Unidade 2 parte 1

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23/03/2015 1 Mercado Financeiro Unidade 2 Parte 1 Prof a . Gisele F. Tiryaki ECO 174 Economia Monetária FCE/UFBA Sumário Introdução Instrumentos do Mercado de Crédito Decisões de Investimento Retorno Atual versus Retorno Até o Vencimento Taxas de Juros: Real versus Nominal Teoria da Alocação de Portfólio Determinantes Risco e Diversificação Risco e Alocação de Portfólio Risco e Retorno Risco de Mercado: Prêmio do Risco Determinando as Taxas de Juros de Mercado

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1

Mercado Financeiro

Unidade 2 – Parte 1

Profa. Gisele F. Tiryaki

ECO 174 – Economia Monetária

FCE/UFBA

Sumário Introdução

Instrumentos do Mercado de Crédito

Decisões de Investimento

Retorno Atual versus Retorno Até o Vencimento

Taxas de Juros: Real versus Nominal

Teoria da Alocação de Portfólio

Determinantes

Risco e Diversificação

Risco e Alocação de Portfólio

Risco e Retorno

Risco de Mercado: Prêmio do Risco

Determinando as Taxas de Juros de Mercado

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Introdução

Noções Básicas sobre Taxas de Juros - Revisão

Taxas de Juros Importância das taxas de juros:

Consumo versus poupança

Alocação de portfólio: imóveis, títulos, fundos de investimento

Decisões de investimento

O que significa a expressão “taxas de juros”?

Custo para o tomador de empréstimo e retorno para o emprestador

Taxa de juros em um instrumento do mercado de crédito não indica

necessariamente se aquele instrumento constitui uma boa aplicação

Conceitos relevantes:

“Retorno até o vencimento”: Yield to maturity (YTM)

Retorno total

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Instrumentos do Mercado de Crédito Comparando instrumentos do mercado de crédito

Empréstimos simples: pagamento, incluindo juros, é feito no vencimento

Títulos com desconto: o tomador de empréstimo paga o valor de face do

título no vencimento, mas recebe inicialmente um montante inferior ao

valor de face

Tomador de empréstimo recebe R$9.091

Ano Tomador de empréstimo paga R$10.000

t = 0 t = 1 Valor de Face = R$10.000 Juros = 10% a.a.

ni

VFVP

)1(

Instrumentos do Mercado de Crédito

Comparando instrumentos do mercado de crédito

Títulos de cupom: o tomador de empréstimo recebe o valor de face

inicialmente e efetua múltiplos pagamentos durante um prazo especificado

com base na taxa de cupom acertada, fazendo o pagamento do valor de face

no vencimento do título

Tomador de empréstimo recebe R$10.000

R$1,000

Tomador de empréstimo paga R$1.000 + R$10.000

t = 0 t = 1 t = 2 t = 3 … t = 19 t = 20

R$1,000 R$1,000 R$1,000

Valor de Face = R$10.000 Taxa de Cupom = 10% a.a. por 20 anos

Daniel Suzarte
Realce
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Instrumentos do Mercado de Crédito

Comparando instrumentos do mercado de crédito

Empréstimos com pagamentos fixos: o tomador de empréstimo recebe o

valor de face inicialmente e efetua pagamentos periódicos dos juros e do

valor do empréstimo durante um prazo especificado

Tomador de empréstimo recebe R$10.000

R$127

t = 0 t = 1 t = 2 t = 3 … t = 119 t = 120

R$127 R$127 R$127 R$127

Valor do empréstimo = R$10.000 Juros = 9% a.a. com pagamentos mensais

n

n

ii

iPMTVP

1

11

Decisão de

Investimento

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5

Retorno até o Vencimento Definição: YTM é a taxa de juros que iguala o valor atual do

instrumento de débito (preço) com o fluxo de caixa dos pagamentos

futuros (também chamada de taxa interna de retorno)

1. Empréstimo simples: Qual a taxa de juros que faria o tomador de

empréstimo indiferente entre receber R$10.000 hoje e fazer o pagamento

R$11.000 em 1 ano?

2. Títulos com desconto: Qual o YTM de um título do tesouro que está sendo

comercializado por R$9.200 e possui valor de face de R$10.000 e

vencimento em 1 ano?

)1(

000.11000.10

i

)1(

000.10200.9

i

i = 10%

i = 8,7%

Decisão de Investimento 3. Título de cupom: Qual o YTM de um título emitido por uma empresa que

está sendo comercializado por R$9555 e possui valor de face de R$10.000 e

pagamento de cupom R$1.000 por 10 anos?

4. Empréstimo com pagamento fixo: Qual o YTM de uma hipoteca comercial

no valor de R$100.000, com vencimento em 20 anos e pagamento anual de

R$12.731?

i = 10,75%

i = 11,21%

1010

10

)1(

000.10

1

11000.19555

iii

i

20

20

1

11731.12000.100

ii

i

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Outros Exemplos Qual o preço de um título de cupom com valor de face de

R$1000, pagamento anual de cupom de R$100, YTM de 12,25% e

que possui mais 8 anos até o vencimento?

Qual o YTM de um título de desconto com valor de face de R$

1000, 1 ano até o vencimento e que está sendo comercializado por

R$ 800?

20,8891225.01

000.1

1225.011225.0

11225.01100

88

8

P

)1(

1000800

i YTM = 25%

Outros Exemplos Assuma que o governo estadual vem pagando a um fazendeiro

R$135 por ano para compensá-lo por uma rodovia que foi

construída atravessando sua propriedade. O acordo inicial é que o

fazendeiro receberia essa compensação indefinidamente (ele e

qualquer proprietário futuro da fazenda). Agora, as duas partes

estabeleceram um acordo em que o fazendeiro receberá R$1125

imediatamente, deixando de receber o pagamento anual de

R$135. Qual a taxa de juros implícita que o fazendeiro e o

governo do estado utilizaram para chegar a tal acordo?

i

1351125 YTM = 12%

Daniel Suzarte
Realce
Daniel Suzarte
Realce
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Em resumo... Comparando instrumentos do mercado de crédito:

IMPORTANTE: preço atual do título é inversamente proporcional à taxa de

juros

IMPORTANTE: para investidores que mantêm títulos até o vencimento, o

preço atual é igual ao valor presente do fluxo de caixa futuro

IMPORTANTE: investidores comercializam títulos antes do vencimento e,

neste caso, o preço comercializado depende de outros fatores além do valor

presente do fluxo de caixa futuro (e.g. taxa de juros de mercado)

Preço atual = valor de face: não há perda ou ganho com a venda do título antes do

vencimento

Preço atual < valor de face: YTM > taxa de retorno atual (C/P)

Preço atual > valor de face: YTM < taxa de retorno atual

Taxa de Retorno versus YTM – Exemplo

Assuma que você possui um título com valor de face de

R$1.000, vencimento em 10 anos e taxa de cupom de 10%

Preço atual = R$1.000

Taxa de retorno atual

YTM:

Preço atual = 900

Taxa de retorno atual

YTM:

%10)1(

000.1

1

11100000.1

1010

10

i

iii

i

%75,11)1(

000.1

1

11100900

1010

10

i

iii

i

= C/P= 100/1000 = 0,10 ou 10%

= 100/900 = 11,1%

Daniel Suzarte
Realce
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Taxa de Retorno versus YTM – Exemplo

Assuma que você possui um título com valor de face de

R$1.000, vencimento em 10 anos e taxa de cupom de 10%

Preço atual = R$1.100

Retorno atual = C/P

YTM:

Faria sentido para um investidor pagar R$1100 por um título

de cupom cujo valor de face é R$1000?

%48,8)1(

000.1

1

11100100.1

1010

10

i

iii

i

= 100/1100 = 0,0909 ou 9,09%

Taxa de Retorno Total versus YTM A taxa de retorno global de um investimento pode ser

diferente do YTM: logo, taxa de retorno total pode diferir da

taxa de juros!

Taxa de retorno total = retorno atual (C/Pi) + Perda/Ganho

Exemplo: assuma que você adquire um título com

vencimento em 10 anos, valor de face de R$1.000 e taxa de

cupom de 8% por R$1.000 e, logo em seguida, você

considera vender o título por R$1.100

Taxa de retorno total:

YTM:

%18000.1

000.1100.1

000.1

80

RR

%6,6)1(

000.1

1

1180100.1

1010

10

i

iii

i

Daniel Suzarte
Realce
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Taxa de Retorno Total versus YTM

Em resumo...

Taxa de retorno total: indicação de ganho obtido durante o

período em que se manteve o investimento em mãos

Taxa de retorno total = YTM somente quando o investidor

mantém o ativo até o vencimento

Quando o período de manutenção é inferior ao prazo de

vencimento, existe risco associado à variações nas taxas de

juros: ganhos/perdas de capital podem ocorrer

Lembrem-se: taxas de juros são inversamente relacionadas com preços de

títulos

Elevação nas taxas de juros reduzem preços dos títulos: perdas de capital

se o ativo for comercializado

Taxa de Juros Nominal versus Real Retorno real em um investimento depende também de

variações no poder de compra da moeda

Taxa de juros real esperada: taxa nominal ajustada para a

inflação esperada

Decisões de investimento: necessidade de se estimar a inflação

até o vencimento do título

Taxa de juros real esperada (r) = taxa de juros nominal (i) –

inflação esperada (πe)

Formula mais acurada: r = i – πe – rπe

Hipótese de Fisher: aumentos na inflação levam à elevação em

igual proporção na taxa nominal de juros (qual a implicação?)

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Taxa de Juros e Inflação no Brasil

Fonte: BCB (2014)

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

4.5 ju

l/95

mai

/96

mar

/97

jan/

98

nov/

98

set/

99

jul/

00

mai

/01

mar

/02

jan/

03

nov/

03

set/

04

jul/

05

mai

/06

mar

/07

jan/

08

nov/

08

set/

09

jul/

10

mai

/11

mar

/12

jan/

13

nov/

13

% a

.m.

INPC (Var. %) TBF

Taxa Real de Juros no Brasil

-3

-2

-1

0

1

2

-2

-1

0

1

2

3

4

1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012

REAL Trend Cycle

Hodrick-Prescott Filter (lambda=14400)

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Teoria de

Alocação de

Portfólio

Introdução Porque os indivíduos fazem poupança? Suavizar o consumo ao longo do ciclo de vida Aquisição de bens duráveis Precaução/emergência para aposentadoria Herança

Sistema financeiro: disponibiliza uma variedade de ativos financeiros que podem ser adquiridos como forma de se poupar recursos

Como os agentes econômicos superavitários alocam sua riqueza em diferentes ativos financeiros? Combinação de risco e retorno Estratégia: diversificação de ativos Quais os determinantes da forma como a alocação é feita?

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Determinantes da Escolha de Portfólio

Nível de renda: elevação no nível de renda leva à aquisição de um maior volume de ativos financeiros e à variações na forma como a renda é alocada entre diferentes ativos

Quantidade de moeda demandada tende a ser proporcionalmente menor à medida que a renda aumenta

Ativos financeiros necessários (moeda e depósitos em conta corrente): elasticidade renda da demanda entre 0 e 1

Ativos financeiros de luxo: elasticidade renda da demanda maior do que 1

Retorno esperado do ativo: quanto maior o retorno real esperado, líquido de impostos, maior a demanda por um determinado ativo

Determinantes da Escolha de Portfólio Risco: quanto maior a volatilidade do retorno real esperado,

menor a demanda por determinado ativo Indivíduos avessos ao risco: avaliam o valor do retorno esperado,

procurando minimizar a volatilidade do retorno Indivíduos neutros ao risco: avaliam apenas o valor do retorno

esperado Indivíduos tendentes ao risco: preocupação maior é em maximizar o

retorno esperado, mesmo que o risco seja elevado

Liquidez: necessidade de recursos para situações emergenciais Relação inversa entre liquidez e retorno esperado

Custo de aquisição de informação: alguns ativos requerem menores despesas com aquisição de informação sobre desempenho e capacidade de pagamento do agente emissor/gerador do ativo (moeda e títulos governamentais)

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Diversificação de Ativos Riscos associados a diferentes ativos não são perfeitamente

correlacionados: retorno em um portfólio diversificado é mais estável

Exemplo: um investidor neutro ao risco tem R$1.000 e pode adquirir ações em duas empresas, A e/ou B

Expansões: a empresa A tem bom desempenho e as ações dão um retorno de 10%

Recessões: a empresa A tem um desempenho fraco e as ações dão um retorno de 0%

A empresa B tem um desempenho oposto, com retorno nas ações de 10% durante as recessões e 0% durante as expansões

Probabilidade de recessão = probabilidade de expansão = 50%

Diversificação de Ativos Opção 1: adquirir ações somente na empresa A ou somente

na empresa B

Retorno esperado:

Probabilidade de retorno zero:

Opção 2: adquirir ações na empresa A e B em igual

proporção

Retorno esperado:

Probabilidade de retorno zero:

Diversificação permite que se reduza a influência de uma

fonte de variação: economia

R$50

R$50

50%

0%

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Exemplo

Assuma que você está investindo em um portfólio de ações e

precisa escolher entre as seguintes opções:

Empresa A: retorno de 30% em anos favoráveis e uma perda de

50% em anos desfavoráveis;

Empresa B: retorno de 30% em anos favoráveis e uma perda de

75% em anos desfavoráveis;

Empresa C: retorno de 10% em qualquer situação;

Empresa D: retorno de 20% em anos favoráveis e uma perda de

5% em anos desfavoráveis;

Exemplo (Cont.) 1. Se você fosse completamente avesso ao risco, quais ações você

compraria?

2. Se você fosse neutro ao risco e tanto o cenário favorável, quanto o

cenário desfavorável , ocorresse metade do tempo, quais ações você

compraria?

3. Se você fosse um pouco avesso ao risco, você compraria ações das

empresas A e B ao mesmo tempo? Porquê?

4. Se você decidisse por adquirir um portfólio dividido igualmente entre

ações A, C e D, qual seria sua taxa de retorno no cenário favorável? E

no cenário desfavorável? Qual seria sua taxa de retorno média se cada

um desses cenários ocorresse com probabilidade de 50%? E se o

cenário favorável ocorresse com probabilidade de 80%?

Daniel Suzarte
Nota
Empresa C
Daniel Suzarte
Nota
C e D
Daniel Suzarte
Nota
Não, pois apresentam grandes riscos de prejuízo.
Daniel Suzarte
Nota
i)60%;ii)-45%;iii)-1.7;iv)39%
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Risco e a Escolha de Portfólio Qual a diferença entre risco e incerteza?

Probabilidade objetiva versus subjetiva:

Objetiva: frequência com que determinados eventos tendem a acontecer (normalmente obtida a partir de séries históricas de dados e informações)

Subjetiva: percepção do agente econômico que determinado evento pode acontecer (julgamentos pessoais levam a escolhas distintas)

“O risco é medido pelo desvio padrão da distribuição relativa aos ganhos de capital esperados: o risco é diferente da incerteza à medida que (a) todos os estados do universo são conhecidos (b) as expectativas são formadas a partir da distribuição probabilística do retorno dos diferentes ativos, o que significa que a distribuição de probabilidade subjetiva coincide, obrigatoriamente, com a distribuição objetiva”. Herscovici (2004)

Risco e a Escolha de Portfólio Risco e variabilidade dos retornos esperados

Medida de variabilidade: desvio padrão

Quanto menor a dispersão de uma distribuição de probabilidade

(desvio padrão), menor o risco

Dados

Fre

qu

ên

cia

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Risco e a Escolha de Portfólio

Desvio padrão:

Onde

Obs: na fórmula de desvio padrão, divide-se por (n – 1) para

garantir que a variância amostral (s2) seja um estimador não

tendencioso da variância populacional ( )

2

11

1

n

i

i xxn

s

n

xxxx n

...21

2

Risco e a Escolha de Portfólio Conceitos básicos:

Valor esperado: média ponderada do retorno em cada cenário,

sendo a probabilidade de ocorrência de cada cenário o seu

respectivo peso

Com probabilidade p, W = a; senão, W = b

We = p*a + (1 – p)*b

Grau de aversão ao risco

Curvatura da função utilidade: U = u(W)

Utilidade do valor esperado da aposta: U(We) = U(p*a + (1-p)*b)

Expectativa de utilidade em uma situação de incerteza (utilidade esperada

da aposta): E[U(W)] = p*u(a) + (1-p)*u(b)

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Risco e a Escolha de Portfólio:

Grau de Aversão ao Risco

U(We )

U U

a

Indivíduo

avesso ao

risco

Indivíduo

neutro ao

risco

Indivíduo

propenso

ao risco

E[U(W)] U(We ) = E[U(W)]

U

U(We)

E[U(W)]

b a b a b

Risco e a Escolha de Portfólio:

Grau de Aversão ao Risco Exemplo: assuma que uma pessoa esteja considerando pagar para

participar de uma loteria que pode dar um prêmio de R$4 ou R$16, sendo cada resultado com possibilidade de 50%. Ou seja, E(W) = 0,5*4 + 0,5*16 = 10 Avesso ao risco: exemplo de curva de utilidade U(W) = W1/2

U(We) = U(10) = 3,16

E[U(W)] = 0,5*u(4) + 0,5*u(16) = 3

Qual o valor máximo que pagaria pela loteria?

Neutro ao risco: exemplo de curva de utilidade U(W) = W Para induzir este indivíduo a apostar R$9, a probabilidade do maior prêmio

deveria ser qual?

E[U(W)] = p*4 + (1-p)*16 = 9; (1 – p) = 0,4 ou 40%!

Propenso ao risco: exemplo de curva de utilidade U(W) = W2

Para induzir este indivíduo a apostar R$9, a probabilidade do maior prêmio deveria ser qual?

E[U(W)] = p*16 + (1-p)*256 = 81; (1 – p) = 0,3 ou 30%!

R$ 9

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18

Risco e a Escolha de Portfólio:

Grau de Aversão ao Risco Outro exemplo: Maria tem uma função utilidade dada pela expressão

U(W) = W1/2 e renda inicial de R$100

Qual o prêmio de risco que ela exigiria para participar de uma aposta que

eleve sua renda para R$120 com probabilidade de 50% ou reduza sua renda

para R$80 com a mesma probabilidade?

E[U(W)] = 0,5*u(120) + 0,5*u(80) = 9,95

9,95= W1/2 => R$98,99

Prêmio de risco exigido = 100 – 98,99 = R$ 1,01

Como sua resposta à questão anterior se modificaria se a função utilidade de

Maria fosse U(W) = ln W?

E[U(W)] = 0,5*u(120) + 0,5*u(80) = 4,58

4,58 = ln W=> W = R$97,98

Prêmio de risco exigido = 100 – 97,98 = R$ 2,02

Grau de aversão ao risco

da 1ª função é menor do

que da 2ª função

Relação Risco vs. Retorno

Títulos do Governo – Renda Fixa

Títulos Privados – Renda Fixa

Bens Imóveis

Ações Internacionais

Ações Locais

Risco em Potencial

Re

torn

o e

m P

ote

nc

ial

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19

Escolha entre Risco e Retorno

Risco

Retorno

rLR

Linha de Restrição

U1(r1, σ1)

U2(r2, σ2)

U3(r3, σ3)

σ*

r* Se a utilidade do

indivíduo é função do

risco e do retorno, como

ilustrar um mapa de

curvas de indiferença?

Diversificação e Minimização de Risco

Tipos de risco:

Sistêmico (de mercado): risco que afeta conjuntamente todos os

ativos e que não pode ser eliminado via diversificação

Não Sistêmico (idiossincrático): risco particular a um

determinado ativo (associado, por exemplo, a descobertas,

greves ou processos legais) e que pode ser eliminado via

diversificação

Conclusão: à medida que se aumenta a quantidade de ativos

em um portfólio, reduz-se o risco idiossincrático, mas até um

determinado limite representado pelo risco de mercado

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Portfólio de Ações – NYSE

Fonte: Hubbard (2005)

Número de ações de diferentes

empresas no portfólio

Risco Idiossincrático

Vo

lati

lid

ade

dia

An

ual

(De

svio

Pad

rão

, %)

Risco de

Mercado

Risco de Mercado Medida: a sensibilidade do retorno esperado de um ativo em

relação à variações no valor médio de todos os ativos do

mercado (ou portfólio de mercado)

Portfólio de mercado: não há risco idiossincrático

β (beta): aumento de 1% no valor do portfólio de mercado leva

a um aumento de β % no valor do ativo

Beta elevado: risco de mercado considerável

Não é atrativo para investidores: risco do ativo não pode ser diversificado,

portanto requer retorno esperado alto para que investidores adquiram

Limites à diversificação: custo de informação, custo de

transação e restrições legais

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21

Modelos para Cálculo do Beta

CAPM (Capital Asset Pricing Model/Sharpe, 1964):

Idéia central: o retorno de um ativo se eleva à medida que o seu

risco de mercado se eleva

Investidores esperam um prêmio acima do retorno de ativos

livres de risco (e.g. títulos governamentais)

)( LR

e

MiLR

e

i rrrr

Retorno

Esperado

do Ativo i

Retorno

do Ativo

Livre de

Risco

Prêmio

de Risco

do Ativo i

O beta mede a parte não diversificável do

risco:

β < 1: retorno esperado menor do que o retorno do portfólio de mercado (risco

sistêmico baixo)

β = 1: retorno esperado igual ao retorno do portfólio de mercado

β > 1: retorno esperado maior do que o retorno do portfólio de mercado (risco

sistêmico elevado)

Modelos para Cálculo do Beta

Como se mede o β?

Lembrem-se que:

2

),(

M

Mii

s

rrCov

Mi

MiMi

ss

rrCovrrCorr

),(),(

Page 22: Unidade 2   parte 1

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22

Modelos para Cálculo do Beta

O risco total de um ativo (ou a variância do retorno do ativo)

é definido pela soma do risco sistêmico e do risco

diversificável. Ou seja,

Como encontramos a medida do risco diversificável?

iMii ss 222

Risco de

Mercado

Risco

Diversificável

Modelos para Cálculo do Beta Faz-se a estimativa econométrica da seguinte equação:

Os resíduos da equação, ei, servem como estimativas para o

valor real de termo de erro

Termo de erro: tudo que não é explicado pelas variáveis

incluídas na regressão

Logo, o risco idiossincrático é dado por:

iLR

e

MiLR

e

i rrrr )(

)( ii eVar

Page 23: Unidade 2   parte 1

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23

Exemplo

Assuma as seguintes informações de um mercado para um

período de 1 ano:

O retorno esperado e o desvio padrão do portfólio de mercado

“M” é 8% e 0,12, respectivamente;

O retorno esperado na ação da empresa 1 é de 6%;

O desvio padrão do retorno da ação da empresa 2 é de 0,18 e o

risco diversificável é de 0,01; e

Um portfólio “A”, que investe 1/3 do seu valor na empresa 1 e

2/3 de seu valor na empresa 2, tem um beta com valor igual a

1.

Encontre os valores do beta para cada uma das ações e a taxa de

juros livre de risco, assumindo que CAPM é válido.

Exemplo Dado que

Temos que

Logo, β2 = 1,247

Portfólio A: βA = 1; logo, retorno de A = retorno do portfólio

de mercado.

rA = (1/3)r1 + (2/3)r2 = 8% ou (1/3)6% + (2/3)r2 = 8%

Logo, r2 = 9%

iMii ss 222

01,012,018,022

2

2

Page 24: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

24

Exemplo

De acordo com CAPM,

Para o ativo 2, teremos:

Logo, rLR = 3,95%

Para o ativo 1, teremos:

Logo, β1 = 0,506

)( LR

e

MiLR

e

i rrrr

)8(247,19 LRLR rr

)95,38(95,36 1

Beta de Ações – Brasil Pré-Real Pós-Real

Ambev 0,662 0,455

Aracruz 0,321 0,349

Bradesco 0,621 0,742

Brasil 0,958 0,813

Cemig 1,139 0,970

Souza Cruz 0,371 0,372

Eletrobrás 1,287 1,217

Embraer 0,443 0,598

Gerdau 0,367 0,392

Petrobrás 1,087 1,069

Petroquisa 0,455 0,379

Vale do Rio Doce 0,946 0,854

Fonte: Luz et al (2002)

Page 25: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

25

Mazzeo et al (2013)

Modelos para Cálculo do Beta APT (Arbitrage Pricing Theory/Ross, 1976):

Idéia central: existem várias fontes de risco de mercado, logo

vários betas devem ser estimados

Exemplos: inflação, produção da economia

Os betas são calculados estimando-se a sensibilidade do retorno

do ativo em relação a cada um desses fatores (1, 2, ..., j)

)()()( ,22,11, LR

e

jjiLR

e

iLR

e

iLR

e

i rrrrrrrr

Retorno

Esperado

do Ativo i

Retorno

do Ativo

Livre de

Risco

Prêmio

de Risco

do Ativo i

Page 26: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

26

Determinando

Taxas de Juros no

Mercado

Taxa de Juros Definição: preço pago pelo tomador de empréstimos a um emprestador pelo

uso de recursos deste por um determinado período de tempo

Lembrem-se que a taxa de juros é influenciada pelo preço dos títulos ou bônus

Logo, fatores que influenciam os preços dos títulos determinam a taxa de juros

no mercado

Duas abordagens, mesmo resultado...

Mercado de Títulos

Oferta: tomador de

recursos

Demanda: emprestador de recursos

Mercado de Recursos

Emprestáveis

Oferta: emprestador de recursos

Demanda: tomador de

recursos

Unidade de

valor: preço

do título

Unidade de

valor: taxa

de juros

Page 27: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

27

Mercado de Títulos e de Recursos

Emprestáveis

Curva de demanda de títulos (Bd): inclinação negativa, pois à

medida que o preço do título aumenta, emprestadores de recursos

desejam adquirir menos títulos

Preço do título: valor presente do retorno futuro obtido com o

título

ou

Redução nos preços dos títulos estão associados à aumentos na

taxa de juros: oferta no mercado de recursos emprestáveis (Ls) é

positivamente inclinada

Aumento na taxa de juros leva a aumento na oferta de empréstimos

ni

VFVP

)1(

n

n

ii

iPMTVP

1

11

Mercado de Títulos e de Recursos

Emprestáveis Derivando as curvas de demanda de títulos e oferta de recursos

emprestáveis

Exemplo: Considere o mercado de um título de desconto que em 1 ano, no vencimento, pagará R$10.000. Se o preço hoje é de R$8.000, os emprestadores de recursos adquirirão mais títulos hoje do que se o preço fosse R$9.500

PA = R$8000

PB = R$9500

*** Importante: relação taxa de juros e YTM ***

%25)1(

100008000

i

i

%3,5)1(

100009500

i

i

Page 28: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

28

Determinação da Taxa de Juros

Perspectiva do Mercado de Títulos

Quantidade de Titulos, B

R$ bilhões

Quantidade de Recursos

Emprestáveis, L

(R$ bilhões)

Perspectiva do Mercado de

Recursos Emprestáveis

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Tax

a d

e

Juro

s, i

(%

)

Mercado de Títulos e de Recursos

Emprestáveis

Curva de oferta de títulos (Bs): inclinação positiva, pois à

medida que o preço do título aumenta, tomadores de

recursos desejam vender mais títulos

Aumentos no preço do título estão associados à redução na

taxa de juros: demanda no mercado de recursos emprestáveis

(Ld) é negativamente inclinada

Aumento na taxa de juros leva a redução na demanda por

empréstimos

Page 29: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

29

Determinação da Taxa de Juros

Perspectiva do Mercado de Títulos

Quantidade de Títulos, B

R$ bilhões

Quantidade de Recursos

Emprestáveis, L

(R$ bilhões)

Perspectiva do Mercado de

Recursos Emprestáveis

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Tax

a d

e

Juro

s, i

(%

)

Determinação da Taxa de Juros:

Equilíbrio de Mercado

Perspectiva do Mercado de Títulos

Quantidade de Títulos, B

R$ bilhões

Quantidade de Recursos

Emprestáveis, L

(R$ bilhões)

Perspectiva do Mercado de

Recursos Emprestáveis

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Tax

a d

e

Juro

s, i

(%

)

Excesso de Oferta

de Títulos

Excesso Demanda

por Títulos

Excesso de Oferta

de Empréstimos

Excesso de

Demanda Emp.

Page 30: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

30

Variações na Taxa de Juros de

Equilíbrio de Mercado

Fatores que fazem com que a demanda por títulos/oferta de

recursos emprestáveis se desloque:

Renda

Retornos esperados no ativo e em substitutos (outros ativos

financeiros e não financeiros)

Inflação esperada

Risco

Liquidez no mercado do ativo e em substitutos

Custo de informação

Desequilíbrios orçamentários do governo

Equivalência Ricardiana?

Variações na Taxa de Juros de

Equilíbrio de Mercado

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Perspectiva do Mercado de Títulos Perspectiva do Mercado de

Recursos Emprestáveis

Quantidade de Títulos, B

R$ bilhões

Quantidade de Recursos Emprestáveis, L

(R$ bilhões)

Atratividade

do Título ↑

Atratividade

do Título ↓

P ↓

i ↓

P ↑ i ↑

Disposição a

emprestar ↓

Disposição a

emprestar↑

Tax

a d

e

Juro

s, i

(%

)

Page 31: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

31

Variações na Taxa de Juros de

Equilíbrio de Mercado

Fatores que fazem com que a oferta de títulos/demanda por

recursos emprestáveis se desloque:

Rentabilidade esperada de ativos de capital

Carga tributária sobre investimento em bens de capital

Inflação esperada

Variações na Taxa de Juros de

Equilíbrio de Mercado

Pre

ço d

e B

,

P(R

$)

Perspectiva do Mercado de Títulos Perspectiva do Mercado de

Recursos Emprestáveis

Quantidade de Títulos, B

R$ bilhões

Quantidade de Recursos Emprestáveis, L

(R$ bilhões)

Atratividade

da Emissão

Títulos ↑

Atratividade

da Emissão

Títulos ↓

P ↓

i ↓

P ↑ i ↑

Demanda por

recursos ↓

Demanda por

recursos↑

Tax

a d

e

Juro

s, i

(%

)

Page 32: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

32

Variações na Taxa de Juros de

Equilíbrio de Mercado

Porque as taxas de juros caem durante recessões?

Porque as taxas de juros aumentam durante períodos em que

há expectativas de elevação da inflação?

O que aconteceria se o governo eliminasse o imposto sobre

ganhos de capital com a propriedade de títulos?

O que acontece quando o mercado recebe boas notícias sobre

o desempenho da economia?

O que acontece quando a informatização crescente permite

que as empresas reduzam substancialmente seus estoques e os

custos associados a eles?

Mercado Internacional de Capital e

Taxas de Juros Economias abertas de pequeno porte: a taxa de juros de equilíbrio doméstica é

igual à taxa de juros predominante no mercado internacional (rW)

Quantidade de Recursos Emprestáveis, L

Concede

Empréstimos

para o Mercado

Internacional

Demanda

Empréstimos do

Mercado

Internacional

Tax

a d

e Ju

ros

Rea

l

Inte

rnac

ion

al, r

W (

%)

Page 33: Unidade 2   parte 1

23/03/2015

33

Mercado Internacional de Capital e

Taxas de Juros Economias abertas de grande porte: alterações na economias desses países

afetam a taxa de juros predominante no mercado internacional (rW)

Mercado Internacional de Capital e

Taxas de Juros

Assuma que em uma economia aberta de grande porte, a

quantidade de recursos emprestáveis ofertados no mercado

doméstico é inicialmente igual à demanda doméstica por

empréstimos. O governo decide então elevar os impostos

sobre produtos industrializados, desestimulando o

investimento. Mostre como essa mudança afeta a quantidade

de recursos disponíveis para empréstimos e a taxa de juros

real internacional. Esta economia empresta ou toma

empréstimos no mercado internacional?