Uma Dança... Um Grito....

3
Uma Dança… Um Grito… … e um dia acordou assim… Pesada, desconcertada… e nem percebia porquê! Queria respostas mas sem perceber que antes precisava de se fazer perguntas! Queria soluções mas antes precisava perceber que era imperativo identificar os problemas! Queria tanto sentir- se melhor… Mas antes… antes precisava conhecer o vazio que, sem a preencher, a enchia de silêncios ensurdecedores e a faziam vaguear pelo movimento alheio do que não era seu! Quando ela acordou assim, despojada do seu conforto, descobriu o pior que havia em si e como que se entregou a uma solidão que nem ousava enfrentar… Porque sempre achou que esse era um bicho, que silencioso, invadia o corpo e matava aos poucos, sem se deixar ver a tempo de ser disputado! Uma entrega a nada que reconhecesse como sendo seu! Uma entrega sem propósito e que embatia de frente com tudo o que não fazia o seu carácter e que se distanciava da sua personalidade! A sua forma de ser e estar posta em causa por um “não sei!”. Mas uma réstia de si parecia, ainda, ter como que acordar: a sua percepção! Lá distante, meia apagada… mas no fundo não desaparecida! E esse encontro acabaria por acontecer! Era imperativo que esse encontro, sem hora ou lugar, acontecesse!

description

… e um dia acordou assim… Pesada, desconcertada… e nem percebia porquê!Queria respostas mas sem perceber que antes precisava de se fazer perguntas! Queria soluções mas antes precisava perceber que era imperativo identificar os problemas! Queria tanto sentir-se melhor… Mas antes… antes precisava conhecer o vazio que, sem a preencher, a enchia de silêncios ensurdecedores e a faziam vaguear pelo movimento alheio do que não era seu!http://www.vivermuitobem.com/uma-danca-um-grito/

Transcript of Uma Dança... Um Grito....

  • Uma Dana Um Grito

    e um dia acordou assim Pesada, desconcertada e nem percebia porqu!

    Queria respostas mas sem perceber que antes precisava de se fazer perguntas! Queria solues mas antes precisava perceber que era imperativo identificar os problemas! Queria tanto sentir-se melhor Mas antes antes precisava conhecer o vazio que, sem a preencher, a enchia de silncios ensurdecedores e a faziam vaguear pelo movimento alheio do que no era seu!

    Quando ela acordou assim, despojada do seu conforto, descobriu o pior que havia em si e como que se entregou a uma solido que nem ousava enfrentar Porque sempre achou que esse era um bicho, que silencioso, invadia o corpo e matava aos poucos, sem se deixar ver a tempo de ser disputado!

    Uma entrega a nada que reconhecesse como sendo seu! Uma entrega sem propsito e que embatia de frente com tudo o que no fazia o seu carcter e que se distanciava da sua personalidade! A sua forma de ser e estar posta em causa por um no sei!.

    Mas uma rstia de si parecia, ainda, ter como que acordar: a sua percepo! L distante, meia apagada mas no fundo no desaparecida!

    E esse encontro acabaria por acontecer! Era imperativo que esse encontro, sem hora ou lugar, acontecesse!

  • Ou numa noite adormecida nos seus olhos abertos que juntavam as letras de um livro que nem hoje se lembra de ter lido, ou naquele sair rua sem destino aparente num desencontro, que ocupava o espao, que num desespero calado e no reconhecido, em ou por si, acontecia

    E GRITOU! GRITOU A SI! GRITOU AO MUNDO APENAS NA ESPERANA DE SE OUVIR E SE VOLTAR A TER!

    e um dia ela parece ter reacordado um safano empurrou-a para fora de si, como quem cai de um penhasco, e ela viu-se num acordo que nunca antes se lembra de ter visto ou sentido em si!

    O despertar da sua conscincia levou-a numa viagem que encerrava em si mesma ela viveu-se, encontrou-se, sentiu-se e espelhou-se numa realidade que no fundo ansiava! Precisava! Procurava!

    Quando se permitiu faz-lo por si mesma o mundo passou a ter cores diferentes. Cheiros que pareciam novos. Movimentos que diante dos seus olhos a levavam a danar!

    Uma dana de Qs e Porqus!

    Vendo-se reflectida num passado que a enclausurou num viver despido de importncia, ela segurou-se nova razo do seu fado! E perscrutou o seu destino, sondando minuciosamente o que queria. Procurou por si no seio da ansiedade que a faria nova.

    Cada momento foi revisto cada atitude, cada imagem, cada sentimento e emoo, cada palavra, mesmo as que foram ditas em surdina!

    E GRITOU! GRITOU A SI! GRITOU AO MUNDO APENAS NA ESPERANA DE SE OUVIR E SE VOLTAR A TER!

    Ao gritar refez-se! Emergiu de nadas, de imensides de vazios! Deleitando-se no seu prprio colo e embrenhando-se no capaz que viria a ser o seu eu!

    Ela, sozinha, permitiu-se viver distante do agonizar a que outrora se entregara! Assumiu-se perante si mesma e acreditou!

    Ao acreditar, num reinventar de si mesma, foi mulher, me, filha e amiga e procurou ainda mais longe no ter saudades do que fora!

  • E ELA VIVEU DANOU E DANA! GRITOU E GRITA! E sem a vida perfeita dos que escondem as imperfeies ela no fundo real, vivaa e estonteantemente ELA MESMA!!!

    O passado passava a ser a aprendizagem! O motor que a levaria a questionar o que tanto a apagara! O arranque do identificar desses problemas que pareciam, agora, tomar formas diferentes em solues!

    Passou a andar de sorriso estampado no rosto! Passou a ter um brilho nos olhos que reflectia a sua vontade mais ntima! Um raio de sol, uma pedra no caminho, uma gente desconhecida passou a fazer sentido!

    Os pormenores passaram a fazer parte da sua dana! Os amigos danariam com ela, envoltos no rodopiar dos seus pensamentos sadios e abertos! Em pontas, tal bailarina, ela danou ao sabor de novos sons e aceitou-se!

    De ideias fixas, sentidos apurados, exigente consigo mesma, ela danou e criou o seu bailado! Ela gritou ao mundo e fez-se ouvir! Mas no mais se entregou inrcia de no se conhecer a si mesma, de no se procurar, ouvir ou sentir!

    E ELA VIVEU DANOU E DANA! GRITOU E GRITA! E sem a vida perfeita dos que escondem as imperfeies ela no fundo real, vivaa e estonteantemente ELA MESMA!!!

    No previsvel!

    Sandra Monteiro

    http://www.vivermuitobem.com/uma-danca-um-grito/