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Geração Y: sem medo de mudanças, jovens comandam a sociedade. Candomblé e Umbanda sofrem com a intolerância religiosa. Denúncias de preconceito sobem 600%. Instinto materno é culturamente aprendido e não é um dom da mulher crack uma herança inevitável Filhos de usuários de crack são os principais afetados pela escolha dos pais. Problemas no crescimento e convulsões estão entre as principais sequelas físicas desse mal

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Geração Y: sem medo de mudanças, jovens comandam a sociedade.

Candomblé e Umbandasofrem com a intolerância religiosa. Denúncias de preconceito sobem 600%.

Instinto materno é culturamente aprendido e não é um dom da mulher

crack uma herança

inevitável

Filhos de usuários de crack são os principais afetados pela escolha dos pais. Problemas no crescimento e convulsões estão

entre as principais sequelas físicas desse mal

sumário

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4 Amor incondicional?Não é preciso gerar uma criança para ser “mãe”. Também não é toda gestante que tem instinto materno.

8 Amor é remédioCrianças com câncer têm melhora na saúde com a visita dos voluntários no hospital.

10 Educar, brincar, cuidarA Educação Infantil é a etapa mais importante da vida escolar, na qual a criança aprende brincando.

14 Sem barreiras para estudarCrianças com leucemia contam com a ajuda de professores para não perderem o ano letivo.

19 Por que tão tímido?Especialistas não concordam sobre os fatores que tornam alguém realmente inibido.

23 Glamour apenas nos palcosÀ margem dos bastidores, colaboradores da quinta arte não têm acesso ao próprio meio em que trabalham.

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EXPEDIENTE

ReitorJosé Pio MartinsVice Reitor e Pró-Reitor de AdministraçãoArno GnoattoPró-Reitora AcadêmicaMárcia Sebastiani

Temas para todos os gostos

A Revista Entrelinha do curso de Jornalismo da Universidade Positivo traz nesta edição várias facetas das relações e interações humanas. Drogas, jovens, maternidade, cultura, gastronomia, saúde, educação. O caldeirão efervescente de informações, neste semestre, traz uma variedade bastante grande de assuntos e perspectivas.

Uma das premissas do curso de Jornalismo da UP é propiciar aos estudantes várias práticas condizentes com o mercado. Na Entrelinha, a busca pela reportagem de profundidade foi um dos principais nortes para o ecletismo da publicação.

Logo na capa, um tema que ultrapassou classes sociais e faixas etárias. O crack, considerado uma das drogas mais viciantes e destruidoras do século XXI, visto sob o olhar de inocentes: os filhos dos usuários.

Também contemplada na publicação está a geração Y, os novos donos do futuro e suas características tão peculiares de ver o mundo. A mesma geração que também entra cada vez mais cedo no universo da bebida alcoólica.

Dois textos também merecem atenção, voltados à temática educacional. As mudanças pelas quais tem passado o ensino fundamental e como é a educação de crianças com câncer mostram que são vários os caminhos para o desenvolvimento, mas que o ensino e a informação são o que há de mais rico que se pode oferecer a uma criança.

Na saúde, matérias sobre obesidade e cirurgia bariátrica trazem à tona o mal moderno de grandes cidades: o excesso e descontrole de comida, especialmente em pessoas cada vez mais jovens. As consequências não só para estado físico, mas também psicológico, são a tônica da matéria que também explora o bullying em torno do assunto.

Boa leitura a todos!

Coordenadora do Curso de JornalismoMaria Zaclis Veiga FerreiraProfessora OrientadoraAna Paula MiraCoordenação de Projeto GráficoGabrielle Hartmann GrimmEditora e diagramadoraIsadora Nicastro

27 Só um golinhoOs primeiros passos para o alcoolismo são as pequenas doses que os pais dão para experimentar.

31 Herdeiros do vícioSem escolha, filhos de usuários de crack sofrem com as consequências do vício dos pais.

37 Preconceito com OrunIntolerância religiosa no Brasil é impulsionada por estereótipos e falta de conhecimento das religiões.

43 Superiores por competênciaGeração atual de jovens é criativa, ágil e não se contenta com apenas uma habilidade.

46 De dar água na bocaDa cerveja ao cachorro quente, Curitiba se tornou um centro gastrônomico para todos os gostos.

49 Novos marginais da sociedadeSofrendo com maus tratos e disseminando doenças,14 mil cachorros vivem nas ruas de Curitiba.

53 Sonho de jogador Em contrapartida dos astros, 82% dos jogadores recebem menos dos que dois salários mínimos.

57 País do futebol?Campeonato Brasileiro tem elenco desqualificado, média de gols baixa e falta de interesse da torcida.

61 Padrão de belezaFicar acima do peso não é apenas um problema de saúde físico, mas também mental.

65 Cuidado para toda a vidaA crirurgia pode ser uma forma mais rápida de emagrecer, porém exige cuidados a longo prazo.

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crackO DRAMA DE

UMA ESCOLHA

capa

Cerca de 80% das crianças brasileiras são abandonadas por pais usuários de drogas. Doenças físicas, transtornos mentais e problemas sociais são apenas algumas das consequências comuns a essa “simples” escolha.

Por Isadora Nicastro

Apenas um dia, uma oportunidade, um trago é o que precisa para o crack mudar a vida de alguém. E assim aconteceu com Maria*, de 31 anos. Uma mulher honesta, de família simples, se viu de frente com o crack, oferecido pelo homem que mais amava: seu marido. Anos depois, essa mesma mulher encontra-se uma situação de desespero: sem marido, sem dinheiro, surda, sem a capacidade de falar direito, sem a guarda dos três filhos, sem o apoio da família. São muitos “sem” para apenas uma frase. Isso foi o que o crack fez com a vida de Maria. “Até aquele dia, eu não sabia o que era droga e, depois, eu usava muita. Droga de dia, droga de tarde, droga de noite. Droga de dia, droga de tarde, droga de noite”.

Mas foi com brilho nos olhos, sorriso simpático e abraço afetuoso que Maria me recebeu para a nossa conversa. Há quatro meses sóbria e internada em uma clínica de reabilitação, ela me pergunta, com dificuldade na fala: “Está vendo como estou bonita, forte? Quando eu entrei aqui estava só osso!”, comemora a vitória.

A história de Maria é mais uma daquelas tristes que encontramos em qualquer viaduto das capitais brasileiras. Aos 18 anos, muito jovem, Maria engravidou de sua primeira filha, que desconhece o pai. Depois disso, casou-se com um homem, que era surdo. Ele era de São Paulo e segundo Maria, de uma família muito rica. Desolado por sua deficiência, passou a usar drogas e ofereceu à mulher, que, sem saber o que era, aceitou. Mesmo levando-a para esse mundo, Maria me conta: “Ele tem muito bom coração, sabia? Eu amo muito ele.”.

A família de Maria, então, percebeu a mudança de comportamento dos dois, que fugiram de casa e deixaram com a avó a primeira filha de Maria e outro menino, fruto do casamento deles. Perambulando entre as marquises da Grande São Paulo ou de Curitiba, nos últimos quatro anos, Maria viveu na rua.

HERDEIROS DO VÍCIODesde que começou a usar drogas, Maria engravidou três vezes. Na primeira, fez uso

de maconha, mas poucas vezes. Seu filho, no entanto, nasceu saudável. Sua segunda gravidez foi de gêmeos, que morreram antes mesmo de chegar ao hospital. A causa do aborto: o crack. Mas o que torna Maria a personagem dessa história foi sua terceira gravidez, de Camila*.

Durante os nove meses de gestação, Maria usou o crack. Até o momento do parto, a gravidez não apresentava problemas. As consequências de usar droga na gravidez já se manifestaram após o parto: Maria precisou ficar dois meses no hospital para a sua recuperação e do bebê. Depois de sair com sua filha, continuou usando crack, mesmo amamentando. “Fumei muita droga quando estava grávida. Ela estava mamando no peito e eu continuei usando o crack. Eu sei que ela também usou porque ela puxou fumaça, o cheiro”, conta. Foi só depois de outros nove meses, que Maria percebeu algo errado com a sua filha e se apavorou: “Um dia eu estava amamentando e quando eu percebi ela estava toda mole, bem mole. Então fiquei desesperada!”.

Essa situação choca, mas a história de Maria não é a única. Em uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, a Secretaria Na-cional de Políticas sobre Drogas e o Ministério da Justiça, são 74 mil mulheres fazendo o uso de crack no país. Somente entre as mulheres usuárias de drogas que participaram da pesquisa, cerca de 10% relataram estar grávidas no momento da entrevista. Mais da metade delas já havia engravidado ao menos uma vez desde que iniciou o uso do crack ou similar.

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“UM DIA EU ESTAVA AMAMENTANDO E QUANDO EU PERCEBI ELA ESTAVA

TODA MOLE, BEM MOLE. ENTÃO FIQUEI DESESPERADA! ”

MARIA, USUÁRIA DE CRACK HÁ 4 ANOS

todo que alguém entre em contato com sua mãe para que ela faça todos os exames necessários que possam comprovar a boa saúde da filha. De qualquer forma, com os cuidados da avó, a menina ganhou peso e já completou quatro anos. Maria se derrete pela filha: “Ela fala muito. Está forte e linda também. Diz que me ama e que sente saudades”.

O PODER DO CRACK“Não queria deixar três filhos sem uma mãe. Mas não

conseguia sair, só queria droga, droga, droga. Entrei em depressão, perdi meus filhos, fiquei muito culpada. Então usei mais droga, droga, droga!”. Maria se arrepende. Antes de engravidar de Camila, o Conselho Tutelar já havia retirado de Maria a guarda das outras crianças e dado a sua mãe. Logo depois, Camila também foi levada aos cuidados da avó quando completou um ano. Mas existem outras crianças que não têm a mesma sorte de ter uma avó para cuidar.

Nas 2.754 entidades de acolhimento institucional, como abrigos, existem 30 mil crianças abandonadas. Mais de 80% delas foram encaminhadas pelo conselho tutelar por de-pendência química ou alcoolismo dos pais. Outro dado preocupante é que 47% dos adultos usuários de drogas já moraram na rua. Consequentemente, pelo menos 19,2% das crianças e adolescentes acolhidos nos programas do governo também não tinham casa.

Esses dados foram apurados pelo Conselho Nacional do Ministério Público, na pesquisa “Um olhar mais atento aos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes no país”, feita em 2013. Nela, também foi constatado que em 75% das entidades de acolhimento institucional existem crianças que não recebem visitas dos pais por mais de dois meses.

Segundo a análise, trata-se de um quadro de extrema gravidade, já que, quanto menor a frequência das visitas, as chances de reinserção bem-sucedida da criança na família serão reduzidas. Isso resulta no aumento do tempo de per-manência da criança, primeiramente provisório, no serviço de acolhimento.

Os números brasileiros, mesmo que alarmantes, estão, porém, abaixo daqueles encontrados em outros países. Nos Estados Unidos da América, existe o maior número de crian-ças e adolescentes atendidos pelos serviços de acolhimento - 276.808. Na Inglaterra, o número é de 51.670. Mais próxima de nós, a Argentina, que tem população equivalente a cerca de 1/5 da população brasileira, registra 17.063 crianças atendidas.

A força de Maria para encarar uma reabilitação está nos seus filhos. Durante a entrevista, não parava de falar quanto os amava e queria sair dessa vida para poder ser uma mãe dedicada. Para mim, Maria implorava: “Você vai me ajudar a convencer a justiça a devolver meus filhos, não vai? Me ajuda! Eu amo meus filhos e quero eles de volta.”.

* O nome de Maria e Camila foram trocados para a preser-vação da identidade, por estarem em situação de risco

Para o Ministério da Saúde, esse número é preocupante devido às consequências do consumo do crack durante a gestação sobre o desenvolvimento neurológico e intelectual das crianças expostas.

Segundo o médico neonatal Paulo Roberto Margotto, além de más-formações cerebrais, os recém-nascidos ex-postos à cocaína apresentam maior risco de más-formações cardiovasculares, alterações visuais e auditivas. “Os recém--nascidos expostos à cocaína intrauterina apresentam me-nor peso ao nascer, menor comprimento e menor perímetro cefálico. Tais efeitos são maiores com o uso de crack, do que com a cocaína”, explica.

O médico também afirma que,nas crises de abstinência em recém-nascidos, 70% das manifesta-

ções são do sistema nervoso central: hipertonia, tremores, irritabilidade e inquietação, choro agudo, distúrbio do sono e convulsões. O restante

das manifestações é do trato respiratório e gastrointesti-nal, como crises de apneia, diarreia, vômito e degluti-

ção deficiente. Além dessas doen-

ças, o psicólogo Lucas Mendonça Kafka, que trabalha em uma clíni-ca de apoio, acentua a ocorrência de trans-

tornos psicológicos e afir-ma que as crianças que

nasceram de uma mãe “drogadita” desenvol-vem uma pré-disposi-ção a usarem a droga quando adultas.

Hoje Camila, a filha da Maria, não

apresenta nenhum problema de saúde, entre-tanto, Maria pede o tempo

capa

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81%

81%

78%

57%

44%

35%

Pais ou responsáveis depen-dentes químicos/ alcoolistas

Negligência

Abandono pelos pais ou responsáveis

Violência doméstica

Abuso sexual praticado pelos pais ou responsáveis

Vivência de rua

A situação do crack no Brasil

Principais motivos do acolhimento de crianças e adolescentes em abrigos. Brasil, 2013

Pesquisa “Um olhar mais atento aos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes no país”, Conselho Nacional do Ministério Público

Segundo pesquisa da Fiocruz, as 26 capitais brasileiras e o Distrito federal somam 370 mil usuários regulares de crack ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi). Esse número representa 35% do total de consumidores de drogas ilícitas, com exceção da maconha, estimado em 1 milhão de brasileiros. Somente em Curitiba, a Secretaria Antidrogas Municipal estima que, nas ruas da capital paranaense, existe cerca de 12 mil usuários de crack.

Em relação ao número total de usuários no país, 14% têm idade inferior a 18 anos. Isso indica que aproximadamente 50 mil crianças e adolescentes usam regularmente essa substância nas capitais.

Nas capitais do Norte, numa análise regional, o crack e/ou similares representam 20% do conjunto de substâncias ilícitas consumidas. Já no Sul e Centro-Oeste, o número se eleva, correspondendo a 52% e 47%, respectivamente.

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E SEM DESTINO

sem pais

“A SIMPLES FALTA DE CONDIÇÃO FINANCEIRA NÃO AUTORIZA A RETIRADA DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE DE SUA FAMÍLIA ”GIOVANNA MILANO, ADVOGADA

Existem 24 mil crianças brasileiras vítimas do abandono por pais usuários de drogas. A maioria delas, por estar fora dos padrões exigidos pelos casais que desejam adotar, permanece durante grande parte de suas vidas nos abrigos. A professora de direito da Universidade Positivo, Giovanna Milano, explica como funciona o processo de adoção dessas crianças em situação de risco.

capa

Qual o processo estabelecido pelo poder público para determinar se uma criança deve ser adotada por outra família?

Em primeiro lugar, é preciso dizer que, em se tratando de matéria de adoção, cada caso deve ser observado em função de suas circunstâncias específicas e particularidades. Apesar disso, persiste a regra geral de que todo processo de adoção realizado contempo-raneamente deve ser dirigido à garantia do melhor interesse da criança e da efetivação do princípio da proteção integral, ambos previstos no ordenamento jurídico pátrio.

Além disso, o sentido geral é o de que o Poder Público (entendido em sentido amplo) deverá empenhar esforços para a manutenção da criança e do adolescente em sua família natural, assegurando o direito à convivência familiar. Tanto o é que, por exemplo, a sim-ples falta de condição financeira não autoriza a retirada da criança e do adolescente de sua família natural, devendo o poder público incluir tal núcleo familiar em programas de assistência social que auxiliem a provisão da renda necessária.

Quantos dias sem a visita dos familiares uma criança pode ser considerada aban-donada?

O Código Civil brasileiro, ao tratar das situações que ensejam a perda do Poder Familiar pelo pai ou pela mãe, apresenta o abandono como uma das hipóteses de cabimento. Não indica, entretanto, prazo definido para que tal situação seja caracterizada na medida em que o dever de cuidado, guarda e companhia dos pais em relação aos filhos é permanente, não admitindo interrupções. Dessa forma, tais situações de abandono devem ser tratadas pelos agentes da rede de proteção de crianças e adolescentes (Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar), que devem avaliar cada caso.

Essas crianças, vítimas de pais usuários de drogas, podem ser adotadas?No caso de crianças cujos pais sejam usuários de drogas, o Estatuto da Criança e

do Adolescente prevê uma exceção à regra geral da permanência na família natural, permitindo a inserção da criança ou do adolescente nas chamadas famílias substitutas. Esta inserção poderá ocorrer por meio da adoção, mas também da guarda e da tutela, a depender da situação concreta. Em havendo situação de risco, as crianças poderão ser inseridas provisoriamente em unidade de acolhimento institucional, local em que deverão receber atendimento especializado, realizado por equipe multidisciplinar, com o objetivo de auxiliar em seu desenvolvimento físico, psíquico e social.

Como uma pessoa deve proceder para adotar uma dessas crianças?Não existe um rito específico para adoção de crianças cujos pais se encontravam em

situação de dependência química. Como nos demais casos de crianças em situação de risco (pais com abuso de autoridade, maus tratos, abandono, etc.), estarão vinculadas a um cadastro mantido pelo Poder Judiciário em âmbito municipal, estadual e nacional. Aqueles pais que desejem adotar deverão dirigir-se à Vara da Infância e da Juventude e ingressar com um pedido de habilitação para adoção. Diante da comprovação de cumprimento dos requisitos legalmente exigidos e aguardar a lista de espera, até que seja encontrada uma criança ou adolescente condizente com o perfil descrito na habilitação.

Até que idade uma criança pode ser adotada? Qual a idade limite para perma-necer em abrigos?

Não existe idade limite para adoção de criança ou adolescente, que poderão perma-necer nas unidades de acolhimento institucional até completarem 18 anos. Infelizmente quanto maior a idade da criança e do adolescente, mais difícil acaba sendo a realização do processo de adoção, em função do perfil de exigência dos pais adotantes. A discre-pância entre o perfil desejado pelos futuros adotantes e as características das crianças e adolescentes disponíveis para adoção é hoje um dos maiores desafios a serem superados.

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