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UMA FERRAMENTA PARA O GERENCIAMENTO DAS ATIVIDADES E DOS HORÁRIOS DOS TUTORES DOS CURSOS À DISTÂNCIA DA UFPB VIRTUAL Roberta Ribeiro Guedes Pereira (UFPB) [email protected] Nádia Pinheiro Nóbrega (UFPB) [email protected] Josilene Aires Moreira (UFPB) [email protected] A educação à distância é um processo de ensino-aprendizagem que é realidade no mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Educação e Cultura, atualmente existem 74 instituições que adotaram esse processo. A Universidade Federal da Paraaíba (UFPB) oferece cursos superiores à distância através da UFPB Virtual. A tecnologia de apoio utilizada para gerenciar os cursos é o Moodle. Foi identificada uma deficiência em relação ao gerenciamento das atividades e dos horários dos tutores devido à ausência de uma funcionalidade específica para tal propósito. A proposta deste trabalho é apresentar um protótipo de uma nova funcionalidade que deverá ser incorporada ao sistema Moodle, possibilitando, de forma mais prática e eficiente, o gerenciamento das atividades e do horário de trabalho dos tutores pelo coordenador de tutoria, bem como o gerenciamento das próprias atividades pelo tutor. Adicionalmente, é apresentado um experimento de avaliação da ferramenta proposta em comparação com a já existente (Relatório de Atividades), resultados sugerem significativa redução de complexidade de uso. Ainda, o tempo de obtenção de informações relevantes sobre os tutores apresentam redução de 16 para 6 minutos, no pior caso analisado. Observou-se também uma maior acessibilidade às atividades dos tutores, tornando o sistema mais amigável (user-friendly), além de menos suscetível a erros, já que as informações são geradas automaticamente a partir da base nos registros do sistema. Palavras-chaves: Educação à distância. Sistema Moodle. Gerenciamento de tutores virtuais. XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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UMA FERRAMENTA PARA O

GERENCIAMENTO DAS ATIVIDADES E

DOS HORÁRIOS DOS TUTORES DOS

CURSOS À DISTÂNCIA DA UFPB

VIRTUAL

Roberta Ribeiro Guedes Pereira (UFPB)

[email protected]

Nádia Pinheiro Nóbrega (UFPB)

[email protected]

Josilene Aires Moreira (UFPB)

[email protected]

A educação à distância é um processo de ensino-aprendizagem que é

realidade no mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da

Educação e Cultura, atualmente existem 74 instituições que adotaram

esse processo. A Universidade Federal da Paraaíba (UFPB) oferece

cursos superiores à distância através da UFPB Virtual. A tecnologia

de apoio utilizada para gerenciar os cursos é o Moodle. Foi

identificada uma deficiência em relação ao gerenciamento das

atividades e dos horários dos tutores devido à ausência de uma

funcionalidade específica para tal propósito.A proposta deste

trabalho é apresentar um protótipo de uma nova funcionalidade que

deverá ser incorporada ao sistema Moodle, possibilitando, de forma

mais prática e eficiente, o gerenciamento das atividades e do horário

de trabalho dos tutores pelo coordenador de tutoria, bem como o

gerenciamento das próprias atividades pelo tutor. Adicionalmente, é

apresentado um experimento de avaliação da ferramenta proposta em

comparação com a já existente (Relatório de Atividades), resultados

sugerem significativa redução de complexidade de uso. Ainda, o tempo

de obtenção de informações relevantes sobre os tutores apresentam

redução de 16 para 6 minutos, no pior caso analisado. Observou-se

também uma maior acessibilidade às atividades dos tutores, tornando

o sistema mais amigável (user-friendly), além de menos suscetível a

erros, já que as informações são geradas automaticamente a partir da

base nos registros do sistema.

Palavras-chaves: Educação à distância. Sistema Moodle.

Gerenciamento de tutores virtuais.

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

A educação à distância no Brasil é hoje uma realidade. Conceitua-se a educação à distância

como um processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual professores e

alunos estão separados pelo tempo e pelo espaço (VAN DER LINDEM, 2005). Uma das

modalidades de educação à distância é a educação online, cujo método mais se aproxima dos

ideais de ensino-aprendizagem associados às tecnologias. Ela é uma modalidade de ensino-

aprendizagem baseada na Internet, com aulas virtuais e colaboração digital, possibilitando o

armazenamento de conteúdos como áudio, vídeo e texto interativos, e textos simples para que

pessoas possam compartilhar conhecimentos adquiridos (PETERS, 2003). De acordo com o

Ministério da Educação e Cultura, atualmente 74 instituições fazem parte da Universidade

Aberta do Brasil (UAB), a qual oferece a modalidade de ensino à distância utilizando recursos

de tecnologia da informação e comunicação.

Em 2007, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tornou-se pioneira no estado ao oferecer

cursos de ensino superior à distância, através da UFPB Virtual, utilizando o Moodle (Modular

Object Oriented Distance Learning) como tecnologia de apoio. O Moodle é um sistema de

gerenciamento de cursos à distância com código aberto (open source) e modular, no qual

podem ser adicionados novos blocos e funcionalidades desenvolvidas pela comunidade open-

source ou por terceiros. Adicionalmente, engloba ferramentas interativas como fóruns, chats,

biblioteca virtual, material didático-pedagógico e tutorial. Cada ferramenta tem a sua utilidade

específica e contribui para a interação entre os participantes, bem como para o acesso aos

materiais elaborados pelos professores. Os alunos cadastrados têm acesso aos conteúdos e

material didático das disciplinas nas quais está matriculado, participando de fóruns de

discussão temáticos, resolvendo listas de exercícios e questionários no computador, além de

outras atividades acadêmicas direcionadas pelo tutor à distância. (KAMINSK, 2003)

Existem outros ambientes virtuais de aprendizagem utilizados em instituições que oferecem

educação à distância, entre eles o AulaNet e o WebCT. O AulaNet é um ambiente de software

baseado na web para criar, administrar, manter e dar assistência a cursos à distância. Ele

oferece recursos para administrar os grupos e avaliar o progresso do aluno, como agenda,

plano de aula, tarefas, exames e acompanhamento de participação. Além disso, oferece uma

ferramenta de cooperação onde é disponibilizado o meio para que haja o aprendizado

colaborativo e também recursos para a comunicação e avaliação (FUCKS, 2000). O WebCT

(Web Course Tools) oferece várias ferramentas para criação de cursos baseados na web,

podendo ser usado para criar cursos online completos, ou como apoio a cursos presenciais.

Ainda, possui uma interface amigável e intuitiva, disponibiliza ferramentas que facilitam a

aprendizagem, a comunicação e a colaboração (LU, 2003).

No âmbito dos cursos à distância, o formato desses e ferramentas utilizadas pode variar de

acordo com a instituição de ensino. Desta forma, os cursos oferecidos pela UFPB possuem

formato próprio e são divididos segundo uma grade curricular com duração de 4 anos, em 8

semestres organizados em um sistema de créditos semestrais. Cada disciplina online é

composta por um professor e um tutor à distância para cada 100 alunos. Particularmente, em

relação à tutoria à distância, é estabelecida uma carga horária de 20 horas semanais, que pode

ser verificada dentro do ambiente Moodle, através da ferramenta Relatório de Atividades

onde são registradas todas as ações executadas por qualquer indivíduo que esteja cadastrado

previamente. Por meio dessa ferramenta, o coordenador de tutoria (docente responsável pelo

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cumprimento do horário e da qualidade do serviço do tutor à distância), pode controlar todas

as ações dos tutores.

UFPB Virtual é uma modalidade nova em educação na Paraíba, com apenas 2 anos e 6 meses

de existência. Assim, o corpo docente e o número de alunos vêm aumentando a cada semestre

com a abertura de novas disciplinas. O aumento de número de tutores à distância vem

tornando cada vez mais árduo o controle do serviço prestado para o coordenador de tutoria, já

que o Moodle não oferece uma funcionalidade específica para tal propósito, sendo o Relatório

de Atividades o único meio de se obter informações sobre os horários dos tutores.

O principal objetivo deste trabalho é apresentar o protótipo de uma ferramenta que deverá ser

incorporada ao sistema Moodle, possibilitando, de forma mais prática e eficiente, o

gerenciamento das atividades e do horário de trabalho dos tutores pelo coordenador de tutoria.

A fim de verificar aspectos de qualidade desta ferramenta, foi conduzido um experimento de

simulação do uso desta nova funcionalidade para o gerenciamento das atividades dos tutores

que apresenta notável melhoria da gestão dos tutores, promovendo uma diminuição no tempo

de geração do relatório de suas atividades de 16 para 6 minutos (no pior caso). Além disso,

pode-se considerar o sistema mais amigável (user-friendly), uma vez que transforma o

acompanhamento dos tutores em uma tarefa mais acessível; e com menos possibilidades de

erro, já que é gerada com base nos registros do sistema.

O artigo encontra-se organizado da seguinte maneira: na Seção 2 detalha-se a metodologia

utilizada na análise do sistema e no desenvolvimento do protótipo, na Seção 3 apresentam-se

os resultados obtidos e na Seção 4 encontram-se as considerações finais e trabalhos futuros.

2. Metodologia

O desenvolvimento da funcionalidade está dividido em três momentos: a análise, o

desenvolvimento do protótipo e a simulação. Em seguida serão discutidas as metodologias

utilizadas em cada um dos momentos.

2.1 Metodologia da análise

Durante a análise, as atividades realizadas estão expostas no diagrama de Gantt (Figura 1) que

é utilizado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto (WILSON, 2003).

Figura 1 Diagrama de Gantt das atividades da análise

A primeira atividade realizada foi a definição de papéis. Um papel constitui um conjunto de

responsabilidades que determina qual será o comportamento de uma pessoa durante parte do

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processo. No presente trabalho foram definidos: cliente, usuário, gerente, desenvolvedor

(GARCIA, 2004).

A próxima atividade foi uma reunião entre desenvolvedor, gerente, cliente e usuário. O

objetivo do primeiro contato é fazer com que cliente, usuário, gerente e desenvolvedor tenham

uma idéia comum a respeito do sistema que será desenvolvido. Para tanto, foi aplicado um

questionário não-estruturado ao cliente e usuário (RAUTERBERG, 1995).

Ao final da conversa, gerente e desenvolvedor devem ter um idéia bem definida do problema,

conhecer o perfil do usuário do sistema e suas necessidades, saber quais são os requisitos

funcionais e não-funcionais. Com essas informações deve partir para a elaboração dos

documentos da próxima etapa que são o documento de visão, os requisitos, o perfil do usuário

e os objetivos de usabilidade. Tais documentos serão descritos a seguir:

- O documento de visão é um artefato que define em alto nível o domínio do problema, uma

maneira direta de comunicar o que se pretende no projeto para todos os envolvidos. Entre

outras coisas, ele serve para avaliar se a equipe de desenvolvimento entendeu corretamente o

domínio do problema descrito pelo cliente e fazer com que o desenvolvedor pense no sistema

como um todo. (GARCIA, 2004)

- Os requisitos são os objetivos e as restrições, listados pelo cliente e usuário, que definem

características e funções de um sistema. Eles servem para especificar as características do

sistema, ou seja, o que ele deve fazer ou como ele deve operar. Tais requisitos podem ser

funcionais e não-funcionais. Os funcionais descrevem as várias funções que o software deve

possuir. E os não funcionais definem as propriedades e restrições, tais como

manutenibilidade, usabilidade, desempenho (SAIEDIAN, 2000).

- O perfil do usuário é um conjunto de informações relacionadas às características de

potencias usuários do sistema. Tais características devem revelar as habilidades, as limitações,

as preferências, os interesses dos usuários, assim como o conhecimento prévio dos mesmos

com relação a tarefa a ser realizada e ao uso de sistemas computacionais. Serve para que a

equipe de desenvolvimento possa selecionar usuários a fim de inseri-los no processo de

desenvolvimento do sistema (RAUTERBERG, 1995).

- Objetivo da usabilidade é um conjunto de metas de usabilidade, mensuráveis, que devem ser

alcançados pelo sistema. Geralmente se referem à eficácia, eficiência, segurança, aprendizado

e memorização do sistema. Permite avaliar a usabilidade do sistema a partir do tempo que o

usuário leva para executar uma determinada tarefa.(BRINCK, 2002)

Após a validação do cliente e dos usuários dos documentos listados acima são elaborados os

casos de uso. Eles são especificações feitas pelo cliente e usuários a fim de definir o que o

sistema deve ter/fazer. É com base nos casos de uso que as funções do sistema são

implementadas. Para cada caso de uso está associado pelo menos um teste de aceitação e uma

estimativa de tempo.

2.2 Metodologia do desenvolvimento do protótipo

Foi utilizado um conjunto de metodologias para o desenvolvimento do protótipo, conhecidas

como Método Ágil. O método ágil minimiza o risco de obter um resultado que se afaste do

desejado pelo cliente com o desenvolvimento do software em curtos períodos, chamados

iterações. Cada iteração inclui todas as tarefas necessárias para implementar um mini-

incremento da nova funcionalidade (MIKIO, 2004).

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Algumas características do método que podemos destacar como pontos positivos para o

desenvolvimento foram:

- Softwares funcionais devem ser entregues ao final de cada iteração. Assim, poderia ser

usado como métrica de progresso do projeto.

- Cooperação constante entre pessoas que entendem do „negócio‟ e desenvolvedores. Assim,

os desenvolvedores se mostravam motivados e os clientes satisfeitos.

- Simplicidade. Característica essencial para o desenvolvimento rápido e funcional.

- Foco nos indivíduos e iterações mais do que processos e ferramentas.

- Software funcional mais do que documentação extensa.

As atividades foram divididas em três iterações. Após o término do desenvolvimento de uma

iteração, uma versão do software era entregue ao cliente para os testes de aceitação e

validação.

A primeira iteração realizada (Figura 2, atividades de 1 a 4) foi referente às funcionalidades

relacionadas diretamente ao controle do horário. A segunda iteração (Figura2, atividades 6 e

7) inclui os tutores e seus horários específicos. A duas primeiras iterações já ofereciam um

software suficiente para gerenciamento. A terceira iteração foi referente a funcionalidades

adicionais solicitadas pelo cliente e usuário.

O desenvolvimento das iterações e atividades foi controlado segundo o diagrama de Gantt

apresentado na Figura 2.

Figura 2 Diagrama de Gantt das atividades de desenvolvimento do protótipo

2.3 Metodologia da Simulação

Para a etapa de simulação foi estabelecido fluxo de atividades a serem realizados e

cronometrados na versão antiga disponível no Moodle e com a nova ferramenta.

Duas variáveis foram identificadas com relação ao tempo necessário que o coordenador leva

para chegar ao relatório de atividades de cada tutor com seus sub-relatórios: relatório

resumido, relatório completo, logs de hoje, todos os acessos, estatísticas e notas. A saber, Ta

que seria o tempo de acesso a cada funcionalidade e Tv o tempo de verificação da

funcionalidade.

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Foram realizados sucessivos testes com as funcionalidades implantadas no protótipo na busca

pela diminuição do tempo de verificação de horário (Tv) ao longo do processo, fazendo com

que ocorra uma diminuição dos tempos em comparação aos tempos cronometrados na

ferramenta atual.

A representação das atividades, dos tempos médios necessários para executá-las, bem como a

ordem em que são efetuadas e a dependência entre elas foram representadas usando diagrama

de atividades (PAIGE, 2000). A estimativa de tempo utilizada foi uma média estabelecida da

repetição de 20 acessos para cada uma das ferramentas.

3. Resultados

Os resultados obtidos em cada um dos três momentos da concepção deste trabalho (análise,

desenvolvimento e simulação) são apresentados nos tópicos a seguir.

3.1 Resultados da análise

Os papéis foram definidos conforme mostrado na Tabela 1:

Equipe Papel

Coordenador dos tutores cliente/usuário

Tutor do quinto período do curso de matemática usuário

Componente 1 gerente

Componente 2 desenvolvedor

Tabela 1 – Definição de papéis do projeto

Na primeira reunião da equipe, foram discutidos os problemas presentes na plataforma

Moodle em relação ao gerenciamento dos tutores. Foi exposto que a ferramenta utilizada para

o controle dos horários era o Relatório de Atividades que é composta por seis janelas que

fornecem informações variando das mais resumidas às mais detalhadas, passando por gráficos

estatísticos que medem o número de atualizações da página (hits) por dia e por meses. São

elas: Relatório resumido, Relatório completo, Logs de Hoje, Todos os Acessos, Estatísticas

(está desativado) e Notas. O relatório de atividades pode ser visto na Figura 3.

O grande número de informações era desorganizado, algumas desnecessárias e faltavam

algumas informações essenciais. Além disso, a usabilidade da interface não era apropriada

dificultando a manipulação da ferramenta.

Diante dos problemas expostos foi proposto, através do documento de visão a concepção, o

desenvolvimento e a simulação de uma nova ferramenta para gerenciamento dos horários e

atividades dos tutores na plataforma Moodle da UFPB Virtual. O objetivo da funcionalidade é

oferecer de forma simples, fácil e organizada informações sobre os horários em que os tutores

estiveram disponíveis na plataforma para atendimento aos alunos. Aplicação terá dois tipos de

acesso: uma para o tutor e outra para o coordenador.

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Figura 3 Relatório de atividades

Os requisitos funcionais presentes na ferramenta na visão do coordenador seriam:

- Listagem com os tutores regulares, ou seja, os que cumpriram o horário.

- Listagem com os tutores irregulares, ou seja, os que não cumpriram o horário.

- Detalhamento do horário cumprido pelo tutor no dia, no mês e no semestre.

- Porcentagem representando o horário cumprido de um determinado tutor.

- Função para especificar faltas justificadas.

- Emissão de relatórios da última hora, do dia, do mês e do semestre em relação aos tutores

em geral.

Na visão do tutor os quesitos seriam:

- Status informando se está dentro de seu horário.

- Porcentagem representando o cumprimento de carga horária.

- Número de horas que faltam para cumprir o horário de atendimento.

- Detalhamento de seu horário.

Durante o levantamento dos requisitos não funcionais foi verificado que os itens desejados

pelos usuários e cliente estavam todos relacionados aos objetivos de usabilidade, sendo eles:

- Sistema de acesso rápido. O tempo de resposta não deve demorar muito, já que é objetivo

diminuir o tempo necessário para o gerenciamento dos tutores.

- Documentação interna completa. É preciso que o código esteja bem documentado para que

futura manutenção e refatoramento de código não sejam complexas.

- Facilidade de uso. Interface simples e com elementos intuitivos.

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Diante da especificação do problema formalizado e validado pelo cliente foram formulados os

casos de uso e os testes de aceitação para os requisitos as atividades a serem desenvolvidas

no desenvolvimento de protótipo, os quais são apresentados resumidamente no diagrama de

Gantt da Figura 4. O tempo estimado para implementação de cada caso de uso foi de 12 horas

úteis.

Figura 4 Diagrama de Gantt dos casos de uso

Com a aprovação dos documentos da análise pelo cliente e pelo usuário houve uma

fundamentação sólida para o desenvolvimento do protótipo.

3.2 Resultados do desenvolvimento do protótipo

O protótipo contém interfaces para as duas visões dos dois tipos de usuários: a do

coordenador e a dos tutores. Primeiro, será tratado a visão do coordenador.

Levando em consideração os requisitos funcionais levantados, o perfil do usuário, os

objetivos de usabilidade e as preferências do cliente e usuário, a primeira tela da

funcionalidade do gerenciamento dos tutores seria em relação aos tutores monitorados em

geral. Como pode ser visto na Figura 5, foi disponibilizada duas listagens: uma dos tutores

regulares e outra dos tutores irregulares, isto é, os tutores que não cumpriram o horário de

atendimento em sua totalidade.

Figura 5 Tela inicial da visão do coordenador

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Para evitar acúmulo de informação, a funcionalidade de emissão de relatório dos tutores em

geral foi colocada em um botão na parte inferior da tela. Ao apertar o botão, uma nova janela

(pode ser vista na Figura 6) será aberta e será solicitado o período ao qual irá corresponder o

relatório. Após a seleção e confirmação, será feito o download do relatório pedido no formato

PDF.

Figura 6 Tela para escolha de período de relatório

Para detalhamento do horário de um tutor específico, deve-se usar o duplo clique do mouse

em cima de seu nome e será aberta uma nova tela com informações sobre o tutor escolhido,

como pode ser visto na figura 7.

Figura 7 Tela de informações especificas de um tutor

Na parte superior da tela temos disponível a foto, o nome e a disciplina do tutor para sua

identificação. Além disso, temos um resumo da situação do cumprimento do horário com um

percentual que representa o número de horas trabalhadas, com uma fonte maior e cor

destacada para uma fácil identificação, e a informação do número de horas que não foram

cumpridas pelo tutor.

Abaixo, do lado esquerdo temos o detalhamento do horário do tutor para o dia corrente, a

semana e o semestre. No lado direito temos quatro botões: um para o relatório de atividades

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(funcionalidade disponível do Moodle), um para justificar falta (Figura 8), um para enviar

mensagem para o tutor (funcionalidade disponível no Moodle) e um com a opção de voltar.

Após o clique no botão de justificar falta, uma tela possibilita a escolha o número de horas

não cumpridas que foram justificadas. Confirmado o número horas, estas serão descontadas

do número de horas devidas e somadas a horas trabalhadas.

Figura 8 Tela de justificativa de falta

Para a visão do tutor, foi especificado que cada um só teria acesso a informações sobre o seu

próprio horário. Levando em consideração os requisitos, os objetivos de usabilidade, o perfil

dos usuários e customizações feitas pelo usuário foi concebido a interface e as

funcionalidades da página principal para gerenciamento do próprio horário (Figura 9).

Figura 9 Tela inicial da visão tutor

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Na parte superior, encontra-se foto e nome que o identifica, e o resumo da situação do seu

horário, contendo: porcentagem que representa o número de horas trabalhadas, um status que

mostra se ele está online em seu horário de atendimento e o número de horas que deve para

cumprir horário

Abaixo, do lado esquerdo, encontra-se o plano de trabalho proposto para o horário de

atendimento e detalhamento de horário para o dia corrente e semana. Do lado direito, existem

2 botões que acessam funcionalidades presentes no Moodle. O botão “Acessar Disciplina” vai

direto para a página da disciplina do tutor e o botão “Justificar Falta” vai para o campo de

enviar mensagem para o coordenador dos tutores.

3.3 Resultado da simulação

Em entrevista com o coordenador dos tutores e analisando o Relatório de Atividades, foram

identificados os fluxos de atividades que o coordenador acessa para verificação dos tutores.

Os tempos identificados para as atividades resultaram de 20 acessos aleatórios à disciplina.

Apesar de ambos dependerem da conexão com a Internet e o Tv conter incertezas

provenientes da avaliação do coordenador, após esse número de cronometragens, estimou-se

uma média para estes tempos. No diagrama de atividades mostrado na Figura 10, os tempos

médios identificados resultam da soma Ta + Tv.

Figura 10 Diagrama de atividades da funcionalidade antiga

Foi definido o fluxo de atividade para a verificação de um tutor para a nova funcionalidade.

Após 20 acessos foi determinada a média de tempo para o acesso de cada funcionalidade. Os

resultados da simulação estão descritos do diagrama de atividades mostrado na Figura 11.

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Figura 11 Diagrama das atividades para a nova funcionalidade

Fazendo um comparativo do número de atividades no diagrama da funcionalidade antiga

(Figura 10) com o diagrama da nova funcionalidade (Figura 11), observa-se que houve uma

redução das mesmas. Para o pior caso, na funcionalidade antiga, entre fazer o login e ter um

“tutor verificado” tem-se 9 atividades. Com a utilização do protótipo, são necessárias apenas 3

atividades para toda a checagem de regularidade dos horários.

A Tabela 2 abaixo mostra o tempo total para verificação do horário de um tutor para o pior

caso nas duas funcionalidades.

Ferramenta Tempo

Ferramenta oferecida pelo Moodle 16 minutos e 46 segundos

Protótipo 6 minutos e 22 segundos

Tabela 2 – Tempo total de verificação nas ferramentas

O comparativo feito acima comprova que houve de fato uma redução nos tempos necessários

para a execução de cada atividade, fruto de uma melhor organização dos dados observados no

atual modelo e de eliminações de rotas percorridas para acessar informações descentralizadas.

Assim, além da redução de tempo, a ferramenta tornou-se mais amigável, facilitando a tarefa

do coordenador.

Em relação ao tempo total de verificação dos tutores, foi verificado que na funcionalidade

antiga era necessário pesquisar individualmente todos os tutores para obter uma listagem

contendo os tutores irregulares. Usando o protótipo, essa listagem já está disponível

diretamente para o coordenador. Como o maior interesse é notificar os tutores irregulares,

através do uso dessa funcionalidade o coordenador acessará apenas a listagem dos mesmos.

4. Considerações finais

O gerenciamento dos tutores no ensino à distância representa um desafio, já que esta

modalidade de ensino vem crescendo bastante nos últimos anos e, conseqüentemente, o

número de tutores tem aumentado proporcionalmente. Este trabalho estudou especificamente

como melhorar o gerenciamento dos tutores que são monitorados através do sistema Moodle,

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utilizado pela UFPB Virtual. Através da análise das atividades realizadas nesta tarefa, foi

possível desenvolver uma funcionalidade que, além de melhorar a usabilidade do sistema,

tornando-a mais amigável, aumenta consideravelmente a produtividade dos coordenadores

dos tutores.

A complexidade no modo de gerenciamento dos horários na ferramenta Relatório de

Atividades foi satisfatoriamente reduzida, proporcionando uma redução no tempo de geração

deste relatório de 16 para 6 minutos, no pior caso. Tal aperfeiçoamento se deu através das

reduções nos tempos de acesso à listagem de tutores, verificação do perfil de cada um deles e

acesso a listagem de disciplinas, além da eliminação de tempos de verificação. Conseguiu-se

organizar de forma mais simples as funcionalidades segundo os graus de semelhança

verificados, possibilitando a inserção de novas funcionalidades necessárias para a avaliação

da situação do horário do tutor e da forma como o mesmo presta o serviço pela plataforma de

ensino.

As próximas contribuições pretendidas na continuação deste trabalho referem-se à

implantação dessa ferramenta no Moodle como ferramenta localizada em “Administração”,

que é um local onde se concentram algumas ferramentas específicas para cada ator

participante do ambiente virtual de aprendizagem Moodle. Tornando-se, assim, a ferramenta

na qual o coordenador de tutoria poderá melhor controlar os tutores do curso à distância do

qual fazem parte. Essa nova etapa fechará o ciclo que se iniciou com a identificação do

problema, passou pela formulação do protótipo, criação do protótipo, teste de aceitação e

correção de falhas do protótipo, para então ser viabilizado por meio da implantação como

ferramenta integrada ao Moodle.

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