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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL MAYARA VITELBO DA SILVA ORIENTADORA SIMONE FERREIRA Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

MAYARA VITELBO DA SILVA

ORIENTADORA

SIMONE FERREIRA

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Rio de Janeiro

2010

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia. Por: Mayara Vitelbo da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me capacitado, à

minha mãe pelo encorajamento e apoio, aos meus irmãos

e aos meus familiares pelo incentivo. A todos os

professores das Faculdades Integradas “A Vez do Mestre”

que contribuíram muito para a realização desse trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho acadêmico a Deus que é o motivo

do meu viver.

A minha mãe por quem eu tenho um amor indescritível.

Ao meu amado sobrinho Pedro Gustavo, que nasceu

durante a realização deste trabalho, trazendo mais

inspiração e mais alegria para o meu lar.

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Brincar é descobrir as bondades da linguagem; é inventar

novas histórias, é assistir à possibilidade humana de criar

novos pulsares, e isso é maravilhosamente prazeroso. Brincar

é pôr a galopar as palavras, as mãos e os sonhos. Brincar é

sonhar acordado; ainda mais: é arricar-se a fazer do sonho um

texto visível. Um grande obstáculo para instrumentalizar um

programa educativo em que a criança e seus jogos estejam no

centro é a dificuldade que têm os professores para jogar.

(Morales Assencio, n.3, 1995)

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RESUMO

Lúdico tem origem no latim “ludus”, que significa jogar; Incluir o

lúdico no Currículo, no Projeto Político Pedagógico, no plano de aula e na

avaliação é trabalhoso, mas não é impossível, o que realmente acontece é que

a cobrança por parte da direção e das famílias dificulta a abordagem lúdica.

Brincar é um direito concedido por lei, uma atividade que promove interação,

noções de cidadania e aprendizagem. Os psicopedagogos junto aos

professores, aos pais e a comunidade devem conceder a criança a

oportunidade de usufruir da brincadeira, seja na escola ou não. Afinal, nada é

mais estimulante para uma criança do que uma boa brincadeira.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho foi realizada através de

pesquisa bibliográfica, de diferentes autores, que abordam o assunto de forma

direta ou indireta. Com o objetivo de realizar um trabalho coerente, onde as

ideias expostas no texto sejam fundamentadas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1

A EDUCAÇÃO INFANTIL

CAPÍTULO 2

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO

CAPÍTULO 3

A LUDICIDADE NA ESCOLA

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ANEXOS

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

O lúdico faz parte da vida do ser humano, é parte da sua essência e

estará sempre presente em suas vidas.

Na infância o brincar representa prazer, descoberta, motivação e

entretenimento e é através dele que conceitos que serão levados ao longo da

vida são construídos.

Na escola ele pode ser utilizado como ferramenta pelos educadores

para alcançar, de forma prazerosa e estimulante, os objetivos propostos.

Auxiliando também no desenvolvimento físico, afetivo, social e intelectual dos

alunos.

O currículo deve ser contextualizado política, social e culturalmente,

trazendo para a sala de aula situações que fazem parte do cotidiano dos

alunos, com o objetivo de motivá-los.

Considerando as especificidades afetivas, emocionais e cognitivas

das crianças de zero a seis anos, as experiências que podem contribuir para o

exercício da cidadania devem estar embasadas no direito de brincar, como

forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil.

Infelizmente, muitos pais não dão à devida importância ao brincar,

considerando-o desnecessário. Ultimamente, essa postura tem feito parte das

escolas e o lúdico tem se perdido na Educação Infantil.

Esse trabalho tem o objetivo ressaltar e embasar teoricamente a

importância do lúdico na formação do ser humano e na aprendizagem

Buscando direcionar, através de pesquisa bibliográfica, os

professores e demais profissionais envolvidos na educação a uma prática mais

lúdica, levando dinamismo para as aulas e, com isso, obtendo uma

aprendizagem significativa.

Contextualizando inicialmente a Educação Infantil, seus objetivos e

desafios posteriormente abordando a importância do lúdico, jogos e

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brincadeiras e o direito de brincar e, por fim, a ludicidade na escola, o papel

do psicopedagogo, o compromisso com os docentes e a parceria com a família.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INFANTIL

...Lá nossas crianças cantam, pintam, desenham e dramatizam, correm,

pulam, trocam informações, ensinam umas as outras a solucionar seus problemas,

enfim, vivem. (Maranhão, 2007)

A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, onde

segundo a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 “Tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos

físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade” (Seção II, artigo 29). De acordo com Maranhão, 2007:

“O desenvolvimento infantil precisa acontecer de forma global, nas

diferentes áreas, para que possa haver equilíbrio entre elas. É necessário que

se desenvolva nas áreas: cognitiva, psicomotora e afetiva”.

A educação nos dias de hoje tem a necessidade de acontecer de

forma global, os docentes precisam incentivar seus alunos ao questionamento,

não esquecendo, é claro, dos outros aspectos para que não haja um

desequilíbrio.

No Brasil, a Educação Infantil que existe há aproximadamente 150

anos, atende crianças de zero a seis anos, e divide-se as seguinte forma:

• De zero a três anos – Creche;

• De três a quatro anos – Maternal;

• De quatro a cinco anos – Pré-Escola I;

• De cinco a seis anos – Pré-Escola II;

Ambas tem como finalidade a complementação da educação

oferecida pela família, estando integradas com a comunidade e aos poucos

vem conquistando a confiança do povo brasileiro.

A proposta está voltada à educação para a cidadania: suas metas básicas são a cooperação e a autonomia, as crianças

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são encaradas como pequenos cidadãos e cidadãs, e o trabalho escolar é entendido como o que deve garantir o acesso aos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade e formar, simultaneamente, indivíduos críticos, criativos e autônomos, capazes de agir no seu meio e transforma-lo. (Kramer, 1999)

Dentro de toda proposta da Educação Infantil, as diferenças devem

ser consideradas e respeitadas. O educador deve ter um olhar individual para

seus alunos, com amor e seriedade, compreendendo que cada um tem uma

classe social, uma etnia, um sexo e uma cultura. Assim, o trabalho poderá ser

desenvolvido com qualidade.

A educação Infantil é uma etapa muito importante na educação, pois

ela está focada no desenvolvimento da criança em todos os aspectos, e o bom

desenvolvimento gera uma boa aprendizagem, pois aprendizagem e

desenvolvimento caminham lado a lado.

1.1 O contexto da Educação Infantil

A criança enquanto cidadão possui direitos e deveres, um dos

direitos garantidos as crianças de zero a seis anos de idade é o acesso às

escolas de Educação Infantil, mesmo não sendo obrigatória, é um direito que o

Estado deve garantir.

A Constituição Federal, em seu artigo 208-IV, determinou que "o dever do Estado com a educação às crianças de zero a seis anos será efetivado mediante garantia de atendimento em creche e pré-escola.”.

Considerando que a Educação Infantil existe no Brasil há

aproximadamente 150 anos, é possível compreender a postura da sociedade

diante desse segmento, em que a família na maioria das vezes não dá a

devida importância ao trabalho realizado, achando que nesta primeira etapa de

ensino o trabalho é direcionado aos cuidados físicos de saúde e alimentação.

Muitos pensavam, e alguns ainda pensam que os seus filhos vão

para a escola nessa idade apenas para “brincar”. E porque não brincar? Muitos

não sabem que o brincar é muito importante para o desenvolvimento da criança

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e que as atividades que aparentam ser apenas uma brincadeira têm objetivos

pedagógicos a serem alcançados.

Nas duas últimas décadas tem-se observado uma preocupação e

aceitação maior por parte da sociedade em relação a Educação Infantil, pois

com o surgimento da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, foi dado um olhar mais

específico ao segmento, propondo que as crianças de zero a seis anos sejam

atendidas com objetivo do desenvolvimento individual e pleno.

O que acontece hoje no Brasil é que a maioria das escolas que

oferecem a Educação Infantil é da rede privada e grande parte da população

não tem possibilidade financeira para arcar com o custo das mensalidades e

acabam esperando para colocarem seus filhos na escola apenas no

Fundamental I que existe uma oferta de vagas maior da na Rede Pública de

Ensino.

O número de alunos matriculados nesta etapa educacional ainda é

pequeno se comparado a nossa população.

Para ampliar a oferta na rede pública de ensino Estados e

Municípios assumiram compromissos e estabeleceram metas objetivando

alcançar à todos, uma vez que o direito ao acesso a essa etapa da Educação

é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, capítulo IV, artigo 54,

parágrafo IV “É dever do estado assegura à criança e ao adolescente:

atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;”

Embora o enfoque no desenvolvimento infantil nos dias de hoje seja

maior, ainda há dificuldades nesta sociedade que vê a criança como um ser

que precisa ser protegido.

Na verdade a criança tem capacidade de agir e pensar, ela constrói o

seu próprio conhecimento, sendo assim um sujeito capaz de construir sua

própria história.

A criança é existência concreta e deve ser percebida dentro da

totalidade social, pois a maneira de “viver a infância”

dependerá das condições objetivas de vida, da classe social e

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meio cultural da família onde nasce uma criança. (Ostetto,

1992, p.34)

1.2 Seus Objetivos

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: “A

instituição de ensino deve criar um ambiente de acolhimento que dê segurança

e confiança às crianças...”.

São objetivos da Educação Infantil para as crianças de zero a três

anos:

• experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas necessidades essenciais, expressando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo com progressiva autonomia;

• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus limites, sua unidade e as sensações que ele produz;

• interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações simples relacionadas à saúde e higiene;

• brincar;

• relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais profissionais da instituição, demonstrando suas necessidades e interesses.

(Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil)

Como já se sabe, a Educação Infantil atende as crianças de zero a

seis anos de idade. Seus objetivos são trabalhados o tempo todo, eles não tem

início nem fim. Com isso, os objetivos citados anteriormente continuarão sendo

trabalhados com as crianças de quatro a seis anos. Eles serão intensificados e

trabalhados junto aos seguintes:

• ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas;

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• identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade;

• valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivências;

• brincar;

• adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes

relacionadas com a higiene, alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;

• identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe.

Embora haja muitos objetivos a serem trabalhados, pode-se afirmar

que um dos principais objetivos da Educação Infantil é o desenvolvimento da

criança como um cidadão ativo na sociedade. Para que isso aconteça, o

trabalho deve estar pautado nos seguintes fundamentos norteadores:

• Princípios Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do

respeito ao bem comum.

• Princípios Políticos: dos direitos e dos deveres de cidadania, do exercício da

criticidade e do respeito à ordem democrática.

• Princípios Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade, da

qualidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

Partindo desses princípios, a instituição de Educação Infantil

apresentará uma proposta pedagógica abrangente, envolvendo a todos através

da interação entra as diversas áreas do conhecimento e da vida cidadã, como

conteúdos básicos para constituição de conhecimentos e valores.

A proposta da escola deve seguir o currículo, que orienta metas e

estratégias a serem seguidas no dia-a-dia da equipe, sendo um instrumento de

apoio a toda equipe pedagógica.

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O embasamento teórico não pode ser esquecido, é fundamental

que toda escola se baseie teoricamente, pois é ele que fundamenta a prática

pedagógica.

1.3 Desafios na Educação Infantil Na Educação Infantil, assim como em todo processo educacional,

encontramos diversos desafios que se tornam mais complexos quando se trata

de crianças de zero a seis anos de idade, pois desenvolver um trabalho onde a

realidade da criança seja ponto de partida para o desenvolvimento das

atividades, valorizar a interação entre as crianças, promover a construção de

uma autoimagem positiva, propor atividades que estimulem a criatividade e a

criticidade e ainda possibilitar a autonomia é desafiador.

Contudo, quando os educadores são questionados quanto aos

desafios da Educação Infantil, prontamente a resposta é a avaliação, que é

uma tarefa diária realizada por eles.

A avaliação existe, portanto, na instituição escolar, desde sua

criação. Ao longo da história da escola, verificamos que, mesmo

englobando uma variedade de formas para se exercer a

atividade avaliativa da aprendizagem, a avaliação tem mantido,

ao longo dos séculos, um certo caráter punitivo. (Lima, 2005).

O ciclo docente consiste no conjunto de ações realizadas pelo

professor e possui três fases que segundo Zóboli, 2001 são:

“Planejamento de Ensino, orientação ou execução da aprendizagem

e controle ou avaliação.”

• Como iremos avaliar essas crianças?

• Quais serão os instrumentos utilizados?

Enfim, surge uma série de dúvidas.

Segundo a definição de Zóboli, 2001, a avaliação é:

É o uso de recursos e técnicas que possibilitam avaliar o grau de consecução dos objetivos propostaos no planejamento e a avaliação do rendimento escolar ao longo do processo ensino-

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aprendizagem. Rendimento escolar são todas as transformações que se operam no pensamento, na linguagem, nas ações do aluno e em suas atitudes perante problemas e situações novas que lhe são apresentadas.

A avaliação escolar é resultado e para obter um bom resultado é

necessário que as etapas que levam até ele sejam bem estruturadas, podemos

citar como algumas das etapas nesse percurso que podem ser consideradas

as mais importantes o Projeto Político Pedagógico e o Planejamento de aula.

Fernández, 2001 menciona que “A avaliação não deve dirigir-se ao aluno. A

avaliação precisa situar-se como uma análise do processo construtivo do aluno

e do professor.”.

O norteador da ação educacional caracteriza-se pelo Projeto Político

Pedagógico. Onde o eixo do trabalho a ser desenvolvido é especificado através

dos objetivos gerais e específicos, e o conjunto de ações a serem tomadas

para alcançar o objetivo estabelecido é traçado pelo grupo.

Assim, o caminho vai sendo traçado e chega-se ao planejamento que é

construído pelo professor visando às necessidades do grupo e a realidade

deles, onde as propostas apresentadas, na maioria das vezes, partem de uma

atividade lúdica objetivando um melhor aproveitamento, pois todas as

experiências que são vividas pelos seres humanos, sendo elas de sucesso ou

de fracasso fazem parte da aprendizagem.

Após todo esse processo, avaliar torna-se mais fácil, sendo baseada

nas observações individuais e coletivas, utilizando registros diários dessas

observações.

Do planejamento decorrem as atividades que, avaliadas, possibilitam novas ações planejadoras. Ambos são elementos vitais do currículo, que como temos enfatizado – deve ser necessariamente dinâmico, flexível, organizado e coletivamente construído. (Kramer, 2002, p.169)

Avaliar, planejar e desenvolver um trabalho dentro de um Projeto

Político Pedagógico é realmente um desafio. Mas o maior dos desafios é o de

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preparar a matriz do indivíduo e desenvolver atividades que promovam a

formação de um cidadão crítico.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO

A característica essencial do que desejo comunicar refere-se ao

brincar como uma experiência, sempre uma experiência criativa, uma

experiência na continuidade espaço-tempo, uma forma básica de viver.

(Winnicott, 1975)

O lúdico origina-se do latim “ludus”, que significa jogar é

característica do homem, é algo que não precisa ser ensinado por um adulto, o

bebê brinca com o próprio corpo e com objetos em sua volta.

Aos quatro meses a criança brinca com seu corpo e com

objetos; desaparece atrás do lençol e torna a aparecer; dessa

maneira o mundo momentaneamente se oculta e ela volta a

recuperá-lo; quando os seus olhos se libertam do objeto

através do qual estava escondida. Brinca também com os

olhos: fecha-los e abrí-los é perder o mundo e possuí-lo.

(Aberastury, 1992)

Nesta fase a criança encontra-se no estágio, denominado por

Piaget, como sensório-motor, o primeiro momento do desenvolvimento lógico

que está baseado na evolução da percepção e da motricidade.

As atividades sensório-motoras e de natureza representativa (jogo

simbólico, dramatização, linguagem, memória, imagem mental e desenho) são

importantes para o desenvolvimento da criança.

Nas mais antigas civilizações já existiam os jogos e brinquedos,

desde os primórdios o brincar faz parte da vida de adultos e crianças “O lúdico

para o adulto é um alento, uma brecha, uma válvula de escape para os

compromissos do dia-a-dia” (Luiz Gustavo Vasconcellos apud Revista nós da

Escola , 2006).

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A ludicidade é importante na formação do cidadão, pois é nas

brincadeiras que aprendemos desde pequenos a respeitar regras, respeitar o

outro e a competir, sabendo que vencer ou perder faz parte da vida.

Brincando as crianças tendem a reproduzir situações do se viver

diário, colocando-se no lugar do adulto e conhecendo o mundo através dos

seus questionamentos “É uma maneira da criança entrar no mundo adulto, que

é assustador. Ela encontra o lúdico que é mediador social. O lúdico é um

amortecedor.” (Luiz Gustavo Vasconcellos apud Revista nós da Escola, 2006).

Contudo, brincar desenvolve o uso da linguagem, as estruturas

psicomotoras e cognitivas, estimula a criatividade, a hipotetização de situações,

a expressão dos sonhos, desejos e medos, é brincando que se cresce.

“O brinquedo, para a criança pré-escolar, é a coisa mais seria do mundo e é tão necessário ao desenvolvimento físico como são o alimento e o descanso (...) Os inúmeros poderes instintivos e intelectuais que compõe o equipamento da pessoa adulta normal, são em princípio, muito imperfeitos: exigem muito exercício, práticas e modificações antes que estejam prontos para, mais tarde, capacitarem os indivíduos a enfrentar as necessidades da vida adulta. O meio principal pelo qual esse desenvolvimento, essa modificação se realizam é o brinquedo. Na vida da criança, o brinquedo assume a importância que o adulto concede ao trabalho. A criança brincando todo dia ocupa-se de sua própria educação. Ela aprende a agir pelas ações, pelas experiências e pelos erros cometidos. O seu maior interesse é explorar, manejar e descobrir as coisas e o que delas pode advir. Durante tal processo estará também formando maneiras de sentir, pensar e agir que definirão mais tarde a sua personalidade” (Harriet, 1938).

Com o passar dos anos os brinquedos, jogos e brincadeiras vêm

ganhando espaço nas atividades escolares, mais especificamente na sala de

aula, não mais com o simples objetivo de recreação ou entretenimento, mas

como recurso didático na formação de conceitos, facilitando a aprendizagem e

o desenvolvimento em todos os aspectos e além de tornar a aula mais

prazerosa brincar colabora para saúde mental e física dos alunos.

Existem várias formas de o educador tornar a aprendizagem mais

agradável e interessante, pois as formas de explorar o lúdico são variadas

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(jogos, brinquedos, brincadeiras...) que ampliam as ferramentas utilizadas na

mediação do conhecimento.

Para as crianças qualquer novidade é encarada com ares lúdicos,

elas têm facilidade de lidar com o novo, com as tecnologias.

As formas de brincar mudam com o passar dos anos, os brinquedos

se modernizam e evoluem, os brinquedos eletrônicos não precisam ser

descartados, assim como as brincadeiras mais antigas, os educadores podem

estimular os alunos a intercalar o novo e o antigo, os recursos podem ser

mesclados e com certeza os alunos irão adorar afinal, quem não gosta de

bolas, bonecas, piões e games?

2.1 Jogos e brincadeiras

No dicionário da língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda

Ferreira é possível encontrar as seguintes definições: “Brincadeira sf1. Ato ou

efeito de brincar 2. Brinquedo(2) 3. Entretenimento, passatempo, divertimento,

brinquedo 4. Gracejo, pilhéria.” e “ Jogo (ô) sm.1. Atividade física ou mental

fundada em sistema de regras que definem a perda ou ganho. 2.

Passatempo...”

Alguns autores consideram jogos, brincadeiras e brinquedos como

se fosse a mesma coisa, outros afirmam que os jogos são de caráter

competitivo com regras definidas, já a brincadeira como algo livre, desprendida

de regras, contudo ambos fazem parte do universo lúdico.

O jogo está presente na história da humanidade, existe antes

mesmo das regras e normas sociais, está presente nas mais variadas culturas

e mostra-se a partir da formação cultural da sociedade.

Os jogos refletem valores e anseios de uma sociedade. Em algumas, o objetivo final do jogo é o empate, expressando o valor cultural local de equivalência moral. Em outras, principalmente nas sociedades ocidentais modernas, a excessiva valorização da competição está presente, onde cada indivíduo é valorizado pela capacidade de se destacar dos demais. (Coleção Gira Mundo, 2004)

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Em sociedades “vencer” torna-se obrigatório, é uma cobrança tão

grande que as crianças não desfrutem do prazer que o jogo proporciona e

quando perdem ficam extremamente frustrados.

O jogo tem várias formas podendo ser competitivo, cooperativo ou

recreativo e variam de acordo com as culturas, tendo uma gama de

possibilidades e variedades a serem exploradas.

As escolas têm buscado estimular a realização de jogos do tipo

cooperativo evitando desavenças, rivalidades e desigualdades uma vez que

cada indivíduo tem habilidades diferenciadas.

Os jogos cooperativos foram criados pelo pesquisador canadense,

Terry Orlick, na década te 70 e consiste em atividades que estimulam a

cooperação, a diversão, o envolvimento e a aceitação.

Assim como nos objetivos dos jogos cooperativos o brincar está

diretamente ligado ao prazer, ao divertimento, brincar é extintivo e não precisa

de um mediador, acontece naturalmente.

Brincar é a principal atividade da infância. Responde à necessidade de meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a curiosidade, experimentar, descobrir, expressar, comunicar, sonhar... Brincar é uma necessidade um impulso primário e gratuito que nos impede desde pequenos a descobrir, conhecer, dominar e amar o mundo e a vida. (Imma Marin e SilviaPenón, 2003/2004)

É através das brincadeiras que o ser humano constrói valores, se

comunica, aprende, cresce, humaniza-se, desenvolve-se e constrói conceitos

de cidadania. Neste momento a liberdade permite que o indivíduo tenha uma

expressão livre, livre de preconceitos e julgamentos.

As mais variadas emoções fazem parte das brincadeiras que podem

acontecer com um brinquedo ou apenas com o uso da imaginação, o faz-de-

conta, que é característico do estágio pré-operacional e que tem a fantasia

como algo muito importante, é um momento em que a criança sozinha ou

acompanhada brinca e pode criar, imaginar ou imitar e dá início a construção

de uma realidade concreta.

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De acordo com Vygotsky, através do brinquedo, a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende de motivações internas. Nessa fase (idade pré-escolar) ocorre uma diferenciação entre os campos de significado e da visão. (...) A criança poderá utilizar materiais que servirão para representar uma realidade ausente, por exemplo, uma vareta de madeira como uma espada (...) Nesses casos ela será capaz de imaginar, abstrair as características de objetos reais (...) e se deter no significado definido pela brincadeira. (Vygotsky APUD Rego, 1994).

Não tem como falar de brincadeiras sem associá-las aos brinquedos

que estão diretamente ligados à humanidade, é um objeto de estimulação,

alegria e diversão, podendo ser comprado, confeccionado com sucatas ou

“transformados” quando se utiliza de objetos com outras funções como se

fossem brinquedos.

A escolha do brinquedo deve ser feita com muita responsabilidade

para que ele não se transforme em estímulo negativo e é por isso que as

especialistas em brinquedo e educação Imma Marin e Silvia Penón elaboraram

uma lista que está em anexo que poderá nos auxiliar na escolha adequada,

levando em consideração os interesses, a idade, a estimulação, a finalidade, a

quantidade, a variedade, a segurança, a qualidade, a publicidade e os valores

que fomenta, ressaltando o que deve ser considerado e o que deve ser evitado.

De acordo com Winnicott, 1999:

“A experiência criativa começa com o viver criativo, manifestado

primeiramente na brincadeira”.

Seja de faz-de-conta, com brinquedos, sozinha ou

acompanhada as brincadeiras possuem uma função lúdica que segundo

Kishimoto, 2008”A função lúdica do brinquedo é propiciar diversão, prazer e até

desprazer, quando escolhido voluntariamente.”.

2.1.1 A influência da tecnologia

A tecnologia tem avançado em alta velocidade. O que hoje é

considerado um avanço tecnológico, amanhã não é mais.

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Ela está presente no dia-a-dia do ser humano e, é claro, faz parte

da vivência das crianças.

Alguns brinquedos foram modificados para atender essa tendência e

outros novos foram criados. São sons, cores, imagens, enfim, uma série de

atrativos.

O que preocupa é que a maioria desses brinquedos são individuais e

com isso, a criança perde o momento de interação que a brincadeira

proporciona e todos os outros benefícios decorrentes dessa atividade.

O brincar oferece-nos a possibilidade de que nos tornemos mais humanos, abrindo uma porta para sermos nós mesmos, poder expressar-nos, transformar-nos, curar, aprender, crescer. O brincar surge como oportunidade para o resgate dos nossos valores mais essenciais como seres humanos; como potencial na cura psíquica e física; como forma de comunicação entre iguais e entre várias gerações; como instrumento de desenvolvimento e ponte para a aprendizagem; como possibiliade de resgatar o patrimônio lúdico-cultural nos diferentes contextos socioeconômicos. (Friedmann, 2003/2004)

As relações pessoais estão sendo minimizadas pelo avanço da

tecnologia, cena que víamos antes de crianças no parquinho, brincando juntas

já não é mais vista, elas até vão ao parquinho, mas dedicam ficam sentadas

cada um com seu vídeo game portátil jogando.

O que é entristecedor é que esses “games” estão presentes até na

“hora do parquinho” nas escolas.

Não que esses jogos sejam maléficos para o desenvolvimento

infantil, mas como diz o ditado popular “Tudo que é demais faz mal”, o

problema está no excesso, quanto do seu dia a criança tem dedicado a esses

jogos.

A proposta é de que os dois jogos sejam mesclados, um pouco de

vídeo game e um pouco de brincadeira ao ar livre, da mesma forma que o

acesso a tecnologia não pode e não deve ser negado, o acesso aos jogos e

brinacadeiras antigas devem ser estimulados, até mesmo por uma questão

cultural.

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Novas tecnologias desencadeiam novas formas de percepção, de expressão, de linguagem e, inclusive, de ludicidade. Somos educados pelas inovações tecnológicas que cada época cria e, a partir dessa educação dos nossos modos de perceber, conceituamos o mundo. (Ribes APUD Nós da Escola, 2006).

O caráter lúdico também está presente nas outras formas de brincar,

nos outros recursos, o que está sendo questionado é o que está se perdendo

com as novidades tecnológicas.

Com isso, pode-se afirmar que o lúdico está presente em qualquer

tipo de jogo, sendo determinante as fontes de motivação que o fazem serem

lúdicos ou não. Jogos e brinquedos tradicionais ou modernos trazem prazer as

crianças, mas é importante que haja um equilíbrio entre esses momentos, que

a socialização que está implícita no ato de brincar com outras crianças

efetivamente aconteça.

2.2 O direito de brincar

Brincar é a atividade preferida pelas crianças, seja qual for o tipo da

brincadeira, o importante para elas é o divertimento, é a ludicidade existente

nessa atividade que envolve diversão, prazer, descoberta, interação,

aprendizagem e outros.

Enquanto brinca a criança vive momentos únicos, momentos que

não podem ser perdidos, pois brincando a criança cria o seu mundo de forma

que ela quer que seja, sendo quem ela quer ser, é um direito que deve ser

respeitado pelos adultos.

Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui. (Kishimoto APUD Maranhão, 2007)

Brincar é uma linguagem universal que ultrapassa as barreiras

sociais. Por isso, é defendido por teóricos, sociólogos, psicólogos,

psicopedagogos. Enfim, é um direito que consta, inclusive, na Declaração

Universal dos Direitos da Criança tamanha sua importância para o

desenvolvimento humano. Também é assegurada pelo Estatuto da Criança e

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do Adolescente que, no artigo 59, define que “Municípios com apoio dos

Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e

espaços para programações culturais, esportiva e de lazer voltadas para a

infância e a juventude.”.

A brincadeira também é tema de alguns parágrafos do Estatuto da Criança e do adolescente.

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (Artigo 4)

E também no direito que diz respeito à liberdade “O direito à

liberdade compreende os seguintes aspectos:” (Artigo 16)

“V - brincar, praticar esportes e divertir-se;”

Mas, infelizmente, o que vemos hoje é bem diferente do que o

Estatuto determina. Crianças estão perdendo cada vez mais esse espaço e

esse direito, pois atualmente as famílias têm se preocupado em designar

tarefas para as crianças, como inglês, natação, balé, judô, informática... São

tantas atividades que, no final, não sobra tempo, nem vontade, para brincar.

Eles se sentem cansados.

Mesmo tão pequenos, estão sendo “atropelados” por uma série de

obrigações, uma série de compromissos e a sua infância está sendo perdida,

tempo esse que não volta mais.

A vida adulta com status e sucesso é tão visada que esquecem o

quanto a brincadeira é importante no desenvolvimento desse adulto de

sucesso.

Nas escolas também não é diferente, em algumas instituições

alunos estão sendo treinadas, sendo bombardeadas por conteúdos e mais

conteúdos, e pessoas que deveriam lutar por esse gostoso e importante direito

fazem exatamente o oposto, pessoas que, por sua vez, deveriam garantir o

acesso desses alunos a diversas fontes e formas de ludicidade respeitando

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esse momento de inclusão e interação em que a criança se cria e recria,

desenvolve-se e constrói o seu conhecimento.

Ao invés de ter o seu direito respeitado pelos adultos, o que muita

das vezes acontece é que os “crescidos” também gostam de brincar. Mas,

infelizmente, eles esquecem disso. O que muda é a forma que o lúdico aparece

nessa idade, mesmo com seu espaço sendo restrito a alguns poucos e bons

momentos do dia-a-dia, seja com as câmeras digitais, Ipods, celulares ou de

forma tradicional a verdade é que:

Entre os seres humanos o jogo não limita-se apenas a infância; ao contrário, o ser humano aprecia o jogo e as brincadeiras até o fim da vida, até a morte. O s jogos têm a finalidade de nos ajudar na adaptação à realidade, além de facilitar sobremaneira o aprendizado, o comportamento cognitivo. (Ivan Byetring APUD Revista Nós da Escola, 2008)

Hoje é muito difícil ver uma criança se portando como tal, elas falam

como adultos e conversam sobre assuntos pertinentes à vida deles, isso

acontece porque ela passa mais tempo com as pessoas mais velhas ao invés

de conviver com crianças da sua idade. A brincadeira é uma atividade que

proporciona a socialização.

Um outro responsável pelo distanciamento entre as crianças são os

jogos eletrônicos, elas passam muito tempo nos vídeo games, não que eles

não possam ser utilizados, mas é necessário um equilíbrio entre os eletrônicos

e os demais jogos e brincadeiras.

É com base no brincar, que se constrói a totalidade da existência experiencial do homem. Não somos mais introvertidos ou extrovertidos. Experimentamos a vida na área dos fenômenos transicionais, no excitante entrelaçamento da subjetividade e da observação objetiva, e numa área intermediária entre a realidade interna do indivíduo e a realidade compartilhada do mundo externo aos indivíduos. (Winnicott, 1975)

O que não pode acontecer é a realidade que vivemos hoje, as

relações pessoais estão sendo perdidas, as crianças estão perdendo a

oportunidade de socialização, como ela vai aprender a respeitar os outros, a

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compartilhar, enfim, como ela vai desenvolver noções de cidadania se estão

sempre sozinhas?

2.3 O lúdico e a aprendizagem

Aprendemos quando adquirimos conhecimento. Situações de aprendizagem desafiadoras geram no indivíduo a necessidade interna básica de, talvez, romper com seus próprios limites enquanto movimentos em busca pelo novo. Por vezes, essa experiência vem acompanhada de sensações, sentimentos e emoções, com alegria e prazer, ou dor, incômodo e conflito. As dinâmicas da psique atuam constantemente na elaboração e aprendizagem decorrentes dessas situações. (Allessandrini APUD Maranhão, 2007)

Desde o início da história educacional brasileira até os dias de hoje

existe a dificuldade em compreender o processo de ensino – aprendizagem,

professores constantemente se questionam como propiciar aos seus alunos

uma aprendizagem significativa, como deve acontecer a mediação do

conhecimento e a preparação do indivíduo para a vida e quais os recursos

devem ser utilizados para que isto de fato ocorra.

Segundo Ausubel, para a aprendizagem ser significativa, é

necessário que o objeto do conhecimento tenha algum significado para o aluno,

o ponto de partida deve ser algo que o aluno conheça, depois partindo para

novos dados e esses dados serão relacionados, essa relação é a

aprendizagem significativa.

Antigamente, a fixação da aprendizagem consistia em guardar de cabeça, decorar, ou seja, era apenas um meio mecânico. Hoje fixar a aprendizagem é assimilar, pois só haverá aprendizagem se o aluno assimilar o que lhe é ensinado, isto é, quando ele incorpora os conhecimentos novos ao seu eu, à sua personalidade. (Zóboli, 2001)

Para que o aluno dê valor aquilo que já conhece, mude sua

consciência e transforme suas ações, é necessário passar por outras etapas,

são elas:

• Conhecimento Conceitual – O aluno sabe a serventia do objeto do

conhecimento, a sua função.

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• Conhecimento Procedimental – É quando o aluno domina o passo a passo

na construção do objeto de conhecimento.

• Conhecimento Atitudinal – O objeto conhecido é valorizado e causa

mudança de atitude, tendo seus valores agregados.

Na Educação Infantil, essas etapas são muito importantes e as auxiliam

na relação dos objetos com sua imagem mental.

É preciso que ela conheça, por exemplo, a bicicleta, que reconheça e relacione o nome atribuído a este objeto, para que posteriormente ela possa atribuir este nome à figura de uma bicicleta, e ao ouvir a palavra bicicleta possa formar sua imagem mental. (Maranhão, 2007)

O grande erro que ocorre nas Instituições de Ensino é que esse

processo não é bem estruturado, crianças são “forçadas” a pular etapas do

processo e com isso, os conceitos não são assimilados.

O caráter subjetivo da aprendizagem muitas vezes é esquecido; certos professores e pais pretendem despertar o desejo de aprender de seus alunos e filhos apelando para “estudar é necessário para se obter um bom emprego”, “para ganhar dinheiro” ou “para ser reconhecido socialmente”. Assim, desmente-se o que lamentavelmente, a sociedade atual oferece e, o objeto de aprender, deixando muitas crianças e adolescentes fora da possibilidade de reconhecer seu próprio desejo de aprender. (Fernandez, 2001)

O aluno deve ser motivado a “desejar” aprender, para que a

aprendizagem ocorra é necessário que diversas condições estejam

funcionando e é claro que ele precisa ser motivado, a motivação interfere muito

no desenvolvimento, uma vez que apenas 30% da inteligência do ser humano

é genética e 70% é potencializada por estímulos, segundo Zóboli, 2001 “As

fontes de motivação são intrínsecas e extrínsecas”.

As fontes intrínsecas são internas fazem parte do sujeito, é instintiva

como o lúdico, por exemplo, já as extrínsecas são externas o relacionamento

entre o professor e o aluno é um tipo dessa fonte.

Segundo Maranhão, 2007: “Através da brincadeira a criança se

apropria de conhecimentos que possibilitarão sua ação sobre o meio em que

se encontra”. Brincando a criança desenvolve conceitos que são muito

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importantes na aprendizagem, ela estrutura a linguagem, o pensamento,

desenvolve músculos responsáveis pela coordenação motora fina e etc.

Mesmo sem intenção de aprender, quem brinca aprende, até porque se aprende a brincar. Como construção social, a brincadeira é atravessada pela aprendizagem, uma vez que os brinquedos e o ato de brincar, a um só tempo, contam a história da humanidade e dela participam diretamente, sendo algo aprendido, e não uma disposição inata do ser humano... (Carvalho APUD Revista Pátio Educação infantil 2003/2004)

Com isso, pode-se afirmar que quando a aprendizagem acontece de

forma lúdica e prazerosa, o aluno estabelece relações cognitivas às

experiências vividas, utilizando de fato o conhecimento adquirido no seu dia-a-

dia.

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CAPÍTULO III

A LUDICIDADE NA ESCOLA

“Utilizar o jogo como instrumento educacional e curricular é descobrir

uma importante fonte de aprendizagem e desenvolvimento infantis” (Maranhão,

2007).

Partindo de uma proposta em que os conceitos são construídos

através da vivência dos alunos, visando propiciar um ambiente prazeroso para

que a aprendizagem ocorra significativamente, não se pode deixar de lado o

aspecto lúdico, pois nada está mais presente na vida das crianças que os

jogos, as brincadeiras, as dramatizações e tudo aquilo que explora a

imaginação, como menciona Winnicot, 1997 “É no brincar, e talvez apenas no

brincar que a criança ou adulto fruem de sua liberdade de criação”. A

brincadeira está no interior e no exterior das pessoas, é uma ponte que liga

esses “dois mundos”, liga as fontes de motivações intrínsecas e extrínsecas.

O lúdico não pode ser desvinculado da aprendizagem, ele deve ser

um aliado, deve ser explorado nas escolas como uma ferramenta para auxiliar

no caminho até os objetivos a serem alcançados.

Como princípios básicos da escola nova destacam-se: a valorização dos interesses e necessidades da criança; a defesa da idéia do desenvolvimento natural; a ênfase no caráter lúdico das atividades infantis; a crítica à escola tradicional, porque os objetivos desta estão calcados na aquisição de conteúdos; e a conseqüente prioridade dada pelos escolanovistas ao processo de aprendizagem. (Kramer, 1999)

As instituições de Educação Infantil devem estar focadas no

desenvolvimento integral das crianças, mas infelizmente algumas estão

preocupadas com a aplicação de conteúdos, ao ensino mecânico, mantendo-as

a maior parte do tempo nas salas, sentadas realizando “trabalhinhos” o que

para Vygotsky deve ser exatamente o contrário.

É interessante observar que, para Vygotsky, o ensino sistemático não é o único fator responsável por alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal. Ele considera o brinquedo uma importante fonte de promoção de

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desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser aspecto predominante na infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento infantil. (Vygotsky APUD Rego, 1994)

É necessário a implementação de uma escola onde o diálogo esteja

sempre presente, onde o erro tenha espaço, onde as diferenças sejam

respeitadas,onde a barreira entre professores e alunos não exista, mas que

eles possam construir juntos. Enfim, uma escola que ofereça liberdade.

3.1 O papel do psicopedagogo

No Brasil a psicopedagogia existe a mais de vinte anos, em nível de

pós-graduação, com carga mínima de 360 horas, a cada ano o número de

psicopedagogos vem crescendo no país, mas infelizmente o projeto de

regulamentação da profissão ainda aguarda aprovação, por enquanto ela é

considerada uma área de prestação de serviços.

Embora o termo psicopedagogia sugira a junção da Psicologia com

a Pedagogia, ela não está limitada apenas a essas duas áreas, é um estudo

muito mais complexo que recebe a contribuição da Filosofia, Neurologia,

Sociologia, Lingüística e Psicanálise para o exercício de sua função, que pode

ser aplicada na área Institucional e Clínica, tendo como enfoque principal a

complexidade do saber, o estudo do processo de aprendizagem do ser humano

que sob uma visão global integra saúde e a educação, zelando pelo

desenvolvimento de pessoas e instituições.

O psicopedagogo desenvolve na escola a função de assessoria ao

professor, trabalha com as famílias, participa das reuniões de pais levando

dados de experiências obtidas no atendimento às crianças com dificuldade de

aprendizagem, formação continuada dos professores, atendimento aos alunos

que possuem dificuldades na aprendizagem, problemas na disciplina e

violência na escola.

Nas escolas o psicopedagogo analisa os fatores que prejudicam,

favorecem e interferem na aprendizagem, auxiliando não só os alunos que

possuem dificuldades, mas também na compreensão do processo, tendo uma

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atuação preventiva, prestando assessoria no desenvolvimento de projetos e

planos estabelecidos, instrumentalizando os professores e promovendo a

integração com as famílias.

Vale mencionar que no referente as estratégias de

operacionalização do trabalho psicopedagógico, o jogo se

constitui um excelente catalisador de aprendizagem. Rompe

defesas, permite à criança projetar seus conflitos e revivê-los,

manejando-os de acordo com o seu desejo. (Porto, 2009)

Os jogos auxiliam não só na análise da aprendizagem como na

aprendizagem propriamente dita, e em uma atuação preventiva o

psicopedagogo deve orientar os educadores na exploração do lúdico em suas

aulas para que a aprendizagem seja significativa, onde a criança não só

conheça o objeto, mas saiba manuseá-lo e utilize-o no seu dia-a-dia.

O exercício de todas as funções semióticas que supõe a atividade lúdica possibilita uma aprendizagem adequada, na medida em que é por meio dela que se constroem os códigos simbólicos e signálicos e se processam os paradigmas do conhecimento conceitual, ao se possibilitar, por meio da fantasia e do tratamento de cada objeto nas suas múltiplas circunstâncias possíveis. (Pain APUD Porto, 1986).

O lúdico é um aliado para todos os envolvidos com o processo de

desenvolvimento humano, é através dele que o ser humano se desenvolve,

aprende e se recria mediante as circunstâncias e é esse valor que o

psicopedagogo deve passar para os professores durante as

instrumentalizações feitas por ele, preocupando-se em promover a

conscientização da família e da comunidade, considerando que além da

escola, ambas são envolvidas no processo de aprendizagem, tendo cada uma

a sua importância nesse processo, tendo o compromisso de oferecer

momentos em que as crianças possam brincar e permitir que elas brinquem

dentro e fora da escola.

3.2 O compromisso com os docentes

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Hoje em dia, os docentes não são mais transmissores do

conhecimento, são mediadores, fazem a mediação entre o conhecimento e o

sujeito, tendo como função auxiliar na construção dos conceitos.

Segundo Maranhão, 2007:

“Portanto, cabe ao professor preocupar-se com o modo pelo qual a

criança aprende, muito mais do que com o modo pelo qual ele vai ensinar”.

Na Educação Infantil não é diferente. É a partir desse segmento que

os professores devem estar cada vez mais preparados para utilizar o lúdico no

desenvolvimento das propostas, buscando constantemente estimular os alunos

à solidariedade, à cooperação, à valorização individual e do grupo, pois se os

alunos, desde pequenos, começarem a compreender que o professor é apenas

o mediador do processo de ensino-aprendizagem, futuramente, esse aluno terá

uma boa relação afetiva com o professor e poderá entender que o papel do

professor é ajudá-lo e incentiva-lo a fazer suas próprias descobertas.

Com certeza, os docentes representam um papel muito importante

para o desenvolvimento das gerações futuras. Portanto, devem encarar com

muita responsabilidade e acima de tudo ter um compromisso em exercer sua

profissão, porque realmente ama o que faz e acredita que tem uma grande

missão, que é conduzir os alunos a cidadania, levando-os a perceber os seus

direitos, deveres e suas responsabilidades perante a sociedade, segundo

Zóboli,2001:

“Socializar é introduzir o indivíduo na vida social, já que nós vivemos

num mundo socializado. A escola precisa ensinar aos alunos a viverem juntos,

a trabalharem juntos, a conviverem, enfim, a serem amigos uns dos outros”.

Todo educador deve fazer uma autoavaliação do seu trabalho, ou

seja, parar e analisar se realmente seu trabalho está sendo desenvolvido de

acordo com a realidade que seus alunos vivenciam, também não podemos

esquecer que é importantíssimo que os docentes estejam sempre dispostos à

mudança, procurando sempre se reciclar, seja através e cursos e palestras ou

aprimorando sua formação.

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O docente deve adotar em suas aulas atividades que motivem

seus alunos, relacionando os objetivos à realidade, procurando ampliar o

universo do conhecimento dos alunos.

Na Educação Infantil é muito importante que, no desenvolvimento do

trabalho, as crianças vivenciem na escola situações referentes à realidade

vivida por eles, podendo ser em uma simples simulação de ida ao mercado.

Neste momento, o professor poderá trabalhar diversos conceitos de forma

lúdica e prazerosa.

Do ponto de vista pedagógico, entende-se que as atividades lúdicas

são extremamente ricas, tanto para compreender o universo infantil, tanto para

o desenvolvimento humano, para a formação do cidadão.

A brincadeira não pode ser ignorada pelos docentes. Aliás, quem o

faz mostra um total desconhecimento da importância pedagógica inserida

nessa atividade.

A brincadeira prepara para a vida adulta, para a sociedade e sendo

essa a função dos educadores é essencial que o lúdico esteja presente nas

suas propostas.

Percebe-se que o professor tem uma grande oportunidade de mudar

a realidade do ensino, mesmo com toda desvalorização que há, seja ela

público ou privado, pois quem faz a diferença é quem está em sala diante dos

pequeninos com olhos abertos e curiosidade aguçada são os docentes, essa

situação pode ser mudada com um pouco de conhecimento, um pouco de

vontade e com muito, muito amor.

Me movo como educador, porque primeiro me movo como gente.” é porque acima de tudo, o objetivo é despertar nos alunos o desejo de querer fazer, o querer aprender, buscando quebrar o tabu que o docente sabe tudo, quando na verdade o professor e os alunos estão sempre aprendendo, a aprendizagem é um processo contínuo, o saber pertence a uma busca constante.( Freire, 1996 )

3.3 A parceria com a família

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Sabemos que o trabalho conjunto escola-famílias é um do maiores desafios de uma proposta pedagógica, na medida que reflete a problemática social mais ampla(...) Nesse sentido, é preciso compreender os fatores sociais e políticos que estão em jogo na relação escola-famílias, não acusando ou culpando os pais quando não participam da vida escolar e, simultâneamente, buscando as formas de aproxima-los da nossa proposta e de aproximarmo-nos de seus interesses. (Kramer,1999)

A família é uma das mais antigas instituições sociais que segundo

E.W Burgess e K.J Loock APUD Ferreira , 1993:

“A família é um grupo de pessoas ligadas por laços de casamento

consanguíneo e de adoção, constituindo um único lar, interagindo e

intercomunicando-se uns com os outros através de seus respectivos papéis

sociais de marido, esposa, pai, mãe, filho, irmão e criando uma cultura

comum”.

Hoje os modelos de família são bem variados, definir o que é família

no século XXI é algo muito complicado, mas mesmo distantes de uma definição

precisa as instituições de ensino e os profissionais envolvidos precisam ter

estratégias para driblar as dificuldades e buscar a realização de uma parceria

que é imprescindível para uma educação bem sucedida.

A participação das famílias nas atividades escolares é muito

importante, o aluno precisa do apoio, do incentivo de seus familiares, uma vez

que a autoestima influencia muito na aprendizagem, essas duas instituições

precisam caminhar juntas e para que isso ocorra os docentes, com apoio da

equipe pedagógica, devem promover atividades que integre a família à escola,

visando à criação de vínculos, que são de extrema importância para a

aprendizagem.

São dois os principais objetivos da interação escola-famílias. De um lado, ela visa propiciar o conhecimento dos pais e responsáveis sobre a proposta pedagógica que está sendo desenvolvida, para que possam discutí-la com a equipe. De outro lado, essa interação favorece e complementa o trabalho realizado na escola com as crianças, na medida em que possibilita que se conheça seus contextos de vida, os costumes e valores culturais de suas famílias, e as diferenças

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ou semelhanças existentes entre elas e em relação à proposta. (Kramer, 1999)

É muito comum que algumas realizem atividades de integração

família-escola, os responsáveis são convidados a irem à escola para participar

de algumas atividades, que fujam das famosas reuniões, que muita das vezes

são extremistas falam em excesso do aluno e seu desempenho, focando nos

resultados ou são didáticas demais deixando os pais distantes.

São exemplos dessas atividades:

• Cozinha experimental - os responsáveis junto com as crianças irão preparar

alguns quitutes, socializando-os com outras famílias após o preparo. (Essa

atividade requer uma estrutura maior).

• Roda de leitura – os responsáveis contarão histórias para as crianças. (Essa

atividade é mais simples, porém não perde a eficácia).

• Culminância do Projeto – Os alunos apresentam aos seus familiares

materiais que foram construídos ao longo do projeto.

Essas atividades fazem com que as famílias tomem ciência da

responsabilidade que tem com a aprendizagem das crianças, pois muitos com

a desculpa que tem que trabalhar deixa seus filhos para que a escola, além de

suas responsabilidades, cuide e eduque as crianças.

Durante a maior parte da história, a família foi a principal, quando não a única instituição educativa. As crianças aprendiam as habilidades técnicas necessárias para a sua vida adulta e também aprendiam o que significava ser um membro da família e da comunidade no interior do próprio grupo familiar (direitos e deveres). (Ferreira, 1993)

É importantíssimo que a família se sinta responsável pela educação

que seus filhos estão obtendo na escola, pois é bom que eles estejam sempre

em contato. Não apenas nos momentos em que são solicitados, mas que ele

se faça presente no processo educacional de seu filho.

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CONCLUSÃO

Ao falar sobre o lúdico na Educação Infantil, os profissionais

envolvidos com o segmento inicialmente têm uma boa reação e afirmam que

na hora do parquinho seus alunos brincam livremente, mas quando a proposta

é que o lúdico seja explorado não só na “hora do parquinho”, mas como

facilitador da aprendizagem surgem uma série de dúvidas, se isso pode ser

feito e como deve ser feito.

Muitos professores encontram dificuldades em realizar suas aulas de

forma lúdica, isso acontece porque as pessoas tendem a reproduzir a forma

com que foi ensinada.

A ludicidade não só é presente, como é intensa na Educação Infantil,

os jogos, os brinquedos, as brincadeiras, as leituras, as aulas dinâmicas

facilitam a aprendizagem dos alunos e traz qualidade ao trabalho do educador.

A ludicidade deve estar sempre presente no universo infantil, em

todas as áreas do conhecimento, pois quando a criança aprende interagindo

com o outro, seja através de jogos ou brincadeiras, ela pode aprender com

mais facilidade do que se ela estivesse sozinha, ou seja, ela socializa o

conhecimento, pois é nessa fase que os alunos estão tendo suas interações

sociais, onde o bom relacionamento professor / aluno ou aluno / aluno, abre

uma porta para a boa aprendizagem.

Com o auxílio do psicopedagogo, os educadores serão sempre

estimulados a adequar sua prática, seguindo por um caminho que leve seus

alunos a uma aprendizagem significativa, promovendo jogos educativos,

brincadeiras e até mesmo atividades desenvolvidas pelos próprios alunos.

Trazendo a família e a comunidade para a escola, conscientizando-os que a

aprendizagem é responsabilidade de todos.

Propostas metodológicas foram apresentadas nesse trabalho, para

os professores que desejam realizar suas aulas de forma diferente.

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A abordagem de forma lúdica facilita o desempenho do professor

e do aluno, pois ela é intensa na Educação Infantil, sendo o melhor caminho

para a aprendizagem.

Brincar é direito da criança, porém esse direito não está limitado a

escola e não deve ser realizado apenas como objetivo didático, ela tem que

brincar em casa, em outros ambientes, brincar apenas por brincar, é por isso

que a interação que o psicopedagogo promove entre família, escola e

comunidade é tão importante.

Com todo movimento de cooperação e colaboração por parte dos

envolvidos na educação, os desafios vão sendo vencidos e os objetivos vão

sendo alcançados.

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BIBLIOGRAFIA

ABERASTURY. Arminda, A criança e seus jogos, Porto Alegre, Editora:

Artmed, 1992.

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Constituição Federal da República Federativa do Brasil, Brasília, 1988.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Revista Pátio Educação Infantil, Ano I, N° 3, Dez 2003/Mar 2004.

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Revista Pátio Educação Infantil, Ano I, Dez 003/Mar 2004, pg. 31

Imma Marin e Silvia Penón

Critérios de seleção de jogos e brinquedos

O que se deve levar em conta? O que se deve evitar?

Os interesses infantis O brinquedo deve atender aos interesses e aos gostos do menino ou da menina que brincará com ele.

Cada criança tem necessidades lúdicas e psicopedagógicas diferentes, e é preciso conhecê-las.

Comprar o brinquedo que agrada ao adulto(um brinquedo nunca deve ser imposto).

Pensar que todos os meninos e meninas da mesma idade gostam da mesma coisa.

A idade Adequar o brinquedo à idade do menino ou da menina e a sua capacidade física e psicológica.

Observar na caixa qual a idade recomendada.

Comprar jogos ou brinquedos muito simples ou complicados demais, imaginando que a criança esteja muito adiantada.

A estimulação Deve estimular qualquer aspecto do desenvolvimento da criança: motor, cognitivo-afetivo e social. Deve permitir desfrutar, descobrir, inventar, refletir, tocar, etc.

Escolher brinquedos que limitem as possibilidades de jogo devido à sua pouca versatilidade.

A finalidade A principal função de um brinquedo é divertir; portanto, deve ser sempre atrativo para a criança que brincará com ele.

Evitar os brinquedos excessivamente didáticos, pois podem deixar de ser brinquedos para se converter em material escolar.

A quantidade

Deve-se limitar o número de jogos e brinquedos para evitar condutas caprichosas e ensinar a criança a se divertir com o que tem.

Pensar que para brincar são necessários muitos brinquedos; o excesso é inversamente proporcional à vontade de brincar.

A variedade As crianças crescem, e seus interesses e necessidades também variam; por isso, necessitam de outros brinquedos.

Acreditar que para ser um bom brinquedo tem que durar muitos anos.

Pensar que os únicos melhores brinquedos de que a criança necessita são aqueles que podemos comprar: nenhum jogo “instituído” garante por si só o jogo.

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A segurança Por outro lado, não esqueçamos que qualquer objeto pode converter-se em um brinquedo nas mãos de uma criança. É preciso estimular sua imaginação, possibilitando que elas próprias criem seus brinquedos: caixas que se transformem em carrinhos ou em berços para as bonecas, prendedores de roupa que se tornem personagens, etc.

Pensar que os jogos mais caros são sempre os mais seguros e os mais bem-feitos.

A qualidade Devem cumprir as normas do órgão responsável pela sua normatização (há uma etiqueta que indica isso), garantindo que são brinquedos seguros.

Além disso, devem ter sempre instruções na língua do país.

Comprar brinquedos muito baratos, pois sabemos que às vezes o barato sai caro.

A publicidade Assegurar-se da qualidade do brinquedo não se refere apenas a durabilidade do material, mas também ao cumprimento da finalidade para o qual foi criado.

Pensar que todos os brinquedos que aparecem na televisão são maus e recusar-se a comprar um brinquedo comercial.

Os valores que fomenta As crianças agem muitas vezes influenciadas pela televisão e pelo que seus amigos têm. De todos os brinquedos que pedem, é preciso observar com o qual elas mais sonham e por quê.

Proibir de maneira taxativa e pouco refletida os brinquedos que fomentam os valores negativos.

Acreditar que cada sexo correspondem brinquedos que lhe são próprios e mesmo exclusivos: as bonecas para as meninas e os carrinhos para os meninos.

ÍNDICE

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AGRADECIMENTOS 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPITÚLO I 10

A EDUCAÇÃO INFANTIL 10

1.1 O contexto da Educação Infantil 11

1.2 Seus objetivos 13

1.3 Desafios na Educação Infantil 15

CAPÍTULO II 18

A IMPORTÂCIA DO LÚDICO 18

2.1 Jogos e brincadeiras 20

2.1.1 A influência da tecnologia 22

2.2 O direito de brincar 24

2.3 O lúdico e a aprendizagem 27

CAPÍTULO III 30

A LUDICIDADE NA ESCOLA 30

3.1 O papel do psicopedagogo 31

3.2 O compromisso dos docentes 32

3.3 A parceria com a família 34

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39 ANEXO 42

ÍNDICE 45