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Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17 Médico quer 4ultrassons por gestante MICROCEFALIA Coordenador no Cisam defende diagnóstico mais preciso. Hoje na rede pública mulheres fazem até 3 exames O coordenador de Medicina Fetal do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Pedro Pires, defende que as gestantes atendidas na rede pública de saúde se submetam a uma quarta ultrassonografia, caso haja dúvida quanto ao diagnóstico de microcefalia no bebê. Em geral, essas mulheres fazem até três exames durante o pré- natal. Por enquanto, não há um padrão a ser seguido pelos médicos. Isso só deve acontecer quando sair o protocolo de atendimento às grávidas que está sendo formulado pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. A expectativa é de que a normativa, que deveria ter sido apresentada em 13 de novembro, seja divulgada nos próximos dias. "A demora de sair esse protocolo está atrapalhando, deixando muitos colegas sem respostas. É importante que haja uma padronização para que todos falem a mesma linguagem", diz Pedro Pires. "Na maioria das vezes, as grávidas só começam o pré-natal depois de passado o período ideal para realizar a primeira ultrassonografia (entre a 11ª e a 14ª semana de gestação)", observa o médico, que também é professor da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele diz que diante do atual cenário da doença no Estado é fundamental que o intervalo entre os exames seja rigorosamente cumprido - recomenda-se que o segundo ultrassom ocorra entre a 20ª e a 24ª semana e o terceiro, entre a 28ª e a 32ª semana. "O quarto exame deve ser feito entre a 32ª e a 36ª semana, caso haja suspeita de microcefalia", destaca Pedro Pires, que conduziu uma capacitação, ontem pela manhã, para 31 médicos ultrassonografistas que atuam nas redes municipal e conveniada de saúde do Recife. O treinamento foi na Faculdade de Enfermagem da UPE, em Santo Amaro, área central do Recife. "Seria bom se as gestantes fizessem, pelo menos, três ultrassonografias, mas a maioria só passa por duas. O terceiro exame nos ajudaria a melhorar o diagnóstico, daria mais segurança", diz a médica Lina Soares, que realiza o exame nas grávidas atendidas na Maternidade Barros Lima, em Casa Amarela, Zona Norte. A unidade de saúde é uma das três da rede municipal de saúde onde as mulheres do Recife têm seus bebês. A gerente-geral de Políticas Estratégicas e Atenção Básica do Recife, Zelma Pessôa, reforça a importância do protocolo que está em elaboração. "O documento deve orientar quantas e em que momento será necessário realizar as ultrassonografias.

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Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Médico quer 4ultrassons por gestante MICROCEFALIA Coordenador no Cisam defende diagnóstico mais preciso. Hoje na rede pública mulheres fazem até 3 exames O coordenador de Medicina Fetal do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Pedro Pires, defende que as gestantes atendidas na rede pública de saúde se submetam a uma quarta ultrassonografia, caso haja dúvida quanto ao diagnóstico de microcefalia no bebê. Em geral, essas mulheres fazem até três exames durante o pré-natal. Por enquanto, não há um padrão a ser seguido pelos médicos. Isso só deve acontecer quando sair o protocolo de atendimento às grávidas que está sendo formulado pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. A expectativa é de que a normativa, que deveria ter sido apresentada em 13 de novembro, seja divulgada nos próximos dias. "A demora de sair esse protocolo está atrapalhando, deixando muitos colegas sem respostas. É importante que haja uma padronização para que todos falem a mesma linguagem", diz Pedro Pires. "Na maioria das vezes, as grávidas só começam o pré-natal depois de passado o período ideal para realizar a primeira ultrassonografia (entre a 11ª e a 14ª semana de gestação)", observa o médico, que também é professor da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele diz que diante do atual cenário da doença no Estado é fundamental que o intervalo entre os exames seja rigorosamente cumprido - recomenda-se que o segundo ultrassom ocorra entre a 20ª e a 24ª semana e o terceiro, entre a 28ª e a 32ª semana. "O quarto exame deve ser feito entre a 32ª e a 36ª semana, caso haja suspeita de microcefalia", destaca Pedro Pires, que conduziu uma capacitação, ontem pela manhã, para 31 médicos ultrassonografistas que atuam nas redes municipal e conveniada de saúde do Recife. O treinamento foi na Faculdade de Enfermagem da UPE, em Santo Amaro, área central do Recife. "Seria bom se as gestantes fizessem, pelo menos, três ultrassonografias, mas a maioria só passa por duas. O terceiro exame nos ajudaria a melhorar o diagnóstico, daria mais segurança", diz a médica Lina Soares, que realiza o exame nas grávidas atendidas na Maternidade Barros Lima, em Casa Amarela, Zona Norte. A unidade de saúde é uma das três da rede municipal de saúde onde as mulheres do Recife têm seus bebês. A gerente-geral de Políticas Estratégicas e Atenção Básica do Recife, Zelma Pessôa, reforça a importância do protocolo que está em elaboração. "O documento deve orientar quantas e em que momento será necessário realizar as ultrassonografias.

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Uma das sugestões é que o terceiro exame aconteça no terceiro trimestre de gestação, quando é possível ter uma evolução da curva do tamanho da cabeça do bebê", afirma Zelma. Na próxima quarta-feira (9) obstetras, neonatologistas e enfermeiros das três maternidades municipais também vão passar por capacitação. A Secretaria de Saúde de Pernambuco não informa quando o protocolo de conduta com as gestantes será apresentado. Diz apenas que está trabalhando para finalizá-lo o mais rapidamente possível.

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Treinamento para soldados no interior Amanhã, enquanto um grupo de 200 militares entra em campo para apoiar as ações de combate ao Aedes aegypti no Recife, outros 550 soldados do Exército Brasileiro começam a ser preparados pela Secretaria Estadual de Saúde para desempenhar a mesma função também em municípios do interior. O treinamento será realizado em unidades da corporação localizadas no Recife, São Bento do Una, Garanhuns e Petrolina. "A capacitação é simples e será feita em um ou dois dias", informa o general Antônio Eudes Lima da Silva, comandante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada. Segundo

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ele, os militares trabalharão em dupla, acompanhando um agente epidemiológico, das 8h às 17h, provavelmente incluindo fins de semana, para vencer a guerra contra o mosquito Aedes aegypti. A parceria com o Estado terá duração de três a seis meses. José Iran Costa, secretário de Saúde de Pernambuco, informa que a mobilização cobrirá todo o Estado, com ênfase para as 14 cidades do Grande Recife e mais 19 municípios da Zona da Mata, Agreste e Sertão prioritários no controle do mosquito, no momento. O apoio do Exército foi definido em reunião na sede da secretaria, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, das 8h30 às 10h30 de ontem. No encontro, também ficou definido que o Centro Integrado de Operações do Estado, que atua em situações de emergência (enchentes, grandes eventos) também será acionado para reforçar o monitoramento. "Já temos o Comitê Estadual de Mobilização, formado por mais de 30 instituições. Agora contamos com o apoio do Exército. Trabalharemos todos juntos", declara o secretário. APELO Ele adianta que haverá grande mobilização para envolver a população na luta contra o mosquito, transmissor de doenças como dengue, zica e chicungunha. "As pessoas precisam abrir suas casas para os agentes e ajudar no combate às larvas porque 95% dos focos estão dentro das residências", alerta José Iran. Os técnicos da força-tarefa deverão se reunir de forma permanente. Além do Exército, participaram da reunião os Bombeiros Militares, Polícia Militar de Pernambuco, Defesa Civil e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde. A Secretaria de Defesa Social e a Defesa Civil, destaca o secretário, sempre auxiliam esse tipo de ação com transporte e logística.

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Pontos sob investigação O MINISTÉRIO DA SAÚDE não tem dúvidas sobre a relação entre o aumento do número de recém-nascidos com microcefalia e a infecção pelo vírus da zika na gestação. Apesar dessa comprovação, os estudos continuam investigando outros pontos que podem estar relacionados ao aumento dessa malformação nos bebês, especialmente para analisar se o vírus seria responsável, de forma isolada, por mudar o padrão de ocorrência dessa anomalia congênita, que tem como causas habituais a toxoplasmose, a rubéola e o citomegalovírus. "Recentemente, tivemos um aumento de circulação de vírus no Estado, como os de dengue, chicungunha e zika. Então, precisamos pensar se é mesmo só um agente que pode causar a microcefalia ou se algumas associações entre vírus facilitam o aparecimento de agressões maiores em nível de comprometimento neurológico", explica a chefe do Setor de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Ângela Rocha. Ontem, na unidade de saúde, ela recebeu uma comitiva formada por representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Centro de Prevenção e Controle de

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Doenças dos Estados Unidos, do MINISTÉRIO DA SAÚDE e da Secretaria de Saúde de Pernambuco. Eles conheceram a conduta da força-tarefa pernambucana que tem investigado os novos casos de microcefalia. "A intenção da comitiva foi conhecer o nosso trabalho, já que se trata de uma situação inédita mundialmente." A visita aconteceu um dia depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir alerta para todos os países reforçarem a vigilância, diante do aumento de infecções provocadas pelo vírus da zika.

Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Bolhas não preocupam Pediatras do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e do HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Oswaldo Cruz (Huoc) têm atendido, nas últimas três semanas, bebês de até2meses de vida com um quadro clínico que mescla febre em graus variados, manchas vermelhas na pele e irritabilidade. Entre dois e três dias após o início desses sintomas, os bebês apresentam vesículas e bolhas na pele - manifestações que fogem do padrão das viroses mais observadas pelos médicos entre as crianças muito pequenas. "Mas é um quadro clínico que nada tem a ver com microcefalia. Estamos investigando todas as possibilidades, inclusive enteroviroses, que podem se manifestar com bolhas, e chicungunha, cujo vírus tem circulado em Pernambuco. Mas tudo ainda é uma hipótese", diz a chefe do Setor de Infectologia Pediátrica do Huoc, Ângela Rocha. Em nota, o Imip confirma que atendeu crianças com poucos meses de vida apresentando esse quadro clínico. Algumas foram internadas e, em seguida encaminhadas para o Huoc. A instituição reforça que esses casos não têm correlação com os casos mais recentes de microcefalia. "Um detalhe importante é que a maioria dessas crianças tem evoluído bem, sem gravidade", salienta a médica Nara Cavalcanti, coordenadora da enfermaria de pediatria do Imip e do Huoc. Outro ponto importante, segundo Nara, é que o estudo do líquido da coluna dessas crianças apresentou normalidade, o que afasta possibilidade de comprometimento neurológico. "A nossa maior suspeita em relação à causa desse quadro tem sido a chicungunha porque, ao fazermos uma revisão na literatura mundial, encontramos casos semelhantes em crianças de países que tiveram surto da doença confirmado, como a Índia. Acreditamos muito nessa hipótese, mas ainda não podemos confirmá-la porque aguardamos resultados de exames de sangue dos bebês que atendemos", explica Nara. A pediatra acrescenta que, nessas crianças, não são observados inchaço e vermelhidão nas articulações. Ao todo, em três semanas, o Huoc e o Imip atenderam até 15 bebês com esse quadro clínico.

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"Não deem ouvidos a boatos", diz médica À medida que os casos de microcefalia avançam no Estado, cresce a preocupação com as consequências de uma infecção pelo zika vírus. Mas os médicos alertam que essa é a hora de manter a tranquilidade e não dar ouvidos a especulações sem embasamento científico, como boatos de que crianças menores de sete anos, expostas ao vírus, terão problemas neurológicos. Ainda há muito estudo pela frente até que a medicina consiga determinar todas as repercussões dessa nova infecção. "Já sabemos que o vírus é neurotrópico (tem predileção pelo sistema nervoso central e periférico), mas o que ele vai provocar? É preciso investigar mais para ver como se manifesta no corpo", ressalta a neurologista infantil Adélia Henriques, que atende no Imip e Hospital da Restauração. Ela acrescenta que, embora o zika vírus esteja circulando desde a década de 50 do século 20, não há relato na literatura médica sobre os comprometimentos neurológicos causados por ele. "Estamos diante de algo novo. Tudo que aparecer daqui para frente nós vamos pesquisar", reforça. A médica lembra o que aconteceu no advento da aids. "Quando os casos começaram a surgir, ainda não se sabia se havia relação do vírus HIV com outras doenças", lembra Adélia Henriques, que recomenda prudência à população. "Em caso de dúvida, a pessoa deve procurar o médico e não dar ouvido a qualquer boato que surja. O MINISTÉRIO DA SAÚDE está lidando com a situação de forma transparente. Nada está sendo escondido." Na avaliação do neurogeneticista João Ricardo Mendes de Oliveira, do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), ainda não há sequer como determinar que o zika vírus seja o único responsável pelo surto de microcefalia pela falta de um estudo controlado. "Numa situação caótica como essa, geralmente há pressa em encontrar resposta", destaca, mostrando que o jornal científico PLOS publicou artigo sobre um estudo que associa casos de encefalopatias (incluindo microcefalia) ocorridos na Polinésia Francesa, em 2014, à chicungunha.

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Sem registro da anomalia Assim que deu à luz o pequeno Fabrício, no dia 18 de novembro, a dona de casa Cíntia da Silva, 28 anos, soube que ele tem microcefalia – uma condição que não apareceu nas duas ultrassonografias que ela realizou na rede pública: a primeira durante a 21ª semana de gestação; a segunda, na 29ª semana. “Estava tudo certinho na minha gravidez. Não imaginei que fosse acontecer comigo uma situação que eu já estava vendo na televisão. Na hora que soube, foi um choque. Agora, estou me sentindo melhor com o apoio que tenho recebido da minha família”, relata. Ela conta com o suporte da irmã, a dona de casa Silvânia da Silva, 31, para levar o filho a tantas consultas com médicos nesses primeiros dias de vida. “Sempre me perguntam se tive alguma coisa na gravidez. A única coisa que me lembro são das manchas

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vermelhas com coceira na pele que apareceram do quarto para o quinto mês”, diz Cíntia, que leva Fabrício amanhã para uma consulta no Setor de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz – unidade que tem concentrado para investigação casos de microcefalia em todo o Estado de Pernambuco. “Daqui para frente, espero que dê tudo certo e que ele consiga ser acompanhado por neuropediatra”, diz Cíntia. Ela recebe apoio do Espaço Mãe Coruja Água Fria, na Policlínica Salomão Kelner, Zona Norte do Recife. “Em toda a capital pernambucana, temos acompanhado três bebês com microcefalia e todos já foram encaminhados para os centros de referência no atendimento”, diz a coordenadora do Mãe Coruja Recife,Carmen Albuquerque. Ela assegura que toda a equipe da atenção básica tem sido capacitada para oferecer assistência e cuidados às famílias que têm bebês com microcefalia. “Realmente nós fomos surpreendido com essa situação, mas estamos fazendo uma escuta dessas mães de forma humanizada. Além disso, todas as grávidas do nosso espaço estão recebendo orientações adequadas. Muitas estão receosas só de pensar no que pode acontecer na gestação. Precisamos fazer um trabalho educativo e acolhedor”, reforça a enfermeira Cecília Cartaxo, do Mãe Coruja Água Fria.

Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Denuncie focos do mosquito PREVENÇÃO O combate ao Aedes aegypti também depende da população para obter sucesso. Irregularidades devem ser relatadas Identificou um possível foco do Aedes aegypti, mosquito causador da dengue, chicungunha e zika perto de casa? Então, é hora de denunciar para que as medidas de erradicação sejam tomadas pelo poder público. As Vigilâncias Sanitárias do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, as três cidades com maior população na Região Metropolitana, estão atentas ao problema e prometem agir. O secretário de Saúde da capital, Jailson Correia, diz que é imprescindível a participação da população e da sociedade civil para evitar que os focos de reprodução do mosquito aumentem. “Os agentes de saúde ambiental e controle de endemias estão diariamente nas ruas vistoriando os imóveis. Os moradores precisam fazer a sua parte e seguir as orientações, contribuindo para cuidar da sua própria saúde e de sua família”, destaca Jailson. “É importante que a população denuncie onde há focos do mosquito”, observa o secretário. A pedagoga aposentada Maria José Matos, 74 anos, não tem plantas naturais em casa para evitar o acúmulo de água, que poderia causar dengue. Os ralos das pias do banheiro e da cozinha estão sempre fechados. Vizinha de um terreno que está com uma grande poça d’água, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital, ela dorme com mosquiteiro. “Sempre tive o hábito de usar mosquiteiro, desde quando meus filhos eram pequenos. Agora, mais ainda com tantos casos de dengue, zika e chicungunha”, afirma Maria José, que reside em um apartamento no 12º andar. “Já denunciamos várias vezes à prefeitura essa poça no terreno vizinho. Vieram algumas vezes, mas o problema não é resolvido”, lamenta. A piscina do Colégio Nossa Senhora do Carmo, na Boa Vista, retratada na capa do JC de ontem, foi esvaziada. Dono de uma loja de mosquiteiros há 18 anos no Centro do Recife, Carlos André Souza diz que as vendas aumentaram. “Vendemos entre 35 a 40 peças por dia. Antes a média

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era de 20 a 25. A maioria são grávidas, preocupadas com a microcefalia”, relata. A Prefeitura de Jaboatão encaminhou, ontem, em regime de urgência, um projeto para a Câmara de Vereadores para que uma lei garante que agentes ambientais tenham acesso a imóveis fechados, abandonados ou que os donos se recusam a abrir a porta. De janeiro até o dia 21 de novembro, a cidade teve 7.170 casos notificados de dengue (432 confirmados).

Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Campanha em prol do Hospital da Mirueira O grupo Doutores da Felicidade que há sete anos realiza ações com moradores de rua e em hospitais da Região Metropolitana do Recife, inicia a campanha S.O.S. Mirueira. O objetivo é arrecadar alimentos, materiais de limpeza e higiene pessoal e roupas para o Hospital Geral da Mirueira (Sanatório Padre Antônio Manuel). A microcidade, localizada em Paulista, foi fundada em 1941 para atender recomendações do serviço de profilaxia da hanseníase. O espaço conta com ambulatório aberto à comunidade e atendendo nas especialidades de pediatria, dermatologia, cardiologia, odontologia, ginecologia, clínica-geral e cirurgias vasculares. Por mês, há cerca de 10 mil atendimentos. Quem desejar participar da campanha - doando ou funcionando como ponto de arrecadação - pode entrar em contato pelos telefones: (81) 99772-6144 e 99743-7560.

Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Audiência vai debater falta de leitos de UTI O MINISTÉRIO PÚBLICO de Pernambuco (MPPE) realizará, na próxima quinta-feira (10), audiência pública para discutir a insuficiência de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede pública e conveniada do Sistema Único de Saúde em Pernambuco (SUS-PE). A audiência será às 13h, no auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto, na Rua do Hospício, 875, no Centro do Recife. De acordo com a Central de Regulação de Leitos, há cerca de 100 pacientes à espera de um leito, diariamente. Segundo a promotora de justiça de Defesa da Cidadania da Capital, Helena Capela, apesar das providências já adotadas pelo governo, em virtude de anteriores acionamentos do MPPE, o quantitativo de leitos de UTI ofertados mostra-se insuficiente para atender a alta demanda existente. Essa audiência tem o intuito de definir ações e medidas a serem adotadas pelo poder público para resolver o problema.

Jornal do Commercio - PE 03/12/2015 - 08:17

Voz do Leitor Ação efetiva de combate ao mosquito Foi preciso que se chegasse a um estado de calamidade para o governo mostrar interesse em acabar com o Aedes aegypti. Há anos o Brasil sofre com a dengue e nada de sério no combate ao mosquito foi feito. Cobramos alguma atitude com ajuda das comunidades, paróquias, Exército no combate ao mosquito e uma conscientização do perigo que corremos. Mas estavam muito ocupados com outros interesses. Vamos esperar que

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agora haja uma ação real e efetiva. Seria bom, também, que divulgassem um telefone para denúncias de possíveis focos. Cristina Leão [email protected] Epidemia Senhores gestores públicos, diante da situação causada pelo zika vírus, está mais do que na hora de investir em cuidados essenciais à população, como saneamento básico. Caso contrário, certamente, outras epidemias virão... Ladjane Delgado [email protected] Custos da microcefalia Os governos estadual e municipal entraram em situação de emergência por seis meses e conseguiram R$25 milhões para o combate ao Aedes aegypti e tratamento das mães e crianças com microcefalia. Prometeu que no futuro vai continuar cuidando. A criança que nasce com microcefalia pode viver até idade adulta e vai precisar, pro resto da vida, de fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, neurologia e medicina clínica, além de medicamentos especiais. Serão necessárias vagas em escolas aptas a lidar com esses casos. Para atender às centenas de crianças diagnosticadas, o Estado vai precisar gastar muito dinheiro. As ONGs que hoje trabalham com crianças deficientes não têm condições de receber tanta gente. O Estado vai garantir tudo isso como prioridade para, no mínimo, os próximos 50 anos, ou será uma promessa a ser esquecida? Janice Albuquerque, por e-mail

Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Exército atuará com 750 homens contra o Aedes Duzentos soldados já capacitados farão o trabalho de combate ao mosquito. Outros 550 militares passarão por treinamento Ocombate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika vírus, ganha um novo reforço a partir de amanhã. Militares do Exército estarão nas ruas para apoiar o trabalho dos agentes de saúde ambiental e controle de endemias que fazem visitas às casas dos pernambucanos para erradicar focos do mosquito. Ontem, o governo do estado e a Prefeitura do Recife firmaram parcerias com o Comando Militar do Nordeste. Inicialmente, 200 homens já capacitados farão o trabalho. Outros 550 militares devem passar por treinamento e integrar o serviço posteriormente. Pela manhã, o comandante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, general Antônio Eudes Lima, participou de reunião com o secretário estadual de Saúde, José Iran Costa. A parceria com o estado foi firmada para realizar o trabalho como agentes de campo no controle do vetor nas cidades da Região Metropolitana do Recife e em 19 municípios com maior incidência de casos de dengue e chikungunya no interior. O Comitê Estadual de Combate ao Aedes aegypti coordenará as ações contra o mosquito, atuando no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), no bairro de São José, Centro do Recife. De lá, será realizado o monitoramento das ações de combate ao mosquito além da coleta e análise das informações sobre os indicadores epidemiológicos das doenças. "A secretaria vai monitorar semanalmente os principais

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municípios com focos e, assim, será acionado e fortalecido o trabalho de campo", explicou José Iran Costa. Os primeiros municípios a receber, amanhã, soldados do Exército no trabalho de campo serão as cidades da Região Metropolitana do Recife, além de São Bento do Una, Garanhuns e Petrolina. "Iniciaremos o trabalho na RMR, pois já contamos com um bom contingente de soldados capacitados, que realizaram o mesmo trabalho no primeiro semestre. Eles atuarão em duplas com um agente municipal. É importante destacar a necessidade de a população facilitar o acesso e nos receber em suas residências", afirmou o general Antônio Eudes Lima. Na tarde de ontem, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, também tiveram encontro com representantes do Exército para firmar parcerias no combate ao mosquito. "Pactuamos o início das ações imediatamente. Nossos agentes estão nas ruas. Agora, contaremos com os militares e vamos aumentar em 30% a capacidade de atuação", destacou o prefeito. "Iniciaremos os trabalhos com os 200 (militares), mas esse número pode chegar a mil com novos treinamentos", completou o comandante Militar do Nordeste, o general Manoel Pafiadache.

Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Igreja e escolas privadas no combate A influência da Igreja Católica e das escolas particulares do Recife poderá ser usada para ajudar no combate ao Aedes aegypti. Hoje, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, tem reunião, às 8h30, com o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, para solicitar apoio. O objetivo é engajar padres e grupos católicos na divulgação de informações e na erradicação do mosquito. A administração municipal pretende ainda conversar com diretores de colégios particulares, já que ações na rede pública de ensino estão sendo realizadas. Na terça-feira, foi publicado no Diário Oficial do Recife o decreto 29.279, que declara situação de emergência na capital por causa da epidemia de dengue, chikungunya e zika vírus. “A Igreja Católica, devido à abrangência, deverá reforçar o trabalho das equipes da Secretaria de Saúde do Recife e outros órgãos e secretarias municipais”, informou a prefeitura. O prefeito explicou que os pedidos de apoio acontecem porque uma abordagem mais forte contra o mosquito é necessária. “As pessoas passaram a conviver com a dengue como uma doença menos grave, quase uma gripe. Agora, porém, é preciso enfrentar o mosquito num patamar como nunca fizemos antes.” No Recife, 25.219 casos de dengue foram notificados de janeiro a 24 de novembro. Desses, 15.168 foram confirmados. Um caso de zika e 112 de chikungunya foram confirmados na capital. “Esse é um dos maiores desafios que o país enfrenta e estamos empenhados em combater o mosquito”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia.

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Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Novo protocolo para gestantes Antes, só eram notificadas crianças já nascidas. Agora a detecção de casos de microcefalia também será feita em grávidas com manchas na pele Pernambuco redefiniu o padrão de notificação para bebês com microcefalia. O estado, que estava investigando recém-nascidos com perímetro cefálico menor do que 33 centímetros, decidiu adotar os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e reduzir o escopo de observação para perímetros cefálicos menores do que 32 centímetros, para o caso de crianças nascidas entre 37 e 42 semanas de gestação. A nova orientação faz parte do Protocolo Clínico e Epidemiológico para Microcefalia, publicado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O documento traz orientações para profissionais de saúde sobre o processo de notificação das gestantes e atualiza o do bebês. Até então, o estado só estava notificando as crianças já nascidas. De acordo com o protocolo, passam a enquadrar possibilidades de detecção de casos de microcefalia gestantes que apresentarem exantema (manchas vermelhas pelo corpo) e bebês dentro do critério intra-útero, pós-natal e também através de registro de declaração de nascido vivo. O estado havia decidido estabelecer como critério anterior os 33 centímetros para aumentar a sensibilidade da notificação. Dentre os 646 casos notificados até então, porém, a maioria das crianças têm perímetro menor ou igual a 32 centímetros. Por isso, a decisão de modificar o parâmetro. Para os casos de crianças ainda dentro do útero, é recomendado o uso de um exame de imagem em que se verifique uma circunferência craniana com dois desvios padrão abaixo da média da idade gestacional como medida. No caso das gestantes, serão notificadas - independentemente da fase gestacional e imediatamente - todas aquelas que apresentarem manchas vermelhas pelo corpo em fase aguda, ou seja, com no máximo cinco dias de início. Serão coletadas amostras de sangue e garantida uma ultrassonografia entre a 32ª e a 35ª semana gestacional. As notificações deverão ser feitas no Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs/PE). As coletas serão enviadas para os Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen/PE). O protocolo foi anunciado, inicialmente, para o último dia 20 de novembro, mas adiado para ser discutido com a rede de assitência descentralizada das macrorregiões do estado. Vinte e quatro unidades de saúde serão responsáveis pelo atendimento das mães e bebês no Recife, Petrolina, Caruaru e Serra Talhada, incluindo hospitais regionais e centros do Mãe Coruja. Dentre eles, a Associação de Apoio à Criança Deficiente (AACD), o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira e as Unidades de Pronto Atendimento Especialidades (UPAEs) ficarão responsáveis pela reabilitação. O fluxo detalhado das atividades de cada uma.

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Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Microcefalia: o risco de uma pandemia Pesquisadores da OMS e Opas se preparam para levar a outros países os protocolos adotados em Pernambuco para lidar com a doença Temendo uma expansão da epidemia de microcefalia para outros continentes, pesquisadores estrangeiros estão em Pernambuco para entender o protocolo adotado no estado para lidar com a alteração morfológica congênita. Uma médica do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos e dois representantes da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) estiveram no Hospital Oswaldo Cruz ontem. A comitiva fica no estado até hoje. Pernambuco é o estado com mais casos de microcefalia no país, com 646 notificações, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. No país, são 1.248 casos suspeitos. O zika vírus (provável causa da epidemia) chegou à América há 22 meses e já atinge nove países do continente americano, segundo a OMS. Ao todo, 22 países no mundo já relataram casos. Um relatório publicado em outubro pelo CDC informa que, além dos países latino-americanos, casos de zika foram registrados em países da África, da Ásia e da Oceania e ilhas do Pacífico. A médica epidemiologista Jennifer Erin Staples, do CDC, visitou uma recém-nascida de 10 dias diagnosticada com microcefalia, que está internada no Oswaldo Cruz por causa de intercorrências clínicas. A menina apresentou broncoaspiração e está em observação na unidade de saúde desde o último dia 25. Depois da visita à paciente, Jennifer e os representantes da Opas, Jairo Andrés Méndez Rico e Pilar Ramón Pardo, reuniram-se a portas fechadas com duas médicas do Huoc: a neuropediatra Ângela Rocha e a infectologista Regina Coeli. "Eles fizeram a visita para entender o acompanhamento que realizamos e levá-lo para uma orientação mundial", afirmou Ângela Rocha. "Esse primeiro contato foi para ver as dificuldades e como estamos procedendo com um protocolo novo. A partir disso, vão ver que tipo de ajuda podem nos dar", completou. O CDC e a Opas poderão apontar soluções para a eliminação do mosquito transmissor do vírus, o Aedes aegypti, e pensar em novas medidas de combate. A comitiva internacional foi ao hospital acompanhada pelo coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho; o gerente da Unidade Técnica do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS, Marcelo Wada; o consultor Nacional em Dengue da Opas no Brasil, Carlos Melo além da diretora em Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Patrícia Ismael.

Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Doença pode ter outras origens Ainda não é possível afirmar que todos os casos de microcefalia podem ser atribuídos ao zika vírus. É o que diz a professora de doenças infecciosas da UFPE Vera Magalhães. A especialista ressalta a possibilidade de um mesmo Aedes aegypti

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transmitir mais de um vírus ao mesmo tempo. A associação pode estar relacionada à doença. "Em 2013, houve um surto grande (do zika) na Polinésia Francesa. Estudos da época estão saindo agora e relatam casos de alterações neurológicas, mas não vi descrição de microcefalia. Não temos todas as conclusões, mas não podemos descartar a coinfecção (que é quando o organismo é afetado por mais de um vírus ou por um vírus e uma bactéria)", alertou a professora. A neuropediatra chefe da infectologia infantil do Hospital Oswaldo Cruz, Ângela Rocha, também não descarta a possibilidade. "Queremos ter uma segurança do que esse vírus (zika) agrava, ver toda a estrutura dele. São muitas perguntas para a gente ter mais segurança. Nem todo mundo que vai ter zika passará microcefalia aos bebês", ressaltou. Estima-se que em 30 dias os laboratórios particulares de Pernambuco devem começar a oferecer os exames para atestar a infecção pelo zika. Desde o meio do ano, já estão disponíveis testes para detecção da chikungunya. Os exames para a dengue são realizados na rede privada há anos. Muitas mulheres grávidas têm manifestado interesse em realizar os testes para saber se estão "livres" do vírus, mas a infectologista Vera Magalhães esclarece que não é possível assegurar por quanto tempo essa "imunidade" perdura. Nos laboratórios particulares, os testes para a dengue podem ser feitos por meio dos planos de saúde. Já os para chikungunya e zika, não. Para chikungunya, o exame sorológico tipo IGM (realizado na segunda semana de infecção), custa cerca de R$ 150, enquanto o tipo PCR (realizado entre o primeiro e o sétimo dia da manifestação dos sintomas), em torno de R$ 375. Valores parecidos são esperados para os testes de zika.

Folha de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 07:32

Exército nas ruas ainda nesta semana EFETIVO será capacitado pela Secretaria Estadual de Saúde para eliminar focos do mosquito nas residências Na luta contra o Aedes aegypti, Pernambuco terá o apoio de 750militares do Exército. Duzentos deles devem iniciar as atividades no Recife ainda nesta semana. Os demais serão capacitados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) para irem ao combate do vetor da dengue, chikungunya e zika, o vírus apontado como o principal responsável pelo aumento demicrocefalia no Estado. A parceria beneficiará cidades da Zona da Mata Norte (Itaquitinga e Goiana), Agreste (João Alfredo, Lagoa de Itaenga, Passira, Surubim, Jataúba, Taquaritinga do Norte, Vertentes, Brejo da Madre de Deus e Iati), Sertão (Arcoverde, Pedra, Inajá, Ibimirim, Custódia, Venturosa, Iguaraci e Tabira) e Região Metropolitana. O trabalho dos militares será semelhante ao dos agentes de endemias das prefeituras. Eles vão às casas destruir possíveis focos do mosquito. “Estamos unindo forças para vencer essa luta”, disse o prefeito Geraldo Julio, que na manhã de hoje se reúne com o arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, para pedir, também, o apoio da Igreja Católica. “Vamos fazer o mesmo com os gestores das escolas particulares. Quanto mais gente empenhada nesse combate melhor”, concluiu o gestor.

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A parceria entre o Exército e o Estado ocorrerá por 180 dias. A intenção é eliminar o maior número de focos possível doAedes até o próximo ciclo do mosquito, no fim do verão. “Fizemos um trabalho igual com os militares no início deste ano, quando tivemos um surto da dengue. Vamos repetir essa experiência e temos certeza que vamos ter êxito”, disse Geraldo Julio. Na primeira edição do trabalho, que teve 30 dias, foram inspecionados mais de 100 mi imóveis na Capital. O comandante Militar d Nordeste, general Manoel Pafiadache, quer colocar os militares à disposição o quanto antes. “Nossa equipe já está em uma reunião de planeja mento agora, para que possamos atuar de forma imediata e efetiva. Já temos 200 homens capacitados para entrar em campo e efetuar o trabalho, e podemos chegar a mil homens nessa ação”, afirmo o oficial. No âmbito do Estado, o Co mitê de Combate ao Aede coordenará as ações contra o mosquito. O quartel general será o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), no Recife. O local foi usado para o comando da segurança durante a Copa do Mundo. De lá, serão monitoradas as ações de enfrentamento ao inseto, além da coleta de amostras e análise da informações sobre os indica dores epidemiológicos da doenças. “A Secretaria vai monitorar semanalmente, os principais municípios com focos de dengue e, assim, será acionado fortalecido o trabalho de campo. No entanto, uma grande mobilização da população precisa ser feita, já que 90 dos focos dos mosquitos estão em residências”, comento o secretário estadual de Saúde, José Iran Costa.

Folha de São Paulo - SP 03/12/2015 - 08:05

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Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Cartas e e-mails Vigilância Sanitária Em tempos de surto de graves doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, o cidadão não consegue se comunicar com a Vigilância Sanitária da Cidade de Jaboatão. Simplesmente o telefone não atende. O número 688 da Rua Carlos Antônio Zarzar, em Candeias, possui um criadouro de larvas e mosquitos na piscina abandonada! Itamar Souto – Jaboatão

Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Ceará pede ajuda a Brasília Depois de Pernambuco, foi a vez do Ceará pedir ajuda ao governo federal para combater o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e responsável pelo surto de casos de microcefalia em bebês. O governador Camilo Santana esteve ontem com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. A reunião foi realizada no Palácio do Planalto.

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Diario de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 08:05

Exames em 29 localidades O caminhão equipado com mamógrafo digital da Prefeitura do Recife beneficiará, este mês, moradoras de 29 localidades da capital. Em cada local visitado, serão distribuídas 80 fichas para mulheres na faixa de 50 a 69 anos.

Folha de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 07:32

Jaboatão avança contra o Aedes OBJETIVO da proposta é eliminar focos do vetor da dengue, chikungunya e zika vírus imediatamente Se um projeto de lei enviado ontem à Câmara Municipal de Jaboatão dos Guararapes for aprovado, imóveis fechados, abandonados ou cujos donos se recusarem a receber agentes que atuam no controle do mosquito Aedes aegypti poderão ser acessados de maneira forçada. O objetivo é garantir que focos do vetor da dengue, da chikungunya e do zika vírus possam ser eliminados imediatamente. Atualmente, essa ação é condicionada a medidas judiciais, o que pode levar até um mês. A prefeitura, que elaborou a proposta e a admite como polêmica, afirma que está amparada na busca por resguardar a voletividade, já que um criadouro não eliminado pode prejudicar toda uma vizinhança. De junho até agora, 424 denúncias do tipo foram feitas no município. Enviada à Casa Legislativa em regime de urgência, a matéria pode ser avaliada pelos vereadores em dez dias. No projeto de lei, a entrada em imóveis particulares é prevista apenas em último caso, o que inclui quando houver suspeita de infestação. Em caso de recusa ou ausência de alguém que possa liberar o acesso, está previsto o respaldo de uma autoridade policial e de um técnico habilitado em abertura de portas, que deverá recolocar as fechaduras após o cumprimento da ação. “Cada caso será analisado. Há, por exemplo, pessoas que viajam e deixam o imóvel fechado. Caberá ao agente se inteirar junto a vizinhos e tentar sempre o contato com os proprietários antes de uma decisão enérgica”, explicou o secretário de Assuntos Jurídicos de Jaboatão, Júlio César Casimiro. “A princípio, nosso foco são imóveis realmente abandonados e terrenos baldios”, complementou, afirmando que também está em estudo a aplicação de uma multa, de valor ainda não definido. Ainda conforme o gestor, a medida nasceu da necessidade de ser mais rápido que o Aedes aegypti, que tem um ciclo de apenas dez dias até a fase adulta. Para combater as larvas, autoridades sanitárias recomendam atenção para possíveis criadouros uma vez por semana. “Tendo que recorrer à Justiça, não conseguimos fazer uma intervenção num imóvel fechado em menos de 30 dias. É tempo demais. Naturalmente, vai haver questionamentos sobre a medida. É uma coisa nova, que sabemos que já ocorreu em São Paulo, mas em nenhum município de Pernambuco”, alertou Casimiro. EMERGÊNCIA Jaboatão também decretou estado de emergência. Nos próximos 180 dias, devem ser adotadas medidas administrativas para barrar o avanço do Aedes aegypti, o que inclui a reativação de um comitê intersetorial de controle, mutirões de limpeza e contratações

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temporárias de agentes. Os esforços devem começa pelo bairro de Prazeres, u dos que possuem risco de surto. Até 21 de novembro foram notificados 7.170 caso de dengue, dos quais 432 foram confirmados. Também houve sete ocorrências da febre chikungunya, além de 34 de microcefalia, associada infecção pelo zika. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (81) 3476.3068.

Folha de Pernambuco - PE 03/12/2015 - 07:32

Municípios do Litoral Sul também traçaram estratégias Em outros municípios da Região Metropolitana do Recife, mobilizações específicas de combate ao transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus também ocorreram ontem. Em Ipojuca, foi instituído o Comitê Municipal Intergestores, que deve resultar em esforços de equipes de todas as secretarias para fortalecer o plano de enfrentamento local. Já no Cabo de Santo Agostinho, será implantado um fluxo assistencial às famílias e visitas domiciliares aos pacientes com microcefalia, além da distribuição de um protocolo de notificações da malformação e mutirões. No caso de Ipojuca, o número de registros da doença já chegava a 14 até o último sábado. Com relação à chikungunya, não houve nenhum caso. Por outro lado, quantitativo de notificações de dengue alcançou 2.830, com 173 confirmações. Não houve mortes. “É preciso engajamento total da sociedade junto com as ações da gestão”, declarou o prefeito Carlos Santana. “Os focos do mosquito precisam ser exterminados e isso depende de ações firmes da gestão municipal. Não fugimos da responsabilidade, mas precisamos do apoio da população”, completou a secretária municipal de Saúde, Cristina Paulino. Já no Cabo, o total de casos de dengue chega a 727, mas não houve nenhum, oficialmente, de chikungunya ou zika. Essas doenças, entretanto, podem ter sido notificadas como a primeira por terem sintomas semelhantes. O reforço nas ações deve começar por Ponte dos Carvalhos, que apresenta três dos nove casos suspeitos de microcefalia na região. Na próxima segunda-feira, mais de cem agentes de saúde e combate a endemias devem participar de um mutirão. “Queremos envolver as escolas, as igrejas, as equipes de Defesa Civil, da Guarda Municipal, da Limpeza, todos que possam contribuir para a obtenção de resultados positivos nessas atividades”, explicou o secretário de Saúde, Ricardo Marlon.