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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: um Olhar Psicopedagógico da questão Por: Taiana da Rocha Firmino Orientador Prof. Carly Machado Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: um

Olhar Psicopedagógico da questão

Por: Taiana da Rocha Firmino

Orientador

Prof. Carly Machado

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: um

Olhar Psicopedagógico da questão

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia.

Por: . Taiana da Rocha Firmino.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por

estar sempre ao meu lado, aos meus

pais, por sempre apoiarem e

incentivarem meus estudos, aos meus

amigos, professores do curso e todos

que estiveram diretamente ou

indiretamente me apoiando desde

sempre... Obrigada a todos pelo

carinho, pela dedicação e pela

confiança depositada em mim.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus alunos da

Educação Infantil, pois sem o

aprendizado que eles me passaram eu

não teria me dedicado à este assunto.

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RESUMO

A presente pesquisa aborda a questão da Importância do Brincar na

Educação Infantil, sob um enfoque Psicopedagógico, nesse contexto, foi

realizada uma pesquisa bibliográfica, onde foram expostas as ideias de vários

autores sobre o assunto explorado, com o intuito de enriquecer e discutir este

tema tão atual na nossa educação escolar.

Sendo assim, a presente monografia será estruturada em 3 partes, onde

no I capítulo estarei fazendo uma discussão teórica sobre como a brincadeira

atua no desenvolvimento infantil, e de que forma os professores devem atuar

nessa relação.

No capítulo II, estarei tratando do papel que o Psicopedagogo

desenvolve na escola, como ele deve atuar e auxiliar os profissionais desse

universo escolar.

No capítulo III, estarei falando sobre o papel que a escola desempenha

nessa relação brincar x desenvolvimento infantil, e a sua função social.

E por fim, estarei fazendo as minhas considerações finais, onde será

colocado a minha visão crítica sobre o tema desenvolvido e tecerei as minhas

observações pessoais sobre tudo o que foi estudado e analisado, buscando

responder minhas indagações feitas logo no início do presente trabalho.

Palavras chave: Brincadeira, Desenvolvimento Infantil, Psicopedagogia e

Escola.

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METODOLOGIA

A presente monografia trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Os

principais autores pesquisados para desenvolver este trabalho foram:

Piaget, Vygotsky, Kishimoto, entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Importância do Brincar no Desenvolvimento Infantil 12

CAPÍTULO II - A Influência do Psicopedagogo na Instituição Escolar 27

CAPÍTULO III- O Papel da escola em relação ao Brincar x

Desenvolvimento Infantil 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 47

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INTRODUÇÃO

Segundo Antunes (2009), é brincando que a criança desenvolve a

imaginação, explora habilidades, fecunda competências cognitivas e

interativas e assume múltiplos papéis. A brincadeira bem conduzida pode

estimular a memória, pode exaltar sensações emocionais, ajuda a

desenvolver a linguagem interior e a exterior, interfere nos diferenciados

níveis de atenção e explora com bastante criatividade diferentes estados de

motivação.

Para Maluf (2008), o ser humano pode adquirir e construir o saber

brincando. É através das brincadeiras que podemos desenvolver nosso

senso de companheirismo, enriquecemos nossa sociabilidade e

construimos nossa capacidade de nos tornarmos mais criativos. As

brincadeiras despertam a atenção e a curiosidade não só na criança como

em qualquer ser humano, tornando-o livre para aprender.

De acordo com Kishimoto (2008), atualmente, a infância é

enriquecida, também, com o auxílio de concepções psicológicas e

pedagógicas, que reconhecem o papel das brincadeiras e do brinquedo no

desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil. Quando brinca,

a criança toma uma certa distância da vida real, e entra no mundo

imaginário.

Como destacam alguns pesquisadores, a brincadeira na educação

infantil é de extrema relevância para a vida desse aluno/a dentro do

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ambiente escolar. E como faço parte deste universo infantil, já que sou

professora de Educação Infantil, com formação em Pedagogia, resolvi

aprofundar mais os meus conhecimentos sobre este tema. Desenvolvi este

estudo que se intitula “A importância do Brincar na Educação Infantil: Um

olhar psicopedagógico da questão”. A questão central deste assunto é

buscar responder porque brincar é importante na edução infantil segundo

um olhar psicopedagógico. Este tema foi escolhido porque achei-o de

extrema relevância, pois, se trata de um assunto atual e bastante debatido

por diversos autores. Ao longo do curso de Psicopedagogia pude perceber

nos discursos de todos os professores que as escolas, principalmente as

que oferecem Educação Infantil, estão se perdendo nos seus ideais e

projetos. Muitas estão se esquecendo que é na Educação Infantil que a

criança aprende não só sobre os números, as letras, mas, é nessa fase que

ocorrem as principais mudanças na vida dessas crianças, é nessa fase que

elas precisam realmente “Brincar”, para se desenvolverem melhor. É

preciso falar e mostrar para os profissionais da educação, principalmente os

de educação infantil, para a escola, para os pais, e para a sociedade como

um todo, a importância do “brincar” no desenvolvimento infantil. É preciso

reforçar que é brincando que a criança se desenvolve, se torna

independente, se torna capaz de lidar com o novo, com o desconhecido,ela

se torna capaz de lidar com o outro e aprende a respeitar as diferenças,

aprende as regras de convivência, as normas, enfim, é brincando que ela

atua como ser crítico, livre e independente, para que se torne no futuro, um

adulto capaz de lidar com os problemas, resolvendo situações, atuando

com criticidade e se tornando um cidadão melhor.

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Portanto, o principal objetivo desta pesquisa é analisar e discutir a

importância do Brincar na Educação Infantil sob um olhar psicopedagógico.

Para isso levei em consideração as seguintes indagações:

-Como a brincadeira segundo um psicopedagogo atua no desenvolvimento

infantil?

-De que forma segundo um psicopedagogo professores da educação

infantil podem interferir na relação brincar x desenvolvimento?

-Quando um psicopedagogo deve interferir no trabalho desenvolvido pelo

professor?

-Qual o principal papel da escola em relação ao brincar e ao

desenvolvimento da criança na educação infantil?

Dessa maneira, o desenvolvimento da presente monografia será

estruturada em 3 partes. Na primeira, orientada pelas discussões trazidas

por vários autores que se dedicam ao estudo sobre esse assunto,

apresento as considerações acerca da atuação da brincadeira no

desenvolvimento infantil segundo um olhar psicopedagógico, relacionando-

a com o papel do professor nessa relação brincar x desenvolvimento de

acordo com uma ênfase psicopedagógica. Será abordado como a

brincadeira ajuda no desenvolvimento infantil, quando um professor deve

interferir na brincadeira, até onde ele deve atuar de acordo com um olhar

psicopedagógico.

Na segunda parte estarei debatendo a interferência do

psicopedogogo no trabalho desenvolvido pelo professor, ou seja, qual o

papel do psicopedagogo dentro da escola e como ele deve interferir no

trabalho do professor de educação infantil.

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Na terceira parte estarei falando do papel da escola em relação ao

brincar x desenvolvimento na educação infantil, como a escola deve

desempenhar o seu papel, o que ela deve oferecer aos seus alunos, quais

os recursos que ajudam nesse desenvolvimento.

Em seguida, tecerei as minhas considerações finais, buscando falar

das minhas reflexões críticas dialogando com os autores envolvidos no

presente estudo.

Minha expectativa é a de que o estudo apresentado possa contribuir

com os profissionais da àrea da educação, principalmente aos professores

da àrea da educação infantil, possa atender e trazer reflexões aos

estudantes dos cursos relacionados à àrea da educação e à sociedade

como um todo.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

1.1- A atuação da Brincadeira no Desenvolvimento Infantil

sob um olhar psicopedagógico.

Segundo Kishimoto e colab.(2008), a infância é portadora de uma

imagem de inocência: de candura moral, imagem associada à natureza

primitiva dos povos, um mito que representa a origem do homem e da

cultura. Ela é, também, a idade do possível. Pode-se projetar sobre a

criança a esperança de mudança, de transformação social e renovação

moral. A infância expressa no brinquedo contém o mundo real, com seus

valores, modos de pensar e agir e o imaginário do criador do objeto. O

brinquedo enquanto objeto, é sempre suporte da brincadeira, é o

estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil. A brincadeira em

si, é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo,

ao mergulhar na ação lúdica. Desta forma, brinquedo e brincadeira

relacionam-se diretamente com a criança.

De acordo com Vygotsky (1984), os processos psicológicos são

construídos a partir de injuções do contexto socio-cultural. Toda conduta do

ser humano, incluindo suas brincadeiras, é construída como resultado

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desses processos socias. A brincadeira de desempenho de papéis é

conduta predominante a partir de 3 anos e resulta de influências sociais

recebidas ao longo dos anos anteriores. Portanto, é através das relações

dialéticas com o meio físico e social que a criança constrói seu

pensamento, transformando os processos psicológicos elementares em

processos complexos, fazendo com que a cultura torne-se parte de cada

pessoa.

Para Antunes (2008), a tarefa de uma boa educação infantil seria a

de se propiciar, através de brincadeiras, o afeto e a sociabilidade, dando

voz aos sonhos infantis. O brinquedo não tem função apenas de dar prazer

à criança, mas de libertá-la de frustações, canalizar sua energia, dar motivo

a sua ação, explorar a sua criatividade e a imaginação. Por isso, é que é

importante compreender os diferentes estágios do desenvolvimento mental

infantil, proporcionar brinquedos adequados a essa potencialidade e,

sobretudo, diversificá-los na tarefa de explorar áreas e inteligências

diferenciadas.

Segundo Balestra (2007), cada estágio de desenvolvimento do ser

humano caracteriza-se por uma determinada estrutura de Desenvolvimento

Mental, marcado pelos aspectos motor, intelectual e afetivo. Os

conhecimentos obtidos por meio da pesquisa psicogenética levaram Piaget

a estruturar em estágios o desenvolvimento psicológico. Estes foram

divididos em quatro etapas:

1- Estágio da inteligência sensório motora que vai do nascimento até os 2

anos de idade da criança; 2- Estágio da inteligência simbólica ou pré

operatória que vai dos 2 anos aos 7-8 anos; 3- Estágio da inteligência

operatória concreta que vai dos 7-8 anos aos 11-12 anos; 4- Estágio da

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inteligência formal que vai dos 12 anos, com patamar de equilíbrio por volta

dos 14-15 anos. É importante ressaltar que existem critérios na descrição e

na classificação dos estágios de desenvolvimento mental, que são os

seguintes:

1- a ordem de sucessão das aquisições de novas estruturas mentais pela

criança é sempre constante; 2- cada estágio possui caráter integrativo, ou

seja, a criança acrescenta ao saber pré-existente os novos conhecimentos;

3- cada um desses estágios caracteriza-se por uma estrutura de conjunto,

isto é, as aquisições não são alheias entre si, já que passam a formar um

todo; 4- cada estágio compreende um nível de preparação de uma nova

etapa e de acabamento de uma outra.

Seguindo na fala, Balestra (2007) afirma que, na fase da inteligência

simbólica ou pré- operatória, através do uso da linguagem e da capacidade

de representação, por meio do jogo simbólico e da imagem mental, as

ações passam a ser interiorizadas pela criança, ganhando significação.

Esse desenvolvimento lhe possibilita maior objetividade em termos de

aquisição de conhecimento. Dessa forma, o poder de imitar, conquista

dessa fase, vai criar um novo universo de significações e possibilidades de

representações.

“Piaget explorou o desenho, forma de representação muito

utilizada pela criança, em suas investigações correspondentes à

formação das estruturas intelectuais. Para ele, a criação livre, a

linguagem e as atividades lúdicas constituem formas reveladoras

do mundo interior da criança. Decorre disso, então, que o

psicopedagogo pode explorar essas atividades na avaliação do

desenvolvimento do pensamento simbólico do aprendente, até

porque o emprego do método clínico nese nível do

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desenvolvimento é inviável. Isso porque, nessa fase, o

interrogador tem ainda grande dificuldade em analisar a criança

pelas respostas dadas às perguntas que formulou. (BALESTRA,

2007, p.69-70).

De acordo com Bomtempo (1988), quando uma criança brinca de faz

de conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela desenvolve.

As cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do significado que

os objetos assumem dentro de um contexto. Dessa forma, os papéis são

desempenhados com clareza: a menina torna-se mãe, tia, professora; o

menino torna-se pai, índio, policial, onde os papéis e objetos são

improvisados, como num miniteatro sem script e sem diretor. Esse jogo

recebe várias denominações como: jogo imaginativo, jogo do faz de conta,

jogo de papéis ou jogo sociodramático. É através dele que ocorre o

desenvolvimento cognitivo e afetivo social da criança.

Segundo Kishimoto e colab. (2008), um dos objetivos do brinquedo é

dar à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los.

Este pode incorporar, também, um imaginário preexistente criado pelos

desenhos animados, seriados televisivos, mundo da ficcção científica com

motores e robôs, mundo encantado dos contos de fada, entre outros.

Dessa forma, ao representar realidades imaginárias, os brinquedos

expressam personagens sob forma de bonecos, como manequins

articulados ou super-heróis, misto de homens, animais, máquinas e

monstros. O brinquedo proporciona um mundo imaginário na criança e no

adulto, criador do objeto lúdico. No caso da criança o imaginário varia

conforme a idade: para o pré-escolar de 3 anos está carregado de

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animismo1; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da

realidade.

Brincar favorece a auto-estima, a interação com os seus pares, e a

linguagem interrogativa, propiciando situações de aprendizagem que

desafiam seus saberes estabelecidos e destes fazem elementos para

novos esquemas de cognição. É através do jogo simbólico que a criança

aprende a agir e a desenvolver a autonomia, possibilitando assim novas

descobertas, animando a exploração, a criatividade e a experiência. É

brincando que a criança elabora conflitos e ansiedades, demonstrando

ativamente angústias e sofrimentos que não sabe como explicitar,

constroem seus próprios mundos e dos mesmos fazem o vínculo essencial

para compreender o mundo do adulto, reelaboram e ressignificam os

acontecimentos que estruturam seus esquemas de vivências, suas

diversidade de pensamentos e sentimentos. (Antunes, 2009).

Segundo Kishimoto e colab. (2008), é brincando que a criança

coloca-se num papel de poder, em que ela pode dominar os vilões ou as

situações que provocariam medo ou que a fariam sentir-se vulnerável e

insegura. A brincadeira de super-herói, ajuda a criança a construir a

autoconfiança, levando-a a superar obstáculos da vida real, como vestir-se,

comer um alimento sem deixar cair, fazer amigos, enfim, correspondendo

às expectativas dos padrões adultos.

Para Vygotsky (1984), o que define o brincar é a situação imaginária

criada pela criança. Deve-se levar em consideração que o ato de brincar

preenche necessidades que mudam de acordo com a idade, ou seja, um

1 Significa que as coisas que compõem o mundo da criança são animadas, isto é, têm vida, como ela

própria. Assim é comum dizer que os animais, os brinquedos e os objetos têm vida igual à sua.

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brinquedo que interessa a um bebê deixa de ser interessante para uma

criança mais velha. A maturação dessas necessidades são de suma

importância para entendermos o brinquedo da criança como uma atividade

singular. A criança pequena não tem a capacidade de esperar, então ela

cria um mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados.

Esse mundo é o que Vygotsky chama de brincadeira. Segundo ele, a

imaginação é uma atividade consciente que não está presente na criança

muito pequena, sendo assim, todas as funções da consciência, surge

originalmente da ação.

Ainda de acordo com Vygotsky (1984), o brinquedo que comporta

uma situação imaginária também comporta uma regra. Não uma regra

explícita, mas uma regra criada pela própria criança. À medida que a

criança vai se desenvolvendo, há uma modificação: quando mais nova,

predomina primeiramente a situação imaginária e nesse caso as regras são

ocultas (não explícitas), quando ela vai ficando mais velha, predominam

primeiramente as regras (explícitas) e a situação imaginária se torna oculta.

Mas para ele é praticamente impossível a uma criança com menos de 3

anos envolver-se em uma situação imaginária.

Seguindo o mesmo pensamento de Vygotsky, Kishimoto e

colab.(2008) afirma que a criança quando brinca, toma certa distância da

vida cotidiana, entrando no mundo imaginário. Há regras explícitas, como

no xadrez ou amarelinha, como há também regras implícitas na brincadeira

de faz de conta, em que a menina se faz passar pela mãe que cuida da

filha. Estas são regras internas, ocultas, que ordenam e conduzem a

brincadeira.

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Para Piaget (1978) a criança quando brinca, assimila o mundo à sua

maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o

objeto não depende da natureza do objeto mas da função que a criança lhe

atribui. Isto denomina-se de jogo simbólico, o qual inicialmente se apresenta

solitário, evoluindo para o estágio de jogo sociodramático, isto é, para a

representação de papéis, como brincar de médico, de casinha, etc. O jogo

simbólico implica a representação de um objeto por outro, a atribuição de

novos significados a vários objetos, a sugestões de temas, ou a adoção de

papéis. O apogeu deste jogo situa-se entre 2 e 4 anos de idade, declinando

a partir daí.

Afirmando o que foi dito anteriormente Vygotsky (1984) acrescenta

em sua tese, que quando a criança começa a falar, as palavras são

percebidas como uma propriedade antes que como um símbolo do objeto.

Jogo simbólico e linguagem são expressões de um sistema mediado, no

qual eventos internos, imagens ou palavras, servem para orientar e dirigir o

comportamento. Dessa forma, o jogo simbólico é um mecanismo

comportamental que possibilita a transição de coisas como objetos de ação

para coisas como objetos do pensamento.

Dentro de uma determinada cultura, crianças brincam com temas

comuns: educação, relações familiares e vários papéis que representem as

pessoas que integram essa cultura. Os temas, em geral, representam o

ambiente das crianças e aparecem no contexto da vida diária. Quando esse

contexto muda, as brincadeiras também mudam. Então, pode-se dizer, que

o ambiente é a condição para a brincadeira e, por conseguinte, ele a

condiciona. Ainda nesta perspectiva, crianças que vivem em ambientes

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perigosos repetem suas experiências de perigo em suas brincadeiras.(

Bomtempo, 1988).

Para Kishimoto e colab. (2008), as ideias e ações adquiridas pelas

crianças provêm do mundo social, incluindo a família e o seu círculo de

relacionamento. O conteúdo das representações simbólicas, recebe, na

maioria das vezes, uma grande influência do currículo escolar e dos

professores. Por isso, a inclusão do jogo infantil nas propostas pedagógicas

é de extrema relevância. Será através da brincadeira que a criança irá ter a

aquisição do símbolo. É alterando o significado de objetos, de situações, é

criando novos significados que se desenvolve a função simbólica, o

elemento que garante a racionalidade ao ser humano.

Balestra (2007) afirma que, os estudos piagetianos a respeito da

afetividade representam uma valiosa contribuição para a educação da

criança na família e especialmente, na escola. O aspecto afetivo não pode

ser negligenciado em nenhum momento do desenvolvimento infantil,

principalmente na vida escolar. Os problemas apresentados no

desempenho escolar exigem do psicopedagogo uma avaliação das

características psicológicas demonstradas pela criança, no sentido de

identificar se os problemas decorrem de uma limitação cognitiva ou de uma

limitação afetiva. Portanto “a pesquisa psicopedagógica pode constituir uma

ponte necessária para a passagem da pesquisa psicológica para a

propriamente pedagógica”. Consequentemente, o psicopedagogo

institucional deve ser um pesquisador, tanto no sentido de conhecer melhor

as características psicólogicas da criança quanto as que decorrem de suas

atividades pedagógicas, objetivando buscar as melhores formas de auxiliar

o aluno no processo de aprendizagem.

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1.2- Qual o Papel do professor na relação Brincar x

Desenvolvimento Infantil.

Segundo Maluf (2008), a prática pedagógica pensada a partir das

atividades lúdicas nos conduz a pensar em mudanças significativas para o

contexto educacional, na perspectiva de uma prática integradora e

dinâmica, cuja prioridade é despertar não apenas o desenvolvimento

cognitivo do aprendiz, mas abrangendo todas as dimensões que compõem

a plenitude deste, enquanto ser humano. Considerar a brincadeira como

estratégia de ensino e aprendizagem é compreender que a criança

administra a sua relação com o outro e com o mundo permeada pelo uso

de brinquedos. Acreditar no brincar como um subsídio para a construção do

conhecimento é possibilitar uma aprendizagem prazerosa e significativa.

De acordo com Antunes (2008), o educador infantil deve constituir-se

como uma saudável ponte entre a brincadeira e as reflexões sobre a

mesma, ou seja, antes de mais nada o jogo deve ser seguido de um debate

e uma reflexão sobre suas regras, sobre o que é e o que não é aceitável

para as pessoas com as quais se está interagindo. Agindo assim, ele não

pode perder a oportunidade de atuar como um facilitador de discussões

entre os jogadores, que coletivamente construirão as suas aprendizagens.

É importante que os educadores saibam como utilizar a reflexão que o jogo

desperta, saibam fazer de simples objetos naturais uma oportunidade de

descoberta e exploração imaginativa.Uma caixa de fósforos, uma lupa e

uma fita métrica em mãos de uma verdadeiro educador/a infantil valem

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mais que uma coleção de brinquedos eletrônicos que emitem luzes e sons

e que, por se apresentarem perfeitos demais, roubam espaço à

imaginação.

Para Kishimoto e colab. (2008) quando um professor usa o

brinquedo/jogo educativo como fins pedagógicos, ele está utilizando este

como um instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de

desenvolvimento infantil. Pois, sabe-se que a criança em idade pré-escolar

aprende de modo intuitivo, adquire noções espontâneas, em processos

interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições,

afetividade, corpo e interações sociais. Quando as situações lúdicas são

intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de

aprendizagem, surge a dimensão educativa. Assim:

“Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou

seja, a ação intencional da criança para brincar, o educador está

potencializando as situações de aprendizagem. Utilizar o jogo na

educação infantil significa transportar para o campo do ensino-

aprendizagem condições para maximizar a construção do

conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer,

da capacidade de iniciação e ação ativa e

motivadora.”(KISHIMOTO, 2008, p.36-37).

Segundo Balestra (2007) à postura do educador que segue uma

linha piagetiana, procura fazer das suas aulas momentos dinâmicos de

aprendizagem, ele precisa respeitar às diferenças individuais de cada

aluno. Essa postura lhe permite pensar e demonstrar através de sua prática

em sala de aula que existem diferentes maneiras de aprender e de

expressar um mesmo conhecimento. O mesmo é considerado um

profissional que conhece com profundidade o conteúdo que se propõem a

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ensinar; e ensinar significa socializar o conhecimento com os alunos

através de procedimentos cooperativos. Isso quer dizer que, os

profissionais da escola devem ter como meta educacional o

desenvolvimento intelectual do sujeito, o que deve estar sempre

fundamentado na compreensão, na invenção e na capacidade de recriar o

real.

Seguindo o que foi dito anteriormente, Bomtempo (1988) afirma que

para Piaget, o brincar representa uma fase no desenvolvimento da

inteligência, marcada pelo domínio da assimilação sobre a acomodação,

tendo como função consolidar a experiência passada. Desta maneira, o

brincar da criança não está somente ancorado no presente, mas também

tenta resolver questões do passado, ao mesmo tempo que se projeta para

o futuro.

De acordo com Antunes (2009), o pensamento criativo, a

sociabilidade e a arte de fazer, manter e administrar amizades, a

consciência essencial do ser e das coisas, as bases do pensamento lógico,

a abertura infinita das inteligências, a plenitude das capacidades cognitivas,

emocionais e motoras, o sentido da independência, a sensibilidade para

identificar, analisar e resolver problemas, a segurança na expressão de

sentimentos e opiniões, a criação de hipóteses, o controle do corpo e a

imagem positiva de si mesmo que fundamenta a auto-estima, se constroem

nos primeiros anos de vida, com o auxílio de professores preparados e em

ambientes seguros.

Na visão de Bassedas e colab. (1996), o professor é um profissional

que pertence e age em diferentes subsistemas ao mesmo tempo. O fato de

trabalharem numa escola, faz pressupor que ele esteja inserido numa

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comunidade determinada com as suas características socioculturais e

econômicas particulares. No interior da escola, este mesmo profissional

atua com uma classe, ao mesmo tempo que forma parte de um quadro de

professores e também mantém um vínculo com os pais dos alunos. Dessa

forma, o professor tem a responsabilidade de estimular o desenvolvimento

de todos os seus alunos pela a aprendizagem de uma série de diversos

conteúdos, valores e hábitos. O papel solicitado ao educador na situação

de ensino-aprendizagem é o de uma atuação constante, com intervenções

para todo o grupo de aula e para cada um dos alunos em particular.

Seguindo o que foi explicitado anteriormente, Libâneo e colab. (2003)

dizem, que os professores devem trabalhar em parceria com seus colegas,

devem contribuir para o funcionamento da escola, deve definir práticas

comuns com relação aos alunos, à conduta docente na sala de aula, às

formas de relacionamento com os pais e funcionários da instituição. Como

docente, ele necessita de preparo profissional específico para ensinar

conteúdos, dar acompanhamento indiviudal aos alunos e proceder à

avaliação da aprendizagem, gerir a sala de aula, ensinar valores, atitudes e

normas de convivência social e coletiva.

O educador/a infantil deve ter um ilimitado amor a sua profissão e

integral condição de transmiti-lá através de seus atos, seus gestos e de

suas intervenções. Ele/a precisa gostar muito de crianças, precisa ser

extremamente sensível ao afeto que despertam e às dores e angústias que

revelam. Estes precisam ser desafiadores, inquietos, responsáveis e

sobretudo estudiosos para que se mantenham sempre ao lado dos avanços

científicos da neurologia, pedagogia e psicopedagogia e que saibam

transpor essas conquistas para a sua atuação junto às crianças. Eles

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2

também necessitam ser especialistas em jogos, utilizando-os como

ferramenta para explorar todas as inteligências e para transformar de

maneira significativa a forma de pensar e agir da criança. É essencial que

estes profissionais dominem estratégias de ensino que possibilitem que as

crianças ensaiem, estruturem projetos, façam explorações, elaborem

hipóteses, desenvolvam conjeturas que as ajudem a sair do egocentrismo2

e que tenham uma imensa empatia com o outro e que sintam orgulho em

descobrir os detalhes, mesmo os pequenos, de sua progressiva

transformação. (ANTUNES, 2009)

Para Piaget (2008), educar é adaptar a criança ao meio social adulto,

ou seja, transformar a constituição psicobiológica do indivíduo em função

do conjunto de realidades coletivas às quais a consciência comum atribui

algum valor. Portanto, existem dois termos na relação constituída pela

educação: de um lado, o indivíduo em crescimento, do outro, os valores

sociais, intelectuais e morais nas quais o educador está encarregado de

iniciá-lo. Sendo assim, a memória, a obediência passiva, a imitação do

adulto e, de uma maneira geral, os fatores de receptividade, são tão

naturais à criança quanto a atividade espontânea. Na medida em que a

infância é considerada como dotada de uma atividade verdadeira e o

desenvolvimento do espírito é compreendido em seu dinamismo, a relação

entre os indivíduos a educar e a sociedade torna-se recíproca:

“a criança tende a se aproximar do estado adulto não mais

recebendo totalmente preparadas a razão e as regras da boa

ação, mas conquistando-as com seu esforço e sua experiência

2 Conjuntos de atitudes ou comportamentos indicando que o indivíduo se refere essencialmente a si

mesmo. Iniciando na fase que vai até os dois anos de vida, o egocentrismo prolonga-se até o início do estágio das operações concretas, que se dá por volta dos 7-8 anos de vida.

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2

pessoais; em troca a sociedade espera das novas gerações mais

do que uma imitação: espera um enriquecimento.” (PIAGET, 2008,

p.141)

Segundo Kishimoto e colab.( 2008), o professor deve ofertar aos

seus alunos o brinquedo educativo. Se a criança ao manipular livremente e

prazerosamente um quebra-cabeça disponível na sala de aula e identificar

as cores, a função educativa e a lúdica estão presentes nesta ferramenta.

No entanto, se a criança prefere empilhar peças desse jogo, fazendo de

conta que está construindo um castelo, certamente o lúdico, a situação

imaginária, a habilidade para a construção, a criatividade, estão presentes

nesta ferramenta, embora a criança não consiga diferenciar as cores. Essa

é a verdadeira especificidade do brinquedo educativo. Apesar da riqueza de

situações de aprendizagens que propricia, nunca se terá a certeza de que a

construção do conhecimento feito pela criança será exatamente a mesma

esperada pelo professor.

Dando continuidade ao que foi dito anteriormente, Kishimoto e colab.

(2008) fala que o uso de brinquedos, jogos e mateirias pedagógicos, do

ponto de vista psicopedagógico, necessita da percepção do contexto em

que se encontram inseridos. É preciso que o professor e/ ou psicopedagogo

identifiquem a matriz simbólica anterior do objeto, para atender melhor as

necessidades e dificuldades mais imediatas dos alunos. Um professor/a

que não gosta de brincar dificilmente desenvolverá a capacidade lúdica dos

seus alunos. Dessa forma, os brinquedos, os jogos e os materiais

pedagógicos oferecidos aos alunos pelo professor, deverá ser farto e

variado. O professor ou psicopedagogo poderá criar locais onde, em seu

próprio ritmo de trabalho, a criança poderá escolher livremente o que quer

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fazer. Daí surge a necessidade de se criar os cantinhos de música,

ciências, artes, leituras, etc, nas salas da pré-escola. Neste contexto:

“o aluno poderá fazer coisas totalmente imprevistas com o

material, ações que o professor ou psicopedagogo muitas vezes

poderá considerar inadequadas. É preciso julgar estas ações da

perspectiva da criança. Somente o aluno, a partir da sua história

de vida, conhece as razões para agir daquela maneira.”

(KISHIMOTO, 2008, p.125).

De acordo com Balestra (2007), o jogo lúdico deve ser considerado

um excelente material didático na atividade pedagógica. O objeto a ser

conhecido deve contemplar os interesses que caracterizam a fase de

desenvolvimento mental em que se encontra a criança. O professor é um

elo fundamental para estabelecer essa interação, além de ser organizador,

o mesmo é também o mediador do processo ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, Antunes (2008) afirma que, é importante ressaltar o

papel do educador ao aplicar os jogos educativos. O mesmo deve não só

conhecer e saber aplicar os jogos, mas também precisa refletir sobre as

suas regras, e ao explicitá-las, deve fazer delas uma ferramenta de afeto,

um instrumento de ternura, integrando um processo de realização do eu

pela efetiva descoberta do outro.

Analisando tudo que foi pesquisado, é de extrema importância que o

educador esteja aberto para aprender, para ensinar e trocar experiências.

Este precisa levar em consideração os aspectos sociais, emocionais e

físicos dos seus alunos para que estes possam realmente se

desenvolverem de forma plena e satisfatória.

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2

CAPÍTULO II

A INFLUÊNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR.

2.1- A interferência do Psicopedagogo no trabalho

desenvolvido pelo Professor.

De acordo com Bassedas (1996), o psicológo e o psicopedagogo

teriam sido os primeiros profissionais externos a entrarem na escola com o

objetivo de trabalhar em conjunto com os professores nas questões

relativas à educação. Pode-se dizer que, geralmente, o psicopedagogo se

torna o depositário das fantasias que geram as dificuldades no processo

ensino-aprendizagem. Pensou-se também, que ele ajudaria a resolver ou

ainda resolveria todos os problemas que lhe fossem apresentados. Assim

sendo, é necessário que o psicopedagogo adote instrumentos eficazes de

intervenção, técnicas de trabalho bem definidas que possam satisfazer a

complexidade das situações e que, por sua vez, mostrem ao professor o

que pode realmente ser realizado por ele, e o que foge à sua àrea de

atuação.

Segundo Kishimoto e colab. (2008), a intervenção psicopedagógica

visa introduzir uma contribuição mais rica ao enfoque pedagógico. O

processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo

pluricausal, que abrange vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos,

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motores, sociais, econômicos, políticos, etc. As dificuldades de

aprendizagem, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e

passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que

precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e pelo

psicopedagogo.

Para Balestra (2007), o psicopedagogo necessita conhecer o

instrumento de pesquisa utilizado por Piaget em suas investigações

científicas realizadas com crianças e apropriar-se desse conhecimento para

utilizá-lo na sua ação pedagógica junto ao educando, não se esquecendo

que o seu trabalho não se restringe apenas à sala de aula. Abordando o

método clínico, o psicopedagogo intervém no processo educativo durante

as conversas com a criança, sempre buscando investigar o seu

desenvolvimento psicológico, e, também, procurando conhecer a forma

como o indivíduo organiza sua estrutura intelectual. Nesse sentido:

“no método clínico de Piaget, as perguntas formuladas à criança

devem ser marcadas pela permanente intervenção do

interrogador, visando com isso provocar a busca de diferentes

hipóteses de respostas. Portanto, o questionador deve fugir de

qualquer tipo de questionamento fixo e direto.” (BALESTRA, 2007,

p.28).

Bassedas (1996) afirma que existem várias formas de o professor

encarar a intervenção de um psicopedagogo na sua prática de ensino.

Geralmente após encarar um aluno com dificuldades de aprendizagem e/ou

comportamento, o professor manifesta a sua vontade de buscar ajuda fora

do contexto escolar. Neste sentido, em alguns casos vivenciados pelo

psicopedagogo, fica claro que o professor deposita o problema e as suas

angústias provocadas pelo aluno no psicólogo, de forma que este deve se

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encarregar de resolvê-las sozinho. Em outros casos, o professor tenta

encontrar um aliado que o ajude a dividir as responsabilidades e

preocupações e que tente procurar, com ele, novas estratégias de trabalho

que permitam modificar a situação. Mas para todas estas situações, o mais

importante é que o psicopedagogo aprenda a entender a demanda

realizada, que se estabeleça uma situação de comunicação que o permita e

que ajuste a resposta à solicitação feita, definindo assim o papel que pode

e quer desempenhar.

Balestra (2007) seguindo o que foi dito anteriormente fala que, a

resolução dos conflitos emocionais gerados em sala de aula, quase sempre

leva o professor a solicitar a presença e a interferência do psicopedagogo.

Porém, o êxito nessa atuação exigirá do profissional um compromisso

político, domínio emocional e embasamento teórico.

Conforme Kishimoto e colab.(2008) afirmam, na intervenção

psicopedagógica deve-se evitar os prognósticos que o professor lança a

respeito do processo de desenvolvimento de seu aluno sem levar em

consideração o seu desempenho. É necessário que o professor e o

psicopedagogo também analisem a sua forma de conceber o processo de

ensino-aprendizagem, Este processo não é liner e contínuo que se

encaminha numa única direção, mas, é sim, um processo multifacetado,

apresentando paradas, saltos, transformações bruscas, etc. O mesmo

também inclui a não-aprendizagem. O aluno aprendente pode se recusar

em um determinado momento a aprender, o fracasso escolar não é um

processo excepcional que ocorre no sentido contrário ao processo de

ensino-aprendizagem. O saber e o não saber estão estreitamente

vinculados. Com isto é possível dizer que do ponto de vista

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psicopedagógico, o processo de ensino-aprendizagem sempre apresenta

uma dupla face: de um lado a apredizagem e do outro a não aprendizagem.

Para Bassedas (1996), quando se desenvolve um trabalho com um

aluno que, segundo o professor, apresenta problemas na escola, o que

devemos identificar são as suas necessidades educativas, sociais e

familiares. Primeiramente, tentamos definir as suas necessidades

educativas, para dar uma resposta à solicitação do professor, também,

precisamos identificar quais são as atitudes que o aluno precisa para

conseguir iniciar um processo de recuperação das suas dificuldades.

Nossas orientações podem ser direcionadas para lhe dar mais instrumentos

de abordagem de uma àrea de aprendizagem concreta, potencializar as

relações com outros alunos da sua idade, etc. Tais estratégias visam

permitir que esse aluno saia de uma situação de bloqueio ou estancamento.

Segundo Balestra (2007), o método clínico é um aliado ao trabalho

do psicopedagogo, porém, a sua aplicabilidade é muito difícil. Esse

problema decorre principalmente da dificuldade que temos em ouvir a

criança sem interferir em seu processo de organização mental. O bom

pesquisador deve saber observá-la com grande paciência pedagógica para

não interpelar nem sugestioná-la, dessa forma invibializando a experiência.

Portanto, nesse processo, o pesquisador deve preocupar-se em garantir um

ambiente propício para que a criança se expresse com naturalidade.

“Esse procedimento metodológico, pode representar um

instrumento de grande valia no trabalho de avaliação

psicopedagógica e educacional de crianças, especialmente no

ambiente de atuação institucional. Por meio dele é possível não

apenas detectar um problema como também adotar medidas

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preventivas no que tange às dificuldades de

aprendizagem.”(BALESTRA, 2007, p.31).

Conforme analisa Bassedas (1996), a avaliação inicial assume, uma

grande importância para a prática educativa e para os psicopedagogos.

Também é preciso investigar a organização e funcionalidade dos

conhecimentos prévios pertinentes aos conteúdos que serão aprendidos,

assim como a competência intelectual ou o nível de desenvolvimento da

criança. Neste sentido, o professor adquire, um papel de ajuda e apoio,

realizando intervenções variadas e adaptadas às dificuldades encontradas

pelas crianças nas suas tarefas escolares. Isso significa que, o professor de

ve observar e avaliar constantemente o aluno para tentar entender as suas

dificuldades e interpretar o motivo dos erros, buscando, oferecer-lhe uma

ajuda complementar e mais eficiente. Por isso, é indispensável estabelecer

um contexto de colaboração com os professores e a escola diante de

qualquer objetivo estabelecido. Somos complementários do professor para

tentarmos resolver, discutir ou atingir determinadas situações. Precisamos

da sua informação e conhecimentos acerca do aluno e a partir do momento

em que ele solicita a nossa ajuda, devemos estabelecer uma colaboração

efiiciente.

Assim, sendo tão importante o trabalho desenvolvido pelo

psicopedagogo, Balestra (2007) afirma que a investigação das causas

geradoras dos problemas de dificuldade de aprendizagem ou de

comportamento seja um dos principais objetivos do psicopedagogo, razão

pela qual a teoria piagetiana representa um acervo teórico indispensável

para a sua prática profissional. Porém, isso não quer dizer que o

profissional só deva seguir essa linha teórica, pelo contrário, é aconselhável

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que o psicopedagogo tenha uma preparação técnica consolidada pelo

pensamento de estudiosos oriundos das mais diferentes correntes, pois

quanto maior e mais diversificada for essa fundamentação, maior será sua

possibilidade de ação e intervenção em prol da melhoria da educação das

nossas crianças.

2.2- Qual o papel do Psicopedagogo na Escola.

Segundo Bassedas (1996), o trabalho do psicopedagogo é bastante

complexo, um dos principais objetivos desse trabalho é o de colaborar com

a escola de forma a encontrar novas linhas que permitam ela enfrentar e

responder, de forma adequada, à diversidade de exigência do exterior. A

escola tem uma função social, que é a de preparar os alunos para

enfrentarem as futuras exigências da sua comunidade. Grande parte do

trabalho do psicopedagogo é centrada na colaboração com a escola em

relação a determinados alunos que apresentam dificuldades no seu

processo educativo, seja em nível de aprendizagem ou em nível de

relacionamento. Ao encaminhar esses alunos, a escola espera do

psicopedagogo uma ajuda para desenvolver um tipo de ensino mais

individualizado e adaptado aos diferentes indivíduos, nestes casos, o papel

cumprido será o de apoio e colaboração no processo de individualização do

ensino. A escola, frequentemente não dispõe de infra-estrutura, formação

ou estratégias para adaptar determinados ensinos a esses alunos com

dificuldades. Então, cabe ao psicopedagogo colaborar com a escola para

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incentivar todas as propostas e modificações que forem necessárias, para

que ela assuma mais essa diversidade e se prepare para acolhê-la melhor.

É extremamente necessário, que o psicopedagogo esteja mais

afastado da situação, ou seja, ele precisa observar e analisar o aluno a

partir de contextos diferentes (seu comportamento na sala, no recreio, perto

da família, etc.) e que ele possa ver as relações e interações que esta

criança estabelece com uns e outros (professores, colegas, pais, irmãos,

etc.) sem estar tão influenciado pelo contexto da sala de aula. Dessa

maneira, determinados problemas podem tornar-se relativos, podem ser

destacados os aspectos positivos que ficam encobertos e situar o conflito

dentro de um contexto amplo, que leve em consideração a sua globalidade.

Depois disso, será possível pensar e procurar em conjunto, instrumentos e

estratégias para auxiliar a criança no seu desenvolvimento.

Ainda contemplando o que foi dito anteriormente, é nesse contexto

que se dará o diagnóstico psicopedagógico. Nele o agente encaminhador é,

geralmente, o professor, já que é ele quem aponta o problema e solicita a

intervenção de outro profissional. Deve-se ressaltar, também, que este

diagnóstico precisa referir-se – no que concerne ao currículo escolar – aos

conteúdos, objetivos e orientações estabelecidos pela administração,

combinando os objetivos gerais com as estratégias de intervenção

adequadas às crianças e às necessidades educacionais. Dessa forma, o

diagnóstico psicopedagógico, distingue-se por diferentes fases ou

elementos: demanda ou indicação do problema por parte do professor ou

excepcionalmente, dos pais; entrevista com o professor e entrevista com os

pais, revisão dos trabalhos de aula; exploração individual, orientações e

seguimento. A situação do psicopedagogo na escola e a própria dinâmica

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imposta,por ela,faz com que, às vezes, estes elementos sigam uma ordem

mais flexível. No entanto, não é necessário aplicar, em cada caso todos os

elementos desse diagnóstico, e a escolha de uns e outros, por parte do

psicopedagogo, vai depender do tipo de solicitação e das condições que a

cercam. Assim, muitas vezes, deve-se optar, principalmente na educação

infantil, pela não realização de testes individuais, quando com a observação

da aula já foi possível detectar a natureza do problema, e pode-se assim

oferecer orientações precisas. (BASSEDAS, 1996).

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CAPÍTULO III

O PAPEL DA ESCOLA EM RELAÇÃO AO BRINCAR X

DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

3.1- A escola e o seu desempenho em relação ao

desenvolvimento do aluno da educação infantil.

Segundo Piaget (2008), educar é adaptar o indivídu++o ao meio

social ambiente. A educação moderna deve favorecer esta adaptação

utilizando as têndencias próprias da infância como também a atividade

espontânea inerente ao desenvolvimento mental, com a intenção de

enriquecer a própria sociedade. Para que isto ocorra, ela deve levar em

consideração o seu valor psicológico pelo menos em quatro aspectos: a

significação da infância, a estrutura do pensamento da criança, as leis de

desenvolvimento e o mecanismo da vida social infantil.

Ainda seguindo o pensamento de Piaget, a escola moderna deve

apelar para a atividade real, para o trabalho espontâneo baseado na

necessidade e no interesse pessoal, ou seja, a escola deve estimular um

interesse do aluno pela aprendizagem real, pois, durante os estágios de

desenvolvimento inferiores, a criança aprende mais pela ação do que pelo

pensamento; um material conveniente, que sirva para alimentar esta ação,

conduz mais rapidamente ao conhecimento do que os melhores livros e do

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que a própria linguagem. Assim sendo, a escola tem por uma de suas

finalidades, desenvolver a espontaneidade do aluno.

Seguindo este raciocínio Antunes (2009) fala que, uma boa escola

de educação infantil, deve desenvolver um trabalho que contemple o que

hoje sabemos sobre a evolução da mente humana, assim pensa-se nessa

modalidade de ensino acreditando-se que todas as ações previstas fazem

sempre parte de um plano, compõem a estrutura de um projeto

selecionado, planejado e treinado com toda a equipe, mas dinamicamente

aberto a permanente reconstrução. Do projeto lúdico maior devem aflorar

projetos específicos para cada grupo de crianças e estes projetos

necessitam sempre estar integrados a seus objetivos, às conquistas que se

espera de cada um; não se pode separar a ideia do brincar da ideia do

aprender, pois, é brincando e jogando que a criança constrói conceitos,

explora sua criatividade, inventa e reinventa, transformando a realidade de

seu entorno, de suas emoções e de seu corpo. Sendo assim:

“é no ato de brincar que toda criança se apropria da realidade

imediata, atribuindo-lhe significado. Em outras palavras, jamais se

brinca sem aprender e, caso se insista em uma separação, esta

seria a de organizar o que se busca ensinar, escolhendo

brincadeiras adequadas para que melhor se aprenda.” (

ANTUNES, 2009, p.31).

Nesse contexto, não é, pois, sem razão que a brincadeira deve representar

um sólido eixo da proposta educativa de uma boa escola de educação

infantil.

Para complementar o que foi dito anteriormente, Piaget (2008) afirma

que, a criança que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas

tendências à experimentação, seus instintos sociais, etc. Por isso, sendo o

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jogo um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que, em todo

o lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao

cálculo, ou à ortografia, pode-se observar que as crianças se apaixonam

por essas ocupações comumente tidas como maçantes. A brincadeira de

boneca não serve somente para desenvolver o instinto maternal, mas para

representar simbolicamente, e portanto reviver, transformando-o segundo

as necessidades, o conjunto de realidades vividas pela criança e ainda não

assimiladas. Sendo assim, o jogo simbólico3 se explica pela assimilação do

real ao eu. Portanto, o jogo é, sob as suas duas formas essenciais de

exercício sensoriomotor e de simbolismo, uma assimilação do real à

atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e

transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu.

Num contexto voltado mais para a finalidade da educação

atualmente, Libâneo e colab. (2003) contribuem falando que, a educação

básica tem o seu início na educação infantil e prolonga-se até o ensino

médio. A mesma tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-

lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e

fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Sua etapas são: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Por isso vale ressaltar que:

“como primeira etapa da educação básica, a educação infantil tem

como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos

de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

3 - o jogo simbólico é o pensamento individual em sua forma mais pura; em seu conteúdo, ele é o desenvolvimento do eu e a realização dos desejos por oposição ao pensamento racional socializado que adapta o eu ao real e exprime as verdades comuns; em sua estrutura, o símbolo representado é para o indivíduo o que o signo verbal é para a sociedade.

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complementando a ação da família e da comunidade.” (LIBÂNEO,

2003, p. 252).

Aparecendo como dever do Estado, a educação infantil foi uma

novidade da Constituição Federal de 1988. Ela também aparece na LDB/96

como incumbência dos municípios e deveria até 1999, estar integrada ao

respectivo sistema de ensino, uma vez que a mesma lei concede ao

município as opções de criar um sistema próprio, de integrar-se ao sistema

estadual ou de com ele compor um sistema único de educação básica. A

mesma deve ser oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para

crianças de até 3 anos de idade e em pré-escolas, para crianças de 4 a 6

anos de idade. Dessa forma, nessa etapa de ensino não há a

obrigatoriedade de cumprir a carga horária mínima anual de 800 horas

distribuídas nos 200 dias letivos, como também não há avaliação com o

objetivo de promoção. A avaliação se dá pelo acompanhento e pelo registro

do desenvolvimento da criança. Outra informação importante é sobre a

titulação exigida para atuar na educação infantil. O profissional precisa ter

licenciatura ou o curso normal superior, sendo admitida a formação em

nível médio, na modalidade normal. (LIBÂNEO, 2003).

Parece importante ressaltar que dentro das escolas há uma grande

diversidade de relações, situações e interações. Podemos citar diferentes

tipos de relações que ocorrem na escola, tais como: entre os componentes

da equipe de professores, com os responsáveis pela administração

educativa, com os agentes externos da escola (psicólogos, pedagogos,

médicos, assistentes sociais), entre os alunos no interior da escola, etc.

Deve-se salientar também, que igualmente complexas são as funções que

a sociedade solicita da escola, assim como também as diferentes

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concepções que podem ser adotadas no momento de concretizá-la, tais

como: os objetivos da escola, concepções relativas à forma de aprender

dos alunos, a importância concedida ao ensino de valores, conteúdos que

devem ser ensinados, metodologia comparada, etc. Certamente, ainda

podemos acrescentar outros aspectos que mostram a complexidade que a

escola representa para os profissionais que nela trabalham. ( BASSEDAS,

1996).

Nesse contexto, Libâneo e colab.(2003) afirmam que, a escola é uma

instituição social com o objetivo explícito: o desenvolvimento das

potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da

aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos,

atitudes,valores), para tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em

que vivem. Assim sendo, uma escola bem organizada e gerida é aquela que

cria e assegura condições organizacionais, operacionais e pedagógico

didáticos que permitam o bom desempenho dos professores em sala de

aula, de modo que todos os seus alunos sejam bem sucedidos em suas

aprendizagens.

De acordo com Antunes (2009), uma escola de educação infantil

“ideal”, deve ter professores envolvidos com a educação, os mesmos

devem prestar atenção nas dúvidas, perguntas e comentários dos alunos,

onde a manifestação da curiosidade deverão fazer parte das situações de

aprendizagens e projetos desenvolvidos pelos educandos; nessa escola

devem existir espaços diferenciados para que, os alunos sejam levados a

criar, a descobrir, a fazer arte, a ouvir e inventar histórias, a pesquisar, a

construir e a dramatizar. É essencial que essa escola acredite naquilo que a

ciência não ousa duvidar: a educação infantil é crucial na formação da

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pessoa e em seu nome é imprescindível que ela ensine a compartilhar e

fazer amigos, a descobrir que a verdadeira ciência ensina verdades, que

quem não lê jamais escreve e que a liberdade e a individualidade

constituem essências do crescer. Enfim, essa escola precisa partir da ação

intermedializadora de professores apaixonados, os alunos precisam sentir

“gula” e vontade de resolver problemas, de organizar seu tempo, de se auto

-avaliar. Uma pré-escola de verdade educa, ensina, transforma e modifica

bem mais o ser humano, que depois de tê-la vivenciado por inteiro, ele

estará pronto para a vida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Refletindo sobre tudo o que foi exposto nesta pesquisa, apresento as

minhas considerações finais, na tentativa de procurar responder às

indagações propostas no início do trabalho e ao objetivo principal que era

analisar e discutir a importância da brincadeira na Educação Infantil, sob um

olhar psicopedagógico.

Ao dialogarmos com os autores citados neste trabalho, pudemos

perceber que a brincadeira desempenha um papel muito importante na

formação e no desenvolvimento global da criança. Quando se brinca,

formam-se regras, atitudes, valores, o respeito ao próximo, habilidades,

experiências, trocas e aprendizagens.

A criança que têm a oportunidade de fazer a educação infantil,

aprende muitas coisas, como foi dito, esta modalidade de ensino é a base

de todas as outras etapas da educação. Nessa fase, a criança não pode ser

pressionada e cobrada, ao contrário, ela deve ser incentivada a usar a sua

imaginação. Trabalhar de forma lúdica, espontânea, dinâmica, valorizando

a sociabilidade, a busca do “eu”, é primordial e essencial para o

desenvolvimento físico, psicológico, afetivo e social do aluno.

Quando um profissional da educação infantil, seja ele o professor, o

pedagogo, o psicológo, o coordenador, o próprio psicopedagogo e outros

especialistas na àrea da educação, se dedicam e utilizam a ludicidade

como ferramenta de trabalho, várias questões podem ser observadas e

analisadas. Pois, sabemos que, quando uma criança brinca ela mostra a

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sua realidade, o seu mundo e o seu modo de enxergar o meio em que vive.

E é através da brincadeira, que muitas outras realidades podem ser

descobertas e vivenciadas. Um simples desenho, um pedaço de massinha,

um pedaço de papelão ou um brinquedo mais sofisticado, nas mãos de

uma criança, podem siginificar várias coisas. Sabemos o quanto é

importante deixar a criança livre para brincar e criar, a sua imaginação

quando é deixada “solta”, auxilia no desenvolvimento das suas habilidades,

no seu convívio com o outro e na sua relação com o meio em que vive.

Conforme os autores trabalhados debateram, é de extrema

relevância que o professor/a de educação infantil tenha conhecimento

adequado sobre os estágios do desenvolvimento infantil, pois, assim ele

saberá adequar o tipo de brinquedo e o tipo de aprendizagem adequados

para desenvolver as potencialidades e habilidades e, principalmente,

saberá diversificá-los na tarefa de explorar as àreas e inteligências

diferenciadas. É preciso também que ele/a tenha amor pela sua profissão,

pois, ele/a exercerá um papel fundamental nessa fase tão importante da

vida dessas crianças.

O psicopedagogo ao desempenhar a sua função dentro da instituição

escolar, deve se sentir parte desta equipe e do meio cultural ao qual está

cercado. É preciso que ele identifique a linha de ensino, as metodologias

aplicadas, a relação entre os membros da instituição, a relação entre a

escola e a comunidade e busque de maneira mais adequada, encontrar

soluções para os possíveis problemas enfrentados pela instituição. Por isso,

é de fundamental relevância dizer, que o psicopedagogo e o professor

devem trabalhar juntos, colaborando um com o outro, visando um melhor

desenvolvimento para àquele aluno que esteja com alguma dificuldade

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(tanto no processo de ensino-aprendizagem, quanto no aspecto sócio-

afetivo). O psicopedagogo, deve sinalizar quais são as suas possibilidades,

ou seja, até aonde ele pode ou não auxiliar em algum caso. Este também

deve focar um diagnóstico de acordo com a idade do educando, por

exemplo, se ele é solicitado para resolver algum problema com um aluno

pequeno de educação infantil, muitas ferramentas podem ser utilizadas, tais

como: o desenho, a conversa informal, a observação deste aluno em vários

ambientes da escola, a utilização de jogos, o auxílio da dramatização, a

entrevista com o professor, com os pais (se necessário), entre outras.

Depois de tudo ser analisado, o próximo passo é descobrir os meios de

ajudar essa criança e repassá-los ao professor e a instituição.

A escola que trabalha com educação infantil, deve ter profissionais

preparados e capacitados, que vistam a camisa da escola, onde todos da

equipe escolar visem o pleno desenvolvimento dos seus alunos. Para que

isso ocorra, é necessário que eles sejam bem remunerados, que tenham a

oportunidade de se capacitarem e de terem uma formação continuada,

através de cursos e palestras. É necessário também, que o ambiente

escolar seja agradável e harmonioso, que tenha espaços diferenciados

como salas de aula limpas e confortáveis, sala de leitura, vídeo, música,

artes, ciências, informática, uma brinquedoteca, um espaço verde para os

pequenos, um parquinho, enfim, a mesma deve disponibilizar não só os

espaços, mas também os profissionais que possam trabalhar e auxiliar os

professores nos mesmos.

Em acordo com os autores citados, não podemos esquecer que a

escola desempenha um papel muito importante na sociedade, se espera

dela um ambiente que proporcione um efetivo desenvolvimento humano,

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onde se incentive a busca pelo conhecimento, pela real aprendizagem, um

local onde possa se encontrar e trabalhar com as diversidades culturais,

sociais, físicos e intelectuais, de forma que, todos se respeitem e idealizem

uma sociedade melhor.

Como foi especificado pelos autores com os quais dialogamos nesse

trabalho, ficou bastanto claro que o “Brincar” na infância é uma questão que

têm que ser levada bastante a sério pelos educadores e pelos profissionais

que lidam com a escola. Pois, será nesse ambiente, que a criança

começará a vivenciar múltiplas experiências, aprendizagens, será nela, que

se desenvolverá os primeiros pensamentos lógicos, as aquições das suas

habilidades e potencialidades, a aquisição da leitura, da escrita, do

raciocínio lógico, mas tudo isso, é pequeno em relação ao seu grande

papel, que é o da socialização, onde todos aprendem a conviver, a se

respeitar, a analisar e criticar o mundo em que vivem, buscando formas de

melhorá-lo, tentando torná-lo mais justo e equilibrado para todos.

Para finalizar, considero que o respectivo trabalho conseguiu atingir o

objetivo proposto, que foi o de explorar um tema de extrema relevância para

todos que atuam na àrea da educação, para aqueles que pretendem atuar

nessa àrea e para aqueles que se interessam pela educação infantil.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver,

escutar e ouvir, fascículo 15. 6ª ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

_______________.Educação infantil: prioridade imprescindível. 6ª ed.,

Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

BALESTRA, Maria Marta Mazaro. A psicopedagogia em Piaget: uma ponte

para e educação da liberdade. Curitiba: Ibpex, 2007.

BASSEDAS, Eulália. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico.

/Eulália Bassedas, Teresa Huguet, Maite Marrodán, Marta Oliván, Mireia

Planas, Montserrat Rossel, Manuel Seguer e Maria Vilella; tradução Beatriz

Affonso Neves. 3ª ed., Porto Alegre: Artmed, 1996.

BOMTEMPO, Edda. Brinquedo, linguagem e desenvolvimento. Pré-textos de

alfabetização escolar: algumas fronteiras do conhecimento. São Paulo, 1988,

vol. 2(2), 23-40.

KISHIMOTO,M.Tizuko (Org.). Jogo, brinquedo e a educação. 11ª ed., São

Paulo: Cortez, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização./

José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi. São

Paulo: Cortez, 2003.

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PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar,

1978.

____________. Psicologia e pedagogia/Jean Piaget;[tradução de Dirceu

Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva; revisão de Paulo Guimarães do

Couto]. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Tradução de Neto, J. C. e

colab. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 1984.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 12

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO

INFANTIL 12

1.1 - A atuação da Brincadeira no Desenvolvimento

Infantil sob um olhar psicopedagógico. 12

1.2 – Qual o Papel do professor na relação Brincar x

Desenvolvimento Infantil. 20

CAPÍTULO II 27

A INFLUÊNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA

INSTITUIÇÃO ESCOLAR. 27

2.1-A interferência do Psicopedagogo no trabalho

desenvolvido pelo Professor. 27

2.2-Qual o papel do Psicopedagogo na Escola. 32

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CAPÍTULO III 35

O PAPEL DA ESCOLA EM RELAÇÃO AO BRINCAR X

DESENVOLVIMENTO INFANTIL 35

3.1- A escola e o seu desempenho em relação ao

desenvolvimento do aluno da educação infantil. 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 47