UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DA SILVA PEREIRA.pdf · pesquisa apresentará...
Embed Size (px)
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DA SILVA PEREIRA.pdf · pesquisa apresentará...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NO
GERENCIAMENTO DE CRISE DE UMA EMPRESA
P-36 DA PETROBRAS: UM ESTUDO DE CASO
Por: Denise da Silva Pereira
Orientador
Prof M. Sc. Emlia Maria Mendona Parentoni
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA ASSESSORIA DE IMPRENSA NO
GERENCIAMENTO DE CRISE DE UMA EMPRESA
P-36 DA PETROBRAS: UM ESTUDO DE CASO
Apresentao de monografia Universidade
Cndido Mendes como requisito parcial para
obteno do grau de especialista em Comunicao
Empresarial por Denise da Silva Pereira.
3
AGRADECIMENTOS
Deus e aos meus pais que sempre
estiveram presentes em todos os
momentos da minha vida e que
colaboraram decisivamente para a
minha formao pessoal e profissional,
minha famlia e aos meus amigos que
me incentivaram a concluir esse curso e
que souberam me dar carinho,
compreenso e diverso.
4
DEDICATRIA
Dedico essa monografia ao meu pai
Antonio e minha me Solange que so
as pessoas mais importantes da minha
vida, que sempre fizeram tudo por mim e
que me deram a oportunidade de ser
criada num ambiente de amor,
felicidade, carinho, cumplicidade,
dedicao, amizade e sinceridade.
5
RESUMO
Esta pesquisa pretende mostrar como a assessoria de imprensa
tem papel importante numa empresa e como as estratgias desse setor
so fundamentais para a imagem de uma empresa, principalmente
durante uma crise de imagem que chega ao conhecimento da mdia. A
partir do caso do afundamento da Plataforma P-36 da Petrobras, essa
pesquisa apresentar alguns dos erros cometidos na estratgia de
comunicao da empresa e as medidas que deveriam ter sido tomadas,
de acordo com os autores que sero utilizados para a realizao desse
trabalho.
6
SUMRIO
INTRODUO 7
CAPTULO I - GLOBALIZAO 9
1.1. CONCEITOS 9
1.2. A RAPIDEZ DA INFORMAO 10
1.3. O PAPEL DAS EMPRESAS 12
CAPTULO II CRISE 13
2.1. DEFINIES 13
2.2. CRISE DE IMAGEM 14
2.3. GERENCIAMENTO 16
CAPTULO III A ATUAO DA ASSESSORIA DE IMPRENSA 19
3.1. ASSESSORIA DE IMPRENSA 19
CAPTULO IV FOLHA ON LINE 22
4.1. ESTUDO DE CASO 22
CONCLUSO 26
BIBLIOGRAFIA 27
ANEXOS 29
7
INTRODUO
Com a rapidez na propagao da informao com o advento da
internet, as empresas tiveram a necessidade de se preocupar com a sua
imagem em todo o territrio mundial. A globalizao acelerou o processo
de mundializao de uma informao e, o que antes era de interesse
apenas de uma localidade, passou a influenciar grande parte da
populao global. A partir da, as empresas, principalmente as
multinacionais, comearam a perceber que uma notcia em pouco tempo
j era de conhecimento mundial e quando era negativa era necessrio
agir rpido para que sua imagem no fosse destruda e nem a empresa
tivesse um prejuzo irrecupervel.
Esse trabalho pretende estudar quais as estratgias que uma
assessoria de imprensa de uma empresa pode atuar diante de uma crise
de imagem. Para fazer os apontamentos, esse trabalho utiliza um fato
verdico de uma empresa que at hoje atua no mercado mundial, o
afundamento da Plataforma P-36 da Petrobras.
Para explicar essa temtica, o primeiro captulo trata da
Globalizao, em que sero apresentados o seu conceito, como as
empresas esto inseridas nele e as mudanas na velocidade da
informao, desde o acontecimento at chegar ao conhecimento do leitor.
Com esse captulo, o objetivo ser mostrar como as empresas passaram
a ter suas informaes mais expostas na mdia, no apenas do Pas, mas
do mundo.
Por ser tratar de um acontecimento negativo para a empresa, o
segundo captulo ir tratar do conceito crise. A partir desse ponto ser
possvel explicar os tipos de crises existentes numa empresa, os setores
mais suscetveis a ela e apresentar a estratgia de previsibilidade de uma
crise.
8
O terceiro captulo tem como objetivo mostrar, a partir dos
conceitos dos captulos anteriores, as estratgias que uma assessoria de
imprensa deve utilizar durante uma crise de imagem para que a mesma
no seja destruda.
No quarto captulo feito um estudo do que foi noticiado sobre o
afundamento da Plataforma P-36, utilizando algumas matrias publicadas
na Folha On Line, para que possam ser apontados alguns erros e acertos
da assessoria de imprensa da empresa.
Nesse trabalho tambm feito uso de algumas matrias
publicadas no veculo de comunicao Folha On Line como anlise com
o objetivo de demonstrar os erros ocorridos na estratgia de
comunicao da empresa e como a assessoria poderia ter procedido
para amenizar a crise de imagem que a empresa sofreu no perodo em
que ocorreu o fato.
Para a fundamentao desse trabalho so utilizados livros sobre
os assuntos a serem tratados, matrias de jornal e sites para pesquisa.
9
CAPTULO I
GLOBALIZAO
Esse captulo vai mostrar alguns conceitos da globalizao, o
perodo em que comeou a ser realizado esse processo, no mundo e as
mudanas que a globalizao acarretou nos diversos segmentos, entre
eles a economia e a comunicao. Pretende a partir desses conceitos
mostrar como as mudanas que as empresas sofreram por conta da
globalizao e principalmente como a informao passou a transitar com
mais rapidez e facilidade em todo o mundo.
1.1 Conceitos
H vrios anos o termo globalizao conhecido e comeou a
ser utilizado principalmente pelos economistas em meados dos anos 80.
O processo foi acentuado por conta das novas tecnologias, que
transformou a informao, a economia e os interesses nacionais em
mundial. Citado por SIZE (1997), Lenin descreveu essa transformao.
Crescimento primazia das exportaes de capital,
desenvolvimento da diviso internacional do trabalho, dos
trustes multinacionais, interconexo das economias dos
diferentes pases, etc. Este nome surge pelo fato de que este
processo tomou uma amplitude particular desde os anos 80,
em que a desregulamentao generalizada acelera as
condies da concorrncia no plano mundial e o
desenvolvimento dos meios de transporte e telecomunicaes
suprimiram um a um os obstculos deslocalizao de centros
de produo. Ao mesmo tempo, as crises financeiras , que no
passado levavam meses ou anos para se propagar, agora
tocam todas as praas financeiras em alguns instantes." (SIZE,
1997, p.55-6).
10
A globalizao possibilitou a integrao e expanso cultural,
comercial, econmica entre as naes e modificou suas relaes. Com
esse processo, os acordos entre empresas, a economia dos pases
passaram a se interligar. Em contrapartida, como analisa o economista e
especialista em mercado financeiro em artigo escrito para o site
Sociedade Digital, possvel perceber algumas questes negativas da
globalizao, mas tambm destacar o que h de positivo, sendo levado
em considerao principalmente a diferena nos efeitos desse processo
em pases desenvolvidos e os demais, estando eles em
desenvolvimento ou sendo subdesenvolvidos. Ele destaca como ponto
positivo da globalizao o intercmbio cultural e comercial entre naes,
importante para os povos e acredita que o ponto negativo seja cada vez
mais o enriquecimento de pases ricos e o empobrecimento dos pases
mais pobres.
1.2 A rapidez da informao
A globalizao veio acompanhada das novas tecnologias que
foram fator importante para a mudana de conceitos de espao e
tempo. O uso de papel para a transmitir uma informao comeou a dar
lugar a outros meios. O advento da telecomunicao uma amostra
desse processo que possibilitou o uso da internet que uma ferramenta
que pode ser utilizada em qualquer parte do mundo para acessar uma
informao, independentemente da distncia. Houve uma mudana na
comunicao entre pases, empresas e pessoas.
A globalizao da comunicao um processo cujas origens
remontam aos meados do sculo XIX. Nos sculos anteriores,
materiais impressos eram comumente transportados para
grandes distncias e alm das fronteiras de estados, reinos e
principados. Mas no curso do sculo XIX o fluxo internacional
de informao e de comunicao assumiu uma forma muito
mais extensiva e organizada. O desenvolvimento das novas
agncias internacionais sediadas nas principais cidades
11
comerciais da Europa, junto com a expanso das redes de
comunicao ligando as regies perifricas dos imprios com
os centros europeus, estabeleceram o comeo de um sistema
global de processamento de comunicao e informao que se
ramificou e se complexificou cada vez mais. (THOMPSOM,
1998, p.75).
Com a globalizao, o mundo passou a ser uma comunidade
mundial e as informaes tambm conseguiram seguir esse mesmo
modelo, podendo no ter limites de local. Tornou-se possvel se
comunicar em todos os lugares do mundo com qualquer pessoa que
esteja em qualquer parte do mundo, no importante onde seja. As
diferentes mdias possibilitou a comunicao em diferentes espaos, que
uma das caractersticas da globalizao.
Uma informao, que antes demorava para chegar, passou a ser
mais rpida, instantnea, reduzindo a distncia entre lugares de todo o
mundo, como citado por THOMPSOM (1998). Coma globalizao, uma
informao no necessitava mais de horas, dias ou, em perodos
anteriores, meses para que outros pudessem tomar conhecimento da
mesma.
Os lugares anteriormente mais remotos do mundo so ligados
a rede globais de interdependncia. O tempo das viagens
constantemente reduzido e, com o desenvolvimento das
telecomunicaes, a velocidade da comunicao se torna
virtualmente instantnea. O mundo se parece um lugar cada
vez menor: no mais uma imensido de territrios
desconhecidos, mas um globo completamente explorado,
cuidadosamente mapeado e inteiramente vulnervel
ingerncia dos seres humanos. (THOMPSON, 1998, p.40)
12
1.3 As influncias nas empresas
A globalizao, como citada anteriormente, estava diretamente
ligada economia, s novas tecnologias e comunicao, e as
empresas seguramente esto ligadas tambm a esses segmentos. Com
a globalizao, as empresas foram beneficiadas por conta da tecnologia,
possibilitou a expanso de suas atividades para outras partes do mundo,
a realizao de negociaes com empresas internacionais e a rapidez
da chegada de informaes de suas atividades por todo o mundo.
Da mesma forma que as empresas foram beneficiadas pela
globalizao, informaes sobre as empresas passaram a transitar por
todo mundo com mais rapidez e facilidade por meio da mdia, seja ela
impressa, radiofnica, televisiva e/ou eletrnica. possvel notar que a
globalizao criou tambm o aumento da competitividade mundial entre
as empresas. Isso porque um mesmo produto pode ser encontrado em
diversas partes do mundo devido uma mesma empresa fabric-lo em
vrios pases, realizando parcerias para que haja uma reduo dos
custos de produo, aumento de produtividade e consequentemente.
Por conta da rapidez das informaes, a maior exposio de uma
empresa na mdia tambm serviu para que a mesma seja promovida no
mercado mundial, mas ao mesmo tempo pode mostrar denunciar
problemas que pode acarretar num escndalo mundial e no mais
apenas ao local que atingiu ou pas sede da empresa.
13
CAPTULO II
CRISE
Com esse captulo, essa pesquisa pretende definir uma crise,
mostrar os tipos de crise em uma empresa e como esta pode prever
uma crise. Pretende-se mostrar, como alguns setores ao longo do tempo
desenvolveu formas para prever as crises antes que elas acontecessem
de acordo com seu segmento no mercado. Por conta de uma maior
exposio na mdia, esse captulo vai mostrar como uma crise em uma
empresa afeta a imagem da mesma em diferentes partes do mundo e
com diferentes pblicos, podendo afetar tambm os negcios de uma
empresa mundialmente.
2.1 Definies
Determinados setores empresariais esto mais suscetveis
crises do que outros, mas antes faz-se necessrio definir o conceito
crise para que seja possvel explicar melhor essa situao. A crise pode
ser definida como uma situao que surge quando algo feito pela
organizao ou deixado de fazer ou ainda de sua responsabilidade
afeta, afetou ou poder afetar interesses pblicos relacionados
empresa e o acontecimento tem repercusso negativa junto opinio
pblica, de acordo com NEVES (2002, p. 15).
Outra definio tambm demonstrada por KLINKE por meio de
uma citao de WILCOX et al. (2000) do manual de crise determinado
pela Pacific Telesis. De acordo com o manual, crise um evento ou
uma srie de eventos extraordinrios que afetam adversamente a
integridade do produto, a reputao ou a estabilidade financeira da
organizao; ou a sade ou bem-estar dos funcionrios, da comunidade,
ou do pblico em geral.
14
Determinados segmentos de negcios tendem a ser mais
suscetveis a uma crise do que outras. Um acidente que envolva o
comprometimento de vidas humanas pode despertar maior ateno na
mdia e tambm da opinio pblica do que uma desavena pblica entre
scios. De acordo com LOPES, h alguns temas que podem
desencadear uma crise de imagem.
Qualquer coisa negativa que escape ao controle da empresa e
ganhe visibilidade tem potencial para detonar uma crise: um
acidente, uma denncia, uma violao de produto, uma greve,
um assalto, um crime envolvendo a empresa ou seus
empregados, um processo judicial, uma concordata, uma
reclamao de cliente nos meios de comunicao e assim por
diante. LOPES (2000, p. 67).
Para VILLAFACE (1999), as crises mais comuns so as
catstrofes, as falhas funcionais, as crises de carter, as ameaas
econmico-financeiras e desavenas internas. Embora as crises que
envolvam escndalos de corrupo possa ser considerada uma das
maiores crises de imagem, capaz de destruir a reputao de uma
empresa e lev-la at falncia, as crises que envolvem acidentes com
morte tm grande visibilidade na mdia, consequentemente no mundo,
principalmente se o nmero de mortos for alto, sendo nesse caso um
tipo de crise em que a empresa no tem condies de prever, que
VILLAFANE (1999) aponta como sendo as crises no evitveis, e que
podem interferir gravemente na vida da empresa.
2.2 Crise de imagem
Uma crise de imagem num uma empresa pode envolver seus
diretores, pode ser a partir de um erro cometido na produo de seu
produto, pode ser um desvio de carter, uma catstrofe ou outras
questes que venham a prejudicar a opinio a opinio pblica, clientes,
15
fornecedores, outras empresas, entre outras tem a seu respeito. algo
que possa vir a prejudicar at mesmo os negcios da empresa podendo
lev-la a falncia, embora isso no seja uma obrigatoriedade.
Por conta disso, principalmente empresas que lidam com
negcios que esto suscetveis a problemas que no tem como prever,
como um acidente, por exemplo, precisam estar preparadas para
enfrentar esse tipo de situao para que possam agir rapidamente de
acordo com as estratgias j traadas. Algumas empresas mantm seu
manual de crise ou plano de contingncia, ou outra denominao que a
organizao prefira dar, mas que tenha informaes de como deve
proceder durante uma fatalidade.
Setores como o areo, petrolfero, de minerao, entre outros,
acabam sendo mais suscetveis a acidentes do que outros, como uma
queda de avio, o afundamento de uma plataforma, a exploso de uma
mina, que despertam a ateno de pessoas de todo o mundo devido na
maioria das vezes envolver vidas humanas e a perda delas. Isso no
significa que causem as maiores crises de imagem.
A maioria das crises de imagem envolvendo empresas
americanas na dcada de 1990 teve origem em setores no
manufatureiros. Empresas de servios, como de
telecomunicaes, corretoras de valores, bancos, seguradoras,
aparecem no topo das dez empresas mais desgastadas dos
Estados Unidos. Por que ento existe a crena de que as
indstrias pesadas causam a maioria das crises? Primeiro,
porque muita gente acreditam que envolvem acidente como
vazamentos e exploses, e segundo, porque muita gente
(dentro das empresas) tambm tem dificuldade em ver disputas
trabalhistas, crimes de colarinho branco e danos financeiros
como crises, (ROSA, 2004, p. 358-359).
Dependendo da gravidade, de como a informao chega mdia
e de como ela tratada pela empresa, pode aumentar ou reduzir o
16
impacto da crise na organizao e na opinio pblica. Para isso algumas
empresas procuram se antecipar as crises e montar estratgias de
trabalho para conseguir lidar com mais preciso durante uma crise.
2.3 Gerenciamento
Um livro sobre gerenciamento de crises chamado Disaster
planning and recovering (Planejando para desastres e recuperaes)
citado por ROSA (2004) mostra algumas preocupaes que as
empresas devem ficar atentas no momento em que forem atingidas por
uma crise. Entre elas est acionar a imprensa que receber informaes
precisas sobre o acontecimento, acionar os clientes quanto a entrega de
servios e produtos, acionar fornecedores sobre a continuidade de
entrega de produtos e servios, acionar acionistas, parceiros de
negcios e pblicos estratgicos, acionar a comunidade onde aconteceu
o acidente principalmente se for de material que faa mal sade ou ao
meio ambiente, acionar agncias governamentais que regulam a
empresa e tambm a companhia de seguros.
Para que possa enfrentar a crise, um manual serve para que a
empresa no precise improvisar, nem ter que somente aprender na
prtica, mas j ter estratgias claras e traadas. Pessoas j treinadas
para isso, funcionrios preparados para enfrentar a crise e informaes
necessrias para que funcionrios saibam fazer so necessrias para
que a crise no seja ainda pior.
Empresas de primeiro nvel no exterior h muito vm
colocando a preocupao com as crises no topo de seu
organograma, muitas vezes criando uma vice-presidncia
especfica para essas questes. As empresas e tambm
lderes devero estimular o mais que puderem a cultura de
combate s crises dentro de suas organizaes. Acreditar na
improvisao fazer uma aposta errada. O gerenciamento de
crises apenas um outro nome da palavra preveno, (ROSA,
2004, 518).
17
De acordo com ROSA (2004), sob a viso da comunicao, um
Plano de Gerenciamento de Crises, um conjunto de medidas,
posturas e consensos capazes de fazer com que o sucesso de uma
ao no lugar onde ocorreu uma situao adversa possa ser captado
como tal. Mostra que a empresa precisa estar preparada e que durante
uma crise, agir deve ser o importante e no ainda pensar no que pode
ser feito, traar um planejamento, principalmente porque pode ser um
momento em que o nervosismo no deixe que as pessoas pensarem de
forma mais clara, possibilitando a tomada de decises erradas e que
possam prejudicar ainda mais a imagem da empresa.
ROSA (2004) considera seis pontos bsicos que um Plano de
Gerenciamento de Crises deve conter. A avaliao das crises mais
provveis a primeira delas, em que ele acredita que devem ser
mapeadas, como as crises de origem criminosa, de natureza econmica,
de informao, desastres industriais, desastres naturais, falhas em
equipamentos e construes, de natureza legal, de relaes humanas,
de risco de vida e regulatrias. Prestando a ateno nesse
mapeamento, as empresas j devem se preparar de acordo com os
tipos de crise que esto mais suscetveis a enfrentar. O comando das
situaes de crise o segundo ponto. Nessa etapa os lderes devem ser
definidos e deve haver um treinamento com toda a equipe. A Doutrina
da Crise o terceiro ponto em que ROSA afirma que o tpico em que
a organizao define suas estratgias e quem e como coloc-las em
prtica.
As medidas de segurana a serem adotadas detalhadas em
documento com todas as informaes o terceiro ponto a estar num
plano de gerenciamento de crise que denomina como Base de dados. A
definio de um porta-voz o quinto elemento do plano e considerado
uma figura-chave para fatos que exijam grande exposio. A auditoria
de crise o ltimo ponto, mas no o menos importante. Isso porque
pode ser considerado um termmetro para que a empresa fique sempre
18
atenta a sua situao e tenha possibilidade de perceber quando uma
crise est por perto.
Com todos os manuais, ainda assim, uma empresa deve cuidar
de sua imagem em todos os momentos, para que durante uma crise
possa super-la com menos dificuldades. Por conta disso, h empresas
que do grande importncia a sua imagem e a estratgias para cuid-la
constantemente e no apenas durante uma crise.
O que vai determinar o tamanho da crise so os vnculos que
se construiu. uma questo de fundamentos. por isso que
num terremoto alguns prdios caem, outros balanam. As
fundaes de uma marca so muito importantes. (...) Imagens
precisam ser cuidadas e regadas diariamente. Isso no pode
ser uma viso espordica. (ROSA, 2004, p. 18-19)
19
CAPTULO III
ATUAO DA ASSESSORIA DE IMPRENSA
Esse captulo define a assessoria de imprensa, suas atribuies,
como pode ser sua atuao diante de uma crise e estratgias que
podem ser desenvolvidas para trabalhar em conjunto com outros setores
de uma empresa para que a imagem da organizao seja cuidada antes,
durante e depois de uma crise de imagem.
3.1 Assessoria de imprensa
A assessoria de imprensa comeou a se desenvolver no Brasil na
dcada de 60, aps o I Concurso Nacional de Revistas e Jornais de
Empresa em que nasceu a Associao Brasileira de Editores de
Revistas e Jornais de Empresa (Aberj), mas que se consolidou na
dcada de 80 como trabalho de jornalistas a partir do Manual de
Assessoria de Imprensa da Federao Nacional dos Jornalistas
(FENAJ), como descrito por DUARTE (2002). O manual se tornou uma
referncia por marcar a legitimidade do jornalismo especializado em
assessoria de imprensa.
Pode-se considerar que um trabalho realizado atravs dos
meios de comunicao nos espaos destinados reportagens, sem que
haja a necessidade de realizar anncios pagos, que fazem parte da
publicidade. Esse trabalho visa divulgar uma empresa, seus produtos,
fixar positivamente sua imagem junto mdia, o pblico e a opinio
pblica, indiretamente estimular vendas e negcios, ser a comunicao
entre a imprensa e a mdia tanto nos momentos positivos quando para
eventuais problemas.
Entre os papis de uma assessoria de imprensa est realizar
contato com os veculos de comunicao de acordo com a necessidade
da empresa assessorada, sugerir pautas para a realizao de matrias,
20
planejamento de coletivas de imprensa e acompanhamento de
entrevistas individuais, entre outras atividades.
Ao longo do tempo, as assessorias de imprensa comearam a ter
outras atribuies e no apenas estacionou com a tarefa de enviar
releases e respostas aos pedidos de jornalistas, passando a atuar
amplamente na rea de comunicao organizacional. Dessa forma, as
organizaes que se estruturam com redes hiperconectadas
internamente e com o ambiente, a viso de comunicao tende a mudar
de mero instrumento e recurso para ser a essncia da organizao.
(CURVELLO, 2002, p.134).
A Associao Brasileira de Comunicao Empresarial (ABERJE)
apresenta as atuais ferramentas que podem ser utilizadas e
confeccionadas por uma assessoria de imprensa, como o boletim, jornal,
revista institucional, jornal mural, video institucional, salas de imprensa
virtual, entre outras.
O boletim institucional apontado como sendo uma publicao
com contedo especfico que pode ser utilizado internamente ou ainda
para o pblico externo. Tambm dirigido aos dois pblicos, o jornal
institucional e explicado como sendo uma publicao em que o leitor
encontra contedos informativos, com interpretaes e opinies, alm
de entretenimento, pouco se diferenciando da revista institucional que
segue a mesma organizao, mas com maior diversidade temtica e
com contedo de interesse permanente.
Embora receba a denominao jornal, diferentemente do jornal
institucional, o jornal mural apontado pela associao como sendo um
veculo voltado exclusivamente para a disseminao de informaes
sobre a corporao e por isso, destinada ao pblico interno.
Para divulgar institucionalmente a empresa, seus produtos,
servios e projetos implantados em comunidades, motivar seus
21
funcionrios, entre outras finalidades, a ABERJE aponta o vdeo
institucional como sendo uma ferramenta que pode ser dirigida ao
pblico interno e tambm para o pblico externo.
Possibilitada pela tecnologia, a sala de imprensa virtual tambm
outra ferramenta que pode ser utilizada por uma assessoria de imprensa
como cita a ABERJE que voltada para os relacionamentos especficos
da empresa com os meios de comunicao com o objetivo de agilizar o
relacionamento e antecipar contedos.
Essas ferramentas mostram como a assessoria de imprensa
modificou nos ltimos tempos e se modernizou, utilizando novas
tecnologias e novas formas de realizar o trabalho com um nmero maior
de oportunidades de trabalhar as informaes de uma empresa.
22
CAPTULO IV
FOLHA ON LINE
Esse captulo pretende exemplificar como uma assessoria de
imprensa pode utilizar suas ferramentas no momento de uma crise
utilizando as matrias publicadas na Folha On Line sobre o afundamento
da Plataforma P-36 da Petrobras que teve incio no dia 15 de maro de
2001.
A Folha On Line integrante do jornal Folha de So Paulo, que
foi fundado em 1921 e tornou-se o jornal mais vendido no pas na
dcada de 80. De acordo com informaes disponibilizadas em seu site,
a Folha de So Paulo alcanou seu crescimento por conta do pluralismo,
apartidarismo, jornalismo crtico e independncia. organizado em
cadernos temticos dirios e suplementos e de circulao nacional.
A Folha de So Paulo foi o primeiro veculo de comunicao do
Brasil a adotar afigura do ombusman e com contedo on line
disponibilizado para seus leitores. Seus clientes no tinham a
necessidade de assinar o jornal para poder acompanh-lo. Bastava
apenas acess-lo para conseguir ler seu contedo na internet.
Como a Folha On Line disponibiliza suas matrias na internet,
esse trabalho utiliza as reportagens publicas pelo veculo para utilizar
como anlise do que foi noticiado sobre o afundamento da Plataforma P-
36 da Petrobras.
4.1 Estudo de caso
Foram publicadas 53 reportagens no site Folha On Line no dia 15
de maro de 2001, dia em que aconteceu o acidente com a Plataforma
P-36 da Petrobras s 0h20. A primeira intitulada como Plataforma de
petrleo da Petrobras sofre exploses no Rio, escrita pelo reprter
23
Carlos Ferreira, anunciou a exploso na plataforma localizada na Bacia
de Campos e foi disponibilizada s 4h46 com as primeiras informaes,
como o nmero de pessoas que estava no local e anunciando uma
pessoa morta e duas feridas que j era de seu conhecimento, mas j
com informaes prestadas pela assessoria de imprensa da empresa
que as medidas que estavam sendo tomadas e a histria da plataforma
que era, na ocasio, a maior do mundo em explorao de petrleo,
apresentada no ANEXO 1.
A pesquisa por meio das reportagens (ANEXO II) mostra que,
pela manh, no dia do acidente, o presidente da Petrobras Philippe
Reichstul realizou uma entrevista coletiva para a imprensa sobre o
acidente, mesmo sem saber ainda as causas, mas prestou todos os
esclarecimentos que continha at o momento. Pouco depois, um
profissional da rea, o gerente executivo de segurana, meio ambiente e
sade da Petrobras, Irani Varella, realizou outra entrevista (ANEXO III)
para a imprensa para esclarecer questes tcnicas sobre o acidente.
A assessoria de imprensa trabalhou de forma correta ao montar
uma entrevista coletiva para a imprensa para que pudesse passar as
informaes que estavam disponveis at aquele momento, mesmo sem
ainda saber as causas do acidente que ainda demoraria para ser
informada. Por ser a entrevista coletiva com o presidente da Petrobras,
a empresa mostrou que o primeiro escalo se preocupava com o
acidente e que estava disposto a cooperar para informar os
acontecimentos sobre a exploso.
Antes da coletiva, a primeira medida tomada pela assessoria de
comunicao foi enviar no comeo da manh uma nota oficial
imprensa (ANEXOS IV e V) sobre a exploso da plataforma. As
informaes sobre o que havia acontecido, o nmero de feridos que se
tinha conhecimento at o momento e informaes sobre a plataforma e
sobre o trabalho realizado foi passado para a mdia, a fim de evitar
especulaes sobre o caso.
24
Num acidente, principalmente quando h vtimas, a imprensa tem
grande interesse sobre o caso e precisa ser abastecida de informaes.
Quando h casos anteriores, relembr-los uma prtica comum. Isso
tambm aconteceu nas reportagens publicadas sobre o incidente na
Plataforma P-36. A imprensa relembrou o caso dos dois encanadores
que morreram asfixiados na plataforma de gs P-37 em 24 de fevereiro
do mesmo ano, e tambm o caso de dois trabalhadores que ficaram
feridos em 3 de fevereiro de 2001 na plataforma Namorado 1(ANEXO
VI).
No momento em que a imprensa divulgou a lista de mortos
(ANEXO VII) informada pela Petrobras, ainda havia familiares de vtimas
que ainda no tinham sido comunicados (ANEXO X). Esse acabou
sendo um ponto negativo para a empresa que uma assessoria de
imprensa deveria ter evitado. Antes de ser passada a lista para os
veculos de comunicao, era preciso ter checado se os familiares de
todas as vtimas j tinham sido comunicados. Um ponto positivo
desenvolvido pela empresa foi a divulgao pela imprensa o pagamento
de indenizao das vtimas em um pequeno espao de tempo e tambm
acomodar as famlias, o que acabou gerando pautas sobre a proibio
dos familiares em dar entrevista, mas que foi desmentida. (ANEXO IX E
XII).
Mesmo com a divulgao de informaes pela prpria Petrobras,
como notas oficiais e entrevistas coletivas, a empresa precisa lidar com
informaes prestadas por outros, como da Associao de Engenheiros
da empresa, da Federao nica dos Petroleiros, polticos, funcionrios,
profissionais de outras empresas e familiares de vtimas, entre outros,
que acabam dando informaes desencontradas, como a inclinao da
plataforma que um grupo dizia que era de 5 graus e o outro grupo dizia
que era de 15 graus (ANEXO VIII). Essa articulao deveria ter sido
realizada pela assessoria de imprensa da empresa.
25
Devido a preocupao da opinio pblica sobre os prejuzos ao
meio ambiente, Petrobras admitiu o risco de vazamento de leo e ao
mesmo tempo informou que est pronta para agir impedindo que seja
um risco ambiental (ANEXO XI). Dessa forma a empresa agiu de forma
correta ao utilizar a verdade com a imprensa e com a populao.
Uma empresa, principalmente quando de um setor de risco,
deve estar pronta para lidar com crises de imagem, como j comentado
em captulo anterior. No caso da Petrobras, a assessoria de imprensa
no esteve pronta e deixou de articular um nico discurso. Repassou
para a imprensa informaes e em seguida modificou o que havia
publicado, at mesmo em nota oficial.
Isso acabou provocando uma reportagem realizada pela Folha On
Line que divulgou alguns erros de informao (ANEXO XIII), fazendo
com que a imprensa aproveitasse informao desatualizada e/ou errada
no site da Petrobras para gerar matria, como exemplo cito a
capacidade de pessoas na plataforma que foi divulgado, sendo um
nmero menor do que o nmero de pessoas que havia durante a
exploso (ANEXO XIV).
26
CONCLUSO
Foi possvel perceber com as informaes pesquisadas que uma
assessoria de imprensa tem papel fundamental em uma empresa
durante uma crise de imagem. importante ressaltar tambm que seu
papel no fica restrito apenas durante uma crise de imagem, mas que o
trabalho deve ser desenvolvido ininterruptamente para criar uma
imagem slida para a empresa.
Isso significa que uma empresa, no momento de uma crise,
estar fortalecida para enfrentar a crise sem grande problemas na
imagem. Com as informaes apresentadas foi possvel perceber que
planejar com antecedncia, desenvolver estratgias, criar um manual de
acordo com as necessidades de uma empresa e prever as possveis
crises de uma empresa so estratgias importantes para que uma
empresa tenha condies de trabalhar e agir com segurana durante
uma crise de imagem.
possvel concluir que uma assessoria de imprensa que utiliza as
ferramentas necessrias e realiza um planejamento antes, durante e
depois de uma crise de imagem de uma empresa, fundamental para
uma organizao que h qualquer momento est sujeita a enfrentar uma
crise.
Portanto, os profissionais de uma assessoria de imprensa
atualmente j no so apenas aqueles jornalistas que enviam releases
por e-mail e que fazem a marcao de entrevistas coletivas ou
conseguem implantar matrias na mdia, mas profissionais com diversas
atribuies e que precisam ter ampla atuao numa organizao,
pensando estrategicamente e realizando as aes comunicacionais e se
preocupando com a imagem da empresa, oferecendo apoio durante um
momento de deciso.
27
BIBLIOGRAFIA
CURVELLO, Joo Jos Azevedo. Legitimao das Assessorias de
Comunicao nas Organizaes. In Assessoria de imprensa e relacionamento
com a mdia: teoria e tcnica. Atlas, 2002.
DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa no Brasil. In Assessoria de imprensa
e relacionamento com a mdia: teoria e tcnica. Atlas, 2002.
SIZE, Pierre. Dicionrio da globalizao: a economia de "A" a "Z". Traduo de
Serge Goulart. Florianpolis: Obra Jurdica, 1997.
GIOVANNETTI, Gilberto e LACERDA, Madalena. Dicionrio de geografia:
termos, expresses, conceitos. So Paulo : Melhoramentos, 1996.
FERRARI, Maria Aparecida. A influncia dos valores organizacionais na
determinao da prtica e do papel dos profissionais de relaes pblicas. 1.
ed. So Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2004.
NEVES, Roberto de Castro. Crises empresariais com a opinio pblica: como
evit-las e administr-las. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.
LOPES, Marilene. Quem tem medo de ser notcia? Da informao notcia: a
mdia formando ou dedormandouma imagem. So Paulo: Makron Books,
2000.
THOMPSON, John B. A Mdia e a Modernidade. Uma teoria social da mdia.
Petrpolis 1998.
ROSA, Mrio. A era do escndalo: lies, relatos e bastidores de quem viveu
as grandes crises de imagem. 3 ed. So Paulo: Gerao Editorial, 2004.
CARRANO, Paulo. Identidade, mdia e globalizao. www.multirio.gov.br/secullo21
consultado em 30/06/2007.
28
RUIZ, Manoel. Globalizao. www.sociedadedigital.com.br/artigo/php?artigo=123
consultado em 08/07/2007.
29
ANEXO I
15/03/2001 - 04h46
Plataforma de petrleo da Petrobras sofre exploses no Rio CARLOS FERREIRA, da Folha Online Duas exploses atingiram nesta madrugada a plataforma da Petrobras P-36, localizada na Bacia de Campos, Rio de Janeiro. As exploses, que ocorreram 0h30 e 0h50, destruram os arredores da plataforma. Das 175 pessoas que estavam no local, uma morreu, duas ficaram feridas (uma com queimaduras em 85% do corpo e que foi levada de helicptero para o hospital do Galeo) e pelo menos dez funcionrios esto desaparecidos. A Petrobras ainda no sabe as causas das exploses. Segundo a empresa, o local atingido foi uma coluna de petrleo que no estava sendo usada pela plataforma. A Petrobras informou que 25 tcnicos e bombeiros esto na plataforma para apagar os focos de incndio que ainda atingem o local e que no h sinal de derramamento de leo no mar. A P-36 a maior plataforma de explorao de petrleo do mundo e chegou ao Rio em meados de 99. Comeou a funcionar em maro de 2000. Ela tem capacidade para produzir 150 mil barris por dia. Atualmente produz 60 mil.
30
ANEXO II
15/03/2001 - 07h58
Acidente foi uma "enorme surpresa", diz presidente da Petrobras da Folha Online O presidente da Petrobras, Philippe Reichstul, disse nesta manh que o acidente na plataforma P-36 "foi uma enorme surpresa". Reichstul afirmou que ainda so desconhecidas as causas do acidente. Alguns navios jogam gua para resfriar a plataforma, onde o fogo no foi totalmente controlado. Ainda segundo Reichstul, o acidente no pe em risco o meio-ambiente. Todos os funcionrios que trabalhavam no local foram transferidos para a plataforma P-47, a 12 quilmetros do local do acidente.
31
ANEXO III
15/03/2001 - 08h17
Estrutura de plataforma corre risco, diz Petrobras da Folha Online O gerente-executivo da rea de segurana, meio ambiente e sade da Petrobras, Irani Varella, disse que a plataforma P-36 que explodiu nesta madrugada na bacia de Campos, no Rio, est instvel. A plataforma a maior do mundo. Por volta da 0h30 houve uma exploso em uma coluna da plataforma, localizada longe do sistema de processo. Logo em seguida ocorreu uma segunda exploso, atingindo funcionrios que estavam no local. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida. Ela foi levada para o Hospital da Aeronutica no Rio. Dez pessoas esto desaparecidas. "Aps a exploso, as pessoas abandonaram a plataforma. Ficou apenas uma equipe para o combate ao incndio e para estabilizar a plataforma at as 7h, quando a equipe abandonou o local porque havia indcios de instabilidade", disse o gerente. Segundo ele, a plataforma semi-submersvel, ou seja, que flutua. "Existe uma sistema para dar estabilidade atravs de bombas que jogam gua nos submarinos que ela possui e que promovem a estabilidade. Esse sistema saiu de operao ao longo do incidente e apresentou uma inclinao,o que apresenta riscos. Por isso foi ordenado o abandono da plataforma." Apesar de haver riscos, Varella disse acreditar que a Petrobras no dever perder a plataforma. Segundo o gerente, essa foi a primeira vez que ocorreu um problema na plataforma, que comeou a operar em maio de 2000. As informaes so da rdio CBN.
32
ANEXO IV
15/03/2001 - 09h01
Petrobras divulga nota oficial sobre exploso em Campos, no Rio da Folha Online A Petrobras divulgou agora h pouco uma nota oficial sobre a exploso da plataforma P-36, durante a madrugada, em Campos, Rio. O acidente deixou 1 morto, 1 ferido grave e 10 desaparecidos. "Por volta das 0h20 houve uma exploso", informa a Petrobras. "Estavam embarcadas 175 pessoas. Foi providenciado o transporte de 151 (...) a uma distncia de 12 quilmetros", segue a nota. "Um helicptero ambulncia foi acionado para remoo de vtimas. Ainda no se tem um balano exato da situao. H, porm, confirmao de uma vtima fatal(...) H ainda um ferido grave. Dez pessoas esto desaparecidas." Segundo a nota, "no h indcios de derramamento de leo e outros danos ambientais".
33
ANEXO V
"Nota imprensa Acidente na Plataforma Petrobras 36 (P-36) Na madrugada de hoje, por volta de 0h20, houve uma exploso na Plataforma Petrobras 36, no Campo de Roncador, na Bacia de Campos. As operaes da plataforma foram imediatamente suspensas, e a brigada de emergncia foi acionada. Enquanto ocorriam os trabalhos de controle, aconteceu uma segunda exploso, por volta das 0h50. Imediatamente iniciou-se a operao de retirada preventiva das pessoas que estavam na P-36, exceto as diretamente envolvidas no controle da emergncia. Estavam embarcadas 175 pessoas. Foi imediatamente providenciado o transporte de 151 pessoas para a plataforma Petrobras 47, que se situa a uma distncia de 12 quilmetros da Petrobras 36, ao mesmo tempo, eram desenvolvidas aes de controle e de atendimento s vtimas. Um helicptero ambulncia foi acionado para remoo de vtimas. Por volta das 7h da manh, as 24 pessoas que trabalhavam na P-36 em operaes de controle da emergncia foram retiradas, uma vez que foram registrados problemas de estabilidade na plataforma. Equipes tcnicas foram enviadas ao local, para identificar o problema. Os recursos que esto sendo utilizados para o controle de emergncia so suficientes. Devido a prioridade das aes de controle, ainda no se tem balano exato da situao. H, porm, a confirma de uma vtima fatal. Trata-se de um funcionrio da Petrobras. H ainda um ferido que foi levado para o Hospital do Galeo, no Rio de Janeiro. Nove pessoas esto desaparecidas. Os danos s instalaes esto limitados rea da exploso. No h indcios de derramamento de leo e de outros danos ambientais. A plataforma Petrobras 36 est localizada no campo de Roncador , no norte da Bacia de Campos no litoral fluminense, e est em produo desde maio de 2000. Atualmente , a produo de leo da P-36 de cerca de 80 mil barris e a de compresso de gs para o continente de cerca de 1,3 milho de metros cbicos dirios." Disponibilizada no site da Folha de So Paulo
34
ANEXO VI
15/03/2001 - 10h09
Dois morreram em plataformas da Petrobras este ano em Campos da Folha Online Duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas em dois acidentes ocorridos em plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, no Rio, este ano. Em 24 de janeiro, um vazamento de gs na plataforma P-37 matou dois operrios que trabalhavam na manuteno de um tanque de drenagem. Os encanadores Francisco de Assis Jesus de Almeida, 40, e Floriano Castorino de Souza Filho, 34, morreram asfixiados por inalao de gs. Em 3 de fevereiro, um incndio na plataforma Namorado 1, deixou dois trabalhadores feridos.
35
ANEXO VII
15/03/2001 - 12h28
Veja a lista dos desaparecidos nas exploses de plataforma da Folha Online A Petrobras divulgou a lista com os nomes de dez vtimas das exploses da plataforma P-36, na Bacia de Campos, na madrugada desta quinta-feira. O corpo de uma dessas pessoas j foi encontrado, mas no identificado. Nove continuam desaparecidos. Veja a lista: Adilson Almeida de Oliveira, operador de produo; Charles Roberto Oscar, auxiliar de plataforma; Emanoel Portela Lima, operador de produo; Ernesto de Azevedo Couto, operador de produo; Geraldo Magela Gonalves, tcnico de segurana; Josevaldo Dias de Souza, operador de produo; Laerson Antonio dos Santos, operador de produo; Luciano Cardoso Souza, operador de produo; Mrio Srgio Matheus, tcnico de segurana; Srgio dos Santos Sousa, mecnico especializado.
36
ANEXO VIII
15/03/2001 - 13h05
Plataforma est inclinando e corre risco de afundar, dizem petroleiros da Folha Online A plataforma P-36 da Petrobrs, onde exploses mataram pelo menos um funcionrio nesta madrugada, j inclinou 5 graus desde o momento do inicidente, informou a Associao de Engenheiros da empresa, e corre risco de afundar se a inclinao continuar. As informaes foram confirmadas por membros da associao que trabalham na Bacia de Campos, Rio, onde fica a plstaforma. A FUP (Federao nica dos Petroleiros), no entanto, divulgou agora h pouco no Rio que a inclinao pode j estar em 15 graus. Segundo o diretor de Comunicao da associao, o engenheiro Jos Conrado de Souza, por enquanto, no entanto, a estrutura parece estabilizada.
37
ANEXO IX
20/03/2001 - 19h06
Petrobras vai pagar indenizao de at R$ 70 mil para vivas da P-36 ANA PAULA GRABOIS da Folha Online, no Rio A Petrobras informou que os valores das indenizaes a serem pagas aos parentes das vtimas que estavam na P-36 variam de R$ 22 mil e R$ 70 mil, de acordo com a faixa salarial do funcionrio. Alm disso, a empresa est estudando oferecer um auxlio-educao para os filhos das 10 vtimas. As vivas das vtimas tambm tero direito a uma penso, em regime especial, que est sob a responsabilidade da Petros (fundo de penso da Petrobras). Pelo regime especial, a penso maior porque o funcionrio morreu em acidente de trabalho. A empresa no informou quando ir realizar o pagamento das indenizaes.
38
ANEXO X
15/03/2001 - 14h35
Famlia de funcionrio critica Petrobras por falta de informaes ANA PAULA GRABOIS enviada da Folha Online a Maca A famlia do operador Jos Carlos Chaves, 37, que trabalha na Bacia de Campos, onde ocorreu o acidente, disse agora h pouco Folha Online que a Petrobras no estaria fornecendo informaes suficientes aos parentes dos petroleiros. A mulher de Chaves, Marcia Antonia Mendona dos Santos, s soube do acidente pela TV hoje de manh. "Minha irm ligou desesperada. O Jos Carlos estava na Bacia de Campos, mas no sabemos em qual plataforma. A Petrobras no est informando nada. No diz se ele est bem, mal... enfim, no diz nada", afirmou. Queremos saber o que est acontecendo", disse Carlos Cesar dos Santos, cunhado do funcionrio e irmo de Marcia.
39
ANEXO XI
15/03/2001 - 17h22
Presidente da Petrobras admite risco de vazamento de leo PEDRO SOARES da Folha Online, no Rio Caso a plataforma P-36 da Petrobras afunde poder haver o vazamento de 1.500 metros cbicos de leo. A afirmao do presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul. Esse vazamento ocorreria devido ao leo diesel que est armazenados nos tanques que abastecem a plataforma e o petrleo que se encontra nos dutos que ligam a estrutura a postos do combustvel. Entretanto, ele afirmou "que seria um vazamento de dimenses restritas", e que existem cinco navios no local que seriam capazes de retirar do mar 2.200 litros de leo, portanto suficientes para recolher o que poder ser derramado. Segundo Reichstul, todos os postos j foram fechados e equipes da Petrobras desceram at o local e confirmaram que mais nenhum est aberto.
40
ANEXO XII
16/03/2001 - 15h40
Preocupao preservar parentes dos desaparecidos, diz Petrobras ANA PAULA GRABOIS enviada da Folha Online a Maca (RJ) O gerente geral da Unidade de Negcios da Bacia de Campos (UNBC) da Petrobras, Carlos Eduardo Bellot, disse que a empresa no est impedindo que as famlias dos desaparecidos falem com a imprensa. Os parentes das vtimas esto sendo atendidos em um auditrio dentro da UNCB onde a imprensa no tem acesso. "Nossa preocupao com a tranquilidade dos familiares. Temos a inteno de preserv-los e deix-los em uma posio de conforto", afirmou. Bellot disse tambm que tambm h parentes que recebem informaes de hora em hora em hotis que esto hospedados pela Petrobras.
41
ANEXO XIII
16/03/2001 - 16h50
Petrobras d "show de erros" na divulgao do acidente da Folha Online Desde o momento em que passou a divulgar informaes a respeito do acidente na plataforma P-36 a Petrobras vem cometendo uma srie de erros e retificando suas prprias informaes. Ontem, por volta das 8h30, a empresa divulgou a primeira nota oficial informando que eram dez desaparecidos e um morto. Cerca de uma hora depois um novo comunicado retificava o anterior: eram nove desaparecidos e um morto. noite, outra gafe _agora em rede nacional: aps o "Jornal Nacional" a Petrobras divulgava uma nota pblica na TV na qual informava que o acidente aconteceu aps "duas exploses consecutivas". A mesma nota foi publicada em jornais hoje com a nova retificao: "trs exploses consecutivas", publicaram.
42
ANEXO XIV
19/03/2001 - 14h17
P-36 tinha 60 pessoas a mais que o limite, segundo site da Petrobras da Folha Online A ficha tcnica sobre a plataforma P-36 que consta no site da Petrobras diz que a capacidade da plataforma de 115 pessoas. No entanto, no momento do acidente na ltima quinta-feira havia 175 pessoas a bordo. Procurada pela Folha Online, a assessoria da Petrobras informou que o site "est desatualizado" e que houve "uma expanso (cuja data no foi divulgada) na capacidade para 195 pessoas" _e que, portanto, "havia 20 pessoas a menos que o limite" na hora das exploses.