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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
QUIROPRAXIA
ELABORAÇÃO DE UM GUIA DE DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO EM QUIROPRAXIA DAS DOENÇAS DOS
MEMBROS SUPERIORES
Subtítulo: GUIA PRÁTICO DO QUIROPRAXISTA VOLUME II
Adriana Pegoraro
Mara Célia de Paiva Bumerad
São Paulo
2009
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
QUIROPRAXIA
ELABORAÇÃO DE UM GUIA DE DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO EM QUIROPRAXIA DAS DOENÇAS DOS
MEMBROS SUPERIORES
Subtítulo: GUIA PRÁTICO DO QUIROPRAXISTA VOLUME II
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Universidade Anhembi Morumbi para
obtenção do Título de Bacharel em Quiropraxia
Orientador: Djalma José Fagundes
Corientadora: Aline Pereira Labate Fernandes
São Paulo
2009
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
QUIROPRAXIA
Coordenadora do Curso: Profª. Ana Paula Albuquerque Facchinato
Título: Elaboração de um Guia de Diagnóstico e Tratamento em Quiropraxia
das Doenças dos Membros Superiores.
Autoras: Adriana Pegoraro
Mara Célia de Paiva Bumerad
Orientador: Prof. Dr. Djalma José Fagundes
Co-orientadora: Profª Aline Pereira Labate Fernandes
Banca Examinadora:
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―Ainda que eu fale a língua dos homens e dos
anjos, ainda que eu tenha o dom de profetizar
e conheça todos os mistérios e toda ciência e
ainda que eu distribua todos os meus bens
entre os pobres, se eu não tiver amor, nada
disso me aproveitará.‖
1ª carta aos Coríntios 13 – Bíblia Sagrada
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DEDICATÓRIA
―Dedico esse trabalho ao meu Pai Maior. Aos meus
pais e irmãos pelo apoio, respeito, compreensão e
paciência que tiveram durante esses anos de curso.
Aos meus amigos que sempre me apoiaram e aos
meus professores que me ensinaram a amar a
Quiropraxia.‖
Adriana Pegoraro
―Dedico este trabalho ao meu criador YHWH. Ao
meu marido pela paciência, apoio e carinho
demonstrados. As minhas amigas Sueli e Elisangela
que estiveram sempre presentes me apoiando nesta
etapa da minha vida e a todos ―entões‖ que por
algum motivo não concluíram o terceiro grau.‖
Mara Célia de Paiva Bumerad
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AGRADECIMENTO ESPECIAL
Agradecemos ao nosso orientador Dr. Djalma José Fagundes, professor de
Metodologia Científica, da Universidade Anhembi Morumbi, pelos desafios a
nós propostos durante estes quatro anos e meio de convivência nos mostrando
que o conhecimento é mais que uma necessidade em nossos dias, mas um
bem que não pode ser furtado.
Falar de sua inteligência e competência seria lugar comum. O que gostaríamos
que soubesse é que desejamos nos espelhar na sua conduta, no seu jeito de
dar aula, na sua expressividade e agradecer por despertar em nós a
criatividade latente e permitir que o sonho de escrever um livro deixasse de ser
só um sonho e fazer valer a canção que diz que ―sonho que se sonha junto é
realidade‖.
Nesta fase de rito de passagem de nossas vidas o que muito prazer nos daria é
ouvir de seus lábios um dia que não somente deixamos de serem aprendizes,
mas que você nos considera ―amigas‖.
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AGRADECIMENTOS
A Professora Aline P. Labate, supervisora da Clínica de Quiropraxia e
professora da Universidade Anhembi Morumbi, coorientadora deste trabalho,
pela correção e construção desta pesquisa.
À coordenação do Curso de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi,
pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho.
À professora Toni Cheri Bleggi Botelho Bracher pela elaboração do
―abstract‖ do nosso trabalho de conclusão de curso e pela dedicação
demonstrada durante todo o período de pesquisa, tirando nossas dúvidas e
dando excelentes sugestões.
Ao professor Pablo Blass Valverde pela ajuda na correção do trabalho e por
ter colocado a disposição para consulta seu material de aula.
A todos os demais professores que participaram da nossa formação intelectual
nestes anos.
Ao Senhor João Aparecido de Oliveira ―in memoriam‖, técnico do laboratório
de Morfologia Humana da Universidade Anhembi Morumbi pelo criterioso e
valioso apoio que nos foi dedicado no início de nossa formação.
À Cristhiane Damiani Iborra, secretária da clínica, pela atenção, amizade e
profissionalismo durante o período de internato.
A todos os colegas de classe, pelo ombro amigo, pela paciência, pelas
lágrimas enxugadas e sorrisos partilhados.
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LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO II pag
Fig.1.18.................................................................................................... 43
Fig.2.18.................................................................................................... 44
Fig.3.18.................................................................................................... 44
Fig.4.18.................................................................................................... 46
Fig.5.18.................................................................................................... 46
Fig.6.18.................................................................................................... 51
Fig.7.18.................................................................................................... 53
Fig.8.18.................................................................................................... 56
Fig.9.18.................................................................................................... 58
Fig.10.18.................................................................................................. 60
Fig.11.18.................................................................................................. 63
Fig.12.18.................................................................................................. 66
Fig.13.18.................................................................................................. 69
Fig.14.18.................................................................................................. 71
Fig.15.18.................................................................................................. 71
Fig.16.18.................................................................................................. 73
Fig.17.18.................................................................................................. 76
Fig.18.18.................................................................................................. 78
CAPÍTULO III pag
Fig.1.4...................................................................................................... 90
Fig.2.4...................................................................................................... 92
Fig.3.4...................................................................................................... 96
Fig.4.4...................................................................................................... 99
CAPÍTULO IV pag
Fig.1.8...................................................................................................... 105
Fig.2.8...................................................................................................... 105
Fig.3.8...................................................................................................... 108
Fig.4.8...................................................................................................... 110
Fig.5.8...................................................................................................... 112
Fig.6.8...................................................................................................... 114
-
Fig.7.8...................................................................................................... 116
Fig.8.8...................................................................................................... 118
CAPÍTULO V pag
Fig.1.22.................................................................................................... 126
Fig.2.22.................................................................................................... 126
Fig.3.22.................................................................................................... 126
Fig.4.22.................................................................................................... 133
Fig.5.22.................................................................................................... 135
Fig.6.22.................................................................................................... 138
Fig.7.22.................................................................................................... 141
Fig.8.22.................................................................................................... 143
Fig.9.22.................................................................................................... 145
Fig.10.22.................................................................................................. 148
Fig.11.22.................................................................................................. 150
Fig.12.22.................................................................................................. 152
Fig.13.22.................................................................................................. 154
Fig.14.22.................................................................................................. 156
Fig.15.22.................................................................................................. 158
Fig.16.22.................................................................................................. 158
Fig.17.22.................................................................................................. 158
Fig.18.22.................................................................................................. 160
Fig.19.22.................................................................................................. 162
Fig.20.22.................................................................................................. 164
Fig.21.22.................................................................................................. 166
Fig.22.22.................................................................................................. 168
CAPÍTULO VI pag
Fig.1.2...................................................................................................... 180
Fig.2.2...................................................................................................... 182
CAPÍTULO VII pag
Fig.1.60.................................................................................................... 186
Fig.2.60.................................................................................................... 185
Fig.3.60.................................................................................................... 188
Fig.4.60.................................................................................................... 189
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Fig.5.60.................................................................................................... 189
Fig.6.60.................................................................................................... 190
Fig.7.60.................................................................................................... 191
Fig.8.60.................................................................................................... 192
Fig.9.60.................................................................................................... 192
Fig.10.60.................................................................................................. 193
Fig.11.60.................................................................................................. 194
Fig.12.60.................................................................................................. 194
Fig.13.60.................................................................................................. 195
Fig.14.60.................................................................................................. 196
Fig.15.60.................................................................................................. 196
Fig.16.60.................................................................................................. 197
Fig.17.60.................................................................................................. 198
Fig.18.60.................................................................................................. 198
Fig.19.60.................................................................................................. 199
Fig.20.60.................................................................................................. 200
Fig.21.60.................................................................................................. 201
Fig.22.60.................................................................................................. 202
Fig.23.60.................................................................................................. 203
Fig.24.60.................................................................................................. 203
Fig.25.60.................................................................................................. 204
Fig.26.60.................................................................................................. 205
Fig.27.60.................................................................................................. 206
Fig.28.60.................................................................................................. 207
Fig.29.60.................................................................................................. 208
Fig.30.60.................................................................................................. 208
Fig.31.60.................................................................................................. 209
Fig.32.60.................................................................................................. 210
Fig.33.60.................................................................................................. 210
Fig.34.60.................................................................................................. 211
Fig.35.60.................................................................................................. 212
Fig.36.60.................................................................................................. 213
Fig.37.60.................................................................................................. 213
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Fig.38.60.................................................................................................. 214
Fig.39.60.................................................................................................. 214
Fig.40.60.................................................................................................. 215
Fig.41.60.................................................................................................. 215
Fig.42.60.................................................................................................. 216
Fig.43.60.................................................................................................. 217
Fig.44.60.................................................................................................. 218
Fig.45.60.................................................................................................. 219
Fig.46.60.................................................................................................. 220
Fig.47.60.................................................................................................. 220
Fig.48.60.................................................................................................. 221
Fig.49.60.................................................................................................. 222
Fig.50.60.................................................................................................. 222
Fig.51.60.................................................................................................. 223
Fig.52.60.................................................................................................. 223
Fig.53.60.................................................................................................. 223
Fig.54.60.................................................................................................. 224
Fig.55.60.................................................................................................. 224
Fig.56.60.................................................................................................. 225
Fig.57.60.................................................................................................. 225
Fig.58.60.................................................................................................. 226
Fig.59.60.................................................................................................. 226
Fig.60.60.................................................................................................. 227
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LISTA DE QUADRO
CAPÍTULO II pag
Quadro 1................................................................................................. 48
CAPÍTULO III pag
Quadro 2................................................................................................. 87
CAPÍTULO IV pag
Quadro 3................................................................................................. 106
CAPÍTULO V pag
Quadro 4................................................................................................. 128
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LISTA DE ALGORITMOS
CAPÍTULO II pag
Algoritmo 1.............................................................................................. 49
Algoritmo 2.............................................................................................. 50
CAPÍTULO III pag
Algoritmo 3.............................................................................................. 88
CAPÍTULO IV pag
Algoritmo 4.............................................................................................. 107
CAPÍTULO V pag
Algoritmo 5.............................................................................................. 129
Algoritmo 6.............................................................................................. 130
Algoritmo 7.............................................................................................. 131
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABQ Associação Brasileira de Quiropraxia
ADM Amplitude de Movimento
AINE Antiinflamatório Não-Esteróide
AR Artrite Reumatóide
ATM Articulação Têmporo Mandibular
BIREME Biblioteca Regional de Medicina
CAO Capsulite Adesiva do Ombro
DORT Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
ENMG Eletroneuromiografia
FNP Facilitação Neuro Proprioceptiva
IFD Articulação Interfalângica Distal
IFP Articulação Interfalângica Proximal
INSS Instituto Nacional de Seguro Social
LER Lesões por Esforços Repetitivos
MCF Metacarpofalangeana
MEC Ministério da Educação e Cultura
N.d.n. Nada digno de nota
OA Osteoartrose
ODC Osteocondrite Dissecante do Cotovelo
ODO Osteocondrite Dissecante do Olécrano
PRICE Proteção Repouso Gelo Compressão Elevação
RNM Ressonância Nuclear Magnética
SBOT Revista Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
STC Síndrome do Túnel do Carpo
TC Tomografia Computadorizada
TENS Eletroestimulação Transcutânea
UAM Universidade Anhembi Morumbi
US Ultrassom
VHS Velocidade de Hemossedimentação
WFC World Federation of Chiropractic
WEB World Wide Web
RX Radiografia Simples
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RESUMO
Objetivo: Elaboração de um manual de cuidados das doenças dos membros
superiores, projetado como um guia rápido e atual de referência para
estudantes, quiropraxistas e estudiosos da área neuromúsculoesquelética.
Métodos: As doenças dos membros superiores selecionadas foram às
consideradas prevalentes, de acordo com a revisão bibliográfica (base de
dados da BIREME, UNIFESP, USP e UNICAMP) e o embasamento empírico
do Corpo Docente de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi. O guia
foi baseado, metodologicamente e fundamentalmente, em um tipo de
publicação na área médica conhecido como ―current diagnosis and treatment‖ e
apresentado na forma de ―livro de bolso‖. As informações deste livro foram
compiladas de fontes confiáveis, resultado de intensa pesquisa, com intuito de
fornecer ao leitor uma indicação aprofundada em procedimentos de diagnóstico
e tratamento através de uma abordagem prática e competente. Resultados: A
obra é apresentada de maneira muito prática e didática: são 41 doenças dos
membros superiores, consideradas prevalentes, que compõem este guia, e
distribuídas em cinco seções: (1) Ombro, (2) Neuropatia Periférica, (3) Cotovelo
(4) Punho e Mão e 5) Artropatias Inflamatórias. Cada doença foi explorada em
aspectos mais relevantes ao seu diagnóstico e tratamento (sinonímia, conceito,
fatores de risco, epidemiologia, sinais e sintomas, exame físico, exame
ortopédico e neurológico, exame de imagem, exames laboratoriais, diagnóstico
diferencial, tratamento e observações relevantes), dessa forma buscamos uma
sistematização e uniformidade das informações. Conclusão: Ao final de uma
profunda pesquisa científica aliada à experiência clínica, pôde-se elaborar um
guia prático de diagnóstico e tratamento, onde foram selecionadas as 41
doenças mais prevalentes dos membros superiores tratadas em Quiropraxia,
que contribuirá para detectar mais precocemente as afecções, melhorará a
qualidade do diagnóstico anatômico e a identificação da gênese da doença
proporcionando um tratamento mais eficiente e eficaz ao paciente.
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ABSTRACT
Objective: Elaborate a manual for the diagnosis and treatment of upper
extremity lesions, creating a quick guide that will serve as a reference for
students, chiropractors, and studies in the musculoskeletal area. Methods:
The most prevalent conditions of the upper extremity were selected in
accordance to bibliographic reviews (data base from BIREME, UNIFESP. USP
and UNICAMP) and guidelines of treatment at the Chiropractic Clinic at
Universidade Anhembi Morumbi. This guide was based, methodologically and
fundamentally, on a type of medical reference handbook. The information in the
book was compiled from several reliable resources, such as a review of
literature and several current studies in the area of diagnosis and treatment of
the upper extremity. Results: A handbook that serves as a quick and practical
reference for diagnosis and treatment of the most prevalent lesions of the upper
extremity, which is divided into four sections: 1)Shoulder, 2) Peripheral
neuropathy, 3) Elbow and 4) Wrist and Hand and 5) Inflammatory Arthropathies.
Each condition is divided into the following categories: synonyms, concept, risk
factors, etiology, epidemiology, signs and symptoms, physical, orthopedic,
neurologic, imaging and laboratory exams, differential diagnosis, treatment and
relevant observations. Conclusion: This handbook will serve as a quick and
easy reference for diagnosis and treatment of the most common conditions of
the upper extremity for all health professionals.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................... 1
2. OBJETIVOS.............................................................................. 5
4. MÉTODOS................................................................................ 6
5. RESULTADOS.......................................................................... 15
6. DISCUSSÃO............................................................................. 229
7. CONCLUSÃO............................................................................ 235
8. REFERÊNCIAS......................................................................... 237
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1. INTRODUÇÃO
Quiropraxia é uma profissão na área da saúde que realiza avaliação,
diagnóstico (biomecânico), tratamento e prevenção das alterações mecânicas
do sistema neuromúsculoesquelético e a saúde em geral, enfatizando o poder
inerente do corpo em curar-se sem o uso de medicamentos ou cirurgias. O
tratamento se baseia em movimentos rápidos e precisos (ajustes) realizados no
segmento articular, assegurando ao quiropraxista que realiza a manobra, que
não haverá tempo para o corpo gerar uma contração da musculatura que
possa colocar em risco a integridade dos tecidos periarticulares,
restabelecendo assim a função natural da articulação tratada (1,2).
A Quiropraxia originou-se nos Estados Unidos da América, por volta de 1895,
através de Daniel David Palmer fundando a primeira escola, que continua
sendo uma das principais faculdades da área no país, causando um grande
conflito já que simultaneamente a formação médica passava por um período de
reforma significativa no seu exercício profissional (3).
Ultrapassada a era de conflito com a medicina, que questionava os padrões
educacionais, econômicos, legais, políticos, terminologias usuais, por volta dos
anos 70 o Governo dos Estados Unidos reconheceu formalmente a Quiropraxia
iniciando uma era de integração entre as profissões, oferecendo ao público
uma abordagem de tratamento mais conciso (4).
No Brasil entre as várias dificuldades que a profissão enfrenta atualmente
enfatizamos a desmistificação da profissão que até então é vista, pelo público,
como uma terapia alternativa, a despeito de inúmeros artigos científicos que
comprovam a eficácia dos ajustes quiropráticos demonstrando melhora
considerável em doenças neuromusculares, lombalgias, cefaléias, lesões
cervicais e ciatalgias, embasando os princípios da Quiropraxia como ciência.
-
Embora o curso tenha sido reconhecido pelo MEC desde 2005 a profissão
ainda encontra-se em fase de regulamentação pela legislação brasileira o que
facilita a tentativa de apropriação da Quiropraxia como especialização de
outras profissões na área da saúde. A parcela de profissionais bacharelados
em Quiropraxia é ainda pequena para oferecer um atendimento adequado à
população sendo este fator um empecilho para a divulgação da profissão e da
importância do seu tratamento dificultando a criação de uma identidade sólida
dentro do âmbito nacional (5). A facilidade em formar turmas, ditas,
quiropráticos em cursos não reconhecidos acadêmica e oficialmente, que são
realizados em finais de semana ou em alguns meses, formando indivíduos sem
uma qualificação adequada como profissional primário da área da saúde
colocando em risco a saúde da população é considerada uma dificuldade
relevante.
Os impedimentos citados estão sendo paulatinamente sobrepostos pelos atuais
420 bacharéis em Quiropraxia atuantes, entre graduados dentro e fora do país,
além dos 685 acadêmicos em curso, distribuídos entre o Centro Universitário
Feevale, no Rio Grande do Sul e a Universidade Anhembi Morumbi em São
Paulo, que desde a formação da primeira turma no ano de 2000, pela Feevale
e em 2004 pela Universidade Anhembi Morumbi buscam trilhar o caminho da
divulgação da Quiropraxia no Brasil (5).
Em alguns países desenvolvidos a Quiropraxia é classificada como a terceira
profissão de atendimento primário de maior procura, sendo que os Estados
Unidos ocupa atualmente a segunda posição, superada apenas pela medicina
(6), comprovando assim sua eficácia no tratamento de doenças
neuromúsculoesqueléticas.
A Quiropraxia está comemorando 114 anos e está estruturada em 80 países (3).
Desde sua criação até a década de 80 a maioria de seu material didático
baseava-se em livros-texto, guias ou manuais procedentes principalmente de
instituições universitárias de medicina. Por esta razão, nasceu a preocupação
em elaborar obras científica literárias direcionada aos quiropraxistas e
estudiosos da área neuromúsculoesquelética. Assim, nos últimos anos tem se
-
observado um crescimento expressivo em produção científica profissional para
essa área. A Quiropraxia agora possui uma base teórica estabelecida, tanto em
suas próprias revistas como em livros didáticos e em outras publicações
cientificas médicas (4).
É comum em nosso país a escassez de artigos e livros, em língua portuguesa,
dificultando o acesso a informações para muitos quiropraxistas, alunos-
estagiários e estudiosos da área neuromúsculoesquelética. As obras
disponíveis são de inquestionável valor literário, mas as mesmas não estão
adaptadas a nossa realidade devido à distância que ocorre especialmente na
incidência e importância de determinadas doenças e a forma de tratamento das
mesmas.
Pelas razões expostas, a Universidade Anhembi Morumbi iniciou um processo
de consolidação desta base teórica através de publicações científicas em
Quiropraxia, realizadas pelas turmas graduadas desde o início da implantação
do curso no estabelecimento educacional.
Continuando o trabalho anterior cujo foco era o diagnóstico e tratamento das
doenças neuromúsculoesquelética da coluna vertebral em Quiropraxia, foi nos
apresentada a proposta da continuação da série dos Guias Práticos de
Diagnóstico e Tratamento, em língua portuguesa, desta feita com ênfase nas
doenças mais prevalentes encontradas nos Membros Superiores encontradas
na Clínica de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi, no Estado de
São Paulo.
A elaboração tem como parâmetro a referência bibliográfica internacional,
conhecida como Current Diagnosis and Treatment, contendo mecanismos
fisiopatológicos atualizados dando a possibilidade da intervenção da
Quiropraxia para prevenção das doenças músculoesqueléticas e promoção à
saúde (7). Dando continuidade a esta linha de conduta da Quiropraxia da
Universidade Anhembi Morumbi, essa pesquisa procura sistematizar um Guia
Prático para quiropraxistas, alunos e demais profissionais da área da saúde,
fornecendo uma ferramenta que direciona a um diagnóstico mais preciso e
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tratamento adequados para as doenças músculoesqueléticas dos membros
superiores.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Idealizar um Guia Prático de Diagnóstico e Tratamento das doenças dos
membros superiores, voltada à consulta rápida para alunos, quiropraxistas e
estudiosos da área neuromúsculoesquelética.
2.2. Objetivo Específico
Elaborar um Guia de consulta rápida, em Língua Portuguesa, com enfoque nas
principais e mais frequentes doenças dos Membros Superiores encontradas na
Clínica de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi.
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3. MÉTODOS
A preparação do Guia de Diagnóstico e Tratamento dos Membros Superiores
em Quiropraxia foi realizada sob a orientação normativa do Professor Doutor
Djalma José Fagundes e corientação da professora responsável pela clínica
Aline Pereira Labate Fernandes e sob a supervisão do Corpo Docente de
Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi (UAM). Considerando a
natureza da pesquisa, foi dispensada a apreciação da Comissão de Ética da
Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo.
3.1 Amostra
3.1.1 Escolha do Segmento Anatômico
A Quiropraxia é uma profissão na área da saúde que se dedica ao diagnóstico,
tratamento e prevenção de alterações do sistema músculoesquelético, e os
efeitos dessas alterações sobre o sistema nervoso e a saúde em geral. A
biomecânica de cada articulação do corpo humano bem como a fisiologia e
anatomia fazem parte de um estudo criterioso dentro da formação de um
quiropraxista. Para tanto, é necessário que se conheça com detalhes
anatomia, fisiologia e a biomecânica das estruturas envolvidas nos movimentos
realizados e posturas adquiridas durante a realização da tarefa que possa fazer
a relação desses aspectos com o seu diagnóstico, sendo inclusive muitas
vezes necessário à avaliação ergonômica das atividades realizadas.
No ano de 2008 visando manter uma educação quiroprática continuada
vinculada a prática clínica, visto que os livros didáticos são de fundamental
importância para direcionar e estabelecer os alicerces intelectuais dos
estudantes elaborou-se um projeto, de uma série, para a confecção de um
Guia de Diagnóstico e Tratamento da Coluna Vertebral, tendo como parâmetro
as referências bibliográficas internacionais, nos moldes do conhecido ―Current
Diagnosis and Treatment‖, com supervisão de quiropraxistas ligados a
Universidade Anhembi Morumbi.
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Desta feita, continuando a elaboração da série optou-se pela elaboração de um
Guia Prático de Diagnóstico e Tratamento das Doenças dos Membros
Superiores, visto a relevância que tais lesões representam trazendo grande
risco funcional, com consequências socioeconômicas para toda sociedade
ativa e com o objetivo de facilitar o trabalho do quiropraxista de maneira a
facilitar o diagnostico de forma específica, anatômica, correta e precoce
contribuindo para o planejamento de um tratamento adequado, diminuindo a
morbidade e a ocorrência de sequelas incapacitantes relacionadas.
A preparação do Guia Prático envolveu o estudo nos membros superiores,
abrangendo os segmentos do ombro, cotovelo, punho, mão e as artrites
inflamatórias: reumatóide e psoriática, que afetam com frequência os membros
superiores.
3.1.2 Apresentação dos capítulos do Guia Prático
A disposição da obra contou com um capítulo introdutório às lesões ósteo-mio-
articulares nos membros superiores como um todo, apresentando as
generalidades das lesões, suas diferentes e mais frequentes alterações
patológicas, sinais e sintomas, epidemiologia, além de hipótese diagnóstica e
tratamento quiroprático, destacando algumas técnicas e ferramentas utilizadas
pela Quiropraxia.
Cada capítulo do Guia Prático do Membro Superior foi disposto de uma
maneira resumida e objetiva, para cumprir com sua proposta e foram
apresentados em sete capítulos: Capítulo I - Introdução ao Guia Prático de
Diagnóstico e Tratamento das Doenças dos Membros Superiores em
Quiropraxia; Capítulo II - Ombro; Capítulo III - Plexo braquial e neuropatias
compressivas; Capítulo IV - Cotovelo; Capítulo V - Punho e mão; Capítulo VI -
Artropatias inflamatórias; Capítulo VII - Testes ortopédicos, generalidades do
sistema nervoso e mapa dos pontos gatilho do membro superior.
-
Seguindo o modelo introdutório, os capítulos II ao VI contaram com introdução,
anatomia e função do segmento estudado, fisiopatologia, diagnóstico e uma
pequena amostra de ajustes quiropráticos. Na sequência foram apresentados
através de quadros os músculos envolvidos no segmento estudado com sua
origem, inserção e ação. Na sequência foi apresentado Algoritmos de cada
estrutura estudada com o intuito de direcionar o raciocínio clínico do
profissional da área da saúde.
Para cada doença foi seguido um padrão de formação que envolve: sinonímia,
conceito, etiologia, fatores de risco, epidemiologia, sinais e sintomas, exames:
físicos, ortopédicos, neurológicos, de imagens, laboratoriais, diagnóstico
diferencial, tratamento e observações importantes, fornecendo para o leitor
conteúdo adequado para o entendimento das doenças mencionadas.
No capítulo VII foi demonstrado uma sequência de testes ortopédicos,
referentes ao membro superior, assim como uma breve explanação sobre o
sistema nervoso e um mapa indicativo de pontos gatilhos do membro superior.
Esses tópicos foram acrescentados com intuito de fornecer ao profissional, no
momento da consulta, ferramentas que irão elucidar sua linha de raciocínio.
3.1.2.1 Relação das doenças abordadas
As doenças citadas no Guia Prático de Diagnóstico e Tratamento em
Quiropraxia foram pesquisadas e destacadas como as mais relevantes dos
Membros Superiores, tendo a revisão bibliográfica e o suporte empírico de
professores quiropraxistas da Universidade Anhembi Morumbi.
Ombro
Tendinite do Supraespinal
Tendinite do Bíceps
Tendinite do Subescapular
Tendinite do Tríceps
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Tendinite Calcárea
Síndrome do Impacto
Lesão do Manguito Rotador
Capsulite Adesiva
Lesão do Lábio Glenoidal
Entorse da Articulação Acrômio clavicular
Osteoartrose Acrômio clavicular
Osteoartrose Glenoumeral
Plexo Braquial e Neuropatias Periféricas
Neuropatia do Nervo Mediano
Neuropatia do Nervo Ulnar
Neuropatia do Nervo Radial
Desfiladeiro Torácico
Cotovelo e Antebraço
Epicondilite Lateral
Epicondilite Medial
Bursite Olecraniana
Síndrome do Pronador Redondo
Osteocondrite Dissecante do Cotovelo
Lesão Ligamentar do Cotovelo
Punho e Mão
Síndrome do Túnel do Carpo
Síndrome de Guyon
Complexo da Fibrocartilagem Triangular do Punho
Osteoartrose do Punho
Osteoartrose das Mãos
Contratura de Dupuytren
Dedos em Martelo
Deformidade em Boutonnieri
-
Deformidade em Pescoço de Cisne
Cistos Sinoviais
Instabilidade do Carpo
Entorse do Punho
Fratura do Osso Escafóide
Rizartrose
Artropatias Inflamatórias
Artrite Reumatóide
Artrite Psoriásica
4.2. Procedimentos
4.2.1. Base de Dados
A princípio foi realizado levantamento de referências atuais, junto a Biblioteca
da Universidade Anhembi Morumbi e Internet, através de livros, revistas,
artigos científicos e periódicos onde houvesse relato de pesquisas pertinentes
a cada afecção objetivando uma consulta pormenorizada e atualizada. Após
levantamento das referências procuramos estruturar a pesquisa dispondo as
informações de forma ordenada dentro da finalidade proposta no trabalho com
a finalidade de evitar possíveis desvios e finalmente selecionamos o que era
útil descartando o restante.
4.2.1.1. Bibliotecas Reais
Os livros-textos consultados foram retirados das seguintes bibliotecas reais:
Universidade Anhembi Morumbi (UAM), campus Centro, São Paulo.
Universidade de São Paulo (USP)
-
4.2.1.2. Livros textos
Destacamos as referências bibliográficas mais utilizadas:
REDWOOD, Daniel; CLEVELAND III, Carls S.; MICOZZI, Marc.
Fundamentals of chiropractic. St. Louis, Missouri USA: Mosby, Inc. 2003,
700 p.
BERGMANN, Thomas F.; PETERSEN, David H.; LAWRENCE, Dana J.
Chiropractic Technique. Ed. Mosby; 2a edition. 2002. English – 531
pags.
HUFF, Lew; BRASY, David M. Chiropractic Guidelines and Protocols.
Elsevier Mosby, Second Edition, St. Louis, Missouri, 2008. p.442.
SIMONS, David G.; TRAVELL, Janet G; SIMONS, Lois S. – Dor e
Disfunção Miofascial – vol 1 – Artmed – 2005.
RODRIGUES, Maria Inês Garbino. Acupuntura, Pontos-gatilho e Dor
Musculoesquelética - tradução do original: Acupunture, Trigger Points
and Musculoskeletal Pain. ed. 3ª, São Paulo: Roca, 2008, 486 p.
HYDE, Thomas E. GENGENBACH, Marianne S. Conservative
Management of Sports Injuries. Second Edition. USA: Jones and
Bartlett, 2007. pg.1173.
HEBERT, Sizínio; XAVIER, Renato. Ortopedia e Traumatologia -
Princípios e Prática. ed. 3ª. Porto Alegre: Artmed, 2003.
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana
sistêmica e tegumentar. 2a ed. São Paulo: Atheneu, 2002.
BRANCH, W. T. Pain in the shoulder, neck and arm. In: BRANCH,
W.T.Office Practice of Medicine. 3. Ed. W.B. Saunders Company, 1994.
POLLEY; H. F. HUNDER, G. G. Anamnese reumatológica e exame
físico das articulações. 2. Ed. Interamericana, 1980.
RICARD, Francoise V.; SALLE, Jean-Luc. Tratado de Osteopatia.
Espanha: Médica Panamericana, 2003, 322 p.
TORTORA, Gerard J.; GRABOWSKI. Fisiologia. 6ª edição. Porto Alegre
RS: Artmed, 2006 (modificado).
WEINSTEIN, Stuart L.; BUCKWALTER, Joseph A. Ortopedia de Turek-
Princípios e sua Aplicação. ed. 5ª. São Paulo: Manoel, 2000.
-
FALOPPA, Flávio; ALBERTONI, Walter Manna. Guia de ortopedia e
traumatologia. Barueri SP: Manole, 2008.
CARNES, Michael; VIZNIAK, Nikita. Quick Reference Conservative Care
- Conditions Manual. Second Edition, Canadá, 2007.
4.2.1.3. Bireme (Biblioteca Regional de Medicina)
As atualizações do tema foram realizadas pela consulta de:
Scientific Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs)
US National Library of Medicine (PubMed)
Base de dados Medline
Base de dados Bibliomed
Base de dados Scielo
Revista Brasileira de Ortopedia
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
Revista Einstein - Publicação Oficial do Instituto Israelita de Ensino e
Pesquisa Albert Einstein
Revista da Associação Médica Brasileira
4.2.1.4. Bases de dados eletrônicos da Biblioteca
Regional de Medicina
Foram utilizados os seguintes termos na pesquisa de base de dados da
BIREME:
―chiropractic‖
―quiropraxia‖
―definition‖
―história‖
-
―history‖
―guia‖
―current‖
―saúde‖
upper extremities‖
Como também foram pesquisados termos relacionados às doenças
osteomusculares dos membros superiores dentro das bases de pesquisa,
utilizando o sistema de índice bolleano.
4.2.1.5. Base de dados eletrônicos do “World Wide
Web” (WEB)
A busca em sítios (―sites‖) foi realizada com o intuito de consultar as editoras e
livros, como também para verificar se havia na literatura biomédica algo
parecido ou igual ao que estava sendo proposto, certificando-se assim da
viabilidade da elaboração deste guia.
Os endereços eletrônicos utilizados foram:
www.google.com.br
www.yahoo.com.br
www.altavista.com.br
4.2.1.6. “Sites” específicos
www.periodicos.capes.gov.br
www.sbot.org.br (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia)
www.rbo.com.br (Sociedade Brasileira de Ortopedia)
www. emedicine.medscape.com/sports_medicine
www.chiroandosteo.com/content/17/1/3
Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics
http://journals.lww.com/spinejournal/pages/default.aspx (Spine)
-
www.wgate.com.br/
www.server.nib.unicamp.br
www. rev. assoc. med. bras.
-
4. RESULTADOS
A esperada carência de bases de dados existentes em língua portuguesa para
a Quiropraxia foi confirmada. Mesmo na literatura internacional foi necessária
uma extensa pesquisa de base de dados biomédicos para obterem-se dados
significativos. Parte relevante dos dados foi obtida em fontes não diretamente
pertinentes à Quiropraxia.
Como resultado foi selecionado 41 doenças consideradas prevalentes
compondo assim este Guia Prático de Diagnóstico e Tratamento em
Quiropraxia das Doenças dos Membros Superiores.
1. Tendinite do Supraespinal
2. Tendinite do Bíceps
3. Tendinite do Subescapular
4. Tendinite do Tríceps
5. Tendinite Calcárea
6. Síndrome do Impacto
7. Lesão do Manguito Rotador
8. Capsulite Adesiva
9. Lesão do Lábio Glenoidal
10. Entorse da Articulação Acrômioclavicular
11. Osteoartrose Acrômioclavicular
12. Osteoartrose Glenoumeral
13. Neuropatia do Nervo Mediano
14. Neuropatia do Nervo Ulnar
15. Neuropatia do Nervo Radial
16. Desfiladeiro Torácico
17. Epicondilite Lateral
18. Epicondilite Medial
19. Bursite Olecraniana
20. Síndrome do Pronador Redondo
21. Osteocondrite Dissecante do Cotovelo
-
22. Lesão Ligamentar do Cotovelo
23. Síndrome do Túnel do Carpo
24. Síndrome de Guyon
25. Tenossinovite Estenosante de DeQuervain
26. Tenossinovite dos Flexores do Carpo
27. Complexo da Fibrocartilagem Triangular do Punho
28. Osteoartrose do Punho
29. Osteoartrose das Mãos
30. Contratura de Dupuytren
31. Dedos em Martelo
32. Deformidade em Boutonnieri
33. Deformidade em Pescoço de Cisne
34. Cistos Sinoviais
35. Instabilidade do Carpo
36. Entorse do Punho
37. Entorse da Cápsula Articular das IFP e IFD da Mão
38. Fratura do Osso Escafóide
39. Rizartrose
40. Artrite reumatóide
41. Artrite psoriática
Os itens referentes ao guia que se seguirão são:
Capa
Página de rosto
Apresentação
Índice
Introdução às doenças ósteo-mio-articulares dos membros superiores
Doenças do ombro
Introdução às Neuropatias Superiores e Plexo Braquial
Doenças Neuropáticas do membro superior
Introdução às doenças da região do cotovelo
Doenças do cotovelo
Introdução às doenças da região do punho e mão
-
Doenças referentes à região do punho e mão
Introdução às Artropatias Inflamatórias
Doenças artropáticas que afetam os membros superiores
Sistema Nervoso e Pontos Gatilho
Referências
Os resultados propriamente ditos referem-se ao texto produzido, à organização
e sistematização das informações coletadas, avaliação crítica de cada capítulo
e a formatação geral do Guia como um volume de consulta rápida.
O formato final do Guia é apresentado na sequência.
-
GGUUIIAA PPRRÁÁTTIICCOO DDOO QQUUIIRROOPPRRAAXXIISSTTAA
VVOOLLUUMMEE IIII
GGUUIIAA DDEE DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO EE
TTRRAATTAAMMEENNTTOO EEMM QQUUIIRROOPPRRAAXXIIAA DDAASS
DDOOEENNÇÇAASS DDOOSS MMEEMMBBRROOSS SSUUPPEERRIIOORREESS
Organizador
DJALMA JOSÉ FAGUNDES
Autores
Mara Célia de Paiva Bumerad Adriana Pegoraro
Co-autores
Aline Pereira Labate Fernandes Pablo Blass Valverde
-
GGUUIIAA PPRRÁÁTTIICCOO DDOO QQUUIIRROOPPRRAAXXIISSTTAA
VVOOLLUUMMEE IIII
GGUUIIAA DDEE DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO EE
TTRRAATTAAMMEENNTTOO EEMM QQUUIIRROOPPRRAAXXIIAA DDAASS
DDOOEENNÇÇAASS DDOOSS MMEEMMBBRROOSS SSUUPPEERRIIOORREESS
-
COLABORADORES
ADRIANA GIBOTTI
Graduada em Biologia pela UEL - Londrina - PR, Mestre em Microbiologia pelo
Instituto de Biociências da UNESP - Rio Claro - SP e Doutora em Microbiologia pelo
ICB II da USP - São Paulo, Professora e líder da disciplina Agressão e Defesa na
Escola de Medicina, Escola da Saúde e Bem Estar e Escola da Beleza da
Universidade Anhembi Morumbi e gerente de controle de qualidade da Promicro
Industrial Ltda
ALINE SOUTO SOUZA Quiropraxista, graduada pela Universidade Anhembi Morumbi
ANA LÚCIA FARIA RIBEIRO
Farmacêutica, especialista em Educação em Saúde pela UNIFESP e Mestre em
Ensino Superior em Saúde pela UNIFESP
ANA PAULA ALBUQUERQUE FACCHINATO
Quiropraxista pela Universidade Anhembi Morumbi; Extensão Universitária na Western
States Chiropractic College e Los Angeles Chiropractic College; Pós Graduação em
Residência Clínica pela Western States Chiropractic College
ANDRÉ LUIZ RIBEIRO
Fisioterapeuta Especialista em Fisiologia do Exercício pela Unifesp
CHRISTOPHER ANTHONY ANANIADIS
Masters Degree in Chiropractic (M.Deg Chiro), South Africa
specializing in SOT (Sacro-occipital Technique) and Chiropractic craniopathy
CLARISSA MAGALHÃES CERVENKA
Nutricionista, Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP
DANIEL DUENHAS
Quiropraxista e professor pela Universidade Anhembi Morumbi
EDSON RODRIGUES PEREIRA
-
Médico Veterinário formado pela Universidade de São Paulo
Mestrado em Patologia Experimental e Comparada- FMVZ-USP
Doutorado em Patologia Experimental e Comparada- FMVZ-USP
ELAINE FERRÃO FERNANDES
Fisioterapeuta pela UNICID, mestrado em psicologia da saúde -UMESP, especialista
em piscina terapêutica e formação em Terapia Manual em diferentes técnicas
FRANCISCO RIBEIRO DE MORAES
Biomédico pela Universidade de Mogi das Cruzes em 1978; Especialista em
Citopatologia, pelo Conselho Federal de Biomedicina, Especialista em Patologia
Clínica pela Universidade de Mogi Das Cruzes; Mestre em Ciências pela Universidade
de São Paulo. Professor da Universidade Anhembi Morumbi desde 1999 e Professor
pelas Faculdades Integradas de Guarulhos desde 1980, pelas cadeiras de Fisiologia e
Patologia
KENNETH L. BRYAN
Doutor em Quiropraxista pela Palmer College of Chiropractic (EUA). Certified
Chiropractic Wellness Practicioner (CCWP) pela Associação Internacional de
Quiropraxistas (ICA - EUA) e Life Chiropractic College West
MÁRCIA ALMEIDA DA SILVA
Fisioterapeuta e Quiropraxista
SONG DUCK KIM
Bacharel em Quiropraxia, professor de Bloco de Conhecimento do Módulo Integrado
da Pelve e Coluna Lombar, Princípios da Quiropraxia e Práticas em Quiropraxia. Tem
formação em Farmácia Bioquímica - UNESP - Modalidade de Fármacos e
Medicamentos
ROSANGELA HAVEROTH
Quiropraxista, graduada pela Universidade Anhembi Morumbi, Pós graduação pela
Escola Paulista de Acupuntura
TONI CHERI BLEGGI BOTELHO BRACHER, D.C.
-
Doutora em Quiropraxia, título conferido pela Palmer College of Chiropratic-West,
Califórnia, EUA. Título em ―Radiology Supervisor and Operator‖, Departamento de
Serviços de Saúde, Califórnia, EUA
VIVIAN ALESSANDRA SILVA
Fonoaudióloga e Doutora em Anatomia pelo ICB/USP
Professora da disciplina de Morfologia Humana na Universidade Anhembi Morumbi
-
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO
A Quiropraxia está voltada para o diagnóstico e tratamento das doenças e distúrbios
da coluna vertebral. A profissão além de sua atividade terapêutica específica
desenvolve atividades que estão voltadas para a promoção da Saúde, prevenção e
profilaxia das doenças osteo-mio-articulares.
O ensino universitário da Quiropraxia no Brasil é recente assim como a sua atividade
profissional. O grande acervo de consulta biomédica existente que aborda a
Quiropraxia, encontra-se em língua estrangeira, principalmente em inglês, estando
assim, voltado para a realidade de outros países.
Foi exatamente por perceber esta lacuna e baseada nas dificuldades da vida
acadêmica para encontrar e selecionar as diversas doenças de interesse da
Quiropraxia que o Curso de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi se propôs
a realizar, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um guia prático de
diagnóstico e tratamento das doenças mais prevalentes em nosso meio, procurando
preencher a lacuna das referências nacionais.
Aceitei com entusiasmo a proposta de orientar o projeto de pesquisa do TCC. Este
segundo volume, agora sobre os membros superiores, é fruto desta iniciativa que foi
plantado, cuidado e colhido pelas alunas Mara Célia de Paiva Bumerad e Adriana
Pegoraro. Para isto foi fundamental a colaboração direta e efetiva dos Quiropraxistas
Aline Pereira Labate Fernandes e Pablo Blass Valverde na seleção e revisão dos
tópicos escolhidos.
Este guia é um esforço conjunto de discentes e docentes que poderá conter pontos
falhos ou polêmicos, mas que revela a competência e amadurecimento do projeto
acadêmico do Curso de Quiropraxia da Anhembi Morumbi.
Prof. Dr. Djalma José Fagundes
Professor de Metodologia Científica
Universidade Anhembi Morumbi
-
PREFÁCIO
A mais de um século, numa época que sequer existia exames de Raios x, um homem,
Daniel David Palmer, ousou acreditar na Grande Ideia de que através da coluna
vertebral o Sistema Nervoso Central estabelece comunicação com as demais partes
do corpo e com o seu estado de saúde em geral. Um visionário que plantou essa
Grande Ideia no coração do seu filho, BJ Palmer, que a sistematizou de tal forma que
além de mostrar a sua cientificidade a transformou numa paixão que transcende o
tempo e os continentes. Ancorados na coragem, pesquisa e determinação trouxeram a
Quiropraxia para tríade das principais profissões da área da saúde no mundo.
A Organização Mundial da Saúde destaca a Quiropraxia como uma das mais eficazes
profissões para a avaliação, diagnóstico, tratamento e prevenção das desordens
neuromúsculoesquelética e a correlação dessas desordens com a saúde em geral. Da
gestante ao recém nascido, do juvenil ao idoso, esportistas e até animais, por meio
das especialidades nessas áreas, se beneficiam com os cuidados que a Quiropraxia
oferece.
O Quiropraxista é um profissional independente, de formação universitária, com sua
própria história e fundamentos, hoje estruturados em 90 países, sendo reconhecida
por lei na maioria deles. No Brasil ela chegou por meio de outros visionários que
perceberam, no mesmo lampejo da Grande Idéia, o bem que fariam ao nosso povo ao
implantá-la em nosso maravilho país.
Embora haja no Brasil, cursos universitários que ofereçam o bacharelado em
Quiropraxia dentro das prerrogativas determinadas pela Organização Mundial da
Saúde para formação básica e segurança em Quiropraxia, do consenso internacional
sobre educação em Quiropraxia, todos reconhecidos pelo Ministério da Educação e
Cultura do país, estudos demonstram que há carência de informação a disposição do
grande público, que seja consistente, sobre a identidade e legitimidade dessa nova
profissão no cenário da saúde nacional que é exercida por cerca de 500 profissionais
com formação universitária plena e reconhecida na área.
O que vivemos no cenário político, acadêmico, profissional e social da Quiropraxia
hoje no Brasil é a continuidade ao processo natural da sua evolução como profissão
independente em todos os países por onde tem se estabelecido essa trajetória de
-
mais de um século. É maravilhoso concluir que em todas as regiões e por todo esse
tempo ela, a Quiropraxia, SEMPRE é vitoriosa por fazer a diferença e por ser legítima.
Ao recapitular a nossa história, havendo revisado cada passo de progresso até o nível
atual, posso dizer que nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que
esqueçamos os ensinos que foram ministrados no passado e a maneira que a
Quiropraxia se estabeleceu no mundo. Tudo é questão de tempo, temos
responsabilidades ética e social com o nosso povo e moral com o nome da nossa
profissão.
Daí a louvável e apropriada iniciativa da dupla Adriana e Mara, que iniciam sua vida
profissional como nos brindando com essa obra direcionada especificamente para
prática avaliativa técnica no cotidiano do Quiropraxista. Leva-nos também a rever o
contexto epistemológico dessa fantástica ciência, filosofia e arte chamada Quiropraxia
nos dias atuais.
Que esta obra seja a primeira de muitas publicações para benefício da profissão e
principalmente dos nossos pacientes.
Prof. Evergisto Souto Maior
Quiropraxista graduado pelo programa FEEVALE & Palmer College. Membro da
Federação Mundial de Quiropraxia e da Equipe de Coordenadores da Comissão Pró-
Regulamentação da Quiropraxia no Brasil.
Pesquisador em Fundamentos, Filosofia, História e Legitimidade da Quiropraxia no
Brasil.
-
LISTA DE ABREVIAÇÕES
ABQ Associação Brasileira de Quiropraxia
ADM Amplitude de Movimento
AINE Antiinflamatório Não-Esteróide
AR Artrite Reumatóide
ATM Articulação Têmporo Mandibular
BIREME Biblioteca Regional de Medicina
CAO Capsulite Adesiva do Ombro
DORT Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
ENMG Eletroneuromiografia
FNP Facilitação Neuro Proprioceptiva
IFD Articulação Interfalângica Distal
IFP Articulação Interfalângica Proximal
INSS Instituto Nacional de Seguro Social
LER Lesões por Esforços Repetitivos
MCF Metacarpofalangeana
MEC Ministério da Educação e Cultura
N.d.n. Nada digno de nota
OA Osteoartrose
ODC Osteocondrite Dissecante do Cotovelo
ODO Osteocondrite Dissecante do Olécrano
PRICE Proteção Repouso Gelo Compressão Elevação
RNM Ressonância Nuclear Magnética
SBOT Revista Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
STC Síndrome do Túnel do Carpo
TC Tomografia Computadorizada
TENS Eletroestimulação Transcutânea
UAM Universidade Anhembi Morumbi
US Ultrassom
VHS Velocidade de Hemossedimentação
WFC World Federation of Chiropractic
WEB World Wide Web
RX Radiografia Simples
-
ÍÍNNDDIICCEE
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 30
Generalidade 31 Sinais e sintomas 32 Epidemiologia 32 Hipótese diagnóstica e tratamento quiroprático 33 Referências 38
CAPÍTULO II - OMBRO 40
Articulação do ombro 41 Tendinite do supraespinal 51 Tendinite do bíceps 53 Tendinite do subescapular 56 Tendinite do tríceps 58 Tendinite calcárea 60 Síndrome do impacto 62 Lesão do manguito rotador 65 Capsulite adesiva do ombro (CAO) 68 Lesão do lábio glenoidal 71 Entorse da articulação acromioclavicular 73 Osteoartrose acromioclavicular 76 Osteoartrose glenoumeral 78 Referências 80
CAPÍTULO III NEUROPATIAS COMPRESSIVAS E PLEXO BRAQUIAL
83
Neuropatias compressivas e plexo braquial 84 Neuropatia do nervo mediano 89 Neuropatia do nervo ulnar 91 Neuropatia do nervo radial 95 Síndrome do desfiladeiro torácico 98 Referências 100
CAPÍTULO IV – COTOVELO 102
Articulação do cotovelo 103 Epicondilite lateral 108 Epicondilite medial 110 Bursite olecraniana 112 Síndrome do pronador redondo 114 Osteocondrite dissecante do cotovelo 116 Lesão ligamentar do cotovelo 118 Referências 121
CAPÍTULO V - PUNHO E MÃO 123
Articulação do punho e mão 124 Síndrome do túnel do carpo 132 Síndrome de Guyon 135 Tenossinovite estenosante de DeQuervain 137 Tenossinovite dos flexores do carpo 140
-
Complexo de fibrocartilagem triangular do punho 143 Osteoartrose do punho 145 Osteoartrose das mãos 147 Contratura de Dupuytren 150 Dedos em martelo 152 Deformidade de Boutonniere 154 Deformidade em pescoço de cisne 156 Cistos sinoviais 158 Instabilidade do carpo 160 Entorse do punho 162 Entorse da cápsula articular das IFP e IFD da mão 164 Fratura do osso escafóide 166 Rizartrose do polegar 168 Referências 170
CAPÍTULO VI - ARTROPATIAS INFLAMATÓRIAS 176
Artropatias inflamatórias sistêmicas com manifestações em membros superiores
177
Artrite reumatóide 179 Artrite psoriática 182 Referências 184
CAPÍTULO VII – TESTES ORTOPÉDICOS, GENERALIDADES DO
SISTEMA NERVOSO E MAPA DOS PONTOS GATILHO DOS
MEMBROS SUPERIORES
156
Ombro 186 Plexo braquial 201 Cotovelo 205 Punho e mão 211 Sistema nervoso e pontos gatilho 217 Pontos gatilho 222
-
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO AAOO GGUUIIAA PPRRÁÁTTIICCOO DDEE DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO EE
TTRRAATTAAMMEENNTTOO DDAASS DDOOEENNÇÇAASS DDOOSS MMEEMMBBRROOSS
QQUUIIRROOPPRRAAXXIIAA
- 2009 -
Capítulo I
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
-
Generalidades
Embora as lesões em membros superiores não representem riscos de vida
para o trabalhador, o comprometimento de um segmento, como a mão,
inviabiliza o desenvolvimento de atividades profissionais e pessoais. Assim, tais
lesões representam grande risco funcional, com consequências
socioeconômicas para o trabalhador, sua família e toda a sociedade. As
sequelas funcionais podem ser diretas e/ou indiretas, representadas por
distúrbios de sensibilidade, dos movimentos articulares, dos desvios
segmentares e a associação de lesões.
A terminologia doença ósteo-mio-articular dos membros superiores está
relacionada frequentemente com as tendinites, bursites, fibroses, lesão
incompleta ou completa do manguito rotador e correspondem a 60% do motivo
de consulta de doenças reumáticas, com sinais e sintomas clássicos e se
forem diagnosticadas de forma específica, anatômica, correta e precoce
contribuirá para o planejamento de um tratamento adequado, diminuindo a
morbidade e a ocorrência de sequelas incapacitantes relacionadas(1).
Doenças mais frequentes que envolvem os nervos periféricos:
Mediano - síndrome do túnel do carpo, lesão do nervo mediano na base
da mão, síndrome do pronador redondo e síndrome do interósseo
anterior.
Ulnar - síndrome do canal ulnar e síndrome do canal de Guyon.
Radial - síndrome do supinador; compressão do nervo radial (síndrome
de Wartenberg) e síndrome do interósseo posterior (estas síndromes
não foram detalhadas neste trabalho).
Plexo Braquial - síndrome do desfiladeiro torácico.
Outras - síndrome complexa de dor regional do tipo I (distrofia simpático
reflexa) e síndrome complexa de dor regional do tipo II (causalgia),
ambas não detalhadas neste trabalho.
-
Doenças mais frequentes que envolvem os tendões:
Ombro - tendinite do supraespinal e bursite.
Braço - tendinite distal do bíceps e tendinite do bicipital.
Antebraço - doença de DeQuervain e outras como tenossinovite dos
extensores dos dedos e do carpo, tenossinovite dos flexores dos dedos
e extensores do carpo e tenossinovite do braquiorradial.
Mão - dedo em gatilho e cisto sinovial.
Doenças mais frequentes que envolvem as fáscias:
contratura de Dupuytren, epicondilite lateral e epicondilite medial(2).
SINAIS E SINTOMAS
A dor de origem ósteo-mio-articular se caracteriza por evoluir com ou sem
incapacidade laboral, se inicia com uma inflamação ou por alterações
degenerativas nos tecidos conectivos dos tendões, bainhas tendinosas, bolsas
serosas, cápsulas articulares, músculos, pontos de inserção musculotendínea
ou dores osteomusculares difusas com padrões inespecíficos, que trazem
transtorno do sono, cansaço e dores pela manhã(3).
Embora esses processos inflamatórios sejam de caráter benigno e a maioria
dos casos possa ser tratada conservadoramente com imobilização e
antiinflamatórios não esteróides (AINEs), é necessário a suplementação do
tratamento de forma multidisciplinar o mais cedo possível.
EPIDEMIOLOGIA
À semelhança de outros países, no Brasil os dados oficiais sobre a prevalência
de distúrbios ósteo-mio-articulares não apresentam estratificação segundo a
região acometida ou diagnóstico firmado. As estatísticas do Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS) mostram aumento da concessão de benefícios
por Distúrbios Osteomusculares. No entanto, sabe-se que tais lesões são
-
comuns em trabalhadores que exercem suas funções atrás de computadores,
nas linhas de montagem de firmas, atletas, músicos, bailarinos e até donas de
casa que, apesar de não estarem submetidas às condições peculiares da
organização moderna de trabalho, apresentam queixas e sinais clínicos
semelhantes às doenças ocupacionais dos trabalhadores das linhas de
montagens(4).
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA E TRATAMENTO QUIROPRÁTICO
Segundo a World Federation of Chiropractic (WFC), a Quiropraxia é uma
profissão na área da saúde que lida com o diagnóstico, tratamento e a
prevenção das desordens do sistema neuromúsculoesquelético e dos efeitos
destas desordens na saúde em geral. Há uma ênfase em técnicas manuais,
incluindo o ajuste e/ou a manipulação articular, com um enfoque particular no
complexo articular ou subluxação(2).
A subluxação ou complexo articular é uma disfunção entre duas articulações,
onde pode ou não haver um mau posicionamento entre elas, porém sempre
haverá uma alteração restritiva da sua faixa normal de movimento. É causada
principalmente por trauma ou microtrauma repetitivo que acumulado e somado
a tensão, resultam em encurtamento muscular. Especificamente, nas
extremidades do corpo, esse tipo de subluxação ocorre quando duas estruturas
ósseas tornam-se desniveladas ou impactadas ao ponto em que esta disfunção
cause inchaço intrarticular e produza compressão das fibras do nervo, ou pelo
edema inflamatório dos tecidos perineurais(5;6).
Tal complexo de subluxação pode produzir irritação ou facilitação neurológica
com manifestação local ou à distância, além de alterar a biomecânica articular
incorporando a doença e envolvendo todas as estruturas que circundam esse
segmento(5).
O conceito de subluxação ou luxação ortopédica se refere ao deslocamento
parcial ou total das superfícies articulares visualizado em radiografia simples,
alterando totalmente a função do segmento analisado, enquanto que em
-
Quiropraxia o termo subluxação articular tem uma conotação funcional e não
estrutural(7;5).
O termo Ajustamento ou Manipulação Articular Quiroprática é descrito como:
“movimentação passiva de uma vértebra ou articulação, com alta velocidade e
baixa amplitude, além da amplitude de movimento fisiológico no espaço
parafisiológico e dentro da integridade anatômica”(8).
Para um diagnóstico preciso e tratamento satisfatório é imprescindível que a
anamnese e exame físico sejam realizados de forma completa, detalhada e
sistematizada. O exame físico deve dar ênfase ao aparelho locomotor, e no
segmento em que a queixa se apresenta. O paciente deve ser observado
desde o momento em que entra no consultório, atentando-se para os seus
movimentos, atitudes antálgicas e a postura assumida. Também deve ser
observado o modo como o paciente se assenta e se levanta, se deita e
novamente como se levanta da mesa de exame(9;10). São exigências essenciais
para avaliação clínica quiroprática o histórico do paciente, inspeção, palpação,
amplitude de movimento, testes ortopédicos e neurológicos.
Por meio de palpação pode-se verificar a temperatura da pele, tônus e ou
espasmo muscular, nódulos, aderências, pontos gatilho, crepitação, assim
como identificar dor ou hipersensibilidade das estruturas acometidas. A
avaliação dos movimentos de cada região do membro superior deverá ser
executada por partes, a fim de detectar a limitação dos movimentos, resultante
do acometimento da articulação ou de estruturas adjacentes. Já a função do
nervo periférico pode ser verificada pela avaliação da funcionalidade da
musculatura. Devem ser realizados testes ortopédicos provocativos, de reflexos
tendíneos profundos; testes sensoriais e quando necessário solicitar exames
de imagem que confirmarão a hipótese diagnóstica e poderão ser usadas
posteriormente para comparar a efetividade do tratamento(11).
Uma vez diagnosticada a doença, além da proposta do tratamento adequado, é
importante a relação entre o paciente e o trabalho exercido pelo mesmo. É
fundamental o conhecimento detalhado das estruturas envolvidas nos
-
movimentos realizados e posturas adquiridas durante a realização da tarefa
que possa fazer a relação desses aspectos com o seu diagnóstico, sendo
inclusive muitas vezes necessária a avaliação ergonômica das atividades
realizadas.
A Quiropraxia atua em todas as articulações do corpo, inclusive nas
articulações dos membros inferior e superior e emprega diferentes técnicas
manuais em busca não só do alívio dos sintomas, mas do restabelecimento da
comunicação entre o sistema nervoso e o restante do corpo. A utilização de um
tratamento neuromuscular (nos tecidos moles) antes de realizar os ajustes
articulares, é utilizada na maioria dos tratamentos, pois permite por vias
reflexas o relaxamento dos tecidos, propiciando um ajuste adequado e
confortável ao paciente.
Algumas técnicas e ferramentas utilizadas pela Quiropraxia
Pontos gatilho - se caracterizam por focos irritáveis, localizados entre
as fibras musculares, ativados diretamente pela sobrecarga muscular
aguda, crônica ou uso excessivo da musculatura, desencadeando
posteriormente pontos de tensão em outros músculos (pontos satélites),
que demonstram sinais e sintomas característicos, como a dor que,
normalmente, só é relatada quando palpada a região, limita o
alongamento da fibra muscular e altera sua amplitude de movimento. A
liberação consiste, basicamente, em digito pressão do ponto, em media,
entre dez a trinta segundos (desativação do ponto gatilho) em seguida
realiza-se o alongamento do músculo envolvido em seu limite máximo;
também pode ser utilizado crio com spray (vapor congelante) e se
necessário injeções de corticóides(12;13).
Active Release Techniques (ART) - tem como objetivo restaurar o
movimento dos tecidos moles (músculos, tendões, nervos e fáscias),
melhorar a resistência, a função e a flexibilidade desses tecidos(14).
Microtraumas, condições agudas e hipóxia, são condições que levam o
organismo a produzir um tecido cicatricial que leva ao encurtamento
-
dessas estruturas, encarceramento de nervos levando a alterações de
sensibilidade (formigamento, dormência e fraqueza). O tratamento é
realizado com as mãos a fim de verificar a textura, tensão e movimento
dos tecidos, há em media mais de quinhentos protocolos para
tratamento(15).
Técnica Graston - é uma forma de terapia manual que detecta e trata
cicatrizes e as restrições que afetam a função normal dos tecidos moles.
São utilizados instrumentos de aço inoxidável, patenteados, para realizar
uma massagem transversa local que atua nas fibroses e inflamações
crônicas, mobilizando o tecido cicatricial e fascial. A mobilização é
seguida por alongamento, fortalecimento e gelo. Os pacientes
geralmente recebem dois tratamentos por semana durante quatro a
cinco semanas e a maioria dos casos tem uma resposta positiva entre a
terceira e quarta sessão. Esta técnica deve ser usada simultaneamente
com o tratamento de ajustes quiropráticos(16).
Técnica Sacro Occipital (S.O.T.) - um conceito novo, amplo e
avançado de Quiropraxia, iniciado e desenvolvido através de estudo,
investigação e aplicação clínica por parte do Dr. M.B. DeJarnette que
por mais de meio século investigou e estudou todos os aspectos da
fisiologia e da anatomia e descobriu clinicamente que a distorção
estrutural humana recai em três grupos básicos. Ele classificou estes
grupos como categorias I, II e III. O objetivo do tratamento é estabilizar a
coluna e a pélvis restaurando o equilíbrio normal do mecanismo da
bomba do sacro, restabelecendo o sistema circulatório entre o encéfalo
e a medula espinhal e sua função vital para uma saúde perfeita. Os
pacientes geralmente recebem dois tratamentos por semana durante
quatro a cinco semanas e a maioria dos casos tem uma resposta
positiva entre a terceira e quarta sessão. Esta técnica deve ser usada
simultaneamente com o tratamento de ajustes quiropráticos(17).
Activator Chiropractic Technique (ativador) - é um método baseado
em estudos cinesiológicos, tendo efeito neurofisiológico, baseado na
-
força de vibração que será captada pelos receptores e
mecanorreceptores localizados no corpo. Utiliza-se de um instrumento
chamado Ativador que dissipa o complexo de subluxação articular, com
maior ênfase num trabalho proprioceptivo do que mecânico comparado
ao ajuste quiroprático manual. A técnica incorpora os últimos avanços
em ortopedia, neurologia e exames quiropráticos, juntamente com
ajustes que equilibram o bombeamento do líquor cérebroespinhal. Os
pacientes geralmente recebem dois tratamentos por semana durante
quatro a cinco semanas e a maioria dos casos tem uma resposta
positiva entre a terceira e quarta sessão(18;19).
Técnica de Thompson – é uma técnica de ajuste quiroprático
desenvolvida pelo Dr. J. Clay Thompson cuja base é a utilização de leg
checks ou medição do comprimento das pernas para análise e na
utilização do mecanismo de drop ou tábua de aceleração, cuja finalidade
é efetuar um ajuste com pouca força. O drop é um conceito que se
apóia na lei do movimento de Newton que quando dois objetos estão em
queda, a energia gerada no primeiro objeto é transferida para o segundo
no momento do impacto. Em outras palavras, a força introduzida pelo
quiropraxista a uma articulação é amplificada pelo drop sem que isso se
traduza num ajuste de alto impacto.
Método Speed Board (tábua de velocidade) – é uma extensão da
Técnica de Thompson, muito utilizada no tratamento dos membros
superior e inferior. A tábua utilizada é colocada abaixo da articulação
tratada e transmite a força aplicada com alta velocidade e baixa
amplitude, propiciando uma manipulação articular de alta especificidade,
dispensando a realização de uma pré- tensão antes do ajustamento, que
seria necessário em um ajuste quiroprático manual. O método corrige o
movimento afetado pela disfunção articular, restabelecendo a amplitude
do mesmo. Essa ferramenta é utilizada dentro do tratamento
quiroprático, a partir da avaliação da região a ser tratada e definido o
plano de tratamento(20).
-
A duração do tratamento depende do tipo de lesão: mecânica, degenerativa ou
inflamatória. As lesões sobrepostas, condições pré-existentes, anomalia
esquelética e doença estrutural tornam a recuperação mais lenta e o tempo
pode aumentar de 1,5 a 2 vezes. Em geral seis sessões são suficiente para um
prognóstico mais preciso, ou possível encaminhamento para um tratamento
mais efetivo(10).
A necessidade de um trabalho multiprofissional com os cuidados da saúde é
reconhecida e incentivada pelos quiropraxistas e vem sendo incorporada na
área da saúde de forma progressiva na prática diária.
-
Referências – Capítulo I - Introdução
1. MATEO, Garcia G.Y. Reumatismo de partes blandas. Medicine 1990; 8:
438-444.
2. REDWOOD, Daniel; CLEVELAND III, Carls S.; MICOZZI, Marc.
Fundamentals of chiropractic. St. Louis, Missouri USA: Mosby, Inc. 2003,
700 p.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Norma Técnica do INSS Ordem de
Serviço/INSS. n. 606/1998. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2001.
4. MENDONÇA JR, Hélio Pires de.; ASSUNÇÃO, Ada Ávila. Associação
entre distúrbios do ombro e trabalho: breve revisão da literatura. Rev.
Bras. de Epidemiologia vol.8 n°.2 São Paulo, Junho 2005.
5. BERGMANN, Thomas F.; PETERSEN, David H.; LAWRENCE, Dana J.
Chiropractic Technique –. Ed. Mosby; 2a edition. 2002. English – 531
pags.
6. Diretrizes da OMS sobre a formação básica e a Segurança em
Quiropraxia. Organização Mundial da Saúde, Geneva, Switzerland, 2005.
7. ALVES, Emmanuel, Dicionário Médico Ilustrado Inglês-Português, RJ:
Editora Atheneu, 2004.
8. CHAPMAN-SMITH, David A. Quiropraxia – uma profissão na área da
saúde – Educação, prática, pesquisa e rumos futuros. São Paulo:
Anhembi Morumbi, 2001.
9. WO et al: Report of the Quebec task force on spinal disorders. Spine 12
(7s): 1-59, 1995.
10. POLLEY, H.F., HUNDER, G.G. Anamnese reumatológica e exame físico
das articulações. 2. Ed. Interamérica, 1980
11. HUFF, Lew; BRASY, David M. Chiropractic Guidelines and Protocols. Elsevier
Mosby, Second Edition, St. Louis, Missouri, 2008. p.442.
12. SIMONS, David G.; TRAVELL, Janet G; SIMONS, Lois S. – Dor e
Disfunção Miofascial – vol 1 – Artmed – 2005
http://www.quiropraxia.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=78:diretrizes-da-oms&catid=48:geral&Itemid=104http://www.quiropraxia.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=78:diretrizes-da-oms&catid=48:geral&Itemid=104
-
13. RODRIGUES, Maria Inês Garbino. Acupuntura, Pontos-gatilho e Dor
Musculoesquelética –- tradução do original: Acupunture, Trigger Points
and Musculoskeletal Pain. ed. 3ª, São Paulo: Roca, 2008, 486 p.
14. HYDE, Thomas E. GENGENBACH, Marianne S. Conservative
Management of Sports Injuries. Second Edition. USA: Jones and Bartlett,
2007. pg.1173.
15. ACTIVE RELEASE TECHNIQUES. Disponível em: <
http://www.activerelease.com/what_patients.asp> Acesso em: 22 abr de
2009.
16. ABOUT THE GRASTON TECHNIQUE®. Disponível em:
Acesso
em: 22 abr de 2009.
17. SACRO OCCIPITAL RESEARCH SOCIETY INTERNATIONAL.
Disponível em: < http://www.sorsi.com/improve-with-sot> Acesso em: 22
abr de 2009
18. FUHR A. W. 1ª ed. St. Louis. Missouri: Mosby- year Boock , inc. 1997.
19. ABOUT ACTIVATOR METHODS. Disponível em: <
http://www.activator.com> Acesso em: 22 abr de 2009.
20. VALVERDE, Pablo Blass; KATO, Rogério. Revisão literária - Eficácia do
Método “Speed Board” em Quiropraxia no tratamento da entorse do
tornozelo em fase subaguda. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Quiropraxia) – Universidade Anhembi Morumbi, São
Paulo – SP - 2004.
-
ARTICULAÇÃO DO OMBRO
Tendinite do Supraespinal
Tendinite do Bíceps
Tendinite do Subescapular
Tendinite do Tríceps
Tendinite Calcárea
Síndrome do Impacto
Lesão do Manguito Rotador
Capsulite Adesiva
Lesão do Lábio Glenoidal
Entorse da Articulação Acrômioclavicular
Osteoartrose Acrômioclavicular
Osteoartrose Glenoumeral
Capítulo II
Ombro
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ARTICULAÇÃO DO OMBRO
A dor no ombro constitui uma das
queixas mais frequentes nos
consultórios dos ortopedistas, somente
sendo superada pelas queixas de
lombalgia(1).
Sendo a articulação mais móvel do
corpo humano e em virtude de sua
grande mobilidade, os componentes
estáticos e dinâmicos que asseguram a
estabilidade, assumem grande
importância. A amplitude de movimento
(ADM), junto com a movimentação do
cotovelo, permite posicionar a mão em
qualquer lugar ao alcance do campo
visual o que nos permite realizar a
maioria das atividades diárias como,
levantar, empurrar, puxar e é por meio
desses movimentos comuns que os
transtornos clínicos são manifestos(2).
ANATOMIA E FUNÇÃO
A complexa estrutura anatômica do
ombro é composta por três diartroses
(escápuloumeral, acrômioclavicular e
esternoclavicular), por três sistemas
osteotenomioligamentares de
deslizamento (subacromial, úmero
bicipital e escápulotorácico), por
inúmeros ligamentos e músculos. A
integridade e funcionalidade dessas
estruturas são fundamentais para a
ação conjunta do braço. Os
movimentos da articulação do ombro
são de abdução e adução, flexão e
extensão, circundução, elevação e
rotações.
A ação dos músculos subescapular,
supraespinal, infraespinal e redondo
menor, cujos tendões se fundem, em
forma de coifa constituindo o que
chamamos de manguito rotador,
fornecem ao ombro uma estabilidade
dinâmica. Esta estrutura tendinosa
abraça dois terços da cabeça do
úmero e está parcial e firmemente
aderida à cápsula articular
escápuloumeral que lhe é
subjacente. A ação dos músculos do
manguito rotador é estabilizar e
centralizar a cabeça do úmero na
cavidade glenóide, tornando possível
o movimento de elevação do braço.
Estes músculos também produzem
uma ação de rolamento da cabeça
umeral e um deslizamento para baixo
durante a elevação do braço,
impedindo o atrito da cabeça do
úmero durante esse último
movimento com o arco rígido
córacoacromial, composto pelo
acrômio e pelo ligamento
córacoacromial, situando-se sobre a
bolsa subacromial ou subdeltóidea.
-
Qualquer que seja o movimento de
abdução ou de flexão anterior, a
inserção do supraespinal estará
sempre sob a borda ântero-inferior do
acrômio ou sob o ligamento
córacoacromial.
A cabeça longa do bíceps do braço
desempenha ação semelhante à do
manguito rotador ao abaixar e
comprimir a cabeça do úmero de
encontro à cavidade glenóide,
durante a contração muscular,
principalmente com rotação externa
do braço.
O músculo deltóide é o responsável
pela flexão anterior do ombro a 90°
(fibras anteriores), abdução do ombro
até 45° (fibras medias), abdução
horizontal do ombro (fibras
posteriores), e sua ação resulta em
ascensão da cabeça do úmero.
Existe muita discussão sobre a
participação do bíceps braquial neste
movimento. Se ela existe é de
qualquer forma, de pouca
importância (3).
Acima da bolsa serosa
subacromiodeltoideana localiza-se o
ligamento córacoacromial, que forma
um arco sobre a articulação do
ombro, juntamente com a parte
horizontal do processo coracóide e o
acrômio, onde o ligamento está
fixado. A importância clínica do
ligamento córacoacromial é de
proteção da bursa, manguito rotador
e cabeça longa do bíceps, podendo
igualmente participar dos fenômenos
de compressão causados pelo
impacto entre a grande tuberosidade
e o arco acromial.
Entre as estruturas descritas há uma
estreita vizinhança e as mesmas
podem ser lesadas, isolada ou
conjuntamente, a presença de
importantes vias vásculo nervosas
que cruzam a região, bem como a
complexa mobilidade articular
inerente ao ombro, faz com que,
muitas vezes, o diagnóstico e a
localização exata das lesões sejam
difíceis.
O ombro também é uma região
clássica de dor irradiada oriunda de
doenças cardíacas, envolvimento da
pleura, hérnia hiatal, doenças da
coluna vertebral, raízes nervosas ou