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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO – PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO PSICOPEDAGOGIA
A RELAÇÃO DA LINGUAGEM COM OS ESTÁGIOS SENSÓRIO-MOTOR E PRÉ-OPERACIONAL DE PIAGET
Por: Tatyane de Almeida Souza Orientador: Profº. Ms. Nilson Guedes Freitas
Rio de janeiro Abril/2005
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO – PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO PSICOPEDAGOGIA
A RELAÇÃO DA LINGUAGEM COM OS ESTÁGIOS SENSÓRIO-MOTOR E PRÉ-OPERACIONAL DE PIAGET
Apresentação de Monografia à
Universidade Cândido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
curso de Pós-graduação “Latu-Sensu”
em Psicopedagogia
Por: Tatyane de Almeida Souza
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me conceder vida,
Aos meus pais sem os quais nada seria
possível, aos professores e orientador
pela compreensão e dedicação, ao meu
namorado pelo amor, aos meus amigos
e família por não me deixar desistir.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Carlos e Roseli e
Aos meus tios Marcos e Rose,
Minha gratidão.
EPÍGRAFE
“Aprender é um ato sem fim”.
Abram Topczewski
RESUMO
Objetivou-se através deste estudo, buscar fundamentação teórica para
compreender como os estágios cognitivos de Piaget são importantes ao
processo de desenvolvimento da linguagem. Pontuando e esclarecendo o
conhecimento de tais estágios aos profissionais afins, de forma a identificar,
conhecer e prevenir, facilitando o desenvolvimento da linguagem. Direciona-se
então o presente estudo bibliográfico essencialmente aos relatos de Pulaski
(1980) e Stemberg (2002), onde propõem que o desenvolvimento cognitivo
está diretamente ligado aos estágios Piagetianos, desta forma a criança
desenvolveria a cada etapa uma nova maneira de pensar e responder ao
ambiente. Buscou-se o em crianças de até 6 anos de idade, estudantes da rede
Privada da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, a veracidade e a
comprovação de tais dissertações. Desta forma identifica-se que a cognição é
um fator de fundamental importância para o satisfatório desenvolvimento da
linguagem. Concluindo assim que a linguagem, depende de múltiplos fatores
para constituir-se, mas que a construção adequada dos estágios cognitivos,
atuam como facilitador à este desenvolvimento da linguagem oral.
PALAVRAS-CHAVE: Linguagem. Cognição. Desenvolvimento
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
........................................................................................................8
1 PIAGET: HISTÓRICO E
TEORIA......................................................................10
2 COGNIÇÃO E OS ESTÁGIOS PIAGETIANOS
...............................................16
3. LINGUAGEM E SEU DESENVOLVIMENTO
...................................................26
4. A RELAÇÃO DA LINGUAGEM E OS ESTÁGIOS SENSÓRIO-MOTOR E
PRÉ-OPERACIONAL DE
PIAGET..................................................................................32
CONCLUSÃO.........................................................................................................
36
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................38
ANEXO
..................................................................................................................40
ÍNDICE
..................................................................................................................41
FOLHA DE AVALIAÇÃO .......................................................................................41
INTRODUÇÃO
Este estudo pretende analisar o ponto de vista da psicologia genética de
Jean Piaget, seguindo um modelo epistemológico interacionista, definindo
assim os estágios de desenvolvimento cognitivo, de forma a entendermos como
se constroem as estruturas cognitivas. Existem diferentes concepções a
respeito do que seja o processo de desenvolvimento e, também, de
aprendizagem. Essas concepções, em alguns momentos, chegam a dar
explicações opostas entre si a respeito de um mesmo fenômeno. Logo, nos
deteremos tão somente a autores que tenham como referencial teórico o estudo
Piagetiano. A formação de biólogo e o interesse pela filosofia levaram Piaget a
trabalhar na interseção entre estas duas áreas de conhecimento. Todo seu
trabalho seguiu na direção de tratar o problema tradicional da filosofia - o
problema do conhecimento - através de uma metodologia científica.
Piaget nunca perde de vista o fato de que os seres humanos são
biologicamente evoluídos, não propondo, sob nenhuma hipótese, um
reducionismo do psicológico ao biológico. Para Piaget, toda a vida pressupõe
uma forma de organização. Mesmo as formas de vida menos evoluídas
possuem uma organização que lhes permite fazer trocas com o meio (auto-
regulações), garantindo assim sua sobrevivência. No ponto de partida do
desenvolvimento do ser humano, existem interações herdáveis entre o
organismo e seu meio ambiente. Assim aprofundou o estudo sobre o
desenvolvimento cognitivo do ser humano, percebendo a continuidade da
inteligência biológica e o conhecimento humano, concluindo que realmente há
uma relação evolutiva entre a criança e seu meio. Gradualmente descreveu que
a criança teria diferentes características e organizações de acordo com a idade
e a estas diferenças classificou como estágios ou períodos.
Pelo acima exposto, serão detalhados os estágios e suas idades de
correspondência. O primeiro estágio foi denominado sensório-motor , que
abrange os dois primeiros anos da criança, onde ocorre a formação dos
esquemas sensoriais-motores que permitirá a organização inicial dos estímulos
ambientais.
Ao aproximar-se dos 24 meses, a linguagem estará sendo desenvolvida
ativamente, haverá a capacidade de representar uma coisa por outra, formando
esquemas simbólicos, o pensamento será egocêntrico, em conjunto com a
linguagem, refletindo a experiência ainda limitada da criança, caracterizando o
período pré-operacional, que se estenderá até os 7 anos. O período das
operações-concretas se prolongará até os 11/12 anos, evidenciando que a
criança já pensa logicamente sobre as coisas que já experimentou,
conseguindo manejar problemas, utilizando-se de operações lógicas e havendo
grande quantidade de assimilações. No último estágio que percorre a
adolescência e invade a idade adulta, é atingido o potencial máximo de
abstração, ocorrendo a análise crítica e distanciada da realidade, percebendo
as relações entre eventos e aferindo possibilidades. Como este estudo também
tratou das questões lingüísticas e sua relação com a cognição é importante
apresentar a conceituação de linguagem.
Segundo Jakubovicz (2002), a linguagem é um sistema organizado de
signos lingüísticos (palavras), usados pela espécie humana para comunicar-se.
Sendo assim entende-se desta forma a necessidade do estudo e compreensão
do adequado desenvolvimento destes estágios, como fonte facilitadora à
aquisição da linguagem infantil.
Assim convidamos o leitor a mergulhar nesta literatura fantástica dos
conceitos estabelecidos por Piaget, esperando que desta forma o conhecimento
do desenvolvimento dos estágios cognitivos em paralelo ao desenvolvimento da
linguagem torne-se facilitado.
1. PIAGET: HISTÓRICO E TEORIA
Segundo Pulaski (1980) Piaget nasceu
em 09 de Agosto de 1896, em
Neuchâtel, Suíça. A atmosfera de seu lar
familiar transmitiu-lhe o hábito de um
raciocínio sistemático até os mínimos
detalhes , o que observaremos tão logo
nos seus escritos. Diplomou-se em
Ciências Naturais na Universidade de
Neuchâtel e, em 1918, conseguiu seu
doutoramento por sua tese em
Malacologia. Seu interesse evoluíra
duradouramente na biologia, o que
influenciou seus estudos pelo resto de
sua vida. Fez extensas leituras de
filosofia, religião, sociologia e psicologia.
Através de seus estudos na biologia,
conciliados com estas outras ciências, foi
lhe permitido ver a explicação para todas
as coisas e para a própria mente, assim
decidiu consagrar sua vida à explicação
biológica do conhecimento. Este estudo
é denominado epistemologia; ela lida
com um problema que tem desfiado os
filósofos em todas as idades da história.
Descartes acreditava que as idéias eram
inatas na mente do homem. Outros,
como Locke, insistiam que todo o
conhecimento provinha do ambiente,
através dos sentidos. Isso se aproxima
da postura behavorista de muitos
psicólogos norte-americanos de nossos
dias, que acreditam que o conhecimento
emerge da resposta do organismo a um
estímulo proveniente do meio.
Desta forma Pulaski (1980) propõe que
Piaget tenha rejeitado ambas as
posições. Ele não crê em idéias inatas,
mas em um conhecimento construído
por cada indivíduo na interação com seu
ambiente. Tampouco chega o indivíduo a
conhecer passivamente recebendo e
copiando o conhecimento do meio; ele
procura, organiza e assimila a seu
estado anterior de conhecimento. Assim,
Piaget não é nativista, nem empirista,
mas antes interacionista. O
conhecimento, a seu ver, desenvolve-se
durante um longo e lento processo de
relacionar novas idéias e atividades às
anteriores. A chave para o estudo do
conhecimento, segundo acredita, é uma
abordagem do desenvolvimento. Piaget
foi da biologia à psicologia, ao estudo da
mente humana. Sentiu que a psicologia
fornecia o elo perdido entre o problema
filosófico da epistemologia e seu
substrato biológico. Piaget estudou o
desenvolvimento cognitivo em detalhes
minuciosos, pois fez suas observações
em cima do crescimento de seus
próprios filhos, o que lhe propiciou
fundamentar seus livros posteriores
sobre o desenvolvimento da inteligência
durante a primeira infância e a época em
que a criança aprende a caminhar.
1.1-Teoria Biológica do Conhecimento
Pulaski (1980) evidencia ser fundamental relatar que Piaget ao
aproximar-se do final de uma longa carreira, fechou um círculo completo sobre
os tópicos aos quais escreve. Começando pelo estudo da biologia, deslocou-se
para a psicologia do desenvolvimento e formulou sua teoria dos estágios do
desenvolvimento cognitivo, o que será abordado ao longo deste estudo. Piaget
nunca abandonou a biologia, mesmo quando se achava tão ocupado com
temas cognitivos. Seus estudos sempre enfatizaram e prosseguiram na
continuidade do desenvolvimento de todos os seres vivos, e através de seu
embasamento teórico nesta ciência, conseguiu desenvolver a prática visando
alcançar maior entendimento sobre o desenvolvimento cognitivo do ser
humano. Deste modo começou a perceber a continuidade entre a inteligência
biológica e o conhecimento humano, em seu desenvolvimento a partir da
infância, concluindo que o conhecimento é uma relação evolutiva entre a
criança e seu meio. No decurso desse contínuo relacionamento a criança exibe,
em algumas idades, estruturas ou organizações de ação e pensamento
características, que este classificou como estágios.
Sua maior contribuição foi a análise de como o conhecimento humano se
desenvolve lentamente, além de suas origens biológicas herdadas, através de
um processo de auto-regulação baseado na resposta do ambiente, que leva a
uma reconstrução interna. “ A habilidade de adaptar-se a novas situações
através da auto-regulação é o elo comum entre os seres vivos e a base da
Teoria Biológica do Conhecimento de Piaget “. ( PULASKI, 1980, p. 22 )
Para Piaget(1923), a adaptação é a essência do funcionamento
intelectual, assim como a essência do funcionamento biológico. Sendo uma das
duas tendências inerentes a todas as espécies. A outra seria a organização, a
habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas
coerentes. A adaptação ocorre através da organização; o organismo discrimina
entre os estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em
alguma forma de estrutura. Para o recém-nascido, pode tratar-se do complexo
de sensações que eventualmente significa: ‘ Mãe’ ; o som de sua voz, a maciez
de seu seio, o cheiro e o sabor de seu leite, o toque reconfortante de seu corpo.
Para uma criança mais velha, a organização pode significar um sistema de
classificação que lhe permita selecionar e rotular selos, entre outros objetos.
A adaptação tem uma natureza dual: a assimilação, visto como o
processo de entrada, seja de sensações, alimentos ou experiências. É o
processo pelo qual as coisas, pessoas, idéias, costumes e preferências são
incorporados à atividade de um indivíduo. Por exemplo, ouvindo as pessoas
falarem ao seu redor, a criança aprende as inflexões, a construção das frases e
o sentido da linguagem, muito antes de ser, ela própria, capaz de falar. Está
assimilando tudo o que ouve e gradualmente transformando-o em algo seu.
A assimilação é continuamente balanceada pela acomodação, este
sendo o processo ajustador de saída, que consiste em dirigir-se para o meio. A
criança que ouve começa a balbuciar em resposta à conversa a seu redor e
gradualmente aproxima as palavras que está assimilando. A palavra ‘ papai’,
ela emite papá, mas à medida em que persiste em seus esforços, acomoda os
sons que emite aos que ouve, e seu balbucio infantil se transforma em fala
compreensível. Ela se adaptará aos requisitos de linguagem impostos por seu
ambiente.
Estes dois processos, de assimilação e acomodação, funcionando
simultaneamente em todos os níveis biológicos e intelectuais, possibilitam o
desenvolvimento tanto físico quanto cognitivo. Também observamos estes
processos quando o bebê está aprendendo a comer seus primeiros alimentos
sólidos usando uma colher, pois precisa aprender a assimilá-lo, lambendo e
mastigando, em lugar de seu método anterior de sucção. Ao mesmo tempo,
precisa abrir sua boca e acomodar-se ao tamanho e posição da colher, em vez
do mamilo a que está habituado, logo adaptar-se a uma nova experiência. O
mesmo acontece quando o bebê recebe seu primeiro chocalho. Tenta assimilá-
lo a sua boca, enquanto acomoda ao tamanho e formato do brinquedo. Essas
experiências produzirão uma adaptação cognitiva, enquanto funciona
adaptativamente o bebê também se desenvolve intelectualmente. Ele está
organizando suas novas experiências de várias maneiras: diferenciando,
integrando, categorizando, até que o primeiro esquema global se torne
sofisticado e completo.
Assim, afirma-se então que o bebê não é um ser passivo e
desamparado, que reage apenas aos ruídos intensos e perda de apoio. Ele é
um organismo ativo e curioso, que se direciona, experimente e busca meios de
regular o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, entre a sua realidade
interior e a do mundo ao seu redor. Bem como o corpo busca encontrar um
estado fisiológico de equilíbrio entre o exercício e o repouso, ou entre a fome e
a superalimentação, também a mente da criança busca o equilíbrio entre o que
compreende e o que experimenta em seu ambiente.
Este conceito de equilíbrio faz parte do primeiro mecanismo de
compreensão interna proposto por Piaget (1923), à este processo auto-
regulador, dinâmico e contínuo denomina-se equilibração concebendo este
processo como sendo o mecanismo de crescimento e aprendizagem no
desenvolvimento cognitivo. “ O desenvolvimento é uma equilibração progressiva
a partir de um estado mais elevado de equilíbrio”. ( PULASKI, 1980, p.25 )
Baseado neste pensamento, estabelece fatores que expliquem o
desenvolvimento cognitivo, o primeiro deste será a maturação, que é visto por
Piaget , em seu pensamento interacionista como um fornecedor de
possibilidades de resposta ao meio, à medida que a criança cresce sua mente
se torna cada vez mais alerta, ativa e competente as novas possibilidades. O
segundo fator ao qual recorre para explicar o desenvolvimento cognitivo é a
experiência, propõe que a criança deve ser exposta as características do meio
para novas construções, formando sua própria aprendizagem. Tendo vivências
com o meio e a objetos concretos, ela pode internalizar e passar para ações
visuais, deixar o concreto e visualizar a ação interiorizada. Outro fator é o que
Piaget chama de transmissão social, quando as informações são aprendidas
com outras crianças, pais, professores, levando esta a ir em busca de resposta
a explicações e soluções em seu meio ambiente. O quarto e último fator é o
processo de equilibração que regula e coordena os outros fatores e faz
surgirem estados progressivos de equilíbrio.
O processo de enfrentar esses
conflitos, perturbações ou desequilíbrio
é o processo auto-regulador de
equilibração. Sendo a essência do
funcionamento adaptativo, que para
Piaget, é constante em todos os níveis
de desenvolvimento, ainda que os
estados de equilíbrio característicos de
cada nível ou estágio sejam
qualitativamente diferentes de um
estágio para outro . (PULASKI,
1980,P.27)
Pulaski ainda ressalta em seus estudos que à medida que
acompanharmos os estágios propostos por Piaget, estes sendo comum a todas
as crianças, veremos que estas não são vistas como alguém individual, que
atravessam determinados estágios de desenvolvimento intelectual na mesma
seqüência, mas sim apresentando característica únicas.
2. COGNIÇÃO E OS ESTÁGIOS PIAGETIANOS
Vignaux(1995) em seus estudos define cognição como ato ou processo
de conhecer. Inclui a atenção, a percepção, a memória, o raciocínio, o juízo, a
imaginação, o pensamento e o discurso. As tentativas de explicação da forma
como a cognição trabalha são tão remotas como a própria filosofia, de fato, o
termo tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles. Com a separação entre
psicologia e filosofia, a cognição tem sido investigada a partir de diversos
pontos de vista. Nos anos 50, a psicologia cognitiva destacou-se como o campo
que estuda a cognição a partir da organização da informação cognitiva.
Estabeleceu-se, assim, um paralelismo entre as funções do cérebro humano e
os conceitos presentes nos computadores, tais como: codificação,
armazenamento, reparação e memorização de informação. Um outro
paralelismo é estabelecido entre cognição e inteligência artificial: as tarefas
cognitivas, nomeadamente, a compreensão da língua natural (o que implica
conhecimento e memória), o planejamento, a resolução de problemas, a
explicação e a aprendizagem são transportadas para o domínio da inteligência
artificial através da elucidação e explicação dos conceitos de representação,
organização e processamento de conhecimentos conceptuais.
Pulaski (1981) aborda cognição como todas as atividades intelectivas da
mente, tais como raciocínio, o conhecimento, a percepção, o reconhecimento
ou a generalização.
2.2- Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Segundo Piaget
De acordo com Rappaport in DAVIS; FIORI; RAPPAPORT, (1991),
podemos conceituar o desenvolvimento, conforme Piaget, como um processo
de equilibração progressiva que tende para uma forma final, qual seja a
conquista das operações formais. O equilíbrio se refere à forma pela qual o
indivíduo lida com a realidade na tentativa de compreendê-la, como organiza
seus conhecimentos em sistemas integrados de ações, com a finalidade de
adaptação. Piaget observou que existem formas diferentes de interagir com o
ambiente nas diversas faixas etárias. A estas maneiras típicas de agir e pensar,
denominou estágio ou período, podemos então dizer que a determinadas faixas
etárias correspondem determinados tipos de aquisições mentais e de
organização destas aquisições que condicionam a atuação da criança em seu
ambiente. A criança irá, a medida que amadurece física e psicologicamente,
sendo estimulada pelo ambiente físico e social, construindo sua inteligência.
Assim o desenvolvimento, irá
seguir determinadas etapas
caracterizadas pela aparição de
estruturas originais e de uma
determinada forma de equilíbrio, que
dependem das construções anteriores
mas dela se distinguem. Podemos
dizer que o essencial dessas
construções sucessivas permanece no
decorrer dos estágios ulteriores, como
subestruturas sobre as quais se
edificam as novas características.
(PIAGET,1964,apud DAVIS; FIORI;
RAPPAPORT, 1981,p.64)
Ainda de acordo com Rappaport In DAVIS;FIORI;RAPPAPORT(1981)
cada fase corresponde a determinadas características que são modificadas em
função de uma melhor organização. Cada estágio constitui uma forma particular
de equilíbrio, efetuando-se a evolução mental no sentido de uma equilibração
sempre mais completa e de uma interiorização progressiva.
2.2.1 Estágio Sensório-Motor
Zorzi (1994) relata que o estágio sensório-motor é caracterizado pela
existência de uma inteligência essencialmente prática e que, mediante a ação
efetiva, constrói um sistema complexo de esquemas de assimilação. Assim ao
mesmo tempo que este sistema se estrutura, organiza a realidade ao elaborar
as noções de objeto, espaço, tempo e causalidade. Novos esquemas são
construídos a partir da diferenciação de esquemas anteriores. Para que os
esquemas possam consolidar-se, há a necessidade de repetições. Ao
reproduzir-se, o esquema tende a generalizar-se a novos objetos e diferencia-
se em razão das particularidades dos diversos objetos aos quais se aplica,
permitindo assim um reconhecimento das situações.
As relações de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação estão
presentes desde as fases iniciais da inteligência sensório-motora e orientam a
função dos esquemas em três direções possíveis: adaptação, brinquedo de
exercício motor e imitação. Nesse estágio ainda não há abstração, a atividade
intelectual é de natureza sensorial e motora. Piaget (1923) ressalta a
importância da estimulação ambiental para o desenvolvimento próprio das
etapas subseqüentes. Este estágio é marcado pela conquista, através da
percepção e dos movimentos, de todo o universo prático que cerca a criança. A
formação dos esquemas sensoriais-motores irá permitir ao bebê a organização
inicial dos estímulos ambientais, permitindo que, ao final do período, ele tenha
condições de lidar, embora de modo rudimentar com a maioria das situações
que lhe são apresentadas.
Rappaport in DAVIS; FIORI; RAPPAPORT(1991), discorre que no ponto
de partida da evolução mental, não existe, certamente, nenhuma diferenciação
entre o eu e o mundo exterior, isto é as impressões vividas e percebidas não
são relacionadas nem à consciência pessoal sentida como um ‘ eu ‘ , nem a
objetos concebidos como exteriores. São simplesmente dados em um bloco
indissociado, ou como exposto sobre um mesmo plano, que não é nem interno
nem externo, mas a meio caminho entre esses dois pólos. Estes só se oporão
um ao outro pouco a pouco. Ora, por causa desta indissociação primitiva, tudo
que é percebido é centralizado sobre a própria atividade. O eu, no início, está
no centro da realidade, porque é inconsciente de si mesmo e à medida que se
constrói como uma realidade interna ou subjetiva, o mundo exterior vai se
objetivando. Ou seja, a consciência começa por um egocentrismo inconsciente
e integral, até que os progressos da inteligência sensório-motora levem à
construção de um universo objetivo, onde o próprio corpo aparece como
elemento entre outros, e , ao qual se opõe a vida interior, localizada neste
corpo. Portanto uma das funções da inteligência será nesta fase, a
diferenciação entre os objetos externos e o próprio corpo.
Zorzi (1994) em seus estudos subdivide este período em seis fases,
sendo a primeira destas a fase do Exercício dos Reflexos, este concebidos
como totalidades hereditárias já organizadas e passíveis de adaptação. Porém
por mais bem montados que estejam, só se adaptam efetivamente na medida
que são consolidados pelo próprio funcionamento. A necessidade crescente de
repetição caracteriza o exercício do reflexo. Sintetizando esta fase seria a
exercitação dos reflexos, numa assimilação funcional, determinada pelo prazer
do exercício de um esquema hereditário.
A segunda fase denominada como Reação Circular Primária nos leva a
compreensão de como o acaso determina a repetição das atitudes, desde que
neste caso tenha havido a sensação do prazer por parte da criança. Assim a
adaptação hereditária é modificada em função da experiência. Por meio da
repetição cíclica dos movimentos originais é que o resultado procurado pode
ser assimilado ao esquema anterior, ao mesmo tempo que este se acomoda
aos novos elementos.
Este mecanismo de redescoberta e manutenção das novidades
caracteriza as reações circulares, por se limitar nesta fase, às ações relativas
ao próprio corpo do sujeito, são chamadas reações primárias: a criança agarra
somente por agarrar, para chupar ou para olhar e não para explorar os objetos
em si. Na medida que os reflexos retêm novos elementos e são modificados
pela experiência, tem início a diferenciação entre a assimilação e a
acomodação. A criança começa a demonstrar curiosidade e imitação.
Inicialmente existe uma indiferenciação entre sujeito e objeto, sendo a
conquista da própria consciência paralela à aquisição gradual da noção de
objeto. Assim o ambiente inicia a ser percebido como realidade e,
consequentemente, as noções de espaço, tempo, causalidade e permanência
dos objetos começam a ser elaborados.
A terceira fase das Reações Circulares Secundárias inicia-se com a
coordenação entre visão e preensão. Em suas tentativas de assimilar os
objetos aos esquemas de pegar, olhar, sugar, entre outros, a criança acaba
provocando novos resultados que procura reencontrar. As tentativas de repetir
, por assimilação reprodutora, os resultados interessantes relativos aos objetos
definem as reações circulares secundárias. Piaget considera estes esquemas
secundários como esboço das classes que caracterizam a inteligência
conceptual. Assim os esquemas secundários implicam o estabelecimento de
relações, ainda que práticas e globais, entre os objetos. Os objetos são dotados
de um início de permanência. A coordenação visão-preensão e as reações
secundárias contribuem para que a criança se acomode a deslocamentos mais
rápidos no campo visual e comece a antecipar novas posições em relação aos
objetos em movimento, refletindo-se na estruturação do espaço. As relações
causais são aprendidas, observando a atividade sobre os objetos, a criança
começa a relacionar suas ações com as conseqüências que elas provocam, o
tempo será aplicado nesta sucessão de eventos provocados pela criança.
De acordo com estas aquisições a criança estará apta a quarta fase
denominada Coordenação dos Esquemas Secundários, onde a criança visando
atingir um objetivo não diretamente acessível, coordena esquemas até então
aplicados isoladamente. Ocorrendo a diferenciação entre meios e fins. Há a
integração dos exercícios dos esquemas anteriores, com um planejamento
anterior da ação. Não basta apenas a repetição de um esquema, é preciso que
no arsenal de experiências de manipulação a criança descubra qual deles
deverá ser usado para responder a situação nova, portanto ocorrerá uma
assimilação generalizadora.
As Reações Circulares Terciárias caracterizam a quinta fase, onde a
criança começa a experimentar ativamente novos comportamentos, inclusive,
inibindo comportamentos anteriores amplamente associados a situações
específicas, como por exemplo, não mais sugar um brinquedo que durante todo
tempo precedente foi usado para isso, a criança agora atribuirá outras posições
e funcionalidades. Os objetos que antes retirados eram logo esquecidos,
passam a ser procurados ativamente, a criança reencontra os objetos embaixo
de obstáculos, por meio de reações de busca propriamente dita. Com a
coordenação dos esquemas secundários tem início o estabelecimento de
relações espaciais entre os objetos.
Até aqui a criança somente procurou reproduzir os gestos que levavam
ao resultado esperado, sem compreender as ligações em jogo. O objeto deixa
de depender da ação do sujeito, os grupos objetivos desta fase se manifestam
numa série de ações empreendidas pela criança em razão de seu crescente
interesse pelas relações espaciais entre os objetos. Inicia-se a relação do
equilíbrio e da posição entre corpos. Com as progressivas evoluções das
crianças chega-se à sexta fase o Pré-simbólico ou a invenção de novos Meios
por Combinação Mental, surgem dois aspectos como novidades típicas desta
fase, a invenção e a representação. Quando chega a este nível, a criança está
de posse de um sistema de esquemas cujo grau de mobilidade e capacidade de
diferenciação permite um aumento contínuo na velocidade das coordenações,
ao ponto delas poderem ocorrerem por si mesmas. Assim a criança estará
representando os objetos e as situações determinadas por eles, mesmo na sua
ausência, sendo, portanto capaz de representá-los por palavras. Usando a
combinação do aprendizado das etapas anteriores para resolver problemas
novos e passando ao próximo estágio de desenvolvimento cognitivo.
2.2.2 Estágio Pré-Operatório
Sternberg (1996) propõe que este estágio tenha início por volta dos 2
anos e se estenda até os 6 ou 7 anos, nesta etapa a criança começa a
desenvolver ativamente as representações mentais internas, que se iniciaram
no fim do estágio sensório-motor. O aparecimento do pensamento
representativo, durante o estágio pré-operatório, abre o caminho para o
desenvolvimento subsequente do pensamento lógico, durante o estágio de
operações-concretas. Com o pensamento representativo, chega-se a
comunicação verbal, entretanto a comunicação é amplamente egocêntrica.
Uma conversação pode parecer sem qualquer coerência, a criança diz o que
está em sua mente, sem considerar muito o que a outra pessoa disse. À
medida que as crianças se desenvolvem, no entanto, levam cada vez mais em
consideração o que os outros disseram, quando criam seus próprios
comentários e respostas.
Ainda de acordo com o proposto por Sternberg (1996), a capacidade
para manipular os símbolos verbais para objetos e ações, ainda que
egocentricamente, acompanha a capacidade para manipular conceitos, e o
estágio pré-operatório caracteriza-se por acréscimos no desenvolvimento
conceitual. Todavia a capacidade infantil para manipular conceitos ainda é
bastante limitada durante este estágio. Por exemplo, durante esta fase, as
crianças exibem centração, ou seja, uma tendência para focalizar somente um
aspecto especialmente observável de um objeto ou de uma situação
complicada.
Piaget (1946 apud Sternberg ,1996) ressalta que este estágio é marcado
por características essenciais, sendo elas: egocentrismo, incapacidade de se
colocar no ponto de vista de outro, tendendo a ver o mundo orientado só para
ela, desta forma o que está perto dela será também o que está perto do outro,
mesmo que a posição relativa entre ela, o outro e o objeto sejam diferentes;
centralização e descentralização, a criança centraliza, apenas, uma
característica de estímulo, segundo seu ponto de vista e este atributo
centralizado passa a ser o mais importante; estados e transformações , a
criança te dificuldade de perceber as transformações que um estímulo pode
passar, ou seja, ela se prende a sua impressão inicial; desequilíbrio, a criança
está constantemente se acomodando; irreversibilidade, difícil percepção que
alguns elementos possam ser alterados, mudem de aspecto e voltem
novamente ao seu estágio inicial; raciocínio transdutivo, a criança, ao contrário
do adulto, que usa os modelos da indução (particular para o geral) ou o da
dedução (geral para o particular), generaliza partindo do particular para o
particular. Assim, no estágio pré-operatório, elas concentram-se em uma
dimensão particular de um problema, ignorando os outros aspectos da situação
mesmo quando eles são relevantes.
Sternberg (1996) ainda ressalta que muitas modificações do
desenvolvimento ocorrem neste estágio. A experimentação intencional e ativa
das crianças com linguagem e com objetos em seu ambiente resulta em
enormes acréscimos, no desenvolvimento conceitual e lingüístico. Esses
desenvolvimentos auxiliam a abrir caminho ao estágio das operações
concretas.
2.2.3 Estágio Das Operações Concretas
Rappaport in DAVIS; FIORI; RAPPAPORT, 1991, relata que este estágio
corresponde praticamente à idade em que se inicia a freqüência à escola
elementar e será marcado por grandes aquisições intelectuais de acordo com
as proposições piagetianas. Observa-se um marcante declínio do egocentrismo
intelectual e um crescente incremento do pensamento lógico. Isto é, em função
da capacidade, agora adquirida, de formação de esquemas conceituais, de
esquemas mentais verdadeiros, a realidade passará a ser estruturada pela
razão e não mais pela assimilação egocêntrica, como ocorria na fase anterior. A
criança terá um conhecimento real, correto e adequado de objetos e situações
da realidade externa e poderá trabalhar com eles de modo lógico. Assim, a
tendência lúdica do pensamento, típica da idade anterior, quando o real e o
fantástico se misturavam nas explicações fornecidas pela criança, será
substituída por uma atitude crítica, não tolerando contradições no seu
pensamento, ou entre o pensamento e a ação como antes, mas sim, irá sentir
necessidade de explicar suas idéias e ações.
No que se refere a linguagem, verificar-se-á um acentuado declínio da
linguagem egocêntrica até o seu completo desaparecimento. Isto significa que,
no início da fase , ainda podíamos observar eventuais manifestações de
egocentrismo na linguagem, mas isto não será encontrado nos anos
subsequentes, quando poderemos dizer que a linguagem já será totalmente
socializada.
O desenvolvimento social ocorrerá em paralelo ao intelectual, também
ocorrendo diminuição do egocentrismo social, tendo percepção que as outras
pessoas também possuem pensamentos, sentimentos e necessidades
diferentes dos seus. Isto levará ao desenvolvimento de uma interação social
mais genuína e mais efetiva tanto com seus pares como com os próprios
adultos. Pela flexibilidade mental que está agora adquirindo passará a entender
regras de jogos e isto modificará em parte as brincadeiras preferidas, pois na
idade escolar, em função das limitações já citadas estes jogos não eram
compreendidos pela criança. Assim vemos uma criança que caminha
lentamente, mas decisivamente, de um estado de indiferenciação, de
desorganização do pensamento e de autocentralização, para uma
compreensão lógica e adequada da realidade que lhe permite o perceber-se
como um indivíduo entre outros, como um elemento de um universo que pouco
a pouco passa a se estruturar pela razão. O pensamento, é, sem dúvida para
Piaget, um dos aspectos centrais da adaptabilidade do homem ao seu meio
circundante.
2.2.4 Estágio Das Operações Formais
Ainda de acordo com o proposto por Rappaport in DAVIS; FIORI;
RAPPAPORT(1991) neste período a inteligência da criança, manifesta
progressos notáveis, mas ainda apresenta algumas limitações. Talvez a
principal delas ao próprio nome, relaciona-se ao fato de que tanto os esquemas
conceituais como as operações mentais realizadas referem-se a objetos ou
situações que existem concretamente na realidade. Na adolescência, esta
limitação deixa de existir , e o sujeito será então capaz de formar esquemas
conceituais abstratos, como amor, fantasia, justiça, entre outros, e realizar as
operações mentais que seguem o princípio da lógica formal, o que lhe dará uma
riqueza imensa em termos de conteúdo e flexibilidade de pensamento. Com
isso adquire capacidade para criticar os sistemas sociais e propor novos
códigos de conduta; discute valores morais e seus conceitos espaciais podem ir
ao infinito, tornando-se consciente do próprio pensamento, refletindo sobre ele
a fim de oferecer justificativas lógicas as coisas. Estas e outras aquisições são
responsáveis pelas mudanças que ocorrem em todo desenvolvimento do
sujeito.
Do ponto de vista Piagetiano podemos dizer que, ao adquirir as capacidades
acima mencionadas , o indivíduo atingiu sua forma final de equilíbrio, e é
justamente em função destas possibilidades mentais que Piaget chegou a
conceber uma teoria tão complexa e nós chegamos a entendê-las. Isto porque,
entre outras aquisições do pensamento lógico-formal, figura a possibilidade
tanto de conceber quanto de entender doutrinas filosóficas e teorias científicas.
3. LINGUAGEM E SEU DESENVOLVIMENTO
Jakubovicz (2002) aborda linguagem como um sistema organizado de
símbolos lingüísticos (palavras), usados pela espécie humana para se
comunicar num nível abstrato. Por causa da grande flexibilidade desse sistema
de comunicação teremos que o subdividir nos vários aspectos que engloba.
Podemos dizer que, para entender melhor o desenvolvimento da linguagem,
determinados processos lingüísticos tem de ser abordados, sendo eles:
fonética, fonologia, semântica, léxico, sintaxe e a morfologia.
Conforme Sapir (1929), in Lyons (1982): ” A linguagem é um método
puramente humano e não instintivo de se comunicar idéias, emoções e desejos
por meio de símbolos voluntariamente produzidos ”.
Hall (1968), in Lyons (1982), nos diz que: “ A linguagem é a instituição
pela qual os humanos se comunicam e interagem uns com os outros por meio
de símbolos arbitrários orais-auditivos habitualmente utilizados “.
Na visão de Faria (1994), “A linguagem é uma forma de representação e
consiste em um sistema de significações no qual a palavra funciona como
significante , porque permite ao sujeito evocar verbalmente objetos e
acontecimentos ausentes”.
Desta forma, diante dos conceitos acima expostos, propomos o
conhecimento do Desenvolvimento da Linguagem Normal.
3.1- Desenvolvimento da Linguagem Normal
A aquisição da linguagem é específica da espécie humana e uniforme na
espécie humana, sendo que toda pessoa normal aprende uma língua humana e
nenhum outro animal. A aquisição da linguagem e a comunicação
desenvolvem-se segundo etapas de ordem constante, ainda que o ritmo de
progressão possa variar de um sujeito para outro, respeitando os limites
individuais ou momentâneos de cada um. No processo normal de
desenvolvimento, nos dizem algumas linhas de pensamento, pode-se esperar a
existência de uma variação de seis meses aproximadamente.
A este respeito, Carrol (1969) nos diz que:
O desenvolvimento do vocabulário
de uma criança é inicialmente muito vagaroso; seis
meses depois que disse a sua primeira palavra
"significativa", poderá ainda conhecer, somente um
pequeno número de palavras.
É importante que se tenha conhecimento sobre os estágios de
desenvolvimento normal da comunicação e da linguagem como uma
perspectiva útil para melhor situar a criança, para avaliar seu progresso e ainda,
como meio para podermos sugerir novos exercícios terapêuticos.
Segundo tabela apresentada por Casanova (1992), sobre a caracterização
das etapas da evolução da linguagem, onde apresenta os principais traços (os
aspectos morfossintáticos) que caracterizam as etapas do desenvolvimento
normal da linguagem, de acordo com a idade em meses, temos:
* Pré-linguagem:
Dos zero aos seis anos, as vocalizações não lingüísticas são fatores
biologicamente condicionados, ou seja, os primeiros sons produzidos, de forma
repetitiva não são linguagem propriamente dita, mas uma espécie de
treinamento do aparelho fonador, o balbucio.
Dos seis aos nove meses, as vocalizações começam já a adquirir algumas
das características essenciais da linguagem propriamente dita, como a
entonação, o ritmo, o tom, etc.
Dos nove aos dez meses, na fase da pré-conversação, a criança vocaliza,
com mais intensidade, naqueles momentos ou intervalos em que é deixada
livre pelo adulto. Já estará procurando ela espaçar e encurtar mais as
vocalizações, para dar espaço ou lugar às respostas advindas do adulto.
Dos onze aos doze meses, a criança é capaz de compreender algumas das
palavras que lhe são mais familiares (p. ex. mamãe, papai, nenê, etc). As
vocalizações tornam-se mais precisas, sendo exercido um melhor controle da
altura do tom assim como da intensidade. Já é capaz de agrupar sons e
sílabas, repetindo-as a vontade.
* Primeiro Desenvolvimento Sintático:
Dos doze aos dezoito meses, começam a surgir as primeiras palavras
funcionais. É Nesta fase, a das primeiras palavras, que, normalmente, dá-
se um prolongamento semântico (p. ex. a criança chama de cachorro a todos
os animais que enxergue) Há um crescimento na quantidade de compreensão
e na quantidade de produção de palavras.
Dos dezoito aos vinte e quatro meses, começam a surgir as construções
frasais compostas de dois ou mais elementos. É um período de transição, no
qual as seqüências de uma só palavra surgem reunidas, muito embora sem a
característica de coerência prosódica que caracteriza uma oração. A criança
costuma deixar um espaço, uma pausa entre as palavras (p. ex. papai // aqui;
mais // trem).
Surgem as primeiras flexões (p. ex. plural). As orações negativas começam
a ser empregadas por meio da palavra não, isolada ou colocada no final ou no
princípio do enunciado (p. ex. durmi não). É também o período em que
começam a surgir as primeiras construções interrogativas (p.ex. quê? Onde?)
primitivas.
Dos vinte e quatro aos trinta meses, tem início as seqüências de três
elementos com estrutura principal substantivo-verbo-substantivo (S-V-S). Esta
fase é chamada comumente de fala telegráfica, por não fazerem parte do
discurso as principais palavras-função, com artigos, preposições, flexões do
gênero, número, pessoa e tempos verbais, que não aparecerão até o final deste
período.
* Expansão Gramatical Propriamente Dita:
Dos trinta aos trinta e seis meses, a estrutura da frase da criança vai
tornando-se mais complexa, mais aperfeiçoada, chegando à combinação de
quatro elementos. Surgem as primeiras frases coordenadas (p. ex. papai não
está e mamãe não está). Há um sensível aumento na freqüência de emprego
das principais flexões, gênero, número, plural, enquanto vão aparecendo outras
novas formas rudimentares dos verbos auxiliares ser e estar (p. ex. nenê não
está). Também é nesta fase que se dá o aparecimento e o uso mais sistemático
dos pronomes de primeira, segunda e terceira pessoa (eu, tu, ele, ela) e dos
artigos definidos (o,a). É perceptível o emprego de diversas frases simples;
começam a surgir os advérbios de lugar combinados em orações de forma
coerente (p. ex. Alex está detrás da porta).
Dos trinta e seis aos quarenta e dois meses, a criança aprende a estrutura
das orações complexas, de mais de um período, com o uso notavelmente
freqüente da conjunção e; aparecem as subordinadas mas, porque e as
estruturas comparativas mais que. Já há presente, as noções iniciais do uso
dos relativos que (p. ex. nenê que chora). Já se dá também o uso dos negativos
com integração da partícula negativa na estrutura da frase (p. ex. o menino não
dormiu). Há um aumento considerável na complexidade das frases
interrogativas; os auxiliares ser e ter são empregados, na grande maioria das
vezes, em sua forma correta, o que possibilita à criança o uso do passado
composto. Começam a aparecer as perifrases de futuro. A criança já aprendeu
os recursos mais essenciais de sua língua, ainda que a sua vasta gama de
tipos e construções de orações continue apresentando uma grande quantidade
de erros, do ponto de vista do adulto e uma série de estruturas que necessitam
ainda de mais aprendizagem e treinamento. A criança, nesta fase, já é capaz do
exercício de brincar com a linguagem e, freqüentemente, passa a exibir-se ou
mostrar-se, com seu modo de empregá-la.
Dos quarenta e dois aos cinqüenta e quatro meses, as diversas estruturas
gramaticais completam-se mediante o sistema pronominal (me, te, se), os
pronomes possessivos, os verbos auxiliares, etc. – existe uma eliminação lenta,
mas progressiva dos erros sintáticos e morfológicos. Começam a aparecer as
estruturas da voz passiva, assim como algumas outras formas ainda mais
complexas de introdução de frases nominais (depois de, também, etc); estas
estruturas, no entanto, não estarão completamente consolidadas até que
sobrevenha a idade compreendida em torno dos nove ou dez anos. O uso
correto das principais flexões verbais; o infinitivo, o presente, o pretérito
perfeito, o futuro (em forma de perifrase), e o passado. Ainda que as crianças
expressem mais as características da aparência como uma ação duradoura, ou
não duradoura – comido/comendo – mais do que da forma correta do verbo. As
diferentes modalidades possíveis no discurso (afirmação, negação,
interrogação), vão tornando-se cada vez mais refinadas e mais complexas. Os
advérbios de tempo passam a ser empregados com uma maior freqüência
(agora, depois, hoje, amanhã, etc), ainda que subsistam muitas confusões, no
modo de empregar os advérbios temporais e espaciais.
* Últimas Aquisições:
Aos cinqüenta e quatro meses, A criança aprende as estruturas sintáticas
mais complexas; passivas, condicionais, circunstâncias de tempo. Aperfeiçoa
aquelas com as quais já estava familiarizado. Além disso, diversas estruturas
de frase vão aperfeiçoando e generalizando-se (diversos usos da voz passiva,
conexões adverbiais), não chegando, porém, a uma completa aquisição até os
sete ou oito anos de idade, aproximadamente. As crianças começam a apreciar
os diferentes efeitos de uma língua ao usá-la (adivinhações, piadas, etc.) e a
julgar a correta utilização de sua própria linguagem. Tem-se o início das
atividades lingüísticas.
4. A RELAÇÃO DA LINGUAGEM E OS ESTÁGIOS
SENSÓRIO-MOTOR E PRÉ-OPERACIONAL DE
PIAGET
De acordo com os conceitos de linguagem em paralelo com as etapas
cognitivas, veremos que Piaget interessou-se em conhecer as funções de
linguagem. Colocou que a linguagem inicial da criança não servia para
transmitir seu pensamento, afirmando entretanto que a lógica e a linguagem
seriam processos interdependentes. De acordo com o fundamentado ao longo
do estudo, será traçada a relação entre linguagem e as etapas iniciais de
desenvolvimento cognitivo segundo Piaget.
A partir e ao longo do período sensório-motor inicia a habilidade de substituir
e /ou representar eventos, sejam eles fatos ou objetos por símbolos mentais.
Segundo ele a formação deste símbolos, ocorre através da imitação, sendo
este responsável pelo processo de aquisição da linguagem. É preciso ressaltar
que além da fonação, a gestualização e a sinalização promovida pelo bebê, são
repletos de significados, já sendo uma estrutura lingüística. Inclusive é através
desta sinalização que a criança surda interage mais facilmente com o mundo
estabelecendo um processo de aquisição lingüística. A fonação dará lugar a
adaptações adquiridas que se superpõem às adaptações hereditárias. No
aspecto das adaptações adquiridas na fonação também é possível se observar
os processos de acomodação, assimilação e organização. A formação se inicia
desde o nascimento através dos gritos do recém nato, porém a fonação
somente inicia-se a partir do 1º/ 2º mês quando o bebê com fome chora e é
alimentado, ocorrendo assim uma adaptação adquirida.
A adaptação do processo de fonação comporta uma parte de acomodação
ao meio exterior, ou seja, a criança tende adaptar-se à variedade de graduação
de sons sob seus vários aspectos como a localização, ritmo e o tom, próprios
do seu grupo social. Cada uma dessas adaptações por sua vez acarretam num
elemento de assimilação. Inicialmente a assimilação é pura, posteriormente
mais genérica e finalmente recognitiva. Em outras palavras, inicialmente o bebê
grita para ouvir o som, depois ouve par produzir sons mais diversos e
finalmente para reproduzir um determinado som. Ao longo do desenvolvimento,
essa organização interna se expande unindo-se com outros elementos
conferindo novos significados à essa fonação. Até esse momento o
desenvolvimento do processo do desenvolvimento da comunicação se encontra
atrelado às questões da funcionalidade, ou seja, a acomodação, a assimilação
e a organização desses primeiros esquemas adquiridos são desprovidos da
intencionalidade. Somente com o aparecimento dos esquemas secundários
móveis e das reações diferenciadas, passará se supor um princípio de
intencionalidade. Sob este aspecto encontra-se o fenômeno da assimilação
reprodutora, isto é, reencontrar por repetição um resultado que agrade o
indivíduo.
As assimilações recognitivas ocorrem na presença de fato ou objeto
conhecido da criança, entretanto têm sua aparição não esperada. Assim, a
criança registra o ocorrido, através do reconhecimento e do registro. Mas tarde
este ato se dará através de palavras ou de linguagem exterior, entretanto em
qualquer idade poderá demonstrar esse processo através de movimentos
simples ou expressões gestuais. Nesta etapa se inicia o sistema de
significações, sistema este que quer tenha ocorrido por assimilação, ou por
reconhecimento ou por extensão generalizadora, implica no estabelecimento da
relação de dois aspectos o significante e o significado.
As significações de ordem superior que são as significações coletivas, o
significante e o signo verbal, o som atribuído de sentido definido, e o significado
é justamente o conceito em que consiste o sentido do signo verbal. Sob este
aspecto podem distinguir-se três tipos de significantes: indício, símbolo e signo.
O símbolo é uma imagem evocada mentalmente ou um objeto, que evoca uma
determinada classe, o signo é um símbolo coletivo, e assim sendo é arbitrário
pois irá variar com o grupo que o estabelece, o indício corresponde ao
significante concreto estando vinculado à percepção diretamente.
A partir da observação da linguagem de crianças Piaget (1986) classifica
como egocêntrica e socializada, sendo na primeira existente três categorias:
repetição, monólogo e monólogo a dois ou coletivo. Na linguagem egocêntrica a
criança não tem preocupação em estabelecer relação com o interlocutor, pois
fala de si, consigo mesma, não havendo consideração ao ouvinte. A repetição e
caracterizada pela cópia do que acabou de ouvir ou dizer, repetindo apenas
pelo prazer de pronunciar e ouvir. No monólogo a criança fala alto sem estar
comunicando-se com ninguém.
Segundo Pulaski (1980) Piaget ressalta que a palavra se encontra
inicialmente ligada à ação passando posteriormente a deflagrar a ação.
Observa-se que estas etapas do desenvolvimento da linguagem não possui
uma função comunicativa, ou seja, a de transmitir e compartilhar seus
sentimentos e pensamentos, mas sim, a de experenciar e manipular os
componentes e as relações entre os elementos lingüísticos que vem
desenvolvendo. Esta etapa se processa como uma das ações da criança. O
segundo modelo é a linguagem socializada, nesta , o interlocutor passa a ter
um papel de importância, pois a criança tentará transmitir a ele alguma
informação e para isto precisa considerar o ponto de vista do interlocutor bem
como adequar-se a inúmeros aspectos. A través desta linguagem a criança
inicia um processo de saída de si mesma, pois para estabelecer o processo da
comunicação necessitará conhecer e poder se utilizar de um código lingüístico
que é estabelecido pela sociedade e não mais somente por suas relações
internas.
Pulaski (1980) relata que Piaget afirma que a inteligência verbal ou reflexiva
tem por base uma inteligência prática ou sensório-motora, que se apoia por vez
nos hábitos e associações adquiridos para combiná-los. No período sensório-
motor a criança inicia a imitação de novos modelos inclusive os sonoros.
Quando a criança atinge a etapa da representação passa além da imitação de
sons isolados a imitação de palavras, ocorrendo então a representação
simbólica. No período operatório concreto surge a necessidade da criança em
expandir suas possibilidades lingüísticas a fim de sustentar suas relações
sociais. Ocorre linguagem socializada; bem como a diminuição das limitações
das relações espaço-temporais, o que permite à criança uma utilização mais
eficaz da função simbólica. No período formal a criança já possui certa
desenvoltura em lidar com a função simbólica permitindo que possa se desligar
gradativamente da utilização do concreto para realizar sua linguagem. Nesse
período a linguagem funciona como monitora das funções de raciocínio e
pensamento. Assim visamos as etapas cognitivas e o desenvolvimento da
linguagem na criança.
CONCLUSÃO
Este estudo buscou concluir que Piaget contribuiu imensamente para
nossa compreensão em relação ao desenvolvimento cognitivo. Sua obra teve e
continua a ter grande impacto sobre o desenvolvimento infantil. Através do
conhecimento de seu histórico, tratando-se de um suíço, graduado em Ciências
Naturais, com interesse por Biologia, esta, tendo influenciado seus estudos e
possibilitando explicação para todas as coisas e para a própria mente. Assim
consagrando sua vida à explicação biológica do conhecimento.
Propondo o estudo da cognição em paralelo aos estágios Piagetianos,
Vignaux (1995), em seus estudos define cognição como o ato ou processo de
conhecer. Contudo Piaget nos levou a descoberta do processo de equilibração
progressiva que tende para uma forma final. Sua principal contribuição está no
fato de que ele nos estimulou a considerar as crianças sob uma nova
perspectiva e a ponderar o modo como elas pensam, questionando como as
mudanças no processo de desenvolvimento cognitivo ocorrem e assim
estabelecendo e pontuando suas etapas.
Observando-se as questões lingüísticas e suas correlações com as
etapas cognitivas de Piaget,chegamos a definição da linguagem proposta por
Jacubovicz(2002) descrevedo como um sistema organizado de símbolos
lingüísticos(palavras), usados pela espécie humana para se comunicar em um
nível abstrato. A aquisição da linguagem e a comunicação desenvolvem-se em
um nível constante, assim é possível ressaltar que o estabelecimento adequado
destes dois aspectos (linguagem e cognição) são necessários ao
desenvolvimento infantil e fonte facilitadora à aquisição da linguagem.
Considerando que não se trata de uma obra oficial mas sim uma parcela
de contribuição sobre a relação da linguagem com os estágios sensório-motor e
pré-operacional de Piaget, aqueles que desejem aprofundar mais, deixamos
algumas questões para novas pesquisas relacionadas, tais como o
conhecimento dos estágios operatório concreto e das operações formais, e sua
relação com a linguagem oral, bem como a processo de aprendizagem da
linguagem escrita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARROL, John B..Psicologia da Linguagem. Rio de Janeiro : Zahar, 1969.
CASANOVA, J. Pena. Manual de Fonoaudiologia. Porto Alegre : Artes
Médicas, 1992.
DAVIS, C; FIORI, W.R; RAPPAPORT, C.R; Psicologia do Desenvolvimento.
São Paulo: EPU, 1981.
FARIA, A.R.; O pensamento e a linguagem da criança segundo Piaget. São
Paulo: Ática, 1994.
JAKUBOVICZ, Regina; Atraso de Linguagem: Diagnóstico pela Média de
Valores na Frase (MVF). Rio de Janeiro: Revinter, 2002.
LIMA, Balbina Bello. Linguagem e Pensamento em Piaget. Petrópolis : Vozes,
1976
LYONS, J.; Linguagem e lingüística. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
MENYUK, Paula. Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem. São Paulo :
Pioneira, 1975.
PAPALIA,E.D;OLDS,W.S; Desenvolvimento Humano. Porto Alegre:
Artmed,2000.
PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento na Criança. 1923 Trad. Manuel Campos. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 212p
PIAGET, Jean In.: Piaget. Traduções de Nath
PULASKI, S. Mary Ann; Compreendendo Piaget: Uma Introdução ao
Desenvolvimento Cognitivo da Criança. Rio de Janeiro. LTC,1980.
STERNBERG, Robert; Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
2002.
VIGNAUX, Georges; Uma Introdução as Ciências Cognitivas. Instituto
Piaget, Coleção Epistemologia e Sociedade. Lisboa: La Decouvért, 1995.
ZORZI, Jaime Luiz; Linguagem e Desenvolvimento Cognitivo: A evolução do Simbolismo na Criança. São Paulo: Pancast, 1994.
ANEXOS
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8
1. PIAGET: HISTÓRICO E TEORIA 10
1.1 Teoria Biológica do Conhecimento 11
2. COGNIÇÃO E OS ESTÁGIOS PIAGETIANOS 16
2.2 Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Segundo Piaget 16
2.2.1 Estágio Sensório-Motor 17
2.2.2 Estágio Pré-Operatório 22
2.2.3 Estágio das Operações Concretas 23
2.2.4 Estágio das Operações Formais 24
3. LINGUAGEM E SEU DESNVOLVIMENTO 25
3.1 Desenvolvimento da Linguagem Normal 25
4. A RELAÇÃO DA LINGUAGEM E OS ESTÁGIOS SENSÓRIO-MOTOR
E PRÉ-OPERACIONAL DE PIAGET 32
CONCLUSÃO 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
ANEXO 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
Título: A Relação da Linguagem Com os Estágios Sensório-Motor e
Pré-Operacional de Piaget
Data da Entrega: 09/04/2005
Avaliação:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
__________________
Avaliado por: Ms. Profº NILSON GUEDES DE FREITAS
CONCLUSÃO