe,
não tem grupo". Segundo critério, de acordo com o consultor: a causa é justa?
O que a empresa propõe enriquece as pessoas ou só enriquece o dono? O
funcionário tem orgulho ou vergonha de falar da empresa onde trabalha? Este
contexto é que vai sinalizar o nível de comprometimento, é ele que estabelece
as bases. A partir disso - uma causa justa - outros valores são agregados e
construídos. Com honestidade de princípios e procedimentos, a empresa
estabelece a confiança, a equipe se desenvolve e responde dentro disso
"Todo mundo adora trabalhar em equipe, mas só quando a causa vale a pena.
Por isso, o entendimento da causa é muito importante. As pessoas são muito
inteligentes, elas não se engajam em causas injustas. Veja, por exemplo, como
o boicote do Canadá à carne brasileira mobilizou o país. É por que o brasileiro
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ama o pecuarista? Não, foi porque o boicote mexeu com o Brasil, que é a
causa de todos nós".
Segundo José Carlos Teixeira Moreira, hoje a empresas atuam dentro do
quadrante da Inércia, do Country Club, dos Correligionários e dos Aliados. Veja
o que significa cada uma delas, identifique em qual delas você está e corrija
seu rumo.
Inércia
São aquelas empresas onde ainda impera a cultura do medo e da
desconfiança. O dono da empresa reúne o grupo e declara: Este negócio é
meu patrimônio, tem que dar lucro. E para isso eu pago vocês. Pronto! O clima
de terror foi instaurado. Os talentos vão embora e quem fica é corrupto. Em
outras, a desconfiança impera em todos os níveis: Eu enviei para você ontem!
- Não sei, vou verificar (você pode estar mentindo).
Neste contexto, os integrantes ficam parados no seu conforto, na sua inércia. É
como na natureza: você já percebeu que alguns animais quando têm medo ou
estão em situações de desconforto, fingem que estão mortos. Pois é. As
pessoas fazem a mesma coisa. Fingem que estão mortas, se anulam.
Este é um quadrante em que não há espaço, nem terreno fértil para os
talentos. Não há estímulo, não há exercício físico, nem mental. Na inércia, os
talentos não conseguem sobreviver.
Country Club
A empresa vai de mal a pior, mas o clima é sempre de festa. Às 11h já
começam as perguntas sobre restaurantes, quem vai almoçar com quem; na
sexta-feira, onde vai ser o happy hour, quem vai visitar a igreja de quem. Neste
quadrante, ninguém tem compromisso com nada, é a própria casa da sogra.
As pessoas não entendem bem a causa. Não é uma equipe, é uma turma em
que impera a informalidade. É como uma grande família, você não entende
muito bem a causa da família, não concorda com as atitudes de alguns
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membros, mas vai levando. A causa é só do dono da empresa, não existe
equipe.
Correligionários
O exemplo nacional deste quadrante é o Congresso. As pessoas
compreendem o causa, mas não confiam umas nas outras. Fulano começou, é
dele. Impera o toma lá, dá cá. Todos entendem a causa, sabem o que estão
fazendo lá, mas ninguém confia em ninguém. É uma facção de interesses, não
existe confiança. Neste quadrante imperam os mercenários. Pague que eu
faço.
Aliados
Eis aqui o quadrante perfeito, caçado por todas as empresas. Neste, as
pessoas entendem a causa e confiam umas nas outras. Um exemplo histórico
foi a guerra entre os EUA e o Vietnã. O exército dos EUA era formado por
Correligionários e o Vietnã, apesar do seu contingente muito menor, era
formado por Aliados, pessoas que entendiam a causa e confiavam nas outras.
Este é o quadrante no qual impera a alta produtividade e a eficácia. O Aliado
entrega a vida pela causa, é o que move o mundo. Isso é equipe!
58
BIBLIOGRAFIA
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Franklin Covey, 2006.
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Vencer n° 18 Março/2001
60
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www.mariopersona.com.br/entrevista_revista_supermercado.html (acesso em
01/06/09)
www.portaldomarketing.com.br/artigos/maslow.htm (acesso em 22/07/09)
61
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
MUDANÇAS NO MUNDO MODERNO 10
CAPÍTULO II
A COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE MUDANÇA 14
2.1- Segurança da Informação
17
CAPÍTULO III
LÍDER – O IDEALIZADOR E GESTOR DE MUDANÇAS 19
3.1- Liderando diante das adversidades 24
3.2- Características de um grande líder 25
CAPÍTULO IV
AS PESSOAS – O BEM MAIS PRECIOSO 28
4.1- A influência do líder na motivação das pessoas 29
4.2- As mudanças e a Gestão de Pessoas 33
CAPÍTULO V
O DESAFIO DE TRABALHAR EM EQUIPE 36
CONCLUSÃO 40
ANEXOS 42
BIBLIOGRAFIA 58
WEBGRAFIA 60
ÍNDICE 61
62
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – INSTITUTO A
VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO DE MUDANÇAS
NAS ORGANIZAÇÕES DO MUNDO MODERNO
Autor: CRISTIANE VICENTE DA SILVA DOS SANTOS
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
OBS. Quando entregar a Monografia na Secretaria é fundamental o
preenchimento de TODOS os aqui.