UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Como a atual formação do aluno no Ensino...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Como a atual formação do aluno no Ensino Médio, inibe a
sua Criatividade?
Por: Sandra Regina Madeira Pinto da Rocha
Orientador
Prof. Nelsom José Veiga Magalhães
Niterói
Maio de 2005
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Como a atual formação do aluno no Ensino Médio, inibe a
sua Criatividade?
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” Arteterapia
em Educação e saúde.
Por: Sandra Regina Madeira Pinto da Rocha
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AGRADECIMENTOS
A todos os autores dos livros que
serviram de base para a minha
pesquisa. Aos amigos que tanto me
incentivaram e ajudaram no começo
desta pesquisa. Ao professor Nelsom
José Veiga Magalhães pela sua calma e
“preciosa” orientação. E especialmente
a minha filha Paula pela sua
contribuição, boa vontade e pelas horas
perdidas na digitação desta monografia.
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DEDICATÓRIA
.Dedico essa monografia especialmente
ao meus pais Clélia e Nilton (in memorian)
por tudo que me ensinaram. Aos meus
filhos Paula, Patrícia e Bruno e ao meu
marido Luis Carlos,pela ajuda e
compreensão dos dias privados ao
convívio deles.
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RESUMO
O trabalho aborda sobre as transformações ocorridas ao longo da
história no ensino da Arte na Educação. A utilização da Arteterapia como
ferramenta para o desenvolvimento dos talentos e habilidades, portanto o
desenvolvimento da criatividade no Ensino Médio, principalmente para os alunos
do curso noturno. E a atuação em projeto realizado em uma escola estadual,
com alunos do 2ºano do ensino médio. Foram aplicadas algumas técnicas de
arteterapia, com música,com materiais plásticos, com textos e dramatizações.
Teve como base teórica, Urrutigaray, Goldschimidt , entre outros, pois sem essas
teorias e práticas, ficaria difícil a fundamentação do trabalho.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada foram algumas técnicas aplicadas em
arteterapia para que pudessem estimular e vivenciar os sentimentos, as emoções
para um auto-conhecimento maior de si mesmo e das pessoas que estarão ao
redor.
Referenciamos autores que sustentem nossa prática.
7
(...) Não queremos dar a impressão de que a
humanidade é salva pelo desenvolvimento
de um bom programa de criação artística,
nas escolas públicas: mas os valores
significativos num programa de arte são os
mesmos que podem ser básicos para o
desenvolvimento de uma nova imagem, de
uma nova filosofia e mesmo de uma
estrutura inteiramente nova do nosso
sistema educacional(...)
( Lowenfeld,V.,1947)
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SUMÁRIO
Introdução: 9
Capítulo 1: Breve histórico da Arte na Educação 11
1.1 A Arte e a Educação 12
1.2 A Arte no Brasil e suas perspectivas 16
Capítulo.2:A Arteterapia como ferramenta para o desenvolvimento
...............................da .criatividade 20
Capítulo 3: A Importância da Criatividade no Ensino Médio 25
Capítulo 4 : Atuação em projeto 29
Conclusão: 35
Anexos: 36
Referência Bibliográfica: 75
Índice: 76
9
INTRODUÇÃO
Esta monografia tem por objetivo demonstrar que a Arteterapia facilita o
desenvolvimento da criatividade do aluno, elevando sua auto-estima.
O projeto é o resultado de indagações, preocupações e observações ao
longo de alguns anos de experiências , lecionando Artes para alunos do Ensino
Médio em Escolas Estaduais.
Sempre questionando que a disciplina de Artes não deveria ter apenas
um papel secundário e servir de “descaso” por parte de alguns profissionais da
educação que tinham sempre como comentários: “Artes é lazer”, “ Artes não é
importante como Português, que os alunos precisam saber” ou mesmo “ Na aula
de artes os Alunos se divertem”.
Cada vez mais crescia a preocupação e a observação de que era
preciso fazer algo mais, para que a disciplina de artes estivesse em igualdade
de condições com as outras disciplinas.
“Conhecer Arte significa que devemos proporcionar aos alunos saberes
culturais e estéticos inseridos nas práticas de produção e apreciação artísticas,
que são primordiais para a formação e o desempenho social do
cidadão,desenvolvendo assim a sua criatividade” (PCNs – Ensino Médio).
O curso de Arteterapia veio de encontro, no momento certo, para o
desenvolvimento dessas indagações e dar um certo “status” a disciplina de Artes,
pois além de desenvolver a criatividade dos alunos, tornando-os mais confiantes
em si mesmo em suas produções, percebe-se um certo interesse por parte de
alguns docentes em relação a Artes.
Como o modelo atual da Educação inibe a criatividade do aluno ?
10
É consenso entre estudiosos da Educação que o aluno só interioriza
aquilo que o professor ensina se estiver, de alguma forma, ligado ao conteúdo
por alguma motivação, por um desfio, ou se reconhecer a importância e a
aplicação daquilo que o professor está ministrando. O ensino tem subestimado o
potencial criativo de seus alunos por ainda estar fortemente vinculado a um
modelo cognitivo que não reconhece o pensamento criativo como parte de sua
estrutura. Desenvolver habilidades criativas significa dotar o aluno da capacidade
de criar, modificar, produzir, gerar novos conhecimentos, novos produtos, novos
ganhos.
A ênfase sai da reprodução para a produção de conhecimentos, da
simples memorização para a modificação e uso da imaginação e compreensão
de fatos e circunstâncias.
Se utilizarmos a arteterapia como um canal de intervenção para a
minimização de problemas de aprendizado e desenvolvimento de sua
criatividade portanto os alunos estarão elevando a sua auto-estima e a
consciência do seu lugar na sociedade.
Este projeto delimita o aprendizado de Artes, no Ensino Médio, com
alunos da 2º série, C.E.Dôrval Ferreira da Cunha.
No primeiro capítulo teremos um breve histórico da Arte na Educação.
No segundo capítulo a Arteterapia como ferramenta para o
desenvolvimento da criatividade.
No terceiro capítulo abordaremos a importância da criatividade no
Ensino Médio.
No quarto capítulo ,atuação em projeto.
Na conclusão, um relato do trabalho realizado, seguindo em anexos
alguns trabalhos dos alunos.
11
CAPÍTULO 1 : Breve histórico da Arte na educação
12
1.1. A Arte e a Educação:
A arte sempre esteve presente em todas as manifestações culturais na
história da humanidade. O homem da pré-história ao desenhar um bisão em uma
caverna teve que aprender a construir conhecimentos para difundir essa prática.
A aprendizagem e o ensino da arte sempre existiram e foram se
transformando ao longo da história, de acordo com normas e valores
estabelecidos, em diferentes ambientes culturais.
Em seu livro “Sonhar, Pensar e criar”, Goldschsmidt, Lindomar
(2004,p.17) diz:
Historicamente, a educação e a arte têm uma profunda relação, pois foi a
serviço da educação que a filosofia se interrogou pela primeira vez sobre a
natureza da arte.
No contexto geral, a arte era compreendida como uma atividade poética,
termo derivado de poiesis, que significa criação como imposição da forma à
matéria, por intermédio da tekhnê, o que se efetua através do esforço aplicado
pelas mãos ou por instrumentos que vão produzir o artefato que a natureza não
conseguiu gerar. Nesse sentido, o artista pagão, ao transformar a matéria, podia
considerar-se um continuador da atividade criadora da própria natureza.
Foi Platão, em seu diálogo a república, no séc.V a.c, que conceituou as
atividades artísticas e as integrou ás tarefas pedagógicas, constituindo o conjunto
de conhecimentos e de práticas educativas adequadas aos ideais necessários à
13
formação do homem grego- a Paidéia, que é uma diretriz ativa e ideal da cultura
na formação do indivíduo.
Para Platão, o ideal da educação era constituído pela música, na qual
tinha sua representação global da própria arte regida pelas Musas, donde vem o
termo música e que destinava-se ao aperfeiçoamento da alma e também a
ginástica que era o aperfeiçoamento do corpo. Em relação as artes plásticas, só
foram introduzidas na educação posteriormente, através do desenho.
O artista plástico, não era valorizado, pois era qualificado como mero
copiador de objetivos.
Na Idade Média, grandes modificações aconteceram na compreensão da
arte e da educação, como também nos padrões morais e nos costumes. A arte
adquire um sentido religioso e torna-se um veículo de transmissão da idéia do
sobrenatural. As escolas profanas herdadas da Antiguidade, são substituídas
pelas escolas religiosas, que se tornam o único meio de transmissão de
conhecimento, de horizonte muito limitado.
O renascimento caracterizado pela retomada dos estudos clássicos,
exerceu influência na arte. O homem renascentista organiza o ideal do humano,
movimento intelectual que colocava o homem como centro do universo. O
humanismo foi um dos movimentos mais significativos para a história da
educação, pela confiança que se deposita no homem. O artista estuda a fundo a
natureza, o corpo humano e a paisagem, que devem ser desenhadas sem
disfarce. O renascimento foi um movimento, um novo espírito, que transformou as
artes, as letras, as ciências e todos os modos de pensamento. Goldschimdt,
Lindomar (2004,p.19) relata muito bem a estética dessa época.
Visava elaborar matematicamente o estudo da natureza, através da
pesquisa das proporções, chegando à “divina proporção”, atingindo a harmonia
artística da famosa “seção de ouro” e da perspectiva área que significava uma
nova forma de conquistar o espaço e um meio para atingir a ilusão da terceira
dimensão.
O conhecimento estético aliava-se ao conhecimento científico, através da
fusão entre arte, ciência e técnica.
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A concepção estética do Renascimento iguala as artes, resgatando uma
posição de equilíbrio entre as artes plásticas e a música. Leonardo da Vinci, ao
afirmar que “la pintura e cosa mentale” procura ressaltar a presença do
pensamento no trabalho do artista, tentando reabilitar à música, cultivada durante
a Idade Média, por considerada somente um trabalho manual.
O Séc.XVII, caracteriza-se pela cientificidade e foi considerado com um
desdobramento das conquistas “científicas, artísticas, políticas e intelectuais”.
A mudança de atitude, frente ao conhecimento, exerce forte influência no
pensamento educacional. A necessidade de métodos para desvendar a natureza
conduz à sistematização de procedimentos didáticos.
O Educador Comenius elabora uma Didática Magna, na qual prescreve
normas sobre a finalidade e o conteúdo da educação, além de um método de
ensino e organização das escolas.
Em sua didática Magna, Comenius (Piletti,1995, p. 80) apresenta um
método para o ensino das artes, descrevendo assim os requisitos necessários
ao bom aprendizado:
A arte requer três coisas:
1. O modelo ou imagem, ue é uma espécie de forma externa, que o
artista observa e tenta reproduzir.
2. A matéria, que é aquilo a que deve imprimir-se nova forma.
3. Os instrumentos, com a ajuda dos quais se executa o trabalho.
O final do séc.XVIII é marcado pelas revoluções burguesas e pela
expansão do capitalismo industrial, o que provoca mudanças significativas nas
práticas sociais, exercendo influência nos sistemas de educação. A escola
deveria contribuir para a instrução da massa de trabalhadores, qualificando-os
técnica e cientificamente. Os conteúdos técnicos e científicos deveriam sobrepor-
se aos conteúdos humanísticos.
Segundo Harper Babette (1982, p.29), surgem dessa forma duas
escolas: uma para os ricos, cujos estudos permitiam acesso ao ensino superior e
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a outra para os pobres, cuja formação técnico-profissional os limitava a
permanecer no trabalho mecânico:
Os “ignorantes” deveriam socializar-se, isto é, Deveriam ser “educados” para tornar-se
Bons cidadãos e trabalhadores disciplinados.
O Teatrólogo e pensador alemão, Friederich Schiller, aperfeiçoa, nesse
contexto, os ideais do neo-humanismo, escreve uma série de cartas, nas quais,
de forma sensível, concede à arte, uma dupla finalidade para formação do
homem. A construção da “alma bela”, ou seja, de um comportamento humano que
possa agir por convicção íntima é o ideal da educação pela arte, proposta por
ele. No séc.XX, com o surgimento da psicanálise, torna-se mais visível a
preocupação de diversos pensadores com a subjetividade humana. È retomada
a necessidade da arte na vida do homem, como elemento da reconstrução do
seu “eu” fragmentado, como também de sua percepção crítica do mundo.
René Huyghe (sentido e destino da arte, p. 11) considera que:
A arte é uma função essencial ao homem, Indispensável ao indivíduo e as sociedades, E que lhes se impôs como uma necessidade
Desde as origens pré-históricas. Por ela o Homem exprime-se mais completamente e,
Portanto, compreende-se e realiza-se melhor.
Surgindo nesse contexto, a recuperação de uma educação da
sensibilidade, principalmente na Europa, no início do séc.XX, o movimento
chamado de Educação Nova ou Escola Nova, orientando o trabalho educativo no
sentido de privilegiar o ensino ativo, no qual é preservada a liberdade do aluno e
a aprendizagem se dá pela resolução de problemas e não somente pela
transmissão de conhecimentos.
Em 1942, Herbert Read, publica uma obra intitulada Educação pela Arte, na
qual questiona a unilateralidade dos sistemas pedagógicos, que cultivam as
funções intelectuais em detrimento dos sentimentos e emoções. Read defende
que o caminho para o intelecto só é aberto pelas vias do sentimento, que precisa
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ser bem formado desde que se dê oportunidade à criança para desenvolver sua
sensibilidade e estar atenta ao seu conhecimento. Para ele a humanidade está
precisando resgatar a sua dignidade, e isto só poderá realizar-se quando o
instrumento de educação respeitar a arte na sua verdade e na sua beleza;
considera que o homem só poderá reencontrar-se nos jogos da imaginação.
1.2 A Arte no Brasil e suas perspectivas
Desde da época do descobrimento do Brasil, recebemos influências de
várias culturas, que foram por nós incorporadas, configurando a diversidade da
cultura brasileira expressa nas peculiaridades de cada região.
O ensino da arte no Brasil, tem como referência importante, a Missão
Artística Francesa trazida em 1816, por D. João VI, sendo criada a Academia
Imperial de Belas Artes, que após a proclamação da República passou a ser
chamada de Escola Nacional de Belas Artes. O ponto forte dessa escola era o
desenho, com a valorização da cópia fiel e a utilização de modelos europeus,
impregnada pelos padrões estéticos importados, iniciando suas atividades
sufocando a espontaneidade e criatividade dos alunos.
Segundo Martins, Mirian celeste(1998,p.10):
O Brasil, especialmente em Minas Gerais, vivia naquele tempo a explosão do Barroco, mas o Neoclassicismo trazido pelos franceses é que foi assumido pelas elites e classes dirigentes como o que havia de mais “moderno”. A arte adquiriu a conotação de “luxo”, somente ao alcance de uma elite privilegiada que desvalorizava as manifestações artísticas que não seguiam esses padrões.
O ensino da arte, a partir dessa época, dá ênfase ao desenho, pautado
por uma concepção de ensino autoritário, centrado na valorização do produto e
na figura do professor como dono absoluto da verdade. A mesa do professor
sobre uma plataforma mais alta, para marcar bem a “diferença”...
Ensinava-se a copiar modelos, a classe toda apresentava o mesmo
desenho, e o objetivo do professor era que seus alunos tivessem boa
17
coordenação motora, precisão, aprendessem técnicas, adquirissem hábitos de
limpeza e ordem nos trabalhos e que estes, de alguma forma, fossem úteis na
preparação para a vida profissional, já que eram, na sua maioria, desenhos
técnicos ou geométricos. O desenho deveria servir à ciência e à produção
industrial, utilitária.
Já o ensino da música teve pouca projeção nas escolas, a partir de mais
ou menos 1950, começou a fazer parte do currículo. Limitava-se ao canto
orfeônico e memorização dos hinos pátrios. Também surgiram nessa época
algumas disciplinas como “artes domésticas”, ‘trabalhos manuais” e “artes
industriais’, e havia aulas separadas por sexo, pois havia artes “femininas” –
bordado, tricô, roupinhas de bebê, aulas de etiquetas e as artes “masculinas”,
geralmente executadas com madeira, serrote, serrinhas, martelo: bandejas,
porta-retratos, descansos de prato, sacolas de barbante.
Começou-se a notar nas escolas a influência de um movimento
denominado Escola Nova, entre as décadas de 50 e 60, já presentes na Europa
e estados unidos desde o final do séc.XIX.
Martins, Mirian celeste (1998, 11) nos fala em seu livro que:
A influência da pedagogia centrada no aluno, nas aulas de arte, direcionou o ensino para a livre expressão a valorização do processo de trabalho.O papel do professor era dar oportunidades para que o aluno se expressasse de forma espontânea, pessoal, o que vinha a ser a valorização da criatividade como máxima no ensino da arte. No entanto, esse processo artístico deveria “brotar” do aluno, ficando o conteúdo dessas aulas quase exclusivamente um ‘deixar-fazer” que muito pouco acrescentava ao aluno em termos de aprendizagem de arte.
Com o fortalecimento das tendências pedagógicas progressistas, que
põem em causa a ordem de um saber não opressor, em nome do desejo da
criança (o deixa crescer de ROSSEAU), o ensino da arte na escola tenta resgatar
a proposta do movimento de “ educação pela arte”, tomando como ponto de
partida a valorização da arte no processo educativo.
Surge no Brasil, o movimento educação pela arte que foi divulgado pela
Escolinha de Arte do Brasil, em 1948 por um grupo de artistas, liderados pelos
pintor Augusto Rodrigues e pela educadora Noemia Varela.
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Em 1971, com a lei nº 5692, que fixava as Diretrizes e bases da
Educação, o ensino de arte tornou obrigatório nas escolas de ensino médio e
fundamental a arte deveria ser incluída nos currículos oficiais através de uma
disciplina denominada Educação Artística, o que de certa forma se constituía
uma inovação em relação às leis anteriores que não faziam menção específica à
Educação artística. A lei determinando que nessa disciplina fossem abordados
conteúdos de música, teatro, dança e artes plásticas, acabou criando a figura de
um professor único que deveria dominar todas as linguagens de forma
competente.
Martins, Mirian celeste (1998, p.12) constata que:
Ainda é comum as aulas de arte serem confundidas com lazer, terapia, descanso das aulas “sérias”, o momento para fazer decoração da escola, as festas, comemorar determinada data cívica, preencher desenhos mimeografados, fazer presente do dia dos Pais, pintar o coelho da Páscoa e árvore de Natal.
Memorizam-se algumas “musiquinhas” para fixar conteúdos de ciências,
faz-se “teatrinho” para entender os conteúdos de história e “desenhinhos” para
aprender a contar.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394),
aprovada em 20 de dezembro de 1996, parágrafo 2º: “O ensino da arte
constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação
básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Arte: “São
características desse novo marco curricular as reivindicações de identificar a
área por arte (e não mais por educação artística) e de incluí-la na estrutura
curricular como área com conteúdos próprios ligados à cultura artística, e não
apenas como atividade”.
“Assim, a arte é imposta na escola, principalmente
porque é importante fora dela. por ser um conhecimento
construído pelo homem através dos tempos, a arte é um
patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem
direito ao acesso a esse saber”
19
Mirian, Martins Celeste
(1998,13)
Os conhecimentos artísticos e estéticos são necessários para que a
leitura e a interpretação do mundo sejam consistentes, críticas e acessíveis à
compreensão do aluno. Além de contribuir para o desenvolvimento pessoal,
tais saberes podem aprimorar a participação dos jovens na sociedade e
promover a formação de sua identidade cultural.
O enfoque atual do ensino da arte é condição indispensável tratar a
arte como conhecimento e que vem sendo trabalhado há anos por muitos
arte-educadores.
Ensinar arte significa articular três campos conceituais: a criação/
produção,a percepção/ análise e o conhecimento da produção artístico-
estética da humanidade, compreendendo-a histórica e culturalmente. Esses
três campos conceituais estão presentes nos PCN-artes e, denominados
respectivamente produção, fruição e reflexão.
20
Capítulo 2: A Arteterapia como ferramenta para o
desenvolvimento da criatividade
21
As mãos da cultura ocidental estão aprisionadas.
Urge libertá-las. Tanto na prática quanto na teoria.
As mãos estão aprisionadas na cultura e, portanto,
Em cada um de nós.
Elas foram assim aprisionadas em prol de uma
Cultura excessivamente cerebral, pela tirania
Do racionalismo sobre a vivência emocional.
( Dr. Walter Boechat)*
Essas linhas, do médico; analista Junguiano, dr. Walter Boechat,
exprimem muito bem o que ocorreu com a humanidade após a Revolução
Industrial. E para ele :
“ As mãos perderam a importância que tiveram para
nossos avós, cedendo lugar à industria. Os artesãos do
passado não possuem a importância que tiveram em
muitas culturas”.
Alguns se submeteram as novas regras para sobreviver, outros se
marginalizaram e cada vez mais os robôs automáticos substituem as mãos.
Talvez, venha daí, “uma das razões da importância grande da
arteterapia em nossos tempos: recuperar atividades esquecidas, fazer renascer
habilidades sepultadas pela maré da tecnologia”. (Walter Boechat)
A arteterapia, no Brasil, teve destaque com o trabalho pioneiro da Dra
Nise da Silveira, que sempre preferiu a utilização do termo “Emoção de lidar”,
que para ela, como também para Jung (como grande admiradora que era ),
temem a nomenclatura de arte na modalidade terapêutica, pois as produções
deveriam estar desprovidas de valor artístico, para não estarem submetidas a
julgamentos pertinentes aos padrões estéticos presentes na arte como tal.
Na educação acontece da mesma forma, não devemos ter em mente, a
cobrança do valor artístico na produção dos alunos e sim dar oportunidade de
deixar fluir seus sentimentos, com a ressignificação do mundo por meio da
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especificidade da linguagem da arte, com a percepção sensível, com a memória
imaginativa e imaginação criadora para formar consciência de si mesmo e do
mundo.
Martins, Miriam Celeste (1998, p.41), em poucas linhas, exprime bem o
pensamento acima:
“Toda linguagem artística é um modo singular de o homem refletir-reflexão / reflexo-seu estar- no mundo.
Quando o homem trabalha nessa linguagem, Seu coração e sua mente atuam juntos em Poética intimidade”.
Segundo Urrutigaray (2004 p.38) , podemos afirmar que a prática da
arteterapia não se restringe a função puramente clínica ou psicoterápica. A área
educacional, por exemplo, é um grande campo para sua aplicação”.
Se a arte possibilita o desabrochar do imaginário, a partir da idéia de ser
a origem do pensamento ou da idéia, cabe ao sistema educativo expandir o
desenvolvimento deste sistema simbólico, através das práticas expressivas que
possibilitem a integração do aprendizado emocional ao aprendizado de
conhecimentos e informações adquiridas da cultura humana.
A Arte se transforma em um elemento facilitador ao acesso do universo
imaginário e simbólico, permitindo o desenvolvimento de possibilidades latentes
ou rituais, bem como o conhecimento de si mesmo. Ao trabalhar com materiais
plásticos, o indivíduo tem a possibilidade de criar uma nova forma a partir de uma
forma original. Materiais como argila, lápis, papel, etc realizam por um lado a
execução prática de uma idéia (fantasia, sentimento, conflito, etc.) como
exercitam a inteligência ao dar nova configuração a um modo particular de ser.
Começamos a experimentar um trabalho integrado de arteterapia como
disciplina de artes na educação. Não temos nenhuma pretensão em fazer terapia
com os alunos e sim o de estimular, motivar e vivenciar esse fazer “artístico” de
forma que se libertem de seus medos, aumentando a sua auto-estima e dando
condições (através da arteterapia) para se conhecerem um pouco melhor. A
missão dos educadores é ajudar seus alunos a definir seus pensamentos
23
limitadores, a reconhecer e comunicar seus medos, seus verdadeiros
sentimentos e desejos.
O trabalho com arteterapia visa exatamente permitir a ação mental, ou a
elaboração, com o intuito de extrair a emoção (afetividade, sentimento) que se
encontra “oculta” como idéia na imagem formada, em princípio inexistente no
sentido empírico. (Urritigaray 2004 p. 26).
Segundo Inez Marçal, citado no livro Arteterapia, da Editora Pomar, em
seu artigo “tricô se faz com duas agulhas”, depois de vivenciar um processo
artístico a partir da compreensão da Arteterapia, torna-se difícil pensar na arte só
do pnto de vista teórico, estético, erudito ou elitista. Um profissional que passa
por esta experiência, ao deparar com o trabalho no campo da Educ. Artística, em
geral, se encontra em constantes enfrentamentos, como a luta contra a instituição,
programas curriculares e as concepções de aplicação da arte.
É grande a preocupação desse profissional em aplicar a arte como
desenvolvimento humano, principalmente por compreender os processos para
esta conquista. E é um risco mesclar as posturas e não saber quando se é
professor, artista ou terapeuta, mas na verdade, como profissional é importante
ser a somatória destas experiências.
A criatividade manifesta nas produções artísticas, traz características
simbólicas, as quais viabiliza meios de pesquisas apropriados à integração dos
aspectos qualitativo e valorativo presente na atuação humana.
A conquista da autonomia, como autoria do pensamento e ações, implica
em processos pedagógicos que estimulem o aprender a aprender. Torna-se
produtivo e criativo, como resultado desta aprendizagem, demanda ações
educativas transcendentes ao simples movimento de processar informações, ou
de relembrar situações guardadas na memória. Ser criativo implica em elaborar,
construir novas estratégias frente a situações desconhecidas, desafiar o receio
frente ao diferente, possibilitar e efetivar modernizações nas relações
estabelecidas entre sujeito e seu ambiente.
Portanto, cada vez mais acreditamos de que a arteterapia aliada ao fazer
artístico, na escola, possa desenvolver os talentos e habilidades dos alunos que
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muitas vezes estão adormecidos e sem o conhecimento de suas capacidades e
que se faz necessário, urgentemente,que ocorra uma mudança no pensamento e
na prática do educador para que possam construir juntos um “novo” aluno, mais
criativo e mais capaz e que os eles não sejam apenas mais um nome que
passem pela vida dos alunos, sem participar da história deles.
* Dr. Walter Boechat : Médico;Analista Junguiano,diplomado pelo Instituto
C.G.Jung de Zurique,Suíça:Membro da IAAP, Internacional Association for
Analytical Psychology, Membro Fundador da Associação Junguiana do Brasil,
AJB, e do instituto Junguiano do Rio de Janeiro; Especialista em Medicina
Psicossomática pelo instituto de Medicina psicossomática do Rio de janeiro;
Doutor pelo IMS – Instituto de Medicina Social, da UERJ.
25
Capítulo :3 A Importância da Criatividade no Ensino
Médio
26
Definir criatividade com um único conceito, seria impossível, já que
existem inúmeras concepções que se encaixariam neste contexto.
Citaremos algumas definições de Criatividades:
| ” Criatividade é o processo que resulta em produto novo, que é aceito como útil
e/ ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no
tempo”. (Stein 1974)
| “ Criatividade é o comportamento produtivo, construtivo, que se manifesta em
ações ou realizações, não necessitando ser, prioritariamente, um fenômeno
ímpar no mundo, mas deve ser , basicamente, uma contribuição do indivíduo”
(Lowenfeld e Brittain 1977)
| “ Criatividade é a emergência de um produto novo, relevante pelo menos para a
pessoa que cria a solução, constituindo-se numa atitude que implica
conhecimento, imaginação e avaliação”. (Noller 1977)
| “ Criatividade é a expressão da tendência, inerente a todo ser humano, para
desenvolver suas potencialidades e se auto-realizar”. (Carl Rogers 1998)
|” Criar é basicamente, formar. È poder dar uma forma a algo novo”.(Fayga
Ostrower)
Desde as primeiras culturas, a criatividade desperta o interesse e a
curiosidade do homem. A humanidade parece ser dotada de um talento para
gerar novas idéias, produtos, ações, revoluções, arte, ciência, entre outras coisas
sempre q for necessário, soluções ou respostas inovadoras para seus problemas
e questões de sua existência.
Segundo Ostrower, Fayga (1984, p.12):
Como processo intuitivo, os processos de criação interligam-se intimamente com o nosso ser sensível. Mesmo no âmbito conceitual ou intelectual, a criação se articula principalmente através da sensibilidade. Inata ou até mesmo inerente à constituição do homem, a sensibilidade não é peculiar somente a artistas ou alguns poucos privilegiados. Em si, ela é patrimônio de todos os seres humanos. Ainda que em diferentes graus ou talvez em áreas sensíveis diferentes, todo ser humano que nasce, nasce com um potencial de sensibilidade (...) (...) a sensibilidade é uma porta de entrada das sensações. Representa uma abertura constante ao mundo e nos liga de modo imediato ao acontecer em torno de nós (...) (...) Uma grande parte da sensibilidade, maior parte talvez, incluindo as sensações internas, permanece vinculado ao inconsciente. A ela pertencem as reações involuntárias do nosso organismo, bem como todas as formas de auto-regulagem. Uma outra parte, porem, também
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participando do sensório, chega ao nosso consciente. Ela chega de modo articulado, isto é, chega em formas organizadas. É a nossa percepção. Abrange o ser intelectual, pois a percepção é a elaboração mental das sensações (...)
O texto acima, nos passa a idéia de que será através do estímulo de
nossa sensibilidade e percepção do mundo ao nosso redor que estaremos
contribuindo para aflorar a nossa criatividade.
A importância do desenvolvimento da criatividade, no ensino médio,
principalmente em Escolas Públicas; se deve ao fato de recebermos alunos, a
maioria fora da idade regular, que pararam de estudar , 10 e às vezes 20 anos e
estão retornando aos estudos e com isso ficou uma lacuna grande entre a época
em que pararam e o mundo atual. Muitos não tiveram contato se quer com
qualquer tipo de aprendizado; só trabalhando ou cuidando de filhos, sem
perceberem ou acompanharem as mudanças atuais. Muitos chegam até nós,
quase sempre dizendo que não sabem desenhar, como se isso importasse
realmente, e com isso se criticam ou se censuram ao desenvolver qualquer
atividade, seja na área de artes ou em qualquer outra área.
Em seu livro “ Pintando a sua alma”, Suzan Belo (2003, p. 39) diz:
Penso que o sistema educacional deveria estar interessado em expandir o auto conhecimento e o potencial criativo em seus estudantes e atuar como uma ponte, incorporando o aprendizado emocional ao sistema, do primeiro grau até a educação adulta.
Precisamos ajudar as pessoas a serem mais espontâneas e autênticas, ajudá-las a definir seus pensamentos limitadores, suas sub-personalidades (vide, cap.3 ), aprender como reconhecer e comunicar seus medos, seus verdadeiros sentimentos e os desejos de seus corações.
Recebemos alunos hoje em dia, geralmente sofridos pela vida, limitados;
sem perspectivas de mudanças; sem auto-conhecimento; sem muita noção do
que está acontecendo no mundo e muitas vezes parecendo crianças, ávidos por
informações, para recuperarem o tempo perdido. A arteterapia serve como um
“elo” para a liberação dessas emoções, muitas vezes “sufocadas” pela vida.
Para Virgolin, Ângela (1999, p.20), “ sempre precisaremos de
criatividade! esse fato é inegável”.
Em seu livro “Toc Toc Plim Plim “, nos fala da necessidade urgente de
desenvolver as potencialidades do ser humano, surgida nas últimas décadas, em
resposta aos novos desafios e problemas que a sociedade vem enfrentando
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devido ao crescente progresso tecnológico e científico. Por desconhecimento ou
medo nos deparamos co o uso limitado de nossas capacidades devido aos
conflitos próprios de nossa época. A sociedade, a família e especialmente a
escola, não tem se preocupado em nos instrumentar para o futuro.
“[...] O ensino transmitido nas escolas comprometeu-se com o passado, sua
transmissão e a manutenção de seus valores. O futuro, o que está por vir, o que
deve ser construído, não faz parte do currículo acadêmico[...]
Outro aspectos que destaca a escola como instituição que desconsidera
o potencial criativo dos indivíduos diz respeito à ênfase no treino do raciocínio
lógico, em detrimento da imaginação e da fantasia, elementos indispensáveis
para o processo criativo e de antecipação de problemas”.
(Virgolin, Ângela, 1999 p.20)
Cabe a nós educadores, fornecer o mínimo de elementos capazes de
estimular a criatividade dos alunos para que possam seguir em frente
conseguindo inseri-los nesse contexto do mundo atual e dar-lhes condições para
que acreditem quem sejam capazes de realizar alguma idéia nova ou soluções
adequadas para os seus principais problemas, mudando a imagem que eles tem
da escola, onde o aluno ficava ouvindo o professor; seguia a maneira que o
professor quisesse, sem poder dar a sua opinião ou sugestão sobre qualquer
problema.
Estamos num mundo onde padrões e estilos de vida transformam-se
muito rapidamente e é nossa obrigação mantê-los atualizados e deixar fluir essa
criatividade, incentivando os talentos e a autonomia, tentando criar um novo tipo
de ser humano à vontade com mudanças e que seja capaz de improvisar.
A arte na educação não pode se restringir ao ensino de habilidades
gráficas e de técnicas para copiar formas externas e sim ensinar a expressão da
alma e das emoções e como educadores de arte devemos sempre lembrar de
que o processo pode ser mais importante que o conteúdo.
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Capítulo 4: Atuação em projeto
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No ensino médio noturno, a maioria dos alunos trabalha na parte do dia,
chegando muitas vezes cansados e com sono. Apesar de gostarem das aulas de
arte, muitos a vêem sem muita importância por acharem que não sabem
desenhar nada e que seria essa a função da aula –“saber desenhar”.
.............Procuramos mostrar o outro lado da disciplina, onde mesmo não
“sabendo desenhar” poderemos ser criativos e realizarmos trabalhos que
“liberem” as nossas emoções, sensibilidade e sermos criativos, apenas
desenvolvendo as nossas habilidades. Mostramos que também queremos que
eles tenham um conhecimento a mais sobre as manifestações artísticas
ocorridas durante a história da humanidade, sem termos a pretensão de torná-los
“exímios” conhecedores da Arte e sim que pelo menos mais adiante possam
reconhecer um pintor ou uma obra de arte diferenciando a que época foi
realizada.
No próprio currículo escolar, determinado pelas leis de diretrizes e bases,
só agora, começa a dar uma importância maior para a disciplina de artes,
embora seja muito pouco tempo para que possamos realizar um trabalho de
efetiva transformação desse aluno, pois mão existe mais aulas de artes na 1ª
série, nem na 3ª série, ficando somente o 2º ano com duas aulas semanais, de
30 minutos cada. Mesmo assim achamos que podemos realizar algo que possa
“sacudir” esse aluno que chega até nós “adormecidos” e se sentindo incapaz de
ser criativo.
Este projeto teve a duração de mais ou menos 3 meses.
1ª Atividade: “Ilustração de texto”
Material: Papel ofício, dobrado formando uma dobradura do quadrado
que será dividido em quatro outros quadrados.
Após a leitura do texto feita pelo professor: “O caso do Espelho”, os
alunos deverão escolher quatro cenas que mais gostaram da história e desenhá-
las nos quadrados.
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2ª Atividade: “Desenho Espontâneo”
Material: Lápis de cor, lápis de cera, hidrocor, papel ofício
Música: “La Vie en Rose”(a música será repetida seis vezes)
Os alunos devem ouvir atentos a música, sem pegar material algum e
prestarem atenção as imagens trazidas pela música e só quando sentirem
vontade de começar a desenhar ou rabiscar pegassem o material e após o
desenho, escrevessem sobre o desenho e seu significado.
3ª Atividade: “Expressão Corporal”
Material: apenas o corpo
Música: CD de clássicos para crianças
A turma será dividida em grupos e cada grupo escutará uma música
determinada pelo professor e eles terão que criar uma coreografia em relação o
que lês sentiram ao escutarem a música.
Apresentação dos grupos para a turma- registro de como se sentiram.
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4ª Atividade: Trabalhando a “persona’ de cada um, com desenhos de máscaras.
Material: Lápis de cor , lápis de cera, hidrocor e papel ofício
Música: CD – ventos- revista Caras
Foi pedido aos alunos que marcassem o meio da folha, sem cortá-la e
que do lado esquerdo escrevessem: “Como as pessoas me vêem?” e do lado
direito “Como eu gostaria que as pessoas me vissem ?”
Eles deveriam desenhar duas máscaras que fossem como achassem
melhor, rosto inteiro ou só nos olhos.
Deveriam na parte de trás, escrever o que foi desenhado.
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CONCLUSÃO
Este trabalho de arteterapia pretende visar a ação mental, e a
elaboração, com o intuito de estudar a emoção (afetividade, sentimento) que se
encontra “oculta” como idéia da imagem; a conquista da autonomia, como autoria
de pensamento de ações e criatividade, implica em elaborar e construir novas
estratégias frente a situações desconhecidas, desafiar o receio frente ao
diferente. O nosso objetivo foi alcançado e pudemos constatar que a arteterapia
facilitou o desenvolvimento da criatividade do aluno, que pode ser um canal de
intervenção para a minimização de problemas do aprendizado. O atual modelo
de Educação, em relação a disciplina de artes, devia ter a arteterapia como
aliada e ferramenta para esse desenvolvimento.
Neste trabalho podemos observar que os participantes pesquisados, os
alunos, ficaram mais “soltos”, falantes, alegres e animados em repetir os
trabalhos querendo sempre fazer “mais” o mesmo trabalho ou outros parecidos.
Estamos convencidos que este é o caminho para ser trilhado e que devemos
dar continuidade e “criar” sempre estratégias para “ o despertar” dos alunos,
não só na disciplina de artes como também em outras.
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ANEXOS
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1ª ATIVIDADE
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2ª ATIVIDADE
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3ª ATIVIDADE
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4ªATIVIDADE
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BELLO,Susan.Pintando a sua alma:método de desenvolvimento da
personalidade criativa.Editora Wak.Rio de Janeiro,2003
COLEÇÃO IMAGENS DA TRANSFORMAÇÃO. Número 11. volume 11. Editora
Pomar.Rio de Janeiro,2004
GOLDSCHMIDT, Lindomar.Sonhar,Pensar e criar: a educação como experiência
estética. Editora Wak.Rio de Janeiro,2004
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE,Gisa: GUERRA, M.Terezinha Telles.
Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar,fruir e conhecer arte.
Editora FDT. São Paulo,1998
OSTROWER,Fayga. Criatividade e processos de criação. Editora Vozes.
Petrópolis, Rio de Janeiro,1984
PARÃMETROS CURRICULARES NACIONAIS: ensino médio. Ministério da
Educação e Cultura. Secretaria de Educação média e Tecnológica.Brasília:
Ministério de Educação,1999.
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REVISTA IMAGENS DA TRANSFORMAÇÃO. Coordenadora PHILIPPINI,
Ângela.Número 6. volume 6. Editora Pomar,1994
URRITIGARAY, Maria Cristina.Arteterapia:Transformação pessoal pelas
imagens.Editora Wak.Rio de Janeiro,2003
VIRGOLIN,Ângela M.R. ; FLEITH, Denise Souza ; NEVES-PEREIRA,Mônica
Souza . Toc,toc...plim,plim! : Lidando com as emoções, brincando com o
pensamento através da criatividade. Editora Papirus. Campinas, São
Paulo,1999.
ÍNDICE
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓTICO DA ARTE NA EDUCAÇÃO 11
1.1 A Arte e a Educação 12
1.2 A Arte no Brasil e suas perspectivas 16
CAPÍTULO 2
A ARTETERAPIA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA
CRIATIVIDADE 20
CAPÍTULO 3
A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO ENSINO MÉDIO 25
CAPÍTULO 4
ATUAÇÃO EM PROJETO 29
CONCLUSÃO 35
ANEXOS 36
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 75
ÍNDICE 76
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