Uma menina boazinha

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Uma menina "boazinha" que se ama. Agradecimentos a quem me provocou tal reflexão. Talvez eu não seja assim tão boazinha Quanto pareço ou desejo ser... E quem sabe eu esconda certa agressividade Travestida em bondade e amabilidade Resultado talvez das vivências a que tenha sido submetida, Mas as palavras sempre denunciaram meus pensamentos Com elas não me escondo, não há como fazê-lo, Pois surgem espontaneamente, perscrutadoras, Como se outro ser em mim me (se) denunciasse. Não sei, no fundo somos o resultado de uma vida, De caminhos traçados por nós mesmos Ou de fatos e acontecimentos aleatórios Provocados tanto pela nossa própria ignorância Como pela dos outros... Faço sempre esta reflexão... Há pessoas que se incomodam com o meu jeito amoroso E se permitem fazer conjecturas ao meu respeito Algumas bondosas, outras maldosas, cruéis, inadvertidas, Mesmo assim, tento compreender tais atitudes bem humanas, Afinal tanto o que cultuamos como o que desprezamos, Reside por vezes, inconscientemente, de forma velada, Dentro de nós mesmos, como uma resposta ao vivido. O fato é que sou uma pessoa comum, bem simples, Com tentativas de acerto e certas "virtudes" equivocadas, Mas não costumo usar máscaras, não assimilei direito, Faz parte do meu temperamento tal incompetência. Sou, na verdade o resultado da educação provocada por duas pessoas, Uma realista, temperamental, sofrida e outra leve, sonhadora e amável. Ianê Lameira

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Uma menina "boazinha" que se ama. Agradecimentos a quem me provocou tal reflexão. Talvez eu não seja assim tão boazinha Quanto pareço ou desejo ser... E quem sabe eu esconda certa agressividade Travestida em bondade e amabilidade Resultado talvez das vivências a que tenha sido submetida, Mas as palavras sempre denunciaram meus pensamentos Com elas não me escondo, não há como fazê-lo, Pois surgem espontaneamente, perscrutadoras, Como se outro ser em mim me (se) denunciasse. Não sei, no fundo somos o resultado de uma vida, De caminhos traçados por nós mesmos Ou de fatos e acontecimentos aleatórios Provocados tanto pela nossa própria ignorância Como pela dos outros... Faço sempre esta reflexão... Há pessoas que se incomodam com o meu jeito amoroso E se permitem fazer conjecturas ao meu respeito Algumas bondosas, outras maldosas, cruéis, inadvertidas, Mesmo assim, tento compreender tais atitudes bem humanas, Afinal tanto o que cultuamos como o que desprezamos, Reside por vezes, inconscientemente, de forma velada, Dentro de nós mesmos, como uma resposta ao vivido. O fato é que sou uma pessoa comum, bem simples, Com tentativas de acerto e certas "virtudes" equivocadas, Mas não costumo usar máscaras, não assimilei direito, Faz parte do meu temperamento tal incompetência. Sou, na verdade o resultado da educação provocada por duas pessoas, Uma realista, temperamental, sofrida e outra leve, sonhadora e amável. Ianê Lameira