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UNIDADE DIDÁTICAPROFESSOR PDE – TURMA 2008
PROFESSOR PDE: Mônica Virgínia Missau
ÁREA/DISCIPLINA: Disciplinas Técnicas
Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas EducacionaisCoordenação Estadual do PDE
Cascavel– PR
2008
Mônica Virgínia Missau
Métodos e técnicas de ensino para formação geral e educação
profissional
Produção de unidade didática apresentada à Secretaria de Estado da Educação – SEED, Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE, para cumprimento do segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada sob a orientação da Profª. Orientadora Dra. Maria Lúcia Melo de Souza Deitos, da UNIOESTE, Campus de Cascavel.
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Cascavel – PR
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“Educar é agir criando condições para que as meninas e meninos tomem sua história na mão. A
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criança é sujeito de direitos e não objeto de intervenção ou comiseração”.
(Paulo Freire)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 52 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO PARA FORMAÇÃO GERAL E
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL .......................................................................... 62.1 METODOLOGIA DE ENSINO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.................. 72.2 CURRÍCULO................................................................................................ 92.3 MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM.............................................. 112.4 AVALIAÇÃO................................................................................................. 203 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O PROFESSOR: APROFUNDANDO
O CONHECIMENTO E DISCUTINDO EXPERIÊNCIAS SOBRE
METODOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL................................ 224 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 235 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO
A Educação Brasileira de forma histórica é excludente, proporcionando um
ensino recorrentemente dual, que salta aos olhos ao se analisar as políticas
educacionais, hierarquizando e mantendo as diferenças sociais. O acesso ao ensino
de qualidade é para poucos.
No Paraná, a Secretaria de Estado de Educação–SEED através de política
pública instituiu a Educação Profissional com a intenção de garantir o acesso do
cidadão a uma1 formação básica integral sem olhar sua origem sócio-econômica,
com a finalidade de rompimento da dualidade educacional estabelecida durante
anos.
Para garantir a qualidade, acesso e permanência no ensino profissional foi
criado o Departamento de Educação Profissional, tendo este departamento
assumido a responsabilidade de ofertar cursos técnicos nas modalidades:
subseqüente e integrada ao ensino médio.
A necessidade de garantir a formação integral do cidadão que freqüenta a
educação profissional remete ao estudo das metodologias de ensino aplicadas a
esta, uma vez, que os alunos desta modalidade de ensino se caracterizam por uma
experiência de vida que traz no seu bojo aspectos culturais, sociais e econômicos,
que podem influenciar no processo de ensino e aprendizagem.
Para tanto se faz necessário informar aos docentes da educação profissional
que devem ser utilizadas metodologias de ensino diferenciadas aplicadas ao ensino
profissional visando garantir autonomia ao aluno, assim, não permitindo a
reprodução dualista do sistema educacional vigente.
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2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO PARA FORMAÇÃO GERAL E
EDUCAÇÃO P1ROFISSIONAL
As maneiras de se aprender, por parte 1dos alunos, dão-se de formas
diferentes em função das variáveis culturais, sociais, econômicas e de experiência
de vida, assim, as formas de ensinar devem ser compatíveis com as diferentes
maneiras de aprender.
Dessa forma a educação deve ser voltada para a formação integral da
pessoa e não atender somente uma variável da educação: conhecimento intelectual
ou prática profissional.
A educação brasileira possui a proposta da formação integral no aplicativo
legal, mas parece que se insiste em separar esta modalidade educacional em duas:
uma acadêmica e outra técnica. Observa-se esta tendência através das Políticas
Públicas de Educação, nos três níveis de governo, quanto à geração da Matriz
Curricular e isto se reforça na prática docente, na condução do processo de ensino e
aprendizagem.
Em nosso país ao olharmos a história da educação regular observamos que
a dualidade estrutural da educação brasileira perpassa vários anos até a metade da
década de 1990, quando exige debates para a reestruturação do ensino médio e
profissional, decorrentes das mudanças técnico-organizativas introduzidas com a
adoção do padrão capitalista de acumulação flexível gerando tensões e contradições
entre o “velho sistema educacional” e as novas necessidades de educação para o
trabalho (MANFREDI, 2002).
Esta modificação dá-se pela reestruturação produtiva, pela
internacionalização da economia brasileira e pela pressão de ampliação de direitos
sociais, entre outros fatores. E para corroborar aquele momento é promulgada a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, que contempla a educação
profissional atrelada ao conhecimento geral.
Assim a LDB/1996 (apud Dutra, 2007), no artigo 35, define com clareza as
finalidades do Ensino Médio:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
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II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Essas finalidades explicitam com clareza a intenção do legislador em
superar a dualidade socialmente definida, entre educação em geral e educação
especificamente dirigida para a formação profissional, que passa a ser tratada como
excepcionalidade a exigir cursos mais longos.
Ao propor a formação tecnológica básica como eixo do currículo, a LDB
assume a concepção que a aponta como a síntese entre o conhecimento geral e o
especifico, determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar
metodologicamente os conteúdos (KÜENZER, 2005).
Ainda segundo Küenzer (2005) essa concepção é correta por tornar o
conceito de trabalho como práxis humana, ou seja, como o conjunto de ações,
materiais e espirituais, que o homem, enquanto indivíduo e humanidade desenvolve
para transformar a natureza, a sociedade, os outros homens e a si próprio com a
finalidade de produzir as condições necessárias à sua existência. Desse ponto de
vista, toda e qualquer educação será educação para o trabalho.
Dessa forma para respeitar as diferenças entre os alunos e os seus mundos
há que se aplicar uma metodologia que seja capaz, segundo, Mészáros (2005, p.
25) de “ensinar para além do capital” e para a vida e esta metodologia só se
efetivará mediante um currículo construído com base em políticas públicas de
educação desenvolvidas nesta perspectiva.
2.1 METODOLOGIA DE ENSINO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
A educação profissional é parte integrante do Plano de Governo a ser
desenvolvido pelo Estado do Paraná; bem como do projeto de educação definido
nos princípios de gestão democrática. Esses princípios consideram a educação
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como direito do cidadão, a universalização do ensino, o apoio à diversidade cultural,
a organização cultural, a organização coletiva do trabalho escolar (SEED, 2005).
Ainda de acordo com o documento da SEED (2005) a materialização desses
princípios está centralizada no conjunto de ações que tem como eixo fundante o
currículo escolar, a pesquisa e a inovação tecnológica, otimização do espaço e do
tempo escolar e, principalmente, a valorização dos profissionais da educação.
Remete-se dessa forma a obra Pedagogia da Autonomia onde Freire (1996,
p. 125) afirma que ”ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica” o que
ratifica a política educacional do Estado do Paraná para a educação profissional.
A educação profissional é um processo que se dá ao longo da vida, através
da articulação das experiências e conhecimentos que vão sendo construídos ao
longo das relações sociais e produtivas. A educação profissional, na perspectiva da
qualificação social, não pode ser tomada como construção teórica acabada ou como
produto de ações individuais; por conseqüência. Deve ser compreendida no âmbito
das concepções de trabalhador coletivo e de educação continuada (SEED, 2005).
Seguindo a premissa do documento da SEED (2005), a finalidade da
educação profissional é a formação de homens desenvolvidos multilateralmente, que
articulem à sua capacidade produtiva as capacidades de pensar, de estudar, de
dirigir ou exercer o controle social sobre os dirigentes: “a escola de cultura geral
deveria propor a tarefa de inserir os jovens na atividade social, depois de tê-los
levado a certo grau de maturidade e capacidade, à criação intelectual e prática e a
certa autonomia na orientação e na iniciativa” (GRAMSCI, 1968, s.p).
Para atender essa finalidade o tratamento metodológico privilegiará a
relação: teoria/prática e parte/totalidade; as competências a se desenvolverem são
outras, que vão para além da simples memorização de passos e procedimentos, que
incluem as habilidades de comunicação, a capacidade de buscar informações em
fontes através de meios diferenciados e a possibilidade de trabalhar cientificamente
com estas informações para resolver situações problemáticas, criando novas
situações; e principalmente, é outro o processo de conhecer, que ultrapassa a
relação apenas individual do homem com o conhecimento, para incorporar as
múltiplas mediações do trabalho coletivo. A produção das idéias, das
representações, da consciência, está intimamente entrelaçada com a atividade
prática dos homens; é na vida real, na atividade prática, que começa a ciência real.
Não há como conhecer à margem da atividade prática, pois conhecer “é conhecer
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objetos que se integram na relação entre homem e o mundo, ou entre o homem e a
natureza, relação que se estabelece graças à atividade prática humana” (SEED,
2005, p. 40).
2.2 CURRÍCULO
Para a compreensão da dinâmica da construção dos currículos deve-se
observar que os mesmos atendem um momento histórico, no tempo e no espaço, no
qual estão inseridos. No caso da educação profissional brasileira percebe-se que a
dualidade, educação científica e para o trabalho, perpetuou-se historicamente em
função de interesses antagônicos.
Historicamente, portanto, a educação formal brasileira estruturou-se sobre
os interesses das classes dominantes direcionando o ensino e a aprendizagem com
fins diferenciados, ou seja, havia uma Educação Geral com a finalidade de
assegurar a formação para o desenvolvimento da cidadania, fornecendo aos
educandos meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Por outro lado, a Educação Profissional, que integra as diferentes formas de
educação para o trabalho tem por finalidade propiciar o permanente
desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, reproduzindo os interesses das
classes dominantes, mantendo a dissociação entre a formação humanística da
formação técnica profissional.
No entanto, assiste-se hoje o retorno de um discurso que busca relacionar a
educação no campo da produção, afirmando que a escola precisa modernizar-se no
sentido de preparar as pessoas para enfrentar as profundas modificações ocorridas
no mundo do trabalho (FERRETTI, 1999).
De acordo com Goodson (2008, p. 67) o currículo deve estar longe do “jogo
de interesses” e abandonar o enfoque único posto sobre o currículo como prescrição
e adotar plenamente o conceito de currículo como construção social, primeiramente
em nível da própria prescrição, mas depois também em nível de processo e prática.
O currículo é elaborado numa variedade de áreas e níveis. Todavia,
fundamental para esta variedade é a distinção entre o currículo escrito e o currículo
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como atividade em sala de aula. O perigo de se estudar apenas o currículo escrito é
evidente, pois como nos previne Rudolph (1977, p.6) apud Goodson (2008, p. 107):
A melhor maneira de se ler erradamente e erradamente interpretar um currículo é fazê-lo tomando como base um catálogo. Este é coisa muito sem vida, muito despersonificada, muito desconexa e, muitas vezes, intencionalmente enganosa.
Assim sendo faz-se necessário remetermos a lembrança de que a educação
deve ser voltada para a formação integral da pessoa e não atender somente uma
variável da educação: conhecimento intelectual ou prática profissional.
Segundo Durkheim apud Ferretti (1999, p. 70), “é importante entender os
processos de seleção do conhecimento escolar, analisando como a escola lida com
essas demandas postas pelo mundo do trabalho”.
E essas demandas são apropriadas através do discurso pedagógico das
diferentes áreas do conhecimento, transformando-o em conhecimento escolar. Esse
discurso pedagógico é constituído por dois outros discursos. O primeiro deles, o
discurso instrucional, estabelece o que deve ser transmitido, o segundo, chamado
de discurso regulativo, define a forma de transmissão, isto é, define como as
relações sociais de transmissão e aquisição serão constituídas e mantidas
(FERRETTI, 1999).
A constituição e manutenção da transmissão das relações sociais
consolidam-se pela prática docente através do planejamento escolar evidenciando,
a (s) metodologia (s) a ser (em) aplicada (s), os conteúdos a serem desenvolvidos,
os objetivos a serem atingidos e a avaliação deste processo.
Assim sendo, a política para a educação profissional, no Estado do Paraná,
ao priorizar a retomada dessa modalidade de oferta, realizou diagnóstico para
levantamento tanto das reais necessidades de expansão, considerando as
tendências sócio-econômicas das regiões do Estado, como do provimento de
recursos materiais e humanos. Esta política de expansão vem considerando também
a reestruturação curricular dos cursos na perspectiva de favorecer a formação do
cidadão/aluno/trabalhador, que precisa ter acesso aos saberes técnicos e
tecnológicos requeridos pela contemporaneidade, para o que contribuiu a revogação
do Decreto 2.208/97 e a promulgação do Decreto 5.154/04.
Essa nova legislação possibilitou conceber propostas curriculares
considerando a necessária articulação entre as diferentes dimensões do trabalho de
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formação profissional do cidadão/aluno, na perspectiva da oferta pública da
educação profissional técnica de nível médio, enfatizando o trabalho, a cultura, a
ciência e a tecnologia, como princípios fundadores da organização curricular do
ensino médio profissional.
2.3 MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM
A aprendizagem está relacionada ao processo de ensino e a forma de
ensinar depende de um ou vários métodos.
Para Freire (1996) ensinar exige rigorosidade metódica, pois o educador
democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a
capacidade crítica do educando, sua curiosidade. Uma de suas tarefas primordiais é
trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se “aproximar”
dos objetos cognoscíveis.
Continua o autor que esta rigorosidade metódica não tem nada a ver com o
discurso “bancário” meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo, mas
sim à produção das condições em que aprender criticamente é possível.
Referenciando essas verdadeiras condições de aprendizagem os educandos
vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber
ensinado, ao lado do educador, que já teve ou continua tendo experiência da
produção de certos saberes, igualmente sujeito do processo (FREIRE, 1996).
O professor ao tomar consciência da importância da transmissão, apreensão
e utilidade transformadora do conteúdo proposto, evidenciará de forma cristalina o
“uso” consciente do currículo proposto.
Segundo Libâneo (2004) o processo de ensino se caracteriza pela
combinação de atividades do professor e dos alunos. Estes, pelo estudo das
matérias, sob a direção do professor, vão atingindo progressivamente o
desenvolvimento de suas capacidades mentais.
A direção eficaz desse processo depende do trabalho sistematizado do
professor que, tanto no planejamento como no desenvolvimento das aulas, conjuga
objetivos, métodos e formas organizativas do ensino (LIBÂNEO, 2004).
Em virtude da necessária vinculação dos métodos de ensino com os
objetivos gerais e específicos, a decisão de selecioná-los e utilizá-los nas situações
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didáticas específicas depende de uma concepção metodológica mais ampla do
processo educativo.
Nesse sentido, segundo Libâneo (2004), dizer que o professor “tem método”
é mais do que dizer que domina procedimentos e técnicas de ensino, pois o método
deve expressar, também, uma compreensão global do processo educativo na
sociedade: os fins sociais e pedagógicos do ensino, as exigências e desafios que a
realidade social coloca as expectativas de formação dos alunos para que possam
atuar na sociedade de forma crítica e criadora, as implicações da origem de classe
dos alunos no processo de aprendizagem a relevância social dos conteúdos, etc.
O professor ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da
aprendizagem dos alunos utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos,
condições externas e procedimentos, a que chamamos de métodos de ensino. Por
exemplo, à atividade de explicar a matéria corresponde ao método de exposição; à
atividade de estabelecer uma conversação ou discussão com a classe corresponde
o método de elaboração conjunta (LIBANEO, 2004).
A direção do processo de ensino requer, portanto, o conhecimento de
princípios e diretrizes, métodos, procedimentos e outras formas organizativas.
Para que esse processo se materialize de forma crítica e transformadora há
que se fazer uso de técnicas capazes de facilitar o atingimento do objetivo proposto.
Para o ensino das disciplinas da educação profissional faz-se necessária a
aplicação de uma metodologia diferenciada, pois as mesmas devem contemplar
formas de aprender conteúdos que insira os alunos no mundo do trabalho.
De acordo com as políticas educacionais do Estado do Paraná está prevista
uma proposta curricular cuja metodologia deve ser desenvolvida com a finalidade de
atender as dimensões teórico-metodológicas da educação profissional.
A aprendizagem é o processo e a resultante do ato de aprender. Aprender significa tomar conhecimento de, reter na memória, tornar-se apto ou capaz de alguma coisa. A aprendizagem sempre envolve o processo de mudança ou transformação a partir da dinâmica mental neuronal que se verifica no cérebro humano. De forma sintética, essas mudanças ou transformações que envolvem: pensamentos, sentimentos e ações que se projetam na realidade social (IBAIXE, 2008, p. 29-30).
Precisa-se ter a consciência que os conhecimentos apreendidos devem
constituir a aprendizagem social uma vez que se faz necessário unir o saber, o fazer
e o sentir.
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Segundo Ibaixe (2008) o processo de aprendizagem social ocorre com a
relação de facilitador do professor e a participação transformadora dos alunos.
Para que o processo se realize é necessário criar e motivar a aprendizagem
de forma significativa, ou seja, ela tem que fazer sentido, em outras palavras deve
gerar retenção na memória.
Assim sendo, de acordo com Izquierdo (1997, apud, IBAIXE, 2008, p.32) “a
aprendizagem a partir de todo um processo dos neurônios (por onde passam as
informações e a comunicação no nosso cérebro) é um processo de construção da
memória”.
Neste contexto, pergunta-se: qual a aprendizagem que queremos? É aquela
que deixa memórias, pois só sabemos aquilo que lembramos.
E de acordo com Ibaixe (2008) a aprendizagem tem que ser pessoal, ou
seja, ninguém aprende pelo outro; tem que ter visão realista; tem que ter avaliação
contínua, isto é, necessita de feedback contínuo; tem que promover relacionamento
interpessoal.
E para que esta aprendizagem social aconteça de forma prazerosa e
proveitosa o professor deve planejar de forma histórica, crítica e construtiva através
da definição dos conteúdos; seleção e utilização de estratégias; responsabilidade
pelo clima em sala de aula e avaliar de forma constante (IBAIXE, 2008, p. 33).
O planejamento, a seleção dos conteúdos, o clima em sala de aula, as
estratégias e a avaliação são fatores determinantes para o processo de ensino e
aprendizagem.
Ibaixe (2008) ratifica que as estratégias têm papel fundamental no processo
quando: propicia a integração do grupo possibilitando a realização da aprendizagem
também no relacionamento grupal; incentiva a participação ativa dos educandos
tirando-os da passividade costumeira; motiva o aluno para o estudo individual, para
ser co-responsável no processo de aprendizagem e estar presente nas atividades
programadas;
As estratégias são fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem
e as mesmas fazem parte dos métodos de ensino.
Para Ayres (2007) métodos de ensino são meios de se apresentar
determinado tópico ou assunto de maneira a tornar o seu aprendizado, ao mesmo
tempo, eficiente e agradável.
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“Escolher o método de ensino mais adequado a determinada situação, após
cuidadosa análise, é elegê-lo por se estar consciente de que, naquele caso
específico, ele é o que apresenta mais vantagens e menos desvantagens” (AYRES,
2007, p.95-96).
O professor na condução do processo de ensino e aprendizagem precisa ter
claro qual conteúdo e quais objetivos quer atingir. Porém para que um método seja
utilizado de forma eficiente é necessário a escolha dos recursos didáticos e
materiais para a promoção do ensino e aprendizagem.
Segundo Menegolla e Sant'Anna (2008, p. 92), “os recursos são elementos
indispensáveis, que facilitam e apóiam, em conjugação com os métodos, todos os
tipos de atividades de ensino-aprendizagem”.
Dentre estes recursos temos o básico “quadro e giz mais saliva”, além dos
livros didáticos, revistas, jornais, jogos pedagógicos, mapas, varais de desenhos,
DVD, TV [...] datashows e os computadores com suas ferramentas mais o uso da
internet com uma série de recursos: sites de busca, blogs, chats, etc. Porém estes
recursos trarão resultados positivos se atenderem de forma consciente e crítica aos
objetivos que se busca atingir.
Vejamos, então, alguns métodos de ensino que podem ser utilizados
consideradas as limitações de tempo, condições de realização e espaço,
normalmente existentes em nossas escolas (AYRES, 2007):
a) Exposição Oral
Também conhecida como aula expositiva ou preleção, é o que mais
tradicionalmente vem sendo utilizado em escolas de todos os níveis. É o método em
que o professor, posicionado diante do grupo, expõe oralmente parte da lição ou
mesmo a lição inteira, falando ele só, o tempo todo, apenas respondendo, de
quando em quando, a algumas perguntas.
É o método mais criticado, mas também o mais utilizado. O êxito ou fracasso
no seu emprego dependerá, como não poderia deixar de ser, da habilidade do
professor em dele se utilizar de maneira ponderada. Constitui, também, um
excelente espelho para refletir as qualidades e os defeitos do professor como
orador.
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b) Perguntas e Respostas
Conhecido também como método catequético e é largamente utilizado por
professores experientes, desde os dias da Antiguidade. É um dos métodos mais
eficazes, quando conduzido com habilidade. Sua eficácia reside no fato de que as
perguntas sempre são desafiadoras. Elas têm o poder de mexer com a motivação
dos alunos, levando-os a raciocinar, a confrontar e a pôr em xeque as informações
de que dispõem.
A mente, neste caso, não apenas recebe informação, mas analisa e pondera.
Existe todo um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no cérebro do
aluno, enquanto ele recebe a pergunta, reflete sobre suas implicações e verbaliza a
resposta.
c) Discussão ou Debate
O método da discussão ou do debate é aquele em que um tópico da aula é
colocado para ser discutido entre os membros do grupo. Tem a vantagem de
mobilizar toda a classe, motivando-a, para a aprendizagem. Para que funcione a
contento é necessário que haja respeito mútuo entre todos os participantes, uma vez
que a discussão deve ser um esforço conjunto, e não uma oportunidade para se
desmerecer pontos de vistas alheios. Trata-se de um esforço cooperativo em
benefício da aprendizagem e, para a sua realização, o professor deve atuar como
moderador.
d) Estudo de Caso
Este método consiste em se fornecer ao grupo um texto previamente
preparado que contenha a narrativa de um fato, que será exatamente o caso a ser
estudado pelo grupo. Este texto deve conter, em seu interior (nas entrelinhas, é
claro), pontos ou objetivos que se pretenda que os alunos aprendam.
Logo em seguida a narrativa, faz-se uma série de perguntas sobre o texto,
com o objetivo de fazer os alunos raciocinarem sobre o caso, buscando uma
solução. Estas perguntas poderão ser colocadas logo abaixo da narrativa do caso,
como perguntas mesmo; ou sob a forma de questões de múltipla escolha.
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Para a prática do professor em sala de aula mediando o processo de ensino e
aprendizagem Ibaixe (2008) relaciona algumas técnicas na forma de sugestão:
a) Dramatização
Nesta técnica é proposta uma determinada situação que devera ser
teatralizada pelos alunos, envolvendo as possíveis soluções que os “atores”
oferecerão para a situação apresentada. O educador poderá determinar os papéis
que serão representados ou deixar essa escolha para o próprio grupo.
Esta ultima opção desperta mais interesse nos alunos. Será determinado um
tempo para a preparação do grupo antes da apresentação. Após a dramatização, o
grupo e o professor farão um debate sobre a experiência para chegar às conclusões
pertinentes.
b) Prática Didática
O professor solicita aos alunos que preparem um plano de ensino com uma
unidade para ser apresentado em sala de aula. Após a apresentação procede-se à
avaliação dos participantes.
c) Pequenos Grupos com uma só Tarefa ou com Tarefas Diversas
No primeiro modelo todos os grupos são estimulados da mesma forma por
meio da proposta um texto, de uma situação, etc., tendo que alcançar os mesmos
objetivos. Ao final, o professor colhe as informações, verbais ou escritas, e faz
feedback do que foi apresentado. Já no segundo modelo cada grupo recebe e
trabalha com uma informação diferente que, ao final, no momento da sua
apresentação, será agrupada às informações dos demais grupos.
d) Grupos de Integração Horizontal-Vertical
Estratégia também chamada de painel integrado. Os participantes dividem-se
em grupos de cinco ou seis e enumera-se cada pessoa de cada grupo de 1 a 6.
Discutem um tema durante um tempo determinado. Em segundo tempo, todos os
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números “1”, passam a integrar um novo grupo, e assim com os números
subseqüentes. A finalidade dos novos grupos é transmitir a experiência do grupo
anterior e fazer novos grupos chegarem a novas conclusões.
e) Grupos de Verbalização (GV) e Grupos de Observação (GO)
Divide-se os participantes em dois grupos. Um grupo (GV) formará um círculo
central com a função de verbalizar sobre um tema escolhido. O outro grupo (GO)
formará um círculo externo em função de observar o grupo central. A observação
poderá ser dirigida ao conteúdo que está sendo discutido ou ao funcionamento do
grupo de verbalização. O professor, ao final, deverá fazer uma síntese da atuação
dos grupos e dar um fechamento à dinâmica. Essa estratégia se presta a variações,
dependendo da criatividade do docente.
f) Diálogos Sucessivos em Duplas Rotativas
Divide-se o grupo de participantes para que formem dois círculos, um interno
e outro externo, como em GV e GO, porem com as cadeiras colocadas frente a
frente. O professor propõe o tema (pode ser uma palavra, uma pergunta, um
desenho) e determina quantos minutos cada par terá para discussão. Quando o
tempo terminar, os participantes do grupo interno mudam de lugar sentando-se na
cadeira seguinte à direita e voltando a debater o tema com um novo par. O circulo
externo nunca se movimenta. O professor assume a contagem do tempo de cada
fase e conduz o exercício. Deve ter sensibilidade para suspender a técnica antes de
torná-la cansativa.
g) Arquipélago
Estudando previamente um assunto, dividem-se os participantes em grupos e
enumeram-se os membros dos grupos. Todos os números “1” (ou outro qualquer)
trocam de grupo e respondem ao grupo “estranho” as questões dadas na hora pelo
professor e corrigidas pelo grupo adversário.
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h) Círculos de Cartazes
Distribuem-se frases ou slogans para os grupos criarem formas de comunicá-
los por meio de gráficos, desenhos, ilustrações.
i) Gincana
Grupos sorteiam perguntas ou tarefas que passam a responder ou executar,
dentro de um tempo pré-determinado. Há a apresentação diante de uma mesa
julgadora.
j) Grupo de Estudo ou Estudo Dirigido
Feita a apresentação do tema pelo professor, dividem-se os participantes em
grupos, para o estudo do mesmo tema, ou aspectos diferentes sobre ele, seguido de
um conjunto de perguntas aos grupos que deverão dar respostas e conclusões.
k) Júri Simulado
Dramatização em forma de júri sobre qualquer tema ou assunto que
empolgue. Personagens: juiz, advogado de acusação e advogado de defesa.
l) Seminário Interdisciplinar
Essa é um tipo de estratégia que pode ser utilizada entre membros do corpo
docente para o avanço de seus estudos e pesquisas. Caso venha a ser utilizada em
sala de aula, o docente deverá ter experiência anterior para o bom resultado de sua
aplicação. Trata-se de uma técnica que trabalha o grupo como um todo, permitindo a
manifestação individual dos participantes em tempo certo e cronometrado durante o
seminário. Esta técnica exige uma arrumação de cenário especial, isto é, os
participantes terão lugares específicos ao redor de uma grande mesa: à cabeceira,
senta-se o docente/orador/explicitador; nas laterais da mesa, os mesários, sendo os
dois últimos (do lado oposto à cabeceira) um plantonista e um cronometrista; na
cabeceira oposta ao docente, sentarão três participantes, o do centro será o
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coordenador e os dois outros serão os convidados. Essa técnica tem como
objetivos, entre outros: desenvolver temas; apresentar resenhas bibliográficas;
promover intercâmbio interdisciplinar entra áreas do conhecimento; desenvolver a
comunicação oral; aprender a falar em momento preciso e também a escutar;
desenvolver o espírito científico; aumentar o vocabulário; desempenhar as funções
de lideranças de explicitador, ouvinte, plantonista, cronometrista, coordenador,
examinador; desenvolver a participação organizada.
m) Dinâmica de Grupo Triádica
Consiste em dividir os participantes em três grupos. O professor apresenta
um tema e solicita que um dos grupos defenda o assunto; um segundo grupo contra-
ataca o tema; o terceiro grupo defende em parte, apresentando aspectos positivos e
negativos sobre ele. O professor conduz a técnica dando tempos iguais para cada
um dos grupos se manifestarem. Ao término de cada manifestação grupal, o
professor pergunta se algum participante quer mudar de grupo. Ao final, pedem-se
conclusões a cada grupo, respeitando as suas posições. Essa técnica serve para
mostrar a existência no campo social de três subgrupos (oficial, antioficial e
oscilante) que disputam entre si energia de sobrevivência, seja de forma negativa ou
de forma positiva.
Deve estar claro, ao professor, qual objetivo a ser atingido e qual ensino e
aprendizagem se buscam através destas técnicas ou procedimentos, ou seja, ensino
individualizado ou socializado.
Para Menegolla e Sant'Anna (2008) o ensino individualizado se caracteriza de
modo especial, pela ênfase dada ao atendimento das diferenças individuais, isto é,
permite que o aluno avance na aprendizagem, segundo o seu próprio ritmo; facilita,
ainda, o aprofundamento do aluno no estudo daquelas matérias que são mais
significativas para ele e que atenda aos seus interesses particulares.
No ensino socializado a atenção se concentra no grupo, pois a aprendizagem
é efetivada através do trabalho e do estudo grupal e requer uma dinâmica de
cooperação mutua. Favorece a participação ativa, a descentralização dos poderes e
responsabilidades na tomada de decisões. Favorece a aceitação e o
desenvolvimento de sentimentos positivos e a cooperação interpessoal. Promove a
coesão, a conscientização do grupo para o trabalho coletivo, a cooperação entre os
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estudantes propiciando o crescimento e o desenvolvimento social do individuo no
grupo (MENEGOLLA; SANT'ANNA, 2008).
De acordo com Menegolla e Sant'Anna (2008, p. 91):
Para que todos os procedimentos, métodos e técnicas selecionados sejam eficientes, na consecução dos objetivos, devem ser: planejados, tendo como ponto de referência os objetivos; adequados aos conteúdos; ao nível dos alunos; às possibilidades da escola, do professor e dos alunos; relacionados aos demais elementos do plano de ensino; possíveis de serem aplicados na ação concreta na sala de aula.
Para que o processo de ensino e aprendizagem tenha o ciclo concluído faz-se
necessário avaliar este processo.
2.4 AVALIAÇÃO
A avaliação é um momento do ensino de muita importância para o professor e
para a escola, mas é muito mais importante para o aluno. Para o professor não deve
ter, simplesmente, o objetivo de tentar quantificar o conhecimento através de provas
ou testes para atribuir notas ou conceitos, mas deve ser um meio para ajudar o
aluno a conhecer melhor a sua realidade (MENEGOLLA; SANT'ANNA, 2008).
A avaliação é importante para o aluno, porque através dela ele pode conhecer
a sua situação, “pois o verdadeiro significado da avaliação resume-se em capacitar o
educando a se conhecer melhor”, Fleming (1970, apud MENEGOLLA; SANT'ANNA
2008, p. 94).
A avaliação é um pilar importantíssimo no processo, pois denota o que os
alunos aprenderam em lugar de servir somente para obter nota; funciona como
processo de feedback (retroalimentação) com o objetivo de correções e
redirecionamentos imediatos; funciona como processo contínuo e não somente nas
avaliações e trabalhos finais e a avaliação verifica-se sem tensão, possibilitando
mais uma oportunidade de aprendizagem (IBAIXE, 2008).
A figura e a prática do professor no processo de ensino e aprendizagem são
de fundamental importância desde que demonstre coerência entre o discurso e a
ação (teoria e prática); seja seguro; aceite críticas e propostas dos alunos; dialogue
de forma clara gerando relacionamento pessoal e amigo; seja competente na sua
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área de conhecimento e na didática; transmita os conteúdos e informações de forma
clara e objetiva; incentive a busca pelo conhecimento e tenha paixão pelo ato de
ensinar (IBAIXE, 2008).
Essa paixão pelo ato de ensinar é referendada pelo mestre Freire (1996, p.
59) na sua obra Pedagogia da Autonomia ao afirmar que “ensinar exige respeito à
autonomia do ser educando”.
Segundo Ibaixe (2008) o educador é responsável pela construção e
aperfeiçoamento de todas as áreas do conhecimento e, conseqüentemente, o
facilitador para que os educandos alcancem formação na profissão desejada.
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3 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O PROFESSOR: APROFUNDANDO O
CONHECIMENTO E DISCUTINDO EXPERIÊNCIAS SOBRE METODOLOGIA
PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
A atividade docente necessita de criatividade no dia-a-dia para despertar o
interesse do aluno no entendimento, envolvimento, construção e disseminação do
conhecimento produzido e acumulado.
Em todos os níveis de ensino há disponibilidade de material didático no que
concerne a metodologia de ensino, ou seja, ao ensino fundamental, médio
(educação básica) e superior. No entanto, para o Ensino Médio Profissional há uma
escassez de informações e referencial bibliográfico sobre metodologia de ensino,
com a finalidade de criar um universo, de conteúdos diversos, proporcionando ao
aluno da educação profissional formação integral.
Dessa forma que tal você colaborar acrescentando textos, bibliografias, sites
e legislação assim como relatos de experiências em sala de aula na utilização de
metodologias inovadoras e estimuladoras da aprendizagem? A sua contribuição
enriquecerá de forma substancial a prática docente e, por conseguinte a
aprendizagem dos nossos alunos. Você está convidado a escrever esta página da
educação profissional, para tanto utilize o site Dia a Dia da Educação da Secretaria
de Estado de Educação do Estado do Paraná, através do diretório GTR.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação por si só é um assunto interessante, instigante e desafiador.
Quando se volta o olhar a historia da educação brasileira nota-se uma teoria e
prática excludentes, pois observa-se na elaboração das políticas públicas de
educação uma divisão clara entre a formação cientifica e a formação profissional.
Esta prática reforça que as pessoas são classificadas e conseqüentemente
tratadas de formas diferentes ferindo o preceito constitucional de que todos somos
iguais perante a lei.
No entanto o Estado do Paraná mediante o quadro crítico que se encontrava
a oferta da educação profissional, ocasionado pelas políticas excludentes, a
Secretaria de Estado da Educação (SEED), criou o Departamento de Educação
Profissional (DEP), que assumiu a retomada da educação profissional, mesmo
sabendo do grande desafio que tinha de enfrentar. No Paraná, a educação
profissional é parte integrante do Plano de Governo e do projeto de educação, que
tem como princípios a educação como direito de todos os cidadãos, a
universalização do ensino, a escola pública gratuita e de qualidade, o combate ao
analfabetismo, o apoio à diversidade cultural, a organização coletiva do trabalho
escolar.
Mesmo com a integração da educação científica e profissional num mesmo
currículo percebe-se que, ainda, mantém-se certa distância entre uma educação e
outra, pois na elaboração da matriz curricular as disciplinas de formação geral estão
distanciadas das de formação profissional, não só na estrutura documental, mas
muito mais na prática docente, pois se encontram dificuldades em programar os
conteúdos para a sala de aula devido à falta de estrutura física, laboratorial,
biblioteca e bibliografia, formação do docente e encaminhamentos metodológicos
capazes de unificar o conhecimento necessário para a formação de homens
desenvolvidos multilateralmente, que articulem à sua capacidade produtiva as
capacidades de pensar, de estudar, de dirigir ou exercer o controle social sobre os
dirigentes: “a escola de cultura geral deveria propor a tarefa de inserir os jovens na
atividade social, depois de tê-los levado a certo grau de maturidade e capacidade, à
criação intelectual e prática e a certa autonomia na orientação e na iniciativa”
(GRAMSCI, 1968, s.p).
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No estudo realizado relatou-se diversos métodos e técnicas que o professor
pode adotar no processo de ensino/aprendizagem, desta forma, cabe às unidades
escolares que ofertam a educação profissional, em conjunto com a SEED, discutir
estes métodos e técnicas visando proporcionar aos educandos um processo
educacional que possibilite uma formação de qualidade e afinada com os princípios
da formação integral.
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5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
AYRES, Antônio Tadeu. Prática pedagógica competente: ampliando os saberes do professor. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
BRASIL/MEC. Decreto Nº. 2,208 de 17 de abril de 1997, Brasília, 175º da Independência e 108º da República.
BRASIL/MEC. Decreto Nº. 5.154, de 23 de julho de 2004, Brasília, 183º da Independência e 116º da República.
DUTRA, Claudio E. G. Guia de referência da LDB/96 com atualizações. 2 ed. São Paulo: Avercamp, 2007.
FERRETTI, Celso J. Trabalho formação e currículo: para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999.
FLEMING, Robert S. (Org.) Currículo moderno: um planejamento dinâmico das mais avançadas técnicas de ensino. Rio de Janeiro: Lidador, 1970.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. 8 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização da Cultura, 1968.
IBAIXE, Carmensita S. B. Preparando aulas: manual prático para professores. São Paulo: Madras, 2008.
KÜENZER, Acácia Zeneida (org.). Ensino médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2004.
MANFREDI, Silvia Maria. Educação profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? como planejar? 16 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005.
PARANÁ/DEP/SE/SEED-PR. Fundamentos políticos pedagógicos da educação profissional do Paraná. Curitiba: SEED-PR, 2005.
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