UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação...

125
Página | 1 UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO Mestrado Profissional Em Ensino De Ciências Na Educação Básica ASTRONOMIA COMO FATOR MOTIVACIONAL PARA O ENSINO DE FÍSICA NO SEGUNDO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E EJA ANDRÉA SILVA DE LIMA Duque de Caxias 2010

Transcript of UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação...

Page 1: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 1

UNIGRANRIO – UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO

PROPED - PROGRAMA DE PÓS –GRADUAÇÃO Mestrado Profissional Em Ensino De Ciências

Na Educação Básica

ASTRONOMIA COMO FATOR MOTIVACIONAL PARA O ENSINO DE

FÍSICA NO SEGUNDO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E EJA

ANDRÉA SILVA DE LIMA

Duque de Caxias 2010

Page 2: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 2

ANDRÉA SILVA DE LIMA

ASTRONOMIA COMO FATOR MOTIVACIONAL PARA O ENSINO DE

FÍSICA NO SEGUNDO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL e EJA

Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” como parte dos requisitos parciais para obtenção do título de Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. Orientadora: Jaqueline de Cássia Pinheiro Lima Co-orientador: Frederico Alan de Oliveira Cruz

Duque de Caxias

2010

Page 3: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 3

CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA – UNIGRANRIO

CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA – UNIGRANRIO

F383v Lima, Andréa Silva de.

Astronomia como Fator Motivacional para o Ensino de Física no Segundo Segmento do Ensino Fundamental e EJA / Andréa Silva de Lima. - 2010.

109 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências na Educação Básica) –

Universidade do Grande Rio ―Prof. José de Souza Herdy‖, Escola de Educação,

Ciências, Letras, Artes e Humanidades, 2010.

―Orientadora: Profª. Jacqueline de Cássia Pinheiro Lima.‖

―Co-Orientador: Prof. Frederico Alan de Oliveira Cruz.‖

Bibliografia: p. 95.

1. Educação. 2. Educação básica. 3. Física – Estudo e ensino.

4. Astronomia – Estudo e ensino. 5. Educação de jovens e adultos.

I. Lima,Jaqueline de Cássia Pinheiro. II. Cruz, Frederico Alan de Oliveira.

III. Universidade do Grande Rio ―Prof. José de Souza Herdy‖. IV. Título.

CDD –370

CDD - 617.6

Page 4: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 4

ANDRÉA SILVA DE LIMA

ASTRONOMIA COMO FATOR MOTIVACIONAL PARA O ENSINO DE

FÍSICA NO SEGUNDO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E EJA

Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” como parte dos requisitos parciais para obtenção do título de Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica.

Aprovada em: 01 de Outubro de 2010.

Banca Examinadora

Page 5: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 5

AO JEOVÁ JIRÉ (Provedor) EL DEOT(da Sabedoria)

SHAPHATAR (o Juíz) YAVEH EL ELION NORAH (e Tremendo)

Page 6: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 6

AGRADECIMENTOS

Ao Deus Todo Poderoso que permite que todos os nossos sonhos se realizem;

A minha Família pelo apoio, motivação, paciência nos momentos mais difíceis;

Minha Irmã Adriana por sua imensa e valorosa contribuição e paciência

Aos mais verdadeiros amigos, sinceros e dispostos a ajudar: Ana Cristina

Mendes, Lilian Araújo e seu esposo Roni.

Ao Casal Ivone Borel e Eliale Paulo pelo incentivo e revisão deste trabalho;

Ao Pastor Alex Serafim que me fez acreditar que Deus tem grandes planos para

mim e para todos que nele acreditam;

Aos grandes amigos que se pode encontrar durante a jornada: Valessa Leal e

Wanderley Carreira ;

Aos professores da Banca pela enorme paciência e importante contribuição na

reorganização deste trabalho;

A Coordenadora do Mestrado Wilma Clemente pelas palavras de amizade nos

momentos de crise, sem ela eu não chegaria até o fim;

A direção das escolas por autorizar o desenvolvimento deste trabalho;

Aos professores e secretárias do Mestrado que fizeram desta jornada algo

possível de realizar;

Ao Professor Jorge Musa que iniciou o trabalho e me fez lutar pelo que acredito;

Aos meus alunos que são a razão deste trabalho;

Especialmente,

Ao professor Frederico Alan por não me abandonar e extrair o melhor de mim

para a produção deste trabalho, não existem palavras para expressarem minha

eterna gratidão;

A Professora Jaqueline Lima que aceitou o desafio e domou minha rebeldia,

concluindo a dissertação.

Page 7: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 7

“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe.

Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.”

(Richard Bach)

Page 8: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 8

RESUMO

O Ensino no Brasil está dividido em Educação Básica e Superior. A Educação

Básica, por sua vez, está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental (do 1º

ao 9º ano) e Ensino Médio (do 1º ao 3º ano). O estudo de Física é reservado para a

última série do Ensino Fundamental. É fácil perceber que esse ensino é pouco

significativo, pois ao analisar os resultados dos índices de desenvolvimento da

educação, estamos quase sempre nas últimas posições. Como podemos pensar

uma nova proposta de ensino de Física para as séries finais do Ensino

Fundamental? Modificando a metodologia, os conceitos físicos aliados a

Astronomia ao longo das quatro séries, ampliando e aprofundando gradativamente

os conceitos e procedimentos já estudados. Nossa proposta estimula a

aprendizagem contínua dos fundamentos da Física mantendo uma conexão

dinâmica entre as séries.

Palavras Chave: Ensino, Metodologia, EJA, Física e Astronomia.

Page 9: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 9

ABSTRACT

Teaching in Brazil is divided into Basic and Higher Education. Basic Education, in

turn, is divided into childhood education, elementary school (1st to 9th grade) and

High School (1st to 3rd year). The study of Physics is reserved for the last grade of

primary school. It is easy to see that teaching is not very significant, because when

analyzing the indices results of education development, we are almost always in the

last positions. How can we think a new proposal for Physics teaching for the final

grades of elementary school? Modifying the methodology, the physical concepts

allied to astronomy over the four grades, gradually broadening and deepening the

concepts and procedures already studied. Our proposal encourages continuous

learning of the physics fundamentals while maintaining a dynamic connection

between the series.

Keywords: Teaching, Methodology, Physics and Astronomy.

Page 10: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1 – Organização Curricular para a EJA Médio ............................................ 29

Figura 3.1 – Linha do tempo entre os a Grécia antiga e o final do século 19 ............ 34

Figura 3.2 – Linha do tempo no século XX ............................................................... 36

Figura 3.3 – Esquema de Funcionamento do PNLD ................................................. 38

Figura 4.1– Localização Geográfica do Município de Duque de Caxias ................... 48

Figura 5.1 – Esquema parcial dos Principais Enfoques Teóricos à Aprendizagem e

ao Ensino e alguns de seus mais conhecidos representantes .................................. 59

Figura 5.2 – Esquema para os conceitos de assimilação e acomodação na teoria

de Piaget ................................................................................................................... 65

Figura 5.3 – Esquema para mediação de Vygotsky .................................................. 67

Figura 5.4 – Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) ........................................... 69

Figura 5.5 – Quadro dos Princípios facilitadores de uma Aprendizagem Significativa

Crítica ........................................................................................................................ 74

Figura 5.6 – Proposta de Conteúdos para o 2º segmento do Ensino Fundamental .. 79

Figura 5.7 – Proposta de Conteúdos para a EJA ...................................................... 80

Figura 6.1 – Distribuição dos objetivos nas questões do teste diagnóstico ............... 82

Figura 6.2 – Localização das Escolas onde foi feita a pesquisa .............................. 89

Page 11: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 11

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Volumes dos PCN ................................................................................ 24

Tabela 2.2 – Reorientação curricular ........................................................................ 26

Tabela 2.3 – Distribuição dos conteúdos nos anos devido a Reorientação Curricular

do Estado do Rio de Janeiro ..................................................................................... 27

Tabela 3.1 – Livros consultados e recomendados pelo MEC .................................. 41

Tabela 5.1 – Relação entre os conteúdos e os objetivos e atividades desenvolvidas

em nossa proposta para o 6º ano ............................................................................. 78

Tabela 6.1 – Relação entre acertos e erros antes e depois da apresentação dos

conteúdos .................................................................................................................. 91

Page 12: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 12

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.1 – Distribuição dos temas de Física em cada série. ................................. 42

Gráfico 3.2 – Distribuição dos temas de Física por tópicos em cada série ............... 43

Gráfico 3.3 – Distribuição percentual dos temas ....................................................... 44

Gráfico 4.1 – Distribuição por gênero dos alunos pesquisados ................................ 52

Gráfico 4.2 – Distribuição percentual dos alunos economicamente ativos ................ 53

Gráfico 4.3 – Distribuição de alunos em função da idade ......................................... 55

Gráfico 6.1 – Comparação entre os resultados obtidos pelos alunos antes e depois

da aplicação dos conteúdos ...................................................................................... 90

Gráfico 6.2 – Valor estimado para os resultados da 1ª série em função do

desempenho do aluno do 6º ano ............................................................................... 90

Page 13: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 13

LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SÍMBOLOS

CNLD – Comissão Nacional do Livro Didático. COLTED - Comissão do Livro Técnico e do Livro Didático CR - Chance Relativa EJA - Educação de Jovens e Adultos ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio FENAME – Fundação Nacional do Material Escolar FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação INL – Instituto Nacional do Livro LD – Livro Didático LDB – Lei de Diretrizes e Bases MEC – Ministério da Educação e Cultura PIB – Produto Interno Bruto PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes PLIDEF – Programa do Livro Didático Ensino Fundamental PNLD – Programa Nacional do Livro Didático SEEDUC – Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro USAID – Unitet States Agency for International Development ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal

Page 14: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 17

1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 19

1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 20

1.3 Estrutura da Dissertação ............................................................................................ 20

2 AVALIAÇÃO DOS PCN E DA REORIENTAÇÃO CURRICULAR DO 2º SEGMENTO

E EJA ........................................................................................................................... 23

2.1 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) .................................................................. 23

2.2 Reorientação Curricular do Rio de Janeiro ................................................................. 26

2.2.1 Educação de Jovens e Adultos (EJA)....................................................................... 28

3 AVALIAÇÃO DOS LIVROS DIDÁTICOS ...................................................................... 32

3.1 Breve Relato Histórico ................................................................................................ 32

3.2 O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ......................................................... 37

3.3 Análise do Livro Didático de Ciências ......................................................................... 37

3.4 Análise das Coleções ................................................................................................. 40

3.5 Resultados e Discussões ........................................................................................... 42

4 ANÁLISE DA REALIDADE DA EJA EM DUQUE DE CAXIAS ..................................... 46

4.1 A Realidade de uma Cidade ....................................................................................... 48

4.2 A Metodologia ............................................................................................................ 50

4.3 Alguns Resultados ...................................................................................................... 51

5 ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE ENSINO APRENDIZAGEM E

UMA NOVA METODOLOGIA ........................................................................................ 58

Page 15: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 15

5.1 Algumas Teorias de Aprendizagem ............................................................................ 60

5.1.1 A Teoria Cognitiva de Jean Piaget ........................................................................... 61

5.1.2 A Teoria da Mediação de Lev. S. Vygotsky .............................................................. 67

5.1.3 A Teoria Humanista de Carl Rogers ......................................................................... 71

5.1.4 A Teoria de Aprendizagem Significativa de David Ausubel ...................................... 72

5.2 Uma Nova Metodologia .............................................................................................. 76

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 82

6.1 Avaliação do Conhecimento do Aluno – Teste Diagnóstico ........................................ 82

6.2 Aplicação das Aulas ................................................................................................... 84

6.3 Comentários sobre o Desempenho do 6º e 1º ano ..................................................... 88

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 93

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 96

ANEXOS ........................................................................................................................... 104

ANEXO A.1 – Histórico do PNLD ....................................................................................... 103

ANEXO A.2 – Teste Diagnóstico........................................................................................ 106

ANEXO A.3 – Planos de Aula ............................................................................................ 110

Page 16: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 16

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Page 17: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 17

1 INTRODUÇÃO

Embora os PCN1 preceituem o ensino de Física desde o 6º ano, este ensino

é reservado para o último ano do Ensino Fundamental2. E fácil perceber que esse

ensino é pouco significativo, pois ao analisarmos os resultados dos índices de

desenvolvimento da educação, estamos quase sempre nas últimas posições. Em

resultados publicados pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana o

Brasil obteve reprovação em ciências no ano 2006, na pesquisa realizada pelo

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que teve como base a

análise do desempenho médio de 9.345 alunos de 390 municípios, em todos os

Estados Brasileiros. Os alunos brasileiros ficaram, em média, em 54° lugar entre os

57 países avaliados. (CARREIRA, LIMA E MORAES: 2008)

Apesar de não ter resultados diretos na EJA3, pode-se inferir um diagnóstico

indireto sobre ela, através do resultado desses alunos nas provas do ENEM. Os

resultados divulgados pelo Ministério da Educação, em 2006, mostram que as dez

piores escolas públicas de São Paulo eram dessa modalidade. Os próprios alunos

consideram que quem faz supletivo está sempre atrás dos outros alunos que

1 Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - são um conjunto de orientações e referências para

a comunidade escolar brasileira elaborada pelo Governo Federal, cuja finalidade é apresentar subsídios à elaboração e reelaboração do currículo, com intuito de criar um projeto pedagógico focado na cidadania do aluno e numa escola em que se aprende mais e melhor. (MEC: 2000)

2 A Lei 11.274/06 e a Deliberação do Conselho Estadual de Educação 61/06 determinam a

implantação do Ensino Fundamental com nove anos de duração, antecipando o ingresso dos

alunos no ensino básico aos seis anos de idade. O Ensino Fundamental está dividido em dois

segmentos:

Ensino Fundamental I Ensino Fundamental II

1º ano - 6 anos 6º ano - 11 anos 2º ano - 7 anos 7º ano - 12 anos 3º ano - 8 anos 8º ano - 13 anos 4º ano - 9 anos 9º ano - 14 anos 5º ano - 10 anos 3 EJA – modalidade de Ensino de Jovens e Adultos

Page 18: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 18

estudam em séries regulares (Gomes e Carnielli, 2003).

O uso de Astronomia como Fator Motivacional para o Ensino de Física no

segundo segmento do Ensino Fundamental e EJA se deu pela não compreensão do

porquê de não ensiná - la aliada a Astronomia, uma vez que é um assunto amplo,

complexo e enriquecedor, e que acima de tudo propicia raciocínio lógico,

organização do pensamento e compreensão do mundo que cerca o aluno, além da

curiosidade que o assunto desperta, uma vez que os meios de comunicação

apresentam noticias e fatos intrigantes sobre o assunto .

Como pensar uma nova proposta pedagógica de Ensino da Física para as

séries finais do Ensino Fundamental e EJA? Trabalhando os conceitos físicos

aliados a Astronomia ao longo das séries e módulos , retornando, ampliando e

aprofundando gradativamente os conceitos e procedimentos já estudados.

Por que não aproveitar a curiosidade das crianças, jovens e adultos,

apresentando a Física aos poucos, de modo que os alunos ampliem gradativamente

seus conhecimentos sobre esse assunto, sem traumas, através de conceitos e

experimentações simples? Deve-se aumentar a dificuldade das atividades

propostas à medida que os alunos forem descobrindo determinadas propriedades e

fazendo-os perceber que a Física já faz parte de muitas atividades exercidas por

eles.

Segundo BOHM (2008) qualquer parte, elemento ou aspecto que possa ser

abstraído no pensamento continua a envolver o todo e está, portanto,

intrinsecamente relacionado com a totalidade da qual foi abstraído. É nesse

contexto, que se propõe uma metodologia para o ensino de Física a partir do 6º ano

do ensino fundamental, baseado em conceitos que irão formar toda a estrutura de

conhecimentos necessários a uma aprendizagem significativa em Física, no ensino

Page 19: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 19

Médio.

De acordo com ROSA & ROSA o ensino de Física não alcança os objetivos

desejados pela maneira como vem sendo abordado. A Astronomia deu origem à

própria Física como ciência, mas o seu estudo é reservado apenas para o 6º ano,

em geral, nas aulas de Geografia. Como então melhorar a consciência planetária e

social dos nossos alunos? Através do ensino da Astronomia com uma abordagem

física desvinculada do formalismo matemático, como oportunidade de aprimorar os

conceitos físicos e despertar o interesse pela ciência.

A proposta é sugerir uma metodologia que priorize os conceitos

astronômicos como ponto de partida para o conhecimento da Física e suas

aplicações no cotidiano, e examinar, em caráter exploratório e preliminar, as

possibilidades e contribuições de um Modelo de Ensino como instrumento auxiliar

ao planejamento, desenvolvimento e avaliação de propostas de ensino de ciências,

voltados para a promoção de mudanças cognitivas, pois sabemos que existe um

longo percurso a ser percorrido para a desmistificação do ensino de Física e

conseqüentemente a melhoria dos resultados dos índices de desenvolvimento da

educação.

1.1 OBJETIVO GERAL

Sugerir o Ensino da Física aliada à Astronomia no segundo segmento do

Ensino Fundamental e EJA, ou seja, trabalhar esse tema ao longo de todo Ensino

Fundamental, mantendo a continuidade e a revisão dos conceitos através de todas

as séries.

Dentro dessas perspectivas, nesse trabalho procura-se identificar quais os

ramos da Física são abordados nos livros de Ciências de Ensino Fundamental, no

Page 20: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 20

segundo segmento, e com base nessa análise mostrar a possibilidade de um

programa de Ensino de Física mais adequado, usando uma construção gradual

de dificuldade e considerando a necessidade de cada turma.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Fazer uma análise nos livros didáticos do 6º ao 9º ano, para verificar a

abordagem desse assunto;

Pesquisar entre os planos de cursos das escolas do 6º ao 9º ano

sobre como esse assunto costuma ser abordado, ou se está de fato

sendo tratado;

Oferecer sugestões de conteúdos de forma conceitual para os

professores do 6º ao 9º ano;

Apresentar novas estratégias para o ensino da Física, priorizando a

conceituação dos fenômenos;

Utilizar a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel como

embasamento para desenvolver estratégias mais eficazes para o

Ensino de Física;

Estimular os alunos, através de uma aprendizagem significativa dos

conceitos físicos, para a reflexão, o debate e o interesse pelas

questões relacionadas ao conhecimento científico.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Com base nos objetivos e motivações na escolha deste tema, estrutura-se

esta dissertação. No que se segue, daremos uma breve descrição da mesma.

Page 21: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 21

No segundo capítulo são discutidas as estruturas dos PCN e da

Reorientação Curricular do Rio de Janeiro para o segundo segmento do Ensino

Fundamental e EJA, com o objetivo o de comparar os conteúdos ali relacionados

com o da proposta.

Em seguida no terceiro capítulo Avaliação dos Livros Didáticos4 é

apresentada uma análise estatística dos conteúdos de Física nos livros didáticos

de Ciências, bem como um breve relato histórico do PNLD (Plano Nacional do Livro

Didático) e algumas considerações sobre o uso do livro didático nas aulas.

No quarto capítulo apresenta-se um artigo publicado sobre Análise da

realidade da EJA em Duque de Caxias.

No quinto capítulo Alguma Concepção sobre as Teorias de Ensino

Aprendizagem e uma Nova Metodologia reflete - se sobre o embasamento teórico

das teorias de aprendizagem e sua relação com a proposta para o Ensino de Física

aliada a Astronomia, ou seja, como os conceitos deverão ser abordados e a ordem

dos conteúdos sob essa perspectiva.

No sexto capítulo é apresentado o resultado da pesquisa através de gráficos

e discussões sobre a aplicação da proposta em uma escola pública.

A pesquisa é concluída no capítulo seguinte – Considerações Finais –

fazendo “overview” dos principais aspectos tratados nesta investigação. A revisão

de literatura é discriminada em – Referências Bibliográficas – e nos – Apêndices –

encontram-se o modelo do teste diagnóstico, o histórico do PNLD (Plano Nacional

do Livro Didático) e alguns planos de aulas.

4 Os nomes dos capítulos foram destacados em itálico.

Page 22: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 22

CAPÍTULO 2

AVALIAÇÃO DOS PCN E DA REORIENTAÇÃO CURRICULAR DO 2º

SEGMENTO E EJA

Page 23: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 23

2 AVALIAÇÃO DOS PCN E REORIENTAÇÃO CURRICULAR

DO 2º SEGMENTO E EJA

2.1 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos do Ministério

da Educação e Cultura que apontam metas de qualidade para a Educação Básica,

com o intuito de ajudar na implementação da reforma do sistema educacional

propostas pela Nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases). Ao apresentar as

considerações sobre o ensino de Ciências destacam que:

Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. (PCN, 1998)

Os PCN são apenas orientações para todo o sistema de ensino. Tendo

como sua principal característica formar o “princípio da base nacional comum”

(PCN V.1, p.15-16), ou seja, nortear os objetivos e as diretrizes das disciplinas

Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Língua Estrangeira, Artes e

Educação Física. Permitindo que em todo o país exista um denominador comum

em termos de um currículo. Como documentos oficiais, são apenas sugestões de

como se organizar o currículo e não tem uso obrigatório e, portanto, conjectura - se

que serão adaptados às características locais, cabendo ao professor determinar

como serão utilizadas as possibilidades ali expostas, no livro um (Introdução aos

PCN) segue as seguintes recomendações:

• Rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem e maneiras de avaliar; • Refletir sobre a prática pedagógica, tendo em vista uma coerência com os objetivos propostos; • Preparar um planejamento que possa de fato orientar o trabalho em sala de aula;

Page 24: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 24

• Discutir com a equipe de trabalho as razões que levam os alunos a terem maior ou menor participação nas atividades escolares; • Identificar, produzir ou solicitar novos materiais que possibilitem contextos mais significativos de aprendizagem; • Subsidiar as discussões de temas educacionais com os pais e responsáveis.

(PCN V.1, p.7)

Ao analisar estas recomendações percebe-se claramente que nesta

proposta o professor desempenha um papel importante, pois cabe a ele decidir se

os conteúdos se adéquam a realidade dos alunos, além de envolver comunidade

no processo de ensino aprendizagem, recriando o papel da escola e seus atores.

Cada área, nos PCN, se estrutura com objetivos e conteúdos, critérios de

avaliação, orientação pra a avaliação e orientações didáticas. Além das áreas,

temas de problemáticas sociais são incluídos na proposta educacional como

Temas Transversais: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e

Orientação Sexual.

Tabela 2.1 - Volumes dos PCN

Ensino Fundamental — 6º ao 9º Ano

Volume 1 Introdução aos PCN Volume 2 Língua Portuguesa Volume 3 Matemática Volume 4 Ciências Naturais Volume 5 Geografia Volume 6 História Volume 7 Arte Volume 8 Educação Física Volume 9 Língua Estrangeira

Volume 10.1 Temas Transversais Apresentação Volume 10.2 Temas Transversais Ética Volume 10.3 Temas Transversais Pluralidade Cultural Volume 10.4 Temas Transversais Meio Ambiente Volume 10.5 Temas Transversais Saúde Volume 10.6 Temas Transversais Orientação Sexual Volume 10.7 Temas Transversais Trabalho e Consumo Volume 10.8 Temas Transversais Bibliografia

Page 25: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 25

O PCN de Ciências Naturais está dividido em quatro partes: Histórico,

Ciclos, Orientações e Bibliografia. No histórico são apresentadas as principais

tendências pedagógicas predominantes na área, além de debater a importância do

ensino de Ciências Naturais e para quê ensinar Ciências no ensino fundamental e

sua indiscutível participação na formação da cidadania. Apresenta como se dá a

compreensão de ensino, de aprendizagem, de avaliação e de conteúdos que os

norteia e apresentam os objetivos gerais da área. Divide o conteúdo nos seguintes

eixos temáticos: Vida e Ambiente, Ser Humano e Saúde, Tecnologia e Sociedade e

Terra e Universo. Neste último eixo os PCN deixam a entender a possibilidade do

uso da Astronomia para o Ensino de Ciências:

A compreensão do sistema Sol -Terra- Lua em movimento é um dos fundamentos da história das idéias e do desenvolvimento científico. No século XX, o espaço cósmico mostra-se palco concreto da aventura humana, quando se explora todo o Sistema Solar por meio de sondas e naves espaciais e o ser humano pisa na Lua. O Universo, sua forma, seu tamanho, seus componentes, sua origem e sua evolução são temas que atraem os alunos de todos os níveis de ensino.

(PCN V.4, p.38)

Para os PCN, o ensino de Ciências Naturais deverá ser organizado de tal

forma que, ao final do ensino fundamental, os alunos tenham as seguintes

capacidades:

Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

Page 26: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 26

Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento;

Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;

Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem. (PCN, 1998)

2.2 REORIENTAÇÃO CURRICULAR DO RIO DE JANEIRO

A Reorientação Curricular5 surge através do Governo do Estado do Rio de

Janeiro em parceria com Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em

função da necessidade de se criar uma proposta curricular nas escolas da rede

pública para atender as sugestões dos PCN. O trabalho foi desenvolvido em

reuniões com professores universitários e professores da rede estadual divididos

em três grupos nas seguintes áreas:

Ensino Médio e Fundamental (segundo segmento) Educação de Jovens e Adultos Ensino Normal

Desse trabalho surgiram os livros que constituem a reorganização curricular mostrados na tabela abaixo:

Tabela 2.2 – Reorientação Curricular.

Livro 1 Ensino Médio e

Fundamental (5ª a 8ª) Linguagens e Códigos

Livro 2 Ensino Médio e

Fundamental (5ª a 8º) Ciências da Natureza e

Matemática

Livro 3 Ensino Médio e

Fundamental (5ª a 8ª) Ciências Humanas

Livro 4 Curso Normal -

Livro 5 Educação de Jovens e

Adultos Ensino Fundamental 5ª

a 8ª séries

Livro 6 Educação de Jovens e

Adultos Ensino Médio

5 Para melhor entender como foi criada esta Reorientação Curricular consulte o artigo ―O

documento reorientação curricular de língua portuguesa da SEE do estado do Rio de Janeiro (2006): um trabalho com os gêneros‖ de Vanessa Souza da Silva. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/artigo091.pdf

Page 27: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 27

Os livros que compõem o segundo segmento do Ensino Fundamental e

Médio foram divididos em: Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza e

Matemática e Ciências Humanas.

Os conteúdos de ciências, organizados pela proposta de reorganização

estão no livro 2 e seguem assim distribuídos, conforme tabela 2.3.

Tabela 2.3 – Distribuição dos conteúdos nos anos devido a Reorientação Curricular do Estado do Rio de Janeiro

6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º ano

O Universo, o Sistema Solar e a Terra

Água, ar e solo: grandes reservatórios de materiais

A Água

O Ar

O Solo

Origem da vida

Biodiversidade

Ecologia

Organização do corpo

Origem da espécie

A manutenção da espécie

O Homem – as funções de nutrição e de relação

O sistema de defesa

As relações entre ossos e músculos

Os métodos da Ciência.

O estudo dos materiais

As substâncias da natureza

A energia não se cria, só se transforma

A energia se propaga

A energia do Sol se transforma

O principal objetivo da Reorientação Curricular é:

“... Reconhecer que é imprescindível a existência, na rede pública estadual do Estado do Rio de Janeiro de uma orientação curricular que estimule a discussão sobre as questões da Educação Básica e que aponte saídas para algumas situações problemáticas. Estabelecer uma orientação curricular significa definir parâmetros e linhas, a partir de idéias e pressupostos, discutidos e compartilhados pelas escolas, que contribuam para uma efetiva construção do Projeto Político Pedagógico e na construção do currículo de cada escola, que devem incorporar suas condições e singularidades sem perder de vista o direito de todos a uma educação de qualidade.”

(Livro 1 pag. 5)

Percebe-se claramente uma preocupação com a melhoria da qualidade de

ensino e conseqüentemente dos índices da educação bem como a organização

Page 28: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 28

dos anos através das competências e habilidades (também ressaltados nos PCN).

A proposta ainda diz quais são os conteúdos básicos que devem ser trabalhados

em cada disciplina. Apresenta sugestões de aulas e projetos (criados pelos

professores da rede estadual), como se fossem a ementa do curso. Da mesma

maneira que os PCN, a Reorientação Curricular procura também, estabelecer uma

base comum no currículo da rede estadual, que norteie e aproxime as atividades

educacionais praticadas em cada escola da rede.

2.2.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) segundo as Diretrizes Curriculares

Nacionais, deve desempenhar três funções : (Livro 6 pag.75)

Função Reparadora – Pois permite aos adultos que não terminaram

seus estudos na idade apropriada retornarem a escola e assim reparar

o direito de todos à educação;

Função Equalizadora – Uma vez que os mesmos cheguem à escola

desenvolvem habilidades e competências necessárias ao mercado de

trabalho, igualando assim o direito as oportunidades;

Função Qualificadora – O aumento de conhecimento permite uma

qualificação maior do individuo.

Na seção V do Capítulo II da LDB, a Educação de Jovens e Adultos é

definida como modalidade de ensino e são especificados os pareceres, resoluções

e artigos de lei que a amparam. A Resolução CNE/CEB n.º1, de 5 de julho de 2000

- estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e

Adultos:

Page 29: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 29

Art. 1º Esta Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação.

Em sua maioria os alunos da EJA são adultos com grande carga semanal de

trabalho sobrando assim pouco tempo fora da escola para se dedicar aos estudos,

tratá-los como alunos do ensino regular é um grande erro, por isso a reorientação

dispõe que os conteúdos sejam adicionados em seis grandes blocos e não em

anos/séries. Esses blocos procuram considerar um aglomerado de informações

mínimas que possibilitem aos alunos uma análise critica do mundo em que vivem e

como interferir no mesmo a partir dos conhecimentos adquiridos.

Os blocos estão divididos de acordo com a figura 2.1.

Figura 2.1: Organização Curricular para a EJA médio.

Suas principais características são:

• a desmistificação de conceitos, aproximando o aluno do mundo cientifica e estimulando esses alunos a perceberem o relacionamento entre ciência, tecnologia, ética e sociedade; • o enfoque dinâmico da historia da ciência, acentuando a idéia de que os conceitos científicos resultam do trabalho de uma comunidade, numa determinada conjuntura histórica e social, e são, portanto, produtos da cultura humana, e também a visão de que esses conceitos, longe de ser imutáveis, estão na verdade em permanente e constante desenvolvimento; • a contextualização no tempo e espaço dos conceitos estudados, sintetizando e generalizando os conceitos físicos em função de suas leis

Movimentos e Forças

Princípios de Conservação

Fenômenos Ópticos

Fenômenos

Ondulatórios

Termologia

Eletromagnetismo

Page 30: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 30

fundamentais associando-as aos fenômenos e acontecimentos do cotidiano; • os processos que estimulem a interdisciplinaridade e determinem o lugar ocupado pela Física entre os ramos do conhecimento humano. (Reorientação Curricular, 2006)

Embora a distribuição pareça apropriada, a Reorientação não alcança sua

verdadeira proposta uma vez que não há materiais didáticos que obedeçam a

essa classificação, além de desconsiderar o grande volume de informações para

uma carga horária reduzida há dois tempos aulas (50 minutos cada) por semana,

isso nas escolas em que há professores de Física.6

6 Faltam 246 mil professores nas redes públicas de educação básica do país, de acordo com dados da Capes

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/24/ult105u7038.jhtm . Acesso em 10/11/2008.

Page 31: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 31

CAPÍTULO 3

AVALIAÇÃO DOS LIVROS DIDÁTICOS

Page 32: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 32

3 AVALIAÇÃO DOS LIVROS DIDÁTICOS7

Este capítulo tem como objetivo avaliar algumas coleções de livros

didáticos de ciências do 2º segmento do Ensino Fundamental e sua análise critica

em relação ao ensino de Física, analisando como tem sido distribuídos os

conteúdos aos longos dos quatros anos do segundo Segmento do Ensino

Fundamental e qual a conseqüência desse ensino nas avaliações internas e

externas (SAEB e PISA) . Além do relato histórico e alguns aspectos do Programa

Nacional do Livro Didático.

Primeiro, trata-se de um tipo de material de significativa contribuição para a história do pensamento e das práticas educativas, ao lado de outras fontes escritas, orais e iconográficas e, segundo, ser portador de conteúdos reveladores de representações e valores predominantes num certo período de uma sociedade que, simultaneamente à historiografia da educação e da teoria da história, permitem rediscutir intenções e projetos de construção e de formação social. (CORREA 2000, p. 11)

Analisar o livro didático é de extrema importância para a História da

Educação, pois ele é prova das circunstâncias em que o ensino de determinado

lugar e período. O livro didático é em geral um modelo das instâncias políticas e

ideológicas de uma nação. É a nota da época em que está inserido, podendo

inclusive analisar o currículo de determinada instituição e tempo em que foi

utilizado. (BAIRRO, 2009)

3.1 BREVE RELATO HISTÓRICO

De acordo com o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) o livro

didático de Ciências deve ser um instrumento capaz de romper o modelo

tradicionalista de ensino e familiarizar o estudante com a pesquisa. Dessa forma,

deve ter como primordial característica o incentivo à investigação de fenômenos e

7 Este capítulo está publicado parcialmente nos anais da "I Semana Acadêmica do IMEF", evento

promovido pelo Instituto de Matemática Estatística e Física, realizado na Universidade Federal do Rio Grande, no período de 14 a 18 de setembro de 2009. Disponível em: www.imef.furg.br/index.php/.../42-semanaacademica.html

Page 33: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 33

temas que evidenciem a utilidade da Ciência para o bem-estar social e para a

formação de cidadãos capazes de responder aos questionamentos do século XXI.

O interesse em analisá-lo, antes de elucidar a proposta, é pelo fato de que,

no atual modelo de ensino das escolas do país, o livro didático é um dos recursos

mais utilizados pelos professores (SIGANSKI et al, 2008) e muito provavelmente a

única fonte de contato dos alunos, em detrimento de outros materiais e fontes.

Com a imprensa, os livros tornaram-se os primeiros produtos feitos em série

e, ao longo do tempo a concepção do livro como “fiel depositário das verdades

científicas universais” foi se solidificando (GATTI JÚNIOR, 2004, p.36 apud in

FREITAS, 2008).

De acordo com a figura 3.1 observa - se que, inicialmente, todos as cartilhas

produzidas até o século XVII eram voltadas aos ensinamentos cristãos, e depois

disso apenas as cartilhas ocupam lugar de destaque originada pela Revolução

Francesa que proclama direitos iguais a todos, destacando a importância da leitura

e a redução do analfabetismo.

Já no Brasil, a publicação de livros Nacionais só se torna possível com a

vinda da Família Real em 1808. Até então isto era proibido, a fim de atender uma

demanda social do Império, visto que a corte se muda para o Brasil, e os filhos de

muitos nobres passaram a estudar aqui.

Page 34: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 34

Figura 3.1 – Linha do tempo entre os a Grécia antiga e o final do século 198

8 Construídos com os artigos: Livro didático: um olhar nas entrelinhas da sua história - Catiane

Colaço de Bairro. Disponivel em: www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/.../Cj5GgE6L.doc CORREA, Rosa Lydia Teixeira. O livro escolar como fonte de pesquisa em História da Educação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v20n52/a02v2052.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2009.

Page 35: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 35

De acordo com a figura 3.2, nota-se que a história do livro didático no Brasil,

até a década de oitenta, resume-se em uma série de decretos-lei e iniciativas

governamentais criados para regulamentar uma política satisfatória, tanto para a

produção, quanto para a distribuição de livros didáticos (WITZEL, 2002).

Um ponto importante para a questão da qualidade do livro foi a substituição

do livro descartável para o durável, introduzido pelo PNLD em 1985.

Muitos dos problemas percebidos ao longo da história do livro didático no

Brasil advêm de uma política educacional autoritária, burocrática e centralizadora

que, por força da própria ideologia que a sustenta, excluía o professor de todas e

quaisquer decisões sobre a problemática do ensino e, conseqüentemente, do livro

didático. A esse respeito Oliveira (1984, p. 65 apud in WITZEL, 2002) argumenta

que “os custos de um processo centralizador em matéria de educação fazem-se

sentir na defasagem entre a decisão e sua execução, já que a responsabilidade de

seleção do material a ser usado fica a cargo de outros que não os que diretamente

o fará: os professores”, concordando com Nóvoa (1995 apud in WITZEL, 2002)

quando este sugere que os professores ocupam, não raro, o “lugar do morto”. Se

eles não são ouvidos, se não participam, todo o trabalho desenvolvido pelos órgãos

educacionais está fadado ao fracasso, até porque, se os professores estão

excluídos dessa “engrenagem”, nas palavras de Oliveira (acima citado), eles não

se sentem absolutamente responsáveis pelo seu funcionamento.

Percebe-se claramente que a Ciência durante quase cinco séculos não fez

parte do Livro Didático. Somente no século XX, com o avanço da tecnologia, vê-se

claramente uma postura voltada para o desenvolvimento das ciências e a

necessidade de uma alfabetização cientifica.

Page 36: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 36

Figura 3.2 – Linha do tempo no século XX9 10

9 MEC/USAID é o nome de um acordo que incluiu uma série de convênios realizados a partir de

1964,durante o regime militar, entre o Ministério da Educação (MEC) e a United States Agency for International Development (USAID). Os acordos MEC/USAID tinham o objetivo de implantar o modelo norte americano no sistema educacional brasileiro. A discordância com os acordos MEC/USAID se tornaria na época a principal reivindicação do movimento estudantil, cujas organizações foram em seguida colocadas na clandestinidade. Alguns setores acreditavam que o convênio com os Estados Unidos levaria à privatização do ensino no Brasil. (DICIONÁRIO INTERATIVO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA, 2002). 10

Construídos com os artigos: Livro didático: um olhar nas entrelinhas da sua história - Catiane Colaço de Bairro. Disponivel em: www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/.../Cj5GgE6L.doc CORREA, Rosa Lydia Teixeira. O livro escolar como fonte de pesquisa em História da Educação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v20n52/a02v2052.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2009.

Page 37: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 37

3.2 O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)

Buscando uma melhoria na política de regulamentação do Livro Didático que

não girasse em torno de um único órgão centralizador foi criado em 1997 pelo

Ministério da Educação e Cultura (MEC) o PNLD com os seguintes objetivos:

a) contribuir para socialização e universalização do ensino, bem como para a melhoria de sua qualidade, por meio da seleção, aquisição e distribuição de livros didáticos para todos os alunos matriculados nas escolas das redes públicas do ensino fundamental de todo o País, cadastrados no Censo Escolar; b) diminuir as desigualdades educacionais existentes, buscando estabelecer padrão mínimo de qualidade pedagógica para os livros didáticos utilizados nas diferentes regiões do País; c) possibilitar a participação ativa e democrática do professor no processo de seleção dos livros didáticos, fornecendo subsídios para uma crítica consciente dos títulos a serem adotados no Programa; e d) promover a crescente melhoria física e pedagógica dos livros, garantindo a sua utilização/reutilização por três anos consecutivos. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2001)

Esses objetivos surgem explicitamente após a criação da LDB (lei de

Diretrizes e Bases da Educação/1996), depois das inegáveis boas intenções de

algumas propostas tais como: Decreto 77107 e o Decreto 91542 (vide figura 3.2).

Até que se fez urgente uma tomada de posição do governo com vistas a garantir

uma política de regulamentação do livro didático que fosse mais competente e

eficaz na busca de educação de qualidade e universal. Para melhor compreender

essas tentativas consta em anexo o histórico do PNLD.

Quanto ao seu funcionamento, o PNLD segue atualmente as seguintes

etapas de acordo com a figura 3.3

Page 38: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 38

Figura 3.3: Esquema de Funcionamento do PNLD

Adaptado de http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/dgwitzel.pdf

O PNLD traz alterações significativas, especialmente nos seguintes pontos:

Garantia do critério de escolha do livro pelos professores; Reutilização do livro por outros alunos em anos posteriores, tendo como

conseqüência a eliminação do livro descartável; Aperfeiçoamento das especificações técnicas para sua produção, visando a

maior durabilidade e possibilitando a implantação de bancos de livros didáticos;

Extensão da oferta aos alunos de todas as séries do ensino fundamental das escolas públicas e comunitárias;

Aquisição com recursos do governo federal, com o fim da participação financeira dos estados, com distribuição gratuita às escolas públicas.

(FNDE, 2008; CASSIANO, 2004):

PNLD

Edital de convocação para inscrição no processo de

avaliação e seleção de livros didáticos a serem incluídos no "Guia de

Livros Didáticos" de 6º a 9ª ano

Inscrição dos Livros Didáticos

Triagem dos Livros (responsabilidade da Comissão Especial e

Triagem - CRT)

Avaliação Pedagógica(responsabilida

de da Secretaria de Educação Fundamental do

MEC)

Guia do Livro DidáticoEscolha dos Livros pelas

escolas

Distribuição dos Livros Didáticos

Page 39: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 39

3.3. ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS

Para o livro didático de Ciências o Guia do PNLD traz as seguintes

orientações sobre os critérios de seleção de conteúdos:

Os conteúdos devem favorecer a construção, pelos estudantes, de uma visão de mundo como um todo formado por elementos inter relacionados, entre os quais o ser humano, agente de transformação. Devem promover as relações entre diferentes fenômenos naturais e objetos da tecnologia, entre si e reciprocamente, possibilitando a percepção de um mundo em transformação e sua explicação científica permanentemente reelaborada; os conteúdos devem ser relevantes do ponto de vista social, cultural e científico, permitindo ao estudante compreender, em seu cotidiano, as relações entre o ser humano e a natureza mediadas pela tecnologia, superando interpretações ingênuas sobre a realidade à sua volta. Os temas transversais apontam os conteúdos que devem se constituir em fatos, conceitos, procedimentos conteúdos particularmente apropriados para isso; atitudes e valores a serem promovidos de forma compatível com as possibilidades e necessidades de aprendizagem do estudante, de maneira que ele possa operar com tais conteúdos e avançar efetivamente nos seus conhecimentos.

Mas como fazer isso se os livros didáticos de Ciências, no segundo

segmento do Ensino Fundamental compreendem em seu programa

conhecimentos de três grandes áreas: Física, Química e Biologia, que na maioria

das vezes, são apresentados de forma conteudista e fragmentada (VON

LINSINGEN, 2008), dificultando a aprendizagem significativa dos assuntos

abordados.

Em se tratando de Física o problema se torna mais grave, visto que no

segundo segmento do ensino fundamental a maioria dos temas abordados são a

ligados os fenômenos biológicos (MOREIRA, 1983), permitindo que a Física seja

apresentada “oficialmente” somente no 9º ano, isto é, quando o aluno está

terminando o Ensino Fundamental (MEES, 2004).

Pela falta de uma estrutura e forma de apresentação conveniente dos

conceitos de Física, constata-se que há um grande desprezo dos alunos pela

disciplina e, segundo os próprios professores, pela forma muito abstrata como são

Page 40: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 40

tratados (SANTOS, de MENEZES, 2005). Os conceitos ligados a Física muitas

vezes não motivam os alunos, visto que estão desvinculados da sua realidade.

Sabe-se que o mecanismo ação-reflexão sobre temas do cotidiano do aluno é um

importante instrumento para o processo de ensino aprendizagem (dos SANTOS,

da SILVA, 2008), mas, nesse sentido, pouco é propiciado através dos atuais livros

de ciências.

3.4 ANÁLISE DAS COLEÇÕES

Para fazer uma proposta sobre os conteúdos de Física a serem ministrados

em cada ano, do segundo segmento do Ensino Fundamental, foi realizada uma

pesquisa nas principais coleções de livros de ciências utilizados em muitas das

escolas das redes públicas e particulares, localizadas no Estado do Rio de

Janeiro.

A percepção sobre o uso dessas coleções ocorreu por uma entrevista

informal, com professores de várias escolas, em um curso de aperfeiçoamento

para professores do Rio de Janeiro, que foi realizado em julho de 2008, no IMPA.

Nesse “diagnóstico”, foram citadas as seguintes coleções apresentadas na tabela

3.1.

Page 41: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 41

Tabela 3.1 – Livros consultados e recomendados pelo MEC11

11

Livros Recomendados pelo MEC através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2008.

* Livros não recomendados pelo MEC.

1 COLEÇÃO CIÊNCIAS Autores: Carlos Barros e Wilson Paulino

Editora Ática

2 PROJETO ARARIBÁ - CIÊNCIAS Editora Moderna

3 CIÊNCIAS NOVO PENSAR Autores: Demétrio Gowdak e Eduardo Martins

Editora FTD

4 CIÊNCIAS NATUREZA & COTIDIANO: Autores: Carlos Kantor, José Trivellato, Júlio Foschini Lisboa, Marcelo

Motokane, Silvia Trivellato Editora Ática

5* COLEÇÃO CIÊNCIAS: ATITUDE E CONHECIMENTO Autores: Maria Teresinha Figueiredo e Maria Cecília Guedes Condeixa

Editora FTD

6* COLEÇÃO VIVENDO CIÊNCIAS Autores: Maria Teresinha Figueiredo e Maria Cecília Guedes Condeixa

Editora FTD

7* COLEÇÃO CIÊNCIAS Autores: Dinorah Poletto Porto e Neide Simões de Mattos

Editora Scipione

8* COLEÇÃO CIÊNCIAS & SOCIEDADE Autores: Jacqueline Rauter de Vasconcellos e Odete Gasparello Bertoldi

Editora Scipione

9* COLEÇÃO PROJETO RADIX CIÊNCIA

Autores: Dinorah Poletto Porto e Neide Simões de Mattos

Editora Scipione

10 COLEÇÃO CONSTRUINDO CONSCIÊNCIAS Autores: Selma Ambrozina de Moura Braga, Maria Emília Caixeta de Castro

Lima, Ruth Schmitz de Castro, Mairy Barbosa Loureiro dos Santos, Orlando Gomes de Aguiar Júnior,Carmen Maria de Caro, Nilma Soares da

Silva,Helder de Figueiredo e Paula Editora Scipione

Page 42: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 42

Após a fase de identificação das coleções, foi realizada uma análise crítica

dos conteúdos ligados aos temas de Física e em seguida uma comparação à luz

dos PCN e da Reorientação Curricular do Estado do Rio de Janeiro para esse

mesmo ciclo, com o intuito de identificar como está sendo ministrado o Ensino de

ciências (Física). Essa análise foi realizada através de um tratamento estatístico

quantitativo e qualitativo.

Finalizada a fase de identificação e comparação, discute-se uma nova

metodologia para o Ensino de Física utilizando os temas ligados a Astronomia

como elemento basilar onde será abordado cada assunto de forma conceitual, sem

preocupação com a memorização de fórmulas.

3.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na fase de tabulação dos dados foi encontrada a seguinte distribuição

percentual de conteúdos de física para os livros de ciências do segundo

segmento do ensino fundamental (gráfico 3.1).

Gráfico 3.1: Distribuição Percentual dos temas de Física em cada série.

Durante a avaliação das coleções, percebe-se que existe uma prevalência

30%

8%

3%

59%

6º ano

7º ano

8º ano

9º ano

Page 43: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 43

dos conteúdos de física apenas no 9º ano e quase nenhuma representação no 7º

e 8º ano. O 6 º ano embora apresente 30% dos conteúdos como sendo de Física ,

resume – se apenas à Origem do Universo e ao Sistema Solar , sem abordar os

aspectos físicos dos mesmos, por esta razão a importância a vinculação ao

conteúdo de Astronomia de acordo com os PCN.

Esta distribuição irregular pode ser mais bem observada nos gráficos 3.2 e

3.3 abaixo onde os assuntos foram separados por tema e série e novamente

existe a predominância no 9º ano.

Gráfico 3.2: Distribuição dos temas de Física por tópicos em cada série

O 9º ano apresenta no total 99 tópicos de Física, além dos conteúdos de

Química e Biologia, para serem ministrados em três tempos de horas aulas

semanalmente.

Page 44: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 44

Gráfico 3.3: Distribuição percentual dos temas.

Considera-se que a inserção gradual dos conteúdos de Física a partir do 6º

ano é fundamental para que ocorra um aprendizado significativo dos conteúdos

de Física que são apresentados para esses alunos, visto que a maioria deles, de

um modo geral, apresenta grande dificuldade de construir os conceitos de física

tal como apresentados no ensino tradicional (MORET). A distribuição disforme

(haja vista os resultados do SAEB e PISA) de conteúdos em cada um dos anos

também contribui para falta de interesse dos alunos, bem como o excesso de

temas ligados a Física no 9º ano. Concebe-se que a apresentação gradual dos

temas de física ao longo dos quatro anos do segundo segmento do Ensino

Fundamental, com o uso de um elemento condutor como tema de fundo, é parte

essencial para a construção do conhecimento em Física.

Mec36%

Ópt/Ond14%

Termo23%

Eletromag10%

FisMod/Tec5%

Astronomia12%

Page 45: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 45

CAPÍTULO 4

ANALISE DA REALIDADE DA EJA EM DUQUE DE CAXIAS

Page 46: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 46

4 ANÁLISE DA REALIDADE DA EJA EM DUQUE DE CAXIAS12

Vários são os fatores que obrigam milhares de jovens todo ano a

abandonarem a escola, entre eles estão a falta de perspectivas futuras, problemas

financeiros, pouca valorização do estudo pela família e pelo próprio estudante, falta

de escolas, dificuldade de transporte e repetências sucessivas (WANDERER,

2001). Dentro dessa realidade o número de alunos que abandonam o ensino

regular chega, em alguns casos, a aproximadamente 20% do total de alunos

matriculados no início do ano letivo (PINTO e CRUZ, 2008).

Para os alunos que pretendem retomar e concluir os estudos, as opções

existentes são os cursos ditos regulares ou a modalidade de ensino para jovens e

adultos (EJA), este último conhecido popularmente como supletivo. No caso

específico da EJA, essa modalidade muitas vezes não é considerada pelo aluno

como uma opção para completar seus estudos. Segundo dados do Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da

Educação (MEC), em 2002, apenas 4%, de um total de 66 milhões de brasileiros,

que não completaram o ensino fundamental fizeram matrícula na EJA (Di PIERRO,

2003), apesar do MEC oferecê-los como cursos presenciais, semipresenciais (à

distância) e como exames supletivos.

Na grande maioria dos casos os alunos da EJA são trabalhadores que

possuem certa experiência profissional ou que esperam, quando concluírem o

ensino básico ou médio, obter inserção ou melhores oportunidades no mercado de

trabalho, pois estão convictos de que a falta de escolaridade geram as dificuldades

enfrentadas (SILVEIRA et al, 2007; FREITAS et al, 2008), seja para conseguir um

12

Este capítulo foi publicado na integra na UNESC em Revista, nº 26, Ano XI, II Semestre de 2009 (jul/dez2009), págs. 143 a 155, publicada pelo Centro Universitário de Colatina (UNESC) - Colatina-ES.

Page 47: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 47

salário melhor ou mesmo conseguir um emprego.

O que poderia ser uma solução pode tornar- se um problema. Segundo

muitos especialistas, muitos professores não são adequadamente preparados para

lidar com a educação de jovens e adultos e muitos dos cursos existentes dessa

modalidade sequer são avaliados (CONSTANTINO e TAKAHASHI, 2006). Essa

realidade leva muitos alunos, que antes acreditavam poder concluir seus estudos, a

abandonarem essa modalidade de ensino, sendo que esses abandonos chegam a

números alarmantes, como constatado em Porto Alegre, onde aproximadamente

50% dos alunos matriculados na EJA abandonaram essa modalidade de ensino por

considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para

eles (OLIVEIRA e EITERER, 2008).

Se os professores não são preparados convenientemente para essa

modalidade de ensino, a qualidade da EJA oferecido pelas instituições, públicas e

privadas, pelo país acaba sendo comprometida. Um diagnóstico indireto sobre essa

qualidade pode ser feita pelo resultado desses alunos nas provas do ENEM. Os

resultados divulgados pelo Ministério da Educação, em 2006, mostram que as dez

piores escolas públicas de São Paulo eram da modalidade EJA. Os próprios alunos

consideram que quem faz supletivo está sempre atrás dos outros alunos que

estudam em séries regulares (GOMES e CARNIELLI, 2003).

Mesmo com todas essas desvantagens os alunos que procuram as diversas

modalidades da EJA o fazem sabendo desses problemas, pois buscam além de

oportunidade no mercado de trabalho o conhecimento para poder conversar com

várias pessoas por igual sem serem criticados (GOMES e CARNIELLI, 2003), isto

é, se sentir cidadão de verdade.

Page 48: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 48

4.1 A REALIDADE DE UMA CIDADE

O município de Duque de Caxias está localizado na Região Metropolitana do

Rio de Janeiro, situado na Baixada Fluminense (Figura 4.1) faz limite com os

municípios de Petrópolis, Magé, Rio de Janeiro, São João de Meriti, Belford Roxo,

Nova Iguaçu e Miguel Pereira. Sua população é estimada em 842.686 habitantes,

segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007,

estando distribuídos em quatro distritos: Centro (1º distrito), Campos Elíseos (2º

distrito), Imbariê (3º distrito) e Xerém (4º distrito), e, segundo a Fundação CIDE, o

Produto Interno Bruto (PIB), em 2003, representou 5,51% do PIB do estadual.

Figura 4.1: Localização Geográfica do Município de Duque de Caxias.

Fonte: www.webbusca.com.br/pagam/duque_caxias/duque_caxias_mapas.asp

Page 49: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 49

Esse desenvolvimento econômico deve-se muito ao funcionamento da

refinaria da PETROBRÁS, localizada no distrito de Campos Elíseos, mas tal

desenvolvimento é pouco refletido em sua população. O Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas

(ONU) desde 1975 e determinado a partir de indicadores de educação, longevidade

e renda do município, mostra que Duque de Caxias apresentou em 2000, um IDH

de 0,753, valor que o coloca em 1.786° entre os 5.562 municípios do país

(ARANHA, 2007).

Se observarmos o quesito educação, Duque de Caxias apresenta uma

situação calamitosa. O município possui 23,89% de sua população considerados

como analfabetos funcionais e outros 8% são analfabetos completos (Aranha,

2007; Maranhão, 2007), isto é, são quase 32% de toda uma população sem uma

educação minimamente adequada as necessidades diárias. Se somarmos esse

fato às grandes taxas de evasão que acontecem no ensino fundamental e médio, o

problema se torna mais grave.

Se considerarmos a modalidade de ensino voltada para jovens e adultos

(EJA), que em seu fundamento possui pedagogias voltadas para esse público, os

dados da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC), de 2006,

afirmam que no município de Duque de Caxias apenas vinte e duas escolas

oferecem ensino na modalidade EJA, mesmo com um grande número de

moradores apresentando pouca ou nenhuma escolaridade. Dentre as escolas que

possuem a modalidade EJA no município, apenas sete delas possuem turmas de

ensino médio, sendo que elas estão distribuídas em três dos quatro distritos do

município (Centro, Campos Elíseos e Imbariê). O distrito de Xerém, apesar de

Page 50: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 50

possuir a maior extensão territorial do Município, com cerca de 239 km², segundo

dados do Diagnóstico Social de 2005 (COEP/Furnas/IBASE,2005), não possuía,

até a data deste trabalho, qualquer escola oferecendo a modalidade EJA para o

Ensino Médio. Esse distrito possui características rurais e grandes áreas de

preservação ambiental, com densidade populacional dispersa, como descrito pelo

Ministério da Saúde em recente mapeamento da região, e parece ter sido

esquecido pelas políticas públicas da região, deixando seus moradores sem a

oportunidade local de uma escolarização adequada.

4.2 A METODOLOGIA

O primeiro passo realizado foi determinar o número de alunos matriculados

na EJA. Para isso, utilizou-se dados da SEEDUC para então definir se o estudo

seria realizado através da amostra da população ou seria considerados todos os

alunos matriculados.

Após a definição do número de alunos que seriam utilizados na pesquisa, as

escolas que ofereciam ensino na modalidade EJA foram visitadas para que fossem

coletados os dados dos alunos. Em cada escola escolheu-se aleatoriamente três

turmas, considerando todos os alunos contidos em cada turma.

Através do livro de matrícula de cada uma das escolas foram coletados os

dados de cada um dos alunos: gênero, idade, local de residência e se os alunos

trabalhavam ou não. Os dados foram então tabulados e analisados, para ser

possível determinar o perfil do aluno que freqüenta a modalidade EJA nos

Municípios de Duque de Caxias.

Page 51: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 51

4.3 ALGUNS RESULTADOS

O número de alunos matriculados, na modalidade EJA em todo o município

de Duque de Caxias, perfaz um total de 7.122 alunos, sendo que somente 17%

estão no Ensino Médio Presencial Supletivo, representando aproximadamente

1200 alunos, segundo dados da SEEDUC. As turmas escolhidas para o estudo

forneceram um total de 352 alunos, número que foi considerado razoável, pois

representou aproximadamente 30% de todos os alunos matriculados na EJA no

município.

No primeiro dado coletado, determinamos o percentual de alunos do sexo

masculino e feminino que frequentavam a escola. A determinação do gênero

predominante nessas turmas ocorreu pela necessidade de confirmar uma maior

presença feminina nessa modalidade de ensino, aproximadamente 56% em alguns

casos (Menezes, 2005; Silva, 2008), e para determinar se a procura dessa

modalidade de ensino, em Duque de Caxias, era consistente com os estudos já

realizados ou se o município em questão apresenta alguma peculiaridade, devido a

sua localização ou mesmo a questões sociais. Os resultados obtidos mostram

(gráfico 4.1) que aproximadamente 54% dos alunos matriculados na EJA eram do

sexo feminino, confirmando a presença efetiva feminina nessa modalidade de

ensino. Uma justificativa para essa presença, pode estar relacionada ao aumento

cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho exigindo assim uma maior

qualificação dessas trabalhadoras, visto que muitas delas ficaram a margem da

educação formal por assumir precocemente as tarefas do lar.

Page 52: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 52

Gráfico 4.1: Distribuição por gênero dos alunos pesquisados. Fonte : Ciep 198, Ciep 370, Ciep 229.

Na avaliação do gênero, em cada um dos dos distritos de Duque de Caxias

pesquisados, foi observada uma presença de homens ao de mulheres no primeiro

distrito enquanto que nos outros dois distritos possuíam maior concentração de

mulheres matriculadas. A razão para essa diferença pode estar relacionada por

uma participação masculina maior que a feminina nos postos de trabalho desse

distrito, que possui uma caracteristica mais urbana, favorecendo assim a presença

dos homens nas escolas que oferecem EJA dessa região.

Nos outros distritos, Campos Elíseos e Imbariê, a participação feminina é

maior, pois essas estão fora do mercado de trabalho, na maioria das vezes, e a

escolha por determinada escola é determinada pela proximidade da escola em

relação às suas residências. Vale lembrar que muitos dos homens moradores

desses distritos podem estar trabalhando fora do município ou mesmo no primeiro

distrito, sendo assim procurando as turmas de EJA de outras localidades.

No caso da atividade econômica dos alunos, foi observado que o livro de

matrícula possuía uma informação interessante, pois havia um espaço a ser

preenchido pelos alunos informando se trabalhavam, formalmente ou

informalmente, ou não. As diretoras afirmaram que esses campos eram

Homens45,7%

Mulheres54,3%

Page 53: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 53

necessários, pois muitos programas de assistências sociais são baseados na

frequência do aluno e se este possuia alguma atividade econômica. Apesar de

mais da metade dos estudantes afirmarem possuir algum tipo de ocupação (formal

ou não), um grande número de alunos, aproximadamente 44%, afirmaram não

possuir qualquer trabalho (Gráfico 4.2).

Considerando que esses alunos já não apresentam uma qualificação

aceitável e associando a isso o desemprego, chegamos uma realidade assustadora

no que diz respeito a manutenção pelos seus próprios meios para sua sub-

existência.

Após essa análise, comparando os dados do número de alunos que

trabalham, com os dados em relação à distribuição de homens e mulheres nas

escolas e assim obtivemos a distribuição de alunos por gênero que trabalham.

Desse modo é fácil perceber que existe um maior número de homens

economicamente ativos nessa modalidade de ensino do que mulheres. Essa

inatividade entre as mulheres pode estar ligada aos serviços domésticos, como

discutidos anteriormente.

Gráfico 4.2: Distribuição percentual dos alunos economicamente ativos. Fonte : Ciep 198, Ciep 370, Ciep 229.

Sim Não

55,8%

44,2%

Page 54: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 54

Na distribuição por distrito fica evidenciado que no primeiro distrito, Centro, o

número de homens que trabalham e estudam é quase o dobro que em relação às

mulheres. Esse distrito possui característica predominantemente urbana,

reforçando o resultado encontrado anteriormente e evidenciando a presença

masculina no mercado de trabalho nas áreas urbanas.

Para o segundo distrito, que possui característica industrial, temos uma

maior incidência de alunos do sexo feminino. A distância desse distrito em relação

a outros centros pode influenciar na participação dos homens nas escolas que

oferecem essa modalidade de ensino nesse distrito, ficando a maior parte das

vagas com as mulheres que trabalham nessa região.

No caso do terceiro distrito, que é ocupado por grandes áreas rurais, e tal

qual o quarto distrito, de pouca expressão econômica, temos que as mulheres

possuem menor participação no mercado de trabalho, ficando mais restritas aos

trabalhos domésticos e por isso, temos uma participação masculina maior nessas

modalidades de ensino. Outro motivo para uma presença maior masculina nessas

turmas está no fato de as famílias localizadas nas zonas rurais possuem uma

organização onde as mulheres possuem nível de instrução maior que ao dos

homens (Staduto et al, 2008).

É importante ressaltar que não foi realizado o estudo no quarto distrito por

não haver escola com essa modalidade disponível nessa região, e também pelo

fato do percentual de alunos oriundo desse distrito representar apenas 0,6% de

todos os alunos pesquisados. Em relação à idade dos alunos, observou-se uma

distribuição maior entre 15 e 39 anos, com aproximadamente 85% dos alunos entre

essa idade, conforme gráfico 4.3

Page 55: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 55

Gráfico 4.3: Distribuição de alunos em função da idade Fonte : Ciep 198, Ciep 370, Ciep 229.

Como a distribuição não apresentava um perfil simétrico, a análise da idade

característica dos alunos foi realizada pelo uso da mediana, pois pela própria

definição dessa medida de tendência central, a mesma separa uma distribuição em

duas regiões iguais (Bastos e Duquia, 2007) . Dessa forma, obtivemos a idade de

25,5 anos, mostrando um perfil de alunos que estavam fora do ensino regular há

pouco tempo, visto que no ensino médio um aluno, sem distorção de idade-classe,

estaria no último ano com idade entre 16 e 18 anos. Se considerarmos apenas a

classe de alunos entre 18 e 21 anos, foi observado que 21,4% estão concentrados

com essa idade. Podem ser alunos que saíram do ensino regular devido a

repetências sucessivas ou por condições sociais das mais diversas e que foram

excluídos do sistema formal de ensino, procurando assim o programa de Educação

de Jovens e Adultos para completarem sua escolarização (WANDERER, 2001).

Nesse estudo foi possível observar que o município de Duque de Caxias

possui um perfil de alunos da EJA similar a outras regiões do país, apesar de todas

as diferenças geográficas e econômicas entre as regiões que serviram de

6,9

21,4

8,6

10,9

8,0

10,8 10,6

7,4

4,0 3,7 3,42,0

1,1 0,6 0,3 0,30

5

10

15

20

25

16,5 19,5 22,5 25,5 28,5 31,5 34,5 37,5 40,5 43,5 46,5 49,5 52,5 55,5 58,5 61,5

Dis

trib

uiç

ão d

e a

lun

os

(%)

Idade (anos)

mediana

Page 56: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 56

comparação. Foi possível verificar através de um número insignificante de alunos,

desse distrito encontrou-se em nosso estudo que o quarto distrito de Duque de

Caxias, Xerém, apesar da distância em relação a outros centros e de ter uma

extensa área rural, não possui qualquer escola que ofereça ensino nessa

modalidade excluindo ainda mais uma população já excluída por questões

geográficas e sociais.

Finalmente, em relação à idade, encontramos uma realidade um tanto

assustadora ao verificar que 7% dos alunos estão entre 15 e 18 anos de idade, isto

é, alunos que deveriam estar no ensino regular e estão procurando a EJA, na

tentativa de concluir o ensino básico com maior rapidez, sem que esse tipo de

ensino esteja voltado para eles. É necessário que exista um controle para a

matrícula nessa modalidade de ensino, para que este não perca sua finalidade

principal que é propiciar àqueles indivíduos, que por algum motivo não puderam

concluir seus estudos, uma chance para o término da sua formação básica com

uma proposta pedagógica adequada a eles.

Page 57: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 57

CAPÍTULO 5

ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE AS TEORIAS

DE ENSINO APRENDIZAGEM E UMA NOVA METODOLOGIA

Page 58: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 58

5 ALGUMAS CONCEPÇÕES SOBRE AS TEORIAS DE ENSINO

APRENDIZAGEM E UMA NOVA METODOLOGIA

Este capítulo tem como objetivo apresentar de maneira resumida algumas

teorias de ensino - aprendizagem, no intuito de reconhecer a dinâmica que envolve

ensinar e aprender Física, com especial atenção nas teorias construtivistas

cognitivas de aprendizagem que relacionam o conhecimento pré - existente e o

novo conhecimento para elaboração de uma nova metodologia.

O Cognitivismo pode ser definido como sendo:

Um esforço contemporâneo, com fundamentação empírica, para responder questões epistemológicas de longa data – principalmente àquelas relativas à natureza do conhecimento, seus componentes, suas origens, seu desenvolvimento e seu emprego. (GARDNER, 1996, p. 18 apud in MOREIRA, 1983)

A cognição trata de todo o conjunto de estruturas mentais do ser humano. O

cognitivismo está presente em todo o processo de ensino aprendizagem, tais como

memória, atenção, emoção, raciocínio lógico, dedução e outros mais. Perceber

como o indivíduo aprende nesta abordagem é reconhecer todos os processos e

etapas que o levaram à aquisição do conceito.

O construtivismo é uma filosofia, isto é, um conhecimento das estruturas

mentais que interagem no processo ensino aprendizagem tais como: atribuição de

significados, a compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação.

Sempre ocupado em como o indivíduo aprende e organiza sua estrutura cognitiva

baseado na sua capacidade de interpretar e representar o mundo. (MOREIRA,

1999)

Page 59: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 59

No ensino utilizar – se de uma postura construtivista é permitir que o aluno

seja agente do seu conhecimento e não apenas um mero receptor. Para Moreira

(1999) pode-se resumir a teoria cognitivista pelo seguinte esquema conceitual:

Figura 5.1 – Esquema parcial

13 dos Principais Enfoques Teóricos à Aprendizagem e

ao Ensino e alguns de seus mais conhecidos representantes (Moreira, 1999).14

Conforme (figura 5.1) as teorias cognitivas se ocupam da cognição (maneira

como indivíduo conhece), isto é, como ele processa a informação, compreende e

dá significados à aprendizagem.

No esquema encontram - se os principais autores dessa teoria e qual o

conceito basilar deles. Particularmente optou-se pela teoria de aprendizagem

13

Esquema completo vide (MOREIRA, 1999 p. 18)

14 Novak e Gowin são considerados como intermediários entre o cognitivismo e o humanismo

pelo autor.

Page 60: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 60

significativa de Ausubel. Embora a teoria de David Ausubel se pareça com a teoria

de Jean Piaget em alguns aspectos que serão abordados mais a frente, Piaget se

preocupou apenas com os aspectos gerais da cognição, sem preocupações com

ensino - aprendizagem, ao contrário de Ausubel (ROSA).

5.1 TEORIAS DE APRENDIZAGEM

Segundo Aurélio, teoria é um conjunto de princípios fundamentais de uma

arte ou de uma ciência.

Para Hill (1990 apud MOREIRA, 1999, p. 19) uma teoria pode ser definida

como sendo uma interpretação sistemática de determinada área do conhecimento.

Assim as teorias de aprendizagem são tentativas de interpretar sistematicamente e

prever resultados da aprendizagem.

Uma teoria de aprendizagem possui três importantes aspectos: (HILL1990

apud MOREIRA, 1999, p. 19)

Representa o ponto de vista de um autor/pesquisador sobre como abordar o assunto aprendizagem, quais as variáveis independentes, dependentes e intervenientes

15, quais os fenômenos importantes e quais as perguntas mais

significativas; Procura resumir uma grande quantidade de conhecimentos sobre aprendizagem em

uma formulação bastante compacta; Tenta, de maneira criativa, explicar o que é aprendizagem e como ela funciona.

As teorias de aprendizagem são criações humanas que buscam explicar a

área de conhecimentos que se chama aprendizagem. Para melhor compreender as

teorias de aprendizagem seria necessário primeiro definir aprendizagem, porém os

significados são os mais variados. Para alguns, a aprendizagem é apenas

aquisição de informação ou habilidades; já outros a definem como sendo uma

mudança permanente de comportamento em função da experiência. (NEVES, et

al., 2006).

15

Intervenientes – são elos de ligação entre variáveis independentes e dependentes.

Page 61: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 61

Usualmente a aprendizagem se divide em três: cognitiva, afetiva e

psicomotora. Alguns autores inserem construtos particulares em suas teorias tais

como: aprendizagem significativa, aprendizagem significante, aprendizagem por

descoberta e etc. Ou seja, as próprias teorias tem conceitos diferentes para o que

vem a ser aprendizagem, por este motivo não se buscou um significado geral para

a aprendizagem. Antes de conhecer melhor cada uma das principais teorias

cognitivas existentes.

5.1.1 A TEORIA COGNITIVA DE JEAN PIAGET

Jean Piaget (1896-1980) dedicou - se a entender como o desenvolvimento

intelectual se processa no ser humano, passando vários anos de sua vida

pesquisando e observando como as crianças aprendem e interagem com o meio.

Partiu da idéia de que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e

organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio entre o

meio físico e sua organização. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento

intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH,

1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do

funcionamento "total" do organismo.

Sua obra é riquíssima e muito vasta, mas o foco a ser abordado neste

estudo são os estágios de desenvolvimento mental e os conceitos chaves de sua

teoria: assimilação, acomodação e equilibração, bem como sua contribuição para o

ensino e a aprendizagem. Embora seja mais reconhecido pelos estágios de

desenvolvimento, o seu construtivismo está apoiado nos conceitos chaves.

(MOREIRA, 1999)

Page 62: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 62

Para Piaget o desenvolvimento cognitivo do ser humano passa por quatro

períodos que podem ser subdivididos em estágios ou níveis, que são:

Período Sensório Motor – Inicia - se no nascimento da criança até os dois

anos de idade. Neste estágio as principais características são: a inteligência é

prática; as noções de espaço e tempo são construídas pela ação. Conforme

MACEDO (1994, p. 124), é assim que os esquemas vão "pouco a pouco

diferenciando - se e integrando-se, ao mesmo tempo em que o sujeito vai se

separando dos objetos ,podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma

mais complexa." (NITZKE ET ALLI 1997b) diz que o contato com o meio é direto e

imediato, sem representação ou pensamento.

Período Pré Operacional – Compreendido do dois aos setes anos de

idade, neste estágio a criança começa a organizar o seu pensamento, facilitada

pelo uso da linguagem, dos símbolos e imagens mentais. Porém ainda não

desenvolveu a reversibilidade, que é a capacidade de retornar ao ponto de partida

depois de percorrer um caminho mental (MOREIRA, 1999). Este estágio também é

conhecido como o da Inteligência Simbólica.

Contudo, MACEDO (1994) lembra que a atividade sensório - motor não está

esquecida ou abandonada, porém mais refinada e mais sofisticada, pois verifica- se

que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma

explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e

percepções intuitivas.

Período Operacional Concreto – começa dos oito aos doze anos de

idade, neste estágio a criança está menos egocêntrica, fato que a caracterizava

nos outros estágios, possui já uma pequena capacidade de reversibilidade.

Conforme NITZKE ET ALLI (1997b) a criança desenvolve noções de tempo,

Page 63: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 63

espaço, velocidade, ordem, casualidade, ...sendo então capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a

uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.

Período Operacional Formal – Por volta dos onze ou doze anos, inicia-se

o quarto e último estágio que transcorre toda a adolescência e chega à idade

adulta. Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas

cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação

agora permite uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata

e nem às relações previamente existentes.

Finalizando este sucinto relato sobre os períodos de desenvolvimento mental

propostos por Piaget, resume-se o desenvolvimento do pensamento com a

seguinte citação: (PIAGET1977 apud MOREIRA, 1999, p. 99)

“Para entender o mecanismo desse desenvolvimento,..., distinguiremos quatros períodos principais em seqüência àquele que é caracterizado pela constituição da inteligência sensório motora. A partir do aparecimento da linguagem, ou, mais, precisamente, da função simbólica que torna possível sua aquisição (1 a 2 anos), começa um período que se estende até perto de quatro anos e vê desenvolver-se um pensamento simbólico e pré conceptual. De 4 a 7 ou 8 anos, aproximadamente, constitui-se, em continuidade íntima com o precedente, um pensamento intuitivo cujas articulações progressivas conduzem ao limiar da operação. De 7 ou 8 até 11 ou 12 anos de idade, organizam-se as “operações concretas”, isto é, os grupamentos operatórios do pensamento recaindo sobre objetos manipuláveis ou suscetíveis de serem intuídos. A partir dos 11 a 12 anos e durante a adolescência, elabora-se por fim o pensamento formal, cujos grupamentos caracterizam a inteligência reflexiva acabada.”

É importante ressaltar que essa transição entre os estágios não é feita de

maneira íngreme. Em cada um deles a criança apresenta as peculiaridades do

período. Para Piaget a ordem dos períodos é invariável. Isso não quer dizer uma ou

outra criança apresente idades diferentes ao atingirem determinado estágio, ou

seja, o que importa é a sucessão dos períodos e não a idade cronológica.

Page 64: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 64

O foco principal da teoria de Piaget é a teoria da equilibração. Para ele o

crescimento cognitivo da criança consistia basicamente das operações de

assimilação e acomodação (MOREIRA, 1999).

Sua teoria é organizada em cima dessas operações, porém faz-se

necessário ampliar o conceito de esquema usado por ele. WADSWORTH (1996)

define os esquemas como estruturas mentais, ou cognitivas, pelas quais os

indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio. Os esquemas não são

observáveis, são inferidos e, portanto, são constructos hipotéticos.

O próprio Piaget define a assimilação como (PIAGET, 1996, p. 13):

... uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.

Isto representa que a criança tenta sucessivamente ajustar os novos

estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento e quando isso

acontece diz-se que ela assimilou o estímulo, agregando-o a um esquema já

existente (MEES, 2004). Nesta operação o organismo (mente) não se modifica, ou

seja, o conhecimento que se tem da realidade não se altera.

Adentrando na operação cognitiva da acomodação, começa-se com a

definição dada por PIAGET (p. 18, 1996):

Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam.

Assim, a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar

determinada situação através de seus esquemas, ou seja, não existe uma estrutura

cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse

novo estímulo (NITZKE et all, 1997a). Frente a isso, restam apenas dois recursos:

Page 65: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 65

criar um novo esquema ou modificar um esquema existente. Ambas as ações

resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a acomodação haverá

novamente um equilíbrio e novas informações poderão ser incorporados ao novo

esquema. (Figura 5.2)

Figura 5.2 – Esquema para os conceitos de assimilação16 e acomodação na teoria de Piaget17

WADSWORTH diz que (1996, p. 7):

"A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas."

Equilibração é o ponto de equilíbrio entre assimilação e acomodação. Piaget

(1977, p. 14) define que o equilíbrio cognitivo implica em ter:

16

Na figura a cima S significa que individuo assimilou e parte para a próxima etapa do processo e N

o contrário. 17

Adaptado de http://fisica.uems.br/arquivos/instrumentacao/Capitulo_3.pdf. Acesso em 11 de janeiro de 2010.

Page 66: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 66

A presença necessária de acomodações nas estruturas;

A conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas

Dessa forma o desenvolvimento cognitivo é uma “construção” feita pelos

contínuos desequilíbrios e equilíbrios, em estágios cada vez mais complicados.

(MEES, 2004).

As implicações dessa teoria para a educação são altamente relevantes, pois:

Ensinar (ou em um sentido mais amplo, educar) significa provocar o desequilíbrio no organismo da (mente) da criança para que ela, procurando o reequilíbrio (equilibração majorante), se reestrutura mentalmente buscando um novo equilibrio (novos esquemas de assimilação para adaptar-se à nova situação). O ensino deve, portanto, ativar este mecanismo. (MOREIRA, 1999)

Em geral na escola não se observa isso. Muita das vezes tenta-se ensinar

sem respeitar os estágios de desenvolvimento, usando um formalismo quando a

maioria dos alunos ainda está no operacional concreto. Cabe ao educador estar

atento a isso para mediar o ensino aprendizagem no nível de desenvolvimento

cognitivo do aluno.

Pelos pressupostos acima a teoria de Piaget não é necessariamente uma

teoria de aprendizagem, mas uma teoria de desenvolvimento mental. Ele não

entende a aprendizagem como sendo uma “mudança de comportamento resultante

da experiência”. Prefere concebê-la como “aumento de conhecimento”, ou seja, só

existe aprendizagem quando a operação de assimilação se transforma em

acomodação (GIUSTA 1985 apud NEVES & DAMIANI, 2006.)

Page 67: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 67

5.1.2 A TEORIA DA MEDIAÇÃO DE LEV S. VYGOTSKY

Lev S. Vygotsky (1896 – 1934) foi um psicólogo russo que desejava

reescrever a psicologia através de uma teoria de educação voltada para o novo

mundo Pós Guerra. Criticava as teorias que separam a aprendizagem do

desenvolvimento (GIUSTA 1985 apud REGO, 1999), pois não imaginava o

desenvolvimento fora do meio social e cultural no qual o individuo está inserido.

Concebia o homem como um ser histórico, nascido de um conjunto de relações

sociais. Explorava em sua teoria como os fatores sociais podem modelar a mente e

formar o psiquismo. Utilizava-se do conceito de signo com a finalidade de organizar

os processos psicológicos tais como: pensamento, linguagem, comportamento

volitivo, atenção consciente, memória voluntária, etc. (Freitas, 2000 apud in

MOREIRA,1999).

Para ele, todos esses processos psicológicos só acontecem com a

socialização e não o contrário, como pensava Piaget. E para que isso acontecesse

usou os signos como parte da mediação entre as funções psicológicas e o meio

social. (Figura 5.3)

Figura 5.3 – Esquema para mediação de Vygotsky18

18

Adaptado de (MOREIRA, 1999)

Page 68: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 68

Mediação pode ser definida como sendo a atividade mediada indireta, a qual

é, para Vygotsky, própria da cognição humana, ou seja, são as funções psíquicas

originadas nos processos sociais (são relações sociais interiorizadas) com signos e

símbolos que acontecem simultaneamente à apropriação do saber e do fazer da

sociedade (PINO, 1991).

De acordo com Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico-social de sua comunidade (Luria, 1976). Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não são determinadas por fatores congênitos. São, isto sim, resultados das atividades praticadas de acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo se desenvolve. Conseqüentemente, a história da sociedade na qual a criança se desenvolve e a história pessoal desta criança são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar. Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinação de como a criança vai aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são transmitidas à criança através de palavras (Murray Thomas, 1993).

Signos e ferramentas são conceitos-chave na teoria de Vygotsky e podem

ser definidos da seguinte forma:

Ferramenta é qualquer objeto ou elemento que tem alguma utilidade prática.

Por exemplo, garfo, colher, enxada etc. Esses objetos são chamados de

instrumentos físicos.

Signos são elementos que sugerem ou simbolizam algo e, portanto, são

usados para significar alguma coisa que foi criada culturalmente, ou que a

experiência lhe impõe, uma intuição. São também conhecidos como instrumentos

simbólicos. Eles trazem algum significado implícito . Por exemplo, “fumaça indica

fogo”, é um dos tipos de signos, conhecido como indicador. Outro tipo de signo é o

icônico; é a imagem ou desenho daquilo que significa. Por último, há os signos

simbólicos, que são abstrações daquilo que significam; por exemplo, palavras,

números, equações, gestos.

Page 69: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 69

Assim, se signos são construções sociais, indivíduos de diferentes culturas

podem ter signos diferentes entre si, ou ainda, determinados signos para uns não

os são para outros, porque viveram em contextos diferentes ou porque não foram

capazes de internalizá-los.

Embora Vygotsky baseou-se sua teoria em signos, não se pode deixar de

mencionar sua outra característica importante de sua teoria: a Zona de

Desenvolvimento Proximal (ZDP) que reflete a dualidade das relações entre

desenvolvimento e aprendizagem. Pode ser definida como a diferença entre o nível

do que a pessoa é capaz de fazer com a ajuda de outros (parceiro mais capaz, pai,

mãe, professor, etc.) e o nível das tarefas que pode fazer por si só (vide fig 5.4).

Figura 5.4 – Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)19

O domínio do assunto por uma pessoa mostra que esse indivíduo tem a

capacidade de resolver problemas ou versar sobre ele, sem a intervenção de

19

Adaptado de: http://jobertosales.wordpress.com/2009/10/21/zona-de-desenvolvimento-proximal-i-2/.

Page 70: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 70

ninguém. Ao contrario de um assunto desconhecido, em que se necessita de

alguma interação para entendê-lo e ser capaz de dominar o mesmo.

Desenvolvimento cognitivo real é o conhecimento que já está enraizado

(cientificamente aceito ou não), já o conhecimento que necessita de aprendizagem,

fica armazenado na zona de desenvolvimento proximal (ZDP). É na ZDP que

ocorre as interações para a construção do conhecimento ou da aprendizagem, um

local muito dinâmico de constante mudanças

Considera importante o papel do professor em sala de aula à medida que

propõe a mediação como base dos processos psicológicos. Para ele:

De fato, aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança. [...] há também o fato de que o aprendizado escolar produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento da criança. Para elaborar as dimensões do aprendizado escolar, descreveremos um conceito novo e de excepcional importância, sem o qual esse assunto não pode ser resolvido: a zona de desenvolvimento proximal (VYGOTSKY, 1991, p. 95 apud in REGO, 1999).

Para Vygotsky o professor não se restringe a ser somente um facilitador do

desenvolvimento das estruturas operatórias; ele é responsável pela transmissão da

cultura e mediador social para a sua apropriação, por parte dos alunos. Portanto,

na sala de aula, é preciso não só despertar-lhes o desejo de aprender, senão

também transmitir-lhes o saber, pelo qual ele, professor, é o responsável.

É imprescindível que os professores sintam a necessidade de buscar meios

de compreender o que se passa na sala de aula, os procedimentos das crianças,

as concepções que elas têm, para terem condições de planejar e propor problemas

ou desafios adequados e pertinentes. Conhecer nossos alunos torna-se, portanto,

fundamental para a didática atual. É somente através desse conhecimento que o

professor pode ajudar seus alunos a construírem seus conhecimentos, atuando na

Page 71: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 71

“zona de desenvolvimento proximal”, onde o aluno tem conhecimentos frágeis, mas

já presentes e implícitos.

5.1.3 A TEORIA HUMANISTA DE CARL ROGERS

As idéias de Rogers sobre a educação são claras e objetivas, pelo fato de

suas observações originarem de dentro de seu próprio consultório. Rogers

desenvolveu uma teoria aplicável a qualquer tipo de relacionamento humano. Ao

olhar uma pessoa como um todo a ser considerado, ele quebra o paradigma do

relacionamento formal e cria um relacionamento interpessoal, transportando para a

educação esta convivência em busca de uma aprendizagem significativa e

qualitativa. (AZEVEDO, 2005).

Ele defende a idéia de mudança de comportamento através da

aprendizagem significativa, ROGERS (1997 apud in AZEVEDO, 2005) entende

que: ”Por aprendizagem significativa é aquela que provoca uma modificação, quer

seja no comportamento do indivíduo, na orientação da ação futura que escolhe ou

nas suas atitudes e na sua personalidade”.

Transferindo essa idéia para a educação, podemos caminhar para uma

teoria de relacionamento interpessoal, afetuoso e de interesse de ambos,

professor e aluno, em busca de um aprendizado significativo. Para Rogers, ensinar

é mais que transmitir conhecimento – é estimular a curiosidade, é instigar o desejo

de ir além do conhecido, é trabalhar a auto-estima incentivando aos alunos em

busca de mais conhecimento e relacionamentos, é educar para a vida.

(AZEVEDO, 2005).

Page 72: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 72

Faz parte da vida de um professor facilitador nutrir a curiosidade e as

perguntas de seus alunos, permitindo aos alunos brilhantes e criativos

desenvolverem seus interesses e expor suas idéias, mesmo quando estas

pareçam sem sentido. A sustentação dessas idéias pode levar a grandes

experimentos. ROGERS (1986: 150 apud in AZEVEDO, 2005) explica:

“Em grande parte, com todas as crianças, mas, excepcionalmente, com crianças brilhantes, não é necessário ensiná-las, mas elas precisam de recursos que possam alimentar seus interesses. Para fornecer essas oportunidades, é preciso muita imaginação, reflexão e trabalho.”

Concordando com FAZENDEIRO (2010) aprendizagem centrada na pessoa

desenvolvida por Rogers é revolucionária e transformadora por aproveitar o desejo

natural de todo estudante de participar e interferir em seu próprio processo. Todos

os indivíduos são capazes de “aprender a aprender”, isto é, são capazes de

encontrar respostas para situações ou problemas mobilizando conhecimentos de

experiências anteriores ou mesmo projetando no futuro uma solução no presente,

interagimos com as situações e problemas de forma pessoal. O essencial da sua

mensagem consiste no fato de que os alunos aprendem melhor, são mais

assíduos, mais criativos e mais capazes de solucionar problemas quando os

professores proporcionam o clima humano e de facilitação que Rogers propõe.

5.1.4 A TEORIA DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE DAVID AUSUBEL

A teoria de aprendizado significativo (AUSUBEL, 1968) - que tem exercido

uma enorme influência na educação - se baseia em um modelo construtivista dos

processos cognitivos humanos. Em particular, a teoria da assimilação descreve

Page 73: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 73

como o estudante adquire conceitos, e como se organiza sua estrutura cognitiva. A

premissa fundamental de Ausubel é:

"O aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a informação nova com conceitos ou proposições relevantes preexistentes

em sua estrutura cognitiva. (AUSUBEL, 1968, p. 159)"

Para David Ausubel, psicólogo da aprendizagem, o principal no processo de

ensino é que a aprendizagem seja significativa, isto é, o material a ser aprendido

precisa fazer algum sentido para o aluno. Isto acontece quando a nova informação

“ancora-se” nos conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva do

aprendiz. Neste processo a nova informação interage com uma estrutura de

conhecimento específica, que Ausubel chama de conceito “subsunçor”.

Quando o material a ser aprendido não consegue ligar-se a algo já

conhecido, ocorre o que Ausubel chamou de aprendizagem mecânica. Ou seja, isto

ocorre quando as novas informações são aprendidas sem interagirem com

conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Assim, a pessoa decora

formulas, leis, macetes para provas e esquece logo após a avaliação.

Para haver aprendizagem significativa é preciso haver duas condições:

a) o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o material arbitrariamente e literalmente, então a aprendizagem será mecânica;

b) o material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja ele tem que ser logicamente e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do material, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos materiais que têm significado ou não para si próprio. (MOREIRA, 1999)

Page 74: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 74

Figura 5.5 – Quadro dos Princípios facilitadores de uma Aprendizagem Significativa Crítica (Moreira, 1999).

De acordo com a figura acima podemos acrescentar que além dos dois

fatores citados a aprendizagem significativa crítica necessita de fatores, tais como:

Diversidade de materiais – experiências, vídeos, simulações e outros,

inclusive de aulas teóricas;

Aprendizagem pelo Erro – considerar as etapas do raciocínio do aluno,

apresentando várias soluções erradas para que o aluno identifique a correta;

Desaprendizagem – rever e criar novos subsunçores para uma verdadeira

aprendizagem;

Diversidades de Estratégias – considerar o aluno na criação de aulas e

materiais e não somente seu plano de aulas ;

Incerteza do conhecimento – preparar os alunos para novas descobertas

que proporcionam novas verdades, mostrando que a ciência ainda está em

construção;

Page 75: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 75

Para Ausubel é importante a aprendizagem de conteúdo verbal com sentido,

aquisição e retenção de conhecimentos de maneira "significativa". O resultado é

tão eficaz quanto à aprendizagem por “descoberta”, mais efetivo por economizarem

tempo do aprendiz e serem mais tecnicamente organizados. Este autor se

preocupa mais no processo de instrução com a apresentação de conteúdo com

sentido, do que com os processos cognitivos do aprendiz. A programação de

matérias deve ser feita por meio de uma série hierárquica (em ordem crescente de

inclusão), com cada organizador avançado precedendo sua correspondente

unidade.

A aprendizagem não necessita necessariamente da motivação. Ela ocorre

por si só. Para ele, quando se aprende algo, há uma satisfação inicial, que estimula

que o ato pedagógico continue se desenvolvendo. O aspecto cognitivo é a sua

maior preocupação. A motivação para ele é crescente no momento em que o aluno

conhece os objetivos do ensino, que devem ser claros e relacionados com o

imediato. Para ele, motivação é a própria aprendizagem.

Algumas implicações da Teoria de Ausubel para o ensino são:

Organização do conteúdo a ser ensinado, partindo do todo (visão geral) para chegar nos conteúdos específicos; Identificar quais os subsunçores (conhecimentos prévios), que o aluno deve ter para que possa aprender o conteúdo significativamente; Verificar o que o aluno sabe sobre o conteúdo a ser ensinado e, caso faltem subsunçores aos alunos, de uma forma ou de outra, levar o aluno a adquirir estes subsunçores. (MEES, 2004)

Chama-se a atenção que o principal aspecto desta teoria é o conteúdo, ou

seja, a aquisição, por parte do aluno, de conhecimento claro, estável e organizado

é o principal fator a influenciar a aquisição de novos conhecimentos da mesma

área. (MOREIRA, 1983)

Page 76: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 76

5.2 UMA NOVA METODOLOGIA Para pensar sobre o currículo e sobre o ensino de Ciências Naturais o conhecimento científico é fundamental, mas não suficiente. É essencial considerar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, relacionado a suas experiências, sua idade, sua identidade cultural e social, e os diferentes significados e valores que as Ciências Naturais podem ter para eles, para que a aprendizagem seja significativa”. (PCN,2000)

Apresenta-se uma sugestão de um modelo de ensino com intuito de auxiliar

no desenvolvimento de uma nova proposta para o Ensino de Ciências que

provoque mudanças cognitivas significativas frente às perspectivas acima

descritas. Segue uma proposta sem a pretensão de dar cabo a todas as questões e

dúvidas sobre ensino - aprendizagem em Física. Procura-se apenas uma

metodologia mais eficaz e prazerosa, em consonância com os PCN e a

Reorientação Curricular do Rio de Janeiro.

A necessidade de renovar o atual ensino de ciências, não só em termos de

conteúdos, mas também em termos de estratégias de ensino, é fundamental para

que os alunos possam compreender que o conhecimento científico é o resultado

de um longo processo histórico (da ROSA et al, 2007; ARRUDA et al, 2007) e

nessa linha de fundamentação é que se tem considerado como o uso da

Astronomia pode atuar como elemento facilitador para que o aluno compreenda a

Física como construção humana e parte do seu mundo vivencial (FARIA,

VOELZKE, 2008).

Na abordagem desses temas o pano de fundo de motivação sempre estará

ligado aos fenômenos astronômicos, visto que a experiência mostra que quando se

inicia uma conversa sobre astronomia nas salas de aula dificilmente se encontra

resistência por parte dos alunos, independente da série ou nível do grupo envolvido

(Dal'Bó, 2005 apud in Mees,2004), sendo assim que explorar esse interesse como

elemento motivador para o Ensino de Física e mesmo de aplicações Tecnológicas

Page 77: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 77

pode ser um grande trunfo, afinal muitos dos temas ligados a Física estão ao

alcance de todos. Bastar olhar o céu para podermos estudar o movimento do Sol,

estrelas e planetas, isto é, as descobertas da Astronomia fazem parte do nosso

cotidiano e nos ajudam a ter uma idéia melhor de como é o mundo e o universo em

que vivemos (de AQUINO et al, 2008).

A escolha pelo uso da Astronomia é respaldada pelos PCN, que sugerem a

Astronomia em todos os ciclos do Ensino Fundamental:

“Um céu estrelado, por si só, é algo que proporciona inegável satisfação e sensação de beleza. O fascínio pelos fenômenos celestes levou os seres humanos a especular e desenvolver idéias astronômicas desde a mais distante Antigüidade. Há registros históricos dessas atividades há cerca de 7000 anos na China, na Babilônia e no Egito, para aperfeiçoar medidas de tempo e por outras razões práticas e religiosas” (PCN, 1998)

E de acordo com o trabalho apresentado por Moretzsohn (apud in Mees,

2004) no XV Simpósio Nacional de Ensino de Física:

Podemos ser levados a concluir que o ensino de Física para as séries (7ª ou 8ª) deve ser apresentado inteiramente de forma conceitual, totalmente desvinculado da Matemática, explorando amplamente a parte experimental. Entretanto, preferimos acreditar que uma série de medidas possa ser feitas de modo a elevar o nível do ensino de Física tanto de forma conceitual como matemática. (Moretzsohn, 2003)

Com as mesmas preocupações apontadas por Moretzsohn, a iniciação do

ensino de Física deve ser dar no 6º ano. Como alternativa apresenta-se um tema

Gerador, Astronomia, principalmente pela sua capacidade de cativar e aguçar a

curiosidade de crianças, jovens e adultos, além da exposição da mídia, que

veicula novas informações sobre sondas espaciais, telescópios e etc. Julga-se

que a Astronomia oferece um potencial muito grande de abordagens,

principalmente em relação aos questionamentos metafísicos e sua integração

com a natureza, além de informações confiáveis da internet.

A utilização do modelo proposto por Carvalho e Zanetic, 2005, nos permitiu

adequar nosso programa para o 6 º ano da seguinte forma: (conforme tabela 5.1,

gráfico 5.6 e 5.7)

Page 78: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 78

Tabela 5 .1– Relação entre os conteúdos e os objetivos e atividades desenvolvidas em nossa proposta para o 6º ano.

CONTEÚDO BÁSICO OBJETIVOS: Contribuir para

que os alunos ... ATIVIDADES

DESENVOLVIDAS

Origem e Evolução do Universo;

Descrever os diferentes corpos que constituem o

nosso sistema solar.

Dispor os planetas na ordem da sua relativa distância do

sol.

Conhecer e utilizar o conceito de escala.

O sistema Solar em escala;

Vídeo sobre a origem do Universo;

Texto e relatório

Sistema Internacional de Unidades;

Compreender a importância do Sistema Internacional de

Unidades (SI) para a organização social;

Realizar estimativas sobre medidas de comprimentos e

distâncias

Utilizar as unidades de medida do SI mais freqüentes;

Conhecer as unidades astronômicas e suas

aplicações.

Vídeo sobre unidades;

Aula de medição no pátio e dependências da escola;

Apresentação do vídeo “A importância da Física”

O texto “Universo é tudo para nós”.

Relatórios

Notação Cientifica;

Produzir significado e valorizar o estudo e aplicação

das propriedades das operações de potências para a

resolução de problemas;

Vídeo

Texto e relatório

Propriedades da matéria

(Massa, densidade, volume);

Conhecer e utilizar conceitos físicos.

Relacionar grandezas, quantificar;

Identificar parâmetros relevantes

Criação de modelos para explicar as propriedades

da matéria;

Experimentos

Relatórios

Conceitos de Movimento e

Repouso dos corpos.

Discutir os conceitos iniciais da mecânica com base na relatividade das posições e

dos movimentos.

Vídeo

Experimentos

Texto e relatório

Page 79: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 79

Figura 5.6 – Proposta de Conteúdos para o 2º segmento do Ensino Fundamental

Page 80: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 80

Figura 5.7 – Proposta de Conteúdos para a EJA.

Origem e evolução do Universo; Sistema Internacional de Unidades; Notação Cientifica; Propriedades da matéria (Massa, densidade, volume) Conceitos de Movimento e Repouso

Page 81: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 81

CAPÍTULO 6

RESULTADOS DA PROPOSTA E DISCUSSÃO

Page 82: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 82

6 RESULTADOS DA PROPOSTA E DISCUSSÃO

n

Neste capítulo são apresentados os resultados da aplicação da proposta em

uma turma do 6º ano de uma escola Municipal do Rio de Janeiro, envolvendo 30

alunos da faixa etária de 11 a 14 anos.

Foram planejadas diversas aulas de Física com a Astronomia como pano de

fundo, levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos (avaliados em um

teste diagnóstico20).

6.1 Avaliação do Conhecimento do Aluno – Teste Diagnóstico

Com o objetivo de colher algumas informações sobre os conhecimentos dos

alunos elaborou-se um questionário com 13 questões objetivas e 6 discursivas para

obter um panorama dos conceitos físicos já adquiridos e observar após as aulas se

houve aumento desses conceitos.

As questões objetivas foram agrupadas da conforme mostrado na figura 6.1.

Figura 6.1 – Distribuição dos objetivos nas questões do teste diagnóstico.

20

O teste diagnóstico encontra-se no anexo A.2

Page 83: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 83

Os alunos ao responderem a pergunta “Segundo a Teoria do Big Bang, o

Universo foi formado há...?” percebe-se claramente que eles tinham idéia que a

formação do universo foi há bastante tempo, mas não souberam escolher a ordem

de grandeza correta, ficaram em dúvida entre 15 milhões de ano e 15 mil anos a.C

com 33% das respostas cada. O baixo índice de acerto da questão 17% deve-se

provavelmente ao fato de não perceber que 15 mil milhões de anos é o mesmo que

15 bilhões de anos.(ver anexo 2)

Quando responderam a questão: “A Ciência que estuda a origem, estrutura e

organização do Universo é a...” muitos confundiram o estudo do Universo com o

Estudo da Vida supondo ser a mesma coisa, daí o percentual de 43% para

Astronomia e 33% para Biologia.

Para a pergunta: “As estrelas são...” os alunos optaram pelas respostas em

que apareciam as palavras astros e corpos celestes certamente relacionando as

palavras como sendo da mesma categoria, o índice de acerto da questão foi

apenas de 20%.(ver anexo 2)

Já na pergunta: “O Sol é...” o índice de acerto foi muito bom 57%, fato que

pode ser atribuído ao estudo desse tópico desde as séries iniciais do Ensino

Fundamental.

Para as questões21 5, 6, 7, 8 e 9 o índice de dificuldade foi bastante alto para

os alunos , pois eram assuntos inteiramente novos , sem nenhum conhecimento

prévio. As questões 8 e 9 ainda apresentavam uma dificuldade extra que exigia a

elaboração de cálculos com números em notação científica .(ver anexo 2)

A pergunta: ”A formação da Terra, do Sistema Solar e da estrutura do Universo

21

Estas questões referem – se especificamente a unidades astronômicas, ano luz e como utilizá-las.

Page 84: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 84

pode dever-se ao...” foi considerado fácil entre os alunos com índice de acerto de

73%, fato este que pode ser explicado pelo aparecimento da palavra Big Bang no

enunciado da primeira questão.(ver anexo 2)

Quando perguntados sobre: “Os planetas do Sistema Solar são…” apareceu

pela primeira vez no questionário um grupo de 7% dos alunos que não souberam

responder, um fato ainda mais assustador que 40% não interpretaram sequer a

pergunta, pois optaram pelas opções que dizia que girava em torno da Terra,

mostrando total desconhecimento da modelo heliocêntrico, a metade remanescente

ficou claramente em dúvida se os planetas possuíam luz própria.

Assim como ocorreu na a questão quatro, sobre o Sol, ao responderem

“Qual o satélite natural da Terra?” o item foi considerado fácil pelos alunos com

63% de acerto. A justificativa talvez seja a mesma os conhecimentos prévios dos

alunos.

A última questão objetiva tratava sobre os conceitos de movimento e

repouso e mais da metade da turma não tinha esses conceitos, por isso a questão

foi considerada difícil entre os alunos. (ver anexo 2)

Esse teste foi aplicado novamente com as questões e opções em ordem

diferentes do anterior quando encerramos as aulas para determinar o crescimento

dos conceitos ensinados.

6.2 Aplicação das Aulas22

Conscientes da importância de motivar o aluno para aprender Física e

alimentados pelas implicações para o ensino de Ciências de teorias de grandes

pensadores como Vygotsky, Ausubel e outros, propõe-se atividades para a

22

Todos os planos de aula encontram-se no anexo A.3

Page 85: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 85

introdução a Física a partir da Astronomia, pelas razões já apresentadas no

capítulo anterior (Nova Metodologia) desta dissertação.

A escolha pelos assuntos e tópicos na elaboração das aulas baseou-se na

Reorientação Curricular do Estado do Rio de Janeiro e PCN. Planejaram-se

inicialmente 11 encontros (duas horas/ aula) para cada tópico.

Encontro 1 - Com a intenção de apresentar a Física como parte integrante

do cotidiano das pessoas perguntou - se sobre o Universo e as teorias que

procuram explicar o mundo em que vivemos. Optou-se pela teoria do Big Bang por

ser uma das teorias científica mais aceita e por despertar curiosidade natural e,

pela grande quantidade de citações que recebem em livros, jornais e revistas.

(MEES, 2004)

A aula começou com um vídeo que mostrava a origem do Universo através

do Big Bang, debate, leitura e interpretação de texto. O vídeo não atraiu muito a

atenção dos alunos, porém a folha de atividades provocou uma competição entre

os mesmos, o resultado observado no desempenho da atividade foi considerado

satisfatório pelo envolvimento dos alunos no momento de realizar as tarefas de

caça palavras e do enigma.

Encontro 2 – Objetivando a descrição dos vários tipos de corpos que

constituem o sistema solar, o vídeo mostrava a imensidão do Universo e os

planetas, bem como suas massas e temperaturas. Os alunos consideraram o vídeo

muito atrativo, devido à linguagem utilizada. Nesta atividade houve um empenho

muito maior da turma, principalmente ao desenharem o sistema solar e ao

apresentarem o seu planeta favorito (foi solicitado durante a exibição do vídeo que

escolhessem um planeta e anotasse todos os dados sobre ele, e que poderia ser

completado com uma pesquisa na internet)

Page 86: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 86

Encontro 3 – Os livros geralmente ilustram seus textos sobre o Sistema

Solar sem nenhuma escala, ou seja, todos os planetas com o mesmo tamanho,

infiltrando nos alunos a impressão que eles tem tamanhos praticamente iguais.

(MEES, 2004) Para ilustrar esses tamanhos de forma correta, utilizou-se as

imagens do texto 2 do planejamento da aula 2 (Sistema Solar) em Power Point ,

fato este que surpreendeu os alunos. Neste encontro também estava previsto a

criação do Sistema Solar em escala, porém não foi concluído, ficando assim para o

próximo encontro a exibição e discussão desse sistema. Essa atividade foi muito

enriquecedora, a turma participou entusiasticamente de cada parte. Considero esta

a melhor atividade realizada.

Encontro 423 – As unidades de medidas desempenham um papel fundamental na

Física e de acordo com os PCN é importante:

"... Proporcionar aos alunos experiências que permitam ampliar sua compreensão sobre o processo de medição e perceber que as medidas são úteis para descrever e comparar fenômenos";

Propor situações-problema, criadoras de contexto, que evidenciem para os alunos a necessidade de usar unidades de medidas padronizadas;

Orientar os alunos sobre o tratamento da informação. Entende-se por tratamento da informação a organização de dados, a leitura e interpretação de dados em tabelas, a obtenção de médias e a compreensão de seus significados. (PCN, 1998)

Logo a introdução ao Sistema Internacional (S.I) de medidas começou com

os cartazes de medidas antigas, debate, leitura e interpretação do texto(vide em

anexo plano de aula 3), além de medições da quadra, refeitório, e outros objetos da

escola com as unidades antigas (pé, palmo, braçada e etc.). Essa etapa foi bem

realizada pelos alunos e considerada bem divertida pelos mesmos. Muitos alunos,

ao término da atividade, questionaram se isso de fato constituía „aula‟ ou

23

Na prática aconteceram 12 encontros, devido o atraso da construção do Sistema Solar em Escala, porém optei por manter a ordem prevista de 11 encontros, cabe ressaltar que o 4º encontro é na realidade o 5º e assim sucessivamente.

Page 87: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 87

brincadeira, mostrando que a aprendizagem para muito deles não é prazerosa ou

agradável.

Encontro 5 – Continuando o S.I através das medições do encontro anterior,

a turma encontrou muita dificuldade nas conversões da tabela (porque não

dominavam bem o algoritmo da multiplicação de decimais), fazendo que a atividade

seja considerada regular e difícil para os alunos.

Encontro 6 – Com a intenção de apresentar as unidades Astronômicas e

Ano Luz utilizou-se o vídeo sobre unidades e o tamanho do Universo para

despertar o interesse dos alunos, após a exibição do vídeo realizou-se um debate

para questionamento da necessidade da criação dessas novas unidades de

medidas. A maioria se convenceu do porquê de utilizá-las, mas apresentaram

dificuldades na resolução dos exercícios. O que reforçou a hipótese da falta dos

subsunçores dos Algoritmos de Multiplicação e Divisão de Decimais.

Encontro 7 – Objetivando organizar os conhecimentos prévios de potência, o

vídeo apresentava a definição e as propriedades de potência. Em seguida houve

debate, leitura e interpretação do texto. Os alunos não encontraram dificuldades

nas atividades, pois coincidiu com a matéria dada pela professora de matemática.

Encontro 8 – Utilizando o mesmo vídeo de potências, e o Power Point da

régua de Objetos (a graduação em potências de 10 e vários objetos da ordem de

grandeza assinalada) debateu - se sobre notação cientifica e suas aplicações. Em

seguida houve a leitura do texto e a transformação dos números decimais em

notação cientifica. O resultado observado no desempenho da atividade foi

considerado satisfatório pela mesma justificativa do encontro anterior.

Encontro 9 – As Ciências chamadas Exatas (a Física, a Química, a

Astronomia, etc.) baseiam-se na "medição", sendo esta sua característica

Page 88: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 88

fundamental, ao contrário de outras Ciências, cujas características principais são a

descrição e a classificação. Para esse encontro foi solicitado previamente que os

alunos trouxessem balanças de cozinha e objetos para as medidas, eles utilizaram

o refeitório (a escola não possui laboratório de ciências), a atividade foi bem

realizada pelos alunos e considerada também divertida pelos mesmos. Ao final das

medições fizeram um relatório para ser usado no próximo encontro. Esta atividade

permitiu aos alunos trabalharem quase da mesma maneira que os pesquisadores

profissionais. Pois como eles, observaram, experimentaram, investigaram,

especularam e comprovaram a validade de hipóteses. Sem dúvida alguma

aprenderam mais, pois são autores do seu próprio conhecimento.

Encontro 10 – Foram desenvolvidas as atividades de apresentação do vídeo

objetivando o conceito de densidade, leitura e realização da experiência de

Arquimedes para determinar e comparar a densidade de vários objetos. Debate

dos resultados encontrados e término do relatório do encontro anterior. Embora

para esta atividade fosse permitido o uso de calculadoras, muitos não levaram e

utilizaram em seu lugar o celular (ocasionando alguns resultados errados ao

confundir a vírgula com o ponto).

Encontro 11 – Para este encontro dois vídeos foram selecionados para

estabelecer uma comparação entre repouso e movimento. Cabe ressaltar que o

desenvolvimento desta atividade aconteceu no campo conceitual, sem a

caracterização de Força, só introduzindo a idéia de referencial.

6.3 Comentários sobre o Desempenho do 6º e 1º ano

Decidiu-se aplicar o teste diagnóstico em turma de EJA médio noturno para

Page 89: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 89

compararmos o seu desempenho com a da turma de 6º ano do Ensino

Fundamental, para possibilitar uma inferência de resultados a EJA, uma vez que a

proposta não foi aplicada na mesma.

A escola Municipal onde realizou - se a pesquisa não oferecia a modalidade

EJA, por isso houve a escolha de outra escola Estadual que possuía condições

sócias econômicas semelhantes, como se vê na figura 6.2, as escolas distam

aproximadamente quatro quilômetros entre si, são cercadas por comunidades e

com notas do IdeB (Indice de Desenvolvimento da Educação Básica) baixos.

Figura 6.2 – Localização das Escolas onde foi feita a pesquisa24

Fonte: http://maps.google.com.br/maps?f=d

De acordo com o gráfico 6.1 os conteúdos de unidades astronômicas, ano –

luz permaneceram com o mesmo número de acertos, evidenciando que se

necessitaria de mais encontros para aumentar a familiaridade com estas unidades

e aumentar significativamente o resultado no pós teste.

24

A turma do 6º ano pertence a escola A e a turma de 1º ano EJA médio pertence a escola B

Page 90: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 90

A abordagem de Movimento e Repouso também necessitaria de mais

encontros para solidificar esses conceitos.

De um modo geral os resultados foram bastante significativos na turma do 6º

ano, evidenciando a aplicabilidade da pesquisa.

Page 91: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 91

Gráfico 6.1 – Comparação percentual entre os resultados obtidos pelos alunos do 6º ano antes e depois da aplicação dos conteúdos.

25

No pré teste o 1º ano EJA médio apresentou um desempenho melhor do que

o 6º ano na maioria das questões pela maturidade de seus alunos. Conforme pode

ser visto no gráfico 6.2.

Gráfico 6.2 - Valor estimado para os resultados da 1ª série em função do desempenho do aluno do 6º ano.

Se considerarmos os valores obtidos no teste diagnóstico e no pós teste,

temos que os alunos do 6º ano apresentam um desempenho melhor após

apresentação dos conteúdos. Estimados os valores para os alunos da 1º série,

temos que esse desempenho supera os 50%.

Para analisarmos se existia alguma melhora significativa com a exposição

das aulas, foi fundamental analisar as relações entre a exposição e os resultados

encontrados.

Tabela 6.1 – Relação entre acertos e erros antes e depois da apresentação dos conteúdos.26

25

A.L é abreviação para Ano-Luz e U.A para unidades Astronômicas 26

Adaptado de JOÃO LUIZ DORNELLES BASTOS, RODRIGO PEREIRA DUQUIA, Medidas de efeito: existe associação entre exposição e desfecho? Qual a magnitude desta associação?,

31,2%

38,7%

43,3%

53,7%*

6º Ano

1º Série

Depois Antes

Page 92: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 92

Momento Acertos Erros

Antes A = Número de alunos que

apresentam acerto nas questões antes da aula = 121

B = Número de alunos que apresentam erro nas questões

antes da aula = 269

Depois C = Número de alunos que

apresentam acerto nas questões depois da aula = 151

D = Número de alunos que apresentam erro nas questões

depois da aula = 239

Para sabermos a chance de diminuição de erros, vamos analisar a chance

relativa (CR) de acerto para esses valores. Assim fizemos:

ê

ê

Nessa situação temos que a chance relativa de acerto nas questões é de

1,25, isto é houve um aumento relativo de 25% dos alunos acertarem as questões

depois das aulas.

Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 171-174, jul./set. 2007.

Page 93: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 93

CAPÍTULO 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 94: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 94

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Ensino Fundamental e Médio em nosso país tem passado nos últimos

anos por alterações e, como não podia deixar de ser, o Ensino de Ciências tem

sofrido os reflexos destas mudanças. Surge de vários lados, projetos para o ensino

de Física, alguns enfatizando a aprendizagem por descoberta, a ciência integrada,

a Física humanizada, dentre outras. No entanto o conteúdo foi quase abandonado

ou relegado a um plano muito inferior, com isso grande parte da população

estudantil não tem acesso real ao conteúdo físico e somente uns pouquíssimos

alunos o têm. Logo a democratização do Ensino, tão aclamada pelos governos, até

certo ponto, não é verdadeira, pois a situação é similar à de trinta ou quarenta anos

atrás: o acesso ao conteúdo, em termos de saber organizado, continua sendo

privilégio de uma pequena minoria. (MOREIRA, 1983) Sem mencionar os

resultados desastrosos dos alunos em avaliações nacionais e internacionais de

Ciências, fruto desse descaso com o conhecimento Físico.

Por isso, a ênfase dessa proposta para se ensinar Física nas séries finais do

Ensino Fundamental e EJA, é destacar a aquisição de conteúdo, é chamar

atenção para a necessidade de se encontrar uma forma acessível, se não a todos,

pelo menos a muitos, um saber tão necessário.

Assim a opção pela abordagem Ausubeliana fez-se necessária, já que

enfatiza a aquisição de um conhecimento claro, estável e organizado. Nesse

sentido não só a Física como também no caso de outras disciplinas onde existem

“conteúdos” a serem ensinados e aprendidos pode ser utilizar desta teoria.

(MOREIRA, 1983)

Percebe-se através da análise dos livros didáticos que mesmo com as

Orientações Curriculares o aspecto físico continua sendo negligenciado, e muitos

Page 95: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 95

professores o utilizam como muleta para seu amparo durante seu magistério,

quando deveria servir como uma janela para outras considerações de

aprendizagem.

A escolha do tema Astronomia como tema gerador foi respaldado pelos PCN

e o fato de que no inicio da pesquisa (2009) ser O Ano Internacional da

Astronomia, dispondo o tema de materiais e bibliográficas abundante. Os PCN

apresentam ainda sugestões de atividades enriquecedoras para serem trabalhadas

diretamente com os alunos, dentre as quais convém destacar:

Identificação, mediante observação direta, de algumas constelações, estrelas e planetas recorrentes no céu do hemisfério Sul durante o ano. Comparação entre as teorias geocêntrica e heliocêntrica; Uso de novas tecnologias e o embate de idéias nos principais eventos da história da Astronomia até os dias de hoje. Desenhar e esquematizar os modelos atuais de Universo, incluindo o Sistema Solar como referência. (PCN, p. 91 - 96, 1998)

As atividades propostas centradas no tema Astronomia possuem grande

potencial de sedução para se introduzir o ensino de Física no segundo segmento

do Ensino Fundamental e EJA, além de abrir caminhos para a interdisciplinaridade,

a evolução histórica da ciência, bem como oferecer uma base teórica para seguir

em outros tópicos da Física.

De acordo com os PCN (1998) “O ensino de Ciências deve fornecer uma

formação capaz de compreender a cidadania como participação social e política...

e posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes

situações sociais”. Assim o professor deve lançar desafios, contrariando uma

aprendizagem passiva – escutar para repetir. Percebeu - se durante a pesquisa os

resultados positivos nas observações dos alunos na execução das atividades e

avaliações das aulas, confirmando que, quando o professor envolve o aluno e

propõe atividades diferenciadas, a empolgação, o interesse pelas aulas e

aprendizagem aumentam.

Page 96: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 96

CAPÍTULO 8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 97: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 97

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO, K, S. et al .Uma ferramenta para o auxilio ao Ensino da Astronomia para alunos doEnsino Fundamental e Médio utilizando a Realidade Virtual não imersiva utilizando a internet como tecnologia de apoio. Disponível em: http://www.sucesumt.org.br/mtdigital/anais/files/UmaferramentaparaoauxilioaoEnsinodaAstronomiaparaalunos.pdf . Acesso em 11 de janeiro de 2009. ARANHA, J.A.S. Participação coletiva com as mesmas oportunidades ou a pobreza, Boletim Rio além do petróleo, Duque de Caxias (RJ), Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, n.1, p.1-3, agosto / 2007.

ARRUDA, A. M. S.; BRANQUINHO, F. T. B.; BUENO, S. N. ―Ciências Para o Ensino Fundamental: Projeto de Reorientação Curricular Para o Estado do Rio de Janeiro - Ensino Médio e Fundamental (2º Segmento)‖, Rio de Janeiro: Secretaria Estadual de Educação, 2007. AUSUBEL, D.P. Educational Psychology: A Cognitive View. New York, Holt, Rinehart and Winston, 1968.

AZEVEDO, E, M, K. Concepção de Carl Rogers sobre aprendizagem. disponivel:http://elisakerr.wordpress.com/concepcao-de-aprendizagem-de-carl-rogers/. Acesso em 15 de julho de 2010. BAIRRO, CATIANE COLAÇO, Livro Didático um olhar nas Entrelinhas de sua História. UNICENTRO. Disponível em: www.histedbr.fae.unicamp.br. Acesso: em 20 de agosto de 2010.

BASTOS, J. L. D., DUQUIA, R. P. Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito?, Scientia Medica, Porto Alegre (RS), Supernova Editora, v.17, n.1, p.40-44, jan-mar/2007.

BOHM, DAVID - Totalidade e a Ordem Implicada Madres editora. 2008. BRASIL. Lei 11274/06 . Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade – Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96008/lei-11274-06 . Acesso em 10 de janeiro de 2010.

Page 98: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 98

BRASIL. MEC/CNE/CES. Parecer nº 1/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Jovens e Adultos.

BRASIL. MEC/CNE/CP. Resolução CNE/CEB n.º1, 05/2000 – Disponível em www.aprendebrasil.com.br/legislacao/leg_iv.asp. Acesso em 10 de janeiro de 2010.

BRASIL. MEC/CD/FNDE. Resolução CD/FNDE n.º22, 05/2008 – Disponível em www.aprendebrasil.com.br/legislacao/leg_iv.asp

___________________. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. [Online] 1998. [Citado em 22 de Abril de 2009]. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>.

__________________. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares. [Online] 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>.

___________________. Ministério da Educação (MEC), Desempenho da Modalidade EJA no ENEM 2005 está na Internet. [Citado em: : 16 de Out. de 2009.] Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6407&catid=204.

____________________. Ministério da Educação e Cultura (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB). Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias). [Online] 2006. [Citado em: : 7 de Set. de 2008.] em<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdfr>. ISBN 85-98171-43-3.

__________________. LDB: As Novas diretrizes da Educação Básica. 4º edição. Brasília,1997. __________________. Guia Nacional da Escolha do Livro Didático. Brasília,2003.

Page 99: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 99

CARVALHO, D. L. A Interação Entre o Conhecimento Matemático da Prática e o Escolar, Tese de Doutorado, Campinas (SP), Universidade Estadual de Campinas, set/1995.

CARREIRA, W. LIMA, A.S., MORAES, Z. Sabão a Frio. 15 p. Trabalho não publicado.

CASSIANO, C. C. de F. Aspectos políticos e econômicos da circulação do livro didático de História e suas implicações curriculares. História, São Paulo, v. 23, nº 1- 2, 2004.

CONSTANTINO, L., TAKAHASHI, F. Supletivos crescem 60%: cursos não são avaliados, <Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18883.shtml>.[Acesso em: 24 set. 2008].

COMUNIDADE COEP. Diagnóstico Social do Bairro Jardim Gramacho - Duque de Caxias. COEP/Furnas/IBASE, Duque de Caxias (RJ), ago/2005. CORREA, Rosa Lydia Teixeira. O livro escolar como fonte de pesquisa em História da Educação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v20n52/a02v2052.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2009.

COSTA, F. V.; FERREIRA, M. F.; BENEVIDES, V. M.; HOSOUME, Y. ―O Uso do Livro Didático no Desenvolvimento da Disciplina Física no Ensino Médio‖, In: XVII Simpósio Nacional de Ensino de Física, São Luis: UFMA, 2007. CURY, C. R. J. Diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos, Parecer nº 11 e Resolução da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Brasília(DF), Ministério da Educação, mai/2000.

DA ROSA, C. W.; PEREZ, C. A. S.; DRUM, C. “Ensino de Física nas Séries Iniciais: Concepções da Prática Docente”, Investigações em Ensino de Ciências, v. 12, n. 3, p. 357-368, 2007. DA SILVA, V, S. ―O documento reorientação curricular de língua portuguesa da SEE do estado do Rio de Janeiro (2006): um trabalho com os gêneros‖ Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/artigo091.pdf

Page 100: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 100

DI PIERRO, M. C. Transição de Paradigma na Educação de Jovens e Adultos: do ensino supletivo para a educação continuada ao longo da vida, In: Anais do Seminário de Educação, Embu (SP), v.1, p.65-68, jun/2003.

DOS SANTOS, A. J.; da SILVA, M. D. “A Metodologia da Problematização na Física do Ensino Fundamental”, In: 1º Simpósio Nacional de Educação – XX Semana de Pedagogia, Cascavel: Unioeste, 2008. FARIA, R. Z.; VOELZKE, M. R. “O Ensino de Astronomia: desafios para implantação”, In: XXXIV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Astronomia, 2008, Passa Quatro, MG. Boletim da Sociedade Astronômica Brasileira. São Paulo: Sociedade Astronômica Brasileira, v. 28, p. 108, 2008. FAZENDEIRO, S. R. Monografia: MOTIVAÇÃO E AFETIVIDADE NAS RELAÇÕES DE APRENDIZAGEM: QUESTÕES PARA PENSAR A EDUCAÇÃO FÍSICA E SEU ENSINO. Disponível em: http://www.eeffto.ufmg.br/biblioteca/1812.pdf. acesso em 15 de agosto de 2009.

FINO, C. N. (s.d.). VIGOTSKY e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP): Três Implicações Pedagógicas. Revista Portuguesa de Educação , vol 14 , nº 2 pp. 273-291. http://jobertosales.wordpress.com/2009/10/21/zona-de-desenvolvimento-proximal-i-2/. Acesso em 15 de dezembro de 2009.

FREITAS, E.T.F. et al. As concepções de educação de jovens e adultos expressas no regimento escolar da fundação de ensino de contagem, In: Anais do 1º Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, Belo Horizonte (MG), p.1-12, jun/2008.

FUNDAÇÃO CIDE. Duque de Caxias, <Disponível em: https://www.cide.rj.gov.br/cidinho/municipio/duquedecaxias.pdf>, [Acesso em: 12 set. 2008].

GONÇALVES, L. et al. Novos rumos para o Ensino Médio Noturno – como e por que fazer?, Revista Ensaio: Avaliação e políticas públicas em Educação, Rio de Janeiro (RJ), Editora Fundação Cesgranrio, v.13, n.48, p.345-360, jul-set/2005.

GOMES, C.A.; CARNIELLI, B.L. Expansão do Ensino Médio: Temores sobre a Educação de Jovens e Adultos, Cadernos de Pesquisa, Rio de Janeiro (RJ), Editora Fundação Carlos Chagas, n.119, p. 47-69, jul/2003.

HADDAD, S. Estado e Educação de Adultos (1964-1985). Tese de Doutorado,

Page 101: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 101

São Paulo (SP), Universidade de São Paulo, mar/1991.

HADDAD, S.; DI PIERRO, M.C. Escolarização de jovens e adultos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro (RJ), Editora Autores Associados, n.14, p.108-130, mai-ago/2000.

IBGE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contagem da População.Disponívelem:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/popmunic2007layoutTCU14112007.xls>. [Acesso em: 12 set. 2008].

JORNAL MURAL. Evasão é alta entre alunos da EJA estadual, <Disponível em: http://www.metodistadosul.edu.br/sites/universoipa/ampliacoes/2006.2/mural3/eja.pdf>. [Acesso em: 15 set. 2008].

MACEDO, LINO. Ensaios Construtivistas. 3. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.

MARANHÃO, M.A. Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro: Uma proposta, <Disponível em: http://www.magnomaranhao.pro.br/plano_estadual.pdf>, [Acesso em: 05 set. 2008].

MENEZES,C. S. A participação feminina em turmas da Educação de Jovens e Adultos, In: Anais do V Colóquio Internacional Paulo Freire, Recife (PE), Centro Paulo Freire: estudos e pesquisa, p.1-11, set/2005.

MEES, A. A. “Astronomia: Motivação para o Ensino de Física na 8º Série”, [Dissertação de Mestrado], Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

MENDES, ANA CRISTINA. A análise combinatória no currículo em espiral. Rio de Janeiro, 2005. Monografia (Especialização em Ensino de Matemática) – Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Avaliação de Risco à Saúde Humana por Resíduos de Pesticidas em Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, Brasília (DF), CETESB, 2002.

MOREIRA, M. A. ―Uma abordagem cognitivista ao Ensino de Física‖, Porto

Page 102: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 102

Alegre: Editora da Universidade, UFRGS, 1983.

______________. Teorias de Aprendizagem. São Paulo : EPU, 1999.

MORRETI,M, A. et al . Modellus: Animações Interativas mediando a Aprendizagem Significativa dos Conceitos de Física no Ensino Médio. Disponível em: http://www.ensino.eb.br/portaledu/conteudo/artigo1035.pdf. Acesso em 18 de Dezembro de 2008. NEVES, RITA DE ARAUJO E DAMIANI, MAGDA FLORIANA. Vygotsky e as teorias da aprendizagem. 2006, UNIrevista.

NITZKE, JULIO A.; CAMPOS, M. B. E LIMA, MARIA F. P.. "Estágios de Desenvolvimento". PIAGET. 1997b. http://penta.ufrgs.br/~marcia/piaget/estagio.htm (20 de Dezembro de 2009).

______________________________________________________. "Teoria de Piaget". PIAGET. 1997a. http://penta.ufrgs.br/~marcia/piaget/ (20 de Dezembro de 2009).

OLIVEIRA, P.C.S.; EITERER, C.L. “Evasão” Escolar de Alunos Trabalhadores na EJA, In: Anais do 1º Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, Belo Horizonte (MG), jun/2008.

ORTEGA, M. et al. Estudo sobre o perfil do aluno do curso supletivo, In: II Seminário Internacional Educação Intercultural, Gênero e Movimentos Sociais: Identidade, Diferença e Mediações, Florianópolis (SC), Rede Rizoma, p.1-20, abr/2003.

PARAGUASSÚ, L. Alunos de supletivo têm pior desempenho no Enem, <Disponível em: http://www.achanoticias.com.br/noticia.kmf?noticia=4242683>. [Acesso em: 24 set. 2008].

PEREZ, J. R. R. et al. Sistema Educativo Nacional de Brasil: 2002. In: Sistemas Educativos Nacionales – Brasil, Informe OEI - Ministério 2002. Madri: Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación la Ciencia y la Cultura (OEI), p.1-223, nov/2003.

Page 103: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 103

PIAGET, JEAN. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis, 1996.

______________Psicologia da Inteligência. Rio de Janeiro : Zahar Editores, 1977.

PINHEIRO, H. S., VIEIRA, J. L., & FILHO, M. A. (2006). Reorientação Curricular do Rio de Janeiro - FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Livro VI. Rio de Janeiro.

PINO, ANGEL. O conceito da mediação semiótica em Vygotsky e seu papel na explicação do psiquismo humano. Cadernos CEDES n.24. Ed. Papirus. Campinas, São Paulo, 1991: 33-43.

PINTO, V. L. L. S.; CRUZ, F. A. O. Evasão escolar: Uma dura realidade, e-print– arXiv:0809.3677, <Disponível em: http://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/0809/0809.3677.pdf>, [Acesso em: 12 dez. 2008].

REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva Histórico-Cultural da Educação. Rio de Janeiro, Vozes, 1999.

ROSA, P. R. (s.d.). Acesso em 11 de janeiro de 2010, disponível em fisica.uems.br: http://fisica.uems.br/arquivos/instrumentacao/Capitulo_2.pdf.

_____________. Acesso em 11 de janeiro de 2010, disponível em fisica.uems.br: http://fisica.uems.br/arquivos/instrumentacao/Capitulo_3.pdf.

ROSA, A. B.; da ROSA, C, T, W. “A Teoria Histórico - Cultura e o Ensino de Física”. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/654Werner108.PDF. Acesso em 20 de janeiro de 2009. SANTOS, C. F.; de MENEZES, C. S. “A Aprendizagem da Física no Ensino Fundamental em um Ambiente de Robótica Educacional”, In: Anais do XXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, São Leopoldo: Unisinos, p. 2746-2753, 2005. SIGANSKI, B. S.; FRISON, M. D.; BOFF, E. T. O. “O Livro Didático e o Ensino de Ciências”, In: XIV Encontro Nacional do Ensino de Química, 2008, Curitiba. Anais do XIV ENEQ - Encontro Nacional do Ensino de Química. Curitiba : UFPR/DQ, 2008.

Page 104: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 104

SILVA, C. B. Caminhos e descaminhos: narrativas de jovens e adultos sobre sua escolarização. EJA, Florianópolis/SC, 1980-2000. In: Actas do VII Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação. Porto, Universidade do Porto, p.1-10, jun/2008. SILVEIRA, E.S. et al. Migrações do Ensino Regular para a Educação de Jovens e Adultos: um estudo de caso no Instituto Estadual Couto de Magalhães, Ciência e Conhecimento, CIDADE(ESTADO), Editora Ulbra de São Jerônimo, v.2, p.1-13, mar/2007.

STADUTO, J.A.R. et al. As Ocupações e Rendas das Mulheres das Famílias Rurais Paranaenses, In: Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder, Florianópolis (SC), Universidade Federal de Santa Catarina, p.1-7, ago/2008.

WANDERER, F. Educação de Jovens e Adultos e Produtos da Mídia: Possibilidades de um Processo Pedagógico Etnomatemático, Dissertação de Mestrado, São Leopoldo (RS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos, mar/2001. VASCONCELOS, S. D.; SOUTO, E. “O livro didático de ciências no ensino fundamental – proposta de critérios para análise do conteúdo zoológico”, Ciência & Educação, v. 9, n. 1, p. 93-104, 2003.

VON LINSINGEN, L. “Literatura Infantil no Ensino de Ciências: Articulações a Partir da Análise de Uma Coleção de Livros”, [Dissertação de Mestrado], Florianópolis: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2008.

WADSWORTH, Barry. Inteligência e Afetividade da Criança. 4. Ed. São Paulo : Enio Matheus Guazzelli, 1996.

WITZEL,Denise Gabriel. Identidade e Livro didático: Movimentos identitários do professor de Língua Portuguesa. UNICENTRO. PR. 2002

ZANETIC, J. DE CARVALHO, S, H, M. Ciência e arte, razão imaginação: um projeto de ensino de física moderna para alunos do ensino médio. XVI SIMPÓ SIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA.

Page 105: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 105

9 Anexos

A.1

HISTÓRICO DO PNLD 1929 - O Estado cria um órgão específico para legislar sobre políticas do livro didático, o Instituto Nacional do Livro (INL), contribuindo para dar maior legitimação ao livro didático nacional e, conseqüentemente, auxiliando no aumento de sua produção.

1938 - Por meio do Decreto-Lei nº 1.006, de 30/12/38, o Estado institui a Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD), estabelecendo sua primeira política de legislação e controle de produção e circulação do livro didático no País.

1945 - Pelo Decreto-Lei nº 8.460, de 26/12/45, o Estado consolida a legislação sobre as condições de produção, importação e utilização do livro didático, restringindo ao professor a escolha do livro a ser utilizado pelos alunos, conforme definido no art. 5º.

1966 - Um acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) permite a criação da Comissão do Livro Técnico e Livro Didático (Colted), com o objetivo de coordenar as ações referentes à produção, edição e distribuição do livro didático. O acordo assegurou ao MEC recursos suficientes para a distribuição gratuita de 51 milhões de livros no período de três anos. Ao garantir o financiamento do governo a partir de verbas públicas, o programa revestiu-se do caráter de continuidade.

1970 - A Portaria nº 35, de 11/3/1970, do Ministério da Educação implementa o sistema de co-edição de livros com as editoras nacionais, com recursos do Instituto Nacional do Livro (INL).

1971 - O Instituto Nacional do Livro (INL) passa a desenvolver o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental (Plidef), assumindo as atribuições administrativas e de gerenciamento dos recursos financeiros até então a cargo da Colted. A contrapartida das Unidades da Federação torna-se necessária com o término do convênio MEC/USAid, efetivando-se com a implantação do sistema de contribuição financeira das unidades federadas para o Fundo do Livro Didático.

1976 - Pelo Decreto nº 77.107, de 4/2/76, o governo assume a compra de boa parcela dos livros para distribuí-los a parte das escolas e das unidades federadas. Com a extinção do INL, a Fundação Nacional do Material Escolar (Fename) torna-se responsável pela execução do programa do livro didático. Os recursos provêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e das contribuições das contrapartidas mínimas estabelecidas para participação das Unidades da Federação. Devido à insuficiência de recursos para atender todos os alunos do ensino fundamental da rede pública, a grande maioria das escolas municipais é excluída do programa.

1983 - Em substituição à Fename, é criada a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), que incorpora o Plidef. Na ocasião, o grupo de trabalho encarregado do exame dos problemas relativos aos livros didáticos propõe a participação dos professores na escolha dos livros e a ampliação do programa, com a inclusão das demais séries do ensino fundamental.

1985 - Com a edição do Decreto nº 91.542, de 19/8/85, o Plidef dá lugar ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que traz diversas mudanças, como: . Indicação do livro didático pelos professores; . Reutilização do livro, implicando a abolição do livro descartável e o aperfeiçoamento das especificações técnicas para sua produção, visando maior durabilidade e possibilitando a implantação de bancos de livros didáticos; . Extensão da oferta aos alunos de 1ª e 2ª séries das escolas públicas e comunitárias; . Fim da participação financeira dos estados, passando o controle do processo decisório para a FAE e garantindo o critério de escolha do livro pelos professores.

1992 - A distribuição dos livros é comprometida pelas limitações orçamentárias e há um recuo na abrangência da distribuição, restringindo-se o atendimento até a 4ª série do ensino fundamental.

1993 - A Resolução FNDE nº 6 vincula, em julho de 1993, recursos para a aquisição dos livros didáticos destinados aos alunos das redes públicas de ensino, estabelecendo-se, assim, um fluxo regular de verbas para a aquisição e distribuição do livro didático.

1995 - De forma gradativa, volta a universalização da distribuição do livro didático no ensino fundamental. Em 1995, são contempladas as disciplinas de matemática e língua portuguesa. Em 1996, a de ciências e, em 1997, as de geografia e história.

1996 - É iniciado o processo de avaliação pedagógica dos livros inscritos para o PNLD 1997. Esse procedimento foi aperfeiçoado, sendo aplicado até hoje. Os livros que apresentam erros conceituais, indução a erros, desatualização, preconceito ou discriminação de qualquer tipo são excluídos do Guia do Livro Didático.

1997 - Com a extinção, em fevereiro, da Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), a responsabilidade pela política de execução do PNLD é transferida integralmente para o Fundo Nacional de

Page 106: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 106

Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-historico. Acesso em 24/04/2010.

Desenvolvimento da Educação (FNDE). O programa é ampliado e o Ministério da Educação passa a adquirir, de forma continuada, livros didáticos de alfabetização, língua portuguesa, matemática, ciências, estudos sociais, história e geografia para todos os alunos de 1ª a 8ª série do ensino fundamental público.

2000 - É inserida no PNLD a distribuição de dicionários da língua portuguesa para uso dos alunos de 1ª a 4ª séries em 2001 e, pela primeira vez na história do programa, os livros didáticos passam a ser entregues no ano anterior ao ano letivo de sua utilização. Os livros para 2001 foram entregues até 31 de dezembro de 2000.

2001 - O PNLD amplia, de forma gradativa, o atendimento aos alunos portadores de deficiência visual que estão nas salas de aula do ensino regular das escolas públicas, com livro didático em braille.

2002 - Com o intuito de atingir em 2004 a meta de que todos os alunos matriculados no ensino fundamental possuam um dicionário de língua portuguesa para uso durante toda sua vida escolar, o PNLD dá continuidade à distribuição de dicionários para os ingressantes na 1ª série e atende aos estudantes das 5ª e 6ª séries.

2003 - O PNLD distribui dicionários de língua portuguesa aos ingressantes na 1ª série e atende aos alunos das 7ª e 8ª séries, alcançando o objetivo de contemplar todos os estudantes do ensino fundamental com um material pedagógico que os acompanhará continuamente em todas as suas atividades escolares. É distribuído, também, Atlas Geográfico para as escolas que possuem, concomitantemente, EJA e turmas de 5ª a 8ªsérie do ensino regular.

2004 - É feita distribuição de livros didáticos de todos os componentes curriculares aos alunos de 1ª a 4ª série; de dicionários aos alunos de 1ª série e aos repetentes da 8ª série e a última reposição e complementação do PNLD 2002 aos alunos de 5ª a 8ª séries. Também são entregues cerca de 38,9 milhões de dicionários aos estudantes, para uso pessoal. O dicionário é de propriedade do aluno, que pode compartilhar a fonte de pesquisa com toda a família.

2005 - São distribuídos livros didáticos de todos os componentes curriculares de 1ª série, 2ª a 4ª série reposição e complementação e a todos os alunos de 5ª a 8ª série.

A partir de 2005, a sistemática de distribuição de dicionários é reformulada, de maneira a priorizar a utilização do material em sala de aula. Assim, em vez de entregar uma obra para cada aluno, o FNDE fornece acervos de dicionários a todas as escolas públicas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. As obras também passam a ser adaptadas ao nível de ensino do aluno, da seguinte forma:

. Dicionários do tipo 1 - com 1 mil a 3 mil verbetes, adequados à introdução das crianças a este tipo de obra. . Dicionários do tipo 2 - com 3,5 mil a 10 mil verbetes, apropriados a alunos em fase de consolidação do domínio da escrita. . Dicionários do tipo 3 - com 19 mil a 35 mil verbetes, direcionados para alunos que já começam a dominar a escrita.

As turmas de 1ª e 2ª séries recebem dicionários do tipo 1 e do tipo 2, enquanto as de 3ª e 4ª séries recebem os do tipo 2 e 3. Nas redes públicas que adotam o ensino fundamental de nove anos, o primeiro grupo é formado pelos alunos de 1ª a 3ª série e o segundo grupo, pelos de 4ª e 5ª séries.

2006 - Distribuição de livros didáticos de todos os componentes curriculares de 1ª série; a segunda complementação do PNLD/2004 aos alunos de 2ª a 8ª série e a primeira reposição e complementação do PNLD 2005 aos alunos de 5ª a 8ª série. Foram adquiridos dicionários destinados às bibliotecas das escolas. Distribuição na escola de 1ª a 4ª série, dicionário enciclopédico ilustrado trilíngüe - Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa/Língua Inglesa aos alunos que tem surdez e utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

2007 - O FNDE adquire 110,2 milhões de livros para reposição e complementação de matrículas para 2ª a 4ª serie (3º ao 5º ano) e a grade completa para alunos de 1ª e 5ª a 8ª série (1º e 2º e 6º ao 9º ano) para beneficiar, no ano letivo de 2008, 31,1 milhões de alunos de 139,8 mil escolas públicas. Também compra dicionários trilíngues português, inglês e libras para fornecer aos alunos com surdez das escolas de ensino fundamental e médio. Os alunos com surdez de 1ª a 4ª série também recebem cartilha e livro de língua portuguesa em libras e em CD-rom.

São adquiridos, ainda, 18,2 milhões de livros para 7,1 milhões de alunos de 15,2 mil escolas públicas de ensino médio. Seguindo a meta progressiva de universalização do livro para o ensino médio, o atendimento do livro didático amplia-se com a aquisição de livros didáticos de história e de química. A grade é completada em 2008, com a compra de livros de física e geografia.

2008 - Distribuição de livros didáticos de todos os componentes curriculares, alfabetização, língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências de 1ª, 5ª a 8ª série e reposição e complementação aos alunos de 2ª a 4ª série.

Page 107: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 107

A.2

TESTE DIAGNÓSTICO

1 - Segundo a Teoria do Big Bang, o Universo foi formado há... A. 15 mil milhões de anos.

B. 15 milhões de anos

C. 15 mil anos a. C.

D. 15 mil anos.

2 - A Ciência que estuda a origem, estrutura e a organização do Universo é a...

A. Astronomia.

B. Biologia.

C. Alquimia.

D. Astrologia

3 - As estrelas são...

A. Pequenos corpos celestes que gravitam, na sua maioria, entre Marte e Júpiter.

B. Astros, aparentemente fixos, com luz própria.

C. Corpos que giram em torno de um planeta principal.

D. Corpos com forma esférica que emitem gases e poeira

4 - O Sol é...

A. Uma estrela

B. Um planeta.

C. Um meteorito.

D. Um astro sem luz própria.

OBJETIVO– Reconhecer ordem de grandeza.

OBJETIVO – Conhecer a Astronomia como ciência

OBJETIVO – Conceituar o que são estrelas

OBJETIVO – Reconhecer que o Sol é uma estrela.

Page 108: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 108

5 - A unidade astronômica é usada para exprimir...

A. Velocidades no Sistema Solar.

B. Distâncias no Sistema Solar.

C. Velocidades no Universo.

D. Forças.

6 - Um ano-luz corresponde à...

A. Distância percorrida pela luz no vazio durante um ano.

B. Velocidade média da luz durante um ano.

C. Energia que a luz exerce sobre a Terra durante um ano.

D. Distância percorrida pelo som num ano.

7 – A unidade astronômica correspondente à distância média entre...

A. A Terra e a Lua.

B. A Terra e Plutão.

C. A Lua e o Sol.

D. A Terra e o Sol.

8 – Plutão está a 5,9 x 109 km de distância do Sol. A distância Sol-Plutão expressa

em unidade astronômica é...

PISTA: 1 UA = 150 milhões de km

A. 39,3 UA.

B. 393 UA.

C. 590 UA.

D. 8,85 UA.

OBJETIVO – Identificar unidade astronômica como unidade de distância.

OBJETIVO – Identificar ano luz como unidade de distância.

OBJETIVO – Definir Unidade Astronômica.

OBJETIVO – Calcular distâncias usando unidade astronômica.

Page 109: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 109

9 – A Estrela Polar situa-se a cerca de 430 anos- luz da Terra. A distância que

separa Estrela Polar da Terra expressa em quilômetros é...

PISTA: 1 a.l. = 9,46 x 1012km = 9 460 000 000 000 km

A. 4,06 x 1015

km.

B. 4 060 000 000 km.

C. 4,06 x 1012

km.

D. 4,70 x 1015 km

10 – A formação da Terra, do Sistema Solar e da estrutura do Universo pode

dever-se ao...

A. Big Crunch.

B. Big Burn.

C. Big Bang.

D. Big Crosh.

11 – Os planetas do Sistema Solar são…

A. Astros sem luz própria que orbitam em torno do Sol.

B. Astros com luz própria que orbitam em torno do Sol.

C. Astros sem luz própria que orbitam em torno da Terra.

D. Astros com luz própria que orbitam em torno da Terra.

12 – Qual o satélite natural da Terra?

A. Europa.

B. PoSat 1

C. Spotnik.

D. Lua

OBJETIVO – Calcular distâncias usando ano luz.

OBJETIVO – Reconhecer uma das Teorias que explicam a origem do Universo.

OBJETIVO – Definir o que são planetas.

OBJETIVO – Reconhecer a Lua como satélite natural da Terra.

Page 110: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 110

13 – A tirinha abaixo mostra como a Mônica é delicada, não é mesmo?

Considere as afirmações abaixo, quanto à situação de repouso ou de movimento

dos corpos.

I) Em relação à Mônica o Cebolinha está em repouso.

II) Em relação à árvore o Cascão está em repouso

III) Em relação à Mônica a árvore está em movimento

IV) Em relação ao Cascão o Cebolinha está em repouso

A afirmativa que descreve corretamente a situação apresentada na tirinha é a de

número:

A. I

B. II

C. III

D. IV

QUESTÕES DISCURSIVAS

O que é medir?

O que é volume?

O que é densidade?

O que é movimento?

O que é Repouso?

Quais os estados da matéria?

OBJETIVO – Entender repouso e movimento.

Page 111: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

P á g i n a | 111

A.3

PLANO DE AULA 1Disciplina: Ciências Local: Escola Municipal Roraima Público: 6º Ano do Ensino Fundamental Professora: Andréa Silva de Lima

Tema: Origem do Universo Sub-tema: Teoria do Big Bang Tempo Previsto: 1 aula de 50 minutos.

OBJETIVOS:

Apresentar a origem do universo através da teoria do Big Bang.

ESTRATÉGIA

Antes de mostrar o vídeo aos alunos é importante explicar à classe de onde surgiu o Universo e para onde ele está expandindo. DESENVOLVIMENTO:

1º Momento: Apresentação do vídeo “O Big Bang” (tempo: 4 min) Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=rfkyGKN39qo&feature=player_embedded. Acesso em 29/01/10. 2º Momento: Discussão das teorias criacionistas; (sem confronto com as teorias evolutivas); 3º Momento: Leitura e interpretação do texto; 4º Momento: Realizar os exercícios propostos na folha de aula (em anexo); RECURSOS:

Vídeo, folha com texto e perguntas. AVALIAÇÃO;

A avaliação será realizada no transcorrer dos questionamentos apresentados, observando a formação de conceitos pelos alunos, procurando por meio do diálogo, perceber se houve assimilação do conteúdo propostos.

Page 112: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

O BIG - BANG Atualmente, a teoria que explica a origem do Universo, com maior aceitação por parte da

comunidade científica (alguns cientistas já não concordam com esta teoria) é a chamada teoria do Big-Bang. O Big-Bang (Grande - Explosão) teria ocorrido há cerda de 15 mil milhões (15 000 000 000) de anos. Logo após a explosão, a temperaturas muito elevadas, a matéria iniciou o seu resfriamento e começou a expandir-se. A partir de nuvens de gás hidrogênio e poeira, formaram-se, ao longo de milhões e milhões de anos, as galáxias, as estrelas, os planetas, as suas luas e muitos outros corpos celestes. Acredita-se que o Universo continua em expansão, e algumas observações realizadas por grandes telescópios espalhados confirmam esta hipótese.

QUEM PROPÔS ESTA TEORIA DO BIG - BANG? A proposta do Big Bang foi feita inicialmente pelo padre e cosmólogo belga Georges

Lemaître (1894-1966), quando expôs uma teoria que afirmava um início repentino para o universo. No entanto, com o passar do tempo a hipótese do cosmólogo belga começou a tomar forma quando em 1929 algumas características da luz das galáxias foram observadas no observatório de Monte Palomar por Milton La Salle Humason começaram a revelar um afastamento progressivo para as galáxias mais distantes, com características de uma dilatação do universo. Traduzida em números esta descoberta permitiu ao astrônomo Edwin Hubble encaixar uma progressão aritmética que mais tarde foi chamada de Constante de Hubble. Até hoje essa proporção aritmética é a régua cósmica, instrumento indispensável para confirmação das teorias de astrônomos e cosmólogos do mundo inteiro.

Edwin Hubble foi tão importante para as observações astronômicas que em 1990 a NASA lançou um satélite astronômico, artificial não tripulado que transporta um grande telescópio com seu nome o "Telescópio Hubble", sendo possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do universo até então desconhecidas ou pouco observadas.

COMO IRÁ ENTÃO EVOLUIR O UNIVERSO? Existem duas hipóteses:

A primeira, designada como teoria da expansão, defende que o Universo continuará para sempre em expansão, tornando-se num local frio e desolador.

A outra hipótese é chamada de teoria do Universo Oscilatório e defende que, em determinada altura, o Universo vai parar de se expandir e inicia-se uma contração, que é por vezes chamada de Big-Crunch, no fim da qual se dará um novo Big-Bang, num ciclo interminável.

Disponível em: http://www.explicatorium.com/CFQ7-Big-Bang.php. Acesso em 29/01/10.

1 – Como se iniciou o Universo de acordo com o texto? 2 – O que foi o Big Bang? 3 – Há quanto tempo mais ou menos ocorreu essa explosão? 4 – Você conhece outra teoria que explique a criação do Universo? Qual? 5 – De acordo com o texto existem duas hipóteses para evolução do Universo, qual você acha mais provável que aconteça? Justifique sua resposta. CAÇA PALAVRAS Encontre 5 palavras relacionadas ao Universo.

PLANO DE AULA 2

Disciplina: Ciências Local:

Público: 6º Ano do

Ensino Fundamental Professor(a): Tema: Origem e Evolução do Universo Sub-tema: Sistema Solar Tempo Previsto: 4 aulas de 50 minutos cada.

OBJETIVOS:

ENIGMA Descubra o nome do meio de transporte que faz viagens ao espaço.

Page 113: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

Descrever os diferentes corpos que constituem o nosso sistema solar.

Dispor os planetas na ordem da sua relativa distância do sol.

Conhecer e utilizar o conceito de escala ESTRATÉGIA DESENVOLVIMENTO: 1º Momento: Apresentação do vídeo “O Sistema Solar” (Tempo: 9 minutos) Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=gFvft5TZosA . Acesso em 29/01/10.2º Momento: Discussão sobre o vídeo 3º Momento: Leitura e Interpretação do Texto1 4º Momento: Leitura e Interpretação do Texto 2 5º Momento: Construção do Sistema Solar em Escala. Obs.: o 4º e 5º momento será realizado nas duas últimas aulas. RECURSOS: Video, Folhas com: a tabela, o texto e os exercícios. Barbante, compasso e hidrocor. AVALIAÇÃO; A avaliação será realizada no transcorrer dos questionamentos apresentados, observando a formação de conceitos pelos alunos, procurando por meio do diálogo, perceber se houve assimilação do conteúdo proposto. O aluno levará folha de exercício anexo para em casa fixar os conceitos. SUGESTÃO:

Para a utilização do texto 2 o professor caso disponha de recursos tecnológicos em sua escola, poderá colocar as imagens em Power-Point ou Transparência para melhorar visualização das figuras.

Segue em anexo outra atividade sobre como montar um modelo de sistema solar.

Page 114: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

TEXTO 1

De acordo com o texto responda: a) Quantos planetas eram conhecidos até o ano de 1781? b) Quantos planetas são conhecidos atualmente?

c) Quais os nomes dos planetas do sistema solar? d) Todos os planetas têm o mesmo tamanho? Sublinhe, nas notícias de jornais,os trechos em que sua resposta se baseia.

Cada um dos planetas do sistema solar

é constituído basicamente dos mesmos elementos e substâncias químicas, embora cada planeta tenha características próprias. Ou seja, embora os planetas tenham coisas em comum, não são exatamente iguais, pois possuem tamanhos, massas ou mesmo atmosferas diferentes. Além disso, até hoje não se observou em nenhum deles, com exceção da Terra, qualquer forma de vida.

Os planetas, Mercúrio, Vênus e Marte são considerados pequenos se comparados aos outros (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), pois todos são menores do que a Terra. Na figura a

seguir, podemos ver fotos desses planetas, obtidas através de telescópios e de máquinas espaciais (sondas). Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, conhecidos como planetas gigantes, são muitas vezes maiores que a Terra. Todos têm atmosfera formada por gases que para nós seriam venenosos. São planetas muito frios, com temperaturas da ordem de 140 a 200 graus Celsius negativos, e possuem várias luas ou, então anéis ao seu redor, como ilustra a figura.

A Terra, juntamente com mais sete planetas, faz parte de uma região do universo a que se deu o nome de sistema solar.

Atualmente conhecemos oito planetas no sistema solar: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno.

As distâncias entre o Sol e os planetas, no sistema solar, são muito grandes quando comparadas às distâncias a que estamos habituados.

No sistema solar os planetas giram à volta do Sol seguindo uma determinada ordem, sendo Mercúrio o mais próximo do Sol. A seguir estão Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno em ordem crescente da distância a que se encontram do Sol.

Quanto mais próximo do Sol estiver o planeta, maior será sua velocidade em torno daquele astro. Isso faz com que o tempo que os planetas gastem para completar uma volta em torno do Sol não seja o mesmo. Isto é, o intervalo de tempo correspondente a um ano é diferente em cada um dos planetas;

Órbita é o nome que damos ao caminho que os planetas percorrem em torno do Sol.

O conjunto formado pelo Sol, planetas e sua luas se mantém unido devido à força de atração gravitacional.

Como o Sol ilumina todos os outros astros próximos a ele, os planetas refletem a luz solar em todas as direções, de modo que boa

Adaptado do Telecurso 2º grau – cap 15 pág 1

Page 115: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

parte dessa luz refletida chega até nós, aqui na Terra. Assim, embora os planetas não possuam luz própria, podemos vê-los daqui da Terra devido à luz do Sol, que é refletida por eles. O mesmo acontece com a Lua, que, além de girar em torno da Terra, também gira ao redor do Sol.

Ou seja, mesmo que ela não produza luz própria, também a vemos iluminada e brilhante, pois ela reflete a luz solar que a ilumina.

1 - Encontre no diagrama abaixo o nome dos planetas conhecidos como “planetas gigantes”.

2 - Desenhe o sistema solar, colocando os planetas em ordem crescente de suas distâncias em relação ao Sol. 3 - Cite algumas diferenças e semelhanças entre os planetas do sistema solar. 4 - Se os planetas não têm luz própria, por que podemos vê-los brilhando?

Page 116: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

TEXTO 2 A Terra e o Sistema Solar. Sol, a Lua e os planetas são os objetos cósmicos mais próximos de nós. Saber sobre este conjunto nós ajudará a entender o Universo, bem como compreender a existência da vida humana na Terra. Quem nunca observou o céu a noite? Há um enorme fascínio pelos objetos que compõem o Cosmo, as estrelas, os planetas, os satélites, os cometas, os meteoros bem como os fenômenos relacionados a eles. A passagem de um cometa próximo da Terra, um eclipse, produz um evento de alcance mundial. Por isto, entender o Cosmo é uma das mais antigas questões que a humanidade busca responder. Como é que podemos começar a fazer isto? Procurando entender o Sistema Solar, que é a coisa mais simples e mais próxima de nós, e utilizar este entendimento para compreender melhor o Cosmo.

Para compreender a primeira coisa que devemos fazer é uma representação do Sistema Solar. A representação mais simples é aquela obtida a partir do Sol ou de observador parado em relação a ele. Isto resulta em figuras semelhantes a esta.

Entretanto, figuras como esta, por terem que colocar todos os planetas e o Sol num espaço

limitado não representam corretamente, nem os tamanhos relativos entre eles, nem a distância entre os planetas e o Sol. Mesmo assim, uma imagem como esta é muito útil, pois guardamos a informação dos planetas girando em torno do Sol. Após ver esta representação é interessante ver uma imagem dos planetas com os tamanhos em proporção correta, como esta.

Nela fica claro como nós somos pequenos em relação aos planetas grandes e como Plutão

mais ainda. O Sol é muito maior do que todos e incluí-lo na imagem veja o que acontece.

Page 117: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

Esta última imagem nos mostra o Sol muito maior do que os demais objetos do sistema solar.

A massa do Sol corresponde a aproximadamente 99% da massa do sistema solar. É esta a razão pela qual, quando você observa a partir do Sol os planetas giram todos em torno dele. Se você observa a partir da Terra, como nós vemos, isto não acontece. Esta representação do sistema solar nos permite pensar o que seja o restante do universo. Podemos pensar que o Sol na figura faz o papel da estrela, um corpo muito quente, que emite luz visível, e com uma massa muito maior do que todos os demais, cercado por planetas, corpos frios, que não emitem luz visível, e que vistos por um observador parado em relação a estrela, giram em torno dela.

Hoje já sabemos que o Sol não é das maiores estrelas. Veja esta imagem como exemplo. Veja que agora você pode olhar o céu e imaginar que muitas das estrelas que você observa

podem ter, como o Sol, planetas girando em torno delas. Imediatamente surgem perguntas, quais destas estrelas possuem um sistema planetário, haverá vida como a nossa noutro planeta? Respostas para estas questões ainda são muito rudimentares. A procura de planetas em estrelas é um tema muito atual de pesquisa. Quando pesquisadores conseguem identificar um planeta girando numa estrela distante além de um artigo científica a notícia vai para nossos jornais nas páginas dedicadas a Ciência.

Porque é tão difícil observar os planetas? Nós podemos utilizar o nosso sistema solar para responder a esta pergunta.

Entender o Sistema Solar nos ajuda a entender o Universo e a presença de vida humana na Terra. Ao olhar cada estrela do céu você pode perguntar: será que ela possui planetas ligados a ela? Se houver planetas haverá vida?

por paixao — Última modificação 23/05/2009 17:15

Contribuidores: Fernando J. da Paixão. Creative Commons

CONSTRUÇÃO DO SISTEMA SOLAR EM ESCALA

Com os dados das tabelas a seguir, é possível a representação do Sistema Solar em escala, mostrando as distâncias médias entre os planetas e o Sol bem como os diâmetros equatoriais de cada planeta e do Sol. Para representar as distâncias, pode-se utilizar um barbante com o comprimento de 1.015cm (10,15m) que é a distância que ficará Éris, do Sol conforme a escala e, ao longo dele marca-se as demais posições de cada planeta. Quanto aos diâmetros, recorta-se em cartolina ou papel cartão o Sol e os planetas. Em seguida pode-se pintá-los conforme as cores aproximadas de cada um: O Sol: amarelo; mercúrio: amarelo; Vênus: azul claro com rajadas brancas; Terra: azul mais escuro com rajadas brancas; Marte: vermelho claro; Ceres: bege; Júpiter: alaranjado;

Page 118: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

Saturno, amarelo; Urano: verde;Netuno: azul; Plutão: gelo e Éris: cinza. Os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, possuem anéis, sendo os de Saturno mais extensos. Os anéis podem ser confeccionados com placas de isopor e fixados ao planeta com arames.

* Planeta clássico ** Planeta anão

Obs.: a estrela mais próxima da Terra, além do Sistema Solar, chama-se Alfa Centauro e está a 43 trilhões de quilômetros (4,3 anos-luz). Na escala acima ficaria a 43 quilômetros do Sol.

Edna Maria Esteves da Silva. Coordenadora do Planetário da Universidade Federal de Santa Catarina. [email protected] .

Colaboradores: Carlos Alberto Vieira e Tânia Maris Pires Silva - equipe do Planetário da UFSC

DIÂMETROS EQUATORIAIS DOS PRINCIPAIS

COMPONENTES DO SISTEMA SOLAR

Astro Distância média

ao Sol (km)

Distância ao Sol Escala: 1 cm = 10

milhões de km

* Mercúrio 57.910.000 5,8

* Vênus 108.200.000 10,8

* Terra 149.600.000 15

* Marte 227.940.000 23

** Ceres 414.000.000 41

* Júpiter 778.330.000 78

* Saturno 1.429.400.000 143

* Urano 2.870.990.000 287

* Netuno 4.504.300.000 450

** Plutão 5.922.000.000 592

** Éris 10.149.000.000 1.015

DIÂMETROS EQUATORIAIS DOS

PRINCIPAIS COMPONENTES DO

SISTEMA SOLAR

Astro Diâmetro equatorial

(km)

Diâmetro do astro sendo

Júpiter igual a 30cm

Sol 1.390.000 291 cm

Mercúrio 4.879,4 1 cm

Vênus 12.103,6 2,5 cm

Terra 12.756,2 2,7 cm

Marte 6.794,4 1,4 cm

Ceres 914 0,2 cm

Júpiter 142.984 30 cm

Saturno 120.536 25 cm

Urano 51.118 10,7 cm

Netuno 49.538 10,3 cm

Plutão 2.320 0,5 cm

Éris 3.094 0,6 cm

Lua 3.476 0,7 cm

Page 119: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

PLANO DE AULA 3

Disciplina: Ciências Local: Escola Municipal Roraima Público: 6º Ano do Ensino Fundamental Professora: Andréa Silva de Lima

Tema: Sistema Internacional de Medidas Sub-tema: Sistema de Medidas Antigas Tempo Previsto: 2 aulas de 50 minutos cada.

OBJETIVOS:

Apresentar as unidades de medidas antigas para o reconhecimento da padronização.

Realizar estimativas sobre medidas de comprimentos e distâncias utilizando as unidades de medidas antigas.

ESTRATÉGIA Antes de mostrar o cartaz com as medidas antigas aos alunos é importante explicar à classe como surgiu a necessidade do homem em medir objetos e distâncias. DESENVOLVIMENTO: 1º Momento: Apresentação do cartaz com as medidas antigas e explicação. 2º Momento: Separar e organizar a turma em grupos com 5 elementos, de modo que cada um fique com uma das seguintes unidades antigas: Palmo, Pé, Polegada, Côvado e Jarda e distribuir a cada grupo uma tabela. 3º Momento: Solicitar a cada grupo que meça com as unidades apresentadas um objeto diferente e preencha a tabela distribuída.

4º Momento: Discussão dos resultados encontrados com a turma; 5º Momento: Conclusão com os alunos da necessidade de padronização; 6º Momento: Calcular a média de cada medida e ler o texto. RECURSOS: Cartazes, Folhas com: a tabela, o texto e os exercícios. AVALIAÇÃO; A avaliação será realizada no transcorrer dos questionamentos apresentados, observando a formação de conceitos pelos alunos, procurando por meio do diálogo, perceber se houve assimilação do conteúdo proposto. O aluno levará folha de exercício anexo para em casa fixar os conceitos.

Page 120: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros
Page 121: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

TEXTO Padrões usados para avaliar grandezas físicas. São definidas arbitrariamente e têm como referência um padrão material. As grandezas podem ser mecânicas, ópticas, geométricas, acústicas ou luminosas. Medir significa comparar uma grandeza com uma unidade de referência da mesma espécie e estabelecer o (inteiro ou fracionário) de vezes que a grandeza contém a unidade. Metrologia é a ciência que estuda, normatiza e codifica os conhecimentos relativos a medidas, padrões e unidades de medir, métodos, técnicas e instrumentos de medição. Estimar e avaliar grandezas diversas são capacidades e habilidades desenvolvidas pela humanidade desde o início de sua evolução cultural. Na pré- história, o homem apenas compara volumes e peso, sem medi-los. Com o crescimento demográfico, o surgimento das cidades e dos sistemas de trocas, são fixadas unidades que permitam uma comparação mais precisa entre objetos. Sistemas consuetudinários – Até o final do século XVIII, todos os sistemas de medidas existentes são consuetudinários, ou seja, baseados nos costumes e nas tradições. Os primeiros padrões utilizados para medir são partes do corpo humano – palma da mão, polegada, braço ou uma passada – e utensílios de uso cotidiano, como cuias e vasilhas. Com o tempo, cada civilização define padrões e fixa suas próprias unidades de medidas. Daí a multiplicidade de sistemas de medição existente desde a Antiguidade. Primeiros sistemas – As diferentes civilizações começam a padronizar as unidades de medidas já na Antiguidade. Antes disso, as medições não são muito precisas. O côvado egípcio, por exemplo, é uma medida de comprimento cujo padrão é a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio, estando o braço e o antebraço dobrados em ângulo reto e a mão esticada. A milha é a distância percorrida em uma passada. Com esse

tipo de unidades, as medições podem dar resultados tão variados quantas são as diferenças individuais do corpo humano. A padronização é feita pela definição de unidades médias, fixadas através de padrões materiais construídos em pedra, argila ou ligas metálicas. Primeiros padrões – O surgimento de padrões, materiais de referência para as unidades de medidas, marca o início da construção dos primeiros sistemas de pesos e medidas. Eles estão presentes nas civilizações da Assíria, Babilônia, Caldéia e Egito. Os padrões de peso mais antigos até hoje conhecidos datam do quarto milênio antes de Cristo. São pequenos cilindros de base côncava, com cerca de 13 gramas, encontrados nos túmulos de Amrah, no Egito. O sistema egípcio tem grande influência sobre os povos da Antiguidade. Do vale do Rio Nilo, espalha-se pela Judéia, Ásia Menor e Grécia, chega às colônias gregas da Península Itálica e, mais tarde, é levado pelos romanos para as diferentes regiões da Europa. Mistura-se, então, aos sistemas locais, assumindo novas características. Sistemas Inglês e Norte- Americano – A Inglaterra normatiza seu sistema consuetudinário de pesos e medidas logo após a promulgação da Carta Magna, em 1215. O sistema, usado por mais de 600 anos, também é adotado pelas ex-colônias inglesas. Os Estados Unidos usam o mesmo sistema inglês, com pequenas modificações. Atualmente, embora o Parlamento britânico tenha decidido pela adesão do país ao Sistema Internacional de Unidades, a população inglesa continua utilizando o antigo sistema em seu dia-a-dia. Nos Estados Unidos, o sistema métrico é oficialmente permitido desde 1866 e, em 1959, as unidades de medidas tradicionais passam a ser definidas em função do Sistema Internacional de Unidades. Nos anos 60, o país inicia um movimento de conversão para o Sistema Internacional. A população, no entanto, também tem resistido em abandonar as antigas medidas.

Disponível em: http://www.coladaweb.com/fisica/fisica-geral/unidades-de-medidas-e-principais-grandezas Acesso em: 11/01/10 1 – O que é medir? 2 – Quais as unidades de medidas que você utilizou nesta aula? 3 – Qual a importância da padronização das medidas? 4 – Qual foi o principal motivo para a criação das unidades de medidas? 5 – O que são medidas consuetudinárias? 6 – Quantas polegadas há aproximadamente em um palmo? Explique como você fez para encontrar a resposta. 7 - Solicitar aos alunos que façam uma lista com todas as equivalências entre as medidas de comprimento. 8 - Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos eram a polegada, o pé, a jarda e a milha terrestre. Redija um pequeno parágrafo explicando

Page 122: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

cada um deles. 9 - Segundo a Bíblia, a altura do gigante Golias era de seis côvados. A quantos metros corresponde essa altura? 10 - Uma jarda é 36 vezes maior que a polegada e é três vezes maior que o pé. Quantas vezes o pé é maior que a polegada? 11 - Se tomarmos como padrão a polegada, quanto mede uma jarda? E um pé?

OBJETO

UNIDADE

PALMO JARDA PÉ POLEGADAS CÔVADO

Page 123: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

PLANO DE AULA 4 Disciplina: Ciências Local: Escola Municipal Roraima Público: 6º Ano do Ensino Fundamental Professora: Andréa Silva de Lima

Tema: Sistema Internacional de Medidas Sub-tema: Medidas de Comprimento Tempo Previsto: 2 aulas de 50 minutos cada.

OBJETIVOS:

Compreender a importância do Sistema Internacional de Unidades (SI) para a organização social.

Realizar estimativas sobre medidas de comprimentos e distâncias utilizando o SI.

Utilizar as unidades de medida do SI mais freqüentes.

ESTRATÉGIA Antes de mostrar o cartaz com as medidas de comprimento aos alunos é importante explicar... DESENVOLVIMENTO: 1º Momento: Mantendo os mesmos grupos e utilizando os mesmos objetos da tabela da aula 3, realizar as medidas de comprimento com auxilio de régua , trena ou metro. 2º Momento: Pedir para o aluno fazer a conversão entre pé, palmo, polegada, côvado e o metro, centímetro e milímetro preenchendo a tabela com essas conversões. 3º Momento: Discussão dos resultados encontrados com a turma; 4º Momento: Ler e interpretar o texto. RECURSOS: Cartazes, Folhas com: a tabela, o texto. AVALIAÇÃO; A avaliação será realizada no transcorrer dos questionamentos apresentados, observando a formação de conceitos pelos alunos, procurando por meio do diálogo, perceber se houve assimilação do conteúdo proposto. O aluno levará folha de exercício de conversão de unidades para em casa fixar os conceitos.

Page 124: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros

TEXTO Utilizando medidas e quantidades:

O Sistema Internacional de Unidades – SI

A necessidade de medir é muito antiga e remonta à origem das civilizações. Por longo tempo cada país, cada região, teve o seu próprio sistema de medidas, baseado em unidades arbitrárias e imprecisas, como por exemplo, aquelas baseadas no corpo humano: palmo, pé, polegada, braça e côvado. Isso criava muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma região não estavam familiarizadas com o sistema de medida das outras regiões. Imagine a dificuldade em comprar ou vender produtos cujas quantidades eram expressas em unidades de medida diferentes e que não tinham correspondência entre si.

Em 1789, numa tentativa de resolver o problema, o Governo Republicano Francês pediu à Academia de Ciências da França que criasse um

sistema de medidas baseado numa “constante natural”. Assim foi criado o Sistema Métrico Decimal. Posteriormente, muitos outros países adotaram o sistema, inclusive o Brasil, aderindo à “Convenção do Metro”. O Sistema Métrico Decimal adotou, inicialmente, três unidades básicas de medida: o metro, o litro e o quilograma.

Entretanto, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir medições cada vez mais precisas e diversificadas. Por isso, em 1960, o Sistema Métrico Decimal foi substituído pelo Sistema Internacional de Unidades – SI, mais complexo e sofisticado, adotado também pelo Brasil em 1962 e ratificado pela Resolução n. 12, de 1988, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro, tornando-se de uso obrigatório em todo o território nacional.

(Fonte:<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/unidLegaisMed.asp>. Acesso em:

11 out. 2006.)

1- Efetuar as seguintes mudanças

de unidades:

a) 7 308 m = ________hm b) 871 mm = _______ m c) 308 cm = ________hm d) 50 cm = ________dm e) 7 dam = _________km

EQUIVALÊNCIA DE UNIDADES

UNIDADE ANTIGA CENTÍMETROS

1 PÉ

1 JARDA

1POLEGADA

1 CÔVADO

1 PALMO

OBJETO

UNIDADE

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

Page 125: UNIGRANRIO UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROPED - … · Mestre no Ensino de Ciências na Educação Básica. ... está dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental ... 2.1 Parâmetros