UNIDADE DIDÁTICA A CONTEXTUALIZAÇÃO DE NOVAS … · cognitiva. À medida que a escolarização...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO SECRETARIA DE ESTADO E EDUCAÇÃO – SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE MARCIA REGINA MARCON UNIDADE DIDÁTICA A CONTEXTUALIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM CITOLOGIA (CÉLULAS-TRONCO) NO ENSINO DA BIOLOGIA GUARAPUAVA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

SECRETARIA DE ESTADO E EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARCIA REGINA MARCON

UNIDADE DIDÁTICA

A CONTEXTUALIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM CITOLOGIA (CÉLULAS-TRONCO) NO ENSINO DA BIOLOGIA

GUARAPUAVA

2008

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

SECRETARIA DE ESTADO E EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARCIA REGINA MARCON

UNIDADE DIDÁTICA

A CONTEXTUALIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM CITOLOGIA (CÉLULAS-TRONCO) NO ENSINO DA BIOLOGIA

Unidade Didática para a

Implementação do Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola,

Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE).

Professor Orientador: Carlos

Eduardo Bittencourt Stange.

GUARAPUAVA

20082

IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Marcia Regina Marcon

Área PDE: Biologia

Núcleo Regional de Educação de Laranjeiras do Sul - Pr

Professor Orientador IES: Prof. Carlos Eduardo Bittencourt Stange

Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO

Escola de Implementação: Colégio Estadual Padre Sigismundo – Ensino

Fundamental, Médio e Profissional

Público Objeto da Intervenção: Alunos de 1ª Série de Ensino Médio

3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...........................................................7

3. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS .............................................................9

3.1CÉLULAS-TRONCO .......................................................................9

3.2O QUE SÃO CÉLULAS-TRONCO?..................................................14

3.3SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO .........................................18

3.4SISTEMAREPRODUTOR FEMININO ..............................................20

3.4.1 Ciclo Ovariano ...................................................................22

3.5GAMETOGÊNESE ........................................................................24

3.5.1 A Espermatogênese ................... ......................................27

3.5.2 A Ovogênese ..................................................................28

3.6EMBRIOLOGIA HUMANA .............................................................30

3.6.1 Historia da Embriologia .....................................................38

4. PARA SA BER MAIS ..........................................................................40

4.1 LATIN – PORTUGUES – BIOLOGIA ...............................................40

4.2 O IMPÉRIO ROMANO ..................................................................41

4.3SUGESTÕES DE FILMES E SITES .................................................44

4.3.1 Filmes ................................................................................44

4.3.2 Sites ..................................................................................45

4.4O QUE É A LEI DE BIOSSEGURANÇA? .........................................46

4.5APOPTOSE .................................................................................47

4.6SUGESTÃO DE TEXTO PARA DISCUSSÃO EM SALA .....................48

5. METODOLOGIA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE

INTERVENÇÃO NA ESCOLA ..............................................................50

5.1DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES ......................................50

5.2APLICAÇÃO DO MATERIAL ........................................................ 51

5.3 OBJETIVOS DAS QUESTÕES DO PRÉ-TESTE ...............................52

5.4INTRODUÇÃO DOS CONTEÚDOS EM SALA DE AULA ...................57

5.5SINTESE DO VÍDEO APRENSENTADO AOS ALUNOS ....................59

5.6DIAGRAMA ADI DA ATIVIDADE COM VÍDEO ...............................61

5.6.1 Mapa Conceitual do Diagrama ADI ...................................61

4

5.6.2 Texto do Mapa Conceitual do Diagrama ADI ....................62

5.7CONTEÚDOS PARA CONTEXTUALIZAR ......................................64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................66

7. DOCUMENTOS CONSULTADOS ON-LINE .........................................67

5

1. INTRODUÇÃO

A Biologia representa uma das áreas onde as pesquisas e

tecnologias utilizadas são marcadas por inúmeras descobertas e avanços

que buscam, de alguma forma, melhorar ou manter a qualidade da vida

humana. Os saberes desenvolvidos nesta área são considerados “saberes

científicos” e aparentemente se mantém distantes da sociedade. Estes

saberes chegam aos alunos do Ensino Fundamental principalmente pelos

meios de comunicação e são, muitas vezes, de difícil compreensão.

Caberia então à escola ser o agente responsável pela aproximação entre o

mundo científico e o cotidiano do aluno, uma vez que a escola é, a

princípio, a primeira responsável pelos contatos iniciais do aluno com o

conhecimento científico e seus significados.

A proposta deste material didático-pedagógico é promover uma

aproximação entre os saberes do mundo científico, os conceitos

contemporâneos e relacioná-los aos saberes cotidianos através dos

conteúdos que compõem o currículo escolar, conferindo-lhes significado.

Busca-se assim, através de um tema contemporâneo e que desperta

a curiosidade e interesse das pessoas, no caso células-tronco, promover a

contextualização do ensino da Biologia, possibilitando ao aluno

compreender o que a ciência discute e o significado da ciência no

cotidiano. Esta aquisição de conceitos é embasada principalmente na

teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel (1968, 1978, 1980).

Este material didático-pedagógico apresenta também a

fundamentação teórica dos conteúdos do currículo escolar do Ensino

Médio necessários ao entendimento do que sejam as células-tronco e suas

implicações, quando se tratam de pesquisas que envolvem estas células.

Implicações científicas quanto éticas, religiosas ou legais.

6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A teoria da aprendizagem significativa de Ausubel (1968, 1978,

1980) se concentra na aprendizagem formal. A base desta teoria está na

idéia de que “uma nova informação se relaciona de maneira substantiva

(não literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura

cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 2006, p. 14) ou seja, que novos

conhecimentos são adquiridos pela interação dos conhecimentos que o

aprendiz já possui. Desta forma, o conhecimento prévio é enriquecido,

diferenciado, pela incorporação de novos significados (MOREIRA, 2003,

vol. 5, p. 45).

Ausubel (MOREIRA, 2006, p. 19) defende que os conceitos são

essenciais para a compreensão de novos conhecimentos e resolução de

problemas. O aprendizado está condicionado a variação e disponibilidade

de conceitos presentes na estrutura cognitiva do aprendiz. Ainda segundo

Ausubel (MOREIRA, 2003, vol. 5, p. 46), os conceitos consistem em

atributos de critérios abstratos que são comuns a uma categoria e objetos,

eventos ou fenômenos. Assim considera-se que os conceitos são idéias

categóricas ou idéias genéticas representadas por símbolos.

A aprendizagem de conceitos para Ausubel (MOREIRA, 2003, vol. 5,

p. 47), dentro da teoria da aprendizagem significativa, ocorre

essencialmente de duas formas, sendo a primeira a formação de

conceitos, que ocorre nos primeiros anos escolares, enquanto que nos

últimos anos da escola primária ocorre a assimilação de conceitos.

A formação de conceitos na idade pré-escolar e primeiros anos

escolares ocorre orientada por hipóteses, exemplificações sobre

determinados conceitos aos quais se deseja que a criança aprenda. Esta

então associa estes atributos a outros presentes em sua estrutura

cognitiva. À medida que a escolarização progride, a criança passa a

utilizar apoios concretos e empíricos. E, nos anos de ensino secundário, o

aluno passa a trabalhar diretamente com atributos presentes em sua

7

estrutura cognitiva, o que Ausubel chamou de “subsunçores” (AUSUBEL,

1983, p. 86, apud MOREIRA, 2003, vol. 5, p. 47).

De acordo com Moreira (2006, p. 15), o “‘subsunçor’ é um conceito,

uma idéia, uma proposição, já existente na estrutura cognitiva, capaz de

servir de ‘ancoradouro’ a uma nova informação de modo que esta adquira,

assim, significado para o indivíduo”.

A assimilação de conceitos é característica de crianças maiores,

adolescentes e também de adultos. Estes são capazes de aprender novos

significados pela apresentação de atributos, critérios e conceitos e então

relacionar estes atributos aos seus conhecimentos presentes em sua

estrutura cognitiva.

Assim, a assimilação dos conceitos se caracteriza por um processo

ativo de relação, diferenciação e integração dos novos conceitos com os

conceitos que o aprendiz já apresentava (MOREIRA, 2003, vol.5, p. 48).

A aprendizagem significativa por assimilação de conceitos é,

portanto, a interação entre significados já adquiridos e aqueles que ainda

serão adquiridos.

Quando as “novas informações são aprendidas praticamente sem

interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva”

(MORREIRA, 2006, p.16) diz-se que a aprendizagem é mecânica. Neste

caso, as novas informações são armazenadas de maneira contrária a

aprendizagem significativa, isto é “de maneira arbitrária e literal”, não

havendo relação, interação e integração das novas informações com

aqueles que o aprendiz possui em sua estrutura cognitiva. Pode-se citar

como exemplo de aprendizagem mecânica o ato de decorar fórmulas ou

conceitos, como que ocorre em épocas de provas. Não permitindo a

“aprendizagem de relação entre os conceitos” (MOREIRA, 2006, p. 17).

3. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

8

3.1 CÉLULAS-TRONCO

O texto a seguir sobre células-tronco não pode ser considerado

como conclusivos, pois é uma síntese a partir de explicações e

comentários apresentados em três fontes eletrônicas de material didático,

sendo que destes apenas um possui viés acadêmico.

O objetivo principal deste texto é aguçar a curiosidade dos alunos

em relação ao tema. Após a discussão deste, serão trabalhados os

conteúdos curriculares referentes à série.

O embrião, em seus primeiros dias de desenvolvimento, é formado

por células-tronco embrionárias. Estas células apresentam uma

característica que as distinguem das demais células tronco-embrionárias,

elas são células totipotentes, pois cada uma delas pode originar um novo

ser completo. À medida que estas células se dividem figuras embrionárias

vão surgindo, e estas são constituídas por células-tronco embrionárias

pluripotentes. As células pluripotentes são capazes de formar outras

células, tecidos e órgãos do corpo humano.

O potencial das células-tronco embrionárias é praticamente ilimitado

no que tange a sua capacidade de formar novas células pelo processo de

diferenciação celular. Este potencial pode também ser chamado de

plasticidade. As células da pele, dos ossos, dos músculos, cartilagens que

formam o corpo não são mais células-tronco, mas sim células que

apresentam funções específicas, são células diferenciadas.

A importância das pesquisas relacionadas ás células-tronco reside

justamente nesta potencialidade – plasticidade – de originar outras

células.

As células diferenciadas ao se dividirem formam apenas células de

seu próprio tipo, enquanto as células-tronco replicam-se para originar

outras células-tronco, auto-regeneração ou para formarem qualquer outro

tipo de célula. De modo simplificado, as células-tronco podem ser

comparadas a blocos de construção do corpo.

9

Existem dois tipos de células-tronco: as células-tronco embrionárias

e as células-tronco adultas.

Células-tronco embrionárias: são encontradas no embrião, que

corresponde à primeira fase do desenvolvimento humano. Entre a

3ª e 5ª semanas do desenvolvimento, as células-tronco

embrionárias passam por divisões e transformações, é neste

período que tem início a formação dos tecidos e órgãos que

formarão o feto.

Células-embrionárias adultas: estão presentes em vários órgãos

como medula óssea, coração, pulmões. Estas são responsáveis

pela regeneração de células danificadas por doenças, lesões ou

pelo desgaste natural que as células possuem. Inicialmente as

células-tronco adultas são muito limitadas quanto à capacidade

de formar outros grupos de células. Porém pesquisas mais

recentes indicam que estas células apresentam potencial para

originar outros tipos de células. A esta capacidade dá-se o nome

de transdiferenciação.

As pesquisas com células-tronco não são recentes. No começo da

década de 1980, as primeiras células-tronco embrionárias foram extraídas

de ratos em laboratório e em 1998, as primeiras células embrionárias

humanas foram reproduzidas em laboratório. A fonte de células-tronco

humanas utilizadas para pesquisas são os embriões “produzidos” em

laboratório ou fornecidos pelas clínicas de fertilização (de acordo com a

Lei de Biossegurança, Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005). Podem ser

utilizados os embriões considerados inviáveis, os que estiverem a mais de

três anos congelados e os doadores dos óvulos e espermatozóides que

não terem interesse em ter outros filhos. São embriões excedentes. Pode-

se também produzir embriões através do processo de clonagem, chamada

clonagem terapêutica.

Qualquer tipo de pesquisa que envolve embriões humanos gera

controvérsia, pois se está trabalhando com células que poderiam formar

futuros seres humanos. O embrião humano utilizado nas pesquisas de

10

células-tronco embrionárias não passa de um pequeno grupo formado de

células, que possuem entre 3 a 5 dias de desenvolvimento, o blastocisto.

A região interna do blastocisto é formada por uma massa de células, o

embrioblasto, de onde se retiram as células-tronco embrionárias. As

células removidas são “cultivadas” no laboratório em uma solução rica em

nutrientes, que permite sua divisão em outras iguais, é a auto-renovação.

Em algum tempo é possível ter em laboratório milhões de células iguais.

Estas células não sofrem diferenciação, são as células linha, que podem

até ser congeladas.

As pesquisas com células-tronco adultas atualmente são limitadas,

por serem de difícil extração e cultivo em laboratório.

Apesar do grande interesse e do avanço das pesquisas, as células-

tronco embrionárias não estão sendo utilizadas para o tratamento de

doenças. O que falta aos pesquisadores é saber como se dá o controle da

atividade destas células, ou seja, como controlar a divisão celular e os

processos de diferenciação. Os cientistas ainda não sabem como fazer as

células-tronco embrionárias originarem as células ou tecidos necessários

para o tratamento de cada tipo de doença específica.

No organismo, as células-tronco são controladas pela ação dos

genes, que determinam como e quando estas células devem “funcionar”,

e de substâncias químicas liberadas por outras células ou pelo contato

com células vizinhas.

Considerando a importância da ação dos genes sobre a atividade

das células-tronco, terapias usando estas células estão condicionadas a

descoberta de como estes genes podem ser ativados ou desativados para

que ocorra a formação das células desejadas.

Ao se utilizar células-tronco embrionárias há risco de ocorrer rejeição

das células implantadas pela reação do sistema imunológico que as

considera agentes estranhos ao organismo.

Atualmente pesquisam-se duas importantes aplicações médicas das

células-tronco embrionárias. A princípio as células-tronco embrionárias

podem ser utilizadas nas pesquisas ou para testes de novos

medicamentos. É possível aplicar um medicamento novo em células-

11

tronco embrionárias e se obter resultados mais rápidos e mais seguros

que outros testes clínicos.

Entretanto, as maiores expectativas quanto ao uso das células-

tronco embrionárias estão voltadas ao tratamento de doenças, através da

reposição de células ou tecidos danificados. É a chamada terapia celular.

Este tratamento é baseado na aplicação de células-tronco embrionárias na

corrente sangüínea, nos tecidos ou órgãos lesados. Estas células teriam a

função de regenerar as células que estivessem mortas ou inativas.

Entre as doenças com grande possibilidade de tratamento com

células-tronco embrionárias podem ser destacadas as seguintes:

- Distrofia muscular

- Doença de Parkinson

- Doenças cardíacas

- Lesões na medula espinhal

- Mal de Alzheimer

- Perda de visão

- Queimaduras

Se aparentemente a pesquisa de células-tronco embrionárias para o

tratamento de doenças parece viável, por que então tanta controvérsia ao

se discutir este tema? As discussões giram em torno de outra pergunta:

“quando começa a vida?”

Como já citado anteriormente, as células-tronco embrionárias são

retiradas de embriões que são destruídos durante o processo. Este

embrião pode apresentar apenas quatro células, mas para muitas

correntes religiosas, que acreditam que a vida surge no momento da

fecundação, a destruição do embrião equivale a retirar a vida de uma

pessoa.

Há também quem discuta a possibilidade de se criar embriões em

laboratório através da técnica de clonagem. Estes embriões seriam

utilizados apenas como fornecedores de células-tronco embrionárias.

Porém, há uma série de questões éticas que envolvem a clonagem

humana.

12

As pesquisas com células-tronco adultas já estão sendo realizadas

em pacientes que apresentam problemas cardíacos, esclerose múltipla e

diabete. O Brasil realiza atualmente uma das maiores pesquisas com

células-tronco adultas com pacientes cardíacos. A leucemia é uma doença

que tem sido tratada com bastante sucesso usando células-tronco adultas.

Estas células podem ser extraídas da medula óssea de doadores

compatíveis e, então, transplantadas para o paciente com leucemia. A

medula óssea produz glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas.

Atualmente são poucos os países que permitem ou incentivam

pesquisas envolvendo células-tronco humanas. No Brasil, a Lei de

Biossegurança, Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, estabelece as

normas e as formas de fiscalização de qualquer atividade que envolva

organismo geneticamente modificado e seus derivados. O texto abrange

também a produção de alimentos transgênicos, engenharia genética, a

pesquisa com células-tronco embrionárias.

Em 29 de maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal aprovou a

utilização de embriões humanos para a pesquisa de células-tronco

embrionárias. Assim o Brasil passou a ser o primeiro pais da América

Latina a liberar esta categoria de pesquisa. Até então as pesquisas com

células-tronco embrionárias no Brasil somente eram permitidas com

embriões importados.

O artigo 5º da Lei de Biossegurança permite a utilização de embriões

humanos em pesquisas desde que estes tenham sido obtidos pelo método

da fertilização in vitro e que estejam congelados a mais de três anos.

Embriões classificados como inviáveis por exemplo, com possibilidade de

gerar um bebê com má formação e sem possibilidade de serem

implantados no útero, também estão livres para uso em pesquisas. Nas

clínicas de fertilização, desde que os “pais” autorizem, os embriões são

descartados após quatro anos de congelamento.

A proposta dos pesquisadores é utilizar nas pesquisas os embriões

que não serão implantados e de qualquer forma seriam descartados pelas

clínicas de fertilização.

13

No Brasil, toda pesquisa que envolva célula-tronco embrionária

humana está sujeita a liberação e fiscalização dos comitês de ética, que

tem o poder de impedir o procedimento de pesquisas que sejam

consideradas anti-éticas.

Quanto a posição de outros países em relação ao desenvolvimento

de pesquisa com células-tronco embrionárias, há os que proíbem

veemente, como a Itália, onde a Igreja Católica tem grande influência nas

decisões governamentais; outros liberam, porém, com grandes restrições,

como os Estados Unidos. Enquanto outros são mais liberais, como Japão,

Cingapura, China, África do Sul, Rússia, Holanda, Grécia, Austrália, Israel,

Reino Unido, Finlândia,

3.2 O QUE SÃO AS CÉLULAS-TRONCO ?

Para começar a pensar em responder perguntas e questões

relacionadas às células-tronco, é necessário antes de tudo, saber o que

são célula-tronco.

O termo “tronco” dá-se por analogia ao desenvolvimento de uma

árvore, pois, em senso comum, pensa-se que a partir do “tronco” que se

têm todas as demais estruturas deste ser vivo – sua raiz, galhos, flores,

folhas e frutos.

A partir da primeira mitose, divisão do zigoto em dois blastômeros,

até a formação da figura embrionária de blástula, todas as células do

embrião podem ser compreendidas como “células-tronco”, pois é a partir

desta fase de desenvolvimento embrionário que se tem início ao

desenvolvimento de formação cito-histo-organoformadora. Esclarece-se,

contudo, que células-tronco são aquelas que, a partir da blástula se

mantém em condições de desenvolvimento – diferenciação e

especialização celular – em qualquer outra célula do organismo à

pertença.

14

As células-tronco, portanto, a partir da blástula, são as células

responsáveis por formar todas as demais células que constituem o

organismo (MELLO, 1989, p. 216). E, como elas se originam? Para

entender como estas células se formam é necessário partir do momento

da fecundação, lembrando-se que, para poder compreender fecundação,

faz-se necessário retomar os processos de gametogênese.

A fecundação é parte do processo pelo qual se dá a união de duas

células especiais, os gametas. O gameta de origem feminina, o óvulo, está

entre as maiores células de um organismo, ao passo que, o

espermatozóide, o gameta de origem masculina, está entre as menores

células.

O óvulo é uma célula imóvel, de formato esférico ou ovóide, com

cerca de 100 m (1 m = 0,001 mm) de diâmetro, contém a informaçãoμ μ

genética materna (DNA) e é “equipada” para originar um novo indivíduo,

quando ativada a partir dos processos seqüências de fecundação e

fertilização. O espermatozóide, na maioria das espécies, tem grande

mobilidade, o que confere maior eficiência à fertilização. Quanto à forma,

pode-se dizer que o espermatozóide apresenta três regiões bem distintas:

a cauda (flagelo) que impulsiona o espermatozóide em direção ao óvulo, o

colo em sua porção intermediária entre o flagelo e a “cabeça”, onde

figuram as organelas e o pró-núcleo do gameta com o material genético

paterno. Há também na cabeça do espermatozóide a vesícula acrossomal

que contém enzimas hidrolíticas, que são importantes no momento da

fecundação, pois auxiliam a romper a membrana do óvulo para permitir a

entrada do espermatozóide (ALBERTS, 1997, p. 1026).

Estas células diferem das demais células corporais em vários

aspectos, como a forma, função e também quanto ao número de

cromossomos presentes no núcleo. Os organismos multicelulares

apresentam dois tipos distintos de células quanto ao número de

cromossomos presentes no núcleo. No caso específico do ser humano, as

células normais podem apresentar 46 ou 23 cromossomos. As células

somáticas ou corporais e as células germinativas (ovogônias e

espermatogônias) são células consideradas diplóides por conterem 46

15

cromossomos. Enquanto os gametas, que possuem

a metade do número de cromossomos de uma célula diplóide, são

designados como células haplóides, com 23 cromossomos.

Mas de que maneira é possível formar um organismo com bilhões de

células a partir de uma única célula?

Após ocorrer a fecundação (penetração do espermatozóide no

ovócito II) e fertilização (a fusão dos núcleos do óvulo e do

espermatozóide) forma-se zigoto, também denominado célula-ovo, que

inicia uma série sucessiva divisões celulares mitóticas denominadas

clivagem. Estas divisões provocam um aumento rápido no número de

células (MELLO, 1989, p. 214).

As primeiras oito células formadas a partir do zigoto não são

diferenciadas, cada uma delas tem a capacidade de formar um individuo

completo, são as células totipotentes. Isso pode explicar a formação de

gêmeos idênticos. Na fase entre oito e dezesseis células, estas células

sofrem diferenciação com divisão em dois grupos distintos: um grupo de

células mais externas formará a placenta e os anexos embrionários

enquanto as células internas originarão o embrião. Com o crescimento do

embrião tem-se a formação do blastocisto. É nesta etapa que ocorre a

implantação do embrião na parede uterina. As células que revestem o

blastocisto internamente são consideradas células-tronco embrionárias

pluripotentes, por serem capazes de formar os vários tipos de tecidos que

formam o corpo (MAYANA ZATZ, 2004, Scielo).

Há dois tipos de células tronco, as células tronco embrionária (CTE),

que são originadas do blastocisto do embrião e as células tronco adultas

(CTA) como as células hematopoéticas, oriundas da medula óssea e do

sangue do cordão umbilical.

Porém, quais células podem ser utilizadas para o tratamento de

doenças e quais doenças podem ser tratadas? Quais são os tratamentos

que apresentam resultados comprovados e quais estão em fase de

pesquisa?

16

Atualmente é grande o debate quanto à utilização das células-tronco

para fins terapêuticos, isto para o tratamento de certas doenças. Onde as

células-tronco podem ser encontradas?

As pessoas, após o nascimento, ainda possuem células tronco em

diferentes tipos de tecidos, como no sangue, medula óssea. Estas

podem ser utilizadas em alguns tipos de tratamentos, como

revelam pesquisas que utilizaram este tipo de células em certos

tipos de doenças cardíacas com sucesso.

O sangue do cordão umbilical e placenta contêm uma quantidade

muito grande de células-tronco, porém ainda não está muito clara

a capacidade de diferenciação destas células e,

conseqüentemente, qual a capacidade de formar novas células.

Pesquisas e experimentos recentes demonstraram que as células-

tronco do cordão umbilical são mais eficientes no tratamento da

leucemia que as da medula óssea. Por esse motivo defende-se a

criação de bancos de cordão umbilical.

As células-tronco embrionárias são consideradas as que possuem

maior capacidade ou potencialidade para substituir as células

adultas que morrem e que não possuem a capacidade de divisão.

Um dos grandes obstáculos na utilização destas células reside

juntamente na fonte, ou seja, os embriões (PRANKE, artigo,2004,

Ciência e Cultura, SBPC).

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

a) Pesquise m livros, revistas e sites especializados como se manifestam,

a evolução e os sintomas das principais doenças degenerativas e as

perspectivas de tratamento com o uso de células-tronco embrionárias ou

adultas.

17

b) Procure diferenciar as seguintes células: células-tronco adultas e

células-tronco embrionárias totipotentes e pluripotentes quanto funções

de localização.

c) A Lei de Biossegurança trata das normas e regras que possibilitam o

uso de células-tronco embrionárias em pesquisas. Quando estas células

podem ser utilizadas, quais são os requisitos necessários para o uso de

embriões humanos nesta modalidade de pesquisa?

d) Procure ler a Lei de Biossegurança e conhecer quais são os artigos que

a compõem e do que tratam.

3.4 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

Texto produzido a partir de conceitos apresentados no site

http://www.joinville.udesc .br /sbs/professores/arlindo/materiais/Apostila_his

tologia_bio_2.pdf acesso em 08/10/08 e Mello (1989).

O sistema reprodutor masculino é constituído por pênis, testículos,

epidídimo, canal deferente e as glândulas anexas.

O pênis é formado por tecidos elásticos, o que permitem a ereção

do órgão. É composto pelos corpos cavernosos e esponjosos, estes são

ricos em vasos sangüíneos. Durante a excitação sexual, estímulos

nervosos provocam a dilatação das artérias, acumulando sangue nestes

tecidos e levando a compressão das veias, e, conseqüentemente impede o

retorno do sangue. Desta forma o pênis aumenta de volume, tornado-se

enrijecido, o que a caracteriza a ereção.

Os testículos são glândulas com função mista, isto é, produz

espermatozóides e também o hormônio sexual masculino, a testosterona.

Os testículos estão alojados em uma estrutura formada por tecido

muscular liso e tecido epitelial, o escroto, portanto, fora da cavidade

abdominal e esta localização é importante, pois mantém os testículos a

18

uma temperatura inferior à temperatura corporal. O testículo é formado

por tecido conjuntivo com grande quantidade de fibras colágenas do tipo

albugínea. Na região posterior do testículo, onde a albugínea se apresenta

mais espessa, os testículos são divididos em lóbulos testiculares e, nestes

lóbulos situam-se os túbulos seminíferos (MELLO, 1989, p. 01).

No epidídimo são secretados hormônios, enzimas e alguns

nutrientes que são importantes no processo de maturação dos

espermatozóides que ali ficam alojados após saírem dos túbulos

seminíferos. Esse período pode variar de 18 horas a 10 dias (MELLO, 1989,

p. 4).

O canal deferente armazena os espermatozóides e sua porção

anterior, a ampola do canal deferente sofre um estreitamente e une-se ao

canal da vesícula seminal, formando o canal ejaculado.

As glândulas anexas representam um grupo de glândulas com

funções variadas (MELLO, 1989, p. 03 e 04).

Vesículas seminais secretam substâncias responsáveis pela

nutrição dos espermatozóides, além da prostaglandina, que

parece estar relacionada ao aumento das contrações inversas do

útero e tubas uterinas, auxiliando assim o movimento dos

espermatozóides em direção aos ovários, além de interagir com o

muco cervical alterando seu pH.

A Glândula prostática tem papel importante na fecundação ao

produzir um líquido que tem a capacidade de alterar o pH tanto

do canal deferente quanto das secreções vaginas que são ácidas

(pH 3,5 a 4,0). O pH ideal para manter uma boa motilidade do

espermatozóide está em torno de 6,0 a 6,5. (GUYTON, 1977,p.

947).

19

Glândulas bulbo-uretrais (no início da uretra) e glândulas de Litré

(ao longo da uretra) secretam um muco importante na

lubrificação do pênis.

FONTE: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/2ciencias/ 6mascu.jpg Acesso 08/10/08

3.5 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Texto produzido a partir de conceitos apresentados no site

http://www.joinville .udesc.br /sbs/professores/arlindo/materiais/Apostila_his

tologia_bio_2.pdf Acesso em 08/10/08 e Mello (1989).

O sistema reprodutor feminino é constituído por ovários, tubas

uterinas, útero e vagina e vulva e está associado à produção de ovócitos,

hormônios e possibilita o desenvolvimento do embrião em seu interior.

Vagina: este órgão localizada entre a vulva e o colo uterino

apresentando-se na forma de um canal com cerca de 10 cm de

20

comprimento por 3 cm de diâmetro. A vagina é o órgão copulador

feminino, ao mesmo tempo serve para passagem do bebê em

caso de parto normal e também eliminação dos líquidos

menstruais.

Vulva: É a parte externa e visível da genitália feminina, formada

pelo monte de Vênus, grandes e pequenos lábios, as glândulas

vulvovaginais, denominadas de glândulas de Bartholin, com a

função de produzirem secreções lubrificantes, o clitóris, e hímen.

Útero: Pode ser considerado o órgão mais volumoso do aparelho

reprodutor feminino, está localizado na linha mediana da bacia,

atrás da bexiga urinária. É formado basicamente por três

camadas de tecidos: perimétrio – constituí a serosa que faz o

revestimento do útero externamente; endométrio - é a mucosa

que forra o útero internamente, esta sofre a ação dos hormônios

durante ciclo ovulatório; miométrio - camada que se encontra

entre o perimétrio e o endométrio, portanto é a porção

intermediária. É formada por músculos lisos, importantes no

momento do parto. É no útero que ocorre a maior parte do

desenvolvimento embrionário.

Tubas uterinas: Correspondem a dois condutos, com cerca de 10

cm de comprimento, que podem fazer a ligação dos ovários com

o útero, sendo muito importante para encaminhar o ovócito

fecundado em direção ao útero através dos movimentos das

fímbrias.

Os ovários: Os ovários, as glândulas sexuais femininas são

consideradas mistas, pois produzem ovócitos e hormônios

(estrógeno e progesterona). Apresentam a forma arredondada,

medindo cerca de 4 cm de diâmetro por 1,5 de espessura. Pode

ser divididos em duas regiões, uma medular, que apresenta

tecido conjuntivo e uma grande quantidade de vasos sangüíneos

e, outra, a região cortical, onde predominam os folículos

ovarianos contendo os ovócitos (MELLO, 1989, p. 05).

21

FONTE: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/2ciencias/ 6femini.jpg. Acesso 08/10/08

3. 5.1 CICLO OVARIANO

Com a chegada da puberdade, o corpo mulher passa por uma série

de modificações e, muitas destas estão associadas à preparação para uma

possível gravidez. Estes processos envolvem o aparelho reprodutor

feminino e glândulas como o hipotálamo e hipófise.

O hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofina

(GnRH), este age na glândula hipófise, controlando a secreção dos

hormônios folículo estimulantes (FSH) e luteinizante (LH)

(MOORE/PERSAUD, 1995, p. 19).

Na infância, os folículos primários se mantém praticamente

inalterados, porém com a chegada da puberdade e secreção de FSH pela

hipófise, todo ovário e os folículos no seu interior retomam o crescimento

(GUYTON, 1977, p. 959).

22

Pode-se considerar que o desenvolvimento do folículo ovariano é

marcado pelo crescimento e diferenciação do ovócito primário, a

proliferação das células foliculares, a formação da zona pelúcida e a

formação da teca folicular, que ocorre a partir do estroma ovariano. As

células foliculares dividem-se ativamente e estas células depositam-se em

torno no folículo ovariano. Em seu interior, ao lado do ovócito, forma-se

uma cavidade repleta de líquido, o antro. Então o folículo recebe o nome

de folículo secundário. Este folículo materno crescimento até tornar-se um

folículo maduro ou folículo de Graaf.

O início do desenvolvimento dos folículos é marcado pela ação do

FSH, porém para completar sua maturação faz-se necessária a ação do LH.

À medida que os folículos se desenvolvem passam a produzir o hormônio

estrógeno (MOORE/ PERSAUD, 1995, p. 19) .

O ciclo ovariano da mulher apresenta uma duração média de 28

dias, e, em torno do 14º dia deste ciclo, o folículo ovariano tem um

crescimento rápido, este é provocado pela ação dos hormônios FHS e LH.

Neste período ocorre um aumento repentino na produção de LH,

provocado pela alta quantidade de estrógeno no sangue. A elevação nos

níveis de LH induz à ovulação, que é a expulsão do ovócito secundário do

folículo ovariano. O ovócito secundário é envolto pela zona pelúcida e

camadas de células que constituem a corona radiata (MOORE/PERSAUD,

1995, p. 22).

Após a ovulação, as células restantes, parede do folículo e teca

folicular, sofrem a ação do LH, processo chamado luteinização, e

transformam-se no corpo lúteo. Este então passa a secretar o hormônio

progesterona e em menor quantidade o hormônio estrógeno. Estes

hormônios, em especial a progesterona, agem nas glândulas do

endométrio preparando-o para a implantação do blastocisto. O corpo lúteo

passa a ser chamado de corpo lúteo gravídico se ocorrer fertilização do

ovócito, e se mantém graças ao hormônio gonadotrofina coriônica humana

liberada pelo sinciociotrofoblasto do cório, que contém grande quantidade

de LH.

23

O corpo lúteo gravídico é funcionalmente ativo nas primeiras 20

semanas de gestação, a partir de então, a placenta passa a produzir os

hormônios estrógeno e progesterona, que mantém a gravidez. Caso não

ocorra a fertilização do ovócito, o corpo lúteo inicia um processo de

involução, perdendo sua capacidade secretora, aproximadamente de 12

dias após a ovulação. Torna-se então o corpo lúteo menstrual e

posteriormente o corpo albicans (MOORE/PERSAUD, 1995, p. 24).

Os hormônios estrógeno e principalmente a progesterona provocam

alterações no endométrio, como o aumento de células deciduais, que são

importantes na nutrição do embrião primitivo. A progesterona age

também diminuindo as contrações uterinas, diminuindo as possibilidades

de expulsão do óvulo recém implantado (GUYTON, 1977, p. 964, 974).

Com a redução das taxas de estrógeno e progesterona, ocorre a

menstruação, cerca de dois dias antes do final do ciclo ovariano. A

menstruação é caracterizada pela eliminação de sangue, camadas

superficiais do endométrio e vasos sangüíneos.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE:

As pílulas anticoncepcionais constituem um dos métodos para se evitar a

gravidez. Procure ler pelo menos três tipos diferentes de bulas e

relacionar seu modo de ação com o ciclo ovariano.

3.6 GAMETOGÊNESE

A gametogênese é o processo em que ocorre a produção do ovócito

(o óvulo em desenvolvimento) e do espermatozóide, que são os gametas

24

ou as células responsáveis pela reprodução de muitas espécies animais,

inclusive o ser humano. Estas células iniciam sua formação a partir de

células diplóides, as células germinativas primordiais e, ao passarem pela

divisão celular do tipo meiose, originam outras células e estas, por sua

vez, são haplóides. Esta redução no número de cromossomos é

importante para manter constante o número de cromossomos dentro de

uma espécie (MELLO ,1989, p. 01).

Os óvulos são células haplóides, de origem feminina, esféricas,

imóveis e possuem a capacidade de serem ativadas e originarem um

individuo completo. A ativação do óvulo na maioria dos animais dá-se pela

fertilização efetivada pelo espermatozóide (BRUCE ALTERTS, 1997, p.

1021). Entretanto, há casos que esta ativação pode ser realizada

artificialmente por agentes físico-químicos e, em alguns grupos de

animais, o óvulo é capaz de desenvolver-se na ausência do

espermatozóide, caracterizando a partenogênese. A partenogênese é um

processo que pode ocorrer normalmente em algumas espécies, como em

abelhas. Entretanto, em seres humanos nenhum caso de partenogênese

foi observado (MOORE e PERSAUD, 1994, p. 31). Óvulos são células que

apresentam estruturas análogas às demais células do corpo, como a

membrana celular, o citoplasma, contendo as organelas citoplasmáticas e

o núcleo haplóide. Sobre a membrana plasmática do óvulo apresenta um

envoltório que constitui a zona pelúcida, que além de oferecer proteção

mecânica ao óvulo, também pode atuar como barreira para impedir a

fecundação do óvulo por espermatozóide de espécie diferente. Os óvulos

são células especializadas, pois sua única função é participar do processo

de fecundação, em geral, juntamente com o espermatozóide. No ser

humano, o óvulo é considerado uma célula grande em relação às demais

células corporais e mede cerca de 100 nm.

Os espermatozóides são células haplóides, móveis, graças à

presença de um flagelo,não possuem revestimento extra, somente a

membrana plasmática. Apresentam poucas organelas citoplasmáticas,

porém uma quantidade expressiva de mitocôndrias na região

25

intermediária, o colo. Morfologicamente e fisiologicamente, o

espermatozóide apresenta três regiões distintas:

Cabeça: porção anterior, contém o núcleo haplóide, a vesícula

acrossomal (acrossoma) contendo enzimas hidrolíticas. Estas

enzimas têm papel importante na passagem do espermatozóide

através invólucro do óvulo.

Colo ou peça intermediária, onde estão localizadas as

mitocôndrias, que fornecem energia para os movimentos do

flagelo.

Cauda ou flagelo, promove o movimento do espermatozóide em

direção ao óvulo, utilizando-se da energia liberada pelas

mitocôndrias situadas no colo.

O processo da gametogênese pode ser dividido em três fases

distintas, que são: meiose, crescimento e diferenciação.

A gametogênese ocorre no homem, na forma de espermatogênese e

na mulher na forma de ovulogênese. Estes dois processos possuem as

mesmas etapas de formação, porém apresentam duração diferente.

Entretanto, ambos podem ser explicados concomitantemente (MOORE e

PERSAUD, 1995, p. 13).

PRIMEIRA FASE – MEIOSE

A meiose, do grego meios, diminuição (ALBERTS, 1997, p. 1014) é a

divisão celular presente apenas nas células que originam os gametas, ou

seja, as células germinativas. A meiose pode ser apresentada em duas

etapas distintas, sendo a primeira uma divisão onde as células

apresentam uma redução no seu número de cromossomos, daí ser

considerada reducional, pois cada célula diplóide origina duas células

haplóides. Na prófase, os cromossomos homólogos se apresentam aos

pares, pareados, e são separados durante a anáfase. Entretanto, os

26

cromossomos sexuais, X e Y, não são homólogos, porém sofrem

pareamento apenas em partes dos braços. Como resultado desta divisão

forma-se dois espermatócitos secundários (haplóides), a partir do

espermatócito primário (diplóide) e dois ovócitos secundários (haplóides) a

partir do ovócito primário (diplóide). Entretanto, estas células apresentam

os cromossomos constituídos por dois filamentos de DNA, ou seja, são

constituídos por duas cromátides (MOORE e PERSAUD, 1995, p. 13).

Na segunda divisão da meiose, os dois espermatócitos secundários e

os dois ovócitos secundários, células haplóides e contendo cromossomos

com duas cromátides cada, passarão por uma nova divisão, resultando na

formação de células também haplóides, porém seus cromossomos agora

apresentam apenas uma cromátide.

De acordo com Moore e Persaud (1995, p. 14) é possível enumerar

uma série de fatores que evidenciam a importância da meiose na

gametogênese, como:

mantém constante o número de cromossomos geração após

geração, pois a fecundação e fertilização ocorrem entre células

haplóides;

propicia uma “seleção ao acaso” de cromossomos de origem

paterna e materna entre os gametas;

permite a recombinação do material genético através do

crossing-over.

3.6.1 A espermatogênse

Texto desenvolvido a partir de Moore & Persaud (1995 p. 13 e 17).

A espermatogênese compreende a seqüência de etapas pelas quais

as espermatogônias passam até sua transformação em espermatozóide.

As espermatogônias são formadas nos túbulos seminíferos dos

testículos durante o período fetal e somente passam a ter atividade, como

por exemplo, aumento do número, a partir da puberdade. Nos túbulos

27

seminíferos, estas células passam por mitoses sucessivas, após então,

crescem, passam por mudanças e tornam-se espermatócitos primários

(células diplóides). Estas células também sofrem divisão celular, meiose

reducional e formam os espermatócitos secundários (haplóides). Cada

espermatócito secundário passa por outra divisão meiótica, formando

duas espermátides. As espermátides não sofrem divisão celular para se

tornarem espermatozóides, porém sofrem um processo de diferenciação

celular que dura cerca de dois meses, a espermiogênese (MOORE e

PERSAUD 1995, p. 14). Os espermatozóides recém formados necessitam

ser alojados no epidídimo até sua completa maturação.

3.6.2 A ovogênese

Texto desenvolvido a partir de Moore & Persaud (1995 p. 17 e 18).

A ovogênese compreende as fases de transformação das ovogônias

em óvulos maduros. É um processo que tem início no período fetal. Neste

período, ocorre a proliferação das ovogônias, de maneira semelhante a

das espermatogônias, ou seja, por divisão mitótica. Antes do nascimento,

as ovogônias formam os ovócitos primários. Estes são envolvidos por

células do estroma ovariano e em conjunto constituem os folículos

primordiais.

Ao chegar à puberdade feminina as células foliculares que envolvem

o ovócito, antes achatadas, sofrem modificações e formam um folículo

primário. O ovócito primário circundado por material amorfo, a zona

pelúcida.

Os ovócitos primários possuem um comportamento de divisão

distinto dos espermatócitos primários. A primeira divisão dos ovócitos

primários ocorre no período fetal e então pode parar por vários anos na

prófase (dictióteno) e reiniciar na puberdade. Supõe-se que certas células

28

foliculares produzam substâncias que inibam a maturação dos ovócitos

durante este período (SCOTT e HODGEN, 1990 in MOORE e PERSAUD,

1995, p. 17).

Todos os ovócitos que a mulher terá ao longo de sua vida são

formados antes do nascimento. Com a chegada da puberdade, ocorre, em

média a cada mês, a maturação de um folículo, com crescimento do

ovócito primário em seu interior. Este completa sua divisão mitótica,

formado duas células de tamanhos desiguais devido a diferentes

quantidades de vitelo de cada uma. A pequena célula, não-funcional, com

o mínimo de vitelo é primeiro corpúsculo polar, esta sofre degeneração,

enquanto maior com praticamente todo vitelo é o ovócito secundário

(haplóide). No processo da ovulação, o ovócito secundário passa a sofrer a

segunda etapa da meiose, que ocorre até a metáfase, e esta somente irá

se completar se o ovócito secundário for fecundado, originando duas

células de tamanhos, o segundo corpúsculo polar, uma célula pequena,

não-funcional, que degenerará, e a célula maior, o ovócito maduro

também ou óvulo.

Ao se comparar espermatozóides e ovócitos secundários várias

características são distintas entre os dois tipos de células, entre elas a

mobilidade presente apenas no espermatozóide, a zona pelúcida e corona

radiata, camadas de células envolvendo apenas o ovócito secundário,

além de possuir uma quantidade significativa de vitelo, material de

reserva nutritiva, importante no desenvolvimento inicial do embrião. Estas

células também podem ser distintas em relação aos cromossomos

sexuais. Os espermatozóide podem ter 23 X ou 23 Y, ao passo que os

ovócitos são somente 23 X. Aqui estão sendo consideradas apenas as

células normais.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

29

a) Relacione as principais semelhanças e diferenças que podem ser

descritas durante o processo de formação do óvulo e do espermatozóide.

b) Quais seriam as conseqüências se os processos da gametogênese

sofressem apenas divisão por mitose? Considere o número de

cromossomos.

3.7 EMBRIOLOGIA HUMANA

A embriologia (SOARES, 2005, p. 131) pode ser explicada com sendo

a parte da Biologia que estuda as etapas e os mecanismos da formação do

embrião, desde a fecundação, as fases de segmentação do zigoto até o

nascimento do ser.

A fecundação ocorre na região distal da tuba uterina, onde as

fímbrias captam o ovócito, que se encontra em metáfase II. Este ovócito é

revestido pela zona pelúcida e pelas células da corona radiata. O

espermatozóide somente conseguirá fertilizar o ovócito se atravessar as

camadas de células que o envolvem, para tanto participam a enzimas

hialuronidase e a acrosina que são armazenadas no acrossomo. É provável

que o movimento da cauda do espermatozóide auxiliasse a penetração.

Uma vez que o espermatozóide atravessa a zona pelúcida, ocorre uma

reação zonal que determina sua impermeavelidade aos demais

espermatozóides, provavelmente pelas alterações físico-quimicas

provocadas pela liberação de grânulos contidos no Complexo de Golgi do

ovócito secundário, que apresentam enzimas lisossomiais, determinantes

da reação zonal. A penetração de apenas um espermatozóide no óvulo é

a monospermia (MELLO, 1989, p. 213).

No momento que o espermatozóide entra em contato com o ovócito

secundário, suas membranas plasmáticas se fundem, neste ponto haverá

rompimento e a cabeça do espermatozóide penetra no citoplasma do

ovócito. Neste momento o ovócito secundário completa sua segunda

divisão da meiose. Forma-se então o óvulo maduro e o segundo

30

corpúsculo polar, não-fértil. O núcleo do óvulo é o pronúcleo feminino, a

cauda do espermatozóide degenera e a cabeça forma o pronúcleo

masculino. Este pronúcleos juntam-se, formando então uma célula com os

cromossomos maternos e paternos, portanto diplóide, havendo também a

definição do sexo. Após, esta célula passa por uma série de divisões

(clivagem). Toda esta etapa ocorre na tuba uterina, e, o ovo é

“empurrado” pelas fímbrias que realizam batimentos constantes, até o

útero, onde irá se implantar, agora na fase de blástula (MELLO, 1989, p.

214).

Aproximadamente 30 horas após a fecundação, ocorre a primeira

divisão de segmentação da célula-ovo, formando dois blastômeros com

tamanhos desiguais. O blastômero menor tem uma divisão mais rápida,

formado então 3 células, é o estágio tricelular, mas em média 50 horas

após a fecundação serão 4 blastômeros.

Cerca de três dias após a fertilização, o zigoto possui 12 a 16

blastômeros e é então chamado de mórula. As células internas da mórula,

a massa celular interna ou embrioblasto, que formarão o embrião, estão

circundadas por uma camada de células achatadas que forma a massa

celular externa, ou trofoblasto, responsável pela nutrição e proteção. O

trofoblasto também está relacionado à formação dos anexos embrionários.

Por volta do 4º dia a mórula atinge o útero e recebe líquidos

uterinos, fazendo com que surjam espaços cheios de líquidos. As células

localizadas na parte central da mórula migram para periferia, deixando

uma cavidade repleta de fluídos, a blastocele, o que caracteriza o estágio

da blástula e a estrutura formada, o blastocisto. Aproximadamente no 6º

dia, o blastocisto prende-se ao endométrio, enquanto o trofoblasto inicia

um processo de proliferação e diferencia-se em duas camadas, o

citrofoblasto interno e o sinciciotrofoblasto externo ou sincício. Este está

diretamente relacionado com a implantação do blastocisto. Neste período

de implantação do blastocisto, o embrioblasto sofre uma diferenciação,

formando duas camadas diferentes de células, que representam dois

folhetos embrionários: endoderme e ectoderme, em torno do 7º dia

(MELLO, 1989, p. 214).

31

À medida que a implantação do blastocisto evolui, surge entre o

embrioblasto e trofoblasto uma cavidade, que, posteriormente formará a

cavidade amniótica. Paralelamente, o embrioblasto passa por alterações

morfológicas, formando uma estrutura com aspecto de disco achatado, o

disco germinativo. Na 2º semana de desenvolvimento, poucas

modificações ocorrem com o disco germinativo, porém outras estruturas

vão se formando, como o saco vitelínico primitivo, celoma extra-

embrionário, as vilosidades primárias, que posteriormente formam as

vilosidades coriônicas.

Em torno do 13º dia, inicia-se a gastrulação, que é caracterizado

pelo movimento de células que formarão o terceiro folheto embrionário, o

mesoderma (MELLO, 1989, p. 221).

Nos próximos dois dias, há uma ativa migração de células entre

ectoderme e endoderme para formar o processo notocordal. Nesta etapa

de desenvolvimento também forma-se o tubo neural e do alantóide.

Os três folhetos embrionários, endoderme, ectoderme e mesoderme

são responsáveis pela organogênese, ou seja, a formação dos órgãos. Este

ocorre por movimentos celulares e processos de diferenciação.

A seguir, a relação dos folhetos embrionários e exemplos de alguns

tecidos e órgãos que estes podem formar, de acordo com Mello (1989, p.

232):

Ectoderme: constitui o folheto dorsal do disco germinativo e reveste

a cavidade amniótica internamente e origina:

sistema nervoso central;

hipófise;

cristalino;

esmalte dos dentes;

epitélio da pele e seus derivados: pêlos e unhas;

epitélio do canal retroanal e vias urogenitais;

epitélio da boca, glândulas bucais e epitélio das cavidades nasais;

porções epiteliais das glândulas sebáceas, sudoríparas e

mamárias.

32

Endoderme: reveste o alantóide e saco vitelínico e origina:

epitélio do tubo digestivo, exceto as porções bucais e anais;

epitélio da tuba auditiva e ouvido médio;

epitélio da bexiga, da vagina e da uretra masculina e feminina e

das glândulas derivadas deste epitélio.

Mesoderma – é o ultimo folheto a se formar e origina:

células do tecido conjuntivo propriamente dito;

células das cartilagens e dos ossos;

micróglia;

músculos lisos da musculatura visceral;

endotélio dos vasos sanguíneos e linfáticos;

miocárdio;

formações linfóides e baço;

elementos figurados do sangue;

bainhas conjuntivas dos músculos, ligamentos e tendões;

determinados corpúsculos nervosos.

A medida que o embrião se desenvolve, outro grupo de estruturas

que tem origem materno e embrionária também está em formação.

Tratam-se dos anexos embrionários, que em geral não fazem parte da

constituição do embrião, porém contribuem para sua formação. E são:

Cório: Tem origem no trofoblasto, e juntamente com parte do

epitélio endometrial irá constituir a placenta. Portanto, pode ser

considerada como parte a embrionária da placenta.

Âmnio: Tem a forma de um saco membranoso, repleto de líquido

amniótico que envolve o feto e, posteriormente o embrião. O

líquido amniótico pode ser sintetizado inicialmente por células

amnióticas, porém a maior parte provém do soro materno. O feto

contribui com líquido amniótico através de excretas, como a

urina. É possível detectar anomalias cromossômicas, como a

trissomia do cromossomo 21, a síndrome de Down, no feto

33

através da análise do líquido amniótico, pelo processo da

amnioncentese, uma vez que este líquido contém células fetais.

O líquido amniótico tem por função:

proteger o embrião contra choques mecânicos;

agir como barreira contra infecções;

ajudar a controlar a temperatura corporal do embrião;

permitir a livre movimentação do feto, ajudando no

desenvolvimento muscular;

impedir a aderência do feto ao âmnio;

permitir o crescimento externo simétrico do embrião

(MELLO,1989, p. 237-238).

Saco vitelínico: Na maioria dos animais o saco vitelínico está

relacionado ao armazenamento de substâncias nutritivas. No caso dos

mamíferos placentários, como o ser humano, esta estrutura é pouco

desenvolvida, pois a nutrição dá-se justamente através da placenta.

Porém outras funções são desempenhadas pelo saco vitelínico, como:

transferir nutrientes para o embrião nas primeiras semanas de

desenvolvimento;

formar os elementos do sangue entre a 5ª e 6ª semana de

desenvolvimento (MELLO, 1989, p. 238-239).

Alantóide: Apresenta a forma de um saco alongado, que no embrião

humano pára de crescer no segundo mês de desenvolvimento, quando

começa a regredir, até desaparecer. Suas funções no desenvolvimento

humano são:

formar elementos figurados do sangue da 3ª a 5ª semana;

participar, através de seus vasos sanguíneos da formação de

veias e artérias do cordão umbilical; (MELLO,1989, p. 239-240).

Placenta: A placenta pode ser considerada como um sistema de

transferência entre a mãe e o feto, sendo formada em parte por tecido

34

fetal (cório) e materno (endométrio uterino). Até o quarto mês de

gestação a placenta estará totalmente formada, porém seu crescimento

persiste até o final da gravidez, com forma discóide, chega a pesar

aproximadamente 600 gramas. A placenta é lisa em sua face fetal, onde

se insere o cordão umbilical, enquanto a face materna é irregular pela

presença dos septos deciduais.

O sangue do embrião circula em áreas intra e extra-embrionária

como sangue venoso e é então transportado aos capilares dos septos

deciduais, mergulhados no sangue materno, porém, o sangue materno e o

embrionário não se misturam devido a barreira placentária entre ambas

as circulações. Além da função de nutrição do embrião, a placenta produz

hormônios, que são os protéicos (gonadotrofina e somatotrofina

coriônicas) e os esteróides (estrógeno e progesterona).

A gonadotrofina coriônica mantém o corpo lúteo ativo, permitindo a

manutenção do endométrio até que a placenta inicie a produção de

estrógeno e progesterona. É a gonadotrofina coriônica que constitui a

base de alguns testes de gravidez. A gonadotrofina atinge sua

concentração máxima por volta da 8ª semana, quando começa a diminuir

gradativamente.

A produção de somatotrofina coriônica atinge seu nível máximo por

volta da 38ª semana, a partir de então se mantém constante. A variação

na quantidade de somatotrofina pode indicar alteração na função da

placenta.

A progesterona produzida pela placenta é importante para manter o

endométrio uterino desenvolvido e assim manter a gravidez, e sua

concentração aumenta gradativamente. Quanto ao estrogênio placentário,

provavelmente está ligado ao aumento da sensibilidade do endométrio à

oxitocina, que é um hormônio hipofisário que está ligado às contrações

uterinas, importantes durante o parto (MELLO, 1989, p. 240-245).

Cordão umbilical: É a estrutura responsável pela comunicação entre

o corpo materno e o feto através da placenta.

Segundo Wolpert (2000, p 09) o desenvolvimento do embrião é

marcado por uma série de transformações e eventos, que em geral

35

culminam na formação de um ser completo morfofisiologicamente.

Entretanto, a formação do embrião não se dá de forma simples, e podem-

se citar cinco processos que resumem este desenvolvimento.

Divisão celular: inicialmente é marcada pelo aumento do número

de células, contudo sem o aumento de sua massa celular, é a

clivagem. Neste período as células replicam o DNA, sofrem

divisão, sem fase de crescimento. Todas as células as células

formadas possuem a uma cópia do genoma (WOLPERT, 2000, p.

10-11-12).

Formação de padrão: define quais estruturas serão formadas por

determinados grupos de células. Estabelece um padrão espacial e

temporal de atividade celular no embrião. A formação de padrão

envolve o destino de grupos de células que formam as camadas

germinativas, ectoderme, mesoderme e endoderme. Camadas

estas responsáveis por formar as diferentes estruturas do corpo.

Mudança de forma ou morfogênese: os embriões apresentam

alterações na sua forma tridimensional, entre elas a gastrulação,

onde há formação do intestino e dos planos principais do corpo. A

morfogênese envolve a migração de células ou grupos celulares

na formação de diferentes estruturas.

Diferenciação celular: as células passam apresentar estruturas e

funções diferenciadas umas das outras, formando tipos distintos,

como as células da pele, dos ossos ou do sangue. É um processo

gradual que envolve divisões celulares. As células diferenciadas

desenvolvem funções específicas, ou seja, especializadas

Crescimento: refere-se ao aumento do tamanho do embrião. No

início do desenvolvimento o embrião apresenta um pequeno

crescimento. Porém, quando o crescimento em maior escala dá-

se por multiplicação celular, aumento no tamanho das células e

também a deposição de materiais extracelulares, como no caso

dos ossos. (WOLPERT, 2000, p. 13).

36

Entre os processos que levam a formação do ser há que se destacar

a diferenciação celular, que é responsável pelo estabelecimento das

diferenças entre as células (DE ROBERTIS, 1993, p. 279). Pode-se dizer

também que a diferenciação celular é a variação da atividade gênica entre

as células de um mesmo organismo (DE ROBERTIS, 2001, p. 371). Pela

diferenciação as células passam apresentar características e funções

diferentes entre si, originando diferentes grupos celulares (WOLPERT,

2000, p. 11).

As células “expressam” sua especialização através dos tipos de

proteínas que sintetizam, por exemplo, a hemoglobina dos eritrócitos, os

anticorpos dos linfócitos. As diferentes proteínas são manifestações de

diferentes genes. Independente de sua especialização, todas as células do

corpo possuem um conjunto de genes idênticos, que são os mesmos que

formavam o zigoto.

As células também possuem genes que não se expressam de forma

exclusiva, ou seja, apresentam sua atividade em praticamente todas as

células do corpo. São chamados genes de manutenção (DE ROBERTIS,

2001, p. 371), estes codificam a produção de proteínas, enzimas, e

componentes que são essenciais para formação de componentes

estruturais ou ligados ao “funcionamento” de qualquer tipo de célula

(WOLPERT, 2000, p. 15).

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

a) A placenta é um dos anexos embrionários encontrado nos mamíferos,

onde desempenha uma série de funções importantes na manutenção e

desenvolvimento do embrião. Entretanto, no segundo trimestre da

gravidez, alguns problemas podem ocorrer com a placenta, como por

exemplo, placenta prévia, deslocamento da placenta e retenção da

placenta no parto. Pesquise e identifique quais seriam as consequencias

para a mãe para o feto se problemas ocorrrem.

37

b) Amniocentese é um exame realizado para checar a saúde do bebê

durante a gravidez. O bebê se desenvolve dentro do útero envolto e

protegido pelo líquido amniótico. Uma análise deste líquido pode

identificar diferentes tipos de problemas de desenvolvimento. Responda:

Em quais situações este exame pode ser indicado?

Quais problemas podem ser identificados?

Por que é possível identificar problemas genéticos através deste

líquido?

Há algum risco para o bebê durante o exame?

3.7.1 História da embriologia

De acordo com Moore & Persaud (1995) a origem e o

desenvolvimento humano são aspecto que sempre despertaram a

curiosidade humana. O homem antigo procurava responder estas

questões com base nos conhecimentos que dispunha na época. Assim

surgiam explicações que aparentemente nos parecem infundadas, mas

foram a partir destas que a ciência evoluiu.

Talvez o escrito mais antigo que se tenha de embriologia tenha sido

datado de 1416 a.C e escrito em sânscrito (língua clássica da Índia e do

hinduísmo), onde descreve que o embrião se forma da “conjugação do

sangue com o sêmen”. Entre os gregos, destacam-se vários estudiosos,

entre ele o médico Hipócrates, século 5 a.C., considerado o Pai da

Medicina. Hipócrates formula experimentos, usando ovos para descrever o

desenvolvimento embrionário. No século quanto a.C. Aristóteles,

considerado o Fundador da Embriologia, elaborou um tratado de

embriologia descrevendo o desenvolvimento embrionário de várias

espécies. Segundo Aristóteles, o embrião se desenvolve a partir de uma

massa amorfa, que teria sua origem do sangue menstrual e do sêmen. No

38

século dois d.C. Galeano escreve um livro sobre o desenvolvimento e

nutrição do feto.

Pouca informação tem-se de estudos realizados na Idade Média a

respeito de embriologia. Porém o Corão (século 7 d.C), considerado o livro

sagrado dos muçulmanos, traz descrições coerentes da fecundação e do

desenvolvimento embrionário.

Leonardo da Vinci (século quinze) desenhou de forma bastante

precisa úteros dessecados contendo embriões. Em 1651, foi publicado por

Harvey, o livro De generatione animalium, que contribui muito nos estudos

de embriologia. Harvey estudou vários tipos de embriões de espécies

diferentes, porém afirmou que “os embriões eram secretados pelo útero”.

Utilizando microscópio óptico simples de Graaf, em 1672, estudou

útero de coelhas, descreveu estruturas que hoje são reconhecidas por

blastocistos e os folículos ovarianos.

Em 1677 Hamm e Leeuwenhoek, observaram o espermatozóide

humano através de microscópio, porém desconheciam seu papel na

fecundação. Imaginaram que o espermatozóide continha um ser humano

pré-formado que se desenvolveria no corpo da mulher. Contrariando esta

idéia, Spallanzani, 1775, afirma que óvulo e espermatozóide são

igualmente importantes a formação do novo indivíduo.

Von Baer, em 1827, fez grande contribuição à embriologia ao

estudar e descrever o ovócito no folículo ovariano de cadela, além de

observar zigotos desde a fase de divisão. Estas descobertas foram muito

importantes para o desenvolvimento de outros estudos, como a teoria

celular, formulada por Schleiden e Schwann em 1839. A teoria celular

afirma que todos os seres vivos são constituídos por células e produtos

celulares. A partir desta afirmação contribuiu para o entendimento de que

o zigoto sofre várias divisões, dando origem ao embrião, seus tecidos e

órgãos.

No final do século dezenove dois nomes foram destaque no estudo

da embriologia, Wilhelm His (1831-1904) ao desenvolver técnicas que

permitissem a fixação de tecidos e produzir imagens de embriões e

39

Franklin P. Mall (1862-1917), que iniciou uma coleção de embriões

humanos.

Hans Spemann (1969-1941), ganhou o Prêmio Nobel por seus

estudos para explicar a forma pela qual um tecido pode determinar o

destino de outro tecido.

Nos últimos anos a reprodução teve avanços importantes,

principalmente após 1978, com o nascimento do primeiro bebê

desenvolvido a partir da fertilização in vitro, que ficou conhecido como

“bebê de proveta”. Hoje existem várias técnicas e procedimentos que

inovaram a reprodução e que constituem a chamada “reprodução

assistida”.

Os avanços que os estudos da reprodução e embriologia

apresentam hoje podem ser considerados como a somatória de todas as

pequenas descobertas realizadas ao longo da história, desde Hipócrates,

Aristóteles e demais pesquisadores até os grandes renomes da

embriologia atualmente.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE:

A história da Biologia assim como as demais ciências fez-se ao longo dos

tempos e esteve sujeita aos costumes, leis, crenças e até mesmo

preconceitos relevantes em cada época. Relacione quais teriam sido os

principais obstáculos para os avanços na área da Biologia.

4. PARA SABER MAIS

4.1 LATIM - PORTUGUES – BIOLOGIA

40

“Como você deve saber, o português é originário do latim, uma língua morta, que, todavia teve enorme importância na história, por ter sido falada por um dos povos mais poderosos da Antiguidade: os romanos. Partido da região do Lácio, na Itália, onde fica Roma, fundada em 753 a.C., os romanos, ao longo de seis séculos, ampliaram seu império, impondo sua cultura e civilização a grande parte da Europa.Os povos conquistados pelos romanos, em épocas diferentes, possuíam suas próprias línguas, e o latim, a eles imposto como língua oficial, passava a funcionar como uma outra camada lingüística superposta à primeira. Acontece que esse latim não era mais o latim clássico, escrito e falado pelas elites romanas, mas o latim vulgar, uma língua dinâmica, já em transformação, falada por soldados e pessoas de diversos lugares. Assim, estas camadas se interpenetravam, misturavam-se, a ponto de tanto o latim vulgar como a língua local gradativamente sofrerem modificações profundas no seu vocabulário, na sua estrutura e fonética.Esse processo de recíproca influência e transformação criou o romanço (do latim romanice, que significa “falar ao modo dos romanos”), uma espécie de fase de transição da qual surgiram em diferentes regiões, as quais, por sua vez, deram origem às chamadas línguas neolatinas ou românicas: o italiano, francês, espanhol, romeno e português”.(Texto extraído do livro “Português Palavra e Arte” Tânia Pellegrini e Marina Ferreira, 1996, p.70,71.

4.2 O IMPÉRIO ROMANO

Fotos: Ancient Art and Architecture Picture Library

41

As origens do ImpérioDuas figuras dominaram o fim do regime republicano e o início do Império: Julio César e Augusto. Julio César foi um político e general brilhante que usou os problemas de Roma ao seu benefício. Primeiro, ele formou uma aliança de governo com os cônsules Pompeu e Crasso, chamada de O Primeiro Triunvirato. Depois, após a morte de Crasso, ele declarou a guerra a Pompeu no senado para ganhar o controle total de Roma. Seu erro foi se proclamar ditador – uma decisão que o levou a ser assassinado.Esse fato levantou mais 14 anos de guerra civil entre o herdeiro de César, Augusto e Marco Antonio, o segundo no poder. Ao vencer Antonio em Actium, em 31 a.C., Augusto conquistou o poder de Roma. Brilhantemente, Augusto não se proclamou ditador como Julio César, mas foi através da formação do Principado que ele conquistou o poder vitalício, fazendo o senado pensar que tinha algum poder de mando. O Império havia sido criado.Fonte: Discovery Channel http://www.discoverybrasil.com/guia_roma/b politica/index.shtml Acesso em 16/09/2008

Pode-se considerar que a maior parte das palavras que fazem parte

do vocabulário da língua portuguesa tenha sua origem no latim. Ainda, o

grego, o hebraico e o árabe participaram efetivamente na formação do

português de Portugal.

Porém, ao longo da história, vários povos interagiram, por diferentes

motivos, entre os principais estão as guerras, as invasões, o

mercantilismo, os regimes escravocratas, entre outros, na formação da

língua portuguesa. Assim, além das influências já citadas na formação do

português, deve ser destacada ainda a influência de palavras estrangeiras

como as de origem espanhola, italiana, francesa e inglesa.

No Brasil, a língua sofreu uma grande influência das palavras

indígenas, principalmente o tupi e também dos dialetos africanos, trazidos

pelos escravos negros, vindos da África.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

42

a) Identifique palavras de origem árabe, espanhola, tupi, grega e inglesa

que fazem parte no vocabulário que usado diariamente.

Portanto, podemos dizer que cada palavra tem uma origem, isto

uma etimologia. A própria palavra ETIMOLOGIA pode ser explicada quanto

sua origem e significado: tem sua origem no latim e trata da origem e

formação das palavras.

Em Biologia, grande parte dos termos utilizados para classificar,

nomear seres, órgãos, processos e fenômenos muitas vezes parecem soar

estranho se comparado ao vocabulário usual da maioria da pessoas. A que

se deve isso? É em parte porque a maioria dos termos utilizados tem

origem do grego e do latim pela importância que estas duas civilizações

tiveram para ao mundo ocidental. E, ao conhecer a etimologia da palavra,

os radicais que a formam fica muito mais fácil compreender seu

significado e o conceito em questão.

GREGO - GR

FORMA SIGNIFICADO EXEMPLOA (gr.)

Kepha (gr.)

Privação, negação

CabeçaAcéfalo=sem cabeça

Autós (gr.)

Trophé (gr.)

Si próprio

AlimentoAutorófico

Embryon (gr)

Logos (gr)

Embrião

EstudoEmbriologia

Haîma (gr)

Lysis (gr)

Sangue

Dissolução,

destruição

Hemólise

Hépar , hepatos

(gr.)

Ite (sufixo)

Fígado

InflamaçãoHepatite

Hétero (gr.) Outro, diferente Heterotrófico

43

LATIM - LAT

Cellula, dim.de

cella(lat)

Pequeno

compartimentoCélula

Digitus (lat)

Ado (sufixo)

Dedo

Que tem a forma deDigital

Evolutione(lat) Ação de desenrolar EvoluçãoExtra (lat) Do lado de fora ExtracelularFouetus (lat) O que vai nascer FetoLetale (lat) Que produz a morte MortalMamma (lat)

Ferre (lat)

Mama

TrazerMamíferos

FONTE: Dicionário Etimológico e Circunstanciado de Biologia, Jose Luiz Soares, Editora Scipione, 1ª ed , 5ª impressão, 2005)

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

a) Destaque seis termos que utilizados em conceitos na disciplina de

Biologia e verifique a etimologia destes.

4.3 SUGESTÕES DE FILMES E SITES

4.3.1 Filmes

A Odisséia

TÍTULO DO FILME: A ODISSÉIA (The Odyssey, EUA 1997)

DIREÇÃO: Andrei Konchalovsky

ELENCO: Isabella Rosselini, Armand Assante, Eric Roberts, Greta Scacchi,

Geraldine Chaplin, Christopher Lee, Irene Papas. 150 min, Alpha Filmes.

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=212 Acesso

em 13/10/0844

Gladiador

TÍTULO DO FILME: GLADIADOR (Gladiator, EUA, 2000)

DIREÇÃO: Ridley Scott,

ELENCO: Russel Crowe, Joaquin Phoenix, Richard Harris, Connie Nielsen,

Oliver Reed, Derek Jacobi, Ralph Moeller, Spencer Treat Clark; 154 min.

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=153 Acesso

em 13/10/08

Spartacus

TÍTULO DO FILME: Spartacus (Spartacus, EUA, 1960)

DIREÇÃO: Stanley Kubrick

GÊNERO: Épico

ELENCO: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Petrer Ustinov, Jean Simmons,

Charles Laughton,John Gavin, Nina Foch ,John Ireland, Herbert Lom, John

Dall,Charles Graw,Joanna Barnes;

http://www.interfilmes.com/filme_14515_Spartacus-(Spartacus).html

Acesso em 13/10/08

4.3.2 Sites

Mitologia Grega – Mitos e Lendas dos Deuses da Grécia Antiga

http://www.guiageo-grecia.com/mitologia.htm Acesso em 16/09/08

Arte na Grécia

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=43 Acesso

em 01/12/08

A influência da cultura helenística na civilização ocidental

http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u6.jhtm Acesso em 01/12/0845

História de Roma Antiga e o Império Romano

http://www.suapesquisa.com/imperioromano Acesso em 01/12/08

História de Roma

http://www.suapesquisa.com/imperioromano Acesso em 01/12/08

4.4 O QUE É A LEI DA BIOSSEGURANÇA

A Lei da Biossegurança LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005, é

a lei que regulamenta as atividades que possam envolver organismos

geneticamente modificados (OGM), independente de sua origem e seus

possíveis derivados. No Capitulo I, artigo primeiro lê-se:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.

Esta lei trata e também regulamentar os possíveis usos de células-

tronco embrionárias humanas para fins de pesquisa e terapia (Art. 5º).

Segundo a lei, somente podem ser utilizadas células retiradas de embriões

que tenham sido produzidos através de fertilização in vitro e não

utilizadas. Entretanto, para que estes embriões possam ser utilizados em

pesquisas, devem ser atendidas algumas condições, tais como: os

embriões sejam inviáveis, estes embriões estejam congelados a mais de

três anos, a partir da data de publicação da lei de biossegurança, deve

46

haver o consentimento dos genitores (os doadores do óvulo e do

espermatozóide).

Por que há tanta controvérsia quanto à utilização de células-tronco

embrionárias para pesquisa? Trata-se de células que são retiradas de

embriões, que podem gerar novas vidas. Porém, quando este embrião

passa a “ter vida”? Estudiosos e cientistas não chegaram a um consenso,

há várias respostas para esta questão, entre elas: a vida começa no

momento que o espermatozóide fecunda o óvulo, ou quando o óvulo

fecundado se adere ao útero, ou quando aparecem as primeiras

terminações nervosas, que mais tarde formam o sistema nervoso. Os

filósofos e religiosos também, ao longo da história da humanidade, têm

discutido interpretações e defendido suas posições quanto ao inicio da

vida. Há quem discuta se é justo destruir uma “vida para salvar outra”,

colocando o embrião numa situação de igualdade a uma pessoa. O filósofo

Peter Singer, um dos maiores estudiosos das implicações éticas desse tipo

de pesquisa da Universidade Princeton, Estados Unidos, argumenta: "Para

mim, a resposta é negativa: um feto nunca terá a mesma importância de

uma pessoa. Um feto ou embrião não tem consciência nem noção de

futuro, e é isso que define uma pessoa". (Fonte: Revista Veja Ed. 2005,

25/04/2007)

SUGESTÃO DE ATIVIDADE

E você, o que considera como sendo vida e quando se dá o início da vida?

E o conceito de morte, como é a entendida a morte hoje e como era em

meados do século passado? Compare os dois conceitos

4.5 APOPTOSE

47

"Apoptose" origina-se do grego e significa "cair fora".

O termo apoptose é definido como “morte celular programada” ou

também como “suicídio” celular. Na verdade a apoptose é a morte celular

geneticamente mediada. Segundo De Robertis (2003, p. 392) nos animais

a apoptose é um fenômeno presente desde o período embrionário até o

indivíduo adulto. No embrião é importante para eliminar tecidos que estão

presentes de forma provisória, como as membranas interdigitais, na

formação dos dedos; remover células para permitir a formação de ductos,

canais e orifícios próprios ao organismo; moldar e esculpir estruturar. Em

organismos adultos é importante para a remoção de células velhas ou

danificadas, para remoção de células potencialmente perigosas, como as

tumorais, além de ser importante para manter o número adequado de

células no organismo, entre outras funções (WEINBERG S. L, M.D,1999, p.

22383. In:

http://www.cardionews.org/jornal/1999/julho/julho1999_18.htm).

Há situação em que o grau de apoptose é insuficiente no organismo,

e leva o surgimento de câncer, por exemplo, ou que este grau é muito

elevado podendo causar doença de Alzheimer, pela destruição de

importantes grupos de células.

Atualmente há vários grupos de pesquisadores investigando a

relação entre a morte programada das células a uma série de doenças

como enfarte do miocárdio, progressão de insuficiência cardíaca, acidente

vascular cerebral (AVC).

Ao que tudo indica, a apoptose interfere de forma importante no

surgimento e desenvolvimento de algumas patologias, sendo assim à

medida que este processo for conhecido e puder de alguma maneira ser

controlado, no futuro, a incidência destas patologias poderá ser reduzida

(DE ROBERTIS, 2003, p. 382).

4.6 SUGESTÃO DE TEXTO PARA DISCUSSÃO EM SALA

48

Embrião congelado por 8 anos produz bebêCLÁUDIA COLLUCCIEnviado especial da Folha de S.Paulo a Mirassol Aos seis meses de idade, Vinícius é um bebê que adora papinha de mamão, já tenta sair sozinho do carrinho e dá sonoras gargalhadas durante o banho. O menino foi gerado a partir de um embrião congelado durante oito anos, um recorde no país. Pelos critérios da Lei de Biossegurança, seria um embrião indicado para pesquisas com células-tronco embrionárias. A lei, aprovada em 2005, enfrenta uma ação de inconstitucionalidade movida pelo ex-procurador-geral da República, o católico Claudio Fonteles. Ele acha que destruir embriões de cinco dias para a extração de células para pesquisa viola a Constituição, que garante o direito à vida.O julgamento da ação no Supremo Tribunal Federal foi interrompido na última quarta-feira por um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.Vinícius nasceu após quase 20 anos de tentativas de gravidez do casal Maria Roseli, 42, e Luiz Henrique Dorte, 41, de Mirassol (SP), que incluíram quatro fertilizações in vitro (FIV) e três abortos de gêmeos no terceiro mês de gestação. A mulher tinha endometriose e o marido, má qualidade dos espermatozóides, fatores que impediam uma gravidez natural.Na última FIV, feita em 1999, Maria Roseli produziu nove embriões. Transferiu quatro para o útero, mas não engravidou. O casal decidiu então congelar os cinco embriões restantes.(...)Em 2006, o casal recebeu um telefonema da clínica de reprodução em Ribeirão Preto, onde haviam feito o tratamento, questionando sobre o destino que pretendiam dar aos cinco embriões. "Resolvemos transferir, mas sem muita esperança de dar certo", conta Luiz Dorte. Em três ocasiões, a transferência dos embriões congelados para o útero teve de ser adiada porque o endométrio de Maria Roseli não atingia a espessura mínima. Em fevereiro de 2007, os embriões foram, enfim, descongelados. Três sobreviveram e foram transferidos ao útero de Maria Roseli. Um se fixou. (...)Com 28 semanas de gestação, ela sofreu uma hemorragia provocada pelo rompimento de duas veias na placenta e o parto teve de ser induzido para preservar a vida da mãe. Vinícius nasceu com 1,2 kg medindo 36 cm e, dez dias depois, chegou a pesar 840 gramas.Foram necessários 22 dias de UTI neonatal e mais um mês de internação hospitalar para que o menino atingisse 1,8 kg e tivesse alta da maternidade."Meu filho venceu oito anos de congelamento e a prematuridade. Imagine se eu tivesse desistido dele e doado o embrião para pesquisa? Acredito sim que há vida [nos embriões], o Vinícius é a prova disso", diz Maria Roseli, católica praticante. Ela afirma ser favorável às pesquisas com células-tronco embrionárias, mas "não teria coragem" de doar seus embriões para esse fim.O ginecologista José Gonçalves Franco Júnior, detentor do maior banco de criopreservação do país, onde os embriões de Maria Roseli ficaram, também aposta na viabilidade dos congelados. Sua clínica já obteve 402 nascimentos de bebês a partir de embriões criopreservados, a maioria acima de três anos de congelamento."É uma loucura falarem que embrião congelado há mais de três anos é inviável. E isso não tem nada a ver com religião. A

49

viabilidade é um fato e ponto. Os maiores centros de reprodução na Europa defendem o congelamento de embriões como forma de evitar a gravidez múltipla", afirma o médico. (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u380351.shtml Acesso em 18/09/08)

5. METODOLOGIA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE

INTERVENÇÃO NA ESCOLA.

O método adotado para o desenvolvimento desta pesquisa é uma

mescla do método qualitativo com o quantitativo. De acordo com Moreira

(vol. 4, 2002, p. 32) uma abordagem qualitativa pode ser feita através da

investigação pelo estudo de caso, uma vez que se estará realizando a

pesquisa com um grupo pré-estabelecido e por um período de tempo pré-

determinado. Enquanto, sob ponto de vista da pesquisa qualitativa, o

delineamento de pesquisa será aplicado para o levantamento de dados e

possíveis correlações de resultados.

Após a produção do material didático-pedagógico a ser utilizado

como material suporte para o processo de ensino-aprendizagem, este

deverá ser aplicado na escola durante processo de implementação do

Projeto, considerando os sujeitos para os quais o material foi pensado e

elaborado.

O presente material está voltado à contextualização do ensino de

Biologia, usando células-tronco como tema para a aprendizagem de

conceitos ligados a Citologia, Reprodução, Gametogênese, Embriologia,

entre outros.

5.1 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

Este projeto será desenvolvido junto a alunos do Ensino Médio do

Colégio Estadual Padre Sigismundo, mais especificamente com duas

50

turmas de primeira série, do turno da manhã. São alunos oriundos de

escolas públicas, que fazem parte da mesma faixa etária e mesmo nível

sócio-econômico e cultural.

A escolha das turmas não foi aleatória, houve alguns critérios

importantes a serem considerados, como:

Possibilidade utilizar a metodologia adotada nas séries seguintes;

Fundamentação teórica do material didático-pedagógico é

compatível com a grade curricular da 1ª série do Ensino Médio;

Na primeira série o aluno tem os primeiros contatos com os

conceitos básicos e essenciais da Biologia, e que serão muito

importantes nas séries seguintes;

A disciplina de Biologia é considerada por muitos alunos como

sendo difícil pela terminologia adotada ao se nomear os

conceitos. Através da contextualização busca-se deixar a

disciplina mais próxima do cotidiano dos alunos, tornando-a mais

significativa;

O número de aulas semanais.

As turmas selecionadas para a implementação serão designadas de

turma A e turma B, sendo que a turma A será considerada como

experimental. Nesta turma o conteúdo será desenvolvido com utilização

de uma metodologia diferenciada, enquanto na turma B, o mesmo

conteúdo será trabalhado de forma considerada “convencional”. A turma

B será considerada com turma controle.

5.2 APLICAÇÃO DO MATERIAL

Os conteúdos para as turmas A e B serão inicialmente apresentados

através de um pré-teste, constituído de 6 (seis) questões que remetem ao

tema células-tronco.

As questões são:

51

1) Quando inicia a vida?

2) Você tem conhecimento sobre o que trata a Lei de

Biossegurança? Comente sua resposta.

3) Você já tem conhecimentos sobre as células-tronco? Para você, o

que são estas células?

4) Qual a diferença entre células-tronco embrionárias e células-

tronco adultas?

5) Você concorda a realização de pesquisas a partir células-tronco

humanas? Por quê?

6) Caso você concorde com pesquisas a partir de embriões

humanos, a partir de qual idade (dias, semanas, meses) isso seria

possível?

Este pré-teste será respondido pelos alunos individualmente, para

que se possa obter dados mais confiáveis sobre os conceitos que os

alunos já possuem sobre o tema células-tronco.

Para completar o pré-teste será disponibilizado um tempo de

aproximadamente 20 minutos. Este tempo é suficiente para os alunos que

tem maior facilidade para escrever, porém não demasiado para começar

entediar os demais alunos que escrevem menos.

5.3 OBJETIVOS DAS QUESTÕES DO PRÉ-TESTE

Cada questão elaborada para constituir o pré-teste possui alguns

objetivos relacionados com conhecimentos e valores que se deseja

desenvolver nos alunos.

QUESTÕES DO

PRÉ-TESTEOBJETIVOS

Quando inicia a vida? - Introduzir os primeiros conceitos de

Citologia, Reprodução, Gametogênese.

52

- Conhecer a concepção dos alunos sobre o

que é a vida.

- Discutir sobre as várias posições

assumidas por diferentes grupos em relação

ao momento em que a vida inicia.

- Enfatizar que nem sempre diferentes

pontos de vista sobre um mesmo assunto

indicam que uma posição está certa e a

outra errada. Sempre há várias formas de se

ver um mesmo tema ou objeto.

Você tem

conhecimento sobre

o que trata a Lei de

Biossegurança?

Comente sua

resposta.

- Conhecer alguns artigos do capítulo da Lei

de Biossegurança (Lei 11.105, de 24 de

março de 2005) mais especificamente o

artigo 5º, que foi tema de discussões e

debates no Supremo Tribunal Federal, por

tratar da regulamentação do uso de células-

tronco embrionárias em pesquisas, entre

outros temas.

- Reconhecer que no Brasil e demais países,

provavelmente, as pesquisas devem seguir

leis que estabelecem as normas e

mecanismos que regulamentam e fiscalizam

as atividades que envolvem organismos

geneticamente modificados e seus

derivados.

Você já tem

conhecimentos sobre

as células-tronco?

Para você, o que são

estas células?

- Conhecer quais conceitos os alunos já

possuem sobre as células-tronco.

- Disponibilizar ao aluno informações a

respeito das células-tronco, permitindo que

ele realize a contextualização de conteúdos

de BiologiaQual a diferença

entre células-tronco

embrionárias e

- Diferenciar os dois tipos de células-tronco

quanto sua localização, função e fase de

desenvolvimento que podem ser

53

células-tronco

adultas?

encontradas.

- Estimular os alunos para que estabeleçam

relações entre as informações que recebem

da mídia e os conteúdos de sala de aula.

Você concorda a

realização de

pesquisas a partir

células-tronco

humanas? Por quê?

Caso você concorde

com pesquisas a

partir de embriões

humanos, a partir de

qual idade (dias,

semanas, meses)

isso seria possível?

-Conhecer as principais pesquisas que

envolvem células-tronco embrionárias e

adultas e as perspectivas quanto ao

tratamento de algumas doenças.

- Promover discussões que abordem de

maneira científica e desmitificada as

pesquisas envolvendo células-tronco

- Compreender que os avanços na área da

Biologia resultam de estudo, demanda

tempo, esforços e freqüentemente passam

por discussões na sociedade.

- Contextualizar os conteúdos de

Embriologia, principalmente as primeiras

etapas do desenvolvimento embrionário.

Após a aplicação do pré-teste, nas turmas A e B, será feita a

primeira coleta de dados a partir das respostas dadas pelos alunos de

ambas as turmas.

As respostas apresentadas serão computadas na tabela baixo.

Questões

do pré-

teste

Categorias de idéias

Respostas científicas

de melhor ocorrência

PRÉ-TESTE PÓS-TESTE

TURMA

A

TURMA

B

TURMA

A

TURMA

B

54

Questão nº

1

a) No momento da

fecundação

b) No momento da

fertilização

c) Quando forma o

sistema nervosod) No encontro de

óvulo e

espermatozóidee) Outras respostas

Questão nº

2

a) Sim, do uso de

organismos

geneticamente

modificadosb) Sim, do uso de

células-troncoc)Não, mas imagino

que seja de algo

relacionado aos seres d) Não tenho idéia do

que se trata,e) Outras respostas

Questão nº

3

a) Sim, originam as

células do indivíduo

b) Sim, são células

formadas no período

embrionário, e outras

estão no indivíduo

adultoc) Sim, mas não sei o

que são.

d) Sim, mas tenho

dúvidas sobre suas

funções ou não lembro

e) Outras respostas

55

Questão nº

4

a) As células-tronco

embrionárias são

encontradas no início

do desenvolvimento e

as células-tronco

adultas no indivíduo

após sua formação

b) As células-tronco

embrionárias originam-

se após as primeiras

divisões do zigoto,

enquanto as células-

tronco adultas estão

presentes na medula

óssea, cordão

umbilical, entre outras.c) Não sei qual é a

diferença

d) Outras respostas

Questão nº

5

a) Sim, porque ajudará

no tratamento de

várias doenças

b) Sim, porque poderá

salvar muitas vidas

c) Não, por que é anti-

ético

d) Não porque minha

religião é contrae) Outras respostas

Questão nº

6

a) Com 5 dias

b) De 5 a 10 dias

c) Primeiras semanas

d) Não sei

e) Outras respostas

56

Nesta mesma tabela serão posteriormente lançados os dados

coletados na aplicação do pós-teste, para futuras conclusões em relação a

metodologia adotada.

A seguir, os conteúdos serão trabalhados de forma diferenciada

entre alunos da turma A e B. Alunos da turma A assistirão um vídeo, com

duração aproximada de 3 minutos. Este vídeo é parte de uma reportagem

de televisão e trata da aprovação do artigo 5º da Lei de Biossegurança,

que regulamenta o uso de células-tronco embrionárias humanas em

pesquisas.

Após assistir o vídeo, cada aluno deverá anotar em seu caderno os

principais destaques do vídeo. Estes serão comentados, explicados e

debatidos. Cada aluno receberá uma síntese do vídeo ao fim das

discussões.

5.4 INTRODUÇÃO DOS CONTEÚDOS EM SALA DE AULA

Utilizando o material didático pedagógico elaborado, serão

apresentados os primeiros conceitos de células-tronco, os tipos, onde

podem ser encontradas, suas funções e como podem ser utilizadas em

pesquisas, ou seja, iniciar os conteúdos com a contextualização a partir de

células-tronco. Para tanto serão necessárias duas aula.

Para conhecer a origem das células-tronco serão abordados os

conteúdos que fazem parte do currículo de 1ª série do Ensino Médio.

Abaixo serão apresentados os conteúdos e número de aulas necessárias

para o desenvolvimento.

Reprodução Humana (oito aulas):

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino;

Caracterização do espermatozóide;

Espermatogênese;

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor feminino;

Caracterização do óvulo;

57

Ovulogênese;

Ciclo ovariano.

Embriologia Humana (seis aulas):

Fecundação;

Fertilização;

Clivagem;

Etapas da embriogênese;

Anexos embrionários.

a) Estes conteúdos serão desenvolvidos inicialmente com aula

expositiva.

b) Apresentação de vídeos relacionados aos conteúdos.

c) Trabalhos em grupo com a utilização de textos e imagens

relacionadas ao desenvolvimento embrionário.

d) Promover em sala de aula discussões que abordem as polêmicas

divulgadas nos meios de comunicação a respeitos de pesquisas científicas

na área da Biologia.

e) Análise do texto “Embrião congelado a mais de 8 anos produz

bebê”.

d) A avaliação será através da participação e dos questionamentos

dos alunos, e, elaboração de síntese das discussões.

Quando todos os conteúdos propostos forem devidamente

trabalhados, as atividades desenvolvidas e os alunos de ambas as turmas

avaliados, será aplicado o pós-teste.

O pós-teste é um instrumento importante para uma análise da

eficiência da metodologia adotada, uma vez que é possível comparar o

desenvolvimento dos alunos durante o processo. As questões do pós-teste

são as mesmas do pré-teste aplicado no início do processo.

Para finalizar o trabalho, serão elaborados gráficos comparativos

entre respostas apresentadas pelos alunos no pré e pós-teste das turmas

A e B. Os gráficos são importantes demonstrativos da evolução dos alunos

58

durante o processo de ensino-aprendizagem, e a partir deles também,

elaboram-se as conclusões.

5.5 SINTESE DO VÍDEO ARESENTADO AOS ALUNOS

Este vídeo é parte de uma reportagem apresentada por um

telejornal e destaca as discussões no Supremo Tribunal Federal sobre a lei

de Biossegurança.

Em audiência pública o Superior Tribunal Federal estuda em 2008

ações de inconstitucionalidade, para derrubar o veto impetrado ao artigo

5º da LEI Nº 11.105, de 24 de março de 2005 que pode interromper o

avanço nas pesquisas com células-tronco embrionárias.

(A Lei da Biossegurança foi aprovada na integra em 2005, entretanto

alguns meses após um dos ministros do STF entrou com uma ação de

inconstitucionalidade do artigo 5º da lei).

As células-tronco embrionárias encontram-se congeladas,

armazenadas nas clínicas de fertilização artificial, constituindo embriões

que não foram usadas pelos proprietários de direito (“pais”). A discussão

envolve dois grupos distintos: os a favor e os contra as pesquisas.

O grupo a favor das pesquisas defendem a utilização dos embriões

até o quinto dia após a fertilização e que estejam congelados a mais de

três anos como determina a lei. Estes argumentam que, mesmo havendo

várias teorias que tentam explicar quando se dá o início da vida, a mais

aceita sob o ponto de vista científico é quando o inicia a formação do

sistema nervoso, que só se dá a partir do décimo quarto dia após a

fertilização. Até então o embrião é considerado apenas um aglomerado de

células.

O grupo que se manifestam contra estas pesquisas defendem que o

embrião já esta com a carga genética definida e programada no período

anterior há 14 dias, ou seja, a vida tem seu início já no encontro do

59

espermatozóide com o óvulo, na fertilização. Os grupos contrários as

pesquisas são formados por alguns cientistas, juristas e muitos religiosos.

Há cerca 40 anos iniciaram-se pesquisas com células-tronco adultas

(cordão umbilical, medula óssea), porém seu desenvolvimento é limitado a

algumas células como ossos, pele e cartilagem.

As células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer

tecido do corpo humano. O campo de pesquisa e aplicação é imenso e

seus resultados poderão serão sentidos no futuro bem próximo. Há uma

grande expectativa quanto as terapias de doenças genéticas,

degenerativas ou de doenças estabelecidas por traumas do cotidiano.

Porem é importante ressaltar que a discussão do tema envolve

campos da filosofia, religião, ciências, bioética e agora também do

judiciário, sem esquecer que o homem tem pleno direito a vida, a saúde e

a livre expressão científica.

O que diz o Artigo 5º da Lei:

Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:I – sejam embriões inviáveis; ouII – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.Fonte do vídeo: Pesquisa com células-tronco de embriões é polêmica Disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=aOc-3ms9sxI - Acesso em 02/10/2009

60

5.6 DIAGRAMA ADI DA ATIVIDADE COM VÍDEO

DIAGRAMA ADI

DOMÍNIO CONCEITUAL/TEÓRICO(pensado)

DOMÍNIO METODOLÓGICO(fazendo)

RESULTADOSCONHECIDOS:a)Teórico: Facilita a compreensão de conteúdos abstratos, entre eles acomplexidadedascélulas-tronco.b) Sobrea atividade: O vídeo podesermais um instrumento facilitadordaaprendizagem de conteúdos, principalmenteaqueles dedifícil visualizaçãonaprática.

CONDIÇÕES NECESSÁRIAS: vídeo

TEMAS/CONTEÚDOS: Embriologia, Gametogênese,Reprodução

CONCEITOS: células, cromossomos, células-tronco embrionárias e adultas,fecundação,clonagem,potencialidade,

1- Quandoiniciaavida?2- VocêsabesobreoquetrataaLeideBiossegurança?3 - Você já temconhecimentos sobreas células-tronco ? Paravocê, o quesãoestascélulas?4- Qualadiferençaentrecélulas-troncoembrionáriasecélulas-troncoadultas?5 – Vocêconcordacom realizaçãodepesquisas comcélulas-troncoapartirdecélulastroncohumanas? Porque?6 – Casovocêconcordecomaspesquisas células-tronco retiradas deembriõeshumanosapartirdequal idade(dias, semanasoumeses)?

a) Sobre as respostas dos alunos

1- Quando ocorre a fecundação2- Não sei3- São as células que formam o corpo do embrião4- Células-troncoembrionárias estãonoembriãoeas células-tronco adultas

estãonocorpoadulto5- Concordo e deveriam ser para curar doenças.6- Na primeira semana

b) Sobre o procedimentoOsalunosapresentarãodificuldadeparacompreenderalgunsconceitosapresentadosnovídeo

SITUAÇÃO PROBLEMA:Apresentação e análise de um vídeo sobre a aprovação da Lei de Biossegurança

ASSERÇÕESa) De valor: Ser capaz de se posicionar forma crítica diante dos avanços das pesquisas

com células-tronco embrionáriasb) De conhecimento: Compreender a origem das células-tronco e suas possíveis

aplicações terapêuticas

MATERIAISVídeo e TV Pendrive

ELEMENTOS INTERATIVOSVídeo

REGISTROS E REPRESENTAÇÕES-Registrar os principais argumentos apresentados pelos grupos pró e contra o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas.- Anotar três pontos que considerarem mais interessantes no vídeo apresentado

VARIÁVEISOs aluno podem considerar o vídeo pouco interessante e não participarem das discussões

CATEGORIZAÇÃOa) Quanto ao modo: interativob) Quanto ao tipo: qualitativo

POSSÍVEIS EXPANSÕES DO FENÔMENODoenças degenerativas, Histologia, Fertilização in vitro,

FENÔMENO DE INTERESSE

Contextualização do Ensino de Biologia

QUESTÃO FOCOPor que realizarpesquisas com células-troncoembrionárias

MAPA CONCEITUAL

INTERAÇÃO

PRÉ E PÓS-TESTE

PREDIÇÕES DO PROFESSOR

5.6.1 Mapa conceitual do diagrama ADI

61

células tronco

sistema reprodutor feminino

pesquisasLei da Biossegurança

doençassociedadefertilização in vitro

embrião

sistema reprodutor masculino testosterona

nidação

blastocisto

espermatogêneseovulogênese

espermatozóidesovócito II

fertilização

zigoto

trrofoblastoembrioblasto

tecidos órgãos

células-troncoadultas

anexos embrionários

proteção

secreção de hormônios

excreção

respiração

células-tronco embrionárias

testículos

ovários

resultando no

possui

que produzem

ciclo ovariano

hormônios hipofisários

estrogênio eprogesterona

úteroondeocorre a

produzem

desenvolveatuam no

acrossoma

caracteres sexuais masculinos 2os

cito-histo-organo formadores

sob influência dos

formado por

após sucessivas

unem-se na

com enzimas

hialuronidase e acrosina

indispensáveis nos processos de

formam F ormam por espermatogênese

determinam os

usadas em

regulamentadas pela

tratamento desofre ponderações

com

obtidos por

do no

iniciam os processos

originam

com

com

formandofunção de

desenvolvem o

totipotentes

FSHLH

a partirdos

são

e usadas em

com

pluripotentes são

realizam por meiose realizam por meiose

fecundação

clivagens

formando o

--------sob influência dos determinação do sexo

lote 2n

ativação mitótica

5.6.2 Texto do mapa conceitual diagrama ADI.

Texto elaborado a partir de leituras dos autores: Moore/Persaud

(1995), Mello (1989), Wolpert (2000), Alberts (1997), Zatz (2004).

As células-tronco têm sua origem a partir dos sistemas reprodutor

masculino e feminino. Estes sistemas são formados pelos órgãos

responsáveis pela produção, desenvolvimento, transporte dos gametas

masculino (espermatozóide) e feminino (ovócito II), além do

desenvolvimento do embrião, no caso do útero.

62

O processo de formação e desenvolvimento dos gametas é

semelhante no homem e na mulher, recebendo o nome de ovulogênese

quando forma o ovócito II nos ovários, e espermatogênese ao formar

espermatozóides nos testículos. Estes, além dos espermatozóides,

produzem também o hormônio testosterona, que é o responsável pelas

características sexuais secundárias masculinas. Os ovários também

possuem função secretora, pois produzem e liberam na corrente

sanguínea os hormônios estrogênio e progesterona, que atuam no ciclo

ovariano. Além destes, há dois hormônios hipofisários, o hormônio folículo

estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) que influem na evolução

do ciclo ovariano e também na produção dos espermatozóides nos

testículos.

Quando o espermatozóide atravessa a corona radiata e a zona

pelúcida, que revestem o ovócito II ocorre a fecundação. Este processo é

marcado pela ação das enzimas a hialuronidase e a acrosina, que são

encontradas no acrossoma, localizado na cabeça do espermatozóide e têm

a função de provocar a lise destas camadas de células.

Porém a fertilização somente ocorre após a fecundação. Quando a

cabeça do espermatozóide se liga a membrana do ovócito II, as

membranas destas células se unem, e rompem-se no ponto de fusão,

permitido assim a entrada da cabeça e do espermatozóide no citoplasma

do óvulo. O ovócito II, completa assim sua divisão, tornando-se um óvulo

maduro. Os pronúcleos feminino e masculino se unem, formando o zigoto.

O zigoto marca o início da formação das células diplóides (2n), a

determinação do sexo do indivíduo que virá se formar. As sucessivas

divisões mitóticas (clivagens) pelas quais o zigoto passa, iniciam os

processos cito-histo-organo formadores.

Entre as estruturas formadas durante a embriogênese, destaca-se o

blastocisto, que se apresenta como uma estrutura formada por uma

camada mais externa de células, o trofoblasto, que está relacionado com a

nutrição e proteção, uma vez que suas células entrarão na formação dos

anexos embrionários, enquanto a camada de células localizadas na região

mais central do blastocisto constitui o embrioblasto, que serão

63

responsáveis pela formação do embrião. As células do embrioblasto são

consideradas células-tronco embrionárias, uma vez que a partir delas,

todos os tecidos e órgão do embrião serão formados. As células-tronco

embrionárias podem ser de dois tipos: as totipotentes, que são capazes de

formar um indivíduo completo e as pluripotentes, serem capazes de

formar os vários tipos de tecidos que formam o corpo.

São as células-tronco embrionárias que tem gerado uma série de

discussões por parte de vários grupos se declaram a favor ou contra a

utilização destas células em pesquisas.

Atualmente há tanto pesquisas envolvendo células-tronco

embrionárias, quanto células-tronco adultas. No segundo caso, muitas

terapias resultantes de anos de pesquisas já estão sendo aplicadas para

tratamento de muitas doenças. Quando se utiliza células-tronco adultas

em tratamentos ou terapias, estas podem ser retiradas do próprio

paciente, enquanto as células-tronco embrionárias necessitam de um

doador, no caso um embrião, que será destruído no processo. Os embriões

utilizados em pesquisas somente podem ser oriundos da fertilizados in

vitro, e de acordo com a regulamentação da Lei de Biossegurança, de Lei

nº 11.105, de 24 de março de 2005. Acredita-se que muitas doenças,

principalmente as degenerativas, possam ser tratadas ou até mesmo

curadas com terapias com células-tronco. Porém, esta não é apenas uma

questão de cunho biológico ou científico, envolve questões éticas,

religiosas, passando portanto pelo crivo da sociedade.

5.7 CONTEÚDOS PARA CONTEXTUALIZAR

Ao se elaborar um material didático voltado para o ensino de

Biologia no Ensino Médio este deve “propiciar condições para que o

educando compreenda a vida como manifestação de sistemas organizados

e integrados” (OCEM, 2008, p. 20).

64

Dentro desta proposta surgiram os Conteúdos Estruturantes nas

Diretrizes Curriculares, que “são os saberes, conhecimentos de grande

amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma

disciplina escolar” (DCE, 2008, p. 23). Estes refletem a maneira pela qual

a disciplina de Biologia está organizada, evidenciando que a “construção

do pensamento científico” não é neutro e o conhecimento não é uma

verdade absoluta (DCE, 2008). Atualmente, para o ensino de Biologia, a

Diretrizes Curriculares Estadual apresentam quatro conteúdos

estruturantes, que são: organização dos seres vivos, mecanismos

biológicos, biodiversidade e manipulação genética.

A unidade temática desenvolvida propõe a contextualização do

ensino de Biologia em células-tronco como foco principal. Deste tema são

apresentados os conteúdos que podem ser desenvolvidos com alunos de

1ª série do Ensino Médio, procurando promover a contextualização.

A contextualização propõe “o estabelecimento de vínculos diretos e

claros entre conteúdo e realidade” (OCEM, 2008, p. 34). Para tanto, faz-se

necessário conhecer o contexto do aluno, suas vivências, os

conhecimentos que ele já possui e que estão relacionados ao objeto de

estudo, verificar quais são as situações que podem facilitar a

aprendizagem.

A disciplina de Biologia permite essa contextualização, uma vez que

trata dos fenômenos da vida, do homem e demais seres vivos, sendo

parte de um mundo biológico. Então, a princípio, qualquer tema abordado

é passível de contextualização.

Neste trabalho a ênfase está em células-tronco, por se tratar de um

tema contemporâneo, que pode ser descrito nos livros didáticos, porém

mais que nunca, aparece em revistas científicas ou não, nos jornais e

reportagens de televisão. Entretanto, quando se fala de células-tronco

refere-se principalmente a resultados de pesquisas quanto ao seu uso e as

possibilidades de tratamento e cura de muitas doenças. Portanto é natural

que o tema desperte o interesse da comunidade e, em especial das

pessoas que são ou que têm familiares portadores de doenças que

futuramente podem ser tratadas com o uso de células tronco.

65

Para compreender o que são as células-tronco e o porquê de haver

um grande número de pesquisas envolvendo este tipo de célula, vários

conteúdos vinculados ao ensino de Biologia de 1ª série podem ser

desenvolvidos.

Estes conteúdos são integrados em todos os quatro conteúdos

estruturantes, que são os mecanismos biológicos, manipulação genética,

biodiversidade e organização dos seres vivos.

Faz-se necessária a compreensão das diferenças apresentadas entre

as células quanto sua localização, função e número de cromossomos que

apresentam, bem como os processos em que ocorre a divisão celular,

tanto a meiose quanto a mitose. Entender os processos da gametogênese

feminina (ovulogênese) e a masculina (espermatogênese), a

morfofisiologia do aparelho reprodutor masculino e do feminino. Discutir

sobre as etapas e seqüências do desenvolvimento embrionário, a

embriogênese. E mais especificamente os processos de diferenciação

celular e a ação dos genes.

Entretanto, várias discussões podem advir dos temas propostos,

como clonagem humana para obtenção de embriões, terapias gênicas, uso

de embriões humanos em pesquisas, fertilização in vitro as questões

éticas que envolvem estes tipos de pesquisas, a Lei da Biossegurança,

doenças com possibilidade de tratamento com, a posição particular de

cada aluno em relação ao assunto.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ZATZ, M. CÉLULAS-TRONCO: EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO - Disponível em http://genoma.ib.usp.br/artigos_celulas.php Acesso em 19/10/2008

ZATZ, M. Clonagem e Células-tronco. Estudos Avançados, Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, mai/ago/2004, nº 51. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142004000200016&script=sci_arttext& tlng=en Acesso em 26/10/2008

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VIDEO: Pesquisa com células-tronco de embriões é polêmica Disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=aOc-3ms9sxI - Acesso em 02/10/2009.

69