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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE PROJETO A VEZ DO MESTRE A INFLUÊNCIA DOS DESVIOS POSTURAIS NA PSICOMOTRICIDADE FLÁVIA DE OLIVEIRA VICENTE FABIANE MUNIZ NITERÓI 29 DE JANEIRO DE 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DOS DESVIOS POSTURAIS NA

PSICOMOTRICIDADE

FLÁVIA DE OLIVEIRA VICENTE

FABIANE MUNIZ

NITERÓI

29 DE JANEIRO DE 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DOS DESVIOS POSTURAIS NA

PSICOMOTRICIDADE

OBJETIVOS:

Conhecer a estrutura anátomo fisiológica da coluna

vertebral humana e caracterizar os desvios posturais

mais freqüentes propondo exercícios de reeducação

corporal, capazes de facilitar o desenvolvimento

psicomotor dos indivíduos portadores de desvios.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Marcelo Antunes pelo auxílio

bibliográfico, à minha orientadora e professora

Fabiane Muniz pela valiosa ajuda e aos meus

amigos que, de certa forma, contribuíram para a

realização desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, Neli e

Edison pelo eterno amor e carinho. À toda

minha família pela confiança e incentivo. Ao

meu namorado Fábio pelo amor e

companheirismo. Aos meus amigos de turma,

principalmente, minhas amigas Amanda e

Barbra, companheiras nessa longa etapa.

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RESUMO

A atividade física proporciona efeitos benéficos fundamentais na

vida de um indivíduo, e possui inúmeras vertentes auxiliando a população

sobre questões da saúde, questões sociais, políticas e até econômicas.

A vertente da saúde abordada nesta pesquisa, tratará de assuntos

ligados a postura corporal do indivíduo. Esta pesquisa faz uma correlação de

como a atividade física poderá auxiliar de forma preventiva e reeducativa

neste processo corporal, levando-se em conta o desenvolvimento

psicomotor do ser humano, que poderá comprometer-se com o

aparecimento de deformidades posturais acarretando problemas na

aprendizagem.

Na coluna vertebral, os desvios posturais mais freqüentes, que

serão discutidos nos capítulos a seguir, são as escolioses, as cifoses e as

lordoses, sendo estas, lesões que podem ser desencadeadas por esforços

repetitivos ou pelo aumento da intensidade dos movimentos que tentam

ultrapassar os limites biomecânicos e fisiológicos do indivíduo durante uma

prática esportiva, ou até mesmo em seu cotidiano. É importante que os

profissionais de educação física, fisioterapeutas e psicomotricistas, analisem

esses tipos de deformidades, obtendo conhecimentos científicos afim de

prescrever exercícios individualizados e específicos para a reeducação

postural de determinados indivíduos, respeitando seus limites e aproveitando

suas capacidades, trabalhando eventualmente, com outros profissionais da

saúde.

Então, será investigada a influência dos desvios posturais na

psicomotricidade, que pode auxiliar de várias maneiras o indivíduo portador

de um desvio postural provocando o seu bem-estar e fazendo com que ele

desenvolva-se normalmente.

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METODOLOGIA

Quanto aos objetivos, esta pesquisa é de caráter descritivo

abordando bibliograficamente os desvios posturais e estabelece relações

entre a postura corporal, a atividade física e a psicomotricidade.

Quanto aos procedimentos, o caráter bibliográfico desta pesquisa

consiste em livros e artigos sobre o tema, já desenvolvido segundo vários

autores.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 08

CAPÍTULO I..................................................................................................09

COLUNA VERTEBRAL................................................................................09

CAPÍTULO II.................................................................................................16

DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL............................................16

CAPÍTULO III................................................................................................19

REEDUCAÇÃO CORPORAL.......................................................................19

CONCLUSÃO................................................................................................29

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................30

ÍNDICE...........................................................................................................32

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INTRODUÇÃO

Atualmente há uma maior concentração de pessoas apresentando

algum tipo de anomalia postural, em toda a extensão da coluna vertebral.

As mudanças de nossos hábitos e de nossas práticas sociais

envolvendo o lugar que trabalhamos, que moramos e que nos divertimos

sobrecarregaram e sobrecarregam a nossa mente e nosso corpo físico junto

com todas essas estruturas e que também podem influenciar a

aprendizagem dificultando o desenvolvimento psicomotor do ser humano.

Porém, algo pode ser feito para amenizar esses problemas e é o

que pretendemos mostrar neste trabalho, que tem como objetivos: conhecer

a estrutura anátomo fisiológica da coluna vertebral humana; caracterizar os

desvios posturais e outras anormalidades; propor exercícios de reeducação

postural, de respiração juntamente com exercícios psicomotores e atividade

física em geral.

Levando em consideração que todos os desvios posturais se

manifestam na coluna vertebral, o primeiro capítulo abordará as estruturas e

as funções da coluna. O segundo capítulo identificará os desvios posturais e

os distúrbios respiratórios mais freqüentes. O terceiro capítulo estabelecerá

relações entre postura, a psicomotricidade e a reeducação corporal do

indivíduo a partir de vários exercícios.

Esta pesquisa é de caráter bibliográfico, descritivo a partir de

pesquisa feita em livros, periódicos e artigos pesquisados na internet sobre o

tema.

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CAPÍTULO I

COLUNA VERTEBRAL

1.1- Estrutura e Função

“A coluna vertebral consiste em uma pilha de 33 vértebras divididas em cinco regiões, sendo: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacras e 4 vértebras coccígeas. E seu comprimento é cerca de dois quintos da altura total do corpo” ( HALL, 2002,p. 202 ).

A região cervical constitui o esqueleto axial do pescoço e suporte da

cabeça. A região torácica suporta a cavidade toráxica. Na região lombar,

esta suporta a cavidade abdominal e permite mobilidade entre a parte

torácica do tronco e da pelve. A sacral une a coluna vertebral à cintura

pélvica. E a coccígea, é uma estrutura rudimentar em humanos, mas possui

função no suporte do assoalho pélvico.

A coluna vertebral é flexível porque as vértebras são móveis, mas

essa flexibilidade não depende só delas, músculos e ligamentos tem papel

importante nessa estabilidade da coluna. Sua função primária é dotar o

corpo de rigidez longitudinal, ou melhor, sua função primária é músculo-

esquelética e mecânica. Em segundo plano, a coluna constitui uma base

firme para sustentação de estruturas anatômicas, como costelas e músculos

abdominais. Resumidamente, a coluna protege, apoia e movimenta,

caracterizando assim suas três funções distintas.

1.1.1- Vértebras

Uma vértebra típica é constituída por um corpo, um arco e processos. Os corpos vertebrais são responsáveis pela sustentação do peso. Ele é formado basicamente de osso esponjoso, mas as bordas das superfícies superior e inferior são de osso compacto, e estão separados uns dos outros pelo disco

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intervertebral que forma um tipo de sínfise de anfiartrose. O arco, juntamente com a face posterior do corpo vertebral constitui as paredes do forame vertebral que envolve e protege a medula, como também protege os nervos e vasos sangüíneos. Esses forames, em toda a extensão da coluna, forma o canal vertebral ( Id ).

Os processos são pontas ósseas que consistem em três:

processos espinhosos, processos transversos e processos articulares. Os

processos espinhosos e tranversos funcionam como forquilhas destinadas a

aprimorar a vantagem mecânica dos músculos inseridos. Já os processos

articulares possuem facetas articulares superior e inferior para articulação

com as vértebras acima e abaixo.

Entre esses processos articulares, as articulações facetárias direita

e esquerda diartroses do tipo deslizante, podem desempenhar papel auxiliar

quando a coluna está em hiperextensão e quando ocorre degeneração

discal, além de apoiar, na sustentação das cargas compressivas, rotacionais

e de cisalhamento.

“Apesar de todas as vértebras terem o mesmo formato básico,

existe um aumento progressivo superior-inferior no tamanho dos corpos

vertebrais e uma progressão no tamanho e na orientação dos processos

articulares” ( Ibid, p. 204 ). Da região cervical até a região lombar há esse

aumento. Em particular, as vértebras lombares são maiores e mais

espessas, devido à uma finalidade funcional porque, quando corpo fica

ereto, cada vértebra terá que sustentar o peso dos braços, cabeça e também

de todo o tronco posicionado acima dela. Sendo assim, a maior área

superficial das vértebras lombares reduz esse estresse ao qual as vértebras

poderiam ser submetidas.

1.1.2- Discos Intervertebrais

“Os discos intervertebrais saudáveis em um adulto são

responsáveis por cerca de uma quarta parte da altura da coluna” ( Ibid,p.

205 ). O disco é constituído por um anel externo espesso denominado anel

fibroso ou ânulo que circunda o núcleo pulposo, que é formado por

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proteoglicanos bem hidratados e que absorvem as forças. As fibras

colágenas do ânulo se entrecruzam formando um ângulo de 30º, fazendo

com que essa estrutura seja mais sensível à pressão rotacional que à

tensão, à compressão e ao cisalhamento.

Mecanicamente, o ânulo atua como uma mola espiralada cuja tensão mantém juntos os corpos contra a resistência do núcleo pulposo. Durante a flexão e a extensão os corpos rodam sobre o núcleo. Durante a atividade diária, a compressão é a forma mais comum de sobrecarga imposta à coluna vertebral (Ibid, p. 206 ).

O núcleo pulposo de um disco jovem possui cerca de 90% de água

e o restante de materiais que atraem a água. Quando ele é sobrecarregado

em compressão, ele tende a perder água, sendo assim, quanto maior for seu

conteúdo hídrico, mais resistente ele será à compressão. Então, uma

sobrecarga contínua durante horas resulta em ligeira redução na hidratação

do disco e a coluna sofre uma diminuição na altura de até 2 cm.

As lesões e o envelhecimento reduzem irreversivelmente a

capacidade dos discos absorverem água, havendo uma diminuição na

absorção dos choques.

É importante não manter por muito tempo uma única posição

corporal, pois os discos dependem de movimento para bombear nutrientes e

eliminar os produtos de desgaste.

1.1.3- Ligamentos

Os ligamentos sustentam a coluna proporcionando estabilidade dos

segmentos móveis. O ligamento longitudinal anterior ( forte )e superior (

fraco ), conectam os corpos vertebrais na cervical, torácica e lombar, e se

insere no tubérculo anterior do atlas ( primeira vértebra cervical ) e abaixo,

se espalha sobre a superfície do sacro. O ligamento supra-espinhoso se

insere nas extremidades dos processos espinhosos em toda extensão da

coluna sendo pouco desenvolvido na região lombar inferior e bem

desenvolvido na região cervical, onde recebe a designação do ligamento da

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nuca que insere-se no osso occiptal até a sétima vértebra cervical. Os

ligamentos amarelos, interespinhosos e intertranversais conectam as

lâminas das vértebras adjacentes. Os interespinhosos conectam os

processos espinhosos adjacentes em sua extensão e são bem

desenvolvidos na região lombar. Os intertranversais conectam os processos

transversos adjacentes e são irrelevantes, exceto na região lombar.

O ligamento amarelo contém uma alta proporção de fibras elásticas além das colágenas, que se alongam durante a flexão vertebral e se encurtam durante a extensão. Esse ligamento fica sob tensão mesmo na posição anatômica criando então o pré-estresse ( tensão dos ligamentos em repouso ) ( Ibid, 209).

1.1.4- Movimentos

A coluna vertebral permite movimentos no plano sagital, plano

frontal e plano transverso. Sua amplitude de movimento depende do número

de segmentos móveis de determinada região da coluna.

No plano sagital, “há movimentos de flexão e extensão ou

hiperextensão ( além da posição anatômica )” ( Ibid, p.210), com melhor

liberdade de movimento nas regiões cervical e lombar, sendo bem reduzido

na região torácica.

A coluna faz flexão lateral no plano frontal com maior amplitude de

movimento na região cervical, e reduz sua capacidade de amplitude nas

regiões torácica e lombar.

O movimento de rotação ou circundução é mais livre na região

cervical. Na região torácica, o movimento é pouco reduzido “e da oitava

vértebra lombar para baixo a capacidade de amplitude rotacional é bem

restrita, inclusive na coluna lombar” (Ibid, p.211).

1.1.5- Músculos

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Os músculos do pescoço e do tronco, são pares, comuns no lado direito

e no lado esquerdo do corpo. “Quando eles atuam unilateralmente causam

flexão lateral e/ou rotação do tronco. Quando atuam bilateralmente eles

fazem flexão ou extensão do tronco” (Ibid, p.212). Alguns dos principais

músculos estão no quadro a seguir com suas inserções proximal e distal e

suas ações primárias sobre a coluna vertebral.

MÚSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL

Músculos

Inserção

Proximal

Inserção

Distal

Ações

Primárias

Músculos

Paravertebrais

(Reto anterior, reto

lateral, longo da

cabeça e longo do

pescoço)

Parte anterior do

osso occipital e

vértebras cervicais

Superfícies

anteriores das

vértebras cervicais

e das três

primeiras vértebras

torácicas

Flexão, flexão

lateral, rotação

para o lado oposto

Reto abdominal Cartilagem costal

das costelas 5-7

Crista do púbis Flexão, flexão

lateral

Oblíquo externo Superfície externa

das oito costelas

inferiores

Linha branca e a

crista ilíaca anterior

Flexão, flexão

lateral, rotação

para o lado oposto

Oblíquo interno Linha branca e as

quatro costelas

inferiores

Ligamento inguinal,

crista ilíaca e fáscia

lombossacra

Flexão, flexão

lateral, rotação

para o mesmo lado

Esplênios da

cabeça e pescoço

Processo mastóide

do osso temporal,

processos

tranversos das três

Metade inferior do

ligamento nucal,

processos

espinhosos da 7º

Extensão, flexão

lateral, rotação

para o mesmo lado

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primeiras vértebras

cervicais

vértebra cervical e

das seis vértebras

torácicas

superiores

Suboccipitais (

oblíquos superior e

inferior da cabeça,

retos posterior

maior e menor da

cabeça)

Osso occipital,

processo

transverso da

primeira vértebra

cervical

Superfícies

posteriores das

duas primeiras

vértebras cervicais

Extensão, flexão

lateral, rotação

para o mesmo lado

Eretor da espinha Parte inferior do

ligamento nucal,

espinha cervical

posterior, torácica

e lombar, nove

costelas inferiores,

crista ilíaca, sacro

posterior

Processo mastóide

do osso temporal,

espinha cervical

posterior, torácica

e lombar, doze

costelas

Extensão, flexão

lateral, rotação

para o lado oposto

Esternocleidomas-

tóideo

Processo mastóide

do osso temporal

Esterno superior,

terço interno da

clavícula

Flexão do pescoço,

extensão da

cabeça, flexão

lateral, rotação

para o lado oposto

Elevador da

escápula

Processo

transverso das

quatro primeiras

vértebras cervicais

Borda vertebral da

escápula

Flexão lateral

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Escalenos (

anterior, médio e

posterior )

Processos

transversos das

vértebras cervicais

Duas costelas

superiores

Flexão, flexão

lateral

Quadrado lombar Última costela,

processos

transversos das

quatro primeiras

vértebras lombares

Ligamento

iliolombar, crista

ilíaca adjacente

Flexão lateral

Psoas maior Lados da décima

segunda vértebra

torácica e de todas

as vértebras

lombares

Pequeno trocanter

do fêmur

Flexão

Fonte: HALL, 2002, p. 212.

CAPÍTULO II

DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL

2.1- Desvios Posturais

São quatro as curvaturas da coluna vertebral: cervical, torácica,

lombar e sacra. Podemos dizer que essas curvaturas são a postura normal

do indivíduo e que permitem melhor absorção de forças na coluna do que se

ela fosse completamente ereta.

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As curvaturas podem sofrer acentuações exageradas nas suas

curvas caracterizando assim os desvios posturais ou deformidades

posturais, que aparecem em consequência de mudanças de posicionamento

corporal, vícios posturais, má postura, entre outras causas.

Os sintomas principais para quem possa ter escoliose, cifose ou

lordose são: sentir dores em qualquer parte da coluna, em sua extensão, ou

sentir algum tipo de formigamento em algum membro. O ideal é sempre

procurar ajuda especializada.

Os desvios posturais diminuem o papel tão importante das curvaturas

na absorção de impactos sem que a coluna sofra algum tipo de lesão. Sendo

assim, a coluna fica mais frágil à impactos necessitando de algum método

ou tratamento especializado que possa amenizar esse problema postural.

2.1.1- Escoliose

Existem dois tipos de escoliose: a estrutural e a não estrutural.

A escoliose estrutural é uma curvatura que não pode ser retificada,

é inflexível e possui várias classificações segundo seu tipo e grau. Uma

delas, como exemplo, é a congênita, que consiste na falha de formação em

toda a extensão da coluna atingindo seus vários segmentos. Mas daremos

ênfase ao tipo de escoliose não estrutural, que é reversível e flexível,

podendo ser alterada e até reestruturada com atividade física.

A escoliose não estrutural pode ser também chamada de escoliose

postural que consiste no desvio lateral das vértebras, quando vista do plano

frontal. “Essa deformidade está relacionada ao aspecto da curva vertebral

que se apresenta em um “S” ou “C”, envolvendo a curvatura torácica e

curvatura lombar. Isso acontece quando um músculo fica mais tensionado

que o seu par, então, ele acaba puxando a coluna para o seu lado e, assim,

provoca a escoliose” ( FERRARETO, sd).

É surpreendente que várias pessoas cresçam e se desenvolvam

sem apresentar esse tipo de anormalidade, porque os hábitos da vida

cotidiana podem ser inimigos do padrão normal da coluna provocando nela

vários distúrbios.

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Além disso, felizmente, existem diversos auxílios para a correção da

escoliose incluindo exercícios terapêuticos, musculação e vários desportos

que contribuem para a diminuição da curva.

2.1.2- Cifose

A cifose, também do tipo postural, é caracterizada pela acentuação

da curvatura torácica e por ombros curvos ( ombros para frente ), além de

uma protação da cabeça ( cabeça a frente ), conhecida pelo famoso

“corcunda”, com isso, há um aparecimento de uma lordose cervical, porque

toda cifose, geralmente, tem sua lordose compensadora cervical e lombar

para que ela possa manter a sustentação do corpo mesmo que

descompensada. “Poderá também ocorrer um déficit respiratório, por reduzir

a capacidade de sustentação da coluna vertebral e também a diminuição da

expansibilidade torácica” ( ibid).

A cifose é consequência de uma ou mais vértebras terem o formato

de cunha que surge a partir de um posicionamento anormal da placa

epifisária devido a hábitos posturais, ou gestos, incorretamente inseridos

dentro de uma atividade. Ela é bastante comum entre adolescentes:

praticantes dos maus hábitos posturais e alguns hábitos relacionados a

maturação.

“Se a acentuação cifótica for flexível, há possibilidade de correção

através de contrações musculares específicas na região. Se ela for rígida, a

correção não poderá ser obtida com uma simples contração, por causa da

musculatura anterior do tórax estar muito hipertrofiada e a posterior estar

muito alongada” ( Ibid ).

2.1.3- Lordose

A lordose é um aumento da curvatura cervical ou lombar.

A lordose cervical é caracterizada pela protação da cabeça

associada a cifose apresentando o pescoço mais alongado a frente.

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A lordose lombar é caracterizada pelo aumento da inclinação

pélvica anterior e flexão do quadril que está associada a um desequilíbrio

dos músculos abdominais, glúteos e a musculatura lombar encurtada

(projeção da bacia e do abdômen a frente). Apresenta-se, na maioria das

mulheres, no período de gravidez, pelo uso de saltos altos, em pessoas

obesas, má postura mantida e aos músculos abdominais fracos e abdômen

protuberante.

“A dor nas costas característica em pessoas com lordose lombar

ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna lombar,

sendo assim, a flexão do tronco pode aliviar a dor” ( Ibid ).

CAPÍTULO III

REEDUCAÇÃO CORPORAL

3.1- Postura

Segundo KYSNER ( 1998, p. 521 ),

Postura é uma posição ou atitude do corpo, um arranjo relativo das partes do corpo para que todos os seus segmentos estejam em harmonia numa determinada atividade específica, ou apenas uma maneira de sustentar o corpo.

Os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas

dinâmicas que mantêm o corpo em uma postura ou o movem de uma

postura para outra, mas a gravidade sobrecarrega essas estruturas

responsáveis por manter o corpo numa postura ereta. Essa linha da

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gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e

são equilibradas. Se o peso em uma região desloca-se para longe da linha

da gravidade, o restante da coluna compensa para recuperar o equilíbrio.

Ocorre diversos mecanismos em várias partes do corpo para que o devido

equilíbrio seja estabilizado: No tornozelo, a linha da gravidade fica anterior à

articulação de modo que esta tende a rodar a tíbia para a frente sobre o

tornozelo. Os músculos flexores plantares proporcionam esse equilíbrio.

No joelho, a linha normal da gravidade está anterior à articulação,

que tende a manter o joelho em extensão. O equilíbrio é dado pelo ligamento

cruzado anterior e tensão nos músculos posteriores ao joelho (gastrocnêmio

e os isquiostíbiais). Mas se os joelhos se fletem levemente, a linha da

gravidade se transfere posteriormente à articulação e o músculo quadríceps

femural precisa contrair para que o joelho não flexione totalmente.

No quadril, a linha da gravidade varia com o balanço do corpo, se

ela desloca posteriormente à articulação há uma rotação posterior da pelve

estabilizada pela tensão nos músculos flexores do quadril. Quando a linha

desloca anteriormente, a estabilidade é feita pelos extensores do quadril.

No tronco, a linha da gravidade passa através dos corpos das

vértebras cervicais e lombares. Os músculos do tronco e pelve auxiliam no

equilíbrio.

Na cabeça, o centro da gravidade cai anteriormente às articulações

atlantooccipitais, contraindo os músculos cervicais posteriores para manter o

equilíbrio, e em extrema flexão, os ligamentos da nuca estabilizam a

movimentação.

3.1.1- Boa Postura

A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade seja na posição ereta, deitada, agachada ou curvada, nas quais as estruturas envolvidas estão trabalhando ou repousando ( Ibid ).

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A postura padrão apresenta as curvaturas normais e os ossos dos

membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação do peso.

A postura sentada adotada pela maioria das pessoas dentro da

prática do trabalho e do lazer deve ser cuidadosamente realizada, porque

pessoas que passam longos períodos sentadas sofrem mais dores nas

costas do que as pessoas que se movimentam mais, devido a necessidade

de movimentação que a coluna precisa para o bombeamento de nutrientes

atingindo todos seus segmentos.

O tipo de cadeira é fundamental para o bem-estar da posição

sentada. A escolha da cadeira adequada que atenda as dimensões do nosso

corpo, a firmeza e a altura do assento, um encosto que estabilize a pessoa

que se senta, sendo importante a posição do encosto, porque se ele está

num ângulo reto tenderemos a escorregar o quadril para frente, e o uso de

um apoio lombar porque, mesmo estando bem sentado, ele suporta a coluna

recuperando um indivíduo que tenha lordose lombar reaproximando a coluna

de sua conformação anatômica facilitando a manutenção de uma boa

postura sentada.

Quando estamos dormindo ou repousando devemos levar em conta

as características do leito e as posições mais apropriadas para prevenir

lesões na coluna. É preciso mudar sempre de posição para evitar dores e

tentar relaxar, soltar todas as tensões dos músculos para uma boa noite de

sono. A posição deitado de lado é a melhor para quem sofre de dores no

pescoço e costas. A posição de bruços é a menos adequada, pois aumenta

a curvatura lombar e o pescoço fica torcido. A dureza do colchão não pode

comprimir as saliências ósseas e deve sustentar o peso do corpo. Indivíduos

mais pesados necessitam de colchões de alta densidade de espuma e

indivíduos mais leves necessitam de espumas menos densas.

Outra etapa importante para uma boa noite de sono é a escolha do

travesseiro. Ele precisa estar em uma altura que proporcione o alinhamento

da coluna cervical com todo o tronco.

Com certeza o bem estar de nosso corpo possui íntima relação com

a nossa vida cotidiana e precisamos saber como usá-la a nosso favor.

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3.1.2- Má Postura

Segundo KYSNER ( 1998, p. 522 )

Uma má postura é uma posição fora do padrão, ou um alinhamento anormal das curvas da coluna vertebral sem limitações estruturais, mas se ela continua por um período prolongado há desequilíbrios de força e flexibilidade moldando errôneamente toda estrutura óssea. Já o problema postural é causado pela posição adotada no trabalho, na escola, ou em uma atividade de lazer e outros.

Para Weineck ( 1991, p. 289 ),

A carência de movimentos, principalmente quando combinada com longos períodos que a criança fica sentada na escola, influencia negativamente não apenas a musculatura da coluna vertebral estimulando a formação de deficiências e danos posturais, mas também as estruturas passivas da coluna vertebral, principalmente os discos intervertebrais.

“São necessários bons hábitos posturais para evitar as síndromes

dolorosas posturais, que referem-se a dor devido a sobrecarga mecânica, e

as disfunções posturais, que diferem-se da síndrome dolorosa postural por

ser um encurtamento adaptativo dos tecidos moles havendo fraqueza

muscular envolvida” (Op.cit., p. 523).

Os hábitos sedentários, falta de atividade física, sempre ficar

sentado, grandes esforços físicos pesados ou repetitivos, posturas

inadequadas, levam à fraqueza muscular, ligamentos frouxos provocando

sobrecargas à coluna desencadeando um desarranjo biomecânico

resultando em dor e incapacidade.

3.1.3- Desenvolvimento do Controle Postural

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O desenvolvimento do controle postural se caracteriza nas crianças,

principalmente pelo desenvolvimento dos controles da cabeça, da posição

sentada, da locomoção antes de andar e do manter-se em pé e caminhar.

Maria Elisa (snt), em sua dissertação de mestrado, nos mostra que

o controle da cabeça consiste em conseguir girá-la de um lado para o outro,

quando estão em decúbito dorsal, e levantá-la levemente quando estão de

bruços. Sua sustentação, seguindo com o tronco, ocorre dos três aos quatro

meses. Já na posição sentada, os bebês de quatro à cinco meses mantêm-

se sentados com apoio e até os seis, sete meses, sentam sem ajuda.

A locomoção antes de andar é mover-se de um lugar para outro

antes de serem capazes de andar sozinhos. O engatinhar é uma forma de

locomoção dos bebês aos oito meses.

Em torno dos nove, dez meses, a criança é capaz de manter-se em

pé apoiando-se em algo, e ao redor dos doze meses ela se mantém sozinha

em pé. Ela só é capaz de caminhar em algum momento em torno dos doze,

quatorze meses, e depois começa a correr e dar pequenos saltos.

A maturação biológica é um processo fundamental para que todos

esses estágios ocorram, além de experiências que estimulam a

aprendizagem e o desenvolvimento.

Entretanto, a maturação possui uma forte relação com a coluna vertebral no início do estirão do crescimento ( 1º fase puberal ), no qual ocorre uma diminuição da capacidade de resistência mecânica da placa cartilaginosa que constitui o disco epifisário ( de crescimento ) do corpo vertebral. Além disso, a influência dos hormônios do crescimento e sexual alteram a cartilagem do crescimento ( WEINECK, 1991, p.295 ).

Existem inúmeros registros de cifose na fase da adolescência,

onde meninos altos, como forma de inibição, escondem a estatura para não

se destacarem perante os colegas de mesma idade, além de meninas com

mamas muito grandes que adotam uma postura cifótica com o objetivo de

escondê-las. Sendo assim, esses adolescentes necessitam de orientação

adequada para que essa cifose postural não se torne estrutural.

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3.2- Desenvolvimento Psicomotor

Segundo ALVES ( 2003, p. 31 ), “ ao enfocarmos o

desenvolvimento psicomotor, levamos em conta as reações do ser ao

ambiente que o cerca e as relações com os demais”.

ALVES, em seu trabalho, nos mostra que a organização da

motricidade passa pelas seguintes fases:

1º fase: O ser nasce com as condições anátomo-fisiológicas dos reflexos,

mas para que estes se manifestem é indispensável que o meio atue, sob a

forma de estímulos, que irão quebrar o equilíbrio da organização,

provocando a reação reflexa. Esta fase caracteriza-se pelas seguintes

conquistas: organização da estrutura motora, organização do tônus de

fundo, organização da propriocepção e desaparecimento das reações

primitivas.

2º fase: Organização do plano motor, que consiste no aperfeiçoamento

espaço-temporal das reações.

3º fase: Automatização do adquirido, que através da ação do sujeito as

aquisições motoras vão sendo automatizadas.

4º fase: Aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas habilidades motoras.

A idade de cinco a sete anos apresenta uma etapa de transição no

desenvolvimento. A criança passa do estágio global e sincrético para o de

diferenciação e análise.

3.3- Atividade Física

Sabemos que a atividade física é imprescindível para alcançar uma

boa forma física e uma boa qualidade de vida, e sua prática deve ser

desenvolvida de forma prazerosa e contínua ao longo da vida.

Em seu trabalho, POWERS nos mostra as inúmeras vantagens de

se praticar um exercício físico: alterações na composição corporal, reduzindo

a gordura corporal e aumentando a massa muscular, aumentando a

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flexibilidade, melhora da capacidade pulmonar e o consumo de oxigênio,

bom funcionamento do coração, pois o trabalho cardíaco passa a ser menor

para um mesmo esforço aumentando assim a resistência à grandes esforços

físicos e ao stress reduzindo a chance de obstrução nos vasos com placas

de gordura, reduz o risco de doenças cardíacas, pois melhora a

vascularização fazendo com que todos os órgãos funcionem bem, diminui as

varizes, pois aumenta a pressão dos músculos sobre as veias das pernas

como uma “bomba”, reduz a ocorrência de gripes e resfriados, pois estimula

a produção de aminoácidos que ajudam na ação protetora do sistema

imunológico, diminui a resistência à ação da insulina ( hormônio que facilita a

entrada de glicose nas células ) controlando os níveis de açúcar no sangue.

E um dos mais importantes, os benefícios psicológicos, como melhora do

humor e da auto-estima. Além disso, os benefícios em portadores de desvios

posturais também são muitos. O alongamento, a musculação, a natação,

entre outros, são essenciais na vida de um indivíduo que apresenta desvios.

A utilização de várias combinações de exercícios de flexibilidade e de força geralmente obtém sucesso em aliviar a dor e os sintomas relacionados aos problemas da coluna lombar em muitos daqueles indivíduos cujos problemas estão associados à fraqueza muscular e a ausência de flexibilidade ( POLLOCK, 1993, p. 430 ).

Indivíduos que apresentam predominantemente fibras de contração

rápida, podem ser fortes, mas são vulneráveis a lesões, desenvolvem fadiga

mais rapidamente quando se submetem à esforços repetitivos como o

levantamento de peso. ”Existe uma forte relação entre a força da

musculatura dorsal e a capacidade de levantamento de peso” ( Ibid ).

Este autor relata em seu livro um estudo em que observou a

melhora da dor lombar com condicionamento aeróbio, mostrando que

apesar de o condicionamento físico geral poder representar um fator no combate às lombalgias, as atividades de alto impacto, como as corridas, a dança aeróbia e o basquetebol, que se associam às grandes forças de compressão aplicadas sobre a coluna, podem preciptar ou agravar os problemas lombares devendo ser evitadas.

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Porém não devemos nos privar de atividades que proporcionam

muitos outros benefícios, sendo que devemos nos precaver para que nossa

coluna não sofra com essas atividades de impacto. Alguns cuidados devem

ser tomados: evitar impacto em pisos excessivamente duros, usar calçado

adequado e realizar o alongamento antes e depois de qualquer prática

desportiva, pois, músculos enrijecidos esmagam articulações. Um músculo

alongado funciona melhor. Os alongamentos promovem o relaxamento de

todos os músculos em tensão, melhorando a flexibilidade, prevenindo

lesões, além de auxiliar na manutenção da postura.

Nos exercícios de musculação deve-se executar exercícios de

sobrecarga com orientações seguras e confiáveis, evitando sobrecargas na

vertical observando mais atentamente a postura quanto à acentuação das

curvaturas da coluna, desnivelamento dos ombros e quadris, e assimetrias

laterais.

“O fortalecimento dos músculos paravertebrais oferecem uma maior proteção para os ligamentos vertebrais durante as atividades que requeiram flexões sem cargas. Essas posturas em flexão prolongada freqüentemente se associam ao desencadeamento da dor lombar. Os músculos extensores lombares se destinam a manter a postura e o controle excêntrico da flexão do tronco” ( Ibid ).

Para KYSNER (Op.cit, p.522), “é necessária a resistência a fadiga

muscular para manter o controle postural. Posturas mantidas requerem

continuamente pequenas adaptações, e grandes movimentos repetitivos

também requerem músculos que respondam controlando a atividade”.

No caso dos desvios posturais, é importante que cada tipo de

desvio seja tratado especificamente com profissionais capacitados. Se o

problema requer sessões de fisioterapia recomendadas pelo médico por que

não fazer, paralelamente, um trabalho de musculação com um profissional

de educação física que tenha suporte teórico e prático para tratar o assunto?

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Para a cifose, flexível ( Quando a reestruturação pode ser obtida

através de contração muscular voluntária causada por maus hábitos

posturais ), trabalhar a musculatura posterior do tórax ( trapézio, rombóides,

grande dorsal e redondo maior ) além de exercícios corretivos como remada

curvada, crucifixo inverso e sempre conscientizando o aluno para que ele

sempre corrija sua postura cifótica.

“Os atletas de natação do nado borboleta podem apresentar cifose

devido a musculatura anterior do tórax está muito hipertrofiada e a posterior

muito alongada” ( Op.cit., p. 209 ). Os exercícios no meio líquido são

benéficos para os grupos musculares responsáveis pela manutenção da

postura.

Para a escoliose, é interessante exercícios corretivos como:

exercícios unilaterais ( flexão lateral do tronco para o lado da curvatura ),

elevação de ombro ( ombro que estiver mais baixo ) e alongamentos sem

suspensão. Sendo que todos dependem do tipo e de qual lado está a

concavidade. Além de diversos outros alongamentos.

Na lordose cervical é necessário um trabalho de força na

musculatura anterior do pescoço ( esternocleidooccipitomastóideo,

escalenos e pré-vertebrais ) e alongamentos na musculatura posterior.

Exercícios corretivos como a flexão do pescoço, em decúbito dorsal, com a

cabeça pendente auxiliam na retificação.

Para a lordose lombar, trabalha-se a musculatura reto abdominal,

oblíquo interno e oblíquo externo. Alguns dos exercícios corretivos são:

abdominal remandor, flexão do tronco com os joelhos fletidos e pés fixos, e

elevação da cintura escapular do solo em decúbito dorsal.

Uma criança hoje, ao invés de estar brincando, correndo e se

movimentando para fazer a musculatura se desenvolver e se firmar, estão

crescendo em frente ao vídeo game ou jogando no computador com

movimentos restritos que tendem a provocar vícios posturais, dores nas

costas, entre outros já mencionados, além de comprometer seu

desenvolvimento psicomotor. É preciso que as aulas de educação física

supram essa necessidade motora com muito espaço e muita possibilidade

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de movimentação durante as aulas, e até na hora do recreio compensando o

tempo que elas ficam sentadas dentro de sala.

Com certeza precisamos realizar um trabalho preventivo para que

essas anormalidades posturais não apareçam.

O profissional de educação física deve atuar efetivamente levando

as pessoas com desvios posturais a executarem atividades e/ou exercícios

físicos auxiliando esses indivíduos, reabilitados, buscando sua recuperação.

Seja nas academias, nas aulas de educação física, ou mesmo com um

psicomotricista orientando para que se execute movimentos corretos que

mantenham a estabilidade da coluna.

É importante que não se estabeleçam campos de trabalho entre as

áreas de educação física e fisioterapia, mas buscar uma interação, um

trabalho interdisciplinar que reabilite e recupere esses indivíduos.

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CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica realizada neste trabalho, nos leva a concluir

que a atividade física e exercícios psicomotores beneficia a reeducação

postural de indivíduos portadores de desvios posturais, através dos

movimentos corretamente realizados dentro de uma prática esportiva, e até

mesmo, em uma clínica especializada em psicomotricidade.

Pudemos constatar que simples exercícios realizados em casa, na

escola, ou apenas num gesto, ajudam bastante na prevenção dessas

anormalidades e amenizam.

É fundamental que desde a educação infantil, as aulas de educação

física sejam realizadas por profissionais habilitados e com uma visão do

desenvolvimento psicomotor. Também é recomendável que nos diversos

espaços onde se busca a prática da atividade física, a orientação dessas

pessoas também deve ser feita por profissionais de educação física e

psicomotricistas devidamente capacitados.

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Enfim, é preciso uma conscientização das pessoas para evitar

maus hábitos e/ou vícios posturais que possam acarretar anormalidades na

coluna vertebral e dificuldades de aprendizagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Wak, 2003.

ELISA, Maria. In Mímeo.

FERRARETTO, Dr. Ivan. www.dornascostas.com.br Acessado em 27 de

Agosto de 2004.

FRACCAROLI, José Luis. Biomecânica, Análise dos Movimentos, 2º edição.

Rio de Janeiro: Cultura Médica , 1981.

HALL, Suzan – Ph.D – Biomecânica Básica; Tradução Giuseppe Taranto, 3º

ed . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2000.

HOMERO, Vilma. www.Connectmed.com.br Acessado em 20 de outubro

de 2004.

KELEMAN, Stanley. Corporificando a Experiência; Construindo uma vida

pessoal. Summus Editorial, 1993.

KNOPLICH, José. A coluna Vertebral: Da Criança ao Adolescente. São

Paulo: Panamed Editorial, 1995.

KYSNER, Carolyn e COLBY, Lynn Allen – Exercícios

Terapêuticos;Fundamentos e técnicas, 3º ed. São Paulo: Manole, 1998.

POLLOCK, Michael L. – Exercício na Saúde e na Doença; Avaliação e

Prescrição para Prevenção e Reabilitação, 2º ed. Rio de Janeiro: Medsi,

1993.

POWERS, Scott. Fisiologia do exercício. Tradução Dr. Marcos Ikeda. 1ºed.

São Paulo: Manole, 2000.

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SALTER, Roberto B. Distúrbios e Lesões do Sistema Músculo Esquético.

Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica, 1985.

TEIXEIRA, Luzimar R.. Educação Física Escolar Adaptada. São Paulo:

Editora da Universidade de São Paulo, 1993.

WEINECK, J. Biologia do Esporte, São Paulo: Editora Manole, 1991.

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO..............................................................................................08

CAPÍTULO I..................................................................................................09

COLUNA VERTEBRAL.................................................................................09

1.1 – Estrutura e função................................................................................09

1.1.1 – Vértebras........................................................................................09

1.1.2 – Discos Intervertebrais.....................................................................10

1.1.3 – Ligamentos.....................................................................................11

1.1.4 – Movimentos....................................................................................12

1.1.5 – Músculos.........................................................................................13

CAPÍTULO II..................................................................................................16

DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL.............................................16

2.1 - Desvios Posturais.................................................................................16

2.1.1 - Escoliose........................................................................................16

2.1.2 - Cifose..............................................................................................17

2.1.3 - Lordose...........................................................................................18

CAPÍTULO III.................................................................................................19

REEDUCAÇÃO CORPORAL........................................................................19

3.1 – Postura.................................................................................................19

3.1.1 – Boa Postura....................................................................................20

3.1.2 – Má Postura.....................................................................................21

3.1.3 – Desenvolvimento do controle postural............................................22

3.2 – Desenvolvimento Psicomotor..............................................................23

3.3 – Atividade Física....................................................................................24

CONCLUSÃO................................................................................................29

BIBLIOGRAFIA..............................................................................................30

ÍNDICE...........................................................................................................32

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU “ EM PSICOMOTRICIDADE

Título do trabalho: A influência dos Desvios Posturais na Psicomotricidade

Autor: Flávia de Oliveira Vicente

Orientador: Fabiane Muniz

Avaliação:

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

Avaliado por:_________________________________Grau______________

Avaliado por:_________________________________Grau _____________

Avaliado por:_________________________________Grau______________

Conceito Final:________________________________

_______________________,_____de________________de__________.

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