Unidade Prata Aldomon Ferreira

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    permitida a reproduo entre amigos, desde que indicada a fonte. Fica proibida a publicao em qualquer mdia de massa, ou reproduo para finscomerciais, sem autorizao do autor.

    UNIDADE PRATA

    ALDOMON FERREIRA

    Tendo em vista este livro ser de utilidade para a humanidade, pode ser reproduzido, desdeque seja para fins de divulgao entre amigos. Para outros fins, inclusive comercias, a suareproduo dever ter permisso por escrito e com registro reconhecido da Sociedade dosVoluntrios do Comando Ashtar.

    ESTE DOCUMENTO AINDA EST SUJEITO A REVISO DA LNGUA PORTUGUESA

    - Alderan, estamos entrando no setor do planeta Metalha!

    - Sion, todas as equipes a seus postos! Preparem-se para acionar a abertura do portalinterdimensional!

    - Crodon! Sintonizar portal na dcima terceira dimenso fsica!

    Eu estava olhando para a tela interdimensional onde, de repente, apareceu a imagem doplaneta Metalha. Senti uma profunda saudade dos amigos que ali deixei mas, ao mesmotempo, estava feliz por poder reencontr-los. O planeta continuava belo como sempre, emsua cor dourada, tendo sua volta uma suave aura brilhante.

    Diante da nave comeou a se formar um tnel espiralado e foi iniciada a travessia do portal.

    Toda a Unidade j estava habituada s passagens dimensionais. Entretanto, esta era especial

    pois, desde que partimos de Metalha em misso, passaram-se quinhentos anos-Terra.

    No centro de controle da nave, assisti concluso da travessia dimensional atravs da telavisual. Perguntei a Sion que distncia nos separava de Metalha e imediatamente obtive aresposta: estvamos perto da atmosfera e era necessrio que eu tomasse algumasprovidncias para o pouso.

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    Chamei telepaticamente os lderes de equipe, os quais chegaram ao centro de controle emalguns instantes. Eram eles: Miria, Sion, Solron, Calia, Crodon, Poderon, Uria, Rairon eLeon. Recebi os relatrios correspondentes a suas equipes e informei a todos que tais dados

    seriam analisados para, posteriormente, serem apresentados ao Conselho Planetrio quepor sua vez, iria avaliar a capacidade de cada componente da Unidade para uma novamisso.

    Pedi a Solron que acionasse o comunicador atravs do qual faramos contato com Metalha.

    - Afirmativo, Alderan. Canais abertos.

    -Planeta Metalha, quem fala Alderan, do Cruzador Interdimensional Triton. Peopermisso para pouso.

    - Cruzador Triton, permisso concedida para pouso na base Talha-1.

    Comecei a lembrar o quanto foi dura e difcil a misso mas, felizmente, estava prestes apousar no planeta com o qual criei tantos laos de afinidade.

    A colossal nave prateada aproximava-se da superfcie de Metalha. Contemplei, atravs domonitor visual, uma deslumbrante paisagem que enchia de alegria os meus olhos cor deprata. Meu desejo era sobrevoar as cidades, os campos enfeitados com lagos de

    esplendorosa beleza, as montanhas de cristais dourados cujo brilho intenso fazia com queMetalha parecesse um sol. Tal vontade teria que esperar pois, neste caso, se fazia necessriauma nave menor que o Cruzador.

    Foi iniciada a aproximao com a base, localizada no alto de um imenso plator, s margensde um mar sereno. De repente, o comunicador sinalizou. Era uma transmisso da base,prontamente atendida :

    -Cruzador Triton, aqui base Talha-1. Rampa dez liberada para pouso.

    Solicitei a Crodon que desligasse o campo eletromagntico e acionasse o sistema de pouso.

    A gigantesca nave aterrisou com a suavidade de uma pluma. Fiquei muito feliz porestarmos em terra firme. Aps tanto tempo no espao sideral, ansivamos por desfrutar asbelezas de Metalha.

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    Telepaticamente comuniquei Unidade para que todos se reunissem no ptio deconferncia da nave para onde, em seguida, teleportei-me. Assim que cheguei, encontreiparte da unidade e, to logo constatei a presena de todos, comecei minha explanao:

    - Aps quinhentos anos como defensores das fronteiras dimensionais nos universos maisdensos, cada um aqui presente sabe o que enfrentamos no cumprimento desta misso, daqual samos vitoriosos sem nenhuma baixa. Sinto-me honrado em trabalhar com todosvocs, tamanha a unio e os impressionantes resultados obtidos em todas as reas. Foi comose fizssemos parte uns dos outros.

    Um representante do Conselho Planetrio, atravs do comunicador, avisou-nos que oEmbaixador de Metalha estava aguardando a Unidade no salo do Conselho. Alertei atodos que iramos apresentar ao Embaixador os resultados da misso.

    Aps alguns instantes, adentrvamos o salo, cuja forte caracterstica era a belssima earrojada arquitetura. O cho dourado como ouro polido refletia em si o brilho reluzente dasarmaduras espelhadas de prata, trao marcante e inconfudvel da Unidade. Entramos pelalarga porta em fila nica. A estatura mdia dos integrantes era de, aproximadamente, trsmetros. O impacto das botas metlicas dos cento e dez componentes produzia um conjuntode sons estridentes, formando uma orquestra cujo som ecoava pelo amplo salo. As paredese o teto eram dourados, esculturas geomtricas posicionavam-se em locais de destaque. Umpouco abaixo do teto havia diversos sis. Alguns dourados, outros prateados. Uns

    pairavam no ar, enquanto outros transitavam.

    Fomos em direo ao fundo do salo, onde ramos esperados. L chegando, ficamosdispostos em dez filas paralelas. Dentre os sis dourados que estavam flutuando, umdesceu ao cho e comeou a tomar outra forma. medida em que seu brilho intenso seapagava, um corpo humanide foi aparecendo.

    Era dourado muito claro, quase branco. Tinha cerca de trs metros de altura e o corpoenvolvido por uma espessa aura luminosa. A cabea era um pouco grande em relao aocorpo. Olhos grandes e prateados. No possua boca, nariz, orelhas ou cabelo. Aproximei-me dele, dizendo:

    - Comandante-Embaixador Ashtar, Unidade Prata se apresentando.

    Naquele exato momento, todos os capacetes das armaduras desmaterializaram-se,colocando mostra as faces de todos. Ashtar, em passos lentos, percorreu cada fileira,

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    examinando com seu poder mental cada um dos membros da Unidade. Concluda avistoria, voltou-se para mim, dizendo:

    - Pelo que pude notar, Alderan, a Unidade Prata est em perfeita forma. No houvenenhuma avaria sria.

    Entreguei os relatrios para que ele analisasse e, assim, a Unidade foi dispensada. Samosda mesma forma que entramos. Todos estavam ansiosos para reencontrar os amigos ouvoltar s instalaes anteriores. Contudo, ainda era preciso fazer certas coisas antes dedistrair-me.

    Retornei ao Cruzador com alguns membros da tripulao para que parte do equipamentodanificado em misso fosse descarregado. Sion acompanhou-me at o compartimento decarga do Cruzador, onde estavam guardados cinco mil andrides de modelos diversos efunes variadas. Todos estavam desativados. Olhando atentamente as caixas que osembalavam, disse a Sion:

    - O que seria de ns se no pudssemos contar com a ajuda destas mquinas nas batalhascontra os exrcitos negativos?

    Concordando, ele balanou a cabea e completou:

    - Infelizmente a maioria est estragada, de tal maneira, que at mesmo os chips depersonalidade e memria foram destrudos.

    Em seguida, alguns andrides de mltiplas funes foram ativados para que fizessem otransporte do equipamento.

    Foi aberta uma das portas do compartimento de carga e, atravs dela, comearam a sair osveculos cargueiros de flutuao magntica. Assemelhavam-se, em sua forma, aos nibus daTerra, embora no possussem rodas ou janelas. Seu tamanho era de, aproximadamente,cem metros de comprimento por trinta metros de largura e vinte de altura. Uma porta naparte traseira servia para carga e descarga. Em cada lateral dianteira havia uma porta,usada para entrada dos passageiros e operadores.

    Todos os veculos estavam sendo pilotados por andrides.

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    Observando o painel, avistei trs telas visuais. Na tela central via-se a diviso de seisquadros, os quais mostravam paisagens de mltiplas direes. Nas duas telas laterais eramapresentados os mapas da geografia planetria e a localizao da nave.

    Partimos em direo ao Centro de Tecnologia Planetria, situado no alto de uma montanharochosa chamada Zuilis.

    Avistei a montanha Zuilis atravs do mapa na tela grfica. Consultando o cronmetro,percebi que faltavam apenas dois minutos para o pouso.

    Pensativo, rapidamente procurei imaginar como estaria meu laboratrio aps toprolongada ausncia. Era muita a saudade que sentia dos meus ex-alunos e dos conclavescom os colegas cientistas. Muitos deles serviram como voluntrios em misses fora desteUniverso e ainda no haviam regressado.

    Meus pensamentos foram interrompidos pela voz metlica do piloto andride, avisando-meque estvamos prestes a pousar. O comunicador visual foi ligado e, na pequena tela dopainel, surgiu a imagem de um rosto conhecido, que h bastante tempo no via.

    - Quilia, peo permisso para desembarque da frota de cargueiros do Cruzador Triton.

    Ela respondeu-me:

    - Seja bem-vindo, Alderan. Porto de desembarque aberto para pouso. Voc ser recebidopor Raman.

    A imagem desapareceu mas, em mim, a felicidade tornava-se cada vez mais presente, poischegava o momento de rever pessoas to queridas e amadas.

    Aps nosso pouso, os veculos da frota foram descendo um a um. Abri a porta da nave eflutuei at o cho. Percorrendo todo o ambiente com os olhos, reconheci o amigo Raman.Abraamo-nos, dizendo o quanto era bom o reencontro aps tanto tempo.

    - Como est voc, Alderan?

    - Muito bem, meu amigo.

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    - Fiquei sabendo que sua nave havia chegado da misso. Calculei que este seria um dosprimeiros lugares visitados por voc. Por isso, fiz questo de fazer a recepo, para coloc-loa par dos acontecimentos planetrios.

    - Sim, Raman. Tambm tenho informaes das experincias e pesquisas realizadas durante amisso.

    Andamos at um pequeno veculo de dois lugares, cujos controles foram assumidos porRaman. Em Metalha, este veculo funcionava por flutuao magntica e teleportao.

    No caminho para o setor de laboratrios, deparamo-nos com uma porta branca. Com nossaaproximao, ela se abriu. Descemos do pequeno aparelho e entramos em meu laboratrio.L estavam vinte ex-alunos de um curso que ministrei h quinhentos e cinqenta anos.

    Assim que notaram a minha presena, o silncio tomou conta do ambiente. Um deles veioem minha direo e logo foi seguido pelos demais. Abracei a todos com ternura e carinho.Pelo que pude notar, a pequena equipe tinha uma lder - Drilha - que, aps oscumprimentos, dirigiu-se a mim:

    - Alderan! Quando voc partiu em misso, eu era recm-formada em engenharia cibernticae eletrnica espacial. Sa da faculdade com um projeto: desenvolver novos equipamentosque pudessem ser teis aos defensores dimensionais. Munida de minhas credenciais,

    procurei o comandante Ashtar e coloquei-o a par do referido projeto que, de imediato, foiaceito. Ashtar deixou a cargo de Raman providenciar as instalaes e o material necessrio execuo do meu trabalho. Fui informada por Raman que seu laboratrio estava desativadoe que voc havia sado em misso. Meu pedido para a utilizao destas instalaes foiaprovado pelo prprio Raman e, assim, o projeto foi iniciado.

    Terminado o relato de Drilha, pude expressar-me:

    - Estou muito satisfeito em saber que o laboratrio ficou em suas mos. Preciso sair comRaman agora, mas depois quero propor algo a voc.

    Silencioso e pensativo, sa em companhia de Raman que, mais adiante, questionou-me:

    - Voc est ciente dos planos da Federao Inter-Galctica, Alderan?

    - Sim. Durante a misso, percorremos as bases especiais de vrias galxias.

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    - Tambm foi informado da grande transio dos universos? - perguntou.

    - Afirmativo. Este foi o motivo pelo qual retornamos da misso.

    Conversamos durante um longo tempo e Raman explicou-me que o Conselho de Metalhaenviaria a frota de cruzadores do Comando Ashtar para o sistema solar da Terra. Despedi-me de Raman, agradecendo-lhe as informaes prestadas.

    Olhando o firmamento dourado, pude contemplar a beleza de naves grandes e pequenasque cruzavam o cu, deixando rastros de luz no que parecia um oceano de estrelasfaiscantes. Ondas de energias revitalizadoras caam da atmosfera.

    Avistei um brilho prateado que, ao se aproximar, pude identificar como a nave que estavaaguardando.

    A nave alcanou o cho com a leveza de um pequeno pssaro. Lembrei-me, com todanitidez, do tempo e do esforo necessrios para que minha equipe de cientistas, emlaboratrios, pudesse projetar um modelo de nave que tornou-se uma obra-prima daengenharia geomtrica. Os inmeros e complexos clculos no foram em vo, pois sabamoso quanto este veculo, por sua eficincia, nos era til.

    Caminhei at a frente da nave, onde ficava uma das muitas portas, camufladas

    estrategicamente ao longo dos seus cinqenta metros de comprimento. A lataria eratotalmente blindada, embora algumas partes pudessem ficar transparentes, de acordo com avontade do piloto.

    A porta dianteira foi aberta. Nos controles, estava Miria, que alegremente perguntou-me:

    - Voc quer uma carona?

    Embarquei sem hesitar, falando descontrado:

    - J faz um bom tempo que no piloto esta nave!

    Ela possua sensores de leitura mental. Isso fazia com que o controle da nave fosse feito portelepatia. Observava o mostrador do painel enquanto a nave decolava em direo a umaparte pouco habitada do planeta, onde havia uma paisagem exuberante.

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    Notei a felicidade de Miria por ter voltado Metalha, lugar que nos era muito querido, almde ser o planeta em que nascemos.

    Ficamos conversando sobre assuntos simples, tais como as belezas naturais das reas quesobrevovamos. Recordamos nosso nascimento em Metalha, h cinco mil anos, logo apstermos chegado com o corpo astral do planeta Icron, local de nossa vida fsica anterior.Miria tambm lembrou que, ao chegarmos a Metalha, entramos em contato com o ConselhoPlanetrio, para que este possibilitasse a materializao de nossos corpos.

    Em Metalha, o nascimento dos seres feito atravs de materializao ectoplasmtica,tornando desnecessria a presena de progenitores. Os recm-nascidos possuem conscinciade adulto, juntamente com a memria de vidas anteriores.

    O tempo mdio de vida para os corpos nascidos em Metalha equivale a dez ou onze milanos terrestres.

    Os corpos so ectoplasmticos de cor dourada ou prateada, dividindo-se em vrios tons quemudam de cor conforme o nvel de evoluo espiritual.

    Cada corpo oriundo de Metalha tem, entre outras capacidades, a de tomar a forma e acomposio molecular que desejar. Tais transformaes so empregadas apenas quando hreal necessidade. A forma de comunicao utilizada a telepatia e os olhos enxergam por

    meio de clarividncia, o que viabiliza o acesso simultneo a vrias dimenses e localidades.

    Os meios de locomoo corporal so a flutuao magntica e a teleportao. A alimentao feita por absoro corporal de energia csmica.

    Em funo do avano tecnolgico, a populao prefere fazer uso de aparelhos, para que nohaja um excessivo desgaste das energias corporais.

    Comentei:

    - Realmente, Miria. Em comparao a outros planetas, nossa evoluo aconteceu de formamuito rpida com o corpo de Metalha. Alm disso, contamos com o fato de podermos nosdesligar momentaneamente deste corpo e assumir outro, em outro planeta.

    Samos da nave deslizando suavemente e percorremos as vastas plancies douradas. Asflores exalavam um aroma inebriante. Vovamos de mos dadas, em uma comunho de

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    sentimentos que fortificava nossas energias. Como uma msica, o som da voz de Miria soouem minha mente:

    - Alderan! Veja aquele vale atrs das colinas flamejantes! Existe um lago onde costumavabanhar-me, antes de nossa partida para fora do planeta. Vamos at l? - Respondi que sim.

    Alamos vo rumo s colinas. Ao avistar o vale, contemplei um vasto espao lquido. Olago mostrava uma beleza imensa. Soltamos as mos e voamos to prximos ao lago que,tocando suavemente a gua com a ponta dos dedos, produzimos um rastro de fascasdouradas e prateadas.

    Miria mergulhou em suas guas brilhantes e eu a segui.

    O comunicador sinalizou. Era Sion, informando que Ashtar conclura a anlise dosrelatrios da misso e estava nos aguardando em sua nave, para discutirmos os resultados.

    Estando fora da gua, chamamos a nave pelo controle automtico e, em poucos segundos,ela pairou acima de nossas cabeas.

    As portas se abriram com nossa presena, e Miria assumiu os controles. Velozmente, a naveatravessou o firmamento e samos da atmosfera.

    Avistamos, ao longe, a brilhante nave-me, comandada por Ashtar. Era to grande que nopodia aproximar-se muito do planeta, a fim de no perturbar o equilbrio gravitacional.

    Informei-lhes sobre nossa aproximao:

    - Alderan falando. Peo permisso para pouso.

    - Afirmativo. Concedida permisso para pouso na rampa nmero 1.500, setor noroeste.

    Miria ajustou as coordenadas ao computador de bordo e, aps alguns instantes, estvamospousando. Samos da nave e trocamos nossos trajes , sendo que iramos a uma confernciaformal com os comandantes que integram o Comando Ashtar. Eu sabia que os lderes daUnidade tambm tinham sido comunicados.

    Percorremos um longo corredor, num veculo utilizado para transporte interno. De fato anave-me poderia ser comparada, em suas propores, a um planeta.

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    Enfim chegamos ao local da reunio, onde poltronas estavam organizadas em forma demeia-lua. Ao notar que os lderes de equipes da Unidade Prata estavam aglomerados emdeterminadas poltronas, fui em direo a eles. Aps cumpriment-los, sentei-me.

    Ashtar estava no palanque e parecia aguardar a chegada de outras unidades. Olhei ao meuredor e notei a presena de vrios comandantes de nave, cuja maioria eu conhecia.

    Assim que se completou o Comando, foi iniciada a explanao de Ashtar:

    - Como foi informado ao governo de Metalha, ocorrer em breve a transio dos universosdimensionais. Em funo deste avano dimensional, as leis da natureza sero alteradas.

    Detendo a ateno de todos, continuou:

    - Estas modificaes impossibilitam a permanncia de determinados seres em seus planetas,pois no suportaro as vibraes eletromagnticas advindas da sutilizao dimensional.

    - Para evitar que seus corpos astrais mais densos sejam expostos a tais radiaes,provocando terrveis traumas psico-mentais (o que atrasaria muito o ritmo de suasevolues), precisaremos efetuar as transmigraes planetrias. Desta forma, poder sermantida a harmonia na evoluo dos seres.

    Olhando fixamente para Ashtar e inebriado com suas palavras, meditei profundamentesobre a importncia dos acontecimentos narrados por ele.

    Durante toda a exposio dos fatos vindouros, meu pensamento girava em torno de qualseria a tarefa da Unidade nas transmigraes.

    Terminada a palestra, nossa unidade foi convidada pelo Conselho Planetrio a formular,com eles, os planos de ao da Unidade Prata.

    A reunio seria feita em um salo que ficava prximo do auditrio em que estvamos.Andamos por um largo corredor cujo piso, paredes e teto eram de cor cinza-chumbo. Emuma das laterais surgiu uma porta, que fechou-se automaticamente ao passarmos por ela.

    Sentamo-nos em poltronas brancas, organizadas em forma de crculo. Ashtar, que j estavanos aguardando, disse:

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    - O Conselho analisou os relatrios da Unidade. Todos ficamos satisfeitos com osresultados. Temos funes para sua Unidade na grande misso, Alderan. Porm sernecessria uma srie de modificaes e a primeira delas aumentar o nmero de

    integrantes da Unidade.

    Transbordei de felicidade ao receber aquele convite. Notei que Miria, assim como os lderesde equipe, demonstravam seu contentamento. Escutamos as diretrizes passadas por Ashtare membros do Conselho.

    A reunio havia acabado. Sion parecia bastante animado com o planejamento da nossa novamisso. Seguimos para a rampa de decolagem, onde duas naves do Cruzador estavam nossa espera.

    Entramos na atmosfera de Metalha e fomos em direo ao espaoporto, onde estava oCruzador. Fizemos a aproximao e foi aberta uma das rampas de pouso.

    Descemos da nave e fomos direto para a ponte de controle. L chegando, liguei ocomunicador:

    - Drilha, aqui Alderan. Peo que venha ao Cruzador, pois temos assuntos importantes atratar.

    Mais tarde, avistei no monitor uma pequena nave. Reconheci nela a insgnea do CentroTecnolgico Planetrio. Drilha chegou ponte de controle. Aproximei-me dela, dizendo quese tratava de um convite. Expliquei que teramos uma nova misso e, em funo daenvergadura da tarefa, era preciso aumentar o nmero de integrantes da Unidade. Drilhaaceitou o convite.

    Tnhamos um prazo de dez anos para estarmos com a Unidade Prata pronta para partir emmisso, mas bem antes disso conseguimos completar os cinco mil integrantes.

    O dia da partida finalmente havia chegado. Era enorme o meu contentamento em ver aconcluso do treinamento das novas equipes da unidade.

    O cu de Metalha mostrava um enxame de cruzadores e algumas estaes orbitais.

    Recebi as ordens de Ashtar para partirmos rumo Terra. Entretanto, precisaramos passarpelo planeta Icron, em Orion. L, os membros da tripulao que possuam o corpo de

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    Metalha teriam de trocar temporariamente de corpo, para poderem entrar no setor doplaneta Terra. Eu tambm fazia parte deste grupo.

    O Cruzador decolou da base Talha-1, cruzando um cu cheio de naves e entrando no espaosideral.

    Na passagem pelo planeta Icron e, aps a troca de corpos fsicos, passamos para a dcimadimenso fsica. Constatamos que algumas de nossas habilidades corporais haviam sidobloqueadas.

    Aps algum tempo no espao, entramos no sistema solar da Terra. Paramos em Jpiter, afim de conferenciarmos com o Conselho Solar a respeito de nossa participao na missoTerra.

    Chegamos ao planeta Terra no incio do Sculo XVII. Seria necessrio que parte da Unidadeingressasse na terceira dimenso fsica. No prprio Cruzador encontravam-se as cmaras deanimao suspensa, onde nossos corpos ficariam guardados.

    Estando l, abri a tampa de cristal e deitei-me, fechando-a. Escutei uma pequena exploso edesmaiei, ofuscado por uma luz forte.

    Quando acordei, percebi que acabara de nascer em um corpo da Terra, no ano de 1971.

    Chorei em um corpo de beb. As pessoas ali presentes sequer desconfiavam que naquelechoro havia uma certa tristeza, por me encontrar naquele corpo primitivo e cheio delimitaes.

    Minha nova vida na Terra seria dura e cheia de sacrifcios mas, acima de tudo, eu tinha umamisso a cumprir, custasse o que custasse.

    A maior parte da misso seria realizada durante minhas sadas para fora do corpo, e a outraparte no plano fsico. Antes que eu nascesse, recebi informaes de que seres negativostentariam provocar a morte de meu corpo fsico, mas a Unidade estaria fazendo a minhasegurana. Mesmo assim eu no tinha garantia total de vida, pois o plano fsico, na terceiradimenso da Terra, ainda estava sendo controlado pelas trevas.

    De incio, meu corpo fsico apresentou uma forte incompatibilidade com a vibrao de meucorpo astral. Isto levou a um princpio de rejeio que, se no fosse revertido, provocariaminha morte.

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    Durante dias e noites eu no parava de chorar e recusava-me terminantemente a sorver oleite materno, o que provocava preocupao em meus pais.

    Era uma tortura ficar dentro de um corpo apertado, que me sufocava sem piedade, como sefosse feito de concreto e no obedecesse ao meu comando.

    Os dias foram passando e eu entrava em um estado crtico, o qual necessitava urgente deuma soluo, pois minha vida corria perigo. Os cientistas da Unidade apresentaram umaalternativa: era preciso provocar a queda vibracional do corpo energtico, para que esteficasse mais denso e entrasse em sintonia com a densidade do corpo fsico. Entretanto, taldensificao provocaria um atraso do despertar da memria imortal.

    Sendo a nica soluo encontrada, comecei a ser submetido a sesses de densificaovibracional, nas vezes em que saa do corpo fsico atravs do sono.

    A densificao limitava ainda mais a minha conscincia, afastando-me dias, meses, e atanos do despertar da conscincia imortal.

    O processo estava dando certo, mas ainda no tinha sido suficiente para fazer a sintoniatotal com o corpo fsico. Era preciso fazer algo mais.

    Certo dia, um dos cientistas da equipe encarregada do projeto andava por uma fazenda

    vizinha da que eu morava. Trajava um macaco de cor prateada.

    Ele passou por um curral cheio de cabras e ficou encostado na cerca de madeira escura,envelhecida pelo tempo, observando um trabalhador rural que ordenhava uma cabra.

    Tanto o ordenhador quanto os animais ali presentes no percebiam a presena do cientistaextraterrestre, pois este se encontrava em outra dimenso, tornando-o invisvel a olhoscomuns.

    O cientista aproximou-se do balde que estava recebendo o leite. Olhou atentamente aquelelquido branco, espumando a cada jato extrado do animal pelas mos habilidosas doordenhador.

    Sua curiosidade fez com que apanhasse um pequeno aparelho que estava preso a seu cinto.Este aparelho continha uma tela de imagens coloridas.

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    Apontou-o, ento, para o leite e examinou a densidade do cdigo gentico. Registrada afreqncia dimensional, o cientista chegou seguinte concluso: bastava que eu ingerisseaquele leite para entrar na freqncia do corpo fsico e assim, o problema estaria resolvido.

    Os cientistas astrais encarregados de cuidar do meu corpo inspiraram meus pais para queestes me alimentassem com leite de cabra, o que veio acontecer no dia seguinte.

    Eu tinha quase um ano de idade embora minha conscincia estivesse entorpecida (como ade qualquer ser humano daquela idade), vasculhava, algumas vezes, na profundidade domeu ser, a fronteira do inconsciente e de l trazia reminiscncias de um passado distante.Pensava comigo mesmo: "Que mundo estranho este em que estou?"

    Passaram-se os anos e eu no morava mais na fazenda. Minha famlia mudava-se tanto deresidncia que se tornou difcil guardar as lembranas dos lugares em que morei. Mais umavez, fixamos nova moradia, em um bairro da cidade de Goinia.

    Eu completara onze anos. Estava na escola, mas os estudos no iam bem, devido aosataques que vinha sofrendo por falanges de seres das sombras.

    A Unidade Prata protegia-me constantemente, mas sua ao direta era dificultada pelo fatode eu estar no plano fsico e eles no plano astral.

    Neste ponto, as trevas levavam vantagem, pois tinham o controle do mundo fsico da Terrae atuavam diretamente atravs de seus adeptos no plano fsico.

    Fui atacado de diversas maneiras mas, geralmente, dava-se por meio de acidentes, doenasou ataques fora do corpo.

    Nas proximidades da minha nova moradia havia um campo todo cercado de arame. Algunsdias aps chegarmos de mudana, comecei a ter sonhos, e nestes sonhos eu ia at o campo evia vrias naves pousando. Delas saam seres de outros mundos.

    Aos dezesseis anos, mudanas estranhas comearam a acontecer com minha conscincia.Tais mudanas faziam com que eu entrasse em outras realidades existenciais at que, umcerto dia, ocorreu algo que mudou minha vida.

    J ao cair da tarde, algo comeou a acontecer. Experimentava uma sensao diferente emminha cabea. Era um pulsar, que comeou lentamente e depois foi acelerando o ritmo. As

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    batidas eram de baixo para cima, dando a impresso de que algo iria sair pelo topo daminha cabea.

    Aps alguns minutos, fui envolvido por uma sonolncia irresistvel. Pensei em deitar edormir um pouco.

    Entrei no quarto e tranquei a porta. Abri a janela para aumentar a ventilao, pois o calorera enorme. Tirei a camisa, colocando-a em cima do meu rosto, a fim de proteger-me daluminosidade.

    Passaram-se alguns instantes e a sonolncia acabou. Os meus pensamentos fluam com umafacilidade incomum e produziam um som que ecoava em minha cabea. O ecoartransformou-se em um barulho to alto que parecia uma turbina de avio.

    Assustei-me e pensei em levantar, mas no consegui. Meu corpo estava totalmenteentorpecido. Entrei em pnico e gritei por socorro, mas minha boca tambm no se movia,apesar de ter escutado o som da minha voz, que parecia vir dos meus pensamentos.

    Quando notei que meus gritos no chamavam a ateno de ningum, calei-me e pensei:"Ser que morri? Mas isto no possvel, minha sade est tima!"

    Juntei todas as minhas foras e, num s golpe, levantei-me.

    Fui surpreendido por um fenmeno que at ento desconhecia. Havia sado do corpo fsicoe estava flutuando logo acima dele.

    Maravilhado e ao mesmo tempo confuso com o que estava acontecendo, pensei: "Comopode ser? Estou fora do corpo e, to leve, que at posso voar!"

    Procurei me concentrar para descer e pisar o cho. J de p ao lado do corpo, que dormia nacama, andei pelo quarto, tentando compreender o que se passava comigo. Notei que meuraciocnio estava bem mais rpido e minha auto-anlise mais crtica. Refleti: "Isso no podeser um sonho, muito real. Sei quem sou, onde estou e o que fao."

    Olhei detalhadamente o meu quarto e notei que as paredes, como tambm os objetos,continuavam idnticos aos do plano fsico.

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    Uma sbita curiosidade me fez querer saber como seria o contato com algum, estando eufora do corpo. Fui ao encontro da porta, pensando se conseguiria abri-la com um simplesesforo.

    Levei minha mo direita em direo maaneta, mas a surpresa veio quando pude observarminha mo passando atravs dela. Ento pensei comigo mesmo: "Que fantstico! Possopassar atravs dos objetos fsicos!"

    Comecei a passar atravs da porta, experimentando uma sensao agradabilssima desutilizao e leveza. Saindo do quarto, fui em direo sala-de-estar, procura de algum.Escutei vozes vindas da cozinha e fui at l.

    Vi meus avs e pensei: "Eles no vo acreditar no que est acontecendo comigo!"

    Minha av estava de p perto do fogo, preparando o jantar. Conversavadescontraidamente com meu av, que se encontrava sentado em uma cadeira. Chegandoperto dela, disse:

    - Est acontecendo uma coisa muito estranha comigo. Fui dividido em dois. Existe umaoutra cpia de mim, dormindo l no quarto.

    Outra surpresa: Nenhum dos dois parecia notar a minha presena.

    Fiquei um pouco angustiado e voltei para o meu quarto onde, novamente, avistei meucorpo fsico deitado na cama, inerte como uma rocha.

    Calculei que, se eu deitasse em cima do corpo, talvez conseguisse acordar.

    Aps deitar-me, passaram alguns segundos e senti novamente o entorpecimento que haviame paralisado. Esforcei-me para vencer tal estgio e, finalmente, consegui acordar, todocoberto de suor.

    Pensativo e fascinado com a experincia, levantei da cama. Logo pensei em contar paraalgum, mas depois de avaliar melhor, cheguei concluso de que nenhum conhecido meuacreditaria naquela histria.

    A tarde havia acabado e as primeiras estrelas brilhavam no firmamento. Eu esperavaansioso pela hora de dormir, na expectativa de que voltasse a sair do corpo.

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    Chegada a hora, deitei-me e esperei que algo acontecesse. Em poucos minutos comecei asentir coisas estranhas. No incio tive a sensao de estar deitado na areia da praia,enquanto ondas de um lquido energtico banhavam minhas pernas at envolverem todo o

    meu corpo.

    Surgiu um som dentro da minha cabea. Parecia uma orquestra de cigarras cantando. Osom foi ficando cada vez mais alto e o ritmo acelerou ainda mais. Meu corpo comeou avibrar at que flutuei para fora do corpo. Repetindo a experincia de ver meu corpo deitadologo abaixo de mim, pensei: "A vida esconde tantos mistrios que s o tempo eacontecimentos fantsticos podem revelar."

    Jamais, em minha curta vida, sequer imaginei que existissem outros mundos ou universosdiferentes daquele em que eu vivia. No entanto, encontrava-me diante de um mundodesconhecido, pronto a ser desbravado.

    Passei a noite inteira traando planos, a fim de estudar o mundo que acabara de descobrir.

    O dia estava surgindo nos primeiros raios do nascer do sol e aproximava-se a hora de voltarpara o corpo.

    Sentado no sof, pensava como era interessante o fato de que os objetos fsicos pudessemser atravessados. Entretanto, se desejasse, faria com que eles se tornassem impenetrveis,

    caso contrrio eu no poderia estar sentado neste sof, ou at mesmo afundaria choadentro.

    Eram realmente muitas coisas a aprender nesse novo mundo.

    De repente, o inesperado: acordei.

    Levantei rapidamente da cama, recapitulei as coisas ocorridas quando estava fora do corpo.Sabia que minha vida mudaria muito se tudo isso continuasse a acontecer.

    No trabalho, durante todo o dia, fiquei tentando entender o porqu daquilo estaracontecendo comigo, mas no encontrava nenhuma resposta.

    Novamente chegara a hora de dormir. Fui visitado pelo entorpecimento, que arrebatou-mepara fora do corpo.

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    Uma maravilhosa sensao de liberdade e leveza tomou conta de mim. Queria, desta vez,sair de casa e ver como seria o mundo l fora. Fiquei prximo parede, preparando-mepara atravess-la.

    Devagar, fui enfiando minha cabea na parede. Vi o reboco, o tijolo, outra vez o reboco, atque avistei a paisagem fora da casa, e atravessei totalmente a parede.

    L fora estava muito escuro, num breu quase total. Isto chamou-me a ateno. Pensei: "Nosei como, mas consigo sentir que corro perigo aqui. Apesar desta escurido terrvel, tenhoque continuar a excurso."

    Fui at o porto e fiquei a observar os seres que andavam pela rua. Notei que a maioriadeles tinha parte do corpo com forma de animal.

    Estando na rua, fui inesperadamente abraado por uma mulher muito bonita, que estavatotalmente despida.

    Quando dei por mim, estava todo amarrado, como se estivesse num casulo de cordas. Amulher ficou na minha frente e comeou a transfigurar-se, tomando uma forma animalesca.

    De repente, estava cercado por seres trevosos, que sugaram minhas energias vitais,machucando-me muito.

    Entrei em pnico e, aps me debater no cho, consegui soltar as cordas que me prendiam.Instantaneamente voltei ao corpo fsico.

    Acordei com medo e muito assustado. Apesar de ainda ser noite, no quis voltar a dormir.Fiquei sentado, ou at mesmo andando, com receio de pegar no sono e sair do corpo outravez.

    O sol estava nascendo e o meu semblante denunciava a noite perturbada que eu haviapassado. Durante o dia tive vrias sensaes estranhas. Fiquei, de certa forma, traumatizadocom o ocorrido.

    A prxima noite estava por vir. O medo tomou conta de mim. Pensei: "No posso dormir,seno uma surra me espera l fora do corpo."

    Com muita dificuldade, fiquei acordado a noite inteira.

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    Aps uma noite e meia sem dormir, via-me inseguro se conseguiria passar outras tantashoras sem cair no sono.

    Sem que fosse do meu desejo, fui envolvido pelo entorpecimento que veio ejetar-me parafora do corpo.

    Ao sair, fui recepcionado pelos mesmos seres que outrora me machucaram.

    Durante vrios dias, bastava que eu sasse do corpo para ser agredido e energeticamentesugado por entidades negativas.

    Fui ficando doente e anmico, at que um dia, farto de tanto ser atacado, resolvi mudar asituao.

    Primeiramente, comecei a observar todos os meus pensamentos, sentimentos, atos epalavras. Estudei cada ao minha, chegando, enfim, a uma concluso.

    O motivo pelo qual eu estava sempre sendo atacado era o desequilbrio interior.

    Seria necessrio que eu comeasse um trabalho radical de educao das minhas emoes edos instintos animalizados para, com isso, poder sair do corpo sem ser molestado.

    Durante os dias que se seguiram, passei a realizar tal trabalho. Percebi que no bastavaapenas reprimir minhas emoes. Precisava educ-las, substituindo comportamentosdestrutivos por positivos.

    Em dois meses havia conseguido, com meu novo comportamento, a libertao dos ataquestrevosos. A partir da, sempre que saa do corpo fsico, ia para dimenses mais sutis.Contudo, ainda no sabia o que fazer com esta minha capacidade.

    Certo dia conversava com um amigo e, distrado, disse a ele que conseguia sair do corpo e iraonde quisesse. Aps algumas gargalhadas, ele olhou-me e disse:

    - Voc est vendo muita televiso!

    Com a expresso sria e ar solene, fixando-me em seus olhos, disse:

    - Voc que meu amigo e me conhece, no acredita em mim. Imagine o que diro aquelesque no me conhecem!

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    - Diro que voc est com um parafuso a menos na cabea! - retrucou.

    Desafiando-o, perguntei:

    - E se eu der uma prova do que falo, voc acreditaria em mim?

    Ele concordou, mas quis saber como eu provaria que realmente saa do corpo.

    - Posso hoje, durante a noite, visitar a sua casa e observar tudo que voc fizer, para depoisconfirmarmos.

    Com a aprovao dele, combinamos a hora exata para a "visita".

    Quando chegou a noite, eu sa do corpo minutos antes do horrio marcado. Fui casa domeu amigo e, chegando l, percebi que ele no estava. Fiquei em seu quarto, esperando queele chegasse.

    Ouvi barulhos de passos e a porta se abriu. Era o prprio, entrando no quarto e fazendopalhaadas:

    - Aldomon-Fantasma! Voc est a? D-me um sinal! - falou com zombaria.

    Pensei comigo mesmo: "Se eu pudesse, te daria um susto inesquecvel!"

    Fixando uma folha de papel parede com fita adesiva, ele escreveu algumas palavras edisse:

    - Aldomon, se amanh voc falar as palavras que esto escritas aqui, eu acreditarei quevoc, de fato, sai do corpo.

    No dia seguinte, eu o encontrei. As primeiras palavras que pronunciei foram as escritas porele naquele papel.

    Meu amigo ficou chocado e prometeu ajudar-me a descobrir coisas sobre sadas do corpo.

    O tempo passou e senti uma misteriosa vontade de mudar para Braslia, o que veioacontecer em alguns dias.

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    J em Braslia, atravs de uma apostila que me foi fornecida por um amigo, pude conhecermelhor a cincia que estuda a sada do corpo. Li atentamente seu contedo, at encontrar aparte em que constava o nome do representante da instituio que publicara a apostila.

    Durante algum tempo, mantive inmeros contatos com o professor, o qual me ensinou oque fazer com a sada do corpo (tambm chamada de projeo astral).

    Certa noite, aps deixar meu corpo fsico, escutei um barulho incomum que parecia vir docu. Luzes douradas entravam pela janela e me ofuscavam a viso.

    No senti medo em saber de onde vinham as luzes e o barulho pois, no meu ntimo, tinha asensao de j ter vivido muitos encontros, com aquilo que parecia ser uma nave espacial.Tal sensao passava-me imperturbvel segurana.

    Um crculo dourado comeou a brilhar no teto da casa, at que por ele desceu um raiocilndrico de energia dourada. De dentro deste cilindro, saram dois seres vestidos emmacaces prateados. Suas cabeas estavam cobertas por capuzes da mesma cor, os quaistinham visores escuros na altura dos olhos.

    Ambos retiraram seus capuzes. Eram uma mulher e um homem, que transpareciam umaaltssima evoluo.

    Seus traos eram perfeitos. Cabelos dourados como ouro e olhos de um azul celesteresplandecente.

    A mulher veio at mim e falou:

    - Aldomon, j chegou o tempo de despertar a memria de sua conscincia adormecida.

    Perguntei:

    - Quem so vocs? Eu no estou entendendo o que querem dizer.

    Ento veio a explicao:

    - Fazemos parte de um comando extraterrestre, do qual voc tambm faz parte. Mas,infelizmente, ao nascer em um corpo da Terra, voc ficou temporariamente com amnsiainterdimensional.

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    Continuei ouvindo atentamente:

    - Seu despertar exatamente recobrar parte da memria que possua antes de nascer aqui

    neste planeta. Voc tem uma misso a cumprir no plano fsico e, para isso, sua preparaocomea agora. A cada noite em que voc se projetar, ser submetido a um tratamentointensivo.

    Indaguei a respeito do treinamento, e me disseram que seria de tantas maneiras, que euainda no conseguiria compreender suas explicaes.

    A mulher tirou do bolso de seu macaco um pequeno aparelho, parecido com um relgio depulso sendo que, no lugar dos ponteiros, havia apenas um boto.

    Ela explicou-me que aquele aparelho estava ligado a uma nave, que enviaria energiaquando ele fosse acionado. Pediu que eu estendesse o brao para adapt-lo ao meu pulso.

    Intuitivamente, senti que poderia confiar neles. Era como se j os conhecesse h bastantetempo.

    Aps colocar o aparelho, eles se despediram e desapareceram junto com o raio de energiadourada.

    Voltei para o corpo fsico. Ainda era madrugada e, antes que voltasse a pegar no sono,pensei por alguns instantes no aparelho que acabara de receber.

    O treinamento fora do corpo tornava-se a cada dia mais intenso, atravs de vriosinstrutores astrais.

    Em uma noite aprendia defesa e ataque energtico; na noite seguinte aprendia a fazermudanas dimensionais.

    As semanas foram passando, at que comecei, efetivamente, a trabalhar fora do fsico.

    Em uma das minhas projees astrais, andava por uma rua da quinta dimenso quando,sem que eu esperasse, escutei uma voz metlica ao meu ouvido:

    - Aldomon, precisamos de voc. Aperte o boto do aparelho que est em seu pulso para queo sistema de combate seja acionado.

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    Segui as instrues recebidas, e vi minhas mos comeando a brilhar. Um reflexo fez comque, automaticamente, eu colocasse as mos em volta da cabea.

    Ao fazer este movimento, dois raios eltricos saram das minhas mos, entraram por minhacabea e desceram por todo o corpo.

    Baixei os braos, sentindo que meu corpo estava ficando rgido como se fosse feito de ao.Em seguida, comecei a girar e tudo escureceu.

    Quando dei por mim, estava em uma sala com pouqussima luminosidade. As paredespareciam ser feitas de algum tipo de metal cinza-escuro.

    Rapidamente, a parede foi quebrada por uma criatura que tinha a forma descomunal.Calculei uns trs metros de altura por dois de largura. Sua aparncia era monstruosa e eusabia que ele queria me pegar.

    Antes que ele percebesse, agi rpido como um relmpago, pegando um dos braos dacriatura e arremessando-a para longe.

    Pensei: "Nossa! Como a energia do aparelho me fez ficar forte! Aquele ser parecia leve comoisopor!"

    Sa correndo da sala passando pelo buraco que fora feito na parede.

    Subitamente, percebi o que estava acontecendo, atravs de informaes que vinham do meuinconsciente astral, e indicavam que eu me encontrava dentro de uma base negativa e quedeveria aprisionar todos os que fizessem parte daquela organizao.

    Percorri um longo corredor, at que avistei perto da parede, minha direita, gigantescostubos de ensaio. Tinham de trs a quatro metros de altura e dois a trs metros de largura.

    Alguns continham criaturas ainda em formao, as quais estavam sendo geradas emlaboratrio.

    Surgiram, repentinamente, soldados com forma humana, vindos de portas espalhadas aolongo do corredor. Trajavam uniformes de cor cinza-escuro, feitos de um tecido parecidocom o brim.

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    Feixes de raios vermelhos cruzaram o corredor tentando me atingir. Notei que os soldadosseguravam bastes de onde os raios saam.

    Um deles acertou-me com um raio, porm nada senti. Assim sendo, corri em sua direo ederrubei-o com um golpe. Tomei seu basto e segui velozmente pelo corredor. Usando obasto, atirei nos soldados que encontrava pela frente.

    Chegando a um local que parecia ser a portaria do prdio, deparei-me com quatro portasfeitas de material transparente que, por sinal, era muito resistente.

    Fui cercado por muitos soldados e, novamente, houve luta corporal.

    Entretanto, a minha fora era tanta que podia arremessar os oponentes a muitos metros dedistncia.

    Aps vencer todos que estavam nas proximidades da portaria, fui correndo rumo porta,com a inteno de derrub-la.

    Ao receber o impacto do meu corpo, a enorme porta tombou ao cho, com um barulhotrovejante. Apressado, passei por cima dela e dirigi-me cerca de arame que havia em voltado prdio.

    Estrondosos tiros de metralhadoras foram disparados aproximadamente a duzentos metrosalm da cerca.

    Aproximando-me, pude identificar um outro exrcito tentando entrar na base, todaviaestavam sendo impedidos pela segurana da base, cujo esquema envolvia tambm umcampo-de-fora eletromagntico instalado na cerca.

    Ocorreu-me que poderia pular ou derrubar a cerca. Preferi derrub-la, mas para tal,precisava concentrar-me a fim de aumentar o campo eletromagntico da minha aura.

    Toquei a cerca com as mos e dei uma descarga de energia psico-eltrica. Com isso, o campoeletromagntico foi desativado e pude derrubar parte da cerca.

    Pude observar dezenas de soldados, vestidos em macaces de cor azul-celeste, atirando noprdio com metralhadoras. No tive receio algum, pois sabia que eles estavam do meu lado.

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    Foram, ento, atravessando a cerca derrubada. O comandante do peloto azul veio at mime falou:

    - Graas a Deus atenderam nosso pedido de socorro e enviaram voc aqui! A coisa estavarealmente feia, pois h dias estamos tentando entrar nesta base cientfica das trevas.

    Expliquei:

    - Meu nome Aldomon. Estava andando perto da minha casa, quando algumas coisasaconteceram e, de repente, vim parar aqui. Nem mesmo sei onde estou, apesar de saber quevocs tambm fazem parte do Exrcito da Luz.

    - Voc est na Amrica Central, ajudando-nos a destruir uma organizao muito perigosa.J faz alguns anos que vrios integrantes desta organizao trabalham no desenvolvimentode criaturas muito fortes que, geralmente, so utilizadas por comandos mafiosos paraamedrontar e controlar os habitantes de certas regies de vrios pases, chegando atmesmo ao ponto de controlar habitantes do plano fsico.

    Enquanto fiquei conversando com o comandante azul, seus soldados levavam osprisioneiros para os veculos. Ao mesmo tempo, outros soldados preparavam explosivospara destruir o prdio da base negativa.

    De repente, um estrondo. O prdio virou poeira depois da exploso.

    Notei que tambm havia algumas mulheres entre os soldados do peloto azul. Uma delas,que parecia ser a mais experiente, veio em minha direo. Percebi um certo ar decuriosidade em seu rosto. Ao aproximar-se, perguntou:

    - De onde voc vem?

    "- Do Brasil. Voc conhece?" - respondi atencioso.

    - Sim, j estive por l algumas vezes. Voc fez um belo trabalho aqui. Onde aprendeu a lutardaquele jeito?

    Um pouco confuso, disse:

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    - No sei. Estou vivendo no mundo fsico, mas ainda no recobrei a memria das vidasanteriores. Vez ou outra acontece de eu fazer coisas que no sei onde ou quando aprendi.Mistrios como este s vezes me deixam bastante confuso.

    Ela sorriu e perguntou:

    - Qual o seu nome?

    - Aldomon. E o seu?

    - Simone.

    - Muito prazer em conhec-la. Aparea no Brasil qualquer dia destes para conversarmosmais! - falei, bem-humorado.

    Uma nave triangular pairou no cu logo acima de mim. Despedi-me do comandante azul ede Simone para, em seguida, teleportar-me para a nave.

    J estando sentado na poltrona do controle, notei que estava sozinho. A nave havia chegadoali atravs do piloto automtico. Refleti: "Eu no sei pilotar nave! O que vou fazer agora?"

    Instantaneamente, uma voz apareceu dentro da minha cabea, orientando-me:

    - Eleve seu padro vibracional para que eu possa entrar em sintonia com voc.

    Perguntei quem estava falando comigo, quando a voz interior me explicou que era aconscincia do meu corpo mais sutil.

    Obedeci s instrues e elevei meu padro vibracional.

    Subitamente, minha conscincia comeou a mudar e, como num toque de mgica, eu sabiacomo pilotar. Ajustei os controles e parti rumo ao Brasil.

    A noite estava estrelada e havia pouqussimas nuvens no cu. Alguns poucos seres voavampelo firmamento e no detectei presena de outras naves nas proximidades da rota de vo.

    Pelo monitor, avistei a Floresta Amaznica e, num instante, estava sobrevoando o Brasil.

    Parei a nave um pouco acima da minha casa e voltei para o corpo fsico rapidamente.

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    Acordei envolvido por uma imensa satisfao.

    Havia meses que quase todas as noites, eu usava o aparelho adaptado ao meu pulso embatalhas contra as trevas.

    No final do ano, viajei de frias.

    Em uma das cidades em que fiquei pude perceber que, mesmo estando no corpo fsico, asvibraes astrais da regio eram muito baixas.

    Certa noite, ao projetar-me, fui atacado por entidades agressivas. Pensei que fosse fcilvenc-las. Bastaria que ativasse o energizador para ficar super forte.

    Olhei para o meu pulso, procura do pequeno aparelho. Fui surpreendido, pois ele noestava mais l. Fiquei pensativo, afinal apenas os extraterrestres conseguiriam retir-lo.

    Estando eu em desvantagem, voltei para o corpo fsico instantaneamente.

    Enquanto no esclarecia com os extraterrestres o desaparecimento do aparelho, passeialgumas noites projetando-me apenas para dimenses astrais mais sutis, onde no corria orisco de ser atacado.

    Terminadas as frias, regressei a Braslia.

    Minha primeira noite aps a chegada, sa do corpo e encontrei novamente a mulherextraterrestre que havia colocado o aparelho em mim.

    A primeira coisa que perguntei a ela foi o motivo do desaparecimento do energizador. Veioa explicao:

    - necessrio que voc desenvolva sua prpria fonte de energia.

    - Mas, de onde vou retirar tanta energia? - perguntei, curioso.

    Sorridente, ela respondeu:

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    - Voc ainda ir descobrir muitas coisas sobre si mesmo. Coisas que foram esquecidasdevido amnsia temporria. Ao longo de vrias vidas, voc adquiriu diversascapacidades, as quais foram adormecidas no esquecimento.

    Um pouco confuso e cheio de curiosidade, insisti em perguntar de onde viria a energia quepassaria a alimentar meus poderes fora do corpo. Atenciosa, ela respondeu:

    - Voc ir desenvolver uma energia conhecida no plano fsico como Kundalini.

    - Como irei conhecer essa energia? - perguntei.

    Percebi que os olhos dela brilharam, pois havia notado meu sincero interesse.

    - Procure mais informaes no plano fsico a respeito dessa energia, e prepare-se para ativ-la em si prprio.

    A mulher espacial despediu-se de mim e desapareceu dentro de um espiral de energiabrilhante.

    Pela manh, j no corpo fsico, lembrei que tinha um amigo conhecedor de coisas esotricas.Era bem provvel que ele soubesse algo sobre a energia Kundalini.

    Quando pude encontr-lo, tive a oportunidade de coletar nomes de alguns livros existentes,em lngua portuguesa, nos quais constavam informaes sobre a Kundalini, uma energiabastante desconhecida no Ocidente.

    Li atentamente os livros, mas fiquei decepcionado. Nenhum deles passava tcnicas de comolidar diretamente com a referida energia.

    Um deles, chamava-se "O Despertar da Kundalini".

    Neste livro, aprendi teoricamente que a Kundalini uma energia gnea muito poderosa, quesobe da base da coluna vertebral at o topo da cabea, onde circula, para depois regressar base da coluna.

    Tambm constava que a Kundalini, quando despertada em plena harmonia, pode provocaro surgimento de diversas faculdades psquicas (paranormais). Porm, se despertada demaneira errada, provoca terrveis desequilbrios, que poderiam ser de ordem mental ou atmesmo causar a morte fsica.

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    Concluda a leitura do livro, acreditei ainda serem insuficientes as informaes nelecontidas.

    Em uma noite em que o cu transbordava de estrelas cintilantes, fui arrebatado suavementepara fora do corpo. Notei que a vibrao da dimenso astral em que me encontrava erabastante alta. Procurei senti-la apuradamente, a fim de identific-la. J sabia que estava nadcima dimenso, onde conseguiria voar ou materializar energias psquicas.

    Atravessei rapidamente o teto da casa, voando em direo ao cu. Fiquei extasiado com abeleza das estrelas.

    Expandi minha viso, e pude avistar uma infinidade de galxias espalhadas ao longo doUniverso. Pude refletir: "Diante da liberdade que tenho agora, contemplando as belezas doInfinito, compreendo o porqu de, quando estou no corpo fsico, s vezes me sentir triste,como se fosse prisioneiro de um crcere, cujas grades so as limitaes do corpo de carne."

    Contudo, naquele instante, sentia-me muitssimo feliz por ter a liberdade de sair do corpo econhecer outros mundos, dimensionais ou espaciais, aprendendo na prtica sobre aexistncia de vrias realidades.

    Tive minha meditao interrompida por uma voz feminina desconhecida, pronunciando

    meu nome.

    Olhei ao meu redor e deparei-me com uma bela mulher, de cabelos curtssimos cor-de-pratapolida, que refletiam o brilho das estrelas. Trajava um vestido amarelo-ouro e, em seusolhos vermelhos como dois rubis brilhava um poder misterioso.

    - Quem voc? E como me conhece, j que chamou-me pelo nome? - perguntei.

    Sua voz trovejante ecoou no cu, com autoridade:

    - Eu o conheo de um passado distante, cujas lembranas voc no tem. Meu nome noimporta, pois sou conhecida por vrios nomes, que dependem do lugar e do tempo em queapareo.

    Tive total confiana nela, mesmo sem lembrar de onde a conhecia. Sua presena causavauma agradvel sensao. Fui tomado por uma irresistvel curiosidade:

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    - O que voc quer comigo?

    Amavelmente, ela respondeu:

    - Eu vim para despertar sua energia Kundalini, para que voc tenha o poder.

    Bastante surpreso, quis saber que poder era aquele a que se referia.

    - O poder advindo da iluminao csmica. - esclareceu.

    Apesar da minha ignorncia em relao aos assuntos espirituais, estava sedento deinformaes. Indaguei:

    - O que iluminao csmica?

    - Voc saber o que significa quando acontecer. Partirei agora, mas voltarei a procur-lo.Mudarei a sua vida, e voc jamais ser o mesmo.

    A mulher transformou-se em uma agitada labareda cor de rubi, e dissipou-se no ar,desaparecendo por completo.

    Estava, de certa maneira, feliz com as promessas de mudana de vida que ouvira daquela

    misteriosa mulher. Entretanto, fiquei pensativo e um pouco receoso, pois no fazia idiaalguma do que seria a iluminao csmica.

    Trs dias se seguiram e eu encontrava-me projetado, andando s margens de um lagosereno, cercado por uma das florestas de pinheiros do Canad.

    A noite era de lua cheia. Absorto com a paisagem, divagava envolvido pelo espetculo dacriao realizado pelos elementais da natureza.

    No cu, as fadas brilhantes bailavam sobre as guas espelhadas do lago, que refletiam em sia luz do luar.

    Escutava um coro de vozes estridentes, cuja beleza e encanto podiam hipnotizar. Eram asondinas, sentadas sobre as pedras s margens do lago. Suas formas eram semelhantes s depequenas sereias. Elas presenteavam o ambiente com suas lindas melodias.

    Diante dos meus olhos surgiu uma labareda. Pensei: "Deve ser a mulher da Kundalini!"

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    Eu estava certo. Ela aparecia como outrora, falando com autoridade e energia:

    - Aldomon! Hoje sua Kundalini ser ativada!

    Fiquei calado, observando-a atentamente.

    Ela levantou seu brao direito e apareceu em sua mo um punhal luminoso.

    Um raio energtico saiu do punhal em minha direo, envolvendo meu corpo por completoe fazendo com que ele vibrasse. De sbito, fui lanado par fora do meu primeiro corpoastral, o qual ficou de p, imvel como uma esttua.

    Pela primeira vez tive conscincia de que no possua apenas um corpo astral.

    Meu poder mental era bem mais ampliado estando eu no segundo corpo astral.

    A mulher de olhos vermelhos aproximou-se e entregou-me o punhal. Segurei com firmeza ecurioso, examinei-o em seus mnimos detalhes.

    Seu cabo era do mais puro ouro, trabalhado em alto-relevo. Sua lmina era de prata polida.Ao contempl-la, admirando a perfeio de seu acabamento, pude notar uma gravura de

    um homem em baixo-relevo. A fisionomia deste homem assemelhava-se de uma esttuaantiga do deus grego Apolo. Contudo, havia uma diferena marcante: o homem do desenhotinha uma serpente naja enrolada em seu corpo.

    Perguntei mulher qual era o significado daquele smbolo, e ela explicou-me que aquele erao punhal da serpente de fogo, smbolo do domnio da energia Kundalini que, quandodespertada, sobe enrolando-se pelo corpo, tal uma labareda serpentina.

    Inexplicavelmente, veio minha cabea o que deveria fazer com aquele punhal.

    Segurei-o em minha mo direita e aproximei-o do meu primeiro corpo e, com um golpepreciso, enfiei o punhal na base da coluna vertebral.

    Com o fio de sua lmina, percorri toda a coluna vertebral, de baixo para cima, parandobrevemente no topo da cabea.

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    Em seguida, cravei toda sua lmina no crnio. O cabo do punhal comeou a brilhar cada vezmais, transformando-se em um magnfico sol dourado, cuja luz clareou todo o ambiente margem do lago, onde estvamos.

    Aps alguns instantes, o punhal voltou ao seu estado anterior. Descravei a lmina do topoda cabea, fazendo com ela um trajeto at a ponta do nariz.

    Concluda a operao, devolvi o punhal mulher, que j havia se transformado emlabareda.

    Pouco antes de desaparecer, ela disse que voltaria a me encontrar para continuar odesenvolvimento.

    Os raios do sol brindavam o alvorecer de mais um dia.

    Eu, em minha cama, novamente abria os olhos para o mundo fsico. Espreguicei-me,assumindo o controle do corpo.

    Sentia-me to diferente, era como se algo tivesse alterado profundamente a minhaconscincia.

    Vasculhando a memria, lembrei-me dos encontros que tivera com a mulher de fogo. As

    recordaes vieram to fortes e vivas que sua voz parecia ainda ecoar em minhaconscincia, dizendo-me: "Eu mudarei sua vida e voc jamais ser o mesmo".

    S ento pude compreender o motivo de tanta estranheza em relao a mim mesmo. O diaque se iniciava era um marco em minha vida.

    Antes mesmo que eu pudesse levantar da cama, fui envolvido por uma luz extremamenteforte que ofuscou-me totalmente.

    Pensei: "Se fosse em outros tempos, eu ficaria tomado de pavor. Mas agora, no. Tornei-meoutra pessoa."

    A luz diminuiu de intensidade, possibilitando aos meus olhos identificar sua origem. Eraum sol, uma espcie de miniatura daquele que ilumina o planeta Terra.

    Ele comeou a se comunicar comigo, atravs de telepatia, chamando-me pelo nome.

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    Sem que eu precisasse pronunciar uma palavra sequer, perguntei:

    - Quem voc?

    A resposta veio, em uma voz que transmitia infinita sabedoria e serenidade:

    - Eu sou a essncia da sua vida. Sem mim voc no existe, mas eu existo sem voc. Suanatureza efmera e mutvel, que vive, transforma-se e deixa de existir, enquanto a minha eterna e infinita, que em tudo se manifesta, alimentando e sentindo todas as vidas quepulsam na Criao. Voc existe para mim, pois sou seu Eu Superior.

    Fiquei profundamente surpreso e um tanto abalado com a revelao.

    - Por que s agora me procura, se j faz algum tempo que vivo neste corpo, sofrendoterrveis limitaes conscienciais, sem contar as outras? - indaguei.

    Ele ento falou-me com ternura:

    - Eu sempre estive com voc, falando por meio de sua conscincia. Apesar de voc sempreme escutar, raramente me dava ouvidos. Na maioria das vezes, era sufocado e silenciado,mas agora voc me atende, e comigo quer aprender sobre as coisas da vida. Estarei comvoc at que sejamos um.

    Inesperadamente, o sol entrou por minha cabea e desapareceu. Entretanto, deixou suapresena em minha conscincia e em meu corao.

    Deste dia em diante, jamais me senti s, pois dentro de mim escutava a voz sem som, queincansavelmente me ensinava as leis da criao.

    Pude ter acesso a respostas que jamais imaginara existirem.

    O contato contnuo com meu Eu Superior fizera em mim uma radical mudana, como se diaaps dia eu nascesse de novo, tornando-me totalmente diferente do que eu era.

    Fui motivo de choque e espanto para as pessoas que conviviam comigo que, em poucotempo perceberam que eu me tornara um estranho, no apenas a eles, mas tambm para omundo em que viviam. De uma hora para outra, senti-me um estrangeiro que, subitamente,aparece em uma terra desconhecida e percebe que a maioria de seus habitantes parecemviver imersos na inconscincia de si mesmos.

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    Por muitas vezes, em minhas meditaes, fui presenteado com a voz complacente do EuSuperior, atuando em minha conscincia e sintonizando-a com as realidades existenciais

    cada vez mais sutis. O contato com realidades mais evoludas tornava minha conscinciacada vez mais ampliada.

    Uma semana havia passado desde o primeiro contato com o Eu Superior.

    Estava fora do corpo fsico, em meu quarto, quando de repente a mulher de fogo entroupela parede. Parecia apressada, e foi logo dizendo:

    - Volte para o corpo fsico. Hoje voc ir elevar a Kundalini.

    Regressei imediatamente ao corpo e, deitado na cama, pus-me a esperar.

    Passados alguns instantes, comecei a ter a sensao de existir uma coroa de energia no altoda minha cabea, lanando um raio que rapidamente desceu pela coluna vertebral at occcix. De imediato tive o controle da circulao das energias psico-eltricas do meuorganismo.

    Um tanto quanto alheio minha vontade, puxei a energia central da espinha, de baixo paracima.

    Quando a energia bateu na cabea, abriu-se um universo interior.

    Neste momento, enxerguei com os olhos do esprito. Dentro de mim, vi galxias,constelaes e planetas.

    Senti que aproximava-se o momento da fuso do meu microcosmo com o macrocosmo.

    Quando tive este pensamento, duas outras energias comearam a subir pela colunavertebral. Uma era yin, e a outra yang. Ao entrarem em minha cabea, foram transferidaspara o meu microcosmo. Quando as duas se tocaram, instantaneamente transformaram-seem um lquido dourado, o qual jorrou de forma suave, em meio ao meu universo interior.

    Fui totalmente envolvido por um xtase incomensurvel.

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    medida em que o jorro aumentava, sentia como se todos os seres da Criao habitassemem mim, ao mesmo tempo em que eu me manifestava em todas as criaturas domacrocosmo. Tudo isso em uma frao de tempo que no havia como calcular.

    Simultaneamente, eu era o falco que voava alto em um pas distante e tambm o vento noqual o falco planava suas asas. Era a montanha que enfeitava o horizonte; habitava o sol ailuminar o sistema solar.

    Senti a presena de Deus em mim, chegando concluso de que tudo que existe faz parte deDeus.

    De repente, pude sentir que uma srie de faculdades psquicas tinham sido acionadas. Eupodia ver qualquer coisa que quisesse, bastando pensar para que surgisse em minha cabeaa imagem da coisa desejada.

    Pude escutar os pensamentos de qualquer pessoa. Minha cabea foi mudando de forma. Seutopo ficou pontiagudo. Pensei: "Nossa! Se minha cabea no voltar ao normal, o que voufazer?"

    O lquido dourado desapareceu e o xtase diminuiu. As faculdades recm adquiridastambm foram desativadas.

    Levantei-me da cama ainda sentindo um suave prazer csmico.

    Durante algum tempo fiquei sentado na cama, quase totalmente imvel.

    Minha cabea estava envolvida por um turbilho de pensamentos, vindos dos mundos maissutis. Tais pensamentos faziam minha conscincia expandir-se cada vez mais,interpenetrando e sentindo a conscincia de outros seres, entrando em uma verdadeiraempatia csmica.

    Deitei-me novamente, com a inteno de sair do corpo. Sabia que estava com uma vibraoto alta que naturalmente me projetaria para dimenses bastante sutis.

    Comecei a flutuar lentamente para fora do corpo, e pude observar que ele havia setransformado em um brilhante sol dourado.

    Todo o meu quarto ficou imensamente iluminado.

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    De sbito, uma fora desconhecida impulsionou-me para cima.

    No reagi, pois sabia que, com toda certeza, poderia confiar no que estava acontecendo.

    Sa da atmosfera terrestre em altssima velocidade. Logo atrs de mim formara-se umacauda faiscante, que assemelhava-se a de uma estrela cadente.

    Sem que eu percebesse, atravessei o sistema solar, passei velozmente entre as constelaesda Via Lctea. Ao atravessar a galxia, fiquei momentaneamente estacionado no espaovazio que h entre as galxias.

    Esperava que alguma coisa surgisse perto de mim quando, a uns duzentos metros, umimenso espiral branco apareceu, sugando-me para dentro dele.

    Ao ser inevitavelmente tragado, transitei por um tnel branco e prateado.

    Terminada a travessia, identifiquei que estava em um mundo onde as formas eraminexistentes, a comear por mim mesmo. Meu corpo desintegrou, transformando-se emessncia espiritual que, de imediato, fundiu-se ao mundo da essncia da vida.

    O mundo em que eu acabara de entrar possua, em sua natureza, leis totalmente adversas sque regem o planeta Terra.

    Sentia tantas coisas maravilhosas, impossveis de serem transmitidas atravs das palavrasque, mesmo que buscasse em todos os dicionrios de toda a Criao, no teria comodescrever uma frao do que eu estava vivendo naquele instante.

    Sentia minha existncia em Deus.

    A partir das experincias naquele mundo da essncia primordial de todas as coisas, passei acham-lo de "Mundo do Criador Absoluto", aquele que sempre existiu e sempre existir.

    Inesperadamente perdi a transmisso dos dados da memria, os quais estavam sendotransferidos da essncia espiritual para o corpo fsico.

    Comecei a acordar no corpo fsico, envolvido por uma agradabilssima sensao de paz.

    Com movimentos harmoniosos e lentos, levantei-me delicadamente da cama. Aps minhahigiene pessoal, sentei-me em uma pedra que ficava em frente minha casa.

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    Em estado de semi-xtase, contemplava as flores da nica planta existente na fachada dacasa. Era uma pequena roseira, que parecia exibir com felicidade os poucos botes que lhe

    restaram.

    Com carinho, puxei um dos galhos podados da roseira e, com ateno, pude observar umminsculo boto, que parecia dormir enquanto suas ptalas concluam a formao. Penseicomigo mesmo: "De certa forma, sinto-me como este boto de rosa, pois tambm estouabrindo as ptalas da conscincia para um novo mundo em minha vida."

    Segurei com suavidade o talo do boto, colocando-o entre os dedos. Aps alguns instantes,sem que eu quisesse, suas ptalas comearam a abrir numa velocidade espantosa.

    Quando o boto ia se tornar flor por completo, resolvi solt-lo, pois conclu que sua vidaseria muito curta caso eu continuasse acelerando seu desenvolvimento. Refleti: "No possorestringir a vida de uma rosa to linda, que veio trazer beleza e fragrncia to agradveis aomundo."

    Questionei-me quanto ao fato deste meu desenvolvimento consciencial, nesta velocidade,poder estar oferecendo algum risco ao meu corpo. Preferi deixar o prprio tempo respondersendo que, de qualquer maneira, no era meu desejo desacelerar o processo de expansoconsciencial.

    Fui para o trabalho, onde permaneci durante todo o dia. Era funcionrio de uma oficina defabricao de jias, cujo proprietrio era meu pai.

    Almovamos l mesmo e, naquele dia, algo muito estranho comeou a acontecer. Quandoo almoo chegou eu no estava com fome. Mesmo assim, insisti em comer.

    De repente, uma dor dilacerante tomou todo o meu aparelho digestivo. Era um mistrio aorigem daquela dor, j que a comida era a mesma que estava sendo ingerida pelo meu pai,que parecia nada sentir.

    Discretamente parei de comer e guardei meu prato. Passados alguns minutos, a dordesapareceu.

    Durante uma semana fiquei sem comer nada, apenas tomando gua.

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    Tal procedimento trouxe uma srie de problemas familiares, o que no foi surpresa paramim.

    Voltei gradualmente a me alimentar, mas uma radical mudana foi feita em minha dieta.Dali em diante, nenhuma espcie de carne poderia ser ingerida, ou mesmo qualquersubstncia txica.

    Naqueles dias que passei em jejum, os extraterrestres submeteram-me a uma desintoxicaopsico-fsica, por meio de aparelhagem interplanetria.

    Certa noite, aps ter deitado para dormir, fui surpreendido por uma equipe de cientistasextraterrestres. Embora estivessem invisveis aos olhos fsicos, pude v-los atravs daclarividncia. Contudo, no foi possvel ver seus rostos, pois trajavam um macaco de corbranca, que estendia-se at seus capacetes.

    Um deles colocou um aparelho em meus ps, enquanto outro colocava uma espcie decapacete em minha cabea.

    A clarividncia possibilitava-me assistir toda a operao, como se eu estivesse do lado defora do meu corpo, pois podia me ver deitado na cama, rodeado de cientistas.

    Num dado momento, percebi que os aparelhos seriam ativados. Permaneci deitado, imvel

    e com os olhos fechados, na expectativa do que iria acontecer comigo. Porm o que seseguiu no foi muito agradvel.

    Quando acionaram os aparelhos, levei uma descarga eltrica descomunal, a qual me levou acontorcer violentamente meu corpo, que encontrava-se em estado de choque.

    Tudo aconteceu muito rpido, mas foi tempo suficiente para desmotivar-me a fazer outraseo.

    Felizmente, escutei pela clariaudincia um dos extraterrestres comunicar-me que a operaoestava concluda.

    Ainda era noite, mas mesmo assim levantei da cama por alguns instantes e, a passos lentos etrmulos fui em direo cozinha, em busca de um copo d'gua.

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    Meu corao batia muito rpido e descompassado. No entanto, aps sorver os primeirosgoles daquele lquido cristalino, as batidas foram gradualmente ficando serenas em meupeito.

    Bem mais calmo, regressei cama e deitei aliviado por no ter que tomar outro choque.

    Sem dificuldade fui envolvido pelo sono.

    No dia seguinte, levantei-me sentido meu corpo muito diferente. Era uma forte sensao deleveza, parecia que a metade do meu peso havia desaparecido. Consultando a balana,constatei no haver alterao alguma em meu peso real.

    Tambm senti, de imediato, que minha memria havia mudado. Conseguia lembrar-me decoisas que at ento ignorava. As lembranas recm-adquiridas foram retrocedendo notempo que, em poucos minutos, meus dias de adolescncia, como tambm da infncia,passaram rapidamente diante de minha memria.

    Ento algo incrvel aconteceu: rompi a barreira do meu nascimento e pude ver onde meencontrava antes de nascer.

    Em um mundo no-fsico eu existia, e l fazia o planejamento para ingressar em um corpofsico da Terra.

    De incio, s consegui recordar que nasci com uma misso a cumprir, mas no me lembravaqual era esta misso.

    Pacientemente fiquei aguardando, na esperana de que o tempo revelaria o motivo maiorpelo qual eu teria vindo a este mundo.

    Enquanto no descobria qual era a misso, dediquei-me a um trabalho hercleo deaprimoramento interior, principalmente no que se referia a padres mais elevados dosaspectos tico e moral, um tanto diferentes dos apresentados pela maioria dos habitantesdeste planeta.

    Por diversas semanas conversei durante longas horas com meu Eu Superior, o qual sededicou em me ensinar coisas a respeito de um tipo de amor, composto por uma gama desentimentos que, unidos, formavam a manifestao do Cristo Interior.

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    Fiquei um pouco confuso no incio porque, desde criana, sempre que ouvia falar em Cristo,referiam-se a Jesus.

    Jamais passara por minha cabea, at ento, que qualquer ser humano poderia ter dentro desi o Cristo, apenas pelo fato de desenvolver o amor incondicional e a justia cosmica.

    Todas as minhas noites eram repletas de ao, pois em cada uma delas o perodo de sadado corpo intensificava-se mais e mais, em funo do aumento do tempo de transmisso damemria extrafsica para o corpo fsico.

    O contato com outras realidades mudava cada vez mais a minha vida.

    Com a capacidade de sair do corpo quando eu quisesse, tornei-me um viajanteinterdimensional. Aps adquirir o domnio da transio dimensional, fui convocado peloComando Ashtar.

    Naquela poca, eu ainda no tinha conscincia da minha real identidade.

    Em funo disto, fiquei um tanto quanto surpreso com a convocao, a qual se deu em umanoite em que as estrelas brilhavam fortemente, mostrando a galxia toda sua glria.

    Eu tinha acabado de me projetar e, de p sobre o telhado da minha casa, fitei por alguns

    momentos o cu, buscando entre as estrelas um brilho diferente.

    Eis que surge no firmamento o brilho da nave que eu estava a esperar. Como uma guia, elapairou logo acima de mim.

    Imediatamente fui banhado por uma luz cilndrica, peculiar s aparies de naves espaciais.

    Teleportaram-me para o centro do controle. L chegando, fui calorosamente recebido poruma pequena equipe, trajando armaduras eletrnicas de cor prata-espelhada.demora, a nave levantou vo em direo ao espao sideral. Assim que samos da atmosfera,avistei uma imensa nave-me. Nossa velocidade era to alta que, quando percebi, jhavamos entrado em seu interior.

    procura do Comandante Ashtar, entrei em uma ampla sala onde j se encontrava outraequipe. Ashtar veio at mim, dizendo:

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    - Aldomon, creio que voc j esteja preparado para trabalhar diretamente conosco naMisso Terra.

    - O que a Misso Terra? - perguntei interessado - Como bem sabe, ainda no consigo melembrar totalmente da memria imortal.

    Ele ento explicou-me com pacincia:

    - Misso Terra a transmigrao em massa de todos os seres e criaturas trevosas quehabitam este planeta. A Terra possui um governo negativo, dirigido por uma falange deseres que possuem a forma de drages. Tais seres constituem a Falange dos Drages. Umadas misses do meu Comando retirar todos estes seres do planeta Terra, levando-os paraoutros planetas que sejam compatveis com suas evolues. A partir de agora, voc irreassumir sua Unidade.

    Ashtar pediu-me que o acompanhasse. Caminhou em direo a uma porta, que se abriucom sua aproximao.

    Todos que estavam na sala nos seguiram. Tive a sensao de que apenas eu no sabia doque se tratava. Pensei: "Ser uma festa surpresa?"

    De certa maneira estava certo pois, ao atravessar a porta, fui presenteado com uma viso

    que fez meu corao bater como nunca.

    Diante de mim encontrei um ptio lotado de integrantes da Unidade Prata.

    Ao v-los senti algo to forte dentro de mim, que escutei um estalo interior e, num piscar deolhos, lembrei-me de vrias vidas anteriores, inclusive a que tive em Metalha.

    Os primeiros que se aproximaram foram Crodon, Sion e Drilha. Notei que Miria estavaausente. Com eles, subi no palanque onde ramos esperados e depois de enchugar aslagrimas de felicidade comecei a falar:

    - Como todos sabem, estou vivendo em um corpo da Terra, o que faz com que terrveislimitaes me sejam impostas. Porm, ao projetar-me para fora do corpo fsico, possoampliar minha conscincia e trabalhar com a Unidade. Entretanto, em algumascircunstncias, eu que precisarei de ajuda.

    Minha explanao foi bastante rpida.

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    Retornei ao corpo bastante pensativo mas, novamente, fui envolvido pelo sono.

    As batalhas contra as trevas intensificaram-se cada vez mais.

    Raras eram as noites em que as naves astrais do Cruzador no sobrevoavam cidades dasregies astrais mais densas.

    Os exrcitos das sombras tambm possuam naves, contudo eram extremamente obsoletas.Suas tentativas de resistncia blica sempre eram em vo, pois eram derrotados pelasUnidades do Comando.

    As Unidades rastreavam todos os quadrantes e setores do planeta. Uma de nossasatividades mais comuns era capturar e prender os comandantes negativos.

    Por muitas vezes eu, como policial secreto, lancei mo de disfarces para infiltrar-me noexrcito inimigo.

    Certa noite, recebi uma comunicao de um integrante da Unidade informando queprecisavam de mim imediatamente no plano astral, pois eu deveria participar de umamisso de emergncia.

    Concluda a comunicao, fui depressa para o meu quarto e deitei-me na cama. Energizeimeu corpo, provocando um estado vibracional que projetou-me para