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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO EGESTÃO AGROINDUSTRIAL
BRUNA KELLE DELLA COLLETA
ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRA UTILIZADOSPELOS PRODUTORES DE GRÃOS DE SÃO GABRIEL DO OESTE, MATO
GROSSO DO SUL
Campo Grande - MS2012
i
BRUNA KELLE DELLA COLLETA
ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRA UTILIZADOSPELOS PRODUTORES DE GRÃOS DE SÃO GABRIEL DO OESTE, MATO
GROSSO DO SUL
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em nível de Mestrado Profissional emProdução e Gestão Agroindustrial da UniversidadeAnhanguera-Uniderp, como parte dos requisitospara obtenção do titulo de Mestre em Produção eGestão Agroindustrial.
Comitê de orientação:Prof. Dr. Ivo Martins Cezar
Prof. Dr. Celso Correia de Souza
Prof. Dr. Fernando Paim Costa
Campo Grande - MS2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp
Colleta, Bruna Kelle Della.Análise dos instrumentos de gestão financeira utilizados pelos
produtores de grãos de São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul. /Bruna Kelle Della Colleta. -- Campo Grande, 2012.
43f.
Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera - Uniderp,2012.
“Orientação: Prof. Dr. Ivo Martins Cezar.”
1. Administração rural 2. Controle 3. Indicadores financeiros I.Título.
CDD 21.ed. 658.98
C67a
ii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO GERAL.....................................................................................2
2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA................................................................4
2.1 Administração rural .........................................................................................4
2.2 Áreas administrativas......................................................................................6
2.3 Funções administrativas..................................................................................8
2.4 Objetivos do produtor ......................................................................................9
2.5 Administração financeira na empresa rural .....................................................10
2.6 Custo de produção..........................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................16
3. ARTIGO ............................................................................................................19
RESUMO ..............................................................................................................20
ABSTRACT...........................................................................................................21
3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................22
3.2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................24
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................26
3.3.1 Perfil dos produtores ....................................................................................26
3.3.2 Controle financeiro .......................................................................................28
3.3.3 Análise econômica e financeira....................................................................29
3.3.4 Análise das relações entre variáveis selecionadas ......................................34
3.3.5 Motivação para realizar o controle da atividade ...........................................37
3.3.6 Análise Multivariada .....................................................................................39
3.4 CONCLUSÕES ...............................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................41
APÊNDICE............................................................................................................43
1. INTRODUÇÃO GERAL
O cenário atual demonstra que a economia brasileira se desenvolve
rapidamente. Nesse contexto, o agronegócio apresenta-se como uma atividade
próspera, segura e rentável, produzindo alimentos e fibras em abundância,
gerando milhões de empregos, e aumentando e diversificando as exportações
brasileiras (BORGES, 2007).
O cultivo da soja tem grande destaque no cenário do agronegócio
mundial, gerando matéria-prima para a produção de farelo, óleo e outros produtos
agroindustriais. A produção da soja no mundo, na safra 2010/2011, foi de 263,7
milhões de toneladas, para uma área plantada de aproximadamente 103,5
milhões de hectares. O Brasil, na safra 2011/2012, foi responsável pela produção
de 66,68 milhões de toneladas, com uma área plantada de 25,0 milhões de
hectares, sendo o segundo maior produtor de soja do mundo. Nesse cenário em
2011, Mato Grosso do Sul teve uma área plantada de 1,815 milhões de hectares,
com uma produção de 4.629,5 toneladas, sendo o quinto maior produtor nacional,
ficando atrás de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás (CONAB,
2012).
A cultura do milho também ocupa posição de destaque entre as
atividades agropecuárias do Brasil. Está presente na maioria das propriedades
rurais, seguindo a soja em ordem de importância entre as culturas anuais. Este
cereal é, ao mesmo tempo, importante fonte de renda dos agricultores e
destacado insumo (matéria-prima) dos criadores de aves, suínos, bovinos e
outros animais, compondo parcela majoritária das rações (EMBRAPA, 2012). Na
safra 2011/2012, a produção brasileira foi de 65,9 milhões de toneladas, em uma
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área plantada de 15.451,6 hectares. Mato Grosso do Sul produziu 4.904,9
toneladas, em uma área plantada de 1.208,2 hectares (CONAB, 2012).
Apesar dessa pujança, o setor agrícola convive com importantes
vulnerabilidades, mormente no processo de comercialização, sendo difícil ao
produtor ajustar rapidamente sua produção às alterações de mercado decorrentes
de uma conjuntura de preços instáveis. Para complicar mais esse problema, as
mudanças climáticas, a incidência de pragas e outros fatores eventuais e/ou
sazonais impedem que se façam estimativas precisas de produção e preços
(MARQUES e MELLO, 1999).
Nesse contexto, a agricultura precisa tornar-se cada vez mais
competitiva, com especial ênfase na redução de custos, transformada em
importante estratégia do processo de gestão. Assim, estimar os custos de
produção ganhou importância como medidor da eficiência das atividades
agrícolas, indicando o sucesso das empresas no seu esforço de produzir
(GUILHOTO e MONTOYA, 2001; MARTIN, 1994).
Entretanto, é reconhecido que a maioria dos agricultores não faz
controle das despesas e, portanto, não analisam seus custos, desconhecendo
indicadores econômicos como margens, lucros e relações custo/beneficio. Alguns
produtores rurais notam que estão empobrecendo, conseguindo apenas se
manter na atividade, mas não conseguem detectar a fonte dos seus problemas;
não sabem que atividades ou manejos são mais lucrativos e que deficiências
deveriam ser reduzidas ou eliminadas (BLUM, 2001).
Reconhecendo, ainda, o alto custo de produção e a instabilidade de
preços no momento da venda, é importante que o produtor utilize “ferramentas”
que possam auxiliar na comercialização de seu produto. Para tanto, é necessário
dispor de informações e capacitar pessoas para auxiliar na gestão das
propriedades, abrangendo toda classe rural, e não apenas os grandes produtores.
Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi identificar e
entender os mecanismos e instrumentos de controle e de análise econômica-
financeira utilizados pelos produtores, assim como detectar a importância dada ao
controle pelos empresários rurais.
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2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA
Atualmente é necessário ter um bom conhecimento e embasamento
em qualquer atividade em que se trabalha, assim também na agricultura
principalmente por se tratar de uma atividade que está diretamente ligada com os
setores externos que podem interferir nos seus resultados. O conhecimento
tecnológico e de gestão são de extrema importância para que se possa ter um
melhor direcionamento nas tomadas de decisão.
2.1 Administração Rural
Para implantar uma gestão adequada é importante considerar
algumas teorias. O conceito clássico de administrador compreende várias funções
e atribuições que visam como objetivo final, o lucro, ou seja, administrar pelo
menor custo, com a maior produtividade, buscando obter o melhor resultado.
"A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e
controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos
os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos."
(STONER e FREEMAN, 1999).
Chiavenato (2000) ainda complementa o conceito de Administração
dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio
de pessoas de maneira eficiente e eficaz”.
Dessa maneira é importante entender o significado de ambos os
termos:
Chiavenato (2000) diz que: "[...] eficiência é uma relação técnica
entre entradas e saídas, [...] é uma relação entre custos e benefícios, ou seja,
uma relação entre os recursos aplicados e o resultado final obtido: é a razão entre
o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício
resultante." “[...] a eficácia de uma empresa refere-se à sua capacidade de
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satisfazer necessidades da sociedade por meio do suprimento de seus produtos
(bens ou serviços)”.
Segundo Reichert (1998), os princípios básicos da administração
que são aplicados à indústria e ao comércio são os mesmos aplicados para a
agricultura, porém, deve-se ressaltar que a mesma possui determinadas
características que a diferenciam dos demais segmentos, as quais, devido a isto,
precisam ser consideradas. Por exemplo, o fator de produção como terra, que
para a indústria representa a base para a instalação do imóvel, para a agricultura
este fator é considerado o principal meio de produção, que necessita de estudo
na sua micro-composição, buscando explorar o máximo seu potencial. Diante
disso, o mesmo autor destaca que esses condicionantes impõem ao produtor
rural organização no seu negócio, sob pena de ele não conseguir alcançar o
máximo rendimento econômico, diante do conjunto de atividades produtivas
planejadas.
Qualquer tipo de ação tomada pelo proprietário ou administrador de
uma propriedade, no sentido de controlar alguma coisa, vem sendo considerada
como uma atividade ligada à prática de administração rural (ANTUNES e ENGEL,
1999).
As alterações ocorridas no setor rural, juntamente com a escassez
de crédito subsidiado, passou a exigir do setor primário, máxima eficiência para
obter resultados satisfatórios. Assim a permanência das empresas rurais
dependerá da adoção de novas tecnologias para obtenção de maiores
produtividades além da gestão eficiente de seus recursos e a profissionalização
financeira (CEZAR et al., 2004; AZEVEDO, 1999).
Há a necessidade de maiores esforços dos profissionais da
assistência técnica, instituições de ensino e pesquisa, no sentido de
desenvolverem mais intensamente a área de administração e gestão rural nos
dias de hoje. Nota-se um forte apoio das instituições de pesquisa agronômica e
do sistema público de extensão no sentido da modernização da produção
agrícola, mas, por outro lado, percebe-se certo abandono no desenvolvimento da
área de administração rural (CANZIANI, 2001).
Facilmente pode-se constatar que a administração rural no Brasil
ainda se desenvolve dentro de critérios tradicionais, apresentando um baixo
padrão de desempenho operacional e econômico, principalmente em nos tempos,
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com uma crescente integração econômica internacional e sua exposição aos
concorrentes internacionais. Comentando as limitações encontradas em relação à
qualidade das informações contábeis geradas dentro de empresas rurais
brasileiras, destaca que essa característica não é atributo apenas de pequenas
propriedades rurais, prevalecendo também entre as médias e grandes, com
economia de mercado e elevados níveis de renda, comprometendo qualquer meta
de resultados financeiros diante do processo de globalização dos mercados.
(CREPALDI, 2005)
Portanto, conforme Araújo (2008), na atualidade é difícil ser um
empresário rural bem sucedido, sem que a fazenda seja tratada como uma
verdadeira empresa que adota os princípios de administração. Para isso, é
necessário que além da adoção de boas práticas produtivas, é preciso
profissionalismo e seriedade na execução dos processos administrativos.
2.2 Áreas administrativas
A administração se divide em diferentes áreas, tais como:
Administração da Produção, Administração dos Recursos Humanos,
Administração das Finanças e Administração da Comercialização.
A Administração da Produção ou Administração de operações é a
função administrativa responsável pelo estudo e pelo desenvolvimento de
técnicas de gestão da produção de bens e serviços. A produção é a função
central das organizações já que é aquela que vai se incumbir de alcançar o
objetivo principal da empresa, ou seja, sua razão de existir (SLACK et al.,1996).
Segundo Slack et. al. (1996) a função produção se preocupa
principalmente com os seguintes assuntos:
Estratégia de produção: as diversas formas de organizar a produção para
atender a demanda e ser competitivo.
Projeto de produtos e serviços: criação e melhora de produtos e serviços.
Sistemas de produção: arranjo físico e fluxos produtivos.
Arranjos produtivos: produção artesanal, produção em massa e produção
enxuta.
Ergonomia
Estudo de tempos e movimentos
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Planejamento da produção: planejamento de capacidade, agregado, plano
mestre de produção e sequenciamento.
Planejamento e controle de projetos
A administração de recursos humanos é uma associação de
habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de
administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano.
Planejamento de recursos humanos é o processo de decisão a
respeito dos recursos humanos necessários para atingir os objetivos
organizacionais, dentro de determinado período de tempo. Trata-se de antecipar
qual a força de trabalho e talentos humanos necessários para a realização a ação
organizacional futura. O planejamento estratégico de RH deve ser parte integrante
do planejamento estratégico da organização e deve contribuir para o alcance dos
objetivos da organização, incentivando o alcance dos objetivos individuais das
pessoas (CHIAVENATO, 2008).
Conforme Lima Netto (1978):
“Pode-se definir finanças como a arte e a ciência de administrar
fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou
levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupam-se do processo,
instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre
pessoas, empresas e governos..”
Por sua vez, a administração da comercialização ou marketing
compreende delinear, desenvolver e entregar bens e serviços que os
consumidores desejam e necessitam; consiste em proporcionar aos
consumidores produtos, no tempo certo, no local certo e no preço que estão
dispostos e podem pagar. No âmago do conceito, sobressai em primeiro lugar o
objeto ou razão de ser do marketing: a troca. Por outro lado, ao envolver-se no
processo de troca, o marketing propicia quatro tipos de estratégias: forma, tempo,
lugar e posse (LAMBIN, 2000).
Segundo o mesmo autor as atividades correlatas a comercialização
demandam estratégias que necessitam da análise e do delineamento do
mercado. Isso envolve segmentação, escolha de mercado-alvo e posicionamento
de mercado e por fim a operacionalização destas estratégias.
Uma estratégia pode ser concebida como uma seqüência temporal
de decisões, ou, alternativamente, como um processo que envolve um conjunto
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de ações voltadas para mover uma empresa em direção ao cumprimento de suas
metas de curto prazo e seus objetivos de longo prazo (HARRISON, 2005).
2.3 Funções administrativas
Na literatura a Administração é divida em algumas funções, com
diferentes denominações segundo os autores. As mais citadas são: planejamento,
organização, direção e controle (MAXIMIANO, 2000) e, para FAYOL (1980)
planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Em relação a essas
diferentes denominações é importante ressaltar que possuem o mesmo
entendimento global dentro do processo administrativo, sendo, portanto
expressões de preferências dos autores.
De acordo com Maximiano (2000), planejamento é o processo de
definir objetivos, atividades e recursos. É tida como a primeira função
administrativa devido a sua importância de envolver a solução de problemas e a
tomada de decisões, não só quanto às alternativas futuras, mas também às
alternativas do presente (CHIAVENATO, 2004).
A função administrativa de organizar é o processo de definir o
trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização; é também o
processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério
(MAXIMIANO, 2000).
Na literatura, quando se refere à função da direção, a mesma é
caracterizada como sendo o processo de realizar atividades e utilizar recursos
para atingir os objetivos. O processo de execução envolve outros processos,
especialmente o de direção, para acionar os recursos que realizam as atividades
e os objetivos (MAXIMIANO, 2000).
Para que as funções administrativas de planejar, controlar e
organizar se efetuem, é necessário que outra função lhes dê o suporte para sua
realização. Assim surge o papel da direção como função que guia as atividades
dos membros da organização nos rumos adequados para o alcance dos objetivos
organizacionais e pessoais de seus membros (CHIAVENATO, 2004).
Ainda, segundo Maximiano (2000), a função administrativa de
controlar é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a
necessidade de modificá-los.
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Quanto à sua abrangência, as funções administrativas podem ser
subdivididas conforme os diferentes níveis empresariais de decisão a que estão
relacionadas. Souza et al., (1990), por exemplo, distingue três níveis
empresariais: o nível institucional ou estratégico; o nível gerencial ou
intermediário; e o nível operacional. O mesmo número de níveis empresariais
também é considerado por Oliveira (1999), mas os termos utilizados por esse
autor são estratégico, tático e operacional.
Segundo Canziani (2001), o nível institucional ou estratégico
compreende decisões de longo prazo (do tipo “o que fazer” e “quando fazer”)
tomadas por pessoas responsáveis pelos assuntos globais da empresa, como os
proprietários, diretores, sócios gerentes, etc. Nesse nível, as decisões envolvem a
formulação dos objetivos gerais da empresa e a seleção das estratégias para
atingi-los adequadamente, levando-se em consideração as condições externas e
internas à empresa.
O nível intermediário, gerencial ou tático compreende, normalmente,
decisões de médio prazo (do tipo “como fazer”), que são tomadas por pessoas de
nível intermediário na hierarquia funcional da empresa como gerentes,
administradores, capatazes e técnicos. Nesse nível intermediário, as decisões
normalmente se orientam para a utilização eficiente dos recursos disponíveis, a
fim de atingir os objetivos estabelecidos ao nível institucional ou estratégico. Por
fim, o nível operacional compreende, normalmente, decisões de curto prazo
relacionadas às mais diversas operações e tarefas do dia-a-dia da empresa,
tendo como base as decisões definidas ao nível intermediário (CANZIANI, 2001).
O mesmo autor ainda conclui que, normalmente, as decisões
institucionais ou estratégicas envolvem um prazo mais longo, uma maior
amplitude, um maior risco e uma menor flexibilidade em relação às decisões
gerenciais, táticas ou intermediárias. O mesmo pode-se dizer sobre as decisões
gerenciais, táticas ou intermediárias, em relação às decisões de nível operacional.
2.4 Objetivos do produtor
Dada a diversidade das organizações rurais e a sua condição
socioeconômica, os objetivos dos produtores podem ser os mais variados
possíveis e inclusive se alterar ao longo do tempo. Isso dificulta uma
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sistematização ou generalização do processo administrativo para diferentes
produtores rurais, exigindo esforços no sentido de tipificação dos produtores para
minimizar esse problema. Assim, as funções de planejamento, organização,
direção e controle, que em conjunto formam o processo administrativo devem ser
analisadas com o devido cuidado, conferindo à administração rural características
mistas de “ciência”, “técnica” e “arte” (CHIAVENATO, 1993).
Noronha e Peres (1991) reconhecem que as características
pessoais dos empresários rurais têm influência sobre os objetivos da empresa e
sobre a condução de seus negócios. No entanto, os autores destacam que os
empresários rurais devem buscar a eficiência técnica e econômica como condição
necessária, em uma economia de mercado, para poderem cumprir seus
compromissos de gerar riqueza.
Além de questões vinculadas à maior eficiência dos negócios rurais,
o processo administrativo deve contemplar também outros objetivos dos
produtores rurais, tais como: a melhoria do bem estar e da renda líquida familiar;
o aumento do valor real do patrimônio (riqueza), a melhoria de imagem do
produtor perante a sociedade, a tranqüilidade quanto à sucessão patrimonial,
entre outras questões de ordem pessoal ou social (CANZIANI, 2001).
2.5 Administração financeira na empresa rural
Para Crepaldi (2005), a contabilidade rural tem as seguintes
finalidades: orientar as operações agrícolas e pecuárias; medir o desempenho
econômico-financeiro da empresa e de cada atividade produtiva individualmente;
controlar as transações financeiras; apoiar as tomadas de decisões no
planejamento da produção, das vendas e dos investimentos; auxiliar as projeções
de fluxos de caixa e necessidades de crédito; permitir a comparação do
desempenho da empresa no tempo e desta com outras empresas; conduzir as
despesas pessoais do proprietário e de sua família; justificar a liquidez e a
capacidade de pagamento da empresa junto aos agentes financeiros e outros
credores; servir de base para seguros, arrendamentos e outros contratos; gerar
informações para a declaração do Imposto de Renda.
Gestão financeira da propriedade pode ser dividida em duas partes,
a gestão do fluxo de caixa e a gestão dos custos. Em relação à gestão do fluxo de
caixa, deve-se verificar como ocorreram as entradas e saídas de dinheiro na
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propriedade e identificar os gargalos (períodos de falta de dinheiro), se houver.
Também deve incluir as despesas familiares (SEPULCRI, 2004).
Em relação à gestão dos custos, o mesmo autor cita que se deve
identificar o sistema de produção utilizado, o processo tecnológico (tecnologia,
insumos e princípios ativos utilizados). Identificar os custos da propriedade, por
exploração, relacionando os gastos em cada item do custo variável e o mês em
que foi efetuado. Organizar o custo de produção por exploração (produto) e total
da propriedade, identificando os custos.
Algumas perguntas podem ser feitas: Pode-se reduzir os custos
nestas atividades mantendo a receita constante? Pode-se aumentar a receita
mantendo os custos constantes? Pode-se reduzir os ativos mantendo constantes
os custos e as receitas?
No Quadro 1, a seguir, são apresentadas as áreas e as funções
administrativas em relação à atuação das finanças, assim como alguns exemplos
genéricos.
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Quadro 01: Dois exemplos genéricos de atividades administrativas para cada umadas diferentes funções do processo administrativo das finançasempresa agropecuária.
ÁreasadministrativasFunçõesadministrativas
FINANÇASExemplos genéricos
PlanejamentoEstratégico
Projetar o fluxo de caixa das atividades e da empresa comoum todo (incluindo gastos familiares), especificando as origens(fontes) e as aplicações (usos) dos recursos financeiros.Elaborar e analisar a viabilidade de projetos de investimentopara a implantação de novas atividades ou para amodificação/alteração do atual sistema de produção.
PlanejamentoOperacional
Elaborar orçamentos para as atividades da empresa.Estabelecer cronograma financeiro para as atividades daempresa.
OrganizaçãoEstratégica
Definir os centros de custos e/ou centros de lucros daempresa.Definir e detalhar o plano de contas da empresa.
OrganizaçãoOperacional
Organizar e sistematizar o fluxo de informações financeirasda empresa.Definir a forma de armazenamento de dados e deprocessamento das informações financeiras.
Direção Estratégica Definir e supervisionar os usos dos recursos financeirospróprios e de terceiros na empresa.Administrar as finanças da empresa, decidindo sobre gastosou poupanças e sobre aplicações ou contratações de recursosfinanceiros.
Direção Operacional Executar o cronograma financeiro da empresa.Gerenciar cotidianamente o fluxo de caixa da empresa.
Controle Estratégico Coletar e sistematizar dados relacionados às finanças daempresa como um todo, detalhando as origens (fontes) eaplicações (usos) dos recursos financeiros.Avaliar a empresa como um todo nos aspectos econômicose financeiros.
Controle Operacional Coletar e sistematizar dados econômicos e financeiros dasatividades desenvolvidas pela empresa.Avaliar individualmente as atividades da empresa sob osaspectos econômico e financeiro.
Fonte: Canziani (2001)
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2.6 Custo de produção
O custo de produção é uma maneira não apenas de quantificar a
viabilidade da cultura, mas também deve ser utilizado para classificar o
desempenho e eficiência da atividade frente à competitividade mundial.
Mostrando a importância da determinação dos custos de produção,
Neves e Andia (2003) esclarecem que seu mérito não se deve somente a um
componente para a análise da rentabilidade da unidade de produção, mas
também como parâmetro de tomada de decisão e de capitalização do setor rural.
Além disso, os autores chamam atenção para o fato de que os custos de
produção, dependendo para qual finalidade se destinam, podem adquirir
diferentes aspectos. Para o produtor rural é um indicativo de sua administração,
tanto das práticas como da cultura. Para as políticas publicas serve como
subsídio para tomada de decisões, como determinação de preços mínimos e
disponibilidade de crédito para financiamento.
O método centros de custos que “são todas as atividades
desenvolvidas dentro de uma propriedade ou empresa rural que geram custos
para poderem ser exercidas, ou seja, os centros de custos são os responsáveis
pelas despesas efetuadas”. Nesse sentido, os autores indicam: a) Centro de custo
produtivo-atividades produtivas desenvolvidas em uma propriedade rural, que
além de gerar despesas são capazes de gerar receitas; b) Centro de custos
intermediários - atividades realizadas dentro de uma propriedade rural que
existem para dar suporte às atividades produtivas, ou seja, manter as atividades
produtivas funcionando (ANTUNES e ENGEL, 1999).
No momento em que o produtor decide as variáveis a ser utilizadas,
está também definindo seu custo. Para os economistas, custo econômico pode
ser definido como o valor de mercado de todos os insumos usados na produção
(BINGER e HOFFMAN, 1998).
O cálculo do custo de certa cultura busca estabelecer os custos de
produção associados aos diversos padrões tecnológicos e preços de fatores em
uso nas diferentes situações ambientais. Deste modo, o custo é obtido mediante a
multiplicação da matriz de coeficientes técnicos pelo vetor de preços dos fatores
(CONAB, 2002). Nesta formulação, o objetivo é a determinação do custo
representativo de certa região por unidade de produto.
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A informação da forma como insumos são combinados, segundo a
CONAB (2002), é conhecida como "pacote tecnológico" e indica a quantidade de
cada item em particular por unidade de área (hectare), que resulta em
determinado nível de produção. Esta relação quantidade por hectare de cada item
é chamada de coeficiente técnico e deve refletir tanto os fatores relacionados ao
produtor como à região de produção. Este coeficiente pode ser expresso em
tonelada, quilograma ou litro (corretivos, fertilizantes, sementes e defensivos), em
horas (máquinas e equipamentos) e em dias de trabalho (humano).
A análise do custo de produção pode ser feita a partir da
mensuração dos custos incorridos no processo produtivo, que, em termos
econômicos, são tidos como fixos ou variáveis. Segundo Melo Filho e Mesquita
(1983), no custo fixo enquadram-se a remuneração dos fatores de produção cujas
quantidades não podem ser modificadas em curto prazo, mesmo que as
condições de mercado indiquem vantagens em se alterar a escala de produção.
Como se enquadram quanto à classificação:
Variáveis: são custos obtidos diretamente da multiplicação da
quantidade utilizada de certo insumo pelo preço de mercado do insumo.
Enquadram-se neste caso os insumos: sementes, fertilizantes e químicos, mão-
de-obra, operações mecanizadas, reparos (benfeitorias, veículos, maquinas e
equipamentos) combustível, lubrificantes, empregados, encargos, mão-de-obra
temporária, funrural, contador, contribuição sindical, juros sobre o capital variável
e outros (MELO FILHO e MESQUITA, 1983).
Fixos: são custos que existem independentemente da quantidade
produzida e que muitas vezes não exigem um desembolso direto do produtor,
como as depreciações de instalações e benfeitorias, máquinas e equipamentos,
pró-labore do produtor, imposto territorial e juros sobre o capital fixo (MELO
FILHO e MESQUITA, 1983).
É importante ressaltar que a depreciação é um custo necessário
para substituir os bens de capital quando tornados inúteis pelo desgaste físico
(depreciação física) ou quando perdem valor com o decorrer dos anos devido às
inovações técnicas (depreciação econômica ou obsolescência) (HOFFMAN et al.,
1987).
Segundo Hoffmann et al. (1987) deve ser feita a análise financeira
da empresa a partir de algumas conceituações. A Renda Bruta (RB) é o valor de
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todos os produtos obtidos durante o exercício,ou seja, é o valor de tudo o que foi
obtido como resultado do processo de produção realizado na empresa durante
um ano. Já a Renda Líquida (RL) que é destinada a remunerar o empresário e o
capital (inclusive terra), é calculada a partir da renda bruta (RB) subtraindo as
despesas (D) (gastos ou encargos da empresa).
RL= RB – D
Se adicionarmos às Despesas (D) os juros sobre o capital agrário
(inclusive terra) e a remuneração do empresário, obtemos o Custo Total (CT).
CT= D + (Juros) + (remuneração do empresário)
Para obter o Lucro puro (LP) deve-se subtrair o custo total (CT), da
renda bruta (RB).
LP= RB – CT
Existem diversos modelos de contabilidade e registro de custos. O
sistema a ser utilizado deve ser escolhido de acordo com as características da
empresa, devendo ser o mais simples possível. O tipo e a amplitude dos registros
dependerão do tamanho e organização da empresa, do interesse do produtor e
da disponibilidade de assistência de contadores ou instituições oficiais
(HOFFMANN et al., 1987).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, L. M.; ENGEL, A. Manual de administração rural: custos deprodução. 3. ed. Guaíba: Agropecuária, 1999.
ARAÚJO, M. J. Fundamentos de Agronegócios. São Paulo: Atlas, 2008.160p.
AZEVEDO, D. B. Condicionantes da competitividade e do gerenciamento dabovinocultura de corte no Triângulo Mineiro. Dissertação de Mestrado –Universidade de Viçosa, Minas Gerais, 1999. 174p.
BINGER, B. R.; HOFFMAN, E. Microeconomics with calculus. 2° edition. NewYork: Addison-Wesley Educational Publishers Inc., 1998. 633 p. Disponívelem:<www.scielo.br>. Acesso em: 22. mai. 2012.
BLUM, R. Agricultura familiar: estudo preliminar da definição, classificação eproblemática. In: TEDESCO, J. C. (Org). Agricultura familiar: realidades eperspectivas. 3 ed. Passo Fundo: Ediupf, 2001. p. 57-102.
BORGES, A. O grande desafio do agronegócio no Brasil. 2007. Disponível em:< http://www.empreendedorrural.com.br>. Acesso em: 16 nov. 2011.
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19
3. ARTIGO
ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRAUTILIZADOS PELOS PRODUTORES DE GRÃOS DE SÃO
GABRIEL DO OESTE, MATO GROSSO DO SUL
20
ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRAUTILIZADOS PELOS PRODUTORES DE GRÃOS DE SÃO
GABRIEL DO OESTE, MATO GROSSO DO SUL
RESUMOAs mudanças ocorrentes na economia mundial, particularmente a abertura dos
mercados e as novas exigências dos consumidores, fazem com que o produtor
rural necessite aumentar a eficiência na produção e na gestão das atividades
agrícolas. Com base nessa premissa, o presente estudo teve como objetivo
identificar e descrever os mecanismos e instrumentos de controle e de análise
econômica-financeira utilizados pelos produtores de grãos do município de São
Gabriel do Oeste - Mato Grosso do Sul, assim como a importância dada pelos
mesmos à função de controle. Foi possível constatar que ainda existem
produtores que não fazem nenhum tipo de controle, e os que o fazem nem
sempre utilizam esses instrumentos da maneira correta, levando em consideração
apenas alguns componentes do custo total. Além disso, muitos ainda não
informatizaram suas empresas rurais. Embora a proporção de produtores que
compreende e executa a gestão financeira de maneira correta seja reduzida,
existe uma percepção generalizada sobre a importância de um controle efetivo
para facilitar as tomadas de decisão.
Palavras-chave: Administração Rural; controle; indicadores financeiros
21
ANALYSIS OF FINANCIAL MANAGEMENT TOOLS USED BYCROP FARMERS IN SÃO GABRIEL DO OESTE, MATO GROSSO
DO SUL.
ABSTRACTChanges taking place in the global economy, particularly the markets opening and
the new consumer requirements imposed to farmers the need to increase the
efficiency in farm production and management. Based on this premise, the present
study aimed to identify and describe the mechanisms and instruments used to
control and analyze the economic performance of crop farms in São Gabriel do
Oeste, Mato Grosso do Sul State, as well as to verify the importance given by
farmers to the control function. It was found that there are producers who make no
kind of control, and those who do not always use these tools properly, taking into
consideration only some components of the total cost. In addition, many still do not
use computers ordinarily in their rural businesses. Although the proportion of
producers who understands and practices the financial management in a proper
way is reduced, there is a widespread perception of the importance of effective
control to facilitate decision-making.
Key words: Farm management; control; financial indicators.
22
3.1. INTRODUÇÃO
As mudanças ocorrentes na economia mundial, particularmente a
abertura dos mercados e as novas exigências dos consumidores, fazem com que
o produtor necessite aumentar a eficiência na produção e na gestão das
atividades agrícolas. Assim, além de empregarem tecnologias economicamente
viáveis, os sistemas de produção devem ser ambientalmente corretos e
socialmente justos, atendendo os requisitos da sustentabilidade. Para tanto, é
importante que o empresário rural se capacite, com ênfase nas variáveis que
afetam a gestão de sua atividade.
O surgimento de um novo ambiente para realização de negócios fez
com que os gestores das propriedades rurais passassem a enfrentar problemas
como acirramento da concorrência, estagnação de preços e aumento de custos,
além das perdas pela ocorrência doenças, pragas e constantes variações do
clima. Uma das soluções encontradas para o enfrentamento dessas adversidades
é a gestão financeira, pois esta oferece a informação, o controle e a
racionalização no uso dos recursos, para a continuidade da atividade
agropecuária (BARBALHO et al., 2006).
A contabilidade de custos tem sido uma das ferramentas
administrativas menos utilizadas pelos produtores brasileiros, sendo vista,
geralmente, como uma técnica complexa em sua execução, com baixo retorno na
prática. A tarefa de gerar informações gerenciais, que permitam a tomada de
decisão com base em dados consistentes e reais, é uma dificuldade constante
para os produtores rurais (CREPALDI,1998).
A análise da rentabilidade das culturas tornou-se assim uma
importante ferramenta para a maximização dos lucros. Na opinião de Martin
(1994), estimativas de custos de produção têm assumido importância crescente,
tanto na análise da eficiência da produção de determinada atividade quanto na
análise de processos específicos, como indicadores do sucesso das empresas no
seu esforço de produzir. Para este mesmo autor, o fato da agricultura ter de se
tornar cada vez mais competitiva, e a diminuição da intervenção governamental
no setor, transformou o custo de produção num importante instrumento do
processo de decisão.
23
Nesse contexto, a contabilidade pode desempenhar um importante
papel como ferramenta gerencial, oferecendo informações que permitem um
melhor planejamento e controle, transformando as propriedades rurais em
empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente
no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de
custos, diversificação de culturas e comparação de resultados (BORILLI, et al.,
2005).
A principal ferramenta de gestão a ser utilizada pelos produtores
rurais é o controle de caixa, que permite identificar as entradas e as saídas de
recursos financeiros, conhecendo seu destino final. Bastos (2008) relata que esta
ferramenta permite que o produtor tenha controle sobre suas retiradas, pois
geralmente o que acontece é que ele utiliza o mesmo recurso destinado à
atividade produtiva para pagar as contas pessoais e as contas da fazenda.
A demonstração do fluxo de caixa tem como objetivo registrar as
transações financeiras, assim como servir de base para o gestor efetuar o
planejamento financeiro de sua entidade. Assim, o proprietário rural pode prever
as sobras de caixa e aplicá-las em outras atividades ou em investimentos na
própria atividade, como também pode antecipar a falta de recursos e recorrer a
financiamentos o mais previamente possível (SILVA, 2008).
Nunes (2006) conceitua o balanço patrimonial como a demonstração
que apresenta os bens e direitos da empresa e o que ela pode utilizar na sua
atividade, as obrigações e dívidas com terceiros e a diferença entre o que a
empresa possui e o que deve, sendo assim outra ferramenta importante.
Padoveze (2000) destaca que uma vez conhecidos tais índices
financeiros, os gestores poderiam diagnosticar situações críticas ou benéficas,
verificar tendências e assim obter os subsídios necessários para o processo de
tomada de decisão.
O presente trabalho teve como objetivo identificar e entender os
mecanismos e instrumentos de controle e de análise econômica-financeira
utilizados pelos produtores de grãos de São Gabriel do Oeste - MS, assim como
detectar a importância dada por eles à função administrativa de controle.
24
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no município de São Gabriel do Oeste,
situado na região norte de Mato Grosso do Sul, a 130 km da capital Campo
Grande. O município tem uma população em torno de 22 mil habitantes e uma
área total de 3.865 km2, conforme dados do IBGE (2010).
Empregou-se uma abordagem de caráter exploratório e descritivo,
com base na combinação de métodos qualitativos e quantitativos, a partir de
levantamento de dados junto a produtores rurais. A abordagem também envolveu
levantamento bibliográfico sobre o tema em estudo, buscando dados secundários
em livros, artigos publicados, material disponível na internet e periódicos.
As unidades de análise foram extraídas do universo dos produtores
rurais associados ao Sindicato Rural no Município de São Gabriel do Oeste. De
acordo com uma lista atualizada, verificou-se a existência de 135 produtores de
grãos que cultivam acima de três módulos rurais (70 ha cada módulo rural).
Aos parâmetros dessa população aplicou-se a seguinte fórmula,
proposta por Fonseca e Martins (1994):
,
onde:
n = tamanho da amostra a ser selecionada;
d = erro amostral expresso na unidade da variável;
Z = valor associado ao nível de confiança;
p = proporção a priori a favor de uma determinada característica de maior
interesse;
q = proporção a priori contra uma determinada característica de maior interesse;
N = tamanho da população.
Considerando uma variável nominal e população finita, para um erro
amostral de 7%, a aplicação da fórmula resultou em uma amostra de 80
produtores, que foram então extraídos aleatoriamente.
25
A coleta de dados deu-se por meio de entrevista individual do tipo
inquisição direta, usando-se questionário estruturado com perguntas fechadas
que, conforme Cervo et al. (2007), permitem obter informações mais precisas e
reais, devido ao aumento da confiança do respondente. O questionário incluiu
perguntas relacionadas a aspectos demográficos, recursos/atividades e
administração. Em algumas questões, de natureza qualitativa, foi utilizada a
escala de Likert (JUDD et al., 1991), usando cinco níveis de resposta: 1=
nenhuma importância, 2= pouca importância, 3= moderada importância, 4=
importante, 5= muito importante. As entrevistas foram realizadas nos meses de
dezembro de 2011 e janeiro de 2012.
Para a formatação do questionário, construção da base de dados e
análise dos mesmos, foi utilizado o “software” Sphinx, Léxica 5.0. Foram
realizadas análises do tipo univariada, bivariada e multivariada. A primeira
descreveu e caracterizou a amostra, calculando-se médias, desvios e frequências
relativas. A segunda buscou identificar possíveis relações entre variáveis, para
melhor explicar os resultados. Para cada análise bivariada, foi aplicado o teste de
Qui-quadrado, visando verificar a significância estatística da interdependência,
para um nível de probabilidade de 5%.
A fim de descobrir a existência de ligação verdadeira entre a variável
dependente e a independente, ou ambas as variáveis com uma terceira, foram
realizadas análises de correspondência múltipla. Com essas análises foi possível
identificar se a explicação da variável dependente estaria relacionada a outros
fatores os quais estariam ocultos se analisados de forma isolada ou utilizando
apenas a análise bivariada. A técnica de análise de correspondência múltipla,
utilizada neste trabalho, é a de análise fatorial por meio do processo de rotação
ortogonal varimáx, o que viabiliza a interpretação dos dados de diversas variáveis
simultaneamente.
26
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3.1 Perfil dos produtores
Dos 80 produtores entrevistados de São Gabriel do Oeste são
predominantemente (90%) do sexo masculino, revelando que a inserção da
mulher no campo ainda é uma realidade distante na região estudada, apesar de
seu destaque em vários setores da economia brasileira. A faixa etária de maior
predominância está entre 40 e 49 anos, com frequência de 35%. Essa situação é
um pouco diferente para a totalidade dos trabalhadores (rurais e urbanos)
brasileiros: a faixa entre 30 e 39 anos é a mais numerosa, seguindo-se aqueles
com idade entre 40 e 49 anos (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO,
2011).
Em relação à escolaridade, destaca-se o alto nível de educação dos
indivíduos componentes da amostra. Não existem analfabetos, 75% possuem
ensino médio completo e 35% concluíram o ensino superior. Esse resultado
contrasta com a pesquisa de Bianchi (2010), que analisando assentados em
Chapadão do Sul, verificou que a média de estudo das famílias não ultrapassava
os quatro anos do ensino fundamental. Esse quadro pode ser explicado pela
diferença entre a renda familiar de assentados pela reforma agrária e donos de
propriedades ou arrendatários de terras para a produção de grãos.
Borilli et al. (2005), em pesquisa com produtores rurais da região de
Toledo, no Estado do Paraná, verificou que 72,14% dos agricultores concluíram o
ensino fundamental, mostrando que por ser uma região de produtores de grãos
também mostrou-se com nível escolar mais elevado.
Cabe ainda relatar que, dos 35% dos produtores rurais que têm
curso superior completo, 57% são formados em Ciências Agrárias, com destaque
para o curso de Agronomia. Produtores formados em Administração Rural
perfazem um total de 14%, e Zootecnia 7%, para citar somente os cursos com
números mais significativos.
Com referência à forma jurídica da empresa rural, todos os
agricultores entrevistados apresentam-se na forma de pessoa física. Rossoni
(2009) obteve o mesmo resultado ao verificar a incidência da forma jurídica
escolhida pelos produtores de bovinos de corte no Estado do Mato Grosso do Sul.
27
Segundo Roveri (2006), a escolha pela pessoa física deve-se ao fato
dos produtores estarem acostumados a esta figura jurídica, além de
desconhecerem se existem ou não vantagens na pessoa jurídica, o que depende
da situação presente em cada caso.
Outro fato relevante constatado na presente pesquisa foi o de que
83,8% dos produtores rurais de São Gabriel do Oeste exercem atividades na
lavoura há mais de 20 anos. Vestena et al., (2008) obtiveram resultados parecidos
ao avaliar o perfil do produtor de grãos da região da Grande Dourados,
verificando que 67,5% deles estão na atividade há mais de 20 anos.
O produtor rural da região de São Gabriel do Oeste tem buscado
diversificar suas fontes de renda, como revela o fato de 51,2% deles não
dependerem exclusivamente da lavoura.
Quanto à posse da terra, 85% são proprietários, e 55% destes, além
de proprietários, são também arrendatários. Ainda, 12% dos produtores são
somente arrendatários.
Entre os entrevistados 25% trabalham em áreas acima de 1.800 ha,
18,8% possuem áreas até 300 ha, e os restantes 55,2% produzem em áreas
entre 301 e 1800 ha. Na pesquisa de Vestena et al., (2008), a grande maioria dos
produtores da Grande Dourados também executam suas atividades em áreas
entre 200 e 2000 ha.
Mais da metade dos produtores não tiveram aumento de sua área
produtiva nos últimos cinco anos, contrariando a expectativa de que a pujança da
produção de grãos da região induziria tal expansão. Sobre tal fato, algumas
suposições podem ser feitas: a região já está no limite de expansão de suas
áreas; os produtores estão fazendo investimentos em outros setores, ou mesmo
em novas tecnologias, mantendo a área cultivada constante.
Identificou-se que 88,8% dos produtores rurais não possuem assessoria
administrativa em suas propriedades. São eles próprios, ou algum membro da
família, que fazem a gestão da empresa rural. No caso dos poucos produtores
que possuem assessoria, 62,5% a têm de forma permanente. Isto mostra como
os produtores, mesmo aqueles detentores de grandes áreas, ainda são
responsáveis por todas as etapas da administração da empresa rural. Por fim,
observou-se que 96,3% acreditam estar tendo lucro com a atividade. Já Spagnol
e Pfüller (2010), em pesquisa feita com produtores no município de Sananduva,
28
no Rio Grande do Sul, observaram que 64% dos produtores consideram a
atividade lucrativa. Esses autores atribuíram essa menor porcentagem ao
momento pelo qual a agricultura passava, com baixa rentabilidade, devido aos
preços baixos dos produtos e a problemas climáticos ocorridos na safra anterior.
3.3.2 Controle Financeiro
A agricultura é uma atividade caracterizada por investimentos e
custos variáveis elevados, os quais, juntamente com o retorno no momento da
colheita, implicam em grande giro financeiro. Fazer o controle dos investimentos e
das entradas e saídas de recursos é portanto essencial para obter um real
entendimento da saúde financeira do empreendimento, possibilitando definir
estratégias de curto e longo prazo. Nesse sentido, quando perguntou-se aos
produtores se eles faziam algum tipo de anotação visando o controle, expressiva
quantidade deles (90%) afirmou fazer anotações relativas aos gastos.
Quase metade (47,2%) dos produtores registra essas informações em
cadernos e agendas, enquanto 38,9% utilizam o computador; o restante usa as
duas formas, manual e informatizada. Levando-se em conta a grande evolução
tecnológica que atinge todo cidadão, esse dado mostra que os produtores ainda
precisam evoluir quando se trata da gestão da empresa, pois hoje já existem
inúmeros softwares disponíveis para facilitar as tomadas de decisão, de acordo
com a quantidade e variedade de registros que podem ser armazenados nessas
máquinas.
Os produtores que fazem o controle têm a possibilidade de executá-
lo de acordo com o ano fiscal ou o ano agrícola. No segundo caso o controle é
feito para o período compreendido pelo plantio, colheita e, também, pela
comercialização da safra (MARION, 1996). Dessa maneira, o produtor pode
avaliar a real rentabilidade da cultura. Já o controle de acordo com o ano fiscal
engloba o período entre 1o de janeiro e 31 de dezembro, geralmente feito para fim
de imposto de renda, mas servindo também de parâmetro para verificar a
situação financeira. Esse tipo de controle, no entanto, tende a ser falho, pois não
indica a rentabilidade especifica de cada cultura ou cada investimento
separadamente, podendo mascarar algum ponto que está, porventura, dando
29
prejuízo. Entende-se que a melhor maneira é ter em conta os dois períodos, mas
na amostra estudada poucos foram os produtores que os levam em conta
simultaneamente. A grande maioria considera apenas um deles, uma metade
usando o ano fiscal e a outra fazendo os registros de acordo com o ciclo da
lavoura.
Dos agricultores entrevistados, 75% anotam as despesas
separadamente dos investimentos. Com isso é possível prever o desembolso na
safra seguinte, facilitando o planejamento financeiro. Já quando se tem os valores
dos investimentos pode-se calcular a depreciação, identificando qual o melhor
momento de reinvestir.
Indagados em relação à anotação de despesas, especialmente
quanto ao agrupamento daquelas de natureza comum, 69,4% dos entrevistados
afirmaram que as registram item por item, como se tivessem um plano de contas.
Isto facilita identificar componentes de maior peso no custo de produção e,
consequentemente, concentrar neles os esforços de minimização de custo.
Pouco mais da metade dos produtores, 55,6% deles, possuem
controle patrimonial atualizado das instalações, benfeitorias, máquinas e
equipamentos, o que permite identificar o valor de seu ativo e, com isso,
caracterizar a verdadeira situação patrimonial da empresa. Assim sendo, pode-se
afirmar que boa parte dos produtores não conhece o valor real do seu próprio
patrimônio.
Os agricultores foram ainda indagados se é feito o controle de
produtividade da lavoura por hectare. A grande maioria, 91,7% deles, faz esse
tipo de controle, mostrando assim a importância dada ao fator de produção terra.
3.3.3 Análise econômica e financeira
Após identificar o tipo de controle que os produtores rurais utilizam,
foi analisado se os mesmos usam corretamente os instrumentos econômicos e
financeiros no gerenciamento de suas propriedades.
Dada a relevância do custo de produção para as tomadas de
decisão, perguntou-se sobre sua prática, observando-se que 87,5% o fazem
sistematicamente. Bianchi (2010) fez o mesmo questionamento a assentados,
30
observando que 9% registram apenas os custos fixos. A menor escala de
produção dos assentados, bem como o empirismo de sua gestão, carente de
maior controle, certamente explica essa diferença nos percentuais.
Verificou-se também que 84,1% dos produtores utilizam o hectare
como referência para o custo de produção, ou seja, os custos são divididos pela
área plantada, gerando uma média por hectare. Uma minoria (4,8%) prefere ter
como referência o custo por saco produzido. Com tais dados, os produtores
verificam quantos sacos foram colhidos por hectare e subtraem deste valor os
custos expressos em quantidade equivalente de sacos. Um total de 11,1% dos
agricultores utilizam os dois métodos. Essa porcentagem é pouco significativa, e o
ideal seria que a totalidade dos produtores fizessem os dois cálculos, para deixar
mais claro o real custo de produção.
Ao analisar-se que itens os produtores consideram para calcular o
custo de produção, obteve-se resultado bastante heterogêneo, como mostrado na
Tabela 1.
Nove são os componentes do custo total, considerados simultaneamente
por apenas 3,2% dos produtores. Foi identificado que 14,3% levam em
consideração somente o custo operacional da lavoura (desembolso), embora em
todas as outras combinações apareça tal custo, como pode ser visto nas Tabelas
1 e 2. Uma explicação para isso é que o custo operacional corresponde ao
desembolso anual do agricultor, portanto é um custo fácil de ser identificado.
31
TABELA 1 – Composição do custo de produção considerado pelos produtores de
São Gabriel do Oeste – MS, 2012.
FrequênciaCombinação dos itens de custo Absoluta Relativa (%)6.7.8 9 14,3%8 9 14,3%5.8 4 6,3%6.8 4 6,3%8.9 4 6,3%1.3.6.7.8.9 3 4,8%3.5.6.7.8 3 4,8%1.2.3.4.5.6.7.8.9 2 3,2%1.2.5.6.7.8 2 3,2%1.5.6.7.8.9 2 3,2%1.5.8 2 3,2%6.7.8.9 2 3,2%1.2.3.4.8 1 1,6%1.3.4.5.6.7.8.9 1 1,6%1.3.4.5.6.7.8 1 1,6%1.3.5.6.7.8.9 1 1,6%1.3.6.7.8 1 1,6%1.5.6.7.8 1 1,6%1.5.6.8 1 1,6%1.6.8 1 1,6%1.7.8 1 1,6%1.8 1 1,6%3.4.5.6.7.8 1 1,6%3.4.5.7.8.9 1 1,6%3.5.6.8 1 1,6%3.5.8 1 1,6%3.6.8.9 1 1,6%5.6.7.8.9 1 1,6%5.6.8 1 1,6%Total 63 100,0%
Itens de custo: 1=Depreciação de máquinas e equipamentos; 2=Depreciação de instalações ebenfeitorias; 3=Juros sobre o capital em máquinas e equipamentos; 4=Juros sobre o capital eminstalações e benfeitorias; 5=Custo de oportunidade da terra (juros ou valor de arrendamento);6=Juros sobre o custo operacional da lavoura (despesas com insumos, mão de obra, etc);7=Imposto territorial; 8=Custo operacional da lavoura; 9= Pró-labore (Valor da mão de obra doproprietário).
Outra combinação bastante usada pelo produtor, com porcentagem
de 14,3% do total, é aquela que considera custos operacionais, juros sobre os
mesmos e imposto territorial.
32
TABELA 2 – Frequência com que os diferentes componentes do custo sãoincluídos nas estimativas dos produtores de São Gabriel do Oeste– MS, 2012.
Itens Custo de produção Freq. %Depreciação de máquinas e equipamentos 21 33,3
Depreciação de instalações e benfeitorias 5 7,9
Juros sobre capital imobilizado em máquinas e equipamentos 18 28,6
Juros sobre capital imobilizado em instalações e benfeitorias 7 11,1
Custo de oportunidade da terra (juros ou arrendamento) 26 41,3
Juros sobre as despesas operacionais com a lavoura 39 61,9
Imposto territorial 32 50,8
Custo operacional da lavoura (insumos, mão de obra, etc) 63 100
Pró-labore (valor da mão de obra do proprietário) 18 28,6
Quanto ao cálculo e uso das margens econômicas, 75% dos
entrevistados afirmaram calcular tais margens, do que se conclui que a grande
maioria dos proprietários tem interesse em conhecer com mais detalhe seus
resultados econômicos. Na prática, no entanto, observou-se que 63,6% dos
agricultores que realizam algum controle calculam apenas a margem bruta
(receita menos custo operacional), o que se explica pelo fato da maioria não fazer
o custo de produção completo, levando em consideração apenas as despesas
operacionais, como pode ser observado na Tabela 3.
A partir desse resultado, e sabendo-se que a lucratividade é definida
como lucro liquido dividido pelo valor total das vendas, pode-se concluir que essa
foi uma resposta genérica, prejudicada pelo mal entendimento, de parte dos
produtores, do significado do conceito de lucratividade.
33
TABELA 3 -Combinação dos itens considerados pelos produtores de São Gabriel
do Oeste - MS para fazerem os cálculos das margens econômicas,
2012.
Combinação dos itens Frequencia %1 35 63,6%1.2 1 1,8%1.2.3 1 1,8%1.3 2 3,6%1.4 1 1,8%2 2 3,6%4 4 7,3%5 4 7,3%6 5 9,1%Total 55 100,0%Itens: 1= Receitas – Desembolso = despesas de custeio (Margem Bruta) 2= Receitas –(desembolso + depreciação + pró-labore) (Margem Operacional 1) 3= Receitas – (desembolso +depreciação) (Margem Operacional 2) 4= Receitas – (desembolso + depreciação + juros sobrecapital + pró-labore) (lucro líquido 1) 5= Receitas – (desembolso + depreciação + juros sobre ocapital) (lucro líquido 2) 6= Outros.
Esse alto índice de produtores que calculam apenas a margem bruta
é preocupante porque, a longo prazo, o produtor precisa de reinvestimentos, e
pode não conseguir os recursos para isso, pois ele não sabe qual é o valor real
dos seus custos totais.
Questionados sobre a execução do balanço patrimonial, metade dos
produtores afirmaram realizá-lo. Julga-se, no entanto, que este percentual está
superestimado, talvez porque os entrevistados não conhecem suficientemente o
significado desse conceito. Isto fica mais patente quando se verifica que apenas
37,5% dos respondentes disseram calcular a relação ativo total/passivo total,
componente menor de um balanço patrimonial.
Uma minoria de produtores, 13,9% do total, fazem uso de outros
indicadores financeiros, mais uma vez evidenciando que a gestão financeira não é
uma área que recebe atenção maior dos produtores. Além disso, mesmo quando
afirmaram fazer uso de outros indicadores, alguns não perceberam que já haviam
respondido sobre isso em outro ponto do questionário, não se tratando, portanto,
de indicador diferente. Outro equívoco identificado refere-se ao tratamento do
34
dólar americano como um indicador, quando o mesmo é usado, no caso, apenas
para expressar os resultados em uma moeda estável.
3.3.4 Análise das relações entre variáveis selecionadas
Por meio da análise bivariada buscou-se investigar a existência de
relação de dependência entre o emprego da função controle (percepção de lucro,
grau de informatização, cálculo do custo de produção e realização de balanço
patrimonial) e variáveis que poderiam explicar tal emprego (idade, tamanho da
lavoura, formação em ciências agrárias e nível de escolaridade).
Primeiramente, julgou-se interessante verificar se a faixa etária do
proprietário rural estava relacionada ao tamanho da lavoura, supondo-se que os
agricultores mais velhos teriam maior área porque estão há mais tempo na
atividade e, portanto, puderam acumular ganhos revertidos em compra de terras.
Para isso, cruzou-se a idade com a área total de lavoura, encontrando-se uma
dependência significativa (2 = 39,04, gl = 24, p = 0,02) na associação dessas
duas variáveis. Produtores de 30 a 39 anos possuem mais terras cultivadas
(acima de 1800 ha), seguidos pelos de 40 a 49 anos (Tabela 4). Já os produtores
com menos de 30 anos e aqueles com mais de 60 são os que possuem menos
quantidade de terra cultivada. Portanto, os dados não sustentam a suposição de
que os mais velhos possuem mais terra, o que pode ser explicado pelo fato dos
mais idosos não estarem mais à frente de seus negócios, tendo delegado a
administração para as gerações mais jovens.
TABELA 4 – Análise da relação Idade x Área total da lavoura, São Gabriel doOeste – MS, 2012.
Idade Área total da lavoura TOTALAté300ha
301 a600ha
601 a900ha
901 a1.200ha
1201 a1500ha
1501 a1.800ha
acima de1.800 há
até 29 anos 11,1% 0,0% 44,4% 22,2% 11,1% 11,1% 0,0% 100%30 a 39 anos 5,9% 23,5% 11,8% 5,9% 5,9% 0,0% 47,1% 100%40 a 49 anos 28,6% 14,3% 7,1% 10,7% 0,0% 3,6% 35,7% 100%50 a 59 anos 21,1% 5,3% 31,6% 15,8% 5,3% 5,3% 15,8% 100%60 ou mais 14,3% 42,9% 14,3% 0,0% 28,6% 0,0% 0,0% 100%TOTAL 18,8% 15,0% 18,8% 11,3% 6,3% 3,8% 26,3% 100%
35
Ter um bom retorno dos investimentos e conseguir comprar terras
ao longo do tempo, para aumentar a área de produção, traz ao agricultor a
possibilidade de ter uma renda maior. Para verificar se o aumento da área de
terra está relacionado com a idade do produtor, cruzaram-se essas duas
variáveis, observando-se, de forma significativa (2 = 10,62, gl = 4,1, p = 0,03),
que os produtores entre 30 e 39 anos aumentaram mais suas áreas produtivas,
enquanto aqueles acima de 60 anos tiveram um menor aumento de suas áreas,
como mostrado na Tabela 5.
TABELA 5 – Análise da relação Idade x Aumento da área de lavoura, São Gabrieldo Oeste – MS, 2012.
Idade Aumento da área de lavoura TOTALSim Não
até 29 anos 66,7% 33,3% 100%30 a 39 anos 70,6% 29,4% 100%40 a 49 anos 39,3% 60,7% 100%50 a 59 anos 31,6% 68,4% 100%60 ou mais 14,3% 85,7% 100%TOTAL 45,0% 55,0% 100%
Com o objetivo de saber se os agricultores mais jovens tem melhor
percepção sobre os resultados econômicos, pelo fato de terem mais acesso a
informações, cruzou-se a idade dos produtores com a percepção dos mesmos
sobre se estão ou não tendo lucro. Verificou-se que essa relação não é
significativa (2 = 6,67, gl = 4,1, p = 0,15), demonstrando que a idade não interfere
nesse tipo de comportamento. A Tabela 6 apresenta esse cruzamento de forma
detalhada.
TABELA 6 – Análise da relação Idade x Percepção sobre Lucro, São Gabriel doOeste – MS, 2012.
Idade Lucro TOTALSim Não
até 29 anos 100% 0,0% 100%30 a 39 anos 100% 0,0% 100%40 a 49 anos 100% 0,0% 100%50 a 59 anos 89,5% 10,5% 100%60 ou mais 85,7% 14,3% 100%TOTAL 96,3% 3,8% 100%
36
Cabe também observar, com base na Tabela 6, que mesmo sem
executar um controle satisfatório, a maioria dos produtores acredita estar
auferindo lucros, o que talvez se explique pela adoção de tecnologias de ponta e
alta produtividade que caracterizam a agricultura do município.
Relacionando área total da lavoura e grau de informatização (Figura
1), observou-se que indivíduos com até 900 ha utilizam mais o caderno e a
agenda para fazer suas anotações, enquanto aqueles com mais de 1800 ha, a
grande maioria, faz seus registros em meio eletrônico. Embora essa relação seja
pouco significativa do ponto de vista estatístico (2 = 18,65, gl = 12, p = 0,09), vale
ressaltar que tais resultados coincidem com os achados de Tres (2009), que
encontrou uma relação direta significativa entre a utilização de planilhas
eletrônicas e o tamanho da área de plantio.
Figura 1. Resultados do cruzamento das variáveis área total da lavoura com onde
é feita as anotações, São Gabriel do Oeste – MS, 2012.
Com relação ao custo de produção, realizou-se seu cruzamento com
a variável “empresários rurais que possuem graduação em ciências agrárias”,
para verificar se a formação nessa área está relacionada positivamente com a
prática do cálculo de custo de produção. O resultado (Tabela 7) mostra que
78,8% desses profissionais fazem esse custo, obtendo-se uma dependência
significativa (2 = 6,66, gl = 2, p = 0,03).
37
TABELA 7– Análise da relação Curso x Custo de produção, São Gabriel do Oeste
– MS, 2012.
Curso Custo de Produção TOTALSim Não
Agronomia 92,3% 7,7% 100%Zootecnia 0,0% 100% 100%Administração Rural 50,0% 50,0% 100%TOTAL 78,8% 11,3% 100%
Os engenheiros agrônomos são os graduados que mais fazem o
custo de produção da lavoura, somando 92,3%.
Quando cruzadas as variáveis “nível de escolaridade” com “balanço
patrimonial da empresa”, os resultados mostraram-se não significativos (2 = 5,20,
gl = 6, p = 0,52), ou seja, o nível de escolaridade não interfere no fato de o
produtor fazer ou não o balanço patrimonial em sua empresa (Tabela 9).
TABELA 8 – Análise da relação escolaridade x balanço patrimonial, São Gabrieldo Oeste – MS, 2012
Escolaridade Balanço patrimonial TOTALSim Não
Fundamentalincompleto 0,0% 100% 100%
fundamental completo 50,0% 35,7% 100%médio incompleto 40,0% 40,0% 100%médio completo 33,3% 54,2% 100%superior incompleto 62,5% 25,0% 100%superior completo 54,2% 41,7% 100%pós-graduado 25,0% 75,0% 100%TOTAL 45,0% 45,0% 100%
Independentemente da significância estatística, parece haver uma
tendência de que os produtores que mais fazem o balanço patrimonial são
aqueles com mais alto nível de educação formal. Tais resultados estão de acordo
com as expectativas, pois é de se esperar que indivíduos mais instruídos tenham
maior preocupação com indicadores mais complexos como o balanço patrimonial.
3.3.5 Motivação para realizar o controle da atividade
Para verificar a importância dada pelos empresários ao controle e,
principalmente, o motivo pelo qual os mesmos o fazem, foram formuladas
38
questões usando a escala de Likert, cujos resultados foram expressos em termos
de médias aritméticas, desvios-padrão e coeficientes de variação (Tabela 9).
TABELA 9 – Importância de motivos para realizar o controle da atividade, SãoGabriel do Oeste – MS, 2012.
Fator Média Desvio Padrão Coeficiente deVariação
Rever e, se necessário, ajustar asmetas para o próximo ciclo produtivo. 4,72 0,48 10,2
Implementar ações corretivas, tão logoquanto possível, se forem necessárias. 4,63 0,62 13,4
Avaliar se o que está acontecendo estádentro do planejado (esperado) 4,44 0,77 17,3
Entender a magnitude e razões dasdivergências entre os resultadosobtidos e os esperados. 4,36 0,68 15,6
Definir padrões de desempenho(tempo, $, qualidade, quantidade) 4,32 0,67 15,5
Monitorar desempenho (instrumento decoleta e análise de dados). 4,04 0,88 21,8
Comparar desempenho com padrões -benchmark (índices, gráficos, medidasestatísticas, etc) 3,10 0,98 31,6
1=Nenhuma importância 2=Pouca importância 3=Moderada importância 4= Importante 5=MuitoImportante
Como mostra a Tabela 9, os coeficientes de variação indicam que a
maioria dos produtores tiveram percepção semelhante ao responderem a mesma
questão, o que demonstra que este segmento de produtores (adotantes do
controle) é bastante homogêneo quanto à importância atribuída ao controle como
meio para identificar gargalos e definir possíveis soluções.
Já para os produtores que não fazem nenhum tipo de controle,
perguntou-se os motivos de assim procederem. Conforme a Tabela 10, observa-
se que os motivos são bem diferentes, revelando que esse grupo é mais
heterogêneo.
39
TABELA 10 – Importância de motivos para não fazer o controle da atividade, SãoGabriel do Oeste – MS, 2012.
Fator Média Desvio Padrão Coeficiente deVariação
Não acredita ser necessário 4,25 1,16 27,3
Dificuldades nos métodos 2,88 1,55 53,8
Falta de conhecimento e orientação 2,38 1,30 54,6
Falta de capital para implantar umsistema de controle 1,88 1,36 72,3
Falta de pessoal preparado para prestaresse serviço 1,88 1,46 77,7
1=Nenhuma importância 2=Pouca importância 3=Moderada importância 4= Importante 5=MuitoImportante
A opinião dos produtores em relação à necessidade de fazer o
controle foi em geral a mesma, ressaltando sua importância. Já quando
questionados sobre os outros motivos que levam a não fazer o controle, os
resultados foram bem variados.
3.3.6 Análise Multivariada
A fim de investigar a existência de ligação verdadeira entre a
variável dependente e a independente, ou ambas as variáveis com uma terceira,
foram realizadas análises de correspondência múltipla. Com essas análises foi
possível identificar se a explicação da variável dependente estaria relacionada a
outros fatores os quais estariam ocultos se analisados de forma isolada ou
utilizando apenas a análise bivariada.
Ao cruzar simultaneamente as variáveis idade, escolaridade,
informatização (se utiliza computador ou faz anotação em papel para fazer o
controle) e “avaliar_esperado”, ou seja, avaliar se o que está acontecendo está
dentro do planejado (esperado), foi possível observar a formação de dois grupos,
caracterizados pela proximidade entre os pontos no gráfico (Figura 02): o grupo
formado pelo círculo de linha contínua, constituído de agricultores até 39 anos,
40
com formação superior incompleta até pós-graduados, que fazem o controle da
empresa utilizando computador e acham muito importante avaliar se o que está
acontecendo está dentro do planejado ou esperado; o grupo formado pelo circulo
pontilhado, onde se incluem indivíduos de 40 até 59 anos, com formação até o
ensino médio incompleto, que fazem anotações em caderno ou agendas, e
também acreditam ser importante avaliar se os resultados obtidos estão de
acordo com o planejado ou esperado.
até 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 ou mais
fundamental incompleto
fundamental completo
médio incompleto
médio completo
superior incompleto
superior completo
pós-graduado
Caderno/Agenda
Computador
Caderno/Agenda e Computador
nenhuma importância
pouca importância
moderada importância
importante
muito importante
Figura 02 – Agrupamentos formados sobre as variáveisque influenciam na maneira que são feitas as anotaçõese no grau de importância de ser feito o controle. SãoGabriel do Oeste – MS, 2012.
Portanto, é evidente que os mais jovens estão tendo maior
oportunidade para estudar, adquirindo assim informação que os leva a
compreender a importância da função de controle para a lavoura, além de terem
mais habilidade para usar a informática, utilizada por eles para facilitar e
assegurar o controle do negócio rural.
41
Vale salientar que a caracterização desses dois “tipos” de produtores
é um importante subsidio para os formuladores de politicas de órgãos públicos e
empresas privadas voltadas para os produtores de grãos de São Gabriel do
Oeste, pois suas especificidades implicam tratamentos diferenciados.
3.4 CONCLUSÕES
De maneira geral, os produtores de grãos de São Gabriel do Oeste -
MS fazem controle financeiro de suas lavouras, embora esse controle não seja
completo, pois não levam em conta todos os custos em seus cálculos. Além
disso, existe parte deles que ainda não usa a informática na gestão da fazenda.
Mesmo que o controle não seja feito corretamente pela maioria, os
produtores acreditam em sua importância, principalmente para identificarem
falhas no planejamento, entender as divergências ocorridas e, assim, implementar
ações corretivas e ajustar novas metas. Neste contexto, visualiza-se a
necessidade de assistência técnica mais adequada capaz de orientar o produtor
também na área de gestão.
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APÊNDICE