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FEA PROFESSORES uma publicação mensal da FEAUSP ano 10 _edição 88_novembro_2013 FEA ALUNOS PAINEL Aumento do IPTU Síntese na cabeça Roberto Sbragia à frente do EAD fotos na página 8 Professores debatem os prós e os contras dessa medida impopular Com 70% dos votos, a chapa Síntese assume a nova dire- toria do CAVC pág.04 pág.10 www.fea.usp.br/jornal Conheça os planos do novo chefe do Departa- mento de Administra- ção da FEA ca dos problemas do país e de questões relacionadas ao contexto internacional, convidando personalidades ilustres do mundo empresarial e acadêmico. Recebe- mos Fernando Henrique Cardoso, Barry Eichengreen e Phillis Wise, só para citar alguns. Foram assinados 13 convênios com instituições de ensino internacionais. No próximo semestre, teremos 85 intercambistas, contribuindo cada vez mais para a inter- nacionalização da FEA. Foram incorporados ao quadro de pessoal 13 novos funcionários e 16 docentes. Reali- zamos nada menos do que 241 eventos e 3 congressos. Estruturalmente, a FEA também passou por mudan- ças. O ano começou com as salas de aula da Graduação totalmente reformadas. Foi trocado o cabeamento dos prédios FEA-1 e FEA-5 para aumentar a velocidade da internet. Ganhamos dois novos laboratórios com recur- sos do Pró-Inovalab. E para encerrar, o antigo brasão da FEA foi recuperado e colocado na entrada principal. Digamos que 2013 foi um ano produtivo para docen- tes, alunos e para o corpo administrativo. Encerramos o ano com a certeza de ter cumprido nosso papel de for- mador de ideias e pessoas. Esperamos que em 2014 pos- samos continuar com todo esse espírito acadêmico que nos torna uma instituição de ensino superior modelar. Boas festas a todos! pág.06 2013: um ano produtivo para a FEA Ao encerrar 2013, o balanço da FEA é bastante positi- vo. Formamos mais um time de profissionais nas áreas de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária. São pessoas que, sem dúvida, contribuirão para a mo- dernização e o desenvolvimento socioeconômico do país, participando ativamente das transformações que a sociedade exige, não só nos campos social, político e econômico, mas também tecnológico e cultural. Como é de conhecimento de todos, desde a sua fun- dação em 1946 a Faculdade de Economia, Administra- ção e Contabilidade da USP exerce um papel importan- te na construção da sociedade moderna, tendo como compromisso a geração de conhecimentos, a formação de novos profissionais, e a busca pela vanguarda na pro- dução científica. Os números não mentem. Já foram outorgados 1.795 títulos de mestre em ciências e 1.043 de doutor. Só em 2013, foram defendidas 56 dissertações e 40 teses. Temos nota 7 na avaliação da Capes nos cursos de Economia e Administração, e nota 6 em Controladoria e Contabili- dade, o que nos coloca em nível de excelência interna- cional. Para atender às exigências dos novos tempos e con- tinuar sendo referência no ensino e na pesquisa, a FEA promoveu durante todo o ano eventos e discussões acer-

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FEA PROFESSORES

uma publicação mensal da FEAUSP • ano 10 _edição 88_novembro_2013 •

FEA ALUNOSPAINEL

Aumento do IPTU Síntese na cabeça Roberto Sbragia à frente do EAD

fotos na página 8

Professores debatem os prós e os contras dessa medida impopular

Com 70% dos votos, a chapa Síntese assume a nova dire-toria do CAVC

pág.04

pág.10

www.fea.usp.br/jornal

Conheça os planos do novo chefe do Departa-mento de Administra-ção da FEA

ca dos problemas do país e de questões relacionadas ao contexto internacional, convidando personalidades ilustres do mundo empresarial e acadêmico. Recebe-mos Fernando Henrique Cardoso, Barry Eichengreen e Phillis Wise, só para citar alguns.

Foram assinados 13 convênios com instituições de ensino internacionais. No próximo semestre, teremos 85 intercambistas, contribuindo cada vez mais para a inter-nacionalização da FEA. Foram incorporados ao quadro de pessoal 13 novos funcionários e 16 docentes. Reali-zamos nada menos do que 241 eventos e 3 congressos.

Estruturalmente, a FEA também passou por mudan-ças. O ano começou com as salas de aula da Graduação totalmente reformadas. Foi trocado o cabeamento dos prédios FEA-1 e FEA-5 para aumentar a velocidade da internet. Ganhamos dois novos laboratórios com recur-sos do Pró-Inovalab. E para encerrar, o antigo brasão da FEA foi recuperado e colocado na entrada principal.

Digamos que 2013 foi um ano produtivo para docen-tes, alunos e para o corpo administrativo. Encerramos o ano com a certeza de ter cumprido nosso papel de for-mador de ideias e pessoas. Esperamos que em 2014 pos-samos continuar com todo esse espírito acadêmico que nos torna uma instituição de ensino superior modelar. Boas festas a todos!

pág.06

2013: um ano produtivo para a FEAAo encerrar 2013, o balanço da FEA é bastante positi-vo. Formamos mais um time de profissionais nas áreas de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária. São pessoas que, sem dúvida, contribuirão para a mo-dernização e o desenvolvimento socioeconômico do país, participando ativamente das transformações que a sociedade exige, não só nos campos social, político e econômico, mas também tecnológico e cultural.

Como é de conhecimento de todos, desde a sua fun-dação em 1946 a Faculdade de Economia, Administra-ção e Contabilidade da USP exerce um papel importan-te na construção da sociedade moderna, tendo como compromisso a geração de conhecimentos, a formação de novos profissionais, e a busca pela vanguarda na pro-dução científica.

Os números não mentem. Já foram outorgados 1.795 títulos de mestre em ciências e 1.043 de doutor. Só em 2013, foram defendidas 56 dissertações e 40 teses. Temos nota 7 na avaliação da Capes nos cursos de Economia e Administração, e nota 6 em Controladoria e Contabili-dade, o que nos coloca em nível de excelência interna-cional.

Para atender às exigências dos novos tempos e con-tinuar sendo referência no ensino e na pesquisa, a FEA promoveu durante todo o ano eventos e discussões acer-

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ANÁLISE & OPINIÃO

“como a influência de seu trabalho ultrapassa lar-gamente os limites da Economia Financeira, talvez seu prêmio não devesse ter sido compartilhado”

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RodRigo de Losso da siLveiRa Bueno

PRofessoR associado no dePaRtamento de economia na fea-usP

Nobel e GMM

A ReAl AcAdemiA SuecA de ciênciAS pReStigiA

outRA vez o cAmpo de economiA FinAnceiRA em

2014 Ao pRemiAR com o nobel oS economiStAS

eugene FAmA, lARS HAnSen, AmboS dA univeR-

SidAde de cHicAgo, e RobeRt SHilleR, dA uni-

veRSidAde de YAle, poR “SuA AnáliSe empíRicA doS

pReçoS doS AtivoS”. Shiller previu o estouro da bolha nos preços

dos imóveis nos Estados Unidos, tornando-se bem popular. Assim, a imprensa concentrou-se em explicar as contribuições de Fama e Shiller, ofuscando a de Hansen, que, não obstante, ul-trapassa o campo de Economia Financeira.

Fui orientado por Hansen, por isso vou falar um pouco das razões de ter ganhado o prêmio Nobel, mas sugiro acessar http://economistax.blogspot.com.br/2013/10/as-contribuicoes-de--fama-e-hansen.html onde discuto um pouco as contribuições dos outros ganhadores.

A década de 70 assistiu ao desenvolvimento da teoria de Expectativas Ra-

cionais que deu o prêmio Nobel a Lucas em 1995 e a Sargent e Sims em 2011. Todavia, as predi-ções da teoria não eram

fáceis de serem testadas empiricamente. Por

isso, Sargent e Sims

c o m e -çaram a pes-quisar

formas de testar essas predições. Foi, no entanto, Hansen quem deu a solução definitiva em 1982, inpirado num curso sobre mé-todos empíricos de Sims, que o orientou em seu doutorado em Minnesota.

Hansen desenvolveu do Método Generalizado dos Momen-tos, GMM, transformando a maneira de se fazer econometria até então, pois os demais métodos existentes passaram a ser casos particulares.

O GMM permite a conexão direta entre as predições de mode-los econômicos e uma forma fácil de testá-los empiricamente. Por exemplo, uma predição usual de modelos financeiros diz que o re-torno futuro de um ativo financeiro qualquer trazido para o valor presente pelo fator de desconto da economia é, em média, um.

Mais geralmente, o GMM se aplica também a modelos eco-nômicos dinâmicos com informação limitada, a parte difícil de entender. Usualmente, o economista não tem as mesmas infor-mações que o agente econômico que toma decisões ao longo do tempo. Os métodos empíricos para avaliar esses modelos preci-sam levar em consideração, portanto, as diferenças entre o que o economista enxerga como informação de seu objeto de análise: o agente econômico que usa outro conjunto de informação em sua tomada de decisão. A teoria de Expectativas Racionais mais o GMM solucionam o problema.

Especificamente em Economia Financeira, a contribuição de Hansen, em coautoria com Jagannathan, foi entender os limites do já mencionado fator de desconto da economia. Esse objeto econômico é importante para determinar empiricamente o pre-ço dos ativos, razão pela qual Hansen acabou sendo incluído na premiação com os outros pesquisadores. Todavia, como a influ-ência de seu trabalho ultrapassa largamente os limites da Econo-mia Financeira, talvez seu prêmio não devesse ter sido compar-tilhado.

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3Quando o meio ambiente vira estratégia do negócio

FEA SUSTENTABILIDADE

Gabriela Stocco

Ser sustentável é ter atitudes que permitam continuar sua atividade a longo prazo, incluindo sim medidas ambientais, mas também com uma preocupação social, ética e humanista.

QuAndo FAlAmoS em SuStentAbilidAde, A pReSeRvAção do

meio Ambiente vem à noSSA mente. Mas o conceito engloba

muito mais. Ser sustentável é ter atitudes que permitam con-tinuar sua atividade a longo prazo, incluindo sim medidas ambientais e de uso consciente de recursos, mas também com uma preocupação social, ética e humanista.

Para desmistificar o tema e mostrar sua im-portância no ambiente dos negócios, o PET ADM (Programa de Educação Tu-torial) organi-zou em outubro o V Sustentabilidade e Empreendedorismo, em parceria com a FEA júnior USP, o CAVC, a Aiesec, o FEA Debate e o PESC (Programa de Extensão de Serviços à Comunidade).

O sócio da consultoria Gestão Origami, Aerton Paiva, trouxe para o evento sua experiência com as grandes empresas, que é objeto da con-sultoria. “As grandes empresas já resolveram questões ime-diatas. As menores serão atingidas via cadeia de fornecedo-res, quando as grandes começarem a exigir das pequenas condições mais adequadas de trabalho, questões de controle ambiental, saúde e segurança.”

Segundo Paiva, não compete à empresa fazer um mundo

melhor, mas trazer resultados econômicos. Porém, para ter lucratividade a longo prazo, os empresários devem atentar para a susten-tabilidade. Ele citou como exemplo o caso

da Pepsico, cujo principal produto são as batatas chips. Previsões in-

dicam que as mudanças climá-ticas ocasionarão uma queda

de 40% na produção de batatas. Assim, desde já a empresa

desenvolve uma espécie de batata resis-tente às futuras

condições cli-máticas.

Os negó-cios sociais

também foram destaque. A B2Blue, que

comercializa resíduos sólidos pela internet,

viu seu negócio crescer com a en-trada em vigor da Política Nacio-

nal de Resíduos Sólidos, que atribuiu aos produtores a responsabilidade por seus re-síduos. Mas o que é lixo para uma empresa pode ser matéria-prima para outra. Assim, foi desenvolvida uma plataforma online que coloca em contato os dois lados do negócio, cobrando uma comissão pelas transações. Já foram comercializadas 14 mil toneladas de resíduos, totalizando R$ 12 milhões.

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PAINEL

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“Na prática é difícil medir isso... é dificil isolar o impacto, é uma coisa que se retroalimenta”

Imposto Predial e Territorial Urbano: só mais uma taxa?

Nicolas Gunkel poR mexeR diRetAmente no bolSo dA popu-

lAção, o Aumento dA cARgA tRibutáRiA é

SempRe um temA de gRAnde comoção. No Brasil, onde os impostos já figuram entre os mais elevados no mundo, o assunto ren-de, invariavelmente, as primeiras páginas dos jornais. Com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de São Paulo, não foi diferente. O aumento de até 20% para imó-veis residenciais e 35% para comerciais, previsto pela prefeitura em 2014, tem sido alvo de resistência e críticas acaloradas dos mais diversos setores e entidades.

Para o professor Roy Martelanc, do de-partamento de Administração da FEA, a repercussão do aumento era mais do que esperada. “Naturalmente, você tem uma reação política e uma reação emocional das pessoas. Claro que ninguém gosta, impos-to é ruim, dói no bolso”, afirma. “Agora, os

imóveis subi-ram de valor, isso é inegável. E se o IPTU é calculado de acordo com o valor da pro-priedade, é preciso reco-nhecer seu au-mento”.

O econo-

mista e pesquisador Eduardo Zylberstajn, da FIPE (Fun-dação Instituto de Pesquisas Econômicas), considera que é necessário inserir a revolta com o aumento da taxa em um contexto mais amplo. “Nós sabemos que os preços dos imóveis aumentaram nos últimos anos. Parece-me, no en-tanto, que o problema é muito mais o excesso de tributos de forma geral, do que discutir especificamente se este au-mento é justo”.

Segundo o professor Cláudio Tavares de Alencar, da Es-cola Politécnica, o aumento, nas proporções em que será feito, “machuca qualquer pagador”. “Vai ter uma inflação de moradia e vai custar mais caro do que já é morar em São Paulo. Pode até haver base para o aumento, mas acho que poderia ter feito uma coisa mais escalonada”. A colocação do docente destoa da análise do professor Martelanc, que considera o valor do imposto “pouco marcante”.Mercado imobiliário

A repercussão causada pelo IPTU chama a atenção para o grande descolamento entre o aumento da renda da po-pulação paulistana e a valorização do mercado imobiliário. Enquanto o poder de compra dos moradores cresceu em média 5% ao ano de 2008 para cá, o valor dos imóveis pra-ticamente dobrou, segundo o índice FIPE/ZAP. Tal abismo faz com que compradores gastem o mesmo que antes para adquirir imóveis cada vez menores. A grande valorização, segundo especialistas, não chega a servir de alerta para a explosão de uma bolha imobiliária. De acordo com o pro-fessor Alencar, os preços têm crescido por fatores estrutu-rais, como o crescimento de custos de construção, e não pelo aumento das margens de resultado dos empreende-dores.

Já segundo o professor Martelanc, quatro fatores de or-dem econômica provocaram o aumento dos preços imo-

Prof. Roy Martelanc

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...resolver o grave problema de transporte para a periferia mais distante é a única maneira de “descentralizar” São Paulo.

5biliários nos últimos anos: a demanda, a “inundação” de crédito pelo governo federal e bancos privados, o aumento do poder de compra da população e a ideia de segurança financeira. “Quando a economia cresce, tem-se a sensação de que o Brasil está ‘muito bem, obrigado’, e essa segurança também estimula o financiamento a longo prazo, caso do mercado imobiliário”, explica. “Juntando tudo isso, você pode pagar mais pelo imóvel, o que faz com que o preço dele suba”.

Em tese, o IPTU tem um papel de ordenamento urbano, isto é, a capacidade de atrair investimentos para determi-nadas regiões diminuindo a tributação de prédios e terre-nos locais. Como explica Zylberstajn, “basta imaginar que se há duas regiões iguais e em uma o IPTU aumentou mais do que na outra, então a demanda migra”.

No entanto, ele admite que na prática a teoria não fun-ciona tão bem. “Na prática é difícil medir isso. Se o IPTU subiu em uma região é porque os preços lá subiram e por isso a demanda está mais forte”. É complexo também, afir-ma o economista, dizer se o mercado responde ao IPTU ou o IPTU responde ao mercado. “É difícil isolar o impacto, é uma coisa que se retroalimenta”.Infraestrutura e mobilidade

É de comum acordo entre os três docentes, entretanto, que o IPTU não pode estar à frente no processo de reor-ganização da cidade. “Não vamos conseguir uma redistri-buição das atividades da cidade só mexendo no IPTU. É como tentar parar um trem com um tiro”, afirma o pro-fessor Alencar. O adensamento urbano e a valorização de certas áreas atribuem-se, como não poderia deixar de ser, à infraestrutura e bens públicos presentes nelas, passando, em primeira instância, pelo transporte.

“Ir para a periferia seria o caminho natural. Em muitos lugares do mundo é assim. No Brasil, especialmente em São Paulo, você barra na questão da mobilidade. Certamente teria muitas pessoas dispostas a morar em outros muni-cípios da região metropolitana ou até fora dela”, defende

Eduardo. “Em Atibaia, você está a uma hora do cen-tro da cidade se não hou-ver trânsito. Mas em uma segunda-fei-ra, às 8h, você leva horas”. De acordo com o profes-sor Martelanc, resolver o grave problema de transporte para a periferia mais distante é a única maneira de “descentralizar” São Paulo.

Para além do transporte, Zylberstajn aponta o acesso a segurança, educação, saúde e lazer como condicionantes para homogeneizar o mercado imobiliário da cidade. Inclusive, contra a especulação imobiliária. “Um jeito de combater a espe-culação é não dar motivos para ela acon-tecer. Uma maneira de evitar isso é prover níveis iguais de distribui-ção dos ser-viços públi-cos”. Assim, segundo ele, a superva-lorização de um imóvel em relação a outro pode-ria ser redu-zida.

Prof. Claudio Tavares de Alencar

Eduardo Zylberstajn

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FEA ALUNOS

Alunos elegem chapa Síntese para o CAVC

Nicolas Gunkel no início de novembRo, oS eStudAnteS dA FeA FoRAm àS uRnAS

decidiR pelA cHApA Que RepReSentARá SuAS vozeS no pRóximo Ano. Com quórum recorde de 1171 votantes, venceu as eleições, com 70% dos votos, a Síntese, idealizada por membros da gestão an-terior. A FEA é Sua, chapa concorrente, recebeu os 30% restan-tes do pleito.

A Síntese assume a diretoria do CAVC com um projeto de continuidade, aliado a um discurso de mais integração e trans-parência. Em sua carta programa, a própria chapa promete dar sequência aos “últimos três anos de administração responsável e experiente, mas com novos membros que fortificam a neces-sidade intrínseca em se ter um Centro Acadêmico inclusivo e próximo dos alunos”.

Como visão de Centro Acadêmico, a Síntese prega: a re-presentatividade, através de votações online que representem a totalidade dos alunos da FEA; a transparência, trazendo to-das as discussões pertinentes ao corpo discente para debate; e o aprimoramento da comunicação, com a separação da Diretoria de Comunicação da Diretoria d’O Visconde, informativo dos estudantes.

Quanto à participação no Movimento Estudantil, a Síntese propõe um posicionamento crítico frente às decisões tomadas nos Conselhos de Centros Acadêmicos (CCAs).

Com 40 membros e 12 diretores, a nova gestão do CAVC se dividirá em seis diretorias.

A Diretoria Administrativa pretende manter como principal fonte de renda do Centro Acadêmico o CAVC Idiomas, diversi-ficando suas atividades e projetos e melhorando a saúde finan-ceira da entidade. Para além dos Idiomas, a Diretoria pretende ampliar sua arrecadação através da expansão do já existente curso de Excel e da redução do preço do aluguel de armários, garantindo que a maior parcela dos alunos possa ter acesso a este serviço.

A Síntese também se compromete com a manutenção dos projetos sociais, tais como o Alfa USP, que ministra aulas para jovens, e o Auxílio CAVC, que dá isenção a FEAnos com baixa

Carolina Munhão, Alberto Nishikawa, Sofia Pavesi,

Thais Haddad e André Jablonski

Diretoria O Visconde

Rafael Passos, Vinicius Orellano, Luis Fantozzi, Matias

Cardomingo, Gabriel Araújo, Ahmad Mourad e Jessé

Barbosa

Diretoria de Comunicação

Cláudio Mello, Marcos Vinicius, Beatriz Montenegro,

Vitor Brumatti, André Bracco, José Victor, Anderson

Moraes e Guilherme Garcia

Diretoria Sociocultural

André Noggerini , Lucas Fabbro e Henrique Plens

Diretoria Administrativa

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... um projeto de continuidade, aliado a um discurso de mais integração e transparência.

renda em eventos universitários. Por fim, pretende potenciali-zar o FEA UP, projeto de fomento para a criação de start ups de alunos e recém-formados, além de criar o Orçamento FEA, verba para que os alunos da Faculdade possam colocar seus projetos em prática.

No âmbito da Comunicação, além da separação do setor e d’O Visconde, a Síntese planeja criar meios de comunicação direta com os alunos, para que eles se sintam “atuantes”. Quin-zenalmente, a gestão publicará um boletim informativo sobre reuniões do CA e atividades. Também serão gravados podcasts e será aberto no site do CA a seção Opine Aqui.

Além de manter os tradicionais eventos de confraterniza-ção, a Diretoria de Eventos pretende estreitar o elo da FEA com outras entidades e faculdades, e inaugurar ao menos três no-vas festas. Para mensurar a satisfação dos estudantes, a gestão pretende manter o feedback para identificar pontos positivos e negativos das festas.

A Diretoria Acadêmica, que discute a estrutura dos cursos da FEA e auxilia os alunos em seus es-tudos, tem como algumas de suas propostas a con-solidação dos bancos de provas e textos, uma maior transparência da avaliação de professores, a exten-são do intercâmbio de seis meses para até um ano, criar monitorias para os ingressantes e expandir o ciclo de palestras Brasil do Futuro. A gestão também promete trazer a pós e a pesquisa interna para o co-tidiano do aluno. Segundo a Síntese, os alunos da graduação e da pós “vivem hoje em mundos sepa-rados”.

A Diretoria Sociocultural, por sua vez, pretende enfocar a multiculturalidade, a diversidade e a cons-ciência como elemento fundamental de promoção de cidadania, em duas frentes: a sociabilização e a consciência social. A primeira, através da ampliação de ambientes de convivência com outras unidades. A segunda, por meio de debates políticos e sociais.

Balanço da Gestão 2013Às vésperas da transição do atual mandato do CAVC, a Gestão

2013 fez um balanço de seu legado. De acordo com o presidente João Moraes Abreu, apenas duas das 12 promessas principais de sua carta programa não foram totalmente cumpridas: a adminis-tração adequada do Swedinho e o melhor uso dos vãos do FEA-1. Foram cumpridas “de forma satisfatória” a promoção de palestras e debates, as consultas prévias aos alunos, a representação FEAna em fóruns estudantis, a política de portas abertas, o novo site do CAVC, o Boletim Virtual, o suprimento de local para a Vivência, a instalação de armários e a criação do Conselho de Entidades.

A polêmica questão das catracas também terminou em suces-so para o CAVC. Após a derrota dos estudantes na votação sobre a instalação dos equipamentos, a representação discente apresen-tou, em reuniões com a direção da unidade, propostas alternati-vas. “Pela via do diálogo franco e com uma estratégia de construir uma argumentação sólida e uma proposta alternativa consistente, o CAVC e os alunos da FEA fizeram valer sua opinião”, afirma Moraes Abreu.

No âmbito financeiro, a avaliação da gestão 2013 é de que a Síntese “receberá uma entidade economicamente estável, com planejamento e diretrizes bem definidos de como seguir a recu-peração iniciada em 2011”.

Diretoria de Graduação

Diretoria de Eventos

Guilherme Silva, Fábio Arnaldo, Vitor Augusto, Victor

Vaccaro. Embaixo: Paula Benites, Natasha Firme, Ivy

Engel

Caio Goulart, Lisa Pacheco, Rodrigo Toneto, Beatriz

Rizzato, Lucas Câmara, Joyce Bomfim

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FEA ESPECIAL

Janeiro

Março

Abril

Maio

JunhoFevereiro

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Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

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10 Cacilda Luna

FEA PROFESSORES

Roberto Sbragia é o novo chefe do EAD

oS deSAFioS não São poucoS. mAS um deleS,

com ceRtezA, não SeRá tão diFícil pARA o

pRoFeSSoR titulAR RobeRto SbRAgiA: FAzeR

A tRAnSição entRe A AntigA e A novA geRA-

ção de pRoFeSSoReS. Aos 61 anos, Sbragia acaba de assumir a chefia do Departa-mento de Administração da FEA (EAD), no lugar do Prof. Adalberto Fischmann. “Eu venho de uma equipe em que todos estão chegando à aposentadoria. Sou pra-ticamente o elo entre o grupo mais antigo e o grupo mais novo. Meu primeiro gran-de desafio é fazer essa transição para um grupo promissor, aproveitando os jovens talentos, apostando neles e formando uma equipe de trabalho”.

Especialista em gestão da inovação tecnológica, Roberto Sbragia se conside-ra “filho da casa”. Ele ingressou na FEA, em 1971, logo após a mudança do prédio da Faculdade para a Cidade Universitá-ria. Após se formar, em 1974, trabalhou com os professores Jacques Marcovitch e Eduardo Vasconcellos. Em 1976, iniciou a carreira de professor, chegando a titular em 1991. Fez pós-doutorado em Manage-ment of R&D pela Northwestern Univer-sity. Foi vice-chefe do EAD e coordenou o PGT (Núcleo de Política e Gestão Tec-nológica) da USP.

Sbragia pretende realizar uma gestão “compartilhada”, da qual farão parte os coordenadores de Graduação, Pós-gra-duação, Pesquisa, Cultura e Extensão, além dos coordenadores de áreas. “Não

pretendo fazer uma administração isolada, nem é o meu perfil. Esse será o meu grande desafio: formar essa equi-pe, definir métricas e performance”.

MetasUma de suas prioridades é fortalecer e ampliar as

relações com o mundo empresarial e com as instâncias acadêmicas formuladoras de política decisória, como a Capes e a Anpad (Associação Nacional de Pós-Gradua-ção e Pesquisa em Administração). “Acho que estamos muito distantes das demandas e dos interesses de admi-nistração do setor empresarial. Talvez a gente tenha aqui uma endogenia muito grande, olha muito para dentro. Criamos disciplinas olhando para nós mesmos, nossas potencialidades, e esquecemos um pouco o que se passa lá fora, as demandas, os requisitos de qualificação dos jovens de hoje”, admite.

Segundo Roberto Sbragia, o profissional em adminis-tração formado na FEA é pouco preparado para decisões e isso precisa ser mudado. Geralmente, ele tem uma base de conhecimento boa, mas deixa a desejar sob o ponto de vista executivo. “A GV sempre teve uma tradição de formar o executivo, aquele que vai ocupar o posto nº 1 das empresas. Nossa atitude sempre foi mais de formar o técnico, o analítico. Ainda temos um perfil mais aca-dêmico, formamos gente para a academia”, analisa. Uma das ideias é convidar cada vez mais empresários para contar sua experiência e, dessa forma, “trazer mais luzes do mundo externo”.

Outra meta de sua gestão é acelerar a internacionali-zação. A proposta do EAD é aumentar de 1 para 3 o nú-mero de disciplinas ministradas em inglês. “A demanda por parte dos alunos estrangeiros tem sido grande, mas temos pouca gente fora e pouca gente em países onde se fala o inglês, que é um requisito fundamental para se in-ternacionalizar”. Segundo o Prof. Sbragia, a USP estava

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“Meu primeiro grande desafio é fazer essa transição para um grupo promissor, aproveitando os jovens talentos, apostando neles e formando uma equipe de trabalho”

entre as 200 melhores universidades do mundo e caiu no ranking. “O item que pesou foi a baixa internaciona-lização. Crescemos bastante em publicações externas, mas esse lado da ida de alunos pra fora e da oferta de cursos de inglês é uma lacuna nossa”.

Transferência de tecnologiaComo especialista em gestão da inovação tecnológi-

ca, Roberto Sbragia se sente bastante à vontade quando o assunto é transferência de tecnologia entre a universi-dade e o setor produtivo. “A FEA é um grande exemplo de interação universidade-empresas. Aqui nós criamos programas dirigidos a empresas por meio das funda-ções. A FIA, no âmbito do nosso departamento, é o me-lhor exemplo. O nosso laboratório está lá fora. E o aces-so a esse mundo foi viabilizado pelo Funad, que hoje é a FIA, nosso braço de trabalho externo”.

Na opinião de Sbragia, essa “simbiose” entre o mundo empresarial e a acade-mia é uma das coisas mais importantes que a FEA possui hoje. “As demandas das empre-sas, as necessidades, os problemas, os ca-ses, eles voltam para cá”. Mas nem sempre a coisa foi assim. Ele lembra que nos anos 80, o país começou a cogitar o assunto, mas existiam dois lados antagônicos: o empre-sarial, que vive de re-sultado, exige rapidez, sigilo e propriedade,

e o lado acadêmico, não comprometido com prazos e sem atrelamento da pes-quisa a interesses comerciais. Depois, teve a quebra de paradigma, com exem-plos concretos de cooperação, a partir da criação das agências de inovação, entre elas a da USP.

Hoje, ele afirma que vivemos a “tercei-ra onda”. “Estamos na onda da inovação aberta, onde nenhuma empresa que quer competir no mundo globalizado faz as coisas sozinha. Ela precisa de parceiros e um dos parceiros são as universidades, que é onde está o conhecimento, os pes-quisadores especializados. E as empresas que buscam isso estão evoluindo, cres-cendo, ocupando espaços no mundo”, conclui Roberto Sbragia.

Prof. Roberto SbragiaChefe do Departamento de Administração

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FEA PROFESSORES

Cacilda Luna

“Ele tem sido um homem à frente do seu tempo. Suas propostas sempre foram originais”

Congregação presta homenagem ao Prof. José Pastore

A ideiA SuRgiu Há ceRcA de 2 AnoS, QuAndo oS

FilHoS AnA cláudiA, eduARdo e SílviA decidiRAm

editAR um livRo em HomenAgem Ao pAi, JoSé pAS-

toRe, Reunindo textoS de eSpeciAliStAS em RelA-

çõeS do tRAbAlHo, empRego e RecuRSoS HumAnoS,

ASSuntoS Que mARcARAm A cARReiRA do pRoFeS-

SoR e Que AtuAlmente São temA de SeuS ARtigoS

publicAdoS peRiodicAmente no JoRnAl o eStAdo

de S. pAulo, Ao meSmo tempo Que embASAm SuAS

AtividAdeS como peSQuiSAdoR e conSultoR.

O livro acaba de ser lançado pela edi-tora LTR sob o título “Uma Reflexão sobre as Relações de Traba-lho – Homenagem ao Professor José Pasto-re”. Reúne artigos de Luiz Carlos Amorim Robortella, Dagober-to Lima Godoy, Cássio Mesquita Barros, Ives Gandra Martins Filho, José Paulo Zeetano Chahad, Hélio Zylberstajn, Roberto Macedo e José Eduardo Gibello Pastore.

Quando foram convidados a participar do livro, Roberto Macedo e Hélio Zylberstajn, colegas de Pastore no Departamento de Eco-nomia da FEA, tiveram a ideia de realizar uma homenagem a ele na Faculdade, em reconheci-mento a sua contribuição à academia, nos anos em que lecionou Sociologia Econômica. A ho-menagem que teve a presença dos familiares de Pastore, alunos e professores da FEA, foi reali-zada na reunião da Congregação do dia 27 de novembro.

Sociólogo de formação, José Pastore foi professor titular da FEA, onde lecionou entre 1964 e 1989. Na Universidade de Wis-consin (EUA) obteve o título de Doutor Honoris Causa em Ci-ência e Ph.D. em Sociologia. Também foi pesquisador da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

É autor de mais de 30 livros, entre eles “Desigualdade e Mobili-dade Social no Brasil” (1979), “Encargos Sociais” (1997), “Salário e Poder de Compra depois do Plano Real” (1997), “O Desempre-go tem cura?” (1998), “Tecnologia e Emprego” (1998), “A Refor-ma das Instituições do Trabalho” (2001) e “Trabalhar Custa Caro”

(2008). Publi-cou mais de 200 artigos técnicos em revistas na-cionais e inter-nacionais.

Para o Prof. Hélio Zylbers-tajn, Pastore contribuiu mui-

to para a imagem da FEA, a partir de seu envolvimento com a Sociologia Econômica e, principalmente, com as questões do trabalho. “Ele tem sido um homem à frente do seu tempo. Suas propostas sempre foram originais. Ele tem uma mente muito crí-tica, sempre levantou bandeiras inovadoras, e liderou projetos e pesquisas”.

Segundo o Prof. Roberto Macedo, ex-diretor da FEAUSP e ex--chefe do Departamento de Economia, a homenagem a Pastore é muito justa e oportuna. “Sociólogo por formação, sua atuação diverge dos padrões usuais da sociologia brasileira ao deixar opi-niões ideologicamente preconcebidas e trabalhar cientificamente com teorias e testes de hipóteses. Nessa linha não teve dificulda-de de firmar-se entre seus pares do Departamento de Economia, onde sua competência é reconhecida em áreas até mais típicas dos economistas, como a de Economia do Trabalho”.

Profs. Hélio Zylberstajn, Nicolau Reinhardt e José Pastore

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FEA FUNCIONÁRIOS

“Aprendemos muito... como a postura para entrar e sair dos lugares, o jeito de se arrumar e conversar”

13Trabalhando para deixar tudo em ordem

todoS oS diAS, AnteS doS FeAnoS cHegARem pARA ReAlizAR SuAS

AtividAdeS, AlgumAS peSSoAS Já pRepARARAm um Ambiente me-

lHoR pARA o tRAbAlHo. A equipe de limpeza da FEAUSP tra-balha de segunda a sexta, das 6h às 21h, e aos sábados de manhã, para deixar tudo em ordem em nossos prédios.

A rotina começa cedo. Uma força tarefa é feita pela equipe da manhã para que, às 7h15, todas as salas de aula e corredo-res estejam prontos para alunos e professores iniciarem seus cursos. Além da limpeza de lousa, móveis e chão, a equipe também coloca as cadeiras no lugar, depois de um dia ante-rior cheio de movimentações.

A chefe de Serviços Gerais da FEA, Elaine do Rocio Gra-ciano, acompanha diariamente a rotina de trabalho dos ter-ceirizados. Ela explica que após cuidar das salas de aula, pela manhã, a equipe é dividida para realizar a limpeza de salas administrativas e de professores, banheiros, saguão e biblio-teca. Os jardins e escadas ficam para depois do almoço, com o reforço da turma da tarde, que começa suas atividades ao meio-dia, e mantém durante a tarde e a noite a limpeza e a organização da unidade.

Elaine Graciano destaca também que, em média a cada dois meses, é realizado um encontro para pensar melhorias nas rotinas de trabalho, e abrir espaço para que os funcioná-rios da limpeza possam falar sobre as demandas e relacionamentos nos setores em que estão destacados para traba-lhar.

A responsável pelos trabalhadores é a en-carregada Maria Lui-za Pires. “Trabalhar na

FEA traz um sentimento diferenciado, as pessoas daqui valorizam nosso trabalho, dão autoestima para nós”, explica. E acrescenta: “Aprendemos muito, os frequentadores da FEA acabam transmitindo coisas, como a postura para entrar e sair dos lugares, o jeito de se arrumar e conversar”.

“Semana passada eu estava falando in-glês”. Maria Luiza conta que, ao encontrar um professor em um dos corredores da FEA, durante uma conversa informal sobre os be-nefícios da caminhada, lhe falou: “Walking is good!”, e ela, sem entender num primeiro momento, aprendeu com ele como falar “Ca-minhar é bom!” em uma língua estrangeira.

“Pretendo continuar por muito tempo, en-quanto eu estiver dando resultado; e pretendo dar muito mais resultado ainda”, falou, deter-minada, Maria Luiza. Ótimo para a FEAUSP, que pode contar com uma turma de quase 50 pessoas trabalhando diariamente para o bem-estar da unidade. “Aqui somos todos uma família”, conclui a encarregada.

Tiago Cesquim

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FEA FUNCIONÁRIOS

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Chefias fazem curso de Comunicação Assertiva

não Há pRoceSSo de conStRução coletivA

Que não pASSe, em um pRimeiRo momento,

poR um pRoFundo diAgnóStico individuAl

e conJunto. E não há trabalho em grupo que avance sem autocrítica e entendimen-to comum sobre a realidade do próximo. Em um ambiente profissional como o da FEA, a boa comunicação, em seu sentido mais amplo, é crucial para lidar com con-flitos interpessoais e garantir um serviço mais integrado e produtivo.

Foi pensando em tudo isso que a FEA ofereceu, no início de outubro, o “Pro-grama de Comunicação Assertiva e Ad-ministração de Conflitos – Construindo Parcerias” a suas chefias administrativas. Ministrado em dois módulos de oito ho-ras, o curso teve como objetivo provocar a reflexão sobre os desafios presentes na for-mação de parcerias dentro da Faculdade.

O curso se dividiu em duas frentes: uma expositiva e outra interativa. Na pri-meira, termos frequentemente utilizados no ambiente de trabalho foram desmem-brados e reconstruídos pelos professores,

visando acabar com certos mitos. Na se-gunda, as novas noções foram colocadas à prova em simulações.

Um exemplo de termo corriquei-ro e controverso é o “conflito”, palavra comumente associada à ideia de briga, discussão e ofensa. Para os professores, a briga não é um sinônimo, mas ape-nas um meio de lidar com o conflito. O conflito, por sua vez, não é nada mais do que “uma situação na qual os inte-resses das pessoas são percebidos como

incompatíveis”.Há, sistematicamente, cinco “estilos” de manejar con-

flitos: competindo, colaborando, evitando, concedendo e conciliando. Cada modo de lidar com interesses di-vergentes tem seus benefícios e seus custos. A compe-tição, por exemplo, pode ter como benefícios a persua-são, a possibilidade de uma vitória rápida e a autodefesa. Como custos, pode-se destacar as dificuldades nas rela-ções de trabalho, menos qualidade nas decisões e uma maior frequência de impasses.

Em outro extremo, a concessão traz vantagens, como o apoio, a harmonia e a construção de relacionamentos. Como custos, entretanto, pode redundar em interesses sacrificados, na perda de respeito e na perda de motiva-ção. Até o estilo aparentemente mais equilibrado, a con-ciliação, pode ser inadequado em certas situações.

Portanto, é importante ter em mente que cada ma-neira de lidar com um conflito é altamente eficiente quando aplicada no contexto correto. Como proferido no curso, “a chave é maximizar benefícios e minimizar os custos de seu estilo”. A partir de uma reflexão, de uma sistematização das relações de trabalho, e da identifica-ção de conflitos, interesses e estilos, é possível construir parcerias e gerar melhores resultados.

Nicolas Gunkel

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… a boa comunicação, é crucial para lidar com conflitos interpessoais e garantir um serviço mais integrado e produtivo.

AvaliaçãoUma pesquisa feita com 31 líderes da FEA para avaliar o

curso e seus professores mostrou resultados extremamente positivos. Em um índice de 1 a 5, no qual 1 corresponde a totalmente insatisfeito e 5 a totalmente satisfeito, foram ava-liados os quesitos Domínio do Tema, Habilidade para criar interesse pelo assunto e Esclarecimento de dúvidas dos parti-cipantes. Ninguém se disse totalmente insatisfeito e a imensa maioria, em média 70% dos participantes, deu nota 5.

Para a chefe administrativa de Serviço de Compras, Re-nata Laurito, a didática dos professores foi um dos pontos positivos do curso. “A forma como as aulas foram conduzi-das, com muita conversa, sem aquela coisa maçante de apre-sentações em Powerpoint”. Segundo ela, o aprendizado foi reforçado porque os professores “trataram o tema de forma objetiva e dinâmica”.

O chefe administrativo da Seção de Manutenção da FEA, Ronaldo Aparecido Bueno, afirma que “só tem a agradecer” pelo curso. Para ele, as aulas foram também uma maneira de aprender com outros funcionários da FEA. “Cada um de nós tem imensos poderes e capacidade de reinventar as nossas vidas”, declara, ressaltando o caráter transformador do curso.Meritocracia

O incentivo da FEA para a capacitação de seus funcioná-rios também tem sido feito através de cursos a distância. Em

15outubro, a escola USP ofereceu aos gestores da FEA um curso de Meritocracia, organizado pela FUNDAP (Fundação do Desenvolvimen-to Administrativo). Os participantes assistiram a mais de dez videoaulas de renomados espe-cialistas, como o professor de Administração Pública na FGV, Fernando Abruccio; o profes-sor de Ética da ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP), Clóvis de Barros; o consultor e autor do livro “Gestão de pessoas não é com o RH” (Editora Larousse); o professor de ges-tão de pessoas da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da Fundação Dom Cabral, Eugênio Mussak; o professor Emérito de An-tropologia da Universidade de Notre Dame, Roberto da Matta; e a professora de meritocra-cia da ESPM, Livia Barbosa. Segundo a assis-tente de Comunicação e Desenvolvimento da FEA, Lu Medeiros, o curso foi “extremamente interessante” e ajudou a formar “uma mentali-dade de valorizar o mérito das pessoas no servi-ço público”. Ela também ressalta a importância do formato do curso. “Você faz no horário que você pode, dentro do seu trabalho, se capacita, é de graça, e ainda aprende muito”.

Page 16: uma publicação mensal da FEAUSP • 2013: um ano ...Como é de conhecimento de todos, desde a sua fun-dação em 1946 a Faculdade de Economia, Administra-ção e Contabilidade da

gente da feaUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoNov./Dez. 2013_tiragem 2.000 exemplares

Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-010

Diretor da FEA Reinaldo GueRReiRo

Coordenação Gerallu MedeiRos

assistência de coMunicação e desenvolviMento da FeausP

Edição assistência de coMunicação e desenvolviMento

da FeausPMilena neves – MtB 46.219

Reportagenscacilda luna, GaBRiela stocco

tiaGo cesquiM e nicolas Gunkel

Projeto Gráfico: elos coMunicação

revisado porton cândido

Layout e Editoração Eletrônica RoBeRta de Paula

Revisão cacilda luna, lu MedeiRos,

Milena neves e tiaGo cesquiM

FotosisMael B. do RosáRio, vanessa Munhoz,

RoBeRta de Paula e tiaGo cesquiM

SELo FSC

FEA MIX

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CongregaçãoRepresentante na CongregaçãoO funcionário, Claudinei Caste-lani, Chefe da Zeladoria e Vi-gilância da FEA, foi eleito o novo representante dos servi-dores técnico-administrativos junto à Congregação da faculdade, em elei-ção realizada em outubro. O manda-to tem duração de 1 ano e teve início em outubro deste ano.

Grupo de PesquisaNicolas Gunkel

FEA lança grupo de pesquisa em Gênero e Raça

Parabéns aos atletas, à comissão técnica dos times e à Associação Atlética Acadêmica

Visconde de Cairu - AAAVC pela vitó-ria no Economíadas.

A competição existe desde 2001 e reúne as melhores faculdades de Econo-mia, Administração, Contabilidade e Atu-

ária do estado de São Paulo: FEAUSP, ESPM, Fecap, FGV, Insper, Mackenzie,

FEA PUC e Unicamp.

EconomíadasFEAUSP tricampeã do Economíadas 2013

Milena Neves Ramos

Em uma iniciativa inédita em sua história, a FEA lançou no início de outubro o Genera, grupo de estudos em Gê-nero e Raça. Formado por docentes, alunos de graduação e pós-graduação, o núcleo terá três frentes de atuação.

A primeira e mais importante será a de pesquisa, como enfatiza a professora Silvia Casa Nova, idealizadora do projeto. “O Genera pretende desenvolver propostas, levantar informações e fazer diagnósticos para chegar a mudanças que levem a uma nova estruturação social”.

Para obter êxito em sua natureza transformadora, o grupo pretende se consolidar em sua segunda frente, que diz respeito à infraestrutura. “Teremos uma estrutura física, uma biblioteca com acervo sobre gênero e raça. Va-mos contar com a ajuda de outros grupos, na FFLCH, na Faculdade de Educação e na Poli”, explica.

A terceira e última frente será a de extensão, que será o canal de acesso entre o que for produzido pelo grupo e a comunidade. Para tanto, serão realizados eventos, como o que inaugurou o núcleo, com a presença de especia-listas e debate franco sobre o assunto. “Precisamos levar a um grupo maior a discussão, a sensibilização sobre o tema”, defende a docente.

A preocupação com a representatividade da mulher e do negro nas universidades e no mer-cado de trabalho, formalizada por um grupo de pesquisa, é uma grande conquista para a FEA, que fortalece a questão das minorias em sua agenda de estudos. “Precisamos entender as barreiras que persistem em nossa sociedade e propor mudan-ças”, destaca a professora.

Profs. Silvia Casa Nova, Helena Hirata, Edgard Cornacchione, Cintia Margi e Rosângela Melatto