UMA ESPLANADA SOBRE O MAR

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UMA ESPLANADA SOBRE O MAR Vergílio Ferreira

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UMA ESPLANADA SOBRE O MAR. Vergílio Ferreira. Vestia de branco e era loura mas estava muito queimada do sol. Branco: cor da morte e do luto cor da mortalha, dos espectros, de todas as aparições cor da revelação Cabelo louro: cor do sol e da mulher que incarna a presença/ luz. - PowerPoint PPT Presentation

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UMA ESPLANADA SOBRE O MAR

Vergílio Ferreira

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Vestia de branco e era loura mas estava muito queimada do sol.

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Branco: • cor da morte e do luto• cor da mortalha, dos espectros, de todas

as aparições• cor da revelação

Cabelo louro: • cor do sol e da mulher que incarna a

presença/ luz

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Era a meio da tarde e o sol batia em cheio no mar, que se espelhava aqui e além em placas rebrilhantes.

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• O Sol: luz dura e crua

meio da tarde meio da vida

• descida do sol: aproximação da angústia nocturna; a morte

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O céu estava muito azul e o ar era muito límpido, mas no limite do mar havia uma leve neblina e os barcos que aí passavam tinham os traços imprecisos como se fossem feitos também de névoa.

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• Céu azul local de migração da alma

• Limite do mar mar: a origem, a vida

limite: o fim, a morte• Leve neblina a ausência/ presença

ligada ao adeus

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Na praia que ficava em baixo não havia quase ninguém e o mar batia em pequenas ondas na areia. A espuma era mais branca, iluminada do sol, e o ruído do mar era quase contínuo e espalhado por toda a extensão das águas.

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• Praia lugar de encontro com a presença, a verdade do ser

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O céu estava muito azul…

Tinha os olhos azuis muito brilhantes…

Ao lado da mesa estava montado um guarda-sol giratório de pano azul que o criado veio regular para acertar bem a sombra.

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Azul

• a mais profunda das cores

• a mais imaterial das cores

• o azul não é deste mundo: sugere a ideia da eternidade tranquila que é sobre-humana ou inumana

• os egípcios consideravam o azul como a cor da verdade

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Ele sorriu-lhe e tomou-lhe uma das mãos que tinha sobre a mesa.

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• Mão: símbolo do gesto do adeus

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- Nunca reparaste que há certas coisas que nós vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira?

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• Olhar e ver: momento da revelação, da aparição, da verdade

descoberta do Eu e da Vida

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Com esta luz e esta alegria de Verão e este bem-estar de uma esplanada…

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Verão:

• apogeu solar

• estação da maturidade e divinização do Homem

• inscrição da perfeição para a eternidade

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- Pediste-me para estar aqui às quatro horas.

Havia um relógio na secretária e olhei as horas. Eram cinco precisas.

E três meses no máximo.

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O Tempo:

• 4 horas - o pico da tarde pico da vida

• 5 horas – 5 representa a junção do princípio divino (3) e do princípio terrestre (2), sendo, por isso, símbolo da vontade divina/ destino

• 3 meses de vida – o 3 representa a perfeição da unidade divina, a totalidade a que nada pode ser acrescentado

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O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas. Um barco à vela atravessou-a e um momento foi como se as chamas o envolvessem.

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. Barco – veículo da viagem marítima que designa a própria vida ; leva a um rumo

que conduz a um

destino

viagem por mar; a água é o lugar da navegação

. Sol fogo (sobreposição do fogo à

água)

presente que se impõe ao passado; devastação do presente - APOCALIPSE

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Havia no rapaz uma notícia a dar…

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Tudo pode estar certo talvez a qualquer hora. Menos essa banalidade ridícula da morte. De tudo se pode falar, menos dela. Nem falar, nem filosofar, nem fazer seja o que for que a tenha a ela em conta. Há uma aliança contra ela como contra uma infâmia. Ou como se o não falar a excluísse. E é a única verdade perfeita.

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Creio que vou viver agora mais intensamente. Dia a dia. E três meses no máximo.

Tu pensa no que quiseres e verás que tudo erra. Há só uma coisa que não. E é do que se não pode falar.

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A Morte

• presente em todo o discurso de forma subentendida

• ambígua - faz aparecer a vida por oposição

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Português10º ano