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Uma guia para técnicas de limpeza de linha de costa oleada Guia de boas práticas para gestão de incidentes e para profissionais de resposta a emergências

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A associação global da indústria de óleo e gás para assuntos sociais e ambientais

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Essa publicação faz parte da série Guia de boas práticas da IPIECA-IOGP, que resume as visões atuaissobre boas práticas para diversos temas de prontidão e resposta de derramamentos de óleo. A sérievisa ajudar a alinhar atividades e práticas de indústria, informar grupos de interesse e atuar comouma ferramenta de comunicação para promover conscientização e educação.

A série atualiza e substitui a bem estabelecida 'Série de relatórios de derramamento de óleo' daIPIECA publicada entre 1990 e 2008. Ela trata de temas que são amplamente aplicáveis aos setoresde exploração e produção, além de atividades de navegação e transporte.

As revisões estão sendo realizadas pelo projeto conjunto da indústria (JIP) para resposta aderramamentos de óleo da IOGP-IPIECA. O JIP foi criado em 2011 a fim de implementaroportunidades de aprendizado com relação a prontidão e resposta de derramamentos de óleo após o incidente no Golfo do México ocorrido em 2010.

Observação sobre boas práticas

O termo 'boas práticas' é uma declaração de diretrizes, práticas e procedimentos reconhecidosinternacionalmente que permitem que a indústria de petróleo e gás tenha um desempenhoaceitável na área de saúde, segurança e meio ambiente.

As boas práticas para um determinado tópico mudarão ao longo do tempo diante de avanços detecnologia, experiência prática e compreensão científica, além de mudanças nas esferas políticas e sociais.

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Prefácio

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Índice

Prefácio 2

Introdução 4

Seção 1: Princípios orientadores 5

Um problema local 5

Minimizar a movimentação do óleo derramado 6

Planejamento de contingência 6

Estrutura organizacional 7

Levantamentos de avaliação de limpeza 9de costa (SCAT)

Análise de benefícios ambientais líquidos (NEBA) e 9a seleção de técnicas de limpeza

Pontos de conclusão realistas e alcançáveis 10

Tempo e marés 12

Separação de zonas quentes (sujas) e 13zonas frias (limpas ou tratadas)

Gerenciamento, minimização e segregação 13de resíduos

Seção 2: Etapas na gestão de 15limpeza de linha de costa

Vigilância e monitoramento 16

Planejamento 19

Operações 22

Conclusão 24

Seção 3: Técnica de limpeza de litoral 26

Técnicas de limpeza defensivas/passivas 26

Remoção de detritos 26

Remoção de materiais de praia não contaminados 26

Medidas de proteção durante a limpeza 27

Limpeza passiva ou 'limpeza natural' 27

Bioremediação 29

Absorventes usados no modo passivo 30

Técnicas de limpeza ativas 31

Recolhimento de óleo flutuante 31

Abertura de trincheiras 33

Recolhimento manual do óleo derramado 34

Recolhimento mecânico do óleo derramado 36

Lavagem por arrebentação 38

Lavagem/inundação 40

Uso de betoneiras de concreto ('cimento') 41

Lavagem in-situ 42

Lavagem pressurizada 43

Uso de agentes químicos de limpeza 44

Uso de absorventes de partículas como 45um agente mascarante

Peneiração 46

Maquinário de limpeza de praias 47

Rastelo/ancinho 48

Reposição de areias 49

Seção 4: Tipos de linha de costa e 50características de oleamento associadas

Áreas úmidas 50

Manguezais 51

Marismas 51

Restauração 52

Praias arenosas 52

Óleo enterrado 52

O ciclo 'flutuação-afundamento-flutuação' 55

Cascalho e pedras 55

Penetração do óleo em linhas de costa de cascalho 55e pedras

Pavimentação asfáltica 56

Penhascos e enseadas rochosas 56

Portos e ancoradouros 57

Defesas costeiras 58

Resumo 59

Referências 60

Outras leituras 61

Anexo 1: Exemplo de formulário 63para registro de voluntários

Anexo 2: Exemplo de planilha diária 64do local de trabalho

Agradecimentos 65

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Este Guia de boas práticas é dividido em quatro seções. A primeira seção define dez fatoresimportantes a serem levados em conta ao elaborar a limpeza de uma linha de costa oleada. Naseção 2, são discutidas as etapas para gerenciar as operações de limpeza de linha de costa. Já aterceira seção descreve algumas das técnicas de limpeza mais usadas, definido as vantagens elimitações de cada uma, além das etapas na operação geral onde uma determinada técnica temchances de ser mais útil. A quarta e última seção examina a interação entre o óleo derramado ediferentes tipos de linha de costa, sugerindo algumas possíveis abordagens para tratar dos desafiosque essa interação pode apresentar. Um breve resumo é fornecido na página 59, seguindo de umaseção de Referências e sugestões para leituras adicionais. Para concluir, os dois anexos fornecemexemplos de um formulário para registro de voluntários e planilha diária do local de trabalho,respectivamente.

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Introdução

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As decisões estratégicas para limpeza de linha de costa são pautadas por dez princípios-chave. As decisões sobre questões como quais técnicas de limpeza são mais adequadas para qual tipo delinha de costa, qual equipamento pode ser usado, os números de profissionais que devem sermobilizados e os critérios para encerramento das operações são devidamente equilibradas.Matrizes podem ser elaboradas para combinar diferentes óleos, nível de oleamento e tipos de linhade costa com as técnicas de limpeza ideais, mas outros fatores podem às vezes pesar mais e movera balança de uma abordagem recomendada para uma que atenda melhor às circunstâncias - talvez,por exemplo, por questões de segurança. Os princípios orientadores apresentados abaixo visamentão fornecer uma visão geral de alguns dos fatores mais importantes que influenciam decisõessobre a limpeza de linha de costa, embora a importância para cada um deles seja determinada porcircunstâncias únicas de um incidente específico.

Entre os princípios importantes que guiam as decisões para uma limpeza bem-sucedida de linha de costa, estão:1. reconhecer que a limpeza de linha de costa é uma questão local que exige suporte local;2. minimizar a movimentação do óleo derramado;3. elaborar planos de contingência amplos com antecedência a possíveis incidentes;4. desenvolver uma estrutura organizacional que proporcione suporte eficaz e sólida supervisão,

a fim de garantir a segurança dos profissionais que trabalham na linha de costa e que técnicasde limpeza sejam devidamente executadas;

5. adotar um protocolo padronizado para comunicados de oleamento de linha de costa (técnicade avaliação de limpeza de costa, SCAT);

6. selecionar técnicas de limpeza com base em uma análise de benefício ambiental líquido(NEBA), levando em conta o tipo de linha de costa, o nível de oleamento e as características do óleo;

7. chegar a um acordo sobre pontos de conclusão realistas, alcançáveis por técnicas de limpezadisponíveis e no mesmo nível dos serviços ou uso de linha de costa fornecidos;

8. trabalhar segundo o clima e as marés;9. minimizar a contaminação secundária ao manter uma separação entre zonas quentes (sujas)

e frias (limpas ou tratadas); e10. gerenciar e minimizar os resíduos oleosos e, onde possível e adequado, segregar fluxos de

resíduo na fonte.

Uma questão local

Estatísticas de derramamento, especialmente para aqueles de origem de navios, demonstraramuma boa redução nos últimos anos, mas estatísticas globais são de pouco conforto para ascomunidades locais que sofrem com um grande derramamento. Essas são as comunidades locaisque sentem o impacto de um derramamento, seja devido ao efeito nas empresas locais, como osetor de turismo e pesca, pela perda temporária de recursos costeiros que são usados pelapopulação local e turistas ou simplesmente pela interrupção causada pelo fluxo de grandesnúmeros de profissionais e máquinas necessários para limpar a linha de costa. A limpeza de linhade costa é o elemento mais visível de uma resposta a derramamento e é, inevitavelmente, umfoco de atenção da mídia. A linha de costa é normalmente acessível para a mídia e grupos deinteresses especiais; com a disponibilidade de um amplo conjunto de canais de comunicação, a insatisfação na comunidade local pode rapidamente se espalhar para um público mais amplocom repercussões imprevisíveis.

No entanto, comunidade locais também podem ser um recurso inestimável e sua participação naresposta é essencial. Não apenas seus representantes podem orientar sobre questões locais e

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Seção 1: Princípios de orientação

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refletir preocupações e sensibilidades presentes, como seu conhecimento local também pode serindispensável. Isso pode incluir, por exemplo, conhecimento sobre os recursos disponíveis quepodem ser usados para apoiar as operações de limpeza, pontos de acesso de litoral de costa,propriedade de terras agrícolas costeiras pelas quais o acesso é necessário e áreas que apresentamdeterminados perigos para profissionais trabalhando no litoral de costa. Além disso, uma vez quecorrentes e ventos tendem a levar o óleo para os mesmos locais para os quais detritos flutuantessão carregados, o conhecimento local sobre onde tais detritos se acumulam ao longo da linha decosta podem ajudar a priorizar as atividades de avaliação dessa área.

Minimizar a movimentação do óleo derramado

Deve-se alcançar um equilíbrio entre esperar que todo o óleo chegue à costa para evitar a limpezadas mesmas áreas com cada novo derramamento e coletar o óleo o mais rápido possível. Em quasetodas as circunstâncias, esse equilíbrio tende a se inclinar a favor da rápida coleta conforme o óleochegue à costa a fim de evitar que fique enterrado ou flutue novamente e seja transferido paraoutro lugar, incluindo para áreas não oleadas e áreas já limpas. No entanto, as circunstâncias doincidente podem ditar outro curso de ação, como, por exemplo, no caso de uma perda única deóleo a partir de uma embarcação e, dependendo dos riscos do movimento e enterramento do óleo,pode ser benéfico aguardar até que todo o óleo chegue à costa, não apenas para evitar a repetiçãoda limpeza como também para minimizar a quantidade de resíduos gerados. Por outro lado, umderramamento contínuo, como de um poço de exploração e produção, exigiria a remoção regulardo óleo à medida que ele atinge a linha de costa.

No entanto, em algumas situações, a remobilização do óleo derramado em linhas de costa sensíveispode ser uma técnica preferível para possibilitar operações de recolhimento de regiões costeiras oua fim de incentivar que o óleo chegue a linhas de costa menos sensíveis de onde possa serremovido com maior facilidade. Isso é especialmente relevante para zonas úmidas e linhas de costa.

Planejamento de contingência

Planos de contingência regionais ou de área para derramamento de óleo levam em conta o risco dederramamentos em termos de possível frequência e as prováveis consequências analisandoprimeiramente as fontes de derramamento em potencial, o provável porte do acidente e, casopossa ser previsto, os tipos de óleo que podem ser derramados. A modelagem de trajetória dederramamento de óleo baseada no tempo e nas correntes de água ajuda a identificar os recursosmais vulneráveis no caminho de um derramamento. Basicamente, durante a elaboração de umplano de contingência de derramamento de óleo, as técnicas e estratégias de resposta maisadequadas são endereçadas em uma atmosfera calma sem as pressões imediatas associadas a umevento de derramamento. Depois que os cenários mais prováveis são identificados, as opções deresposta para cada um destes podem ser analisadas e os níveis adequados de mão-de-obra,equipamento e materiais são considerados em conjunto com a estrutura da organização deresposta necessária para gerenciar os eventos mais prováveis. Embora os arranjos de contingênciaprecisem ser adaptados para as circunstâncias em particular de um incidente, diversas decisões játerão sido tomadas durante o processo de planejamento. Por exemplo, as organizações ou agênciasdas quais profissionais podem ser convocados já terão sido identificadas, assim como os detalhesdos prestadores de serviços capazes de fornecer equipamentos e profissionais para trabalhar nalinha de costa. Além disso, problemas com resíduos oleosos terão sido levados em conta, incluindoa identificação de locais adequados para armazenamento temporário e opções disponíveis paradescarte final com capacidade suficiente para lidar com o volume esperado de resíduos.

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Simulados regulares dos planos de contingência de derramamento de óleo oferecem aoportunidade para problemas serem reconhecidos e solucionados. Os simulados tambémpermitem que indivíduos envolvidos desenvolvam relações profissionais e conheçam os cargosentre si dentro da estrutura organizacional. Mais informações sobre simulados de derramamento de óleo e planejamento de contingência são apresentadas nos respectivos Guias de boas práticasIPIECA-IOGP (IPIECA-IOGP 2015a e 2014a).

Estrutura organizacional

Uma operação de limpeza eficaz e bem-sucedida não pode ser alcançada sem a gestão eficiente detodos os aspectos da resposta. Nem mesmo equipamentos especializados podem compensar umaorganização incorreta. Responder a um incidente exige uma estrutura organizacional coerente queengloba toda a resposta, combinando controle de origem, acompanhamento do derramamentopelo ar, operações na água e limpeza de linha de costa. Operações em terra dependem de umaorganização que ofereça suporte para a rápida troca de informações confiáveis entre especialistasSCAT na linha de costa, a equipe de gerência e a força de trabalho na praia. O sistema deve sercapaz de se adaptar a uma situação em contínua mudança, respondendo à reação da linha de costae garantindo que toda a logística necessária esteja em vigor para suprir materiais, remover resíduoscoletados e garantir o bem-estar e a motivação da força de trabalho enquanto, ao mesmo tempo,acompanha os custos e obtém fundos para financiar a resposta.

Uma característica essencial da gestão eficaz é que a capacidade de gerência deve ser bemequilibrada com o número de pessoas trabalhando na linha de costa. Simplesmente aumentar osnúmeros de profissionais trabalhando na linha de costa tem poucas chances de melhorar osresultados se não houver uma boa gestão. A mobilização inicial de profissionais e equipamentosdeve ser monitorada de perto e progredir ou diminuir para otimizar a eficiência e a eficácia. Énecessária uma avaliação realista do progresso de quaisquer ajustes necessários para atender àscondições em mudança, assim como a capacidade de aumentar o número de profissionais se for o caso ou de diminuir a resposta conforme o trabalho se aproxime da conclusão. Uma sólidasupervisão é necessária para garantir a segurança das equipes que trabalham na linha de costa,além de garantir que técnicas e práticas de trabalho de limpeza recomendadas sejam seguidas,para usar os recursos disponíveis do modo mais eficaz.

Em diferentes países pelo mundo, a gestão de resposta a derramamentos é organizada de diversasmaneiras, mas uma amplamente adotada é o sistema de comando de incidentes (ICS), empregadopela Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG) e outros (consulte a Figura 1, na página 8). Umadas principais vantagens do ICS é que o sistema oferece um modelo para que diversas organizaçõesdiferentes sejam reunidas em uma estrutura coerente onde a cadeia de comando, linhas decomunicação, terminologia comum e cargos individuais são definidos de forma clara.

A Figura 1b mostra um diagrama simplificado de uma estrutura organizacional alternativa, sendoque variações desta são usadas em diversos países. Isso normalmente ocorre onderesponsabilidades são divididas entre as respostas na água e na linha de costa. Por exemplo, umamarinha nacional ou guarda-costeira pode ser responsável pela resposta na água, enquanto alimpeza de linha de costa pode ficar a cargo de uma agência ou ministério do meio ambiente, ou mesmo de autoridades locais ou regionais. Com tal divisão de responsabilidades, é essencial o contato próximo entre as organizações responsáveis por operações na água e aquelas quegerenciam a limpeza de linha de costa.

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

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Comando de incidente

Planejamento

No ar Na água

Supervisão e suportegovernamentais

Equipe de gestãona água

Equipe de gestãode linha de costa

Em terra

Contato

Aeronave Embarcaçõesde resposta

Resgate Técnica Operações

Operações Logística Finanças

No caso de um derramamento, muitos profissionais da indústria de óleo que passaram pelotreinamento de ICS vão trabalhar lado a lado com autoridades que usam uma estruturaorganizacional alternativa. Deve-se aproveitar a oportunidade para realizar simulados dederramamento de óleo com tais autoridades para permitir que profissionais da indústria eautoridades do governo desenvolvam formas para trabalhar em conjunto e incentivar a integraçãoem uma estrutura única de trabalho.

É recomendado que os leitores consultem o Guia de boas práticas IPIECA-IOGP sobre gestão deincidentes (IPIECA-IOGP, 2016) para obter mais informações sobre esse tema.

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Figura 1 Comparação de estruturas organizacionais para a gestão de uma resposta a derramamentos de óleo

(b) Una estructura organizacional alternativa

(a) Sistema de comando de incidentes

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Levantamentos de avaliação de limpeza de costa (SCAT)

Foram desenvolvidas diversas abordagens para a realização de levantamentos de SCAT, mas,basicamente, todas têm o mesmo objetivo: proporcionar controle para relatórios sistemáticos dooleamento de linha de costa. Sem isso, é bastante difícil definir prioridades para o trabalho delimpeza uma vez que, dependendo do observador, a definição de 'completamente coberto emóleo' de uma pessoa pode ser uma 'leve dispersão' para outra. Além disso, conforme a limpezaevolui, é importante contar com referências padronizadas para julgar o progresso. A situação nalinha de costa será em um fluxo constante, e, dessa forma, é essencial que os resultados delevantamentos de linha de costa sejam comunicados o mais rápido possível e disseminados paraaqueles que vão usar as informações para direcionar as operações. Um formato padronizado derelatórios facilita a rápida coleta das informações necessárias.

O Guia de boas práticas IPIECA sobre levantamentos de avaliação de linha de costa oleada (IPIECA-IOGP, 2014b) trata deste tema detalhadamente, e recomenda-se que os leitores consultem essapublicação para obter mais informações. Os termos usados nas seções a seguir para descrever onível e o tipo de oleamento de linha de costa foram retirados do Guia de boas práticas de SCAT.

Análise de benefício ambiental líquido (NEBA) e a seleção de técnicas de limpeza

Diversos fatores são reunidos em uma avaliação do benefício ambiental líquido do uso de umadeterminada técnica de limpeza, incluindo: tipo de linha de costa como, por exemplo, lama, areiaou rocha; nível de exposição; sua sensibilidade ambiental e social, e sazonalidade relacionada; e a quantidade, persistência, toxicidade e taxa de remoção natural do óleo derramado.

É recomendado que os leitores consultem o Guia de boas práticas IPIECA-IOGP sobre a análise debenefício ambientais líquidos (IPIECA-IOGP, 2014c) para obter informações completas sobre asmetodologias envolvidas em na NEBA. Basicamente, o processo leva a uma avaliação das opções delimpeza disponíveis para garantir que as técnicas selecionadas oferecem um benefício econômicoe/ou ambiental significativo comparado com não adotar nenhuma resposta (ou seja, contar com arecuperação natural) enquanto, ao mesmo tempo, não se causa mais danos do que o próprio óleo.O processo também exige que os fatores conflitantes sejam ponderados entre si para alcançar omelhor equilíbrio possível. Isso muitas vezes envolve alcançar um ponto de equilíbrio entredemandas conflitantes para minimizar impactos ambientais em relação aos socioeconômicos. Entre os exemplos comuns, estão decisões para uso de técnicas de limpeza agressivas comolavagem pressurizada/com água quente ou o uso de dispersantes ou outros agentes químicos naregião costeira ou na própria linha de costa. A concessão feita é que o risco de danos ambientaislocalizados, que podem ocorrer devido ao uso de tais técnicas, é compensado em relação aobenefício de uma limpeza rápida e eficaz.

A própria avaliação é normalmente baseada em um julgamento qualitativo ou semiquantitativorealizado ao levar todos os fatores relevantes em conta. Os principais elementos são:i) uma revisão equilibrada sobre a importância ecológica dos recursos naturais dentro da área

afetada pelo derramamento e os usos humanos apoiados por esses recursos (também chamadosde serviços ambientais e socioeconômicos);

ii) uma compreensão plena do destino e dos efeitos do óleo derramado juntamente com avaliaçãoclara das limitações, vantagens e desvantagens de uma técnica de limpeza proposta; e

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iii) com base na experiência anterior e no conhecimento atual, uma avaliação do resultadoesperado da técnica de limpeza proposta em comparação com os processos naturais deremoção de óleo, e consideração se qualquer operação de limpeza pode causar mais danos do que trazer benefícios.

Embora o acrônimo NEBA seja amplamente usado, ele pode acabar gerando um pequeno engano pordois detalhes; em primeiro lugar, o termo análise de benefícios ambientais líquidos sugere umaavaliação quantitativa, enquanto, muito frequentemente, NEBA envolve julgamentos qualitativos nosquais os diferentes fatores econômicos e ambientais a serem considerados são ponderados de acordocom seu significado para a área afetada; é necessário tomar uma decisão pragmática com base noargumento equilibrado. Em um caso, o processo deve ser proporcional à escala do impacto e, depreferência, boa parte do debate necessário deve ocorrer durante o planejamento de contingência dederramamento de óleo, muito antes de qualquer incidente. Em segundo lugar, como indicadoanteriormente, o aspecto ambiental da terminologia da NEBA incorpora o benefício de limpeza tantodo ambiente quanto do uso econômico da linha de costa afetada. No entanto, devido ao fato dalimpeza de linha de costa ser muitas vezes pautada pelo uso humano, tanto comercial quanto suasamenidades, é importante destacar que essas exigências socioeconômicas (e políticas) precisam serequilibradas em relação ao impacto ambiental da técnica de limpeza selecionada.

Embora possa parecer lógico que operações para remover o óleo reduziriam os danos ambientais,uma revisão1 das taxas de recolhimento pós-oleamento para os tipos de linha de costa, incluindocostões rochosos e marismas, identificou que a limpeza não forneceu nenhum benefíciosignificativo para a recuperação de organismos que vivem nas áreas afetadas. A revisão sugeriuque, em alguns casos, especialmente em áreas úmidas sensíveis, a limpeza poderia desacelerar ataxa de recuperação.

Pontos de conclusão realistas e alcançáveis

Oficiais que representam comunidades que sofreram um derramamento de óleo frequentementeexigem que as linhas de costa sejam recuperadas para sua condição anterior ao derramamento eque não haja nenhum vestígio de óleo ao final da operação de limpeza. Embora isso possa pareceruma exigência cabível, a curto prazo, isso não é alcançável nem, em muitos casos, necessário. Emtermos do que pode ser feito, cada uma das técnicas descritas na seção 3 é capaz de remover umacerta quantidade do óleo, com pouquíssimas entre as mais agressivas capazes de alcançar aremoção de todos os traços de óleo. A importância depositada na aparência estética, relativa aoutros fatores, vai determinar o ponto de conclusão necessário e se a remoção ativa de tais traços énecessária. Com o tempo, os resíduos de óleo restantes nas superfícies expostas vão desaparecer eserão lentamente removidos por processos naturais de forma que, normalmente dentro de trêsciclos sazonais, poucos traços ainda permanecerão. Para o óleo incorporado em sedimentosanaeróbicos, no entanto, a taxa de remoção de óleo pode ser lenta, talvez levando várias décadas.

A limpeza de linha de costa é muitas vezes encarada como um processo de três fases, sendo que aprimeira envolve a coleta do óleo bruto, seja flutuando na linha de costa ou espalhado nela; asegunda envolvendo a remoção ou tratamento in-situ de substratos de linha de costa sujeitos àcontaminação moderada a pesada, como cascalhos ou areia poluída;2 e a terceira fase envolvendo a

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1 Sell, D. et al., 1995.2 O termo 'cascalho' é usado ao longo deste documento para indicar areia grossa média ou mista e linhas de costa de

sedimentos grossos compostos de qualquer combinação de areia, grânulos, pedras e seixos (consulte a Tabela 2).

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remoção de resíduos restantes do óleo para concluir a limpeza (polimento final) - consulte aTabela 1. A primeira fase é muitas vezes encarada como a fase de emergência, devido à urgência dacoleta de óleo antes que ele tenha a chance de ser transferido para outro lugar, enquanto asegunda e a terceira fases são chamadas de fase de projeto, quando normalmente há uma menorpressão de tempo e a oportunidade para planejar as operações mais minuciosamente.

Os diferentes “usos” públicos, comerciais e ambientais que um segmento de linha de costa ofereceexigem que diferentes pontos de conclusão sejam alcançados. Por exemplo, uma linha de costarochosa remota, exposta e com difícil acesso exigiria um ponto de conclusão bastante diferente de uma praia de lazer durante ou logo depois da estação de turismo.

Processos de limpeza naturais, especialmente a exposição à força total do mar, podem significarque a limpeza além da remoção do óleo móvel (fase um) é desnecessária e é, possivelmente, umdesperdício de recursos. É claro que, no caso da praia de turismo, todas as três fases de limpezaprecisariam ser executadas. Um fator essencial na hora de decidir quando as operações devem serconcluídas e se devem prosseguir por todas as três fases é o resultado da avaliação de NEBA feitaem cada fase.

Um ponto de conclusão intermediário é às vezes adequado. Em climas temperados com aaproximação de tempestades de inverno, o trabalho pode precisar ser interrompido parapossibilitar a oportunidade que a limpeza natural ocorra durante o inverno, com uma verificação na primavera para identificar se outras atividades de limpeza são necessárias. Em climas tropicais, as estações de tufões ou furacões podem fornecer um ponto de intervalo similar para as operaçõesde limpeza.

Esse tipo de abordagem é especialmente relevante quando é reconhecido que, conforme aquantidade de óleo restante diminui, o esforço necessário para remover o resíduo se torna aindamaior (consulte a Figura 2 na página 12). Normalmente, apenas 10 a 20% do esforço total delimpeza são gastos para remover 90% do óleo recuperável, enquanto os últimos 10% podemenvolver os 80% restantes do esforço, dependendo do ponto de conclusão almejado. Em algummomento, o esforço necessário supera o benefício de qualquer trabalho adicional. O ponto no qualisso ocorre é diferente para diversos tipos de linha de costa. No geral, é mais fácil alcançar umpadrão mais alto de limpeza de praias arenosas do que costas com pedras ou cascalho. Da mesmaforma, diferentes tipos de óleo geram dificuldades maiores ou menores, sendo que óleoscombustíveis pesados normalmente são mais difíceis de serem removidos do que derramamentosde óleos leves ou crus devido à maior persistência do óleo combustível pesado.

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Tabela 1 Fases operacionais da limpeza de linha de costa

Primeira fase Remoção da contaminação bruta - recolhimento do óleo flutuando na linha de costa e doóleo bruto acumulado em terra.

Segunda fase Remoção da contaminação moderada a pesada - coleta do óleo derramado e remoção outratamento in-situ de substratos oleados.

Terceira fase Tratamento final ou polimento - tratamento de sedimentos levemente contaminados eremoção de manchas e resíduos de óleo.

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Resumindo, cinco perguntas amplas podem ser feitas para ajudar a decidir se outras atividades delimpeza são necessárias:1. O óleo restante pode causar danos a recursos ambientalmente sensíveis?2. Outras atividades de limpeza trariam mais danos do que benefícios?3. O óleo interfere com o apelo estético ou uso recreativo da linha de costa?4. O nível residual de contaminação afeta recursos econômicos ou interrompe atividades

econômicas?5. O esforço envolvido em outras atividades de limpeza supera os benefícios ambientais ou

econômicos que podem ser entregues?

Tempo e marés

A expressão, ‘O tempo e o mar não esperam por ninguém’ também é válida para o trabalho em linhasde costa. Existem preocupações claras de segurança que precisam ser levadas em conta quando setrabalha em linhas de costa de maré, como padrões de trabalho. Embora as horas de expedientepossam ser baseadas em um dia normal de trabalho, as marés não seguem o mesmo regime. Emcertas condições de maré, algumas linhas de costa ficarão inacessíveis e será necessário que oexpediente de trabalho seja ajustado de acordo com as marés. Em alguns casos, o óleo derramadopode afundar a níveis de maré médio a alto, tornando-o inacessível para equipes de limpeza. Alémdisso variações sazonais e mensais precisarão ser levadas em conta ao organizar o armazenamentotemporário de resíduos, normalmente no ponto mais alto de uma praia, e também ao levar emconta as forças das correntes para a mobilização de barreiras. As condições de tempestade,combinadas com uma alta maré, podem levar os níveis de água para alturas extremas,especialmente no equinócio de março e setembro. O óleo derramado acima do nível alto normal daágua é muitas vezes liberado durante os equinócios, de forma que é recomendado estar alerta paraa possível redistribuição de óleo durante esses períodos.

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Óleo recolhido (toneladas)

Esforço (custo por tonelada)

0

500

Óle

o re

colh

ido

(ton

elad

as)

Esforço (custo por tonelada, US$)

1000

1500

2000

2500 800.000

600.000

400.000

200.000

0

Primeira fase Segunda fase Terceira fase

Figura 2 Queda nos retornos - um exemplo de custos de limpeza para um derramamento no Extremo Leste

Dados de Moller et al., 1987

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Se o trabalho na linha de costa for contratado para condições de extremo calor ou frio, ou mesmode muita chuva, os períodos de trabalho precisarão ser ajustados para garantir o bem-estar da forçade trabalho. O equipamento de proteção individual (EPI) adequado e roupas apropriadas para otempo também devem ser disponibilizados. O efeito das altas temperaturas sobre ocomportamento do óleo derramado também deve ser levado em conta; isso pode contribuir paraque o trabalho seja realizado em horas mais amenas do dia. Por exemplo, emulsões viscosas deágua em óleo podem se romper no calor e liberar óleo líquido. Bolas de piche semissólidas podemperder a consistência em temperaturas mais altas, afetando a eficiência das máquinas de limpezade praia que empregam a técnica de peneiração de areia para removê-las.

Separação de zonas ‘quentes’ (sujas) e ‘frias’ (limpas ou tratadas)

A implementação de zonas de contaminação 'quentes', 'mornas' e 'frias' em cada local de trabalhoajuda a evitar a dispersão desnecessária da contaminação secundária, isso é, a contaminação deáreas limpas onde instalações de descontaminação não são fornecidas, muitas vezes devido ao óleoser transferido para essas áreas por meio do movimento não controlado de equipamentos, veículose profissionais. O número de veículos que se move na zona oleada deve ser limitado a fim deminimizar a quantidade de óleo forçado no sedimento, e seu movimento deve ser restrito paraessas zonas 'quentes'. Tais medidas, e a restrição da entrada de veículos que transportam resíduosoleosos em zonas 'frias', ajudarão a evitar a dispersão do óleo para estradas e a minimizar aquantidade de material residual gerado. Estações de descontaminação podem ser montadas paraprofissionais que saem da seção oleada da praia e também podem ser necessárias ao moverequipamentos e maquinário oleados de um local de trabalho para outro ou para removê-los aofinal das operações. Arranjos para o controle do escoamento dessas áreas de lavagem tambémdevem ser minuciosamente consideradas para evitar a dispersão da contaminação.

A designação de locais temporários de armazenamento de resíduos no processo de planejamentodeve incluir levantamentos das possíveis áreas, com uma noção clara dos mecanismos a seremcolocados em prática para evitar que eles também se tornem fontes de contaminação secundária.Além de controles físicos, tais mecanismos podem incorporar a nomeação de profissional deoperações especificamente para implementar e colocar essas organizações em prática.

Gerenciamento, minimização e segregação de resíduos

O gerenciamento, transporte e descarte de resíduos muitas vezes são os maiores componentes docusto total de resposta a um grande incidente. Uma análise das quantidades de resíduos geradostambém é um indicador útil de quão bem a operação está sendo realizada. Após um grandederramamento, uma enorme quantidade de resíduos, muitas vezes até dez vezes o volume de óleoderramado, é gerada em curto período Isso quase certamente vai superar a capacidade das rotasexistentes de descarte, uma vez que será voltado apenas para quantidades bem menores deresíduos que são normalmente gerados por atividades públicas e industriais locais de rotina. Naprática, o número de opções de descarte utilizáveis provavelmente será limitado e, em algumasjurisdições, resíduos com teor de óleo relativamente alto podem ser tratados como um materialperigoso que exige tratamento mais especializado. Como resultado, o descarte de resíduos pode setornar um gargalo na operação de limpeza, às vezes atrasando o trabalho na linha de costa até queopções adequadas para armazenamento e descarte do resíduo coletado possam ser preparadas.Um dos elementos mais importantes do planejamento de contingência de derramamento de óleo é

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

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a identificação de rotas de descarte de resíduos ou, no mínimo, áreas de armazenamentotemporário. Em algumas situações, a remoção excessiva de material da praia pode levar àdesestabilização da linha de costa e, posteriormente, a níveis elevados de erosão. Reconhecendoessas dificuldades, este Guia de boas práticas defende que se tenha atenção com a geração e aminimização de resíduos.

Como mencionado anteriormente, a única maneira de alcançar a minimização de resíduos é evitar ouso de equipamentos pesados em linhas de costa e contar, o máximo possível, com a coletamanual sempre que for prático. Em praias arenosas, métodos mecânicos normalmente geram atécinco vezes mais resíduos para a mesma quantidade de óleo coletada por métodos manuais.Colocando de outra forma, o teor de óleo da areia contaminada coletada manualmente é, emmédia, de 5 a 10%, enquanto o teor de óleo dos resíduos coletados mecanicamente é de apenas 1 a 2%. No entanto, é aceito que pode não ser prático considerar a limpeza manual para longossegmentos de praias muito oleadas. A quantidade de resíduos gerados também pode sersignificativamente reduzida através do uso de técnicas que evitam a remoção de substratos delinha de costa, como lavagem por arrebentação ou por remoção manual com ancinhos ou arados. A geração de resíduos é um fator essencial na aplicação da NEBA na hora de decidir as técnicas delimpeza mais adequadas.

Outra recomendação frequentemente oferecida é que os profissionais de resposta devem garantirque os resíduos sejam segregados na origem em diferentes fluxos para que diversas opções deresíduos possam ser adotadas para cada um deles. Por exemplo, o resíduo líquido pode seguir umarota, enquanto a areia oleada com alta contaminação segue outra rota e outros detritos oleados,incluindo EPI oleado, podem usar uma terceira rota. Essa segregação de resíduos oferece obenefício de reduzir a quantidade de material que pode precisar ser descartado como um resíduoperigoso e diminui a carga nas instalações de capacidade restrita. No entanto, não há benefício emseparar resíduos em diferentes fluxos se houver apenas uma rota de descarte e se todo o resíduoacabar indo para o mesmo lugar. Mesmo nesta última situação pode haver opções de tratamentoque valem a pena ser levadas em conta, por exemplo ao evitar o transporte desnecessário da águaem excesso por meio de decantação no local ou compactação de materiais absorventes antes dotransporte para que o volume grosso seja reduzido. Dependendo das normas locais, pode serpossível permitir que a água liberada retorne para o local do derramamento, ou pode havernecessidade de preparativos para seu tratamento posterior.

Para obter mais orientações sobre esse tema, consulte o Guia de boas práticas IPIECA-IOGP sobreminimização e gestão de resíduos de derramamento de óleo (IPIECA-IOGP, 2014d).

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Embora as operações de limpeza possam ser consideradas em termos das três fases descritas naspáginas 10-11, as quatro etapas a seguir na gestão de limpeza de linha de costa podem serreconhecidas:l vigilância e monitoramento: avaliação do porte necessário de operações;l planejamento: definição de parâmetros de operações, incluindo elaboração de critérios de pontos de

conclusão;l operações: implementação de operações de limpeza; el conclusão: encerrar as operações nos pontos de conclusão definidos e fazer a transição para um

período de restauração do local de trabalho.

Simplificando: a função de vigilância e monitoramento identifica qual trabalho precisa serexecutado; orientação técnica sobre a melhor maneira de realizar o trabalho pauta as decisõesadotadas na etapa de planejamento; e a função operacional implementa essa orientação paraexecutar o trabalho. Conforme o trabalho progride, cada etapa forma parte de um ciclo contínuo:avaliação do progresso obtido, ajuste da orientação técnica reconhecendo a situação em constante

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Seção 2: Etapas na gestão de limpeza de linhade costa

Primeira fase

Plano de contingência

Levantamento

Local detrabalho

Local detrabalho

Local detrabalho

Planejamento

Operações

Levantamento

Planejamento

Operações

Levantamento

Planejamento

Operações

Restauração do local de trabalho

Encerramento (ponto de conclusão alcançado*) * Dependendo do

ponto de conclusão de�nido, as operações podem ser encerradas na conclusão das fases um, dois ou três

Segunda fase

Terceira fase

Figura 3 Ciclo de gestão de limpeza de linha de costa

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mudança; e modificação dos procedimentos operacionais adequadamente até os pontos deconclusão definidos serem alcançados e as operações serem encerradas (Figura 3).

Vigilância e monitoramento

Os principais elementos da vigilância e monitoramento incluem: levantamentos aéreos, equipes de levantamento e monitoramento (SCAT); protocolos de relatórios.

Exceto caso a origem e a extensão da poluição sejam imediatamente óbvias (por exemplo, em casosonde um derramamento está contido dentro de um porto), uma das primeiras ações de resposta apósum derramamento é realizar um levantamento aéreo. Sua finalidade é obter informações sobre anatureza do incidente, a extensão da poluição e as prováveis consequências imediatas. A vigilânciaaérea oferece uma avaliação inicial rápida do provável escopo e porte da resposta necessária.

Depois que o óleo atinge o litoral de costa, helicópteros oferecem a plataforma mais flexível paraobservações, tendo melhor manobrabilidade do que aeronaves de asa fixa e, dependendo dasnormas locais, oferecendo a capacidade de pouso no litoral de costa para inspeções detalhadas.Esses levantamentos iniciais proporcionam informações sobre a distribuição do óleo ao longo dalinha de costa e quais áreas foram mais gravemente afetadas. Eles também possibilitam aidentificação de recursos ambientais já afetados e aqueles ameaçados, além de possíveis rotas deacesso a linhas de costa afetados. Esses dados são usados para informar levantamentos maisdetalhados (por exemplo, SCAT) a serem realizados a pé ou por barco. É essencial comprovarquaisquer observações aéreas feitas, por exemplo para verificar visualmente os resultados desseslevantamentos realizando levantamentos terrestres posteriores. Algumas características (porexemplo, depósitos minerais, algas e afloramentos de turfas) podem facilmente ser confundidascom óleo devido à sua aparência quando vistas do ar. E, o mais importante, não é possível obteruma estimativa confiável da espessura do óleo derramado através de observações aéreas. Alémdisso, em praias arenosas, o óleo derramado pode ser coberto por uma camada de areia sopradapelo vento ou por areia agregada por marés posteriores. Em praias de cascalho e pedras, é provávelque o óleo penetre nos substratos e, sem levantamentos terrestres, é impossível saber aprofundidade dessa penetração. Da mesma forma, a profundidade do óleo agrupado em costõesrochosos só pode ser determinada por uma inspeção próxima.

A necessidade de manter um ou mais helicópteros no local depois que levantamentos em terraestão em andamento e operações de limpeza foram iniciadas depende das circunstâncias doincidente. Os helicópteros podem continuar sendo necessários se a extensão geográfica dapoluição e distribuição do óleo derramado puder mudar ao longo do tempo, devido a mais óleoatingindo a costa ou óleo se movendo ao longo da linha de costa. O transporte aéreo de equipes demonitoramento e levantamento de linha de costa (SCAT) para locais remotos que são inacessíveispor veículos terrestres também pode precisar ser levado em conta.

A composição das equipes de SCAT é importante. Normalmente, tais grupos seriam liderados porum especialista técnico com bons conhecimentos em limpeza de linha de costa, geologia costeira eprotocolos de levantamento, incluindo também representantes de autoridades jurisdicionais ecomunidades afetadas. Depois de levar todos os fatores relevantes em conta, as decisões finaissobre a melhor resposta são tomadas pela equipe de gestão de derramamento, mas a equipe deSCAT deve, ainda assim, ser apta o bastante para fazer recomendações operacionais confiáveis paraque as operações de limpeza possam começar o mais rápido possível. Em grande parte, asobservações informadas por essas equipes determinam o curso da resposta de linha de costa, e toda a organização de resposta depende maciçamente de suas recomendações.

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Em algumas organizações de resposta, a responsabilidade da equipe de levantamento é restrita acomunicar a distribuição de óleo e os níveis de oleamento e, com base nesse relatório, umasegunda equipe é mobilizada para propor técnicas de limpeza ideais. A desvantagem dessaabordagem em uma situação de fluxo constante é que ela gera atrasos em cada etapa e, quando osegundo grupo tiver feito suas recomendações e profissionais e equipamentos necessários tiveremsido mobilizados, a situação pode ser mudada consideravelmente.

O número de membros da equipe SCAT deve ser limitado. Se um grupo ficar muito grande, ele nãoapenas vai enfrentar desafios com relação à logística de transporte como também será cada vezmais difícil chegar a um consenso. No entanto, em um incidente que cobre uma ampla áreageográfica, múltiplas equipes de SCAT podem precisar ser mobilizadas. Para garantir consistênciaentre equipes e entre levantamentos consecutivos, a importância de protocolos de relatóriospadronizados deve ser levada a sério. Descrições padronizadas de características de linha de costaseguem o sistema de classificação amplamente estabelecido chamado de Índice de sensibilidadeambiental (ESI), baseado na vulnerabilidade à poluição de óleo, com valores de 1 a 10, sendo 1 o mais robusto e resiliente e 10 o mais vulnerável (Figura 4).

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Tabela 2 Descritores de linha de costa

Costões rochosos expostos Escarpas/encostas rochosas ou em leitosrochosos, argilosos e siltosos, abrigadas

Estruturas arti�ciais sólidas e abrigadas

Enroncamento abrigadoPraias rochosas protegidas

Linhas costeiras de turfa

Planícies de maré abrigadasBancos rasos vegetados Planícies de maré hipersalinas

Brejo salobro ou de água salgada

Freshwater marshes

Pântanos

Manguezais

Estruturas arti�ciais expostas

Plataformas costeiras expostas (rocha, silte ou argila) Escarpas expostas e terraços de argila

Praias arenosas de areia média a �na Escarpas e taludes de areia

Praias arenosas de areia grossa

Praias mistas de areia e cascalho

Praias de cascalho (seixos e calhaus)

Riprap structures and praias de cascalho(carvão e rochas)

Planícies de maré expostas

Falésias com depósitos de tálus

Figura 4 O índice de sensibilidade ambiental

Descrições padronizadas de linha de costa também incluem a dimensão média de substratos(tamanho de grãos) da linha de costa afetada (Tabela 2).

Font

e: a

dapt

ada

MCA

, 200

7

Descrição Tamanho do grão (mm)

Lama/silte/argila 0,00024-0,625

Areia 0,625-2,0

Seixos/grânulos (cascalho) 2,0-64

Pedras 64–256

Rochas > 256

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Termos como 'leve', 'moderado' e 'pesado' podem ser usados para categorizar a cobertura de óleode superfície inicial (dividindo a distribuição de óleo e a largura do oleamento pela costa) e tambémpodem ser empregados ao dividir essa categorização inicial de óleo de superfície com a espessuramédia de óleo para gerar uma categorização de óleo de superfície total. Essa é uma métrica muitoútil para a equipe de gestão ao acompanhar as condições de oleamento de linha de costa e oprogresso do tratamento em cada segmento da linha de costa. O uso de termos e definiçõespadrão é descrito nos diversos guias e manuais de SCAT citados nas seções Referências e Leiturasadicionais deste guia, sendo resumidos na Tabela 3 abaixo.

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Tabela 3 Terminologia padrão para localização de óleo, distribuição, espessura e tipo

Localização na linha de costa

Zona entre-marés inferior Terço inferior da zona de marés

Zona entre-marés intermediária Terço intermediário

Zona entre-marés superior Terço superior

Zona supralitoral (zona de respingo) Acima da marca alta de água

Distribuição

Traço <1%

Esporádico 1–10%

Irregular 10-50%

Rompido 50-90%

Contínua 90-100%

Espessura

Óleo espesso Acima de 10 mm

Cobertura 1–10 mm

Camada 0,1–1 mm

Mancha Inferior a 0,1 mm

Película Camada iridescente

Características do óleo derramado

Fresco Óleo que não sofreu intemperismo

Mousse Emulsão de água-óleo

Bolas de piche Pedaços pequenos (bolas) de óleo que sofreu intemperismo,dimensão inferior a 100 mm

Poças de alcatrão Óleo que sofreu intemperismo, dimensão acima de 100 mm

Alcatrão 'Cobertura' ou 'camada' que sofreu muito intemperismo

Resíduo de óleo de superfície Misturas de sedimentos e óleo móvel na superfície ou dentro deinterstícios

Pavimento asfáltico Sedimentos e óleo de mistura estável (normalmente pedras)

Nenhum óleo observado Sem óleo visível

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Planejamento

Entre os principais elementos de planejamento, estão: o uso de dados SCAT e mapas desensibilidade; definição de prioridades; combinação de técnicas de limpeza com os tipos de linha de costa e nível de poluição; segmentação e seleção de ponto de conclusão.

Um dos produtos do processo de planejamento de contingência de derramamento de óleo emlocais onde organizações de resposta detalhadas foram colocadas em prática provavelmente é omapa de sensibilidade, que destaca, entre outras coisas, áreas especiais de vulnerabilidadeambiental ou importância socioeconômica. As informações reunidas e apresentadas em mapas desensibilidade, juntamente com as informações dos levantamentos SCAT iniciais sobre os níveis deoleamento, distribuição e características de óleo fornecem a base para definir as prioridades paralimpeza de linha de costa. Acúmulos de óleo fresco que possam se mobilizar e mover para áreaspreviamente não oleadas ou de maior vulnerabilidade são normalmente o alvo de mais altaprioridade. Depois que o risco de movimento posterior do óleo é eliminado, a classificação deprioridade das áreas para operações de limpeza é baseada em um equilíbrio entre aquelas maispoluídas e sua vulnerabilidade ou importância conforme indicado pelos mapas de sensibilidade. O mapeamento da sensibilidade para resposta a derramamentos de óleo é assunto de um Guia deboas práticas do mesmo título (IPIECA-IMO-IOGP, 2012).

Ao manter a mesma composição da equipe de SCAT ao longo de toda a resposta, os mesmosprofissionais que recomendaram o uso de uma determinada técnica de limpeza podem monitorarsua implementação e, se necessário, adaptar suas recomendações adequadamente. Os membros daequipe de SCAT estarão bem posicionados para julgar se o ponto de conclusão desejado foialcançado, além de ter uma avaliação clara da condição da linha de costa no início da operação e onível de limpeza que pode ser alcançado de forma realista ao final dos trabalhos.

Aplicações típicas para técnicas de limpeza individuais, sua adequabilidade para uso emdeterminados tipos de linha de costa e análise de quando cada técnica pode ser usada para omelhor efeito durante a operação de resposta são discutidas detalhadamente na seção 3 da página26. Para gerenciar as operações de forma eficaz, a linha de costa afetada é dividida em segmentosviáveis dentro dos quais o tipo de linha de costa ou nível de oleamento é mais ou menos uniformee os limites são facilmente identificáveis. Limites de segmento são normalmente identificados poruma mudança no tipo de linha de costa, mas muitos também contam com uma característicanatural, como um rio ou curso, ou um marco específico como um ponto de acesso ou construçãode destaque. Limites de segmentos também podem ser definidos por uma mudança significativanas condições do óleo (por exemplo, de oleamento moderado para nenhum oleamento). Oobjetivo da divisão da linha de costa em segmentos é facilitar a gestão de operações de limpeza aoalocar locais de trabalho de acordo com o tipo de linha de costa ou condições de oleamento,combinado com técnicas de limpeza, e atribuir pontos de conclusão específicos a cada segmento(consulte a Figura 5 na página 20).

É importante que pontos de conclusão para as fases de limpeza dois ou três sejam determinadospara cada segmento da linha de costa no início das operações ao planejar a resposta, levando emconta o resultado das avaliações de NEBA. Uma vez que diferentes técnicas de limpeza alcançampontos de conclusão distintos, a escolha do ponto de conclusão influencia significativamente atécnica de limpeza a ser usada em cada segmento de linha de costa. Os pontos de conclusãodesignados não apenas fornecem às equipes de limpeza uma ideia clara sobre o nível de limpezadesejado como também ajudam a moderar as expectativas do que as operações de limpeza podem alcançar.

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Figura 5 Exemplo de segmentação de uma linha de costa oleada

Segmento

Costão rochoso protegido Óleo contínuo e espesso sem emulsão (mousse)

Praia de areias de grãos �nos a médios

Mousse de óleo espesso e rompido

Estrutura arti�ciaissólidas e abrigadas

Mousse de cobertura contínua

Praia de areias de grãos �nos a médios

Mousse de óleo espesso e contínuo

Praia arenosa de areia grossa Mousse de cobertura irregular

Mousse de cobertura irregular Mousse de cobertura contínua

Praia arenosa de areia grossa Mousse espesso e contínuo ao norte do segmento, reduzindo para uma cobertura irregular e moderada no sul

ESI (consulte a Figura 4) Oleamento (consulte a Tabela 3)

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É necessário usar descritores consistentes para garantir uma compreensão clara de quando o pontode conclusão foi alcançado. Essas descrições são as mesmas daquelas usadas para expressar o nívelde contaminação durante os levantamentos de SCAT iniciais, mas sem a ênfase no uso de critériossemiquantitativos para distribuição de óleo, como ilustrado na Tabela 4. Descrições adicionais são àsvezes usadas, especialmente para o ponto de conclusão para praias arenosas de lazer, como 'semóleo enterrado, sem textura oleada, sem brilho e sem odor de óleo'. Películas ou camadas de óleoiridescentes, prata ou incolores flutuando na extremidade da água são normalmente associadas comlitorais de costa oleados, mas representam quantidades muito pequenas de óleo devido à espessurade película extremamente baixa. Para manchas ou películas que sofreram intemperismo em costõesrochosos de áreas de lazer, ‘óleo que não sai das roupas’ pode também ser considerado um teste paraum possível ponto de conclusão.

Tabela 4 Exemplos ilustrativos de possíveis pontos de conclusão

Quando reunidos com a terminologia definida na Tabela 3 (página 18), os pontos de conclusão acimasugeridos são observações semiquantitativas que podem ser facilmente interpretadas em termospráticos. Ocasionalmente, um ponto de conclusão pode ser proposto sugerindo prosseguir com alimpeza até que concentrações de óleo nos sedimentos de praia caiam até um nível especificado, ealgumas normas locais possam exigir que tais critérios sejam atendidos antes de reabrir a praia parabanhos ou uso recreativo (por exemplo, critérios da Bandeira azul abaixo). No entanto, hádificuldades consideráveis com essa abordagem, sem falar em estimar quando um nível deconcentração de óleo especificado foi alcançado na prática durante operações de limpeza para tratarde impactos ambientais ou danos ao uso de lazer da linha de costa. Além disso, devido à grandevariação na distribuição de óleo pelos sedimentos, é especialmente difícil coletar amostrasrepresentativas, e a abordagem está suscetível a um viés não intencional por meio da seleção deamostras de sedimentos com maior contaminação.

No caso de praias para banhos, os critérios da Bandeira azul são amplamente aceitos em todo omundo. A Bandeira azul é uma marca voluntária concedida a mais de 3.850 praias e marinas em 48 países na Europa, América do Sul, Marrocos, Tunísia, Nova Zelândia, Brasil, Canadá e Caribe. O nível necessário de limpeza é medido em relação a um conjunto de diferentes parâmetros que,para poluição, são:1. Não deve haver nenhuma película de óleo visível na superfície da água e nenhum odor deve ser

detectado. Em terra, a praia deve ser monitorada em busca da presença de óleo e planos deemergência devem incluir a ação que deve ser realizada no caso de tal poluição.

2. Não deve haver substâncias flutuantes, como resíduos de piche, madeira, itens de plástico,garrafas, recipientes, vidro ou nenhuma outra substância.

Tipo de litoral Exemplo de ponto de conclusão proposto

Defesas de concreto no mar Cobertura de óleo irregular a camada contínua. Sem liberação de óleo móveldurante a limpeza natural (certo brilho é aceitável)

Vegetação de margem de rio Cobertura de óleo irregular - Sem liberação de óleo móvel durante a limpezanatural (brilho é aceitável)

Lamaçais Resíduo de óleo de superfície esporádico

Praia de areia recreativa Sem óleo visível, óleo enterrado, textura oleada, brilho e odor de óleo

Praia de pedras e enseadasrochosas publicamenteacessíveis

Camada de alcatrão irregular para afloramentos em rochas (não sai nasroupas); resíduo de óleo de superfície esporádica em pedras (óleo nosinterstícios) - sinais de aviso devem ser montados.

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Na Europa, praias de banho também estão sujeitas às provisões da Diretiva de águas para banho dacomunidade europeia (2006/7/EC), que trata principalmente do monitoramento de rotina depossíveis poluentes, incluindo óleo.

Operações

Entre os principais elementos operacionais, estão: delineação de local de trabalho; avaliação egestão de risco; programa de trabalho; gestão de voluntários; cronogramas de briefings e relatórios.

Depois de estabelecer prioridades e identificar segmentos, os locais de trabalho dentro de cadasegmento podem ser definidos. Um local de trabalho pode compor todo o segmento, ou osegmento pode ser ainda subdividido de acordo com a técnica de limpeza a ser aplicada, oacesso necessário para equipamentos e a natureza do grupo que trabalha na linha de costa.Locais de trabalho individuais tendem a ser alocadas para uma organização ou agência única,uma equipe de dentro da organização ou agência, ou um contratado individual para que oescopo de trabalho seja definido de forma clara geograficamente e em termos do ponto deconclusão a ser entregue. Por exemplo, um segmento pode incluir uma extensão de linha decosta composta de uma praia de areia intercalada por quebra-mares de rocha; a limpeza manualda praia de areia pode compor um local de trabalho e os quebra-mares, que devem ser limposusando lavagem pressurizada, compõem outra.

Antes que o trabalho possa ser iniciado, é necessário realizar uma análise de risco para cada local. Issodeve identificar os determinados perigos associados com o local (como ondas fortes, desfiladeiros,superfícies de rochas escorregadias, os efeitos do calor ou do frio) juntamente com os tipos deequipamentos a serem usados ou a probabilidade de movimentação pela linha de costa, além dostipos de materiais usados, especialmente se incluírem substâncias químicas. Tais riscos podem sergerenciados por meio de briefings de segurança diários a fim de garantir que os profissionais estejamcientes sobre os perigos associados ao ambiente no qual estão trabalhando. Entre os exemplos demaneiras para gerenciar os riscos, estão: garantir que trabalhadores tenham períodos regulares dedescanso; fechar áreas para segregar o tráfego de veículos das equipes de limpeza manuais; garantirque o EPI correto seja usado; e informar os trabalhadores sobre o uso de cada tipo específico desubstância química que pode ser utilizada. É importante garantir que os profissionais não levem óleopara zonas limpas ('frias'; por exemplo, áreas de descanso), uma vez que isso geraria o risco de contatoda pele com o óleo ou de ingestão do óleo em bebidas e alimentos. Zonas de descontaminação('mornas') devem ser organizadas nos pontos de acesso do local de trabalho para permitir quetrabalhadores removam o EPI contaminado antes de entrar nas zonas limpas. Mais orientações sobresegurança e saúde de profissionais de resposta a derramamento de óleo podem ser encontradas noGuia de boas práticas IPIECA-IOGP sobre esse tema (IPIECA-IOGP, 2012).

Para cada técnica de limpeza, há um porte ideal de equipe, podendo os locais de trabalho seremsubdivididos adequadamente, por exemplo para atender à taxa de trabalho prevista da equipe.Essa tática promove uma abordagem metódica para que um litoral de costa seja limpo ao longo desua extensão em uma taxa de vários metros por dia, permitindo assim que o progresso sejafacilmente monitorado e facilitando o planejamento e a logística nos próximos dias. Isso evita omovimento aleatório de trabalhadores pela linha de costa e o risco de poluição secundáriaresultante do óleo chegar a áreas limpas. Além disso, também ajuda a garantir que a limpeza sejaconsistente na extensão e que nenhuma área seja esquecida.

O exemplo na caixa 1 ilustra o uso de estimativas simples no planejamento inicial. Por exemplo, pás carregadeiras são utilizadas e cada uma tem capacidades de 2 m3, 150 m3 de resíduos de óleo

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representa mais de 75 (quase 80) movimentos FEL. Com duas máquinas ao longo de dois dias, cadamáquina deve fazer 20 movimentos por dia. Em um dia de oito horas, isso é igual a um movimentoa cada cerca de 24 minutos. Dependendo da configuração do local de trabalho, essa estimativapode auxiliar a decidir o número adequado de máquinas. Teoricamente, 100 trabalhadores delimpeza mobilizados em 10 equipes seriam capazes de limpar a praia mais rapidamente, mas (a) acoordenação de 10 equipes é mais difícil do que de 5, (b) mais carregadeiras seriam necessárias e(c) o tamanho do espaço de trabalho também precisaria ser levado em conta - neste caso, cada umdos 100 trabalhadores ocupariam uma faixa de praia de areia de apenas 20 metros de extensão.(Esse requisito de espaço de trabalho é uma consideração especialmente importante para a coletamecânica com maquinário pesado e também onde a lavagem de alta pressão deve ser usada.)

O número mínimo de trabalhadores em uma equipe de limpeza manual fica normalmente em 5 a 7orientados por um líder de equipe. Esse porte de equipe pode ser reproduzido um número de vezescom líderes de equipe respondendo a um supervisor de local de trabalho ou chefe de trabalhos depraia. Conforme as operações de linha de costa progridem e as tarefas se tornam mais rotineiras, onúmero de trabalhadores que cada líder de equipe pode gerenciar de forma eficaz pode aumentarpara uma proporção de trabalhador: equipe-líder maior do que os níveis iniciais de planejamento de10:1. Para lavagem a alta pressão, equipes menores compostas por dois ou três profissionais sãonecessárias para operar o equipamento, com o trabalho de cada equipe coordenado por umsupervisor de local de trabalho. Quanto à limpeza manual, é útil delinear a área de trabalho paracada equipe para promover uma abordagem metódica.

No geral, é mais eficiente começar com um número menor de equipes, definir adequadamente olocal de trabalho com o suporte de logística em vigor e monitorar o progresso das equipesmobilizadas. Uma reavaliação dos próximos trabalhos necessários pode então ser feita e umadecisão tomada se mudanças nos números de profissionais são necessárias, seja um aumento ouuma redução.

Se forem mobilizados voluntários ou trabalhadores profissionais de limpeza, as mesmasconsiderações devem ser aplicadas, embora a probabilidade de voluntários provavelmente seja

No planejamento inicial do porte da força de trabalho, as regras básicas descritas na seção 1 podem serusadas. Para fins de ilustração, uma praia de areia de 2 km de extensão foi identificada como um local delimpeza prioritário e a equipe de SCAT informa o óleo derramado como fresco, com cobertura irregular emuma área com média de 5 metros de extensão. Isso leva à seguinte estimativa da quantidade de óleopresente:

2.000 m x 5 m x 5⁄1000 m (cobertura = 1–10 mm de espessura) x 30% (irregular = 10–50%) ou cerca de 15 m3 de óleo.

Por meio da experiência em atividades anteriores, foi identificado que, ao longo de um incidente, arecuperação manual leva a uma concentração de 5 a 10% de óleo nos resíduos coletados. No entanto, nasetapas iniciais de uma operação de limpeza (como na situação acima), a seletividade da recuperaçãomanual deve resultar em concentrações de óleo na extremidade superior desse intervalo ou mais. Juntos,óleo e areia podem chegar a cerca de 150 m3 de material de resíduos oleosos a ser coletado. Para fins deplanejamento, dada à expectativa que cada pessoa pode coletar cerca de 1–2 m3 por dia, isso representacerca de 75 a 150 homens dia. Cinco equipes de dez com duas pás carregadeiras (para transportar omaterial coletado para fora da praia) devem ser suficientes para coletar esse material em três dias,dependendo da distribuição do óleo, das características da praia e da distância até o armazenamentotemporário.

Caixa 1 Exemplo de considerações iniciais de planejamento com relação ao porte ideal de uma força de trabalho de limpeza

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inferior devido à sua falta de experiência e treinamento. Normalmente é mais fácil gerenciartrabalhadores profissionais de limpeza uma vez que são mais disciplinados, seguem instruções epermanecem comprometidos por toda a resposta; voluntários, no entanto, não possuem o mesmoincentivo e podem tentar seguir suas próprias vontades. Dadas essas e outras questões, como anecessidade de fornecer transporte, acomodação, alimentação e cobertura médica de emergênciaadicional, equipes de gestão podem optar por não usar voluntários e evitar a possívelresponsabilidade caso um voluntário acabe se ferindo durante o trabalho no derramamento. Aindaassim, a ampla cobertura da mídia que acompanha qualquer grande derramamento muitas vezesatrai grandes números de voluntários para a área afetada. Consequentemente, pressões políticasprovavelmente resultarão na necessidade de integrar voluntários no esforço de resposta. A gestãocuidadosa dessas questões é necessária para que as boas intenções do voluntário sejam colocadasem prática e sua inclusão na resposta não afete a operação de limpeza.

Dessa forma, é essencial que a contribuição de voluntários seja controlada desde o iníciogerenciando o fluxo de voluntários; a melhor maneira de fazer isso é exigindo que voluntários seregistrem com a organização de resposta (consulte o exemplo de formulário de registro devoluntários no Anexo 1 na página 63). O registro também oferece a oportunidade para avaliar sevoluntários possuem habilidades que podem ser utilizadas, como experiência médica, veterináriaou de logística, ou ainda se treinamento básico é necessário. Voluntários não preparados precisarãode treinamento em operações e segurança para que possam ser usados de forma eficaz e estejamcientes sobre as questões de segurança envolvidas ao trabalhar na linha de costa. O ideal é quevoluntários despreparados não sejam colocados para trabalhar até a fase 2 da operação de limpeza,onde o óleo bruto já foi removido. Os voluntários podem também ser usados em muitos outroscargos, como suporte de logística para voluntários, preparo de alimentos e acomodação ou, seaptos, auxiliar com tarefas administrativas dentro da organização de resposta.

Uma cadeia clara de comando é de essencial importância para a supervisão devida de todos osprofissionais que trabalham na linha de costa, especialmente no caso de voluntários para evitarinstruções conflitantes e qualquer ambiguidade sobre quem está a cargo de atribuir tarefas.Supervisores de local de trabalho devem garantir que voluntários continuem motivados e focadosnas tarefas alocadas, devendo garantir sua segurança, operem eles como uma força de trabalhoseparada ou dentro de equipes de profissionais. É necessário manter registros diários de locais detrabalho frequentados por cada indivíduo e do trabalho realizado.

Trabalhadores profissionais e voluntários devem participar de briefings no início e no fim de cadadia de trabalho. Os briefings matinais incluem um informativo de segurança específico da unidade,detalhes de procedimentos a serem seguidos no caso de um acidente, uma visão geral do trabalhoa ser realizado durante o dia e quaisquer tarefas individualmente alocadas dentro do local detrabalho. A reunião noturna revisa o progresso do dia, permite que problemas que tenham surgidosejam discutidos e sugestões para melhorias nas práticas de trabalho sejam levadas em conta. Osupervisor da unidade pode então comunicar o progresso e quaisquer questões de logística para aequipe de gestão para que profissionais, equipamentos, materiais, evacuação de resíduos e suportede logística possam ser organizados para os próximos dias (consulte o Anexo 2 na página 64).

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Conclusão

Entre os principais elementos, estão: fechamento de locais de trabalho e restauração.

Para locais de trabalho serem encerrados, deve haver um consenso que os pontos de conclusãodefinidos foram alcançados para que as operações de limpeza possam ser terminadas. A fase finaldo encerramento de limpeza da linha de costa é a restauração dos locais de trabalho. Cada unidadeé inspecionada a fim de garantir que qualquer lixo acumulado durante o trabalho (comoembalagens de alimentos, EPI descartado, sacolas plásticas, etc.) seja coletado e descartadoadequadamente e que, ao máximo possível, unidades de armazenamento temporário e pontos deacesso voltem a um estado antes do derramamento. Isso pode significar nivelamento, colocação denovas mudas ou replantio onde o tráfego no local de trabalho tenha afetado a vegetação,recuperando habitats onde estradas de acesso foram construídas ou realizar trabalhos deremediação na rede de estradas locais para reparar quaisquer danos causados por veículos pesados.

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Técnicas de limpeza defensivas/passivas

Remoção de detritos

Uma das maneiras mais eficazes para minimizar o esforço necessário para limpar uma linha de costae a quantidade de resíduos oleosos para descarte é remover detritos da área ou do caminho doderramamento antes que o óleo chegue, evitando assim a contaminação destes. Esses detritospodem ser cargas jogadas ou perdidas no mar que se acumularam em pontos de coleta natural,algas marinhas levadas por tempestades de inverno ou até mesmo troncos de árvores. No entanto,em algumas situações, grandes detritos naturais estabilizam a linha de costa e sua remoção degrande escala pode levar à erosão. Além disso, plantas marinhas flutuando fornecem uma fontevaliosa de nutrientes para ecossistemas litorâneos. Para analisar ambas essas questões, umaavaliação do benefício ambiental líquido deve ser realizada para determinar se a remoção seria amelhor opção levando tudo em conta.

As áreas nas quais o óleo tem maior probabilidade de atingir são normalmente os mesmos pontosde coleta natural onde detritos se acumulam. Essas devem ser destacadas como áreas de prioridadepara remoção de detritos antes de sua deriva (também chamada de remoção de detritos pré-impacto). Observações aéreas do movimento de óleo e da modelagem de trajetória dederramamento de óleo também podem fornecer um aviso prévio de onde há uma ameaçaiminente do óleo atingir. Com o tempo suficiente, limpar detritos de praia antes que fiquemoleados também podem permitir que os resíduos coletados sejam descartados em instalações deprocessamento de resíduos não perigosos, dependendo das normas locais.

Seção 3: Técnica de limpeza de linha de costa

Abaixo: linha de costaantes e depois daremoção de detritospré-impacto

ITO

PF

ITO

PF

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Limpeza passiva ou 'limpeza natural'

Embora o termo 'limpeza passiva' seja às vezes usado para descrever a colocação de matrizesabsorventes para coletar óleo lixiviado das linhas de costa, a técnica de limpeza passiva mais usada éa 'limpeza natural'. Depois que o óleo móvel foi recolhido ou remobilizado para outro lugar, osprocessos primários que levam à remoção natural do óleo restante na linha de costa sãobiodegradação, foto-oxidação, abrasão, agregação de óleo-mineral (também chamada de floculaçãode argila-óleo) e dispersão. A biodegradação e a foto-oxidação normalmente ocorrem relativamentede forma lenta em termos de remoção de óleo de linhas de costa, e os processos de curto prazo maissignificativos são abrasão, a formação de agregados minerais/oleados (OMAs) e sua dispersão nacoluna de água. A abrasão é a remoção mecânica de uma superfície por seixos e partículas de areiatransportadas pelas ondas que quebram na linha de costa. Os OMAs são formados pela interação degotículas de óleo dispersas e pequenas partículas minerais para formar aglomerados flutuantesneutros que se dispersam em uma ampla área e acabam sendo acomodados dentro dos sedimentose/ou rompidos por meio da biodegradação.

Aplicações típicasl Penínsulas rochosas expostas e linhas de costa expostas à ação das ondas, mas onde o acesso é

difícil ou perigoso ou onde o valor de lazer, recreativo ou estético não é de grande importância.l Áreas úmidas onde uma avaliação de riscos para o habitat por operações de limpeza (por

exemplo, danos a raízes de plantas e compactação de substratos frágeis por pisoteamento) indicaum risco inferior de danos se o óleo for deixado por processos de limpeza naturais e degradação.

Resumo do métodol Estabelece transectos ao longo de linhas de costa que são monitorados periodicamente para

avaliar a taxa de remoção de óleo natural.l Para linhas de costa rochosas expostas, monitore o efeito do vento, ondas e tempo.l Para áreas úmidas, monitore o impacto do óleo e da recuperação posterior quando a intervenção

for exigida, por exemplo se a chegada sazonal de aves ou outros animais for prevista.

Fase de respostaA limpeza passiva ou natural é normalmente aplicável a linhas de costa levemente oleadas oudurante as fases dois e três da operação de limpeza (consulte a Tabela 1 na página 11).

Em costões rochosos, uma camada residual escura de óleo sofre intemperismo e degradanaturalmente ao longo do tempo, clareando até formar uma mancha e, ao longo de dois ou trêsciclos sazonais, se tornará cada vez menos visível. Em áreas úmidas, dependendo das característicasdo óleo, ele pode se incorporar nos sedimentos e degradar apenas muito lentamente.

Vantagens e desvantagens3 Depende de processos de limpeza naturais.3 Exige muito pouca mão-de-obra e equipamentos.3 Baixo impacto biológico em costões rochosos e impacto variável para áreas úmidas.7 Exige a remoção de óleo móvel grosso ou apresenta o risco de liberação e movimento

para outros lugares.7 Possibilidade do óleo residual gerar impactos biológicos crônicos.

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Em novembro de 1999, o cargueiro de cimento Sergo Zakariadze naufragou perto do forte histórico deEl Morro, na entrada do porto de San Juan. Medidas de contingência de derramamento foram tomadasenquanto operações de salvamento foram realizadas, incluindo um exemplo de técnica de defesa queenvolve cobrir o alvo em uma camada de polietileno ou materiais geotêxteis. Essa abordagem foiusada para proteger outro forte histórico, o El Cañuela, parte de patrimônio cultural reconhecido pelaUNESCO, que corria riscos por um derramamento de combustível de bordo do incidente serdirecionado pelo vento. Se o óleo tivesse sido perdido pela embarcação, o óleo soprado pelo vento,levado pelas ondas que quebravam na linha de costa adjacente, poderia causar uma contaminaçãograve dos históricos paredões de arenito do forte. A experiência de um incidente similar demonstrouque a remoção da mancha de óleo teria exigido técnicas de limpeza agressivas, gerando o risco dedanificar a construção do monumento histórico. Uma cobertura de polietileno foi colocada em faixasverticais ao redor das seções da construção voltadas para o mar e posicionadas com sacos de areia naspartes inferior e superior.

ESTUDO DE CASO 1: Exemplo de técnicas de defesa para minimizar danos por umaliberação de óleo

Sergo Zakariadze, San Juan, Porto Rico, 1999

Bateria de águaBateria Santa Barbara

Hornaveque

Portões San Juan

muros dacidade portões

portõesPortões

terrestres

portões

Hornaveque San CristobalCavalier

Princesca

A N T I G O

B A I A D E S A N J U A N

O C E A N O A T L Â N T I C O

S A N

J U A N

ITO

PF

Esquerda: um dos fortesdo Velho San Juan, umpatrimônio históriconacional supervisionadopelo Serviço Nacional deParques dos EUA, parte doDepartamento de doInterior dos EUA.

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Biorremediação

Todas as linhas de costa possuem micro-organismos de degradação de óleo naturais, os quaisdesempenham um papel significativo na remoção de óleo a longo prazo. A taxa de biodegradaçãonatural, onde o óleo acaba sendo convertido para dióxido de carbono e água, pode variar de diasaté anos e depende de diversos fatores, que incluem:l tipo e quantidade de óleo;l tipo de linha de costa;l disponibilidade de nutrientes e oxigênio;l grau de lavagem de água pela ação das ondas ou marés; el fatores de clima e tempo sazonal.

A bioremediação não é rigorosamente uma técnica passiva, mas é apresentada aqui porque, emprincípio, é uma extensão de limpeza natural por meio da melhoria da biodegradação natural.

Nutrientes que incluem nitrogênio, fosfato e ferro são essenciais para qualquer processo biológico eóleos crus, por natureza, não possuem esses principais nutrientes. Além disso, muitos, embora nãotodos, ecossistemas marinhos possuem poucos nutrientes por natureza. Dessa forma, quando umderramamento de óleo resulta em um súbito aumento nos alimentos disponíveis (hidrocarbonetosde óleo), podem não haver nutrientes suficientes na água para fomentar o crescimento microbiano.A adição de nutrientes ('bioestímulo') para aliviar essa limitação pode melhorar a biodegradação ediversas estratégias (como produtos granulares de liberação lenta) foram usadas em linhas de costade pedras e rochas para fornecer nutrientes adicionais em um formato adequado. Embora abioremediação possa acelerar o processo, é improvável que ela atinja o mesmo ritmo que métodosde limpeza físicos.

Micróbios capazes de degradar componentes de óleo são ubíquos e há poucas evidênciasconvincentes de que a bioaumentação (a adição de mais micróbios) melhore significativamente ataxa ou a extensão da biodegradação de óleo em linhas de costa marinhos.

A comunidade nativa de micro-organismos será adaptada à localidade de linha de costa específica.São as moléculas de óleo maiores e mais complexas que são mais resistentes ao ataque demicróbios e podem persistir por períodos mais longos, embora principalmente como resíduosbiologicamente inertes.

Levando em conta todos os fatores acima resumidos, fica claro que a bioremediação raramentepode fornecer uma técnica praticável para limpeza de linha de costa de oleamento moderado oubruto. É provável que eles sejam limitados à fase três de limpeza, se levados em conta.

Vantagens e desvantagens3 Sob condições controladas, isso pode aumentar a taxa de biodegradação em linhas de costa de

pedras e rochas, onde nutrientes são limitados.3 Baixo impacto ambiental comparado a outras técnicas de intervenção para as fases de limpeza

dois e três.7 Exige um mecanismo de liberação lenta e risco de diluição em litorais de maré.7 Permanece como um processo de remoção de óleo relativamente lento.

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Absorventes usados no modo passivo

Absorventes são materiais naturais ou artificiais que preferencialmente sugam o óleo em vez daágua. Mais informações sobre tipos de absorventes são fornecidas sob a seção de recolhimento deóleo flutuante (páginas 31-32).

Aplicações típicasl Matrizes de absorventes podem ser usadas para recuperar o óleo lixiviado de enrocamentos ou

outras defesas do mar, ao longo da margem de manguezais e áreas úmidas temperadas.l Redes absorventes são usadas para recolher o óleo liberado de diversos tipos de linhas de costa

diferentes que vão de praias arenosas de grãos grossos até linhas de costa rochosas.

Resumo do métodoUma matriz de filamentos absorventes (pompons) é amarrada em intervalos ao longo de uma cordaque é ancorada para que possa se mover livremente com o aumento e a descida das marés, alémde capturar o óleo liberado por meio do ciclo de maré ou pelo movimento das águas impulsionadopelos ventos. A aplicação funciona melhor com óleo viscoso, embora barreiras absorventes possamsubstituir pompons para óleos mais leves. Para que continuem eficazes, materiais absorventesdevem ser trocados depois de ficarem saturados com óleo. Prendedores precisam ser verificadosregularmente para garantir que permaneçam presos e que panos de rede não sejam enterradospelo material da praia.

Fase de respostaA técnica é usada para recuperar volumes relativamente moderados de óleo móvel (fases delimpeza dois e três) e o óleo liberado das operações de limpeza ou lavagem por arrebentação(consulte ainda nessa seção).

Ponto de conclusão sugeridoO ponto de conclusão é alcançado quando a liberação de óleo da linha de costa diminui Se houvernecessidade de outras atividades de limpeza na linha de costa, técnicas ativas e alternativasprecisarão ser levadas em conta.

Vantagens e desvantagens3 Depende do movimento natural das águas.3 Baixa exigência de mão-de-obra - materiais absorventes só precisam ser trocados quando saturados.3 Baixo impacto biológico.7 O ponto de conclusão deixa resíduos de óleo na superfície, cobertura ou camada e, dependendo do

local, outras atividades de tratamento podem ser necessárias ou o óleo pode ser deixado paralimpeza natural.

7 Absorventes usados em um modo passivo não retêm óleos de baixa viscosidade muito bem.7 Matrizes de pompons amarrados mobilizadas em áreas úmidas podem ser difíceis de serem

recuperadas se ficarem em uso por muito tempo, uma vez que podem se prender na vegetação.7 Absorvente gasto exige descarte adequado.

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Técnicas de limpeza ativas

Recolhimento de óleo flutuante

O óleo derramado em linhas de costa pode se tornar móvel e flutuar novamente com as mudançasnas marés e no tempo. Deve-se levar em conta as técnicas para recuperação de óleo móvel, que émais presente nas fases de limpeza dois e três.

Aplicações típicasl Óleo flutuante pressionado contra a linha de costa pelo vento ou contido dentro de uma barreira

de linha de costa.l Pontos de coleta onde o óleo se acumula, que fornecem uma oportunidade para recuperar o

óleo livre usando diversos métodos, por exemplo:l pontos de coleta - deriva litorânea: tradicionalmente, esse

termo se refere ao transporte de sedimentos ao longo dacosta devido às ondas que quebram de forma oblíqua nalinha de costa, mas um transporte similar de sedimentostambém pode ser causado por uma corrente litorânea. Osventos onshore prevalecentes geram correntes de superfíciemovidas pelo vento em direção à terra, mas, uma vez que adireção do vento raramente é exata em ângulos certos paraa costa, a água é defletida ao longo da linha de costa. O óleoderramado segue a corrente litorânea, acumulando-se empontos de coleta naturais, onde objetos perdidos earremessados ao mar se acumulam. Na falta de pontos decoleta naturais, é possível criar um colocando uma barreiraque se projeta no mar em um ângulo acentuado para acorrente litorânea ou levando o material de praia econstruindo um promontório sólido e temporário (Figura 6).A técnica é restrita às condições de brisas leves e marescalmos (por exemplo, alturas de ondas entre 0,5 e 1,25 m)uma vez que, em ventos mais fortes e mares mais agitados,a ação das ondas pode acabar interferindo com orecolhimenot de óleo dos pontos de coleta e pode levar adanos nas barreiras.

l pontos de coleta - represas de praia: podem ser utilizadasem praias de areia ou pedras em águas sem maré, onde oalcance das marés é baixo e a área está sujeita a ventosonshore constantes ou ventos offshore/onshore diurnos.Uma trincheira é cavada no topo da praia, nivelada com a marca alta de água e, quando o nível daágua sobe, induzido pelo vento onshore, o óleo que flutua na extremidade da água flui para dentroda trincheira, de onde pode ser bombeado para o armazenamento. Em algumas praias de menorenergia com baixo alcance de marés, pode ser possível ampliar as trincheiras para a zona entre-marés intermediária. Deve-se observar que alterações artificiais à geomorfologia da praia podem terum impacto de curto prazo em linhas de costa ativos, e o benefício ambiental líquido de talinterrupção precisa ser totalmente avaliado.

Figura 6 Criação de pontos de coleta em linhas de costa sujeitos àderiva litorânea

(a) Posicionamento de uma barreira ancorada

(b) Construção de um promontório sólido e temporário

correntelitorânea

ventos g

erais

e ondas

ventos g

erais

e ondas

correntelitorânea

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Resumo do métodol Bombas: em águas calmas com acesso veicular à linha de costa, como dentro de um porto ou

ancoradouro, o óleo pode ser bombeado diretamente da área de contaminação para tanques dearmazenamento temporários ou em um caminhão tanque, caminhão aspirador ou caminhão depasta. O tipo de bomba selecionada vai depender da viscosidade do óleo, com bombas dedeslocamento positivo necessárias para transferir os óleos mais viscosos e emulsificados. Muitoscaminhões aspiradores e de pasta possuem uma porta traseira de abertura completa parapossibilitar a descarga de óleos altamente viscosos; se o óleo precisar ser transferido diretamentepara um caminhão tanque sem porta traseira, deve-se ter atenção para garantir que o óleocarregado não seja muito viscoso para ser descarregado facilmente. Alguns caminhões de pastacontam com bombas centrífugas para encher o tanque, e é importante observar que elas nãofuncionam bem com óleos emulsificados ou viscosos. Caminhões aspiradores possuem diversaspotências, daqueles usados para esvaziar fossas sépticas até veículos aspiradores industriais quepossuem uma capacidade de sucção de maior magnitude.

Óleos com altos pontos de porosidade (por exemplo, um ponto superior às temperaturasambiente ou de água do mar) e que estão em um estado semissólido, ou óleos que estãoaltamente emulsificados e não podem ser bombeados, podem às vezes ser recuperados comuma caçamba de escavadeira contanto que haja acesso adequado para tal maquinário. Óleosemulsificados podem grudar na parte interna da caçamba, dificultando que ela seja esvaziada.

Em todo caso, o óleo transferido diretamente da superfície da água pode acabar associadocom água livre que, depois de sedimentar no tanque de recebimento, pode ser decantada.Dependendo das normas locais, pode ser possível retornar a água decantada para o mar oupode ser necessário um tratamento separado antes de retorná-la para o meio ambiente.

l Recolhedores: em mares calmos, o movimento das ondas torna difícil bombear o óleodiretamente para uma mangueira aberta, embora implementos flutuantes possam melhorar orecolhimento. Com uma profundidade de água suficiente, recolhedores de pequeno ou médioporte de diversos designs podem ser usados na extremidade da água para recuperar o óleo ebombeá-lo para a terra. (Consulte o Guia de boas práticas para recuperação e contenção no mar(IPIECA- IOGP, 2015b)). Recolhedores com panos em cordas não são restritos pela profundidadede água e podem ser usados mesmo em águas rasas, contanto que haja um arranjo para fixar opano de corda e um sistema de polia associado possa ser elaborado.

l Escavação manual por barcos: em marés calmos ou leves, barcos de calado raso podem ser usadospara coleta de óleo se o acesso à linha de costa for difícil pela terra. O óleo pode ser escavadomanualmente da superfície da água para tambores de 200 litros ou, para óleos viscosos, em sacolasgrandes ou gigantes de 1 m3 . Pás usadas para coletar óleos mais viscosos podem ser feitas de umamalha ou metal perfurado para permitir a drenagem de água enquanto retêm o óleo (confira afotografia abaixo).

Coleta de óleo dasuperfície da águausando pás

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l Absorventes: se não houver acesso veicular disponível, ainda pode ser possível coletar o óleoflutuante da costa usando absorventes; eles podem incluir materiais exclusivos, além demateriais naturais como bagaço (resíduos fibrosos de processamento de cana-de-açúcar) epalha. No entanto, deve-se observar que a vegetação seca, como palha, não é um materialabsorvente muito bom, uma vez que se torna encharcada rapidamente e precisa então sercoletada logo depois de ter sido aplicada. Absorventes encharcados em óleo podem serensacados e transportados para uma área de armazenamento temporário. No geral, não serecomenda o uso de absorventes em grande escala nas linhas de costa, uma vez que aumenta asquantidades de resíduos para transporte e descarte. No entanto, onde não houver outrosmétodos viáveis para coleta de óleo flutuante, é possível optar por essa solução.

Fase de respostaA técnica é usada para recuperar o óleo móvel na primeira fase da resposta.

Ponto de conclusão sugeridoO ponto de conclusão é alcançado quando nenhuma quantidade significativa de óleo flutuantecontinua (isso é, sem óleo recuperável).

Vantagens e desvantagens3 Remoção de óleo grosso flutuante.3 Baixo impacto biológico.7 O ponto de conclusão deixa resíduos de óleo na superfície, cobertura ou camada e, dependendo do

local, outras atividades de tratamento podem ser necessárias ou o óleo pode precisar ser deixadopara limpeza natural.

7 O uso de absorventes para coleta de óleo grosso aumenta os volumes de resíduos para transporte edescarte.

Abertura de trincheiras

Aplicação típical Óleo móvel derramado em praias de declividade rasa em litorais de maré.

Resumo do métodol Trincheiras abertas por uma escavadeira na inclinação da praia, paralelas à extremidade da água,

podem fornecer pontos de coleta para o recolhimento do óleo de fluidos. O óleo na superfície éimpulsionado a fluir para as trincheiras manualmente por meio de um rodo (uma pá de borrachamacia e flexível conectada a uma alça de vassoura) ou aolavar o óleo na praia com grandes volumes de água embaixa pressão. Depois de contido na trincheira, o óleo (e aágua) pode ser bombeado para caminhões de pasta outanques de armazenamento temporário ou recolhidos portanques aspiradores. Ao máximo possível, a quantidade de água recuperadacom o óleo deve ser minimizada através de, por exemplo,o uso de cabeçotes de recolhimento.

l Embora a abertura de trincheiras tenha sido usada comsucesso em praias de pedras e areia de maré altamentecompactada, as trincheiras tendem a se encher com cada maré e podem precisar ser reabertas na próximamaré baixa.

Uso de uma trincheirapara recolher o óleo

ITO

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Fase de respostaA técnica é usada para recolher o óleo derramado na primeira fase da resposta.

Ponto de conclusão sugeridoCom o passar do tempo, essa técnica produzirá menos e menos óleo recuperável. O ponto deconclusão é alcançado quando as quantidades de óleo recolhido não são mais significativas (isso é, sem óleo recuperável).

Vantagens e desvantagens3 Remoção do óleo derramado.3 Baixo impacto biológico.7 Ponto de conclusão deixa substratos de praia contaminados com óleo (resíduos de óleo de

superfície) e, dependendo do local, outras atividades de tratamento podem ser necessárias ou o óleopode precisar ser deixado para limpeza natural.

7 Se as trincheiras não estiverem revestidas, o óleo pode penetrar nas paredes e criar um problema deoleamento de subsuperfície.

7 Sem marcação e gravação devidas do local, pode ser difícil localizar as trincheiras posteriormente. Se não encontradas e limpas, trincheiras podem se tornar uma fonte imprevisível e esporádica decontaminação de óleo algum tempo depois do derramamento.

Recolhimento manual do óleo derramado

Aplicação típical Óleo derramado que não se encontra em estado fluido e materiais de praia (areia e pedras) em

qualquer linha de costa acessível a pé.

Resumo do métodol Óleo derramado e substratos contaminados podem ser removidos com diversos implementos

dependendo do tipo de linha de costa e textura do material a ser recolhido. Implementosadequados variam de espátulas, raspadores, ancinhos e pás até panos e absorventes. O óleorecolhido é normalmente colocado em sacolas plásticas para serviço pesado (por exemplo,acima de 400 gauge/100 μm de espessura), sacolas para fertilizantes e pedregulhos, ou sacolasde polipropileno traçadas como aquelas usadas para embalagens de açúcar e arroz. Sacolasplásticas de capacidade inferior se deterioram rapidamente na luz do sol e podem acabar setornando uma fonte de poluição. Sacolas adequadas são aquelas com uma capacidade nominalde 25 kg e devem ser enchidas no máximo a ¾, ou cerca de 15 kg, para facilitar o manuseio eevitar derramamento.

l Se maquinários pesados puderem ser usados na linha de costa, os resíduos coletados podem sercolocados direto em uma caçamba de uma pá carregadeira para transferência para uma área deestocagem de material.

l Em praias arenosas nas etapas iniciais da limpeza, quando a contaminação grossa ainda estásendo removida, pás serão a melhor ferramenta; conforme a operação se aproxima de seu fim,ancinhos são mais recomendados.

l Por outro lado, em litorais de pedra e rochosos onde não há acesso por veículos e não hápossibilidade de lavagem por alta pressão, a limpeza manual pelo uso de espátulas pode ser oúnico meio de limpeza possível. O método é lento e com muito uso de mão-de-obra, mas podeser adequado em algumas circunstâncias, especialmente onde a mão-de-obra for abundante.

l Se o óleo precisar ser coletado manualmente de áreas úmidas sensíveis, sejam elas temperadasou trópicas, ou de marismas ou manguezais, deve-se analisar cuidadosamente os méritos daintervenção física necessária. Se for tomada a decisão de remover o óleo, são necessáriassupervisão atenta da força de trabalho e precauções como o uso de placas de madeira paraevitar danificar a vegetação por pisoteamento excessivo.

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

l Resíduos oleosos devem ser consolidados em uma área de armazenamento, em pontos superioresda linha de costa e bem acima da marca alta de água para evitar que sacolas sejam levadas antesque possam ser coletadas. O material coletado pode ficar solto, ensacado e colocado em sacos degranel (cerca de 1 m3 de capacidade, também chamados de sacolas grandes, sacolas de tonelada ousuper sacolas) ou carregado em lixeiras ou caçambas. No entanto, em todo caso, a área dearmazenamento deve ser preparada com uma camada de polietileno ou diques para que o óleopossa ser contido se o material coletado for derramado ou se sacolas ou outros recipientesapresentarem derramamentos. Onde possível, o local também deve ser selecionado de forma queseja acessível por veículos terrestres para possibilitar que os resíduos sejam coletados etransportados para descarte ou levados para armazenamento temporário.

l Diversas situações podem impedir o acesso de veículos para recuperar resíduos de áreas dearmazenamento, incluindo, por exemplo, óleo coletado em enseadas rochosas, abaixo depenhascos ou ao longo das linhas de costa, como dunas de areia, onde o tráfego de veículos nãoé possível; em tais casos, pode haver necessidade por meios alternativos de transferência deresíduos ensacados. As soluções para esses desafios incluem: correntes humanas; uso dequadriciclos (ATVs) para transferir o material ao longo da linha de costa para um ponto deacesso; guindastes; e tirolesas e transporte por corda. Helicópteros também foram usados mas,devido ao seu custo, essa solução precisa ser avaliada cuidadosamente. Para fazer o melhor usode qualquer um desses recursos, a operação escolhida precisa ser extremamente bemcoordenada. Em certas circunstâncias, como em áreas de coleta remota com longas distâncias detrânsito, o transporte direto por helicóptero para uma instalação de descartes ou área dearmazenamento temporário pode oferecer muito bem a solução mais econômica; por exemplo,com evacuação de resíduos por barco, que envolveria o manuseio repetido dos resíduos, comocarregamento da embarcação na linha de costa antes de zarpar para uma doca onde os resíduossão descarregados e depois recolocados em caminhões para dar continuidade ao transporte.

Fase de respostaA técnica é usada para recuperar óleo derramado e sedimentos contaminados ao longo de todas astrês fases da resposta, às vezes sendo usada até mesmo para recuperar óleo flutuante. Conforme seaproxima do ponto de conclusão, outros tratamentos, como peneiração ou remoção manual porancinhos, podem ser necessários para praias de alto lazer; contudo, em muitos casos a limpezamanual pode alcançar um ponto de conclusão satisfatório.

Ponto de conclusão sugeridoDependendo da estação, a probabilidade da limpeza natural e dos serviços fornecidos pela linha decosta, os pontos de conclusão podem variar entre a remoção da contaminação bruta, ou remoçãode resíduos de óleo de superfície leves a moderados, até a eliminação de óleo visível, óleoenterrado, camadas, texturas oleadas e odor de óleo.

Vantagens e desvantagens3 Remoção de óleo derramado de todos os tipos de linha de costa, além de sedimentos contaminados

por areia e litorais de costa de pedras.3 Altamente seletiva, levando a um alto teor de óleo em resíduos oleosos com quantidades

relativamente pequenas de substratos limpos, minimizando assim a quantidade de resíduos paratransporte e descarte.

3 Pode alcançar um conjunto de pontos de conclusão, incluindo aqueles para uso de lazer.3 Baixo impacto biológico.7 Alto uso de mão-de-obra e lento; para fins de ilustração, uma pessoa normalmente consegue coletar

1–2 m3 de área oleada por dia.7 Uma grande força de trabalho precisa ser bem organizada com alto nível de supervisão para que não

se perca o foco, garanta o recolhimento seletivo do óleo (minimizando assim as quantidades deresíduos gerados) e para evitar a poluição secundária.

7 A coordenação de grandes números de voluntários neste cargo exige um esforço significativo de gestão.

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Recolhimento mecânico do óleo derramado

Aplicação típical Óleo derramado que não se encontra no estado fluido e sedimentos de praia altamente oleados

em linhas de costa de pedras e areia acessíveis por maquinário pesado.l O óleo ou os sedimentos contaminados a serem recolhidos precisam ser de uma consistência

suficiente para possibilitar a concentração em pilhas ou montes aderentes que possam reter suaestrutura por tempo o suficiente para a coleta posterior por pás carregadeiras ou escavadoras.

l A técnica gera grandes quantidades de resíduos levemente oleosos, e normalmente só éaplicável a linhas de costa de alto lazer imediatamente antes ou durante a estação turísticaquando a necessidade de responder o mais rápido possível pode superar questões ambientais ede minimização de resíduos.

Resumo do métodol Escavadeiras, niveladoras e carregadeiras de esteira e rodas (também conhecidas como pás

carregadeiras) já foram empregadas no recolhimento de óleo e sedimentos oleosos em linhas de costa.

l Niveladoras podem ser usadas em praias arenosas de grãos finos altamente compactados onde apenetração do óleo costuma ser limitada. Ao ajustar a pá da niveladora para recolher poucoacima da superfície da praia, toda a areia pode ser concentrada em fileiras para coleta com páscarregadeiras (consulte o estudo de caso de Alvenus na página 37).

l Caçambas podem ser usadas para concentrar óleo e sedimentos oleosos e coletar óleo esedimentos diretamente. No entanto, a profundidade até onde a caçamba escava na praia podenão ser controlada na mesma extensão que uma niveladora, e uma quantidade maior desubstratos limpos vai se misturar com o óleo, resultando em quantidades consideráveis desedimentos limpos sendo coletados com material contaminado.

l A capacidade de alto tráfego veicular que a linha de costa oferece depende do tipo de substratoe se este é seco ou úmido, além da declividade da linha de costa. Na areia macia e seca,intransitável para veículos de rodas, veículos de esteira podem ser usados, mas a quantidade deóleo misturado nos substratos limpos provavelmente será maior se essa opção for usada.

l Devido às razões acima mencionadas, o uso de buldôzers normalmente não é recomendadopara a coleta mecânica devido à probabilidade de mistura excessiva de sedimentoscontaminados e limpos.

Fase de respostaA recuperação do óleo derramado e sedimentos contaminados pode ser realizada já no início daresposta, prosseguindo nas fases um e dois.

Ponto de conclusão sugeridoContaminação leve a moderada. Em casos de maior penetração de óleo, pode não ser possívelalcançar um ponto de conclusão melhor do que aquele de contaminação moderada. Podem sernecessárias técnicas alternativas para se alcançar um nível maior de limpeza, como lavagem porarrebentação ou, para litorais arenosas, o uso de arado/ancinhos.

Vantagens e desvantagens3 Remoção de óleo derramado e sedimentos contaminados por areia e linhas de costa de pedras.3 Rápida remoção de grandes volumes de óleo derramado e sedimentos contaminados.3 Baixa necessidade de mão-de-obra.3 Impacto biológico baixo a moderado; certa perda de endofauna.7 Possibilidade de produção de quantidades excessivamente altas de resíduos com teor normalmente

baixo mas variável de óleo;

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

7 O movimento de maquinário pesado em linhas de costa oleosas mistura ainda mais o óleo nossubstratos; em alguns linhas de costa, como aquelas com areias macias e grossas, não suportammaquinários pesados, que podem acabar afundando e ficando atolados depois de serem carregados.

7 Possível risco de danos a habitats, como dunas, devido ao uso de maquinário pesado, além do riscoda remoção excessiva de substratos que pode criar mudanças geomorfológicas adversas nos perfisde linhas de costa e/ou erosão.

7 É altamente recomendado que maquinário pesado não seja usado em litorais sensíveis comomarismas, devido ao risco de danos de longo prazo ao habitat.

Em julho de 1984, o cargueiro Alvenus afundou no Rio Calcasieu e derramou cerca de 8.500 toneladas3 de óleos cru Merey e Pilonviscosos. A maioria do óleo foi derramado ao longo de 9,6 km do paredão de Galveston e dos 20,9 km da Praia Galveston West, umapraia de areia altamente compactada; devido ao porte da contaminação da linha de costa e à importância turística do local na épocado ano, uma enorme operação de limpeza mecânica foi colocada em prática. Em seu pico, cerca de 50 niveladoras e 100 caminhõescaçamba,3 cada um com uma capacidade de 6,75 toneladas, foram empregadas na operação, que resultou na remoção de cerca de27 toneladas4 (cerca de 76.500 m3) de areia da linha de costa.

Trabalhando nas partes superior e inferior da praia, as niveladoras foram usadas para levar os sedimentos contaminados em linhasparalelas à extremidade da água. As linhas de areia oleada foram então organizadas em pilhas por pás carregadeiras antes de seremlevadas para caminhões.

Apesar do enorme número de sedimentos removidos, a quantidade de resíduos gerada na limpeza da praia deGalveston não ultrapassou a quantidade de resíduos que,como uma regra básica para limpeza de linha de costa,normalmente é de dez vezes a quantidade de óleoderramado. Além disso, uma vez que o movimentosignificativo de areia ocorre anualmente nessa linha de costa,foi considerado que não havia necessidade de reposição de areia.

ESTUDO DE CASO 2: Exemplo de limpeza mecânica usando niveladoras e caminhões caçamba em uma praiade areia altamente compactada

Alvenus, Luisiana, EUA, 1984

Direita: diagrama esquemático da limpeza mecânica da linha de costa de Galveston.

Abaixo: praia de Galveston West e uma das 50 niveladorasempregadas na operação de limpeza de linha de costa.

ITO

PF

3 Alejandro e Buri, 1987 4 Site de notícias sobre incidentes da NOAA: http://incidentnews.noaa.gov/incident/6267

ww

w.o

il-sp

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Lavagem por arrebentação

Aplicação típical Litorais de costa de areia, pedras, seixos e cascalho acessíveis por maquinário pesado e expostos

à ação das ondas com níveis moderado a leve de contaminação mas quantidades nãosignificativas de óleo derramado.

l Separação de óleo grosso em sedimentos onde é enterrado ou significativamente misturado nossedimentos.

Resumo do métodol Equipamentos como pás carregadeiras, escavadeiras ou buldôzers são usados para mover o

material oleado da praia para a zona de arrebentação de alta energia.l Na falta de maquinário, o material pode ser movido em direção à zona de arrebentação

manualmente, observando precauções sensíveis ao trabalhar em uma linha de costa dinâmica.l O material é agitado e limpo pela energia das ondas, dependendo de processos naturais de

abrasão, agregados minerais/de óleo e dispersão. Pode também ocorrer evaporação comprodutos mais leves e menos emulsificados e o processo fica claramente aparente devido aoodor de óleo durante a operação.

l Em condições onde há probabilidade de quantidades significativas de óleo livre ser liberadousando essa técnica, o uso de absorventes é recomendado para a coleta de óleo - redesabsorventes para óleos viscosos e tapetes absorventes exclusivos ou barreiras para óleos maisleves. O óleo derramado na superfície da praia pode ser recuperado manualmente (consulte oestado de caso de TK Bremen na página 39).

l Na maioria dos casos, a energia das ondas vai redistribuir os substratos de volta para a praia aolongo do tempo, mas pedras maiores podem precisar ser substituídas para manter o perfil de praia.

Fase de respostaA técnica é usada durante as fases dois e três, depois da remoção do óleo grosso mas antes darealização de qualquer limpeza final de áreas de alto lazer próximas, uma vez que óleo e manchasbrilhantes liberadas podem recontaminar essas áreas. Opcionalmente, o uso da técnica deve serrestrito às condições de vento e maré que transportem qualquer óleo liberado para longe de linhasde costa sensíveis.

Ponto de conclusão sugeridoPara alcançar um ponto de conclusão aceitável para linhas de costa de alto lazer, o tratamentocontínuo ou limpeza por arado/ancinho pode ser necessário, além da recuperação do perfil depraia. Para linhas de costa onde a limpeza natural pode ocorrer mais lentamente, o material depraia é deixado na zona de arrebentação e, ao longo do tempo, é redistribuído por meio da açãodas ondas e marés de acordo com o tamanho de grãos para formar novamente o perfil natural dapraia. Quaisquer manchas ou películas residuais vão sofrer intemperismo e degradar naturalmente.

Vantagens e desvantagens3 Depende de processos de limpeza naturais.3 Baixa necessidade de mão-de-obra.3 Método para tratamento de óleo enterrado.3 Minimiza as quantidades de resíduos oleosos para evacuação e descarte.7 Possível liberação de óleo e manchas brilhantes.7 Interrupção temporária do perfil da praia.7 Potencial para baixos níveis de perda de infauna.

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Em dezembro de 2011, o cargueiro TK Bremen afundou durante uma tempestade em uma praia arenosa, derramando óleo diesel eIFO 120 na linha de costa. O local do naufrágio era próximo a dunas protegidas e um estuário ecologicamente sensível que suportauma importante área de pescado de ostras. A maior parte do óleo derramado foi removida da praia durante os primeiros dias pormeios mecânicos e manuais, mas quantidades consideráveis de óleo enterrado e areia impregnada com óleo continuaram na voz doestuário. As sensibilidades ambiental e socioeconômica da área próxima implicavam que outras operações de limpeza deviamconsiderar cuidadosamente o estado do mar, vento e marés para evitar maior contaminação desses ambientes. A limpeza natural foidescartada devido à possibilidade de liberação de óleo em marés grandes e crescentes, especialmente em mares calmos no inverno,e de sua entrada no estuário. O grande volume de areia a ser tratado indicou que a limpeza ex-situ também não era praticável.

Foi empregada então a lavagem por arrebentaçãopara limpar milhares de metros cúbicos de areiaoleada em poucos dias. Normalmente realizada emuma maré crescente, essa técnica também podeser empregada em marés vazantes para possibilitarmelhor recolhimento do óleo liberado. O localmais adequado para lavagem por arrebentação foiselecionado a uma distância do local original daareia oleada para garantir que o óleo liberadofosse retirado do estuário e que a areia limpaficasse dentro do sistema de sedimentos da praia.O óleo foi recolhido da água imediatamente antesdo ponto de lavagem por arrebentação por redesde malha fina, ligadas em intervalos a cordas,paralelas à linha da água e compensadas nadireção da corrente, sendo ancorados usandosacolas grandes de 1 m3 cheias de areia eenterradas na praia. Conforme a maré diminuía, oponto de lavagem por arrebentação mudou parauma parte inferior da costa e na direção dacorrente. Para garantir que qualquer óleo/camadaremobilizada não fosse transportado em direção àfoz do estuário, a operação só pôde serimplementada em períodos de ação de ondasmoderadas a fortes e em ventos do norte anoroeste, durante as primeiras três horas da maré vazante.

Devido à fluidez do óleo, as redes não coletaramtodo o poluente liberado: parte do compostoescapou na forma de camadas, que acabaramdissipadas no mar. Na superfície do mar, além dazona de arrebentação, dois pequenos marcosequipados com redes removedoras e barreirasabsorventes para arrasto recuperaram todo o óleo flutuante. Ciclos de maré posterioresfinalizaram a limpeza e redistribuíramgradualmente o sedimento movido.

ESTUDO DE CASO 3: Exemplo de lavagem por arrebentação usado para limpar milhares de metros de praiaarenosa oleada

TK Bremen, Brittany, França, 2011

ITO

PFIT

OPF

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Lavagem/inundação

Aplicação típical Praias de areia ou pedras com o óleo enterrado onde a lavagem por arrebentação não é viável.l Litorais de costa de grandes rochas e defesas costeiras onde o óleo fica preso em fendas.l Óleo preso abaixo de desembarcadouros.l Em conjunto com lavagem de alta pressão para transportar o escoamento para pontos de coleta.l Linhas de costa sensíveis como marismas e manguezais.

Resumo do métodol A técnica usa altos volumes de água do mar em pressão baixa a moderada para deslocar e

remobilizar óleo derramado, preso ou enterrado e canalizá-lo para pontos de coleta.l Bombas centrífugas e portáteis de auto-escorva (30 a 60 m3/h) podem ser usadas para fornecer

água do mar para mangueiras ou lanças de lavagem (comprimentos portáteis de tubos rígidos)direcionados para a praia para agitar a substrato e liberar o óleo preso. Há lanças de lavagemexclusivas que introduzem ar no fluxo de água por meio de uma configuração de venturi voltadapara proporcionar agitação adicional e flotação para levar o óleo à superfície.

l O óleo liberado pode passar por flotação até pontos de coleta através de inundação da seção dalinha de costa sendo tratado com água bombeada através de tubos perfurados colocados notopo da praia.

l Também pode ser possível usar grandes volumes de água em baixa pressão para lavar o óleoderramado em estado fluido de linhas de costa sensíveis, como marismas e manguezais, e paraevitar os níveis de intervenção física e correr o risco de danos associados com a remoção manual.

Fase de respostaA lavagem é normalmente aplicável para uso durante a fase dois da resposta. Ela deve ser realizadaantes da limpeza final de linhas de costa adjacentes; se o óleo remobilizado não for recolhido, issogera um risco de contaminação das áreas próximas.

Ponto de conclusão sugeridoO ponto de conclusão é alcançado quando não é mais possível liberar óleo por lavagem (isso é, nãohá mais óleo recuperável). Dependendo do tipo de linha de costa, o resultado pode variar de umatextura oleosa para praias arenosas até uma camada relativamente pesada de óleos viscosos presosem rochas ou defesas costeiras, onde apenas óleo móvel foi removido por essa técnica.

Vantagens e desvantagens3 Remoção de óleo enterrado e preso.3 Remoção de óleo móvel das linhas de costa sensíveis.3 Interrupção mínima de perfil de praia (consulte também 'lavagem de arrebentação' na página 38).3 Baixo impacto biológico.7 Necessidade de mão-de-obra moderada a alta.7 Área restrita tratada por uma lança de lavagem única, resultando em um progresso lento.7 Revestimento pesado de óleo permanece em alguns tipos de litoral de costa (por exemplo,

rochas e defesas costeiras).

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Uso de betoneiras de concreto ('cimento')

Aplicação típical Praias de seixos/pedras abrigadas onde quantidades significativas de óleo permanecem presas

mas há baixa energia (não adequada para lavagem de arrebentação) ou sem maré.l Litorais de seixos/pedras de alta energia onde, se a lavagem por arrebentação for usada, há um

risco significativo do óleo liberado contaminar recursos sensíveis adjacentes, como maricultura,enseadas marítimas ou praias recreativas.

Resumo do métodol O tambor de um caminhão betoneira é carregado em parte com seixos/pedras contaminadas.

(Para evitar danos aos elementos do misturador e tambor, pedras não devem ultrapassar umdiâmetro de 150 mm) Um caminhão betoneira típico tem capacidade de 5–6 m3. Grandesdetritos (por exemplo, madeira) devem ser removidos antes do carregamento.

l Um solvente, como limpador de linha de costa (consulte Uso de agentes químicos de limpeza napágina 44) ou querosene inodoro é adicionado a 1-2%, isso é, uma proporção de solvente paraseixos contaminados entre 1:50 e 1:100 dependendo da contaminação. O solvente e seixosoleados são misturados intensamente pela rápida rotação do tambor por um período de cercade cinco minutos.

l A velocidade da rotação é desacelerada para permitir que o caminhão misturador sejaabastecido totalmente com água, e o conteúdo do tambor misturado por mais 30 a 60 minutosdependendo do tamanho médio dos seixos; agregador menores precisam ficar mais tempo doque os grandes.

l A água de lavagem oleosa é decantada em um tanque de armazenamento temporário parapossibilitar a separação do óleo e os seixos são descarregados prontos para transporte de volta àlinha de costa de origem.

l O óleo separado da água de lavagem pode ser recolhido com absorventes ou com um pequenorecolhedor, e esforços devem ser feitos para reciclar o máximo de água de lavagem possível. Aágua de lavagem gasta exigirá preparos de descarte separados de acordo com as normas locais.

l Uma estação de limpeza preparada com diversos misturadores de concreto trabalhandoparalelamente podem otimizar a logística e aproveitar os benefícios de escala trabalhando comequipamentos associados, como carregadoras, bombas e tanques.

l O processo reduz pedras que ainda estão levemente contaminadas com uma película de graxa.Elas podem ser colocadas na extremidade da água para lavagem final. Durante períodos declimas pesados, esses seixos serão redistribuídos e quaisquer películas residuais serão removidas.

Fase de respostaEssa é uma técnica de limpeza final usada durante a terceira fase da operação de limpeza e exigeremoção de óleo grosso antes do uso.

Ponto de conclusão sugeridoO processo deixa uma película de graxa removida por meio da limpeza natural na extremidade da água.

Vantagens e desvantagens3 Dependendo do tamanho a betoneira, é possível alcançar uma taxa de tratamento a batelada de

5-6/toneladas por hora.3 Permite que o material que passou por limpeza seja devolvido à linha de costa de origem.3 O equipamento é móvel e uma estação de lavagem pode ser preparada com diversas máquinas

funcionando em paralelo.

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7 Exigência média de mão-de-obra, mas alta para equipamentos.7 Relativamente lento e consequentemente caro.7 Exige processamento duplo e transporte do material do litoral de costa para estação de lavagem e de

volta novamente.7 Partículas finas de areia e grãos se acumulam na betoneira e podem exigir preparos de descarte

separados.7 Altos volumes de água de lavagem podem precisar de maior tratamento e preparos de descarte

separados de acordo com as normas locais.

Lavagem in-situ

Aplicação típical Linhas de costa compostas por pequenas pedras e rochas acessíveis por maquinário e onde

quantidades significativas de óleo e detritos oleados permanecem presos.l Áreas onde o reposicionamento do material contaminado na zona de arrebentação não é

possível ou onde a linha de costa não é de maré.l Linhas de costa de alta energia onde, se a lavagem por arrebentação ou limpeza for usada, há

um risco significativo do óleo liberado contaminar recursos econômica ou ecologicamentesensíveis adjacentes.

l Essa técnica proporciona uma taxa de tratamento bastante limitada em termos de toneladas desubstratos oleados por dia e, dessa forma, deve ser restrita para seções curtas de linha de costaou enseadas onde preocupações ambientais ou econômicas são especialmente altas.

Resumo do métodol Dois métodos:

1. Uma escavadeira é necessária para mover o material para um tanque impermeável e sólidoadequado, como um tanque seccional (tanque de Braithwaite), um balde colocado em umasuperfície plana ou qualquer outro recipiente disponível localmente que possa ser adaptado paraessa finalidade. A caçamba da escavadeira é usada para agitar o material no tanque comlimpadores de superfície ou querosene inodoro e água do mar da mesma forma que o misturadorde concreto descrito acima. O óleo liberado pode ser coletado de ambas superfícies do tanque delavagem e da água oleada bombeada para tanques de armazenamento temporários onde o óleo éentão separado.

2. A escavadeira é usada para carregar o material para uma grade de serviços pesados com umtamanho de malha adequado para reter o material a ser limpo acima do tanque. O material é entãolimpo com lavadoras de alta pressão e a água de limpeza é coletada do tanque, de onde pode serbombeada para tanques de armazenamento temporário para separação e recuperação de óleo.Esse método pode então ser usado para limpar elementos de defesas costeiras (por exemplo,tetrápodos, dolos, xblocs, etc., se as defesas forem desmontadas para a limpeza).

l O material limpo é colocado na zona de arrebentação para limpeza final.

Fase de resposta Essa é uma técnica de limpeza usada durante as fases dois e três após o óleo livre e móvel ter sidorecolhido, mas substratos altamente contaminados ainda persistirem.

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UM GUIA PARA TÉCNICAS DE LIMPEZA DE LINHA DE COSTA

Ponto de conclusão sugeridoRemoção de contaminação de óleo bruto e ponto de conclusão para atender ao uso da linha de costa.

Vantagens e desvantagens3 Remove a contaminação grossa de pedras, rochas e elementos de defesas costeiras e, com lavagem

de alta pressão, pode alcançar um alto nível de limpeza.3 Evita a transferência de material oleado da linha de costa.7 Taxa de tratamento de batelada bastante limitada com exigências de equipamentos relativamente

altas.7 A água de lavagem pode precisar de maior tratamento e preparos de descarte separados de acordo

com as normas locais.

Lavagem por alta pressão

Aplicação típical Pedras e leitos rochosos onde uma camada persiste, sendo essa não exposta à ação das ondas o

suficiente e, por isso, se torna ou pode se tornar solidificada ou sofrer intemperismo.l Estruturas artificiais.l Encostas rochosas com fácil acesso público; linhas de costa de alto lazer.

Resumo do métodol Lavadoras de pressão exclusivas oferecem sistemas com água fria ou quente pressurizada, mas

quanto mais resistente for o resíduo de óleo, maior será a temperatura necessária para removê-lo. Para lavadoras de água quente, é recomendado que a temperatura seja definida para nomáximo 95 °C, uma vez que o vapor pressurizado não é tão eficiente quanto a água. Pressõesoperacionais podem variar de 50 a 150 bar com uma taxa de vazão de água de 10 a20 litros/minuto. Uma área de teste deve ser selecionada para otimizar a eficiência da técnicausando um conjunto de pressões e temperaturas.

l Embora alguns sistemas sejam projetados para usar água do mar, a maioria conta com umsuprimento de água fresca que precisa ser portátil para possibilitar a transferência para a área detrabalho conforme a operação progride. Sistemas de água do mar podem ser abastecidos combombas submersas instaladas com filtros grossos para evitar a entrada de conchas, algas e afins,sendo que a água do mar passa para um tanque de sedimentação antes de entrar nas bombasde alta pressão.

l Com uma equipe de duas pessoas por lavadora (uma operando a lança e a outra monitorandoefluentes e questões de manutenção), é possível limpar uma média de 1–3 m2/hora normalmente,dependendo da habilidade do operador, facilidade de acesso e nível de contaminação.

l A limpeza da parte mais alta da linha de costa permite que efluentes fluam para áreas que aindanão foram limpas. Dependendo do tipo de linha de costa e configuração, efluentes podem sercontidos em trincheiras ou piscinas de rochas, ou mesmo na extremidade da água com barreirasabsorventes.

l Onde efluentes não puderem ser contidos, como em plataformas rochosas planas, um fluxo deágua complementar ou inundação, pode ser usado para direcioná-los para um ponto de coleta.Ao limpar rochas nas margens de uma praia de pedras ou areia, camadas de plástico ougeotêxteis podem ser usadas para evitar que efluentes penetrem no substrato. Absorventescolocados na base das rochas sendo limpas são usados para recolher o máximo de óleo possívelconforme efluentes passam.

l Em altas pressões operacionais, o respingo de superfícies adjacentes à área de trabalho pode serum problema. Áreas que já possam ter sido limpas ou que não foram oleadas precisam serprotegidas.

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Fase de respostaEssa é a técnica de limpeza final (fase três). Para evitar novo oleamento de superfícies limpas, otrabalho não deve ser iniciado até que todo o óleo móvel tenha sido recolhido. Ele normalmente érestrito a áreas de lazer ou onde a limpeza natural não possa ser eficaz ou suficiente, como em portosou ancoradouros.

Ponto de conclusão sugeridoPelículas ou manchas residuais finas, onde a melhor opção é não agir e aguardar o intemperismo e adegradação natural. O tratamento repetido ou uso em conjunto com agentes químicos de limpezapode ser necessário se a remoção de vestígios de óleo for necessária, como ao limpar esplanadas emarinas.

Vantagens e desvantagens3 Pode alcançar um alto nível de limpeza.3 Equipamento é móvel e pode ser obtido de forma relativamente fácil.3 Necessidade moderada de mão-de-obra.7 Biologicamente destrutivo.7 Altos níveis de respingos apresentam o risco de contaminação de áreas adjacentes à área de trabalho.7 Possíveis danos à superfície de concreto, rochas macias (por exemplo, arenito) e materiais de junta

em estruturas de concreto.7 Relativamente lento e consequentemente caro.

Uso de agentes químicos de limpeza

Aplicação típical Normalmente em conjunto com lavagem de pressão moderada a alta onde apoiado pela NEBA e

permitido pelas normas nacionais. Normalmente usado para limpeza de:l áreas de rochas e leitos de pedras;l estruturas artificiais; el encostas rochosas com fácil acesso público; linhas de costa de lazer.

l Não é recomendado o uso de substâncias químicas em linhas de costa de pedras/cascalho, umavez que misturas de substâncias químicas/óleo tendem a penetrar em grandes profundidades nocascalho onde a lavagem pela maré costuma ser menos eficaz.

Resumo do métodol Duas categorias químicas:

1. Agentes de limpeza de superfície são aplicados na superfície a ser limpa de acordo com asinstruções do fabricante. A ação combinada de surfactante-solvente dos limpadores de superfíciereduz a viscosidade do óleo e altera sua tensão de superfície para facilitar a elevação do óleo dasuperfície sendo limpa. Basicamente, diferente do uso de dispersantes (consulte abaixo), a intençãonão é dispersar o óleo liberado, mas coletá-lo, seja diretamente pelo uso de absorventes ou atravésde limpeza para um ponto de coleta para recuperação por absorventes, bombas ou recolhedores.

2. Onde permitido, dispersantes são aplicados na superfície oleada e misturado no óleo comescovação intensa. A mistura de óleo/dispersante é então enxaguada. Para fins de planejamento, éusada uma proporção de óleo para dispersante de 20:1. Uma estimativa da quantidade média deóleo por área unitária é feita, baseada na espessura do óleo, e a taxa de aplicação adequada para aárea a ser tratada é então determinada. Para fins de ilustração, uma camada de óleo de 2 mm deespessura representa 2 litros de óleo/m2, exigindo 2⁄20 litros de dispersante ou 1 litro de dispersantepara cada 10 m2 de superfície oleada.

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l O uso de dispersante pode ser mais recomendado do que limpadores de superfície, uma vez queo óleo liberado pelos limpadores de superfície é recolhido, enquanto dispersantes são voltadospara promover a dispersão do óleo em águas de região costeira. Por essa razão, seu uso deve serrestrito a áreas onde há um movimento de águas adequado para a rápida diluição do óleodisperso.

Fase de respostaEssa é uma técnica de limpeza final, normalmente usada durante a fase três da operação de limpezae em áreas de alto uso para lazer.

Ponto de conclusão sugeridoTraços mínimos de película ou mancha de óleo. Pode ser necessária uma nova aplicação paramanchas especialmente resilientes.

Vantagens e desvantagens3 Pode alcançar um alto nível de limpeza.7 Se o uso de substâncias químicas nos litorais for autorizado, apenas produtos aprovados para essa

finalidade sob as normas locais devem ser usados e apenas nas dosagens recomendadas.7 Necessidade de mão-de-obra moderada a alta.7 Exige supervisão atenta para garantir a aplicação adequada de químicos e uso correto do EPI.7 Possível impacto biológico localizado.7 O óleo liberado pelos agentes de limpeza precisa ser recuperado.7 Dispersantes exigem movimentação suficiente da água para possibilitar a rápida diluição do óleo

dispersado.7 Não adequado para tratamento de grande escala.7 Não adequado para linhas de costa de pedras/cascalho.7 Relativamente caro.

Uso de absorventes de partículas como um agente mascarante

Aplicação típical Costões rochosos com acesso limitado.l Fuga de focas, pinguins ou lontras.l Vegetação pantaneira para proteger a vida selvagem.

Resumo do métodol Absorventes de material particulado (vermiculita) ou orgânico (turfa, casca de árvore, palha, etc.)

são enviados para o litoral de costa afetado.l Absorventes minerais tendem a ser usados exclusivamente em linhas de costa rochosos,

enquanto absorventes orgânicos podem ser usados em ambas rochas e pântanos.l Em costões rochosos, e em pântanos acessíveis, absorventes podem ser empregados em

acúmulos mais pesados de óleo e a mistura de óleo/absorvente pode ser recuperadamanualmente.

l No entanto, com frequência, depois de aplicados, óleo e absorventes são deixados para degradarnaturalmente. Enquanto os próprios absorventes minerais não sofram degradação, eles sãoremovidos naturalmente ao longo do tempo e distribuídos em uma ampla área.

l Se absorventes forem lavados prematuramente, deixando superfícies de óleo ainda viscosas,pode haver necessidade de novas aplicações.

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Fase de respostaEssa técnica é aplicável para uso durante as fases dois a três da operação de limpeza. Depois daremoção de óleo móvel, absorventes particulados são usados para mascarar a cobertura de óleo emrochas e vegetação pantaneira a fim de proteger a vida selvagem.

Ponto de conclusão sugeridoQuando usado para proteger a vida selvagem, nenhum outro tratamento é previsto e o óleo énormalmente deixado para degradar naturalmente.

Vantagens e desvantagens3 Proporciona um meio para mascarar o óleo enquanto viscoso e transferível, até que o óleo sofra

intemperismo e os processos de limpeza natural levem à sua remoção e degradação.3 Minimiza o contato entre o óleo e a vida selvagem (aves e mamíferos).7 Possível impacto biológico localizado para fauna além de outros grupos destinados.7 A mistura de absorvente/óleo é amplamente irrecuperável, de forma que normalmente essa técnica

de limpeza não é eficaz.

Peneiração

Aplicação típical Praias de areia seca usadas para lazer e contaminadas com bolas de piche ou esferas de óleo que

sofreu intemperismo, além da areia restante depois de limpeza manual.

Resumo do métodol A princípio, a areia contaminada é colocada em um filtro de malha fina com um tamanho de

passagem que possibilite que a areia limpa caia pela tela conforme é agitada ou vibrada, masretendo bolas de alcatrão e esferas oleadas.

l O porte da operação varia de peneiras de jardim pequenas e portáteis até peneiras estáticas de1-2 metros e filtros vibratórios de dimensões de bancada, chegando a unidades de portecomercial usadas na indústria de processamento de minérios. Embora peneiras estáticas sejamfiltros vibratórios de tamanho médio que podem ser carregadas manualmente, unidadesindustriais grandes exigem maquinário pesado para mover a areia para tratamento, carregar ofiltro e retornar o produto limpo.

l Na menor escala, o uso de peneiras de jardim exige muita mão-de-obra e provavelmente exigiriauma decisão para encerrar operações ao determinar se esse nível de esforço pode ser justificado.

Fase de respostaEssa é a técnica de limpeza final (fase três) para praias de lazer recreativo.

Ponto de conclusão sugeridoO ponto de conclusão desejado é aquele onde não há bolas de piche visíveis ou esferas de areia eóleo que sofreu intemperismo.

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Vantagens e desvantagens3 Pode alcançar um alto nível de limpeza.3 A maior parte dos equipamentos é relativamente móvel.3 Reduz a quantidade de resíduos para descarte.3 Impacto biológico mínimo.7 Grandes operações de peneiração exigem a transferência de material para o local do trabalho e

retorno do produto limpo para a praia.7 Operações de pequena escala exigem muita mão-de-obra.

Maquinário de limpeza de praia

Aplicação típical Praias de areia para lazer contaminadas com bolas de piche ou resíduos de limpeza manual, ou

mesmo esferas de areia e óleo que passou por intemperismo. A técnica exige que os linhas decosta sejam acessíveis por veículos, incluindo tratores e reboques.

Resumo do métodol Máquinas de limpeza de praia são usadas principalmente para a coleta de objetos jogados e

perdidos no mar e lixo deixado na praia por usuários de praias recreativas. As principaisabordagens usadas em seu design são um sistema de ancinho rotativo, um sistema de peneiraçãoou uma combinação de ambos. Para sistemas de ancinho, dentes arqueados são montados emuma correia rotativa. O material coletado é elevado pelos dentes e solto em um funil. No sistemade peneiração, a areia é removida da superfície da praia para uma profundidade pré-determinadae transmitida para um filtro vibratório. A areia limpa cai pelo filtro de volta para a praia e apenasos detritos oleados são transferidos para um funil coletor. Entre as máquinas disponíveis, estãodispositivos controlados por pedestres do tamanho de um cortador de grama, aqueles rebocadospor um trator e maquinário de autopropulsão.

l Outro design que opera melhor em areia úmida altamente compactada é um tambor oleofílicoque coleta o óleo conforme é rolado pela praia. O óleo é então raspado do tambor e transferidopara um compartimento de armazenamento.

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Uma máquina delimpeza de praiarebocada por trator

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Fase de respostaEssa é a técnica de limpeza final (fase três) para praias arenosas para lazer recreativo.

Ponto de conclusão sugeridoSem bolas de piche visíveis ou esferas de areia e óleo que sofreu intemperismo.

Vantagens e desvantagens3 Pode alcançar um alto nível de limpeza.3 Equipamento móvel.3 Baixíssima necessidade de mão-de-obra.3 Minimiza a quantidade de resíduos para descarte.3 Grandes áreas de litoral de costa podem ser tratadas relativamente rápido.3 Impacto biológico mínimo.7 Baixa disponibilidade de máquinas de limpeza de praia usadas fora dos principais resorts de praia.7 Bolas de piche podem se fragmentar durante o processamento (especialmente em climas mais

amenos), o que faz com que bolas de alcatrão voltem para a praia.

Arado/ancinho

Aplicação típical Linhas de maré de areia ou cascalho fino com trafegabilidade suficiente para suportar tratores

usando arados ou ancinhos.

Resumo do métodol Diversas técnicas de limpeza podem deixar as linhas de costa de cascalho e areia com baixos

níveis de contaminação, mas uma textura de graxa residual e odor de óleo. O uso deequipamentos agrícolas (por exemplo, arados e ancinhos) para virar e aerar o material de praianormalmente leva à rápida remoção de níveis residuais e incômodos de contaminação.

l A ação do equipamento de cultivo é equivalente à lavagem de arrebentação, mas sem o grandemovimento de substratos para a zona de arrebentação. Isso leva o material de praia oleado paraa superfície, promovendo a biodegradação e a dispersão de agregados de óleo mineral.

l O cultivo repetido da praia em ciclos de maré consecutivos pode ser necessário para obter oponto de conclusão necessário.

Fase de respostaEssa é a técnica de limpeza final (fase três) usada para melhorar a limpeza natural.

Ponto de conclusão sugeridoSem óleo visível, óleo enterrado, camada, textura de graxa e odor de óleo.

Vantagens e desvantagens3 Pode alcançar um alto nível de limpeza ao melhorar os processos naturais.3 O equipamento necessário está amplamente disponível.3 Baixa necessidade de mão-de-obra.7 Possível perda de fauna e flora.

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Reposição de areia

Aplicação típical Litorais de costa de areia e cascalho acessíveis ao público durante, ou imediatamente antes,

a estação turística, onde a perda de serviços recreativos pode ter consequências econômicassignificativas. O material de reposição deve ser bastante próximo daquele removido, tanto emtermos de composição mineral quanto de tamanho de grãos. Se for diferente do original, é provável que responda de modo diferente às condições hidráulicas, resultando possivelmentena rápida lavagem do novo material. Outra consideração é a probabilidade da reposição natural. A maioria das praias arenosas está em um ciclo constante de desenvolvimento orgânico eerosão, e com fortes ventos ou surtos de maré e ventos combinados, perfis de praia podemmudar significativamente em um período de 24 horas. Tais mudanças podem às vezes sermedidas em termos de metros de profundidade perdidos ou ganhos.

l A técnica pode também ser considerada para outras linhas de costa onde quantidadessignificativas de material foram removidos como resultado de operações de limpeza e onde aorigem da reposição natural foi esgotada de forma que haja poucas chances do material sersubstituído sem intervenção. A dificuldade em tal situação é localizar materiais locais que separeçam significativamente com o original para evitar a rápida erosão.

l Devido às considerações acima, é importante reconhecer que as circunstâncias nas quais essatécnica seria adequada ou bem-sucedida são bastante limitadas.

Resumo do métodol Areia ou cascalho são transportados de caminhão de uma origem local de materiais de reposição

adequados e distribuídos pela praia manualmente ou por equipamentos pesados.

Fase de respostaEssa é uma operação de limpeza final (fase três) adequada em circunstâncias altamente limitadas.

Ponto de conclusão sugeridoLocal de trabalho recoberto com cascalho ou areia limpa, ficando então sem óleo visível, óleoenterrado, camada, textura de graxa e odor de óleo.

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Arado de uma linhade costa oleada

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Conforme o óleo é derramado em uma linha de costa, a interação entre óleo e litoral depende deambas características do óleo e do tipo de linha de costa. Essa seção descreve as características deoleamento resultantes da interação e discute as implicações de limpeza para uma seleção de tiposde linha de costa representativos.

Áreas úmidas

No geral, o óleo depositado em um mangue não penetra no substrato porque a camada de água ésuficientemente alta para fornecer uma barreira contra a migração de óleo para baixo, incluindoóleos leves. É mais provável que o óleo acabe reflutuando e migre para outros lugares. No entanto,há exceções. Por exemplo, o óleo pode entrar em sedimentos lamosos por meio de caules abertosde plantas caídas e das tocas de animais, buracos, etc. Opcionalmente, se o óleo for derramadodurante uma tempestade, mares agitados podem elevar quantidades significativas de sedimentospara a suspensão, que acabam ficando associados com o óleo dispersado. Quando a tempestadereduz a mistura de sólidos suspensos e o óleo é depositado e incorporado no sedimento. Sem aagitação, o óleo pode continuar dentro dos sedimentos, passando por degradação anaeróbicamuito lentamente, exceto caso outra tempestade de proporções similares realize uma novadispersão. Dois exemplos bem estudados desse fenômeno, mencionados com frequência, são oincidente com a barcaça Florida (Massachusetts, EUA, 1969) e o incidente de Braer (Shetland,Reino Unido, 1993). No incidente com a barcaça Florida5, evidências do óleo incorporado nossedimentos de um pântano foram observadas duas décadas depois do incidente original. No casodo incidente do incidente de Braer,6 misturas de sedimentos/óleo representando cerca de 30% doóleo perdido foram observadas para sedimentos ao redor das ilhas Shetland, uma proporçãosignificativa desse total sendo encontrada no fundo do mar perto de Fair Isle, a cerca de 120 km dolocal do derramamento.

Embora uma resposta em águas abertas possa minimizar a quantidade de óleo que se aproxima dasáreas úmidas, a extensão geográfica normalmente ampla de tais habitats dificulta sua defesa. Noentanto, erguer barreiras em grandes enseadas pode às vezes restringir a quantidade de óleo que

entra em um sistema Em alguns casos, até mesmobarreiras de terra impermeável foram construídas,mas, onde a troca de água é importante, barreirasdevem ser projetadas para deixar que a água passeenquanto mantém o óleo do lado de fora. Paramarismas, palha, ninhos e conchas de ostras foramusados com sucesso, embora seja necessário teratenção com as correntes de maré que tais barreirasprecisam suportar.

Em costões lamosos oleados, os maiores desafiospodem ser gerados por óleo preso na vegetação(isso é, sistemas de raízes de manguezais em regiõestrópicas e vegetação de marismas em zonastemperadas). Na maioria dos casos, os fatores sãopreocupações ambientais, não socioeconômicas, e o dilema é sobre a melhor maneira de minimizar o

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Seção 4: Tipos de linha de costa e características de oleamento associadas

5 Teal, J. M. et al., (1992). 6 Davies, J. M. e Topping, G. (eds) (1997).

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Exemplo de umabarreira de conchasde ostras

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derramamento enquanto são tomadas as providências para não causar mais danos do quebenefícios ao intervir nesses habitats sensíveis. Por um lado, deixar o óleo no local provavelmenteresultará em mortalidades de plantas e animais que esses habitats suportam, enquanto, por outro,as próprias operações de limpeza podem afetar o habitat, atrasando a recuperação e levando adanos de longo prazo. Por essa razão, muitas vezes opta-se pela recuperação natural de áreasúmidas oleadas.

Manguezais

Manguezais são conhecidos por sua alta suscetibilidade aos efeitos de derramamentos de óleodependendo do tipo de óleo derramado. A experiência demonstra que, no geral, produtos levesrefinados são mais nocivos do que óleos crus, e estes são mais nocivos do que óleos combustíveispesados. O tipo de sedimento também parece ter uma direção sobre o nível de danos infligidos,sendo que manguezais de sedimentos finos (lamas) são mais suscetíveis do que aqueles emsedimentos de grãos mais grossos. A implicação dessas observações é que, embora seja possível,com cuidado, remover óleos pesados manualmente, esforços para remover produtos refinadosmais leves devem ser empregados na primeira oportunidade para retirar o óleo dos manguezais edirecioná-los para águas abertas onde podem ser removidos.

Limpeza manual deum derramamento de óleo combustívelpesado emmanguezais

Marismas

A experiência obtida com diversos incidentes, especialmente o de Amoco Cadiz (Brittany, França,1978), informou os profissionais de resposta por muitos anos sobre os danos que resultam deoperações de limpeza ultrazelosas em marismas. O uso de equipamentos pesados, mão-de-obrasem supervisão correta e a remoção de sedimentos de óleo levaram a danos de longo prazo devidoao pisoteamento, danos a sistemas de raízes e erosão consequencial. Técnicas de remoção manualbem supervisionadas com o uso de placas de madeira para evitar compactação do substrato,queima in-situ controlada e corte de vegetação oleada poderiam ter sido usadas com níveis

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distintos de eficácia. A disponibilidade do corte ou da queima da vegetação oleada depende daépoca do ano quando o derramamento ocorre e do tipo de óleo derramado. Ao final do ano,quando a vegetação está secando, corte e queima seriam menos nocivos do que na primavera,quando novos brotos estão nascendo. No geral, não foi comprovado que o corte de vegetaçãomelhora as taxas de recuperação, exceto para derramamentos de óleo combustível pesado ou óleoscrus pesados. Queimas in-situ controladas são restritas a óleos leves e médios, uma vez que óleospesados tendem a não queimar muito bem. A queima controlada é considerada mais eficaz seiniciada logo após o óleo ter sido derramado e antes do óleo penetrar nos substratos de mangue. O óleo com o substrato pode acabar sobrevivendo à queima. A atração da queima em vez do corteé que exige menos intervenção no solo, de forma que representa maior risco à fauna viva ou que seabriga dentro do mangue, especialmente já que pode ser difícil controlar o fogo e mantê-lo dentroda área oleada; em diversos casos onde a vegetação de mangue oleada foi queimada, grandesáreas de mangue não oleado também foram queimadas.

Restauração

Para ambos manguezais e marismas oleados, depois que a contaminação grossa foi removida e oóleo residual passou por intemperismo com a dissipação de componentes tóxicos, o replantiomelhorou com sucesso as taxas de recuperação. No entanto, programas de replantio,especialmente aqueles que envolvem manguezais, devem ter seu potencial de recolonizaçãonatural a partir de árvores sobreviventes nas proximidades. Isso permite a preservação dabiodiversidade geral do manguezal e uma distribuição movida por quesitos ecológicos (aocontrário do plantio em fila de espécies únicas).

Se após tal avaliação o replantio for determinado como uma medida de restauração adequada, seránecessário um suprimento de mudas sadias das espécies adequadas, seja de uma área não afetadaou através do cultivo de sementes em um berçário. As mudas são plantadas com um grandevolume de sedimentos limpos e de boa qualidade ao seu redor para possibilitar o crescimentoadequado antes que as raízes se estendam para sedimentos contaminados.

Praias arenosas

Óleo enterrado

Embora o óleo possa penetrar mais facilmente na areia seca e áspera, as areias de grãos finosformam praias compactas e úmidas, com menor probabilidade de penetração de óleo. No entanto,como mencionado anteriormente, se o óleo for deixado na superfície da praia e não for removidopontualmente, ele pode acabar enterrado por areia soprada pelo vento ou pelo desenvolvimentoorgânico de areia natural. Perfis de praia podem mudar significativamente em questão de horas sobas condições marítimas corretas, com uma profundidade de areia de um metro ou mais sendolevada de um local e depositada em outro. A existência de quantidades significativas de óleoenterrado pode ser confirmada ao escavar uma série de buracos exploratórios para se obter umanoção de quão amplo esse efeito pode ser. Depois de definido, as primeiras considerações são se osprocessos que geraram o enterramento do óleo podem também resultar em sua rápida remoção, ese o movimento natural das areias ocorrerá mais rápido do que as operações de limpeza poderiamalcançar o mesmo resultado. Isso depende das condições esperadas do mar e do tempo e se há umciclo previsível de deposição e desenvolvimento orgânico. Se o óleo ficar enterrado em condiçõesde tempestade, é provável que será necessária outra tempestade para removê-lo, mas é tambémsob tais condições que a rápida dispersão do óleo liberado pode ocorrer. Ainda assim, se a área do

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óleo enterrado parecer extensa ou se parecer que elepode ficar enterrado na praia por certo tempo, e sehouver um fator ambiental (ou, mais provavelmente,um fator de lazer) para sua remoção, sua extensão deveser mapeada e a remoção tratada.

O mapeamento do óleo enterrado exige umlevantamento metódico com uma série de transectosdefinidos pela praia perpendiculares à extremidade daágua em baixa maré. Buracos são escavados emintervalos ao longo de cada transecto ou uma trincheiraé aberta ao longo de sua extensão, e a presença de óleoé observada juntamente com sua profundidade abaixoda superfície e a espessura da camada de óleo. Aseparação entre transectos depende da escala estimadada área, e novos transectos podem precisar seradicionados se formações de óleo forem perdidas entreos transectos. Ao interpolar entre os transectos, épossível desenvolver uma representação tridimensionaldo óleo enterrado (Figuras 7 e 8).

As opções para remoção do óleo enterrado incluem elevação da sobrecarga limpa e transferênciapara uma área separada para expor a banda de óleo enterrado a ser removida e retirada da praia paradescarte. Outra opção é o transporte da banda de óleo enterrado para a extremidade da água paralavagem por arrebentação. Se estiver relativamente próximo da superfície, o óleo pode ser mobilizadopor meio de arado ou uso de ancinhos, ou através de lanças de lavagem para liberar o óleo e levá-loaté a extremidade da água, onde pode ser recuperado com recolhedores ou absorventes.

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Figura 7 Diagrama simplificado de um levantamento de óleo enterrado

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Remoção do óleo deuma praia de areia; se o óleo for deixado nasuperfície, ele pode serenterrado pela areiasoprada pelo vento oupelo desenvolvimentoorgânico natural da areia.

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Figura 8 Diagrama de exemplo de levantamento de óleo enterrado

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O ciclo de 'flutuação-afundamento-flutuação'

Outra característica normalmente observada do óleo derramadoem praias arenosas mais grossa, especialmente para óleos maispesados ou que sofreram intemperismo, é que o óleo penetra obastante para formar uma pequena aglomeração de óleo e areia.Um aumento posterior no nível da água, causado portempestades, marés ou ventos onshore, pode fazer com que essematerial seja levado de volta para o mar, onde a densidadeadicional da areia incorporada faz com que ele afunde.Dependendo das condições nas quais ele foi removido da linhade costa, essa mistura de óleo e areia pode simplesmentepermanecer no fundo das águas de região costeira. Por exemplo,se o óleo foi retirado da praia por uma tempestade, podem sernecessárias condições marítimas similares para que ele volte paraa linha de costa. Para aglomerados menos estáveis, temperaturasdiurnas mais amenas e a agitação das ondas que quebram nalinha de costa podem ser suficientes para liberar parte do óleo,possibilitando que ele flutue de volta na superfície da água efique à deriva novamente (Figura 9).

Para romper o ciclo repetido de deriva, afundamento e liberaçãode óleo, o óleo precisa ser removido do sistema. Há três opçõesdisponíveis dependendo da extensão da profundidade de águana qual a mistura de óleo/areia se assentou. Talvez a opção maissimples seja a remoção contínua do óleo conforme ele fica àderiva para que, ao longo do tempo, uma quantidade cada vezmenor de óleo fique disponível para flutuar. Uma segunda opção,mais aplicável para águas mais profundas, é usar mergulhadores para recolher o óleo manualmentedo fundo do mar. Em um incidente onde essa técnica foi implementada, uma nova abordagemenvolveu fornecer um incentivo para recuperar o material mais contaminado ao recompensar oprestador de serviços de mergulho de acordo com o valor calorífico da mistura de óleo/areiarecuperada. Uma terceira opção, onde as profundidades e condições marítimas assim permitem, é usar escavadoras semianfíbias para elevar o óleo que afundou perto da costa.

Cascalho e pedras

Penetração do óleo em linhas de costa de cascalho e pedras

Esses estão entre os tipos de linhas de costa mais difíceis de serem limpos uma vez que os óleos,especialmente os mais leves como o óleo cru, podem penetrar a fundo nesse tipo de substrato. A estrutura solta possibilita que a água se mova livremente através dela e, conforme o nível da águacai, o óleo que flutua na superfície da água desce pelo cascalho. Linhas de costa altamentecontaminadas podem ser enxaguadas para mover o óleo fluido para trincheiras ou para outrospontos de coleta para recuperação com recolhedores, bombas ou absorventes. Em litorais de maréexpostos, uma abordagem de limpeza passiva usando panos absorventes feitos de redes de malhafina foi usada com sucesso para coleta de óleos mais pesados.

A técnica mais bem-sucedida para tratamento de óleo que penetrou no cascalho é a lavagem porarrebentação, mas, como o nome implica, a técnica exige um litoral de costa ativo com forte ação

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Figura 9 O ciclo 'flutuação-afundamento-flutuação'

(a) Óleo pesado atinge uma praia de areia grossa

(b) Mistura de óleo/areia é levada para a linha de costa e afunda

(c) Agitação das ondas e temperaturas amenas fazem com que o óleo seja liberado e �utue para a superfície para �car novamente à deriva no litoral de costa

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de ondas para ser eficaz. O óleo liberado é amplamente dispersado pela interação com agregadosminerais finos (OMAs), mas parte do óleo livre também pode ser liberado, podendo exigir orecolhimento com absorventes. Uma vez que a distribuição de cascalho e pedras é determinadapela energia das ondas às quais a linha de costa está exposta, grandes pedras e rochas podemprecisar ser redistribuídas para uma parte superior na linha de costa e longe da extremidade deágua depois de serem limpas a fim de manter o perfil original do litoral.

Outra abordagem mais adequada para áreas onde a ação das ondas é mais fraca é o uso de lançaspara fornecer jatos de água para agitar os substratos e deslocar o óleo preso entre as pedras. Atécnica é normalmente combinada com inundação de baixa pressão para transportar o óleoliberado para a extremidade da água para recolhimento.

Uma técnica alternativa em áreas onde a energia das ondas não é suficiente para a lavagem porarrebentação é o transporte de cascalho oleado para um local onde a lavagem por batelada embetoneiras possa ser executada. Se o material precisar voltar para o mesmo local após ter sidolavado, será importante acompanhar cada lote. Se o produto limpo for então depositado naextremidade da água, a textura oleada que muitas vezes persiste após a descarga da betoneira logose dissipará.

Tentativas de lavar o cascalho e pedras em um processo contínuo, em vez de um processo por lote,usando uma usina industrial de processamento de minerais alcançou sucesso principalmentedevido às dificuldades de lidar com o acúmulo de partículas de grãos finos. Além disso, o tamanhodo equipamento é significativo e, depois de construído, ele não é transportado facilmente. Mesmose as questões práticas possam ser superadas, o transporte entre a origem do material para serlevado até a usina de processamento vai decidir se a abordagem é viável.

Pavimento asfáltico

Se o óleo derramado em uma praia de cascalho puder sofrer intemperismo, ele pode formar o quechamamos de pavimento asfáltico, assim batizado devido à aglomeração de óleo que passou porintemperismo e pedras que formam uma superfície resiliente que se parece com asfalto. Essepavimento é ainda mais resistente à ação das ondas e o óleo abaixo de sua camada protetora ficapreso dentro dos substratos de praia, onde pode permanecer inalterado quase queindefinidamente. A degradação do óleo ocorre lentamente uma vez que ele não fica exposto ao arou à luz. Depois que a camada de superfície foi rompida (e, se necessário, removida para descarte),o óleo na camada inferior pode ser enxaguado ou o material transportado para uma estação delavagem para tratamento.

Penhascos e enseadas rochosas

Em muitos casos, a base das faces do penhasco pode ser acessada apenas com muita dificuldade, epode apresentar um ambiente de trabalho extremamente perigoso. Normalmente, penhascos eenseadas rochosas são altamente expostos e a melhor opção é a limpeza natural, exceto caso hajaoutras razões para agir de forma diferente. Exceto caso o óleo tenha sido levado para alturasextremas devido a condições climáticas excepcionais, e haja então pouca probabilidade dele seratingido pelo mar em condições habituais, espera-se que a mancha residual diminuaacentuadamente ao longo de dois ou três ciclos sazonais. No entanto, se a limpeza for necessária(por exemplo devido a questões ambientais, acessibilidade do público ou visibilidade de áreas delazer comercialmente importantes), precauções de segurança rigorosas são necessárias. Taisprecauções são essenciais para gerenciar os riscos de perigos, como quedas de rochas ou ser levado

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pela maré ou ondas fortes, ou simplesmente para garantir que os profissionais possam ser trazidosem segurança no caso de um ferimento relacionado ao trabalho.

Outra consideração é como retirar resíduos de tais locais. Se houver acesso a pé, resíduosensacados podem ser passados de mão a mão em uma corrente humana. Dependendo daconfiguração da face do penhasco ou enseada rochosa, um transporte aéreo por corda pode seruma alternativa possível, ou um guindaste situado no topo do penhasco pode ser usado paraabaixar os profissionais até o local de trabalho e puxar o resíduo oleado. Em casos onde umaquantidade significativa de resíduos precisa ser removida, uma abordagem pelo mar pode serlevada em conta; contudo, mesmo em condições agitadas, aumentos do mar podem gerarcondições perigosas, sem falar nas rochas submersas que são frequentemente encontradas na basede penhascos. O uso de helicópteros de serviço pesado foi empregado quando não há outra opção.No entanto, devido às limitações da recuperação de resíduos por terra ou por mar, e para usar essesrecursos da forma mais eficaz, a recuperação de resíduos precisará ser realizada como umaoperação única quando possível. Também é necessária atenção ao escolher um local adequadoonde o resíduo possa ser amontoado e armazenado de forma segura até que possa ser coletado; tal local precisa ser acessível pela água ou pelo ar dependendo da opção escolhida.

Portos e ancoradouros

Uma das principais considerações ao trabalhar em portos é que operações de limpeza sejamdevidamente gerenciadas para que a interrupção das atividades portuárias seja minimizada. Noentanto, a princípio, depois que o óleo grosso flutuante em um porto ou ancoradouro tenha sidorecuperado, é relativamente fácil limpar as faces sólidas de desembarcadouros. Por outro lado,desembarcadouros ou docas suspensas em pilhas podem apresentar um trabalho mais difícildepois que o óleo entrou debaixo delas.

O óleo móvel que migra abaixo de desembarcadouros pode ser uma fonte contínua decontaminação e camadas, a medida em que correntes de água geradas pelos movimentos deembarcações o enxagua. Pode ser possível posicionar embarcações intencionalmente e usarlavagem por propulsor para enxaguar o óleo livre debaixo do desembarcadouro para que ele possaser recuperado da superfície de água. Os resíduos restantes podem exigir intervenção física. Seequipes de limpeza puderem acessar a área abaixo do desembarcadouro, questões comoventilação adequada e elevação e redução das marés devem ser devidamente avaliadas. Em áreasde alcance significativo da maré, pode ser possível trabalhar na água em certos estados de maré, ou de plataformas hidráulicas de alcance negativo (isso é, 'plataformas aéreas', onde a plataformade trabalho é capaz de estender abaixo do nível da unidade de base), operando no topo dodesembarcadouro ou cai.

Em portos e ancoradouros, a lavagem por água e alta pressão é usada quase que exclusivamentepara limpar óleo residual de desembarcadouros e ancoradouros em conjunto com barreirascosteiras leves e recolhedores ou absorventes para conter e recuperar o óleo liberado. No entanto,além de remover o óleo de estruturas de concreto, a água quente aplicada sob alta pressãotambém é capaz de remover a camada de superfície protetora do concreto, expondo o materialmenos resistente abaixo dela. Dessa forma, é recomendado otimizar as temperaturas e pressões emuma área de teste antes de partir para uma operação integral.

Em muitos portos, diversos resíduos, como misturas de sedimentos, algas e resíduos oleadosantigos tendem a se acumular ao longo da linha de água nos mesmos pontos onde o óleoderramado se acumula. Quando o óleo é removido usando lavagem por água quente e alta

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pressão, esses depósitos caem na água e afundam, e podem se tornar uma fonte de camadaspersistentes. Para evitar isso, é recomendado incorporar o uso de redes, tapetes absorventes ouuma disposição de calha para coletar o material conforme ele é lavado.

A incrustação marinha oleada, como mariscos e algas presas nas superfícies de estruturasportuárias, ou sob desembarcadouros, também pode se tornar uma fonte de camadas contínuas. Seacessível, tal incrustação pode normalmente ser raspada com pouca dificuldade, levando consigo oóleo preso. Como mencionado acima, o material removido dessa maneira precisa ser coletado antesque caia na água; isso é feito, por exemplo, através do uso de redes ou trabalhando a partir de umpontão flutuante onde detritos que caiam no convés podem ser coletados e ensacados.

Defesas costeiras

A ampla variedade de defesas costeiras, incluindo rochas quebradas ou enroncamento, proteçõesde rochas, gabiões, blocos de concreto de diversos designs (tetrápodos, dolos, xblocs, acrópodos,etc.) que são usados para construir muros de contenção e quebra-mares apresenta dificuldadessignificativas para limpeza. Elas foram projetadas para absorver a energia das ondas ao apresentaruma barreira permeável, permitindo que a água do mar passe enquanto dissipa sua energia.Infelizmente, isso também permite que todo tipo de carga perdida e abandonada fique presadentro das estruturas abertas, além de possibilitar que o óleo livre se mova livremente. Os detritospresos agem como material absorventes, retendo o óleo e fornecendo uma fonte de liberaçãocontínua de óleo e camadas que diminuem ao longo do tempo.

Com as medidas de segurança adequadas em vigor (por exemplo, reconhecer os riscos de serlevado pelas ondas nas estruturas, deslizar em superfícies oleadas e cair nos espaços entre osblocos), a parte externa dessas estruturas pode ser limpa com lavagem por alta pressão. Noentanto, a limpeza interna das estruturas é mais difícil. Se for possível acessar a estrutura comsegurança, é possível tirar o máximo de detritos contaminados, removendo assim a fonte de óleode lixiviação. Mesmo com a maioria dos detritos removida, parte do óleo pode continuar a serenxaguada por algum tempo. Lances de lavagem podem ser usadas para enxaguar o óleo dentroda estrutura ou, em climas temperados com a chegada do verão, uma abordagem passiva pode serlevada em conta, já que temperaturas de água mais amenas incentivam o óleo restante a serenxaguado naturalmente. O óleo liberado pode ser deixado para dissipar naturalmente ou umamatriz de absorventes pode ser mobilizada para recuperação.

A técnica de limpeza selecionada dependerá do nível de contaminação e de camadas produzidas,mas o mais importante é o tipo de serviços fornecidos pelo litoral de costa adjacente. A limpezapassiva com absorventes pode ser uma solução adequada em certas circunstâncias, mas, em casosnos quais camadas afetam uma instalação turística de prestígio ou centro de aquicultura, pode serjustificável levar em conta uma ação corretiva mais radical. Uma opção em circunstâncias extremaspode ser demonstrar a estrutura durante os meses de verão, quando há menor necessidade dedefesas costeiras, e transferir os componentes para uma estação de limpeza; depois da limpeza, oscomponentes podem ser retornados e remontados. A viabilidade econômica depende do risco deconsequências comerciais significativas, que são avaliadas em relação ao custo de tal operação. Em países onde defesas costeiras formam uma parte significativa da infraestrutura costeira e amanipulação das obras de blocos é realizada de forma rotineira, o maquinário necessário pode estarprontamente disponível e os custos podem não inviabilizar essa opção. No entanto, na maioria dospaíses, a instalação de defesas costeiras representa uma empreitada de engenharia civil única deproporções consideráveis, e o custo de seu desmonte provavelmente seria consideradodesproporcional.

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A limpeza de linha de costa é o aspecto publicamente mais visível da resposta de derramamento deóleo, e seu sucesso muitas vezes depende de como ela é encarada pelo público. Isso, por sua vez, é normalmente determinado por quão bem a equipe de gestão de incidentes é capaz de interagir ese comunicar com o público e com a mídia, explicar as ações a serem adotadas e fornecerinformações atualizadas sobre o progresso e também contratempos sofridos. Em muitos casos, o interesse do público vai se concentrar nos efeitos do derramamento sobre o meio ambiente, e os esforços sendo feitos para a reabilitação da fauna oleada. A equipe de gestão de incidentescuidará tanto desses aspectos quanto das estratégias de resposta adequadas, gestão de voluntários,supervisão eficaz de uma grande força de trabalho e dos diversos tipos de equipamentosnecessários para limpar a linha de costa.

As técnicas de limpeza selecionadas devem ser informadas pela NEBA, fornecendo um processopara equilibrar as preocupações ambientais em relação às demandas de usos humanos do litoral decosta. Quando testadas em relação à NEBA, as técnicas que podem ser mais bem pontuadas sãoaquelas que minimizem as quantidades de resíduos para descarte; entre essas técnicas,normalmente estão as que envolvem a remoção manual e não mecânica dos sedimentoscontaminados. Nas condições corretas, as técnicas que evitam a remoção de materiais de praiatotalmente, como lavagem por arrebentação, ainda apresentam melhores chances de alcançarmelhor pontuação.

As habilidades e as aptidões da equipe de gestão serão totalmente testadas para alcançar oscritérios de ponto de conclusão definidos em comum acordo e em alcançar consenso sobre oposterior encerramento da resposta de linha de costa. Recomenda-se que autoridades e oficiaisenvolvidos na resposta a um derramamento indiquem essas pressões. Por fim, uma resposta eficaze de sucesso só pode ser alcançada quando todas as partes relevantes fazem contribuições ativas econstrutivas e trabalham para uma meta comum em mitigar o impacto do derramamento de óleo,tanto com relação ao meio ambiente quanto em relação às comunidades afetadas.

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Resumo

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Anexo 2: Exemplo de ficha de local de trabalho diário

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Esse documento foi preparado por Hugh Parker (Marine Pollution Technical Advisory Services) sob a supervisão do Shoreline Cleanup Cohort. Nossos sinceros agradecimentos pela experiência,participação e orientação na elaboração do conteúdo deste documento.

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Agradecimentos

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A IPIECA é a associação global da indústria de petróleo e gás paraquestões sociais e ambientais. Ela desenvolve, compartilha e promoveboas práticas e conhecimento para ajudar a indústria a melhorar seudesempenho ambiental e social, e ela é o principal canal de comunicaçãoda indústria com as Nações Unidas. Através de grupos de trabalho lidera-dos por membros de sua liderança executiva, a IPIECA reúne a experiênciacoletiva de empresas e associações de petróleo e gás. Sua posição exclu-siva dentro da indústria permite que seus membros respondam efetiva-mente às principais questões sociais e ambientais.

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