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UMA PUBLICAÇÃO DA SAAB do Brasil • JaN | FEV | Mar 2016 BRASILEIROS NA SUÉCIA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA NO PROGRAMA GRIPEN NG SAAB EM FOCO INOVAÇÃO EM GUERRA DE MINAS Soluções da Saab

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Uma pUblicação da Saab do Brasil • JaN | FEV | Mar 2016

Brasile iros na suéc iatransferênc ia de tecnologia no PrograMa gr iPen ng

saaB eM focoinovação em

Guerra de minasSoluções

da Saab

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Inovação e parcerIa estão no DNA da Saab. Estou cada dia mais confiante de que, ao compartilhá-las, levamos nossos negócios a se desenvolverem cada vez mais. Justamente como ocorre atualmente, na parceria com o Brasil. Além dos mais de 50 brasileiros que já estão participando dos treinamentos que fazem parte do programa de transferência de tecnologia do Gripen NG, temos participado de eventos e discussões relacionados à cooperação industrial, que beneficiam a todos os envolvidos. No Seminário de Guerra de Minas, promovido pela Marinha Brasileira, por exemplo, pudemos não só apresentar nossas soluções, mas principalmente compartilhar nossa experiência e a da Marinha Sueca sobre o tema. No Workshop de Aeronáutica e Defesa, realizado em São José dos Campos (SP), pudemos discutir sobre inovação e planos para o futuro. Na Operação Centauro 2015, um dos maiores exercícios de simulação integrada da América Latina, promovido pelo Exército Brasileiro, fornecemos sistemas, equipamentos e suporte para auxiliar na geração de resultados positivos. Ao final de cada uma dessas experiências, acredito que todos saíram com um aprendizado. O nosso foi o de que inovar, em parceria, é fundamental para o sucesso.

MarIanna SILvaDiretora geral da Saab do Brasil

4 Notícias

6 capa Inovação em Guerra de Minas

saaB eM foco

saaB EM Foco é uma publicação da saab do Brasil. seu conteúdo visual e editorial é inspirado (mas não limitado) na spirit, publicação da saab aB.10 GripEN NG Transferência de tecnologia para o Brasil

14 trEiNaMENto E siMulação Parceria com o Exército Brasileiro

16 GiraFFE Avanço substancial

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ÍndiceSiga a saaB

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responsávelCristiana PontualproduçãoMSLGROUP Brasil/Publicis ConsultantsImpressãoElanders Artcopy

Foto da capaPeter Nilssonprojeto gráfico originalAppelberg Publishing Group, Stockholm

A Saab atende ao mercado global com produtos líderes mundiais, serviços e soluções no âmbito de defesa militar e de segurança civil. A Saab mantém operações e mais de 14.700 funcionários em todos os continentes do

mundo. Por meio de um pensamento inovador, colaborativo e pragmático, a Saab adota e desenvolve novas tecnologias para atender às necessidades dos clientes.

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suécia Soluções inovadoras em Guerra de Minas

suécia Brasileiros no programa de transferência de tecnologia do Gripen NG

Brasil Parceria para treinamento e simulação de combate

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A Combitech, consultoria técnica independente dentro da Saab AB, e a Akaer, empresa brasileira de engenharia de estruturas aeroespaciais, assinaram um memorando de entendimento (MoU) com o objetivo de ampliar e aprofundar suas relações. Cybersecurity e desenvolvimento de software como um componente para soluções integradas são as áreas prioritárias.

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29%

newsA Saab e a DigitalGlobe formaram uma joint venture, a Vricon Inc., para criar terrenos da superfície terrestre com tecnologia 3D avançada. Este é um grande avanço para a Saab, líder mundial nesta tecnologia.

Militares visitaraM estande da saaB na exPodefensaw A Saab apresentou seu portfólio de soluções de defesa e segurança na 5ª edição da Expodefensa, em Bogotá (Colômbia), entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro de 2015. As maquetes do caça Gripen e do radar Erieye, além do simulador do RBS 70 NG, foram expostas na feira. Alguns oficiais militares de alta patente da Colômbia visitaram o estande da Saab, como o General Alberto Mejia, Comandante do Exército, Henry Blain, chefe do Estado Maior das Forças Militares, Brigadeiro-general

Gonzalo Cárdenas, chefe de Planejamento Estratégico da Aeronáutica, e o Brigadeiro-general Oswaldo Rivera, chefe de Defesa e Segurança da Aeronáutica, além da vice-ministra da Defesa, Mariana Martinez. “Acreditamos que nossa participação na feira foi bem-sucedida. Vários membros das forças armadas visitaram o estande da Saab e demonstraram interesse em nossa tecnologia de ponta e na relação custo-benefício de nos-sas soluções”, disse Fredrik Gustafson, vice-presidente de vendas e marketing da Saab na América Latina.

cooPeração entre Brasil e suécia no 3º WorkshoP de aeronáutica e defesaw Mais de 140 convidados participaram do 3º Workshop de Aeronáutica e Defesa promovido pelo Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), em parceria com o Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA), dia 12 de novembro de 2015, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). Além de apresentar os projetos em andamento, o evento teve o objetivo de motivar e atrair universidades, empresas e agências de fomento brasileiras a ampliarem a cooperação nesses setores. Pontus de Laval, diretor de tecnologia da Saab, e Lars Sjöström, representante da Saab no âmbito do INNOVAIR (programa sueco que visa estreitar os laços entre academia, governo e indústria), falaram sobre a atuação da Saab no Brasil e os planos futuros, além de terem apresentado os detalhes do programa NFFP (National Aeronautics Research Programme), que apoia projetos de pesquisa e desenvolvimento da indústria sueca aeronáutica nas áreas civil e militar. Brasil e Suécia já mantêm mais de 30 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em conjunto.

saaB ParticiPou do 3º siMPósio de guerra de Minas, eM salvador (Ba)

estágio no 7º Batalhão de infantaria de selva, eM roraiMaw Na segunda quinzena de novembro, a Saab e o Comando de Operações Terrestres (COTER) do Exército Brasileiro realizaram um estágio do CSR (Canhão Sem Recuo) Carl Gustaf M3 e do Lança-Rojão AT4, no 7º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Boa Vista (Roraima). A primeira etapa contou com a participação de seis técnicos (armeiros) e, a segunda (referente ao curso operacional tático), com 12 instrutores. Foram realizados

tiros de subcalibre de 7.62 mm e de 9 mm, além de 12 disparos de munição 84 mm. Participaram do estágio oficiais e técnicos dos 1º BIS / Manaus-AM; 5º BIS Cmdo Fron RN / São Gabriel da Cachoeira-AM; 7º BIS Cmdo Fron RR / Boa Vista-RR; 8º BIS Cmdo Fron SOL / Tabatinga-AM; 3ª Cia de F Esp / Manaus-AM; 1º BLog Sl / Boa Vista-RR e BMA Rio de Janeiro-RJ.

w Executivos das divisões Kockums (embarcações) e Dynamics (armamentos e submarinos não-tripulados), da Saab, apresentaram soluções de contramedidas de minagem no 3º Simpósio de Guerra de Minas. O evento foi promovido pelo Comando do 2º Distrito Naval em Salvador (BA), nos dias 20 e 21 de outubro de 2015. O Comandante Jonas Hård af Segerstad, do 42º Esquadrão MCM, da Suécia, esteve presente e falou sobre a experiência da Marinha Sueca em guerra de minas. O evento contou com a participação de um público composto por cerca de 170 militares, dentre eles, o Vice-Almirante Cláudio Portugal de Viveiros, comandante do 2º Distrito Naval, o Capitão de Mar e Guerra Márcio Tadeu Francisco das Neves, comandante da Base Naval de Aratu, e o Capitão de Fragata Rodrigo Otoch Chaves, comandante da Força de Minagem e Varredura. Além dis-so, mais de 260 pessoas participaram virtualmente do Simpósio.

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caPa

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SaaB DYnaMIcS é uma das áreas de atu-ação da Saab, produzindo armas terrestres, sistemas de mísseis, torpedos, submarinos não tripulados, sistemas de gerenciamento de assinatura para as Forças Armadas, bem

como produtos para os mercados civil e de defesa, tais como veículos submarinos para a indústria de Óleo e Gás (Offshore). A divisão de sistemas submarinos está focada no desenvolvimento e aperfeiçoamento de modernos sis-temas de Veículos de Superfície Não Tripulados (USV), para a tarefa de Varredura de Minas (Minesweeping), como Veículos Submarinos Operados Remotamen-te (ROV), Sonares de Profundidade Variável com Propulsão (PVDS) e Veículos Submarinos Autônomos (AUV), alguns à frente do seu tempo, fornecendo o

que há de melhor no mercado para Guerra de Minas. Trabalhando em conjunto com a Marinha sueca, a Saab pôde aperfeiçoar seus sistemas, fruto do trabalho de seus técnicos e das tripulações dos navios caça-minas suecos. Essa cooperação tem sido funda-mental para o aprimoramento tanto das tripulações quanto do pessoal da Saab, na busca por resultados e otimização dos sistemas atuais e futuros, para atender às Marinhas de vários países, que precisam de meios modernos para proteção de seus portos e áreas de interesse militar. Praticamente 80% das importações e exportações mundiais são efetuadas pelo mar, via Linhas de Comunicação Marítima (LCM). Dentre os países que contam com soluções da Saab para Guerra de Minas estão Suécia, Cingapura, Japão, Holanda e Finlândia.

a

guerra de Minas

inovação eM

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caPa

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o futuro A Saab está desenvolvendo

novos produtos no ”estado da arte”. Um deles é o Sea Wasp, um pequeno ROV com capacidade para busca, identificação e destruição de explosivos potenciais, tais como os artefatos explosivos improvisados (IED) em ancoradouros, portos e rotas de tráfego marítimo. Ele opera seguindo waypoints, evita obstáculos, permanece no local e possui braços manipuladores e sonar (o que o torna mais flexível), podendo ser carregado por dois homens (90 kg). É fácil de ser configurado e isso o torna operacional em poucos minutos. Assim, pode ser lançado e recolhido por guindastes, ou com as mãos, a partir de um bote de borracha, por exemplo. O MuMNS (Multi-Shot Mine Neutralisation System) é um modelo da Saab, que também está em desenvolvimento. Ele terá maior velocidade de navegação, em comparação com qualquer outro modelo existente atualmente no mercado. Contará também com capacidades de navegação autônoma, de identificação de minas, de autocompensação de direção, balanço, caturro e profundidade, de carregar cargas para destruição e de neutralização de minas, além de ser capaz de desviar de obstáculos, mantendo o curso na navegação por waypoints.

varredura de Minasw A Saab desenvolveu o SAM 3, um veículo de super-fície autônomo para varredura de minas, que também pode ser controlado remotamente e utilizado para outros tipos de missões MCM. O SAM 3 pode ser desmontado e arma-zenado em um container de 40 pés, podendo ser transportado por via aérea, naval ou terres-tre, demonstrando toda a ver-satilidade de seu sistema.

sisteMa auv w Nessa área, a Saab possui dois modelos: O AUV62-AT (Acoustic Target) e o AUV62-MR (Mine Reconaissance). O AUV62-AT foi concebido para ser um alvo acústico artificial, imitando um subma-rino, sendo compatível com qualquer sistema de sonar e torpedo no mercado, atual-mente e no futuro. Ele elimina a necessidade do uso de um submarino no treinamento, pois simula o mesmo realis-ticamente, permitindo uma economia substancial para a Marinha que venha a utilizá-lo. Já o AUV62-MR é um veículo que opera com um comportamento totalmente autônomo, utilizando sensores avançados a bordo, que lhe conferem a capacidade de operar em uma rota com pon-tos pré-definidos (waypoints), desviando de obstáculos e com um alto grau de posicio-namento. Assim, obtém exce-lentes resultados na detecção e na classificação de minas, por meio de seu sonar duplo flank-array de alta resolução.

conceito ’tool Box’ w O conceito Tool Box, ou caixa de ferramentas, destina-se a apresentar os equipamentos da Saab para Guerra Antissubmarino (ASW ), Guerra Antissuperfície (ASuW ), Contramedidas de Minagem (MCM), Varredura de Minas (Minesweeping) e operações em áreas de Óleo & Gás (Offshore).

sisteMa douBle-eagle w O sistema é oferecido nas versões Double Eagle MKII MDS, Double Eagle MKII SAROV, Double Eagle MKIII e PVDS (Propelled Variable Depth Sonar). O sistema pode detectar, identificar, classificar e neu-tralizar minas de qualquer tipo, mesmo em condições de fortes correntes marinhas, pois é equipado com motores elétricos de alta potência, o que lhe confere uma de suas maiores virtudes: a alta manobrabilidade. Tanto o Double Eagle MKII MDS quanto o MKIII podem ser equipados com sonar (busca e mapeamento do leito do mar), câmera, braço articulado, luzes e dispositivo para neu-tralização de minas. O Double Eagle MKIII também pode atuar autonomamente após ser lançado pelo navio, cobrindo uma área pré-determinada por seu operador, por várias horas. O modelo Double Eagle MKII SAROV é uma variante híbrida, na qual o veículo tanto pode operar autonoma-mente (AUV ), como por cabo, como um ROV, em médias distâncias.

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griPen ng

deSDe outuBro De 2015, mais de 50 brasileiros estão na cidade de Linköping, na Suécia, atuando no programa de transferência de tecnologia do Gripen NG – que está a pleno vapor. Gustavo Mottin, engenheiro de software da AEL Sistemas, Coronel Paulo Sobrinho, chefe do Grupo de Acompanhamento e Controle (GAC) da Força Aérea Brasileira, e Ana Paula Camargo, oficial de ligação da Saab, são alguns desses brasileiros.

Mottin permanecerá no país escandinavo durante um ano com a esposa Amanda para participar de treinamentos teóricos e práticos sobre o Gripen NG. “Os treinamentos recebidos durante esse período foram muito interessantes. Aprendemos, por exemplo, sobre os produtos desenvolvidos, as áreas relacionadas e os processos e regulamentos utilizados”, conta. Chefe do Grupo de Acompanhamento e Controle (GAC) da Força Aérea Brasileira – concebido para assessorar a gerência do projeto Gripen NG e representar a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) na Saab –, o Coronel Sobrinho tem uma rotina de trabalho intensa e dinâmica no acompanhamento do cumprimento de etapas contratuais do programa FX-2. “Essas atividades estão em consonância com a necessidade de prestação de contas por parte dos responsáveis pela gestão pública”, explica. Há quatro anos atuando no escritório da Saab no Brasil, Ana Paula foi para Suécia para ser o elo entre a FAB e a Saab no programa de transferência de tecnologia. “Tenho a função de ser uma facilitadora no

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PrograMa de

transferência de tecnologia a todo vaPorMais de 50 brasileiros na Suécia participam de treinamentos e acompanham as etapas de desenvolvimento do programa

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griPen ng

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Parceria sueco-brasileira

uma nova vida na suéCia

a Saab desenvolveu um programa em que funcionários poderiam se candi-datar a buddy (amigo, em inglês), para auxiliar os brasileiros no processo de adaptação na Suécia.

na coMPanhia de uM Buddy

aDaptar-Se a uM paíS com idioma, cultura e clima diferentes pode não ser uma das experiências mais fáceis, ainda mais quando essa mudança é de um país tropical para um nórdico. No entanto, para os brasileiros que estão na Suécia foi mais fácil que o esperado. “A adaptação à Suécia está sendo bastante tranquila, porque houve acolhida e apoio por parte da Saab, desde os briefings com orientações iniciais à ajuda para tentar encontrar um imóvel para alugar”, diz o Coronel Sobrinho.Mottin faz coro: “a adaptação à Suécia está sendo ótima. A língua inglesa, apesar de não ser a oficial, é facilmente utilizada para nos comunicarmos com praticamente qualquer cidadão sueco. Além disso, gostamos muito de outras características do país, como a segurança, organização e facilidade de transporte”. Com essas qualidades, segundo o engenheiro, a baixa temperatura se torna apenas um detalhe. Quem acredita que o povo nórdico é frio como o clima do país, se engana. A experiência do engenheiro da AEL Sistemas mostra exatamente o inverso. “Eles são muito receptivos e sempre buscam nos ajudar da melhor forma possível, independentemente da situação”, explica. “É bastante confortante a maneira cordial e educada que a sociedade sueca, especialmente em Linköping, demonstra no trato e convívio diário. Destaca-se também a cordialidade das ‘buddy families’”, complementa o Coronel Sobrinho. Ana Paula, que tem contato com todos os brasileiros, ressalta que a adaptação está sendo bem tranquila. “É impressionante ver como as crianças brasileiras já estão integradas na escola sueca. Há brasileiros que já têm até cartão fidelidade do supermercado e fazem compra com o scanner (método de compra comum na Suécia, em que se escaneia o código de barras do produto enquanto se faz as compras e, ao final, o pagamento é feito sem o auxílio de um funcionário)”, finaliza.

processo, para que a interação entre a Saab e a FAB seja a mais eficiente possível”, explica Ana Paula. “Discutimos cláusulas contratuais, métodos e procedimentos. É muito eficiente quando se tem oficiais da FAB na empresa, pois não precisamos lidar com fuso horário ou distância entre as partes e tudo pode ser resolvido na hora”, complementa. A aquisição de 36 caças Gripen NG proporcionará muito mais que o reaparelhamento da FAB, pois possibilitará a ampliação da capacidade da indústria nacional de Defesa. “O projeto FX-2 vincula a transferência de tecnologia que proverá autonomia na operação e manutenção da frota durante todo o seu ciclo de vida, além de capacitação para o parque industrial aeronáutico brasileiro no desenvolvimento de um caça de quinta geração”, explica o Coronel Sobrinho. Adquirir experiência no projeto e desenvolver um produto do qual tenha orgulho de ter participado é um dos estímulos de Mottin. “As competências obtidas durante essa fase não serão apenas necessárias para finalizarmos esse projeto, mas também para capacitar a indústria brasileira, com a finalidade de, no futuro, desenvolver outros produtos para o país”, aponta.

O projeto FX-2 capacitará o

parque industrial aeronáutico brasileiro no

desenvolvimento de um caça de

quinta geração

Coronel Sobrinho, Chefe do Grupo de

Acompanhamento e Controle (GAC) da Força

Aérea Brasileira

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São MuItaS aS açõeS desenvolvidas no dia-a-dia de trabalho e treinamento nas dependências da fábrica da Saab, em Linköping. Brasileiros e suecos buscam formas de ensino e aprendizado para que cada etapa do processo seja bem-sucedida. Ana Paula e Mottin ressaltam que uma das grandes diferenças notadas no método de trabalho brasileiro e sueco diz respeito à hierarquia. “Os suecos têm um método de trabalho um pouco diferente do nosso, pois a estrutura hierárquica é horizontal e isso faz o trabalho ser muito interessante”, aponta Ana Paula. “A valorização da execução de tarefas em grupo é a principal característica da forma de trabalho para eles, onde as decisões sempre envolvem times inteiros”, complementa Mottin. O Coronel Sobrinho destaca que, por conta da experiência da COPAC em projetos nacionais e internacionais, bem como sua estrutura e pessoal dedicados, há mais entendimento em projetos como esse. “Vejo que o grau de profissionalismo, maturidade e responsabilidade das pessoas envolvidas no Programa Gripen, de ambos os lados, não deixam margem para diferenças ou obstáculos que possam substancialmente impactar no bom andamento das atividades”, explica. A partir de experiências diferentes, o grupo busca formas de integrar e crescer com os conhecimentos previamente adquiridos. “Os suecos estão buscando conhecer nossa filosofia de trabalho e também introduzir a forma com que eles exercem a profissão aqui”, aponta Mottin. “Tem sido uma troca de experiências e os brasileiros estão muito focados, absorvendo todo e qualquer conhecimento que é passado, tanto prático como teórico”, diz Ana Paula. “O Projeto F-X2 nasce estabelecendo uma profícua e longa relação de trabalho e parceria entre Brasil e Suécia”, finaliza o Coronel Sobrinho.

“ Os suecos têm um método de trabalho cuja estrutura hierárquica é horizontal, e isso faz o trabalho ser muito interessante.”

Ana Paula Camargo,oficial de ligação da Saab

Gustavo Mottin, engenheiro de software da AEL Sistemas

Gustavo Mottin, engenheiro de software da AEL Sistemas, com a equipe da Suécia

“Estou tendo o acompanhamento de um “buddy” e acho a ideia incrível. Ter alguém com quem trocar experiências, que pode nos ensinar sobre a forma de viver no país, mostrar detalhes e contar histórias sobre a cidade, a cultura do povo local e ajudar em diversas situações facilita muito o processo de adaptação e mudança.”

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treinaMento e siMulação

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Há SeIS anoS, a Saab e o Exército Brasileiro mantêm uma forte parceria para ampliar a capacidade de treinamento simulado das tropas brasileiras, possibilitando ações realísticas, com feedbacks imediatos e melhor aproveitamento do tempo disponibilizado para o adestramento. A Operação Centauro, o maior exercício de simulação integrada da América Latina, realizada em setembro de 2014 (1ª edição) e de 2015 (2ª edição), no Rio Grande do Sul, está entre os grandes feitos desta parceria. Conduzido pelo Comando de Operações Terrestres (COTER), o exercício de 2015 contou com aproximadamente 400 militares que, durante 10 dias, treinaram com as simulações Viva – no Centro de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), em Rosário do Sul; Virtual – no Centro de Instrução de Blindados (Cl Bld), em Santa Maria; e Construtiva – no Centro de Adestramento e Simulação de Postos de Combate (CAS-PC), também em Santa Maria (os dois últimos distantes 150 quilômetros do primeiro). Para complementar o material de simulação Viva da Saab, já em uso no Centro de Avaliação de Adestramento do Exército (CAAdEx), sediado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e possibilitar a integração das simulações, foi trazida da Suécia 1,5 tonelada de equipamentos e o software Wise – que converte e converge os dados dos três tipos de simulações, formando uma ação em ambiente único, ou seja, o que acontece numa das simulações afeta as demais. Além disso, seis técnicos da divisão Training & Simulation da Saab prestaram apoio direto à tropa durante todo o adestramento.

O 1º Subchefe do COTER, General de Brigada José Eduardo Pereira, destacou os benefícios da simulação. “Além da economia de recursos, já que não se gasta munição (na simulação Viva) e combustível (na Virtual e na Construtiva), o adestramento é mais rápido e motiva a tropa, que vivencia uma situação mais próxima da realidade. Com a integração das simulações, é possível ver rapidamente o resultado das escolhas, discutir possibilidades e interferir na tropa”, explicou. A possibilidade de pesquisar novas doutrinas e métodos de operação, a partir das simulações, foi um dos aspectos ressaltados pelo Coronel Marcelo Carvalho Ribeiro, chefe da Divisão de Simulação de Combate do COTER. “É um exercício que coloca o Exército Brasileiro num patamar de modernidade muito avançado e o impacto causado foi o mais positivo possível”, apontou. Estiveram presentes no evento o Comandante de Operações Terrestres, General de Exército Araken de Albuquerque, o então Comandante Militar do Sul, General do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, o Comandante da 3ª Divisão de Exército (3ª DE), General de Divisão José Carlos Cardoso, e o Comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada (6ª Bda Inf Bld), General de Brigada Fábio Benvenutti Castro, dentre outros oficias generais e comandantes de organizações militares da área. Representantes dos exércitos da Colômbia e da Argentina também prestigiaram a atividade, assim como do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.

exército Brasileiro realiza operação centauro com o apoio da saabSoluções tornam o adestramento mais realístico e possibilitam feedbacks imediatos

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no caMPo de BatalhaEnquanto algumas ações se davam nas simulações Virtual e Construtiva, viaturas blindadas de combate (VBC) Leopard 1A5 BR, viaturas de transporte de pessoal (VBTP) M113 e militares da Força Tarefa Subunidade Blindada estavam equipados com simuladores laser instrumentados, prontos para o cumprimento da missão, na imensidão do CIBSB. Localizado na região de Corte, o EXCON (Controle do Exercício), com seus computadores e equipamentos de comunicação de vanguarda, além de uma antena posicionada a mais de 20 metros de altura, possibilitando cobrir um raio superior a 16 quilômetros, permitia a coordenação e o controle de todo o desenrolar do exercício, em tempo real e ininterruptamente. Do alto de uma elevação, era possível avistar árvores e linhas do horizonte que, de tempos em tempos, revelavam tropas em busca de seus oponentes. Fumaças oriundas de efeitos pirotécnicos eram vistas a cada disparo simulado do canhão de 105 mm das VBC Leo 1A5 BR e, quando um alvo era atingido, uma luz no simulador de alvo instalado na viatura começava

a piscar. Tudo absolutamente sincronizado por conta da alta tecnologia empregada nos equipamentos. O Capitão Julio, Comandante da FT SU Bld, disse que a simulação Viva, com equipamentos como o DSET BT46, possibilitou que ele vivenciasse o combate com realismo. “Nessa simulação, estávamos trabalhando com o inimigo vivo, que pensava e tinha livre arbítrio, então tínhamos que lidar com a surpresa, que é um princípio de guerra”, explicou. De acordo com o Coronel Ribeiro, “o resultado foi maravilhoso”. Ele concluiu: “o principal impacto é a capacidade de medir, avaliar, fazer uma manobra com várias forças envolvidas, com tecnologias distintas”. Dentre as soluções da Saab utilizadas no exercício, além do software Wise, estiveram em operação os Dispositivos de Engajamento Tático (DSET) de infantaria BT47 - instrumentados (GAMER MANPACK) e não instrumentados - e de blindados BT46, o EXCON desdobrável, os simuladores da arma anticarro AT4 e do Carl Gustav M3, os sistemas de alvos sem fio e os simuladores de armadilhas e de explosivos improvisados.

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giraffe 4a

uM avanço suBstancial

Muitos de nós já devemos ter usado produtos com semicondutores à base de nitreto de gálio (GaN), tais como diodos emissores de luz (LED) ou aparelhos Bluray. Dentre as vantagens desse material estão a baixa sensibilidade à radiação ionizante e a estabilidade em ambientes de radiação. Os semicondutores GaN também podem ser operados a temperaturas e tensões mais elevadas do que seus antecessores, portanto, são ideais para aplicações militares. A Saab empregou os semicondutores GaN na antena do seu sistema radar de última geração, o Giraffe 4A, o que resultou em melhor alcance, maior largura de banda e mais confiabilidade. Recentemente, a Saab e a Raytheon receberam o Prêmio Inovação de 2015, pela revista Aviation Week & Space Technology. As empresas foram reconhecidas “por trazerem a eletrônica com GaN para os sistemas militares de radar e de guerra eletrônica. Com elevada eficiência energética, a tecnologia GaN está equipando a nova geração de matrizes de varredura eletrônica ativa para radares e interferidores. Por meio de diferentes abordagens, a Raytheon, com sua própria fundição, e a Saab, aplicando tecnologia comercial, serão as primeiras empresas a comercializarem o GaN”. A Chalmers University of Technology, em Gotemburgo (Suécia), produziu o primeiro transístor de GaN na Suécia, em 2001. Atualmente, os componentes de GaN são produzidos em massa por uma fundição comercial europeia, para sistemas radar com matrizes de varredura eletrônica ativa (AESA), da Saab.

transistores de Gan ajudam a ampliar o alcance das antenas.