Uma Verdade Inconveniente

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Uma Verdade Inconveniente

Foi feito em 2006 e fala sobre as mudanças climáticas, especialmente o aquecimento global, dirigido por Davis Guggenheim e narrado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore.

É um documentário que visa alertar as pessoas para os problemas que se estão a passar no nosso planeta. O principal tema abordado neste tema foi o Aquecimento global, recorrendo a outros, como o Protocolo de Quioto, referente às emissões de CO2 para a atmosfera terrestre, o Efeito de Estufa, entre outros.

Al Gore decidiu fazer este documentário, após muitas palestras por diversos países, para poder sensibilizar mais pessoas para a sua causa.

Sinopse:

O filme inicia com Al Gore a falar para um auditório. Neste documentário, vê-se que tem viajado por diversos países levando a sua mensagem. Gore mostra-se uma pessoa diferente daquela que se conhecia, da campanha para presidente dos EUA, aqui mostra-se entendido, inteligente e passional. Mostra o assunto principal do filme de forma simples, com fotografias de locais em anos distintos e as suas diferenças, assim dando a ver o impacto do homem no ambiente.

Gore conta como nasceu este interesse pelo meio ambiente quando ainda era universitário, durante uma palestra de Roger Revelle, um professor de Harvard, pioneiro na medição de CO2 na atmosfera. Afirma também que houve uma mudança na utilização dos solos nas quintas da família onde plantavam tabaco, devido a morte da sua irmã por causa de um cancro no pulmão e quando a sua filha esteve doente.

O documentário leva-nos a pensar como tudo podia ser diferente, se aplicássemos umas certas mudanças nas nossas vidas.

Aquecimento Global:

Aquecimento Global refere-se ao aumento da temperatura média da superfície terrestre que se tem verificado nas últimas décadas e à possibilidade da sua continuação num futuro próximo.

Ao acontecer este aumento de temperatura, significa que existirão variações climáticas. Esta variação diz respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade entre outros fenómenos climáticos.

Na atmosfera pode ocorrer algumas mudanças em escalas de tempo que vão desde décadas a milhões de anos, devido a processos internos do

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sistema Terra-atmosfera, por forças externas, como as variações na actividade solar e recentemente pela actividade humana.

Causas:

Naturais: O fenómeno da mudança do clima pode acontecer de forma natural. Assim, esse pode ter causas com origem externa, de fora do planeta, bem como origem terrestre. De entre as causas com origem fora do globo, temos as causas de origem solar, que podem ser devido à variação da energia solar que chega à Terra, até à variação da própria órbita terrestre, entre outros.

As causas internas são mais variadas e podem ser, a deriva dos continentes, fenómenos naturais como o El Niño e La Niña, o arrefecimento global da Terra e o Vulcanismo.

Antropogénicas: Acontecimentos provocados pelo homem, como a desflorestação, queimar combustíveis fósseis e emissão de gases, entre outros, leva ao Efeito de Estufa, que significa, o aumento da temperatura terrestre à superfície e a variação do clima numa escala global.

Num estudo feito pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), percebe-se que nos últimos 50 anos, o aquecimento deve-se em parte ao aumento do efeito de estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases de origem humana, também devido ao maior uso de águas subterrâneas e do solo para a agricultura industrial. Fenómenos como, variação solar combinados com vulcões, provavelmente, levaram a um pequeno aumento da temperatura até 1950, mas um arrefecimento desde então. Esta teoria foi defendida por várias sociedades e comunidades científicas.

As referências do IPCC, são que as temperaturas globais da superfície terrestre devem aumentar entre 1,1 e 6,4ºC entre 1990 e 2110. Esta variação de valores é dada pois foram realizados diferentes cenários da quantidade de efeito de estufa e os seus resultados na variação climática.

Algumas alterações que o aumento da temperatura global pode provocar são: aumento do nível do mar; menor disponibilidade agrícola; recuo glaciar; vazão reduzida em rios durante o Verão; extinção de espécies; e aumento de vectores de doenças; aumento das precipitações; El Niño; e variação da cobertura de neve nas montanhas e zonas geladas;

O sistema climático terrestre muda em resposta à variação de factores externos, incluindo, variações na sua órbita à volta do Sol, erupções vulcânicas e concentrações atmosféricas de gases do efeito de estufa. As causas detalhadas para este aumento continuam a ser uma área activa de pesquisa, mas o consenso científico aponta para um aumento dos níveis de gases de devido à acção humana.

O efeito de estufa conhecido desde 1824, consiste no processo de absorção e emissão de radiação de infravermelhos pelos gases atmosféricos do planeta, resultando no aquecimento da sua superfície e atmosfera. Estes gases criam um efeito estufa natural, o

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que permite que a Terra não tenha uma temperatura de 30ºC mais baixa, que tornaria o planeta inabitável para a vida como a conhecemos. Na Terra, os gases que mais contribuem para o efeito de estufa são o vapor de água, que causa de 36 a 70% do efeito natural, o CO2 que causa 9 a 26%, o metano, causando entre 4 a 9% o ozono, que causa entre 3 e 7%. A questão essencial é saber como a intensidade do efeito de estufa varia quando a actividade humana aumenta as concentrações atmosféricas de alguns gases. Desde 1750, o CO2 e o CH4 (metano) aumentaram em 31% e 149%, respectivamente.

As emissões de CO2 para a atmosfera, são em grande parte, por causas antropogénicas. Destas, ¾ são devido à queima de combustíveis fósseis. O resto é devido a mudanças no uso da Terra, especialmente a desflorestação.

Outra causa possível para o aumento do efeito de estufa é o feedback. Um dos mais pronunciados é a evaporação de água O CO2 injectado na atmosfera leva ao aquecimento da mesma e da superfície terrestre. O aquecimento leva a mais evaporação de água, e como o vapor de água é um gás de estufa, isso leva a mais aquecimento, o que por sua vez causa mais vapor de água, e assim por diante, até ser alcançado um novo equilíbrio dinâmico, com aumento da humidade e da concentração de vapor de água, levando a um aumento no efeito de estufa.

Apesar de haver em pouca quantidade, o ozono tem um papel fundamental na sobrevivência da humanidade. Este forma uma camada que absorve grande parte das radiações ultravioletas, o que impede que estas atinjam a superfície terrestre em quantidades elevadas, o que podia provocar anomalias nos seres vivos.

Existem estudos que provam que a redução de apenas 1% da camada de ozono é suficiente para cegar 100 mil pessoas por cataratas e aumentar os casos de cancro de pele em 3%. No entanto, em quantidades adequadas (muito reduzidas), as radiações são úteis à vida, contribuindo para a produção de vitamina D.

Desde meados da década de 80, que se confirmou que a camada de ozono tem vindo a ser, progressivamente destruída. Essa destruição deve-se aos produtos químicos libertados pela actividade humana, principalmente os CFCs (clorofluocarbonetos). Os CFCs ao chegarem à estratosfera e entrando em contacto com as radiações ultravioletas, as suas moléculas são quebradas e liberta átomos de cloro, que ao reagir com o ozono destrói-o. Esta destruição levou a que se criasse a designação de “buraco do ozono”, que é a camada muito fina sobre a Antárctica.

A poluição atmosférica é, também, um causador do aumento do efeito e estufa, pois o desenvolvimento industrial e urbano tem originado um aumento da emissão de poluentes atmosféricos. O acréscimo das concentrações atmosféricas destas substâncias e a sua deposição nos solos, vegetais e materiais é responsável por danos na saúde, na agricultura, na floresta e de forma geral origina desequilíbrios nos ecossistemas.

Algumas fontes poluidoras são: a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feitas muitas vezes em situações incontroladas. Os fogos florestais são responsáveis por emissões significativas

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de CO2, o uso de fertilizantes emissões de metano, amoníaco e azoto e as causas naturais, como explosões vulcânicas. Outras fontes importantes de poluentes são as móveis, como os transportes, essencialmente devido às emissões dos gases do escape, mas também do chumbo.

Consequências:

Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana, economia e meio ambiente, o aquecimento global tem sido motivo de grande preocupação. As evidências secundárias (diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar) são exemplos de consequências do aquecimento global, que podem influenciar não só as actividades humanas como, também, os ecossistemas. O aumento da temperatura global permite que um ecossistema mude, algumas espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção) devido a mudanças nas condições, enquanto outras podem espalhar-se invadindo outros ecossistemas.

Entretanto, o aquecimento global pode ter efeitos positivos, uma vez que o aumento da temperatura e da concentração de CO2 melhoram a produtividade do ecossistema, por outro lado, a quantidade de biomassa produzida, não é necessariamente boa, pois a biodiversidade pode diminuir, nas espécies que estejam a nascer.

O aquecimento da superfície aumentará a evaporação nos oceanos o que faz com que haja mais vapor de água. Isso faz com que o efeito de estufa aumente e que o aquecimento da superfície seja reforçado, logo podemos esperar um aquecimento entre 4 a 6ºC. Mas mais humidade, pode aumentar a presença de nuvens. As nuvens têm um papel muito importante no equilíbrio energético, pois controlam a energia que entra e sai do sistema. Podem arrefecer a Terra, ao reflectirem a luz solar para o espaço e podem aquece-la por absorção de radiação infravermelha radiada pela superfície.

Uma outra causa de grande preocupação, é o aumento do nível médio das águas do mar Este tem aumentado entre 0,01 a 0,025 metros por década. O aquecimento global provoca subida dos mares, principalmente, por causa da expansão térmica da água dos oceanos. Outro factor importante para este aumento é, o derretimento das calotas polares e camadas de gelo sobre as montanhas, que são mais afectadas pelas mudanças climáticas do que as camadas de gelo da Gronelândia e Antárctica, que nas próximas décadas não devem contribuir para o aumento do nível de água.

Protocolo de Quioto:

O Protocolo de Quioto é a consequência de uma série de eventos iniciado com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá

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em 1988, seguido pelo IPCC, na Suécia em 1990 e que culminou com na ECO-92 no Rio de Janeiro.

O objectivo deste protocolo era a redução da emissão de gases que provocam o efeito de estufa, considerados como causa antropogénica do aquecimento global.

Discutido em Quioto, no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas a 11 de Dezembro e ratificado a 15 de Março de 1999. Entrou em vigor a 16 de Fevereiro de 2005. Este protocolo propõe um calendário no qual os países-membros, principalmente os desenvolvidos, teriam a obrigação de reduzir as emissões de gases em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990, entre 2008 e 2012. As metas de redução não são homogéneas a todos os países.

Algumas normas que os países signatários devem tomar são: Diminuir o uso de combustíveis fósseis e aumentar o uso de

biocombustíveis; Reformar os sectores de energia e transporte; Promover o uso de fontes energéticas renováveis; Proteger florestas; Limitar as emissões de metano na gerência de resíduos e dos sistemas

energético; Promoção de formas sustentáveis de agricultura; Pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso de formas

novas e renováveis de energia; Convenção e aplicação de instrumentos de mercado que reduzam as

emissões de gases poluentes; Estímulos e reformas adequadas em sectores relevantes, visando a

promoção de políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de gases de efeito de estufa;

Controlo do uso dos combustíveis e o grau da sua pobreza; Criação de controlos da poluição; Pesquisas para a elaboração de substitutos de CFCs; Controlo e fiscalização na desflorestação e incêndios; Protecção e conservação de parques ecológicos; …

Em Quioto foram estabelecidos 3 “mecanismos de flexibilidade” que permitem a esses países cumprir as exigências de redução de emissões fora dos seus territórios. Dois desses correspondem somente a alguns países: Implementação Conjunta e o Comércio de Emissões. O terceiro, O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo-MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) permite actividades entre o Norte e o Sul, com o objectivo de apoiar o desenvolvimento sustentável.

Especifica que as actividades compreendidas nos mecanismos devem ser desenvolvidas adicionalmente às acções realizadas pelos países industrializados dentro dos seus próprios territórios.

Se o protocolo for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4 e 5,8% até 2100.

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Apesar do apoio de vários ecologistas e cientistas, o Protocolo de Quioto recebe algumas críticas. A principal delas é que as medidas podem causar recessão nos países desenvolvidos e com economias estáveis.

Alem disso, alguns cientistas afirmam que as metas não terão efeitos a longo prazo. Outro argumento anterior era que os efeitos do aquecimento global não eram tão danosos. Mas este argumento, perdeu força após o relatório do IPCC, que ampliou as previsões negativas em relação ao clima da Terra.

Bibliografia:Filme, “Verdade Inconveniente” de Al Gorehttp://www.malhatlantica.pt/cnaturais/aquecimento_global.htm

http://oceans.greenpeace.org/pt/nossos_oceanos/mudancas_climaticashttp://www.seed.slb.com/pt/scictr/watch/climate_change/impact.htm