Uma Contribuição Ao Estudo Das Pontes Em Vigas Mistas
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UMA CONTRIBUIO AO ESTUDO
DAS PONTES EM VIGAS MISTAS
GELAFITO EDUARDO REN GUTIRREZ KLINSKY
Dissertao apresentada Escola de Engenharia de
So Carlos, da Universidade de So Paulo, como
parte dos requisitos para obteno do Ttulo de
Mestre em Engenharia de Estruturas.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Roberto Martins Gonalves
So Carlos
1999
-
Aos meus pais, minha tia Carmela
e Dud
-
AGRADECIMENTOS:
Ao meu orientador, Professor Dr. Roberto Martins Gonalves, pela
pacincia na orientao fornecida e pela amizade conquistada durante a
elaborao deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnolgico CNPq
pela bolsa de estudos concedida.
Aos meus pais, Edgard Gutirrez e Maria Klinsky de Gutirrez e
minha tia Carmen Klinsky pelo apoio e carinho dados ao longo de toda
minha vida.
Aos meus avs Gelafio (in memorian) e Efigenia Gutirrez (in
memorian), Guillermo e Lola Klinsky pelo exemplo de vida.
Fernanda pelo carinho, companhia e compreenso ao longo destes
anos.
Ao pessoal da minha repblica e da repblica los chocos; em
especial Diego Alcal, Oscar Tonelli, Eduardo Ach e Enrique Lpez, pela
grande amizade e apoio cedidos em todo momento.
Aos professores, colegas e funcionrios do Departamento de
Estruturas por todo o apoio e amizade desenvolvidos nestes anos de
convvio.
-
SUMRIO
RESUMO ________________________________ ___________________ I
ABSTRACT ________________________________ __________________ II
RESUMEN ________________________________ _________________ III
LISTA DE FIGURAS ________________________________ __________ IV
LISTA DE GRFICOS ________________________________ _________ X
LISTA DE TABELAS ________________________________ ________ XII
LISTA DE SMBOLOS ________________________________ _______ XIV
LISTA DE MAISCULAS ________________________________ ____ XVII
CAPTULO 1: INTRODUO________________________________ ____ 1
CAPTULO 2: HISTRICO E ASPECTOS GERAIS __________________ 5
2.1 - O incio da construo mista ao concreto e o seu
desenvolvimento________________________________ __ 5
2.2 - Aspectos gerais sobre pontes em vigas mistas___________ 9
2.2.1 - Largura efetiva da laje de concreto_______________ 13
2.2.2 - Conectores de cisalhamento____________________ 14
2.3 - Tipos de construo_______________________________ 20
2.3.1 - Sistemas construtivos_________________________ 20
2.4 - Normalizao e materiais empregados________________ 28
2.4.1 - Materiais empregados_________________________ 28
2.4.1.1 - Aos utilizados na construo de pontes_____ 29
-
2.4.2 - Concreto________________________________ ___ 33
2.4.3 - Desenvolvimento de novos materiais_____________ 33
CAPTULO 3: AES E SOLICITAES _________________________ 36
3.1 - Cargas mveis________________________________ ___ 37
3.2 - Efeitos de temperatura_____________________________ 41
3.3 - Efeitos de retrao e fluncia________________________ 47
3.3.1 - Consideraes sobre o comportamento viscoelstico
da estrutura________________________________ _ 48
3.3.2. - Mtodos algbricos simplificados________________ 50
3.3.2.1 - Mtodo do Mdulo elstico______________ 50
3.3.2.2 - Mtodo do Mdulo Elstico Ajustado com a
idade do Concreto____________________ 51
3.3.2.3 - Mtodo da taxa de fluncia______________ 52
3.4 - Efeitos de fadiga________________________________ __ 53
3.4.1 - Estudos experimentais________________________ 54
3.4.2 - Fraturas de fadiga em vigas de pontes___________ 57
3.4.3 - Efeito de fadiga em conectores de cisalhamento____ 61
3.5 - Consideraes adicionais__________________________ 66
CAPTULO 4: ANLISE ESTRUTURAL __________________________ 68
4.1 - Aspectos gerais________________________________ __ 68
4.2- Tipos de anlise________________________________ __ 72
4.2.1 - Analogia de grelha___________________________ 73
4.2.2 - Estruturas prismticas laminares
(folded plate analysis)_________________________ 74
4.2.3 - Anlise proposta pela AASHTO_________________ 76
4.2.3.1 - Aspectos relacionados redundncia
estrutural____________________________ 78
4.2.4 - Aplicao do mtodo dos elementos finitos________ 82
4.2.4.1 - Modelagens de tabuleiros de pontes
encontradas na literatura____________________________ 82
-
4.2.5 - Anlise experimental de tabuleiros de pontes_______ 95
CAPTULO 5: TABULEIROS MISTOS MODELADOS PELO MEF _____ 100
5.1 - Generalidades ________________________________ __ 100
5.2 - Modelagem das vigas de ao ______________________ 101
5.3 - Modelagem da Laje de concreto ____________________ 106
5.4 - Ligao entre elementos de viga e elementos de laje ___ 107
5.5 - Modelagem dos contraventamentos _________________ 110
5.6 - Condies de apoio _____________________________ 112
5.7 - Propriedades dos materiais________________________ 114
5.8 - Exemplos dos tabuleiros modelados_________________ 114
CAPTULO 6: ANLISES REALIZADAS E RESULTADOS OBTIDOS _ 115
6.1 - Estudo da influncia dos contraventamentos___________ 115
6.2 - Estudo da influncia da geometria do tabuleiro na
distribuio de cargas ____________________________ 126
6.2.1 - Influncia do vo __________________________ 126
6.2.2 - Influncia da espessura da laje na distribuio de
tenses ________________________________ __ 129
6.2.3 - Relao entre parmetros geomtricos e
estruturais________________________________ 131
6.3 - Linhas de influncia de distribuio de carga nas vigas___ 133
6.4 - Aplicao da tcnica de Analogia de grelha____________ 138
6.5 - Estudo da redundncia estrutural___________________ 143
6.5.1 - Redundncia do tabuleiro sobre quatro vigas ____ 148
6.5.2 - Redundncia do tabuleiro sobre duas vigas _____ 155
CAPTULO 6: CONCLUSES E COMENTRIOS FINAIS ___________ 162
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS _____________________________ 168
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR _____________________________ 184
ANEXOS
-
RESUMO
GUTIRREZ-KLINSKY, G. E. (1999). Uma contribuio ao estudo das
pontes em vigas mistas. So Carlos. Dissertao (Mestrado) Escola de
Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo.
Este estudo fundamenta-se na anlise numrica, via elementos
finitos, de pontes em vigas mistas; considera-se a interao de todos os
elementos que compem a estrutura na transferncia dos esforos at os
apoios.
Inicialmente apresenta-se um estado da arte sobre o projeto,
execuo e anlise de pontes em vigas mistas, identificando as
simplificaes e deficincias existentes no clculo destas estruturas.
O estudo do comportamento estrutural de tabuleiros mistos foi
abordado do ponto de vista tridimensional, sendo para isto modelados e
analisados tabuleiros com 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24 e 26 m. de vo
mediante a utilizao do programa ANSYS, verso 5.4. Foi estudada a
influncia que a presena de contraventamentos, espessura da laje, vo e
posio da carga mvel na seo transversal exercem na distribuio de
cargas nas vigas, sendo para isto considerado comportamento elstico-
linear.
Realizou-se tambm uma abordagem ao estudo da redundncia
estrutural de tabuleiros mistos considerando as no linearidades fsica e
geomtricas do conjunto. Foi verificado que tabuleiros sobre duas e quatro
vigas mantm o equilbrio esttico aps que uma das vigas sofre fratura,
sem experimentar grandes deslocamentos (inferiores ou ligeiramente
superiores ao limite L/500).
Palavras chave: tabuleiros mistos, anlise estrutural, viga mista, estrutura
mista, pontes, redundncia estrutural, fratura, elementos finitos,
ANSYS, carga mvel.
-
LISTA DE FIGURAS
CAPTULO 2
FIGURA 2.1 - Linha Vermelha. COSIPA____________________________ 7
FIGURA 2.2 - Ponte rodoferroviria sobre o rio Paran.________________ 8
FIGURA 2.3 - Comparao entre ao no mista e mista______________ 9
FIGURA 2.4 - Processo automatizado de incorporao de "studs"mediante
pistola de solda. HACKETT&ASSOCIATES (1998)_________ 10
FIGURA 2.5 Construo de viaduto em estrutura mista. HACKETT &
ASSOCIATES (1998)._______________________________ 12
FIGURA 2.6 - Construo de viaduto em estrutura mista em rbyhus,
Sucia. COLLIN et al (1998)__________________________ 12
FIGURA 2.7 - Ponte rodoferroviria sobre o rio Paran._______________ 13
FIGURA 2.8 - Efeito de "shear lag"_______________________________ 13
FIGURA 2.9 - Tipos de conectores de cisalhamento_________________ 18
FIGURA 2.10 - a) Modelo de ensaio de "push-out"; b) curvas de fora
aplicada versus escorregamento.AN & CEDERWALL (1997)_ 19
FIGURA 2.11 - Utilizao de trelia para lanamento das vigas.________ 21
FIGURA 2.12 - Tcnicas de escoramento da laje. HACKETT &
ASSOCIATES. ________________________________ ______ 21
FIGURA 2.13 - Comparao entre o sistema de laje com forma de ao
incorporada e o sistema tradicional______________________ 22
FIGURA 2.14 - Utilizao de pr-lajes como formas permanentes_______ 23
FIGURA 2.15 - Execuo do tabuleiro mediante elementos pr-moldados de
laje________________________________ _______________ 23
FIGURA 2.16 Detalhe de ligao entre painis pr - moldados. JOHNSON
& BUCKBY (1986)________________________________ ___ 24
FIGURA 2.17 - Sistema Steel Free Deck. NEWHOOK et al (1997)______ 25
FIGURA 2.18 - Sistema Exodrmico em tabuleiros de pontes.
EXODERMICC BRIDGE DECK, INC (1999)_______________ 25
-
FIGURA 2.19 - Detalhes para execuo da laje de tabuleiros exodrmicos.
EXODERMIC BRIDGE DECK, INC (1999)_________________ 26
FIGURA 2.20 - Elevao e seo transversal da Ponte Lauffen, Alemanha.
(TROITSKY, 1990)________________________________ ___ 27
FIGURA 2.21 - Ancoragens de protenso em vigas de ao. TROITSKY
(1990)________________________________ _____________ 28
FIGURA 2.22 - Fluxo de produo de ao. CSN (1998)_______________ 29
CAPTULO 3
FIGURA 3.1 - Modelo analisado e resultados obtidos. SIMKO (1979)____ 42
FIGURA 3.2 - Gradientes de temperatura na seo transversal, propostos
por diferentes autores e regulamentos.___________________ 43
FIGURA 3.3 - Anlise do efeito de temperatura em vigas mistas. SOLIMAN &
KENNEDY (1986)________________________________ ____ 44
FIGURA 3.4 - Integrao da equao de Sieltjes atravs da regra do
trapzio. AMDIO (19993)____________________________ 49
FIGURA 3.5 Locais que podem desenvolver o fenmeno da fadiga. SMITH
(1991)________________________________ ____________ 54
FIGURA 3.6 - Curvas S-N adotadas pela AASHTO. FISHER & MENZEMER
(1991)________________________________ ____________ 55
FIGURA 3.7 - Detalhes construtivos que podem apresentar fadiga em
tabuleiros em vigas mistas.____________________________ 56
FIGURA 3.8 - Fissuras por fadiga observadas em pontes. MAEDA et al
(1991)________________________________ _____________ 58
FIGURA 3.9 - Fissura induzida por deformaes fora do plano. FISHER
(1981)________________________________ _____________ 59
FIGURA 3.10 - Fissura observada na conexo entre longarina e
transversina. FISHER (1981)__________________________ 59
FIGURA 3.11 - Fissura observada ao longo da conexo entre a mesa
superior e a alma. FISHER (1981).______________________ 60
FIGURA 3.12 - Fissura na base do filete de solda entre a alma da viga e a
chapa de ligao do diafragma. FISHER (1981)____________ 60
-
FIGURA 3.13 - Fissura no sistema de ligao de contraventamentos
horizontais. FISHER (1981).____________________________ 61
FIGURA 3.14 - Variao da resistncia esttica do conector segundo os
ciclos de carregamento aplicado. OEHLERS et al (1995)_____ 63
FIGURA 3.15 Comparao de tenses normais (kN/cm2) em vigas mistas
com interao parcial e completa. SOTIROPOULOS & GANGA
RAO (1992)________________________________ ________ 65
FIGURA 3.16 Deformao elstica em conectores de cisalhamento.
GATTESCO & GIURIANI (1996).________________________ 66
CAPTULO 4
FIGURA 4.1 - Deslocamento de corpo rgido da seo transversal do
tabuleiro HAMBLY (1991)______________________________ 69
FIGURA 4.2 - Representao de tabuleiros mistos atravs de modelos
bidimensionais.________________________________ ______ 70
FIGURA 4.3 - Representao de tabuleiros mistos atravs de modelos
tridimensionais formados por elementos lineares, planos e
slidos.________________________________ ____________ 71
FIGURA 4.4 - a) Excentricidade entre os C.G. da viga e da laje; b) analogia
de grelha considerando os C.G. coincidentes. ____________ 74
FIGURA 4.5 Representao de uma viga mista atravs de lminas
prismticas retangulares. JAEGER & BAKHT (1989)_______ 75
FIGURA 4.6 - Condies de compatibilidade de deslocamentos.
KRISTEK & STUDNICKA (1988).______________________ 76
FIGURA 4.7 - Seo transversal da ponte I-40 sobre o Rio Grande.
IDRISS et al (1995).________________________________ __ 80
FIGURA 4.8 - Localizao dos extensmetros nas vigas principais. IDRISS
et al (1995).________________________________ ________ 81
FIGURA 4.9 - Modelagem de viga mista de ponte. BISHARA et al (1993)_ 83
FIGURA 4.10 Comparao entre deslocamentos tericos e experimentais.
KENNEDY et al (1989)_______________________________ 84
-
FIGURA 4.11 - Modelo tridimensional utilizado por TARHINI & FREDERICK
(1992).________________________________ ____________ 85
FIGURA 4.12 - Condies de compatibilidade na interface ao - concreto.
ANSOURIAN & RODERICK (1978)______________________ 86
FIGURA 4.13 - Comparao entre resultados tericos e experimentais.
ANSOURIAN (1975).________________________________ _ 87
FIGURA 4.14 - Elementos finitos utilizados por RAZAQPUR & NOFAL
(1990).________________________________ ____________ 88
FIGURA 4.15 - a) elevao e seo transversal da viga mista; b) modelagem
por elementos finitos; c) comparao entre resultados tericos e
experimentais. RAZAQPUR & NOFAL (1990).______________ 90
FIGURA 4.16 Modelo analisado por HELWIG et al (1993).___________ 91
FIGURA 4.17 - Elemento finito proposto por AMADIO & FRAGIACOMO
(1993).________________________________ ____________ 91
FIGURA 4.18 - Modelagem de uma seo de viga mista.
BROCKENBROUGH (1986).___________________________ 92
FIGURA 4.19 - Linhas de influencia para tabuleiro curvo em planta.
BROCKENBROUGH (1986).___________________________ 93
FIGURA 4.20 - Discretizao de seo mista em vrias camadas. OATE
(1992).________________________________ ____________ 94
FIGURA 4.21 - Prova de carga na ponte Stoney Creek. BAKHT & JAEGER
(1992).________________________________ ____________ 96
FIGURA 4.22 - Fatores de distribuio de carga para cada nvel de
carregamento. BAKHT & JAEGER (1992).________________ 96
FIGURA 4.23 - a) Seo transversal da ponte Wilson Memorial Bridge; b)
tenses atuantes nas vigas. NOWAK et al (1993).__________ 97
FIGURA 4.24 - a) Seo transversal da ponte; b) distribuio de foras
axiais. MOORE et al (1990).____________________________ 98
CAPTULO 5
FIGURA 5.1 - Modelo tridimensional de uma viga de ao com seo I __ 101
FIGURA 5.2 - Elemento de casca elstica SHELL63. ANSYS._________ 102
-
FIGURA 5.3 - Seo transversal da viga modelada._________________ 103
FIGURA 5.4 - Clculo do momento fletor na seo. ________________ 105
FIGURA 5.5 - Modelagem da viga de ao.________________________ 105
FIGURA 5.6 - Modelagem da laje por elementos de casca SHELL63.___ 107
FIGURA 5.7 - Elemento de viga tridimensional. "BEAM4". ANSYS._____ 108
FIGURA 5.8 - Seo transversal e caractersticas geomtricas da viga
mista________________________________ _____________ 109
FIGURA 5.9 - Modelagem da viga mista._________________________ 110
FIGURA 5.10 - Elemento de trelia espacial "LINK8"________________ 111
FIGURA 5.11 - Modelagem do sistema de contraventamentos por elementos
de barra "LINK8". Tabuleiros de 20 m de vo._____________ 112
FIGURA 5.12 - Condies de apoio da estrutura.___________________ 113
FIGURA 5.13 Tabuleiro sobre trs vigas._________________________ 114
CAPTULO 6
FIGURA 6.1 - Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 22 m quando existe
sistema de contraventamentos. Carregamento assimtrico.__ 124
FIGURA 6.2 - Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 22 m quando o
sistema de contraventamentos removido. Carregamento
assimtrico.________________________________ _______ 125
FIGURA 6.3 - Esquema de carregamento da estrutura para obteno das
linhas de influncia.________________________________ _ 134
FIGURA 6.4 - Modelos de grelha analisados. Dim. em cm.___________ 139
FIGURA 6.5 - Grelha analisada por elementos de viga "BEAM4".______ 140
FIGURA 6.6 - Modelagem da fratura na mesa inferior._______________ 144
FIGURA 6.7 - Modelagem da fratura na alma._____________________ 145
FIGURA 6.8 - Localizao da fratura na viga.______________________ 146
FIGURA 6.9 - Posio das cargas mveis na seo transversal. Dimenses
em cm.________________________________ ___________ 147
FIGURA 6.10 - Curva de tenso-deformao adotada para as vigas de ao.
Comportamento bi-linear._____________________________ 147
FIGURA 6.11 - Redistribuio das tenses atuantes.________________ 148
-
FIGURA 6.12 - Tenses atuantes nas vigas antes da fratura._________ 149
FIGURA 6.13 - Deslocamentos obtidos nas vigas com a viga 1 fraturada.151
FIGURA 6.14 - Deslocamentos obtidos com a viga 1 sem fratura.______ 151
FIGURA 6.15 - Esforos normais nas barras do contraventamento mais
prximo do local da fratura (regio central)._______________ 153
FIGURA 6.16 - Reaes noa apoios antes e depois da fratura.________ 153
FIGURA 6.17 - Tenses atuantes nas vigas de ao aps a fratura._____ 155
FIGURA 6.18 - Tenses obtidas nas vigas de ao antes da ocorrncia da
fratura.________________________________ ___________ 156
FIGURA 6.19 - Deslocamentos das vigas aps a fratura._____________ 156
FIGURA 6.20 - Deslocamentos das vigas antes da fratura.___________ 157
FIGURA 6.21 - Esforos normais antes e depois da fratura.__________ 158
FIGURA 6.22 - Reaes nos apoios antes e depois da fratura..________ 158
FIGURA 6.23 - Abertura da fissura por flexo da viga._______________ 161
FIGURA 6.24 - Fissura antes e depois que a viga deforma.___________ 161
-
LISTA DE GRFICOS
GRFICO 6.1 - Distribuio de tenses em tabuleiros sobre quatro vigas.
Carregamento simtrico______________________________ 116
GRFICO 6.2 - Distribuio de tenses em tabuleiros sobre trs vigas.
Carregamento simtrico._____________________________ 117
GRFICO 6.3 - Distribuio de tenses em pontes sobre quatro vigas__ 119
GRFICO 6.4 - Distribuio de tenses em tabuleiros sobre trs vigas.
Carregamento assimtrico.__________________________ 120
GRFICO 6.5 Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 12 m.
Carregamento assimtrico.__________________________ 121
GRFICO 6.6 - Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 12 m.
Carregamento simtrico.____________________________ 122
GRFICO 6.7 - Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 22 m.
Carregamento simtrico._____________________________ 123
GRFICO 6.8 - Deslocamentos das vigas do tabuleiro de 22 m.
Carregamento assimtrico.___________________________ 123
GRFICO 6.9 - Influncia da variao do vo em tabuleiro sobre quatro
vigas. Carregamento assimtrico.______________________ 127
GRFICO 6.10 - Influncia da variao do vo em tabuleiro sobre trs
vigas. Carregamento assimtrico._____________________ 128
GRFICO 6.11 - Ingluncia da variao da espessura da laje em
tabuleiros sobre quatro vigas. Carregamento assimtrico.___ 129
GRFICO 6.12 - Influncia da variao da espessura da laje em
tabuleiros sobre trs vigas. Carregamento assimtrico._____ 130
GRFICO 6.13 - Fatores de distribuio de carga para as vigas externas.
Tabuleiros sobre quatro vigas._________________________ 135
-
GRFICO 6.14 - Fatores de distribuio de carga para as vigas internas.
Tabuleiros sobre quatro vigas._________________________ 135
GRFICO 6.15 - Fatores de distribuio de carga para as vigas externas.
Tabuleiros sobre trs vigas.___________________________ 137
GRFICO 6.16 Fatores de distribuio de carga para a viga interna.
Tabuleiros sobre trs vigas.___________________________ 137
GRFICO 6.17 - Tenses normais no caso de carregamento simtrico.
Tabuleiro sobre trs vigas; L=20 m._____________________ 141
GRFICO 6.18 Tenses normais no caso de carregamento assimtrico.
Tabuleiro sobre trs vigas; L=20 m._____________________ 141
GRFICO 6.19 - Tenses normais no caso de carregamento assimtrico.
Tabuleiro sobre trs vigas; L=20 m._____________________ 142
GRFICO 6.20 - Tenses normais no caso de carregamento simtrico.
Tabuleiro sobre trs vigas; L=20 m._____________________ 142
GRFICO 6.21 - Comparao de tenses antes e depois da fratura.___ 150
GRFICO 6.22 - Comparao de deslocamentos antes e depois da
fratura.________________________________ ___________ 152
GRFICO 6.23 - Variao das tenses nas vigas a cada acrscimo de
carga.________________________________ ____________ 154
GRFICO 6.24 - Variao dos deslocamentos das vigas a cada
acrscimo de carga.________________________________ _ 154
GRFICO 6.25 - Comparao de deslocamentos antes e depois
da fratura.________________________________ _________ 157
GRFICO 6.26 - Variao da tenso na viga 2 a cada acrscimo
de carga.________________________________ _________ 159
GRFICO 6.27 - Variao do deslocamento da viga 2 a cada acrscimo
de carga.________________________________ _________ 160
-
LISTA DE TABELAS
CAPTULO 2
TABELA 2.1 - Aos estruturais da srie NBR permitidos pela NBR 8800_ 30
TABELA 2.2 - Aos estruturais especificados pela ASTM e permitidos pela
NBR 8800________________________________ __________ 31
TABELA 2.3 - Aos patinveis produzidos pela COSIPA._____________ 32
TABELA 2.4 - Resistncia dos conectores de cisalhamento segundo a
BS 5400. MALITE (1993)_____________________________ 33
CAPTULO 3
TABELA 3.1 Comparao entre veculos tipo utilizados em diferentes
pases.________________________________ ___________ 38
TABELA 3.1 - Comparao entre veculos tipo utilizados em diferentes
pases. (Continuao)._______________________________ 39
TABELA 3.2 - Coeficientes de impacto.___________________________ 41
TABELA 3.3 - Categoria dos detalhes. (AASHTO).__________________ 56
CAPTULO 4
TABELA 4.1 - Mtodos de anlise para o estudo de tabuleiros de pontes.
QUIROGA (1983).________________________________ ___ 72
TABELA 4.2 - Comparao entre valores tericos e experimentais.
BISHARA et al (1993)._______________________________ 83
-
CAPTULO 5
TABELA 5.1 - Comparao dos resultados obtidos para vrios tipos de
malha com os da teoria de flexo de vigas._______________ 104
TABELA 5.2 - Comparao entre as tenses e deslocamentos obtidos pelo
MEF e pela teoria de vigas mistas._____________________ 110
CAPTULO 6
TABELA 6.1 - Tenses admissveis de fadiga em estruturas redundantes e
no redundantes.________________________________ __ 143.
-
LISTA DE SMBOLOS
Letras romanas minsculas:
a: semi espessura da laje de concreto
b: largura da laje
eb : largura da laje equivalente
yb : espessura da alma da viga de ao na fibra y
fd : distncia da fibra superior de ao ao centride da seo de ao
2d : distncia da fibra inferior de ao ao centride da seo de ao
e: excentricidade existentes entre os centros de gravidade da laje e da
viga
ckf : resistncia caracterstica do concreto compresso
yf : resistncia de escoamento do ao trao
uf : resistncia ltima do ao trao
q: fluxo de cisalhamento longitudinal atuante entre o tabuleiro de concreto e
a viga de ao.
t: espessura da laje, alma ou mesas da viga de ao
j,iu : deslocamento longitudinal dos ns i e j da ligao
j,iw : deslocamento vertical dos ns i e j da ligao
1y : distncia do centride da seo de ao fibra onde as tenses
ocasionadas por gradiente de temperatura so calculadas
-
y: distncia do centride da seo de ao fibra onde as tenses
ocasionadas por gradiente de temperatura so calculadas.
Letras romanas maisculas:
cA : rea da seo de concreto
sA : rea da seo de ao
D: rigidez flexo da laje, fator de distribuio de carga
cE : mdulo de elasticidade do concreto
ef,cE : mdulo de elasticidade efetivo do concreto
28,cE : mdulo de elasticidade do concreto aos 28 dias
)t(Ec : mdulo de elasticidade do concreto na idade t
sE : mdulo de elasticidade do ao
F: fora de cisalhamento atuante no conector
H: relao entre a rigidez longitudinal das vigas e a rigidez transversal da
laje
cgI : momento de inrcia da viga mista
sI : momento de inrcia da seo de ao
L: vo livre do tabuleiro
M: momento fletor atuante no tabuleiro
N: nmero de ciclos de carga aplicados
P: carga concentrada aplicada na laje do tabuleiro
R: amplitude de fora aplicada
S: espaamento entre as vigas longitudinais
0T : temperatura da viga mista no perodo de construo
1yT : temperatura de uma determinada fibra da laje de concreto
-
LISTA DE MAISCULAS
AASHTO American Association of State Highway Oficcials
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ACI American Concrete Institute
AISC American Institute of Steel Construction
ASTM American Standardts of Testing Materials
BS British Standardts
EC Eurocode
LRFD Load Rating Factor Design
MEF Mtodo dos elementos finitos
MF Mecnica da fratura
-
Letras gregas:
ca : coeficiente de dilatao trmica do concreto
sa : coeficiente de dilatao trmica do ao
)t,t( 0c : coeficiente de envelhecimento do concreto
)t,t( 0ce : deformao total do concreto no perodo (t,0t )
)t(she : deformao do concreto na idade t ocasionada por retrao
xce : deformao longitudinal total na fibra inferior da laje de concreto
xse : deformao longitudinal total na fibra superior da viga de ao
f : coeficiente de impacto
),t( tf : funo de viscosidade do concreto
l : escorregamento entre ao e concreto na interface destes materiais
q : rotao da ligao em relao ao plano da alma da viga de ao
)(c ts : tenso aplicada no concreto na idade t
maxs : mxima tenso normal na largura eb
meds : tenso normal mdia na largura eb
u : coeficiente de poisson
-
INTRODUO
O notvel desenvolvimento das cidades na atualidade, acelerado por
polticas de globalizao e livre comrcio estimula a construo de estradas,
pontes e tneis que facilitem o transporte de pessoas e produtos entre
cidades e pases, melhorando o relacionamento entre estes. Perante esta
situao torna-se necessrio realizar uma abordagem ao clculo estrutural
das pontes do ponto de vista o mais realista possvel, compatvel este com
os recursos de anlise disponveis hoje em dia, visando obter uma melhor
compreenso do comportamento deste tipo de estrutura e a elaborao de
projetos que forneam maior economia sem comprometer a segurana;
fatores determinantes na construo civil.
Neste trabalho, a considerao de pontes de pequenos vos apenas
realizada no intuito de apresentar resultados que sejam aplicveis na
prtica. Em pontes de pequenos vos, a influncia que os fatores
geogrficos exercem na definio do sistema estrutural no varia
notoriamente de um local a outro, esta situao no se reflete em pontes de
grandes vos onde so necessrios estudos complementares que podem
variar drasticamente a natureza do sistema estrutural de uma ponte para
outra.
Nos captulos 2, 3, e 4 realizado um estudo de tabuleiros de pontes
em vigas mistas, de maneira a fornecer ao leitor subsdios que permitam um
maior conhecimento sobre a anlise estrutural e dimensionamento deste
tipo de estrutura. Isto permitir um maior entendimento da modelagem
realizada no captulo 5 e das anlises realizadas no captulo 6.
11
CA
PT
ULO
-
Captulo 1: Introduo 2
Um histrico sobre o incio e desenvolvimento da construo de
tabuleiros em estrutura mista inicialmente apresentado no captulo 2,
sendo tambm apresentados conceitos bsicos sobre os elementos
constituintes e princpio de funcionamento de uma estrutura mista.
Finalizando o captulo so apresentados vrios sistemas construtivos que
podem substituir ao sistema tradicional de construo mista e os materiais
utilizados na construo deste tipo de tabuleiro.
No captulo 3 esto apresentados os principais aspectos das aes
atuantes num tabuleiro misto; prestando-se particular importncia s aes
de carga mvel e os efeitos de temperatura, retrao e fluncia do concreto
e efeitos de fadiga. Neste captulo apresentam-se tambm vrios estudos
experimentais, encontrados na literatura, direcionados caracterizao e
localizao de regies que podem desenvolver o fenmeno da fadiga ou
ainda concentraes de tenses que possam ocasionar problemas
estruturais.
Uma abordagem anlise estrutural de tabuleiros de pontes
apresentada no captulo 4, sendo inicialmente estabelecidos conceitos de
modelos unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais e as hipteses
sobre as quais estes se baseiam. A seguir, so apresentadas as tcnicas de
anlise de maior divulgao no meio tcnico para a anlise de tabuleiros em
vigas mistas, sendo brevemente descritas a tcnica de analogia de grelha e
a de estruturas prismticas laminares (folded plate analysis).
Apresenta-se tambm neste captulo, a metodologia de anlise
proposta pela AASHTO, sendo dada particular importncia ao conceito de
redundncia estrutural e aos estudos tericos e experimentais encontrados
na literatura sobre este assunto.
Neste mesmo captulo apresenta-se a aplicao do Mtodo dos
Elementos Finitos (MEF) na anlise de tabuleiros em vigas mistas; para isto
foram descritos vrios tipos de elementos finitos propostos na literatura para
a modelagem dos tabuleiros, sendo tambm apresentadas vrias
comparaes dos resultados obtidos atravs destes elementos com valores
experimentais.
-
Captulo 1: Introduo 3
Finalizando o captulo 4, apresentam-se alguns resultados de
anlises experimentais de tabuleiros mistos encontrados na literatura, com o
intuito de ilustrar o atual estgio das pesquisas experimentais.
No captulo 5 apresentam-se as hipteses e simplificaes adotadas
para a representao de tabuleiros mistos, sendo tambm estabelecidos os
tipos de elementos que foram escolhidos para a anlise. As justificativas,
tanto da escolha do tipo de elemento como das dimenses destes so
tambm descritas, assim como o tipo de vinculao do tabuleiro e
propriedades dos materiais.
As anlises realizadas e os resultados obtidos com os modelos
construdos so apresentados no captulo 6. Este captulo apresenta,
basicamente, duas partes distintas: uma primeira na qual so realizadas
vrias anlises que consideram o comportamento elstico-linear da
estrutura, visando estudar o comportamento tridimensional do tabuleiro e
qualificar a influncia que a presena de contraventamentos, variao do
vo, espessura da laje e posio da carga mvel na seo transversal
exercem na distribuio transversal de cargas para as vigas de ao. Para
isto foram considerados tabuleiros sobre quatro e trs vigas.
A segunda parte do captulo 6 apresenta os estudos considerando as
no linearidades fsica e geomtrica do conjunto, visando estudar o
comportamento esttico do tabuleiro aps a ocorrncia de fratura em uma
das vigas. Para isto foram considerados tabuleiros sobre duas e quatro
vigas.
No captulo 7 apresentam-se as concluses obtidas no
desenvolvimento deste trabalho.
De maneira a complementar e permitir uma maior fluidez da leitura do
texto, foram includos trs anexos no final. No ANEXO A apresentam-se as
sees transversais e arranjo estrutural dos tabuleiros considerados nos
captulos 5 e 6; o ANEXO B complementa o anterior apresentando as
caractersticas geomtricas das vigas de ao e vigas mistas equivalentes
dos tabuleiros. No ANEXO C so apresentados vrios grficos que mostram
-
Captulo 1: Introduo 4
a variao da tenso mxima de trao nas vigas em funo da variao da
localizao do trem tipo na seo transversal estudada (meio do vo).
-
HISTRICO E ASPECTOSGERAIS
2.1 - O incio da construo mista ao-concreto e seu
desenvolvimento
O incio da construo mista ao - concreto marcado pela patente
"Composite Beam Construction" (Construo em viga mista), pertencente a
J. Khan no ano 1926 e aos estudos pioneiros de R. A. Caughey, publicados
em 1929. A partir destas publicaes a construo mista foi empregada
numa grande quantidade de pontes rodovirias nas dcadas de 1930 e
1940.
As primeiras publicaes sobre o projeto de estruturas mistas ao -
concreto em pontes rodovirias foram realizadas pela American Association
of State Highway Officials (AASHO) no ano 1944. A apresentao de
critrios de projeto implementou rapidamente este novo tipo de construo.
Extensas pesquisas, somadas a uma larga experincia acumulada,
fizeram com que os princpios bsicos de funcionamento e comportamento
das pontes mistas fossem estabelecidos na dcada seguinte, na medida
que demandavam uma necessidade crescente de especificaes mais
detalhadas.
As especificaes da norma americana foram atualizadas em 1961,
neste perodo a Alemanha introduz os critrios e normalizao para o
projeto da construo mista no cdigo DIN 1078.
22CAPTULO
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 6
Mais recentemente, VIEST (1974) apresentou uma reviso do
trabalho realizado at ento sobre o assunto em questo. Posteriormente, o
comportamento estrutural de pontes mistas foi estudado por vrios
pesquisadores como: Fisher, Daniels & Slutter (1979), Johnson & Hope-Gill
(1976); Botzler & Colville (1979); Salani, Duffield, Mc Bean & Baldwin (1982,
1983), Grace & Kennedy (1986). Uma comisso formada por representantes
da ASCE - AASHTO (1985) publicou uma reviso de todo o escopo
disponvel at ento sobre o projeto e execuo de pontes em vigas mistas.
DUBAS (1987) estudou vrios aspectos relacionados ao projeto e
construo de pontes mistas, em especial as pontes em vigas curvas.
Alguns dos aspectos tratados por este foram o enrijecimento da alma de
vigas I e vigas caixo, arranjo dos enrijecedores transversais, arranjo
estrutural e comportamento esttico de pontes mistas em vigas curvas.
DANIELS, BREKELMANS & STARK (1993) publicaram uma reviso
dos avanos realizados no projeto e execuo de pontes em vigas mistas
entre 1970 e 1992, sendo abordados por estes os seguintes tpicos:
superestrutura de ao, laje de concreto, conectores de cisalhamento, cargas
e distribuio de cargas, utilizao, manuteno, reabilitao e reparo.
Os autores identificaram ainda vrios aspectos que precisam ser
estudados com maior profundidade, estes so enumerados a seguir:
- utilizao de lajes de espessura reduzida;
- novos tipos de conectores de cisalhamento;
- diferentes tcnicas de montagem e construo;
- desenvolvimento de mtodos de avaliao e controle da
fissurao da laje;
- utilizao de protenso interna e externa em tabuleiros.
Durante os ltimos 20 anos foram construdas no Brasil vrias pontes
mistas utilizando vigas I ou vigas caixo. Tem-se por exemplo a ponte da
Linha Vermelha, sobre a avenida Brasil, no Rio de Janeiro (Figura 2.1) cuja
superestrutura consiste principalmente de traves em seo caixo e
tabuleiros em vigas mistas, uma das inovaes realizadas na construo da
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 7
Linha Vermelha foi a introduo do ao de alta resistncia mecnica tipo
AR-COR, desenvolvido no Brasil.
FIGURA 2.1 - Linha Vermelha. COSIPA
Um exemplo digno de nota, construdo em estrutura mista no Brasil,
a ponte Pedro Ivo; assim denominada a segunda etapa da travessia entre a
Ilha de Santa Catarina e o continente em Florianpolis. Esta ponte
constituda de perfis metlicos de ao Corten e lajes de concreto, nos
tramos de 75 m e menores, e de estrutura totalmente em ao nos trechos
maiores, vence um vo de 1252 m.
Na construo dos tramos mistos as lajes foram moldadas no local e
ligadas estrutura metlica por meio de conectores tipo pino com cabea,
soldados nas mesas superiores dos perfis. Por tratar-se de uma estrutura
contnua, onde os momentos negativos so geralmente maiores que os
positivos, a espessura das lajes de 22 cm nos vos e 35 cm nos apoios
(VASCONCELOS, 1993).
Outro exemplo de construo mista no Brasil a ponte rodo -
ferroviria sobre o rio Paran (Figuras 2.2 e 2.7), situada entre os municpios
de Rubinia - SP e Aparecida do Taboado - MS.
A estrutura metlica da referida ponte consiste de duas traves
treliadas de banzos paralelos, contraventadas entre si, com o tabuleiro
ferrovirio em via nica no nvel do banzo inferior e o tabuleiro rodovirio em
duas vias, no nvel do banzo superior. formada por 26 tramos de 100 m
cada, perfazendo um total de 2600 m.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 8
Todas as barras das traves principais so em seo caixo, e o
material utilizado em toda a estrutura metlica o ao USI-SAC 50 (alta
resistncia mecnica e corroso atmosfrica), produzido pela USIMINAS.
Todas as conexes das barras que compem as traves, as transversinas e o
sistema de contraventamento foram executadas pelo processo de soldagem
eltrica com eletrodo revestido1.
FIGURA 2.2 - Ponte rodo - ferroviria sobre o rio Paran.
O tabuleiro ferrovirio constitudo por longarinas de ao apoiadas
nas transversinas, e os trilhos assentados sobre dormentes de madeira. O
tabuleiro rodovirio constitudo por vigamento metlico (transversinas e
longarinas), pr-lajes de concreto com capeamento executado no local e
finalmente capa asfltica de acabamento.
MASON & GHAVAMI (1994) apresentaram outros exemplos de
pontes em estrutura de ao e mista executados no Brasil.
Muitos sculos se passaram antes que o homem desenvolvesse os
cinco tipos bsicos de construo de pontes: viga, balano, arco, suspenso
e trelia (TROITSKY, 1994); atualmente a constante pesquisa e
1 Extrado do Relatrio Tcnico SET/EESC-USP.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 9
desenvolvimento dos materiais de construo, o refinamento da anlise
estrutural e o aprimoramento dos processos construtivos proporcionam uma
infinidade de alternativas e recursos para a construo de pontes. A
construo mista ao - concreto destaca-se entre estes pelas vantagens que
apresenta em relao ao tempo e custo de execuo e pela otimizao no
uso dos materiais.
2.2 Aspectos gerais sobre pontes em vigas mistas
De maneira geral, uma estrutura mista constituda por materiais que
possuem diferentes caractersticas mecnicas, para objeto deste trabalho
entende-se por estrutura mista a viga de ao solidarizada laje de concreto
junto mesa superior.
O princpio de funcionamento de uma ponte em vigas mistas consiste
na associao da laje de concreto armado, ou protendido, s vigas
metlicas que lhe servem de suporte. A associao entre vigas e laje
conseguida se os deslocamentos relativos na interface ao - concreto so
impedidos ou pelo menos reduzidos consideravelmente, de maneira que
exista transferncia do fluxo de cisalhamento entre laje e vigas. Esta
transferncia de esforos se traduz em um comportamento misto do
conjunto no qual, tanto as vigas de ao como a laje de concreto, atuam
solidariamente para resistir s aes aumentando assim a resistncia e a
rigidez da ponte ( Figura 2.3).
FIGURA 2.3 - Comparao entre ao no mista e mista
A limitao dos deslocamentos na interface ao - concreto
conseguida atravs da incorporao, mediante solda, de pequenas peas
de ao no topo da mesa superior das vigas. Estas peas recebem o nome
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 10
genrico de conectores de cisalhamento e ficam imersas na massa de
concreto aps a concretagem. Na figura 2.4 ilustra-se o processo de
incorporao de conectores de cisalhamento tipo "stud"1 mediante pistola
automtica de solda.
FIGURA 2.4 - Processo automatizado de incorporao de "studs" mediante
pistola de solda. HACKETT&ASSOCIATES (1998)2
A funo dos conectores de cisalhamento consiste na transferncia
de tenses tangenciais que surgem na interface ao concreto, fazendo
com que os dois materiais trabalhem como um conjunto nico. Basicamente,
o tabuleiro de uma ponte em viga mista constitudo pelos seguintes
elementos estruturais:
1. Vigas de ao: realizam a transferncia de cargas na direo
paralela ao eixo longitudinal da ponte;
2. laje de concreto: responsvel pela distribuio transversal de
carga, sob condies normais de utilizao recebe as aes das
cargas mveis;
1 "studs": conectores de cisalhamento formados por uma haste e uma cabea. O dimetroda haste deste tipo de conector varia entre 13 e 25 mm e a altura entre 65 e 100 mm, ocomprimento da haste no deve ultrapassar quatro vezes o dimetro desta. A cabea desteconector tem dupla funo: impedir o afastamento vertical entre o ao e o concreto emelhorar a resistncia do conector, estabelecendo uma melhor ancoragem no concretocircundante. Ver tambm JOHNSON e BUCKBY (1986).
2 http//:www.hackettassociates.com
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 11
3. conectores de cisalhamento: responsveis pela ligao viga - laje
e pela transferncia do fluxo de cisalhamento.
A associao de dois materiais de comportamento estrutural
diferente, o ao apresenta excelente resistncia trao enquanto o
concreto altamente resistente compresso, leva a uma srie de
vantagens sobre estruturas que no apresentam comportamento misto,
entre as mais importantes pode-se citar:
1. economia no consumo de ao, de 30 a 50% segundo OWENS &
KNOWLES (1992), pois a maior rigidez da estrutura permite a
utilizao de vigas de menor altura;
2. rapidez de construo em relao ao tempo de execuo de
tabuleiros sobre vigas de concreto moldadas no local.
A principal desvantagem que este sistema apresenta a necessidade
de incorporar conectores de cisalhamento na interface dos materiais.
Nas figuras 2.5 a 2.7 apresentam-se alguns exemplos de tabuleiros
de pontes construdos em vigas mistas.
FIGURA 2.5 Construo de viaduto em estrutura mista. HACKETT &
ASSOCIATES (1998).
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 12
FIGURA 2.6 - Construo de viaduto em estrutura mista em rbyhus,
Sucia. COLLIN et al (1998)1
FIGURA 2.7 - Ponte rodo - ferroviria sobre o rio Paran.
1 http//:www.sbi.se/bergen4.html.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 13
2.2.1 - Largura efetiva da laje de concreto
A associao entre vigas e laje, por meio de conectores de
cisalhamento, ocasiona uma transmisso de tenses concentradas de corte
ao longo da conexo, sendo esta responsvel pelo aumento de tenses
normais na laje naquela regio. Estas tenses diminuem gradativamente
para ambos os lados conforme ilustra a figura 2.8; este fenmeno
denominado comumente na literatura por efeito de "shear lag".
FIGURA 2.8 - Efeito de "shear lag"
Para avaliar a rigidez efetiva das vigas de ao e determinar os valores
das tenses mximas, continuando a utilizar as expresses da teoria de
flexo geral, comum recorrer ao artifcio de considerar vigas mistas
equivalentes, com banzos de largura reduzida.
No projeto de tabuleiros mistos a largura efetiva da laje e a viga de
ao formam uma viga mista ao - concreto, (Figura 2.8); a determinao
analtica da largura efetiva em regime elstico implica em clculos
laboriosos e depende, entre outros, da geometria da estrutura, o tipo de
carregamento, condies de apoio e armadura da laje.
Na prtica, a largura efetiva da laje obtida atravs das
recomendaes fornecidas pela normalizao.
Para o clculo das tenses (Figura 2.8), a largura efetiva definida
da seguinte maneira (MALITE, 1993):
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 14
emax
med bb ss
= (2.1)
onde meds representa a tenso mdia na largura eb e maxs o valor
mximo desta.
O estudo do efeito de shear lag foi realizado inicialmente em
estruturas de navios, sendo posteriormente aplicado a aeronaves e pontes.
DOWLING & BURGAN (1987) publicaram um estado da arte do efeito de
shear lag neste tipo de estruturas. Os pesquisadores abordaram ainda o
problema da determinao da parcela de laje equivalente no caso de pontes
mistas com conexo parcial.
2.2.2 - Conectores de cisalhamento
Os conectores de cisalhamento exercem grande influncia no
comportamento estrutural de vigas mistas, podendo estes ser rgidos ou
flexveis.
Segundo o EUROCODE 4, parte 1-1, so conectores flexveis
aqueles que possuem deformabilidade suficiente para tornar vlida a
hiptese de comportamento plstico ideal da conexo na estrutura
considerada.
Os conectores tipo stud, com um comprimento total, aps serem
soldados, no inferiores a quatro vezes o dimetro da haste, sendo este
dimetro compreendido entre 16 e 22 mm, podem ser considerados flexveis
dentro dos seguintes limites, segundo o grau de conexo definido pela
relao fN/N .
Para sees metlicas com abas iguais:
5L 4,0NN
f
(2.2)
25L5 L03,025,0NN
f
+ (2.3)
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 15
25L 0,1NN
f
(2.4)
Para sees metlicas nas quais a aba inferior tem uma rea inferior
ao triplo da aba superior:
20L L03,04,0NN
f
+
(2.5)
20L 0,1NN
f
onde:
L= vo em metros;
N f = nmero de conectores determinado segundo o item 6.2.1.1 para
o vo da viga;
N = nmero de conectores dispostos na viga
Os seguintes tipos de conectores podem ser considerados com a
mesma flexibilidade que os studs considerados acima:
a) parafusos protendidos dimensionados de acordo com o item 6.5
desta norma;
b) outros conectores que possuam capacidade caracterstica de
escorregamento no inferior a 6 mm para sua resistncia
caracterstica, determinada a partir de ensaios de cisalhamento
realizados de acordo ao item 10.2 do regulamento.
Os conectores de cisalhamento tipo pino com cabea podem ser
considerados como flexveis para variaes de vo superiores s dadas
anteriormente se:
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 16
a) os conectores, aps soldados, possuem altura no inferior a 76
mm e haste com dimetro entre 19 e 20 mm;
b) a seo metlica laminada em I ou H com abas iguais;
c) a laje de concreto mista com chapa nervurada perpendicular
viga e continua sobre ela;
d) existe um conector por nervura da chapa, centrado em relao a
esta;
e) para a chapa nervurada 2h/b po e 60hp mm;
f) a fora cF calculada segundo o item 6.2.1.1 (3) da norma.
Onde cfF o menor dos seguintes valores:
a
yacf
fAF
g
= (2.6)
s
skse
c
ckccf
fAfA85,0F
gg
+
= (2.7)
onde:
Aa: rea do ao estrutural;
cA : rea efetiva de concreto;
seA : rea de quaisquer armadura longitudinal comprimida que seja
considerada no clculo da resistncia a flexo.
Estas reas so referentes seo transversal da viga mista no ponto
de mximo momento fletor positivo.
Se as condies acima so cumpridas, a relao N/fN dever
satisfazer:
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 17
10L 4,0NN
f
25L10 L04,0NN
f
(2.5)
25L 0,1NN
f
A distribuio dos conectores de cisalhamento deve ser realizada ao
longo da conexo da viga de maneira a transmitir o fluxo de cisalhamento e
impedir a separao entre a laje de concreto e as vigas de ao
FIGURA 2.9 - Tipos de conectores de cisalhamento
O escorregamento de um determinado tipo de conector
determinado em funo da resposta deste ao do fluxo longitudinal de
tenses que se gera entre o perfil de ao e a laje de concreto. Esta resposta
tem sido extensamente estudada em ensaios de vigas mistas (YEN et al,
1997) e de "push-out"1 (AN et al, 1997) e caracterizada atravs do
relacionamento entre fora no conector e deslocamento relativo na interface
ao - concreto.
1 "push -out": Ensaio realizado para obter a resistncia ao cisalhamento dos conectores.Basicamente consiste em duas lajes apoiadas na regio inferior de uma mquina de ensaio compresso e ligadas a uma viga de ao atravs de conectores de cisalhamento. Na viga aplicada uma carga axial mediante um atuador hidrulico e medido o escorregamentoocasionado na interface; atravs dos resultados obtidos so traadas as curvas de foraaplicada - escorregamento dos conectores. Ver tambm OEHLERS e COUGHLAN (1986).
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 18
Na figura 2.10.a apresenta-se um modelo tpico de ensaio de "push -
out" utilizando conectores tipo "stud"; na figura 2.10.b apresenta-se a curva
experimental que caracteriza a relao existente entre fora aplicada e
escorregamento relativo (AN & CEDERWALL, 1997) para concreto de alto
desempenho e concreto comum, observa-se nesta figura que a resistncia
caracterstica do concreto influencia na natureza da curva e que uma maior
resistncia deste aumenta a rigidez do conector.
(a)
(b)
FIGURA 2.10 - a) Modelo de ensaio de "push-out"; b) curvas de fora
aplicada versus escorregamento.AN & CEDERWALL (1997) para concreto
de alto desempenho (CAD) e concreto comum.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 19
2.3 Tipos de construo
Uma ponte em vigas mistas pode ser construda com o uso de
escoramento para as vigas de ao durante a concretagem e cura da laje.
Quando isto acontece pode-se assumir que todas as cargas aplicadas so
suportadas pela ao mista ao-concreto.
Se as vigas no so escoradas, estas so submetidas a tenses
resultantes de cargas de peso prprio, frmas e peso da laje; somente aps
a laje atingir a resistncia adequada, a viga passa a ter comportamento
misto sob ao do carregamento mvel.
Ao se determinar o uso de escoramento deve-se levar em
considerao a influncia deste no custo global da obra e prever a
possibilidade de ocorrncia de recalques e assentamentos do terreno,
problemas sempre presentes na construo de pontes.
Resultados publicados pelo ASCE ACI apud XANTHAKOS (1994)
mostraram que a presena ou ausncia de escoramento em vigas mistas
no impede que estas desenvolvam a sua resistncia ltima flexo. A
principal influncia que o escoramento exerce no comportamento das vigas
nos deslocamentos que estas sofrem.
2.3.1 - Sistemas construtivos
Geralmente a estrutura metlica inicialmente montada, as vigas so
posicionadas sobre os pilares mediante guindastes ou sistemas de trelias
"lanadeiras" (Figura 2.11); a seguir a superestrutura de ao aproveitada
para suportar as cargas de construo da laje de concreto (Figura 2.12).
A utilizao de escoramento s vezes pode resultar vantajosa pois
facilita a imposio de um deslocamento inicial (contra-flecha) no sentido
oposto ao de aplicao das cargas permanentes e mveis.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 20
FIGURA 2.11 - Utilizao de trelia para lanamento das vigas.
FIGURA 2.12 - Tcnicas de escoramento da laje. HACKETT &
ASSOCIATES.
O escoramento da laje indispensvel quando o concreto moldado
no local (in loco). Existem ainda vrios sistemas construtivos que podem ser
utilizados com vantagem sobre o sistema tradicional, principalmente no
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 21
relacionado a economia de forma e diminuio do tempo de execuo;
alguns destes so citados na continuao.
Lajes com forma de ao incorporada ou "Steel Deck"
Este sistema tem sido utilizado principalmente na construo mista
de edifcios e consiste numa chapa de ao nervurada que serve de frma
para realizar a concretagem da laje. Esta chapa possui na sua superfcie
salincias que ficam imersas na massa de concreto garantindo assim a
aderncia entre os dois materiais (ver Figura 2.13). A existncia de
aderncia entre ao e concreto ocasiona que laje e frma se comportem
como um conjunto misto, o que leva a um aumento de resistncia,
possibilitando consumos menores de armadura.
FIGURA 2.13 - Comparao entre o sistema de laje com forma de ao
incorporada e o sistema tradicional - HACKETT & ASSOCIATES
Utilizao de pr-lajes como forma permanente
A utilizao destes elementos elimina por completo a necessidade
de utilizao de formas convencionais e reduz consideravelmente os tempos
de execuo. As pr-lajes so posicionadas entre as vigas de ao, sendo
posteriormente lanado o concreto conforme ilustrado na Figura 2.14.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 22
FIGURA 2.14 - Utilizao de pr-lajes como formas permanentes
Lajes pr-moldadas
A utilizao de elementos pr-moldados de laje reduz de maneira
considervel o tempo de execuo do tabuleiro. Estes elementos possuem
vazios destinados a alojar os conectores de cisalhamento (Figura 2.15),
estes vazios so concretados aps os painis serem posicionados
adequadamente sobre as vigas.
FIGURA 2.15 - Execuo do tabuleiro mediante elementos pr-moldados de
laje
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 23
O principal inconveniente encontrado na utilizao deste sistema
consiste na ligao entre os painis adjacentes, JOHNSON e BUCKBY
(1986) apresentaram vrios detalhes construtivos adotados na Europa para
resolver este problema; na Figura 2.16 apresenta-se um destes.
FIGURA 2.16 Detalhe de ligao entre painis pr - moldados. JOHNSON
& BUCKBY (1986)
Sistema Steel Free Deck (Laje sem armadura)
Este sistema de execuo de tabuleiros de pontes foi apresentado
por NEWHOOK et al (1997) e consiste basicamente na incorporao,
mediante solda, de tirantes de ao entre as mesas superiores das vigas,
conforme mostrado na Figura 2.17. Neste sistema a armadura do tabuleiro
parcial ou totalmente eliminada, restando aos tirantes auxiliar laje na
transferncia de cargas para as vigas mediante efeito de arqueamento1.
1 Ensaios realizados em tabuleiros de pontes mistas (CSAGOLY & LYBAS, 1989) mostraramque a laje de concreto capaz de transferir grandes parcelas de carga mediante efeito dearqueamento. PETROU & PERDIKARIS (1996), aps realizar vrios ensaios experimentaisem modelos reduzidos de tabuleiros de concreto, estabeleceram que o modo de ruptura dalaje, desde que esta possua uma relao espessura-vo adequada e estejaconvenientemente vinculada lateralmente, pode ser associado ao mecanismo deinstabilidade de uma trelia tri-articulada e vinculada lateralmente a molas elsticas. Vertambm JIANG & SHEN (1986).
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 24
FIGURA 2.17 - Sistema Steel Free Deck. NEWHOOK et al (1997)
Sistema "tipo grelha metlica" (Exodermic Bridge Deck)
Um tabuleiro tipo grelha metlica constitudo basicamente por uma
laje de concreto apoiada sobre uma grelha de ao (Figura 2.18). O
desenvolvimento da ao mista entre laje e grelha garantido atravs da
ligao do concreto com dois elementos da grelha: as barras tercirias e os
conectores de cisalhamento.
FIGURA 2.18 - Sistema "tipo grelha metlica" em tabuleiros de pontes.
EXODERMICC BRIDGE DECK, INC (1999)1
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 25
O concreto deste tipo de tabuleiro pode ser moldado in loco ou pr-
moldado. Na figura 2.19 apresentam-se alguns detalhes de execuo da laje
utilizando estes dois sistemas.
FIGURA 2.19 - Detalhes para execuo da laje de tabuleiros "tipo grelha
metlica". EXODERMIC BRIDGE DECK, INC (1999)
Aplicao de protenso em vigas mistas
A aplicao de protenso em vigas mistas uma das melhores
tcnicas existentes para reduzir o consumo de ao na construo de
tabuleiros mistos (TROITSKY, 1990). Esta tcnica tem sido bastante
utilizada tanto na reabilitao e reforo de pontes existentes, como na
construo destas.
Embora a utilizao de protenso em pontes de concreto tenha tido
maior divulgao no meio tcnico a nvel nacional, a protenso de pontes
metlicas e mistas tem sido utilizada com sucesso em pases altamente
industrializados como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Na figura 2.20 apresenta-se um exemplo de aplicao de protenso
em tabuleiros mistos, trata-se da ponte Lauffen (Alemanha) construda em
1 http//:www.exodermic.com
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 26
1955 (TROITSKY, 1990). Esta ponte possui um s vo de 34 m, sendo o
tabuleiro constitudo por duas vigas de ao sobre as quais apoiada a laje
de concreto. A protenso nas vigas foi aplicada atravs de quatro cabos,
sendo cada um destes constitudo por 52 cordoalhas de 5,3 mm de dimetro
cada uma.
A utilizao de protenso nas vigas reduziu em 28 % as tenses
atuantes na mesa superior e em 61% as atuantes na mesa inferior.
FIGURA 2.20 - Elevao e seo transversal da Ponte Lauffen, Alemanha.
(TROITSKY, 1990)
Na figura 2.21 apresentam-se alguns detalhes construtivos das
ancoragens de protenso em vigas de ao.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 27
FIGURA 2.21 - Ancoragens de protenso em vigas de ao. TROITSKY
(1990)
2.3 - Normalizao e materiais empregados
As especificaes publicadas sobre o projeto e execuo de pontes
mistas variam de um pas a outro, isto deve-se em parte a que os materiais
de construo so fabricados de acordo com especificaes internas e que
os ensaios realizados para determinar as propriedades dos materiais podem
tambm variar.
Os fatores que talvez maior influncia exercem no conceito e projeto
de um sistema estrutural so a histria e a geografia; JOHNSON e BUCKBY
(1979) apud JOHNSON (1994), observaram que as principais diferenas
existentes na concepo estrutural de pontes mistas construdas na Sua e
na Inglaterra durante a dcada de 1970, deviam-se principalmente
natureza do carregamento atuante, este era decorrente dos diferentes tipos
de trfego de cada pas e do diferente desenvolvimento histrico dos
sistemas de transportes.
2.3.1 Materiais empregados
Os materiais empregados na construo de pontes mistas so
basicamente o ao e o concreto. Na anlise estrutural de pontes o
comportamento destes pode ser elstico ou plstico, segundo o grau de
solicitao no material, o tipo e a qualidade.
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 28
2.3.1.1 - Aos utilizados na construo de pontes
O ao uma liga de ferro (98%) com pequenas quantidades de
carbono, silcio, enxofre, fsforo, mangans, etc. O carbono o componente
que maior influncia exerce nas propriedades do ao, podendo este ser
dividido nos seguintes grupos: aos carbono, aos de baixa liga e aos
patinveis; atualmente estes aos so fabricados pelas seguintes usinas
nacionais:
- Companhia Siderurgica Nacional (CSN)
- Companhia Siderrgica Paulista (COSIPA)
- USIMINAS
As usinas produzem o ao na forma de chapas e bobinas que podem
ser laminados a quente ou frio, a CSN por exemplo apresenta o fluxo de
produo mostrado na figura 2.22.
FIGURA 2.22 - Fluxo de produo de ao. CSN (1998)1
Os aos estruturais mais comumente utilizados no Brasil so os das
especificaes ABNT e ASTM.
1 http//:www.csn.com.br
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 29
Nas tabelas 2.1 e 2.2 so apresentados os tipos de ao das
especificaes NBR e ASTM, respectivamente, permitidos pela NBR-8800
TABELA 2.1 - Aos estruturais da srie NBR permitidos pela NBR-8800
NBR 7007 NBR 6648 NBR 6650 NBR 5000
Aos para perfis laminados Chapas grossas de ao Chapas finas de ao - Chapas grossas de
para uso estrutural carbono para uso carbono para uso estrut. ao de baixa liga e alta
estrutural (a frio / quente ) resistncia mecnica
Classe/ fy fu Classe/ fy fu Classe/ fy fu Classe/ fy fu
Grau ( MPa) ( MPa) Grau ( MPa) ( MPa) Grau ( MPa) ( MPa) Grau ( MPa) ( MPa)
MR - 250 250 400 G -30 300 415
AR - 290 290 415 CG - 24 235 380 CF - 24 240 370 G-35 345 450
AR - 345 345 450 CG - 25 255 410 CF - 26 260 400(a)
AR - COR - 345 485 410(b)
345 A ou B
NBR 5004 NBR 5008 NBR 5920 / NBR 5921
Chapas finas de ao de Chapas grossas de ao de baixa liga Chapas finas de ao de
baixa liga e alta resistncia e alta resistncia mecnica, resistentesbaixa liga e alta resistncia
mecnica corroso atmosfrica, para usos mecnica, resistentes
estruturais coroso atmosfrica p/ uso
estrutural (a frio / a quente )
Classe/ fy fu Classe/ Faixa de fy fu Classe/ fy fu
Grau ( MPa) ( MPa) Grau espessura ( MPa) ( MPa) Grau ( MPa) ( MPa)
F - 32 / Q32 310 410 t
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 30
TABELA 2.2 - Aos estruturais especificados pela ASTM e permitidos pela
NBR-8800
Classif. Denominao Produto Grupo/Grau fy* fu*
A36 - o mais utilizado na construo de
estruturas metlicas podendo ser usado na Perfis Todos os grupos
Aos construo de ponte e edifcios. Este tipo
de ao corresponde ao M270, Grau 36 na Barras t
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 31
Durante os ltimos anos tem sido desenvolvidos os aos patinveis,
assim denominados devido a que na superfcie formada uma ptina ao
longo do tempo que aumenta a resistncia corroso. Na tabela 2.3
apresenta-se os aos patinveis produzidos pela COSIPA.
TABELA 2.3 - Aos patinveis produzidos pela COSIPA.
PRODUTO GRAU ESPESSURA (mm) fy ( Mpa ) fu (Mpa) fy a 600 C (Mpa)
chapas finas
Laminadas a Frio COS AR COR 500 1,30 A 2,00 320 480 -
Chapas COS AR COR 400 2,00 a 9,52 250 380 - 520 -
Laminadas a quente COS AR COR 400E 2,00 a 12,50 300 380 - 520 -
COS AR COR 500 2,00 a 9,52 375 490 - 630 -
COS AR COR 400 6,00 a 50,80 250 380 - 520 -
COS AR COR 400E 6,00 a 16,00 300 380 - 520 -
Chapas Grossas COS AR COR 500 6,00 a 50,80 375 490 - 630 -
COS AR COR FIRE 500 10,00 a 32,00 375 490 - 640 250
Como exemplo dos aos utilizados nos conectores de cisalhamento
podemos referenciar a norma inglesa, BS 5400, que apresenta as
resistncias nominais de trs tipos de conectores de cisalhamento: pino com
cabea, perfil "U" e barra com ala. Na tabela 2.4 reproduzida esta tabela
(MALITE, 1993).
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 32
TABELA 2.4 - Resistncia dos conectores de cisalhamento segundo
a BS 5400. MALITE (1993)
Resist. Nominal por
Tipo de conector Material do conector conector em kN, para concreto
de resist. fck, N/mm2
Pino com cabea (stud) Dimetro Altura Tenso Escoam. = 385 N/mm2 20 30 40 50
(mm) (mm) Along. Mnimo = 18%
Tenso ruptura = 495 N/mm2
25 100 139 154 168 183
22 100 112 126 139 153
19 100 90 100 109 119
19 75 78 87 96 105
16 75 66 74 82 90
13 65 42 47 52 57
Barra com ala (mm) Grade 43 da
50 x 40 x 200 BS4360: 1972 697 830 963 1096
25 x 25 x 200 348 415 482 548
Perfil "U" (mm) Grade 43 da
127 x 64 x (14,90) x 150 BS 4360: 1972 351 397 419 442
102 x 51 x (10,42) x 150 293 337 364 390
76 x 38 x (6,70) x 150 239 283 305 326
2.4.3 - Concreto
A norma americana AASHTO considera na diviso II, item 4.5, oito
classes de concreto cujas resistncias compresso variam de 1,5 a 2,75
kN/cm2, segundo a finalidade estrutural do elemento. A tabela 4.1 desta
norma apresenta as exigncias em relao proporo gua - cimento,
porosidade, tamanho do agregado, etc. que cada tipo de concreto deve
satisfazer. No item 8.7 estabelece os valores do mdulo de elasticidade e de
poisson do concreto.
No Brasil o concreto estrutural deve satisfazer as especificaes
estabelecidas pela NBR-6118.
2.4.4 - Desenvolvimento de novos materiais
Atualmente vem sendo realizada uma extensa pesquisa no
desenvolvimento de novos materiais, embora muitos destes consistem na
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 33
otimizao do concreto de alto desempenho (CAD) e dos aos de alta
resistncia mecnica e corroso.
O concreto de alto desempenho, desenvolvido na atualidade, pode
alcanar resistncias superiores aos 100 MPa (CEB), sendo sua principal
caracterstica a maior durabilidade que apresenta em relao ao concreto
comum.
O melhoramento nos processos de produo e fabricao do ao,
assim como na execuo de conexes e tratamentos de proteo, permitem
que o material apresente maior resistncia mecnica, corroso e fadiga.
Aos facilmente soldveis e novos processos de soldagem podem reduzir
consideravelmente os custos de execuo que, associados maior
ductilidade e tenacidade do material, viabilizam cada vez mais a sua
utilizao na construo de pontes. Estes aos associados a outros
materiais como polmeros, concreto e cabos de protenso viabilizam
inmeras tcnicas de execuo que otimizam os processos construtivos
tradicionais, com a conseguinte reduo de custos.
Polmeros reforados com fibra (FRP) apresentam a vantagem de
serem mais leves, minimizando o peso prprio em pontes de grandes vos e
oferecendo maior resistncia ao deletria do meio ambiente. As
principais vantagens da utilizao destes materiais em tabuleiros de pontes
so: diminuio de peso prprio, resistncia corroso e possibilidade de
pr-fabricao em unidades modulares que permitem rapidez de montagem
sem a necessidade de escoramento ou formas. PODOLNY (1998)
estabeleceu que podem ser alcanadas economias de execuo de at 80%
utilizando este novo tipo de material em tabuleiros de pontes.
Embora os novos materiais desenvolvidos possuam maior
resistncia, durabilidade e menor peso, estes podem apresentar o problema
de instabilidade local ou global em funo da adoo de sees transversais
menores que levam a uma diminuio de rigidez. Sem dvida alguma, existe
um ponto em que torna-se simplesmente invivel aproveitar ao mximo as
vantagens destes materiais em virtude de que os limites de utilizao so
excedidos, ou do risco da estrutura tornar-se instvel. Estes problemas so
-
Captulo 2: Histrico e aspectos gerais 34
superados atravs de solues estruturais inovadoras que emergem com o
uso de novas tecnologias.
-
AES E SOLICITAES
A principal caracterstica das aes que atuam em pontes que estas
possuem variada natureza, a forma em que atuam e a intensidade mxima
podem variar em funo da geografia, tipo de utilizao, estao do ano,
etc. A determinao das cargas e a compreenso de como estas so
aplicadas e distribudas at os apoios e fundaes, constitui um dos
aspectos mais importantes na anlise e dimensionamento de tabuleiros de
pontes.
Determinar as aes que provocam solicitaes no tabuleiro constitui
um problema complicado, cuja soluo deveria ser obtida atravs de
estudos probabilsticos que considerem parmetros como densidade de
trfego, tipos de veculos, vias de circulao, vo, vento, neve, sismo, etc.
De maneira resumida, as aes podem ser enumeradas da seguinte
maneira:
n Aes permanentes: peso prprio, pavimentao, barreiras de
proteo, passeios para pedestres, guarda - rodas e demais
acessrios;
n Aes de utilizao: cargas mveis que provocam efeitos de
fadiga, impacto vertical e esforos longitudinais de acelerao e
frenagem;
n Aes provocadas por elementos naturais: presses e
deslocamentos ocasionados pela gua, ar e terra;
n Deformaes internas: variaes de temperatura, retrao e
fluncia do concreto.
33CAPTULO
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 37
Neste trabalho resulta invivel revisar de maneira detalhada cada
uma das aes mencionadas, razo pela qual sero abordadas apenas as
cargas mveis, e os efeitos de temperatura, retrao, fluncia e fadiga;
maiores detalhes sobre outras aes podem ser encontrados em EL DEBS
& TAKEYA (1995).
3.1 - Cargas mveis
So denominadas assim as cargas ocasionadas pela passagem de
veculos ao longo do tabuleiro. Na prtica resulta invivel considerar num
mesmo projeto todos os tipos de veculos que circulam ao longo do vo, por
este motivo os regulamentos tem adotado um carregamento representativo
denominado trem tipo; a natureza deste pode sofrer variaes notveis de
um pas a outro.
De maneira a garantir a segurana da estrutura, deve ser realizado
algum tipo de controle para evitar a passagem de veculos com excessos de
carga, pelo geral cada pas estabelece atravs de rgos pblicos as cargas
mximas legais para cada tipo de veculo.
Na tabela 3.1 apresenta-se uma comparao entre os trens tipos
adotados em diferentes pases.
-
38
TABELA 3.1 Comparao entre trens tipos utilizados em diferentes pases.
Pas Tipo de N1 N2 D A1 A2 P S P1 P2 P3 P4 P5 d1 d2 d3 d4 ObservaoesCarga
Veculo ocupa uma superfcieAlemanha Classe 60 3 2 2 0,6 0,2 600 3 200 200 200 - - 1,5 1,5 - - 6,0 x 3,0 m. Resto da vaOcidental 5 kN/m2, outras vias 3kN/m2
Veculo ocupa uma superfcieClasse 45 3 2 2 0,5 0,2 450 3 150 150 150 - - 1,5 1,5 - - 6,0 x 3,0 m. Resto da va
Brasil Classe 30 3 2 2 0,4 0,2 300 3 100 100 100 - - 1,5 1,5 - - 5 kN/m2 para os tipos 45 e 30Classe 12 2 2 2 0,2(1) 0,2 120 3 40 80 - - - 3 - - - e 4 kN/m2 para o tipo 12. Nos paseios
adota-se 3 kN/m2 para todos. carga do veculo soma-se
Espanha - 3 2 2 0,6 0,2 600 3,5 200 200 200 - - 1,5 1,5 - - 4 kN/m2 em todas as viasde circulaoSo dispostos dois veculos
Frana BC 3 2 - - - 300 3 60 120 120 - - 4,5 1,5 - - separados 10,50 m.
Este veculo considera-seReino HB 4 4 0,9 0,37 0,07 1800 3 450 450 450 450 - 4,5 1,5 - - com um 1/3 da carga HA nasUnido outras vas.
No especifica veculo Itlia - - - - - - - 3,5 - - - - - - - - - extraordinrio.
Notas: N1: Nmero de eixos A1: largura de contato da roda (m)N2: Nmero de rodas por eixo A2: Comprimento de contato da roda (m)S: largura da via (m) P: carga total (kN)D: separao transversal entre rodas Pi (kN), i=1,2,...,5
di (m), i=1,2,...,5
-
39
TABELA 3.1 (continuao) Comparao entre trens tipos utilizados em diferentes pases.
Pas Tipo de N1 N2 D A1 A2 P S P1 P2 P3 P4 P5 d1 d2 d3 d4 ObservaoesCarga
A carga T apenas utilizadaJapo T-20 2 2 1,75 0,12 0,2 200 2,75 40 160 - - - 40 - - - para lajes. O veculo principal
0,5 0,2 seguidos por outros com fator 0,75, separados 14,0 mVeculo considerado sobre cada
Nova H20-S16-T165 2 1,8 - - 462 3 36,3 14,5 14,5 72,5 72,5 4,3 4,27 4,3 3,7 3 m de via. Para veculo com carga Zelanda excepcional, considera-se 100%
da sobrecarga em apenas uma viaA posio transversal do
Sucia - 5 - - - 3 100 3 200 200 200 200 200 3 1,5 1,5 3 veculo depende da largurada via. Eixos das rodas sodistribudos uniformementeCargas nas caladas de 7
Rssia NK-80 4 2 2,7 0,8 0,2 800 3 200 200 200 200 - 1,2 1,2 1,2 - kN/m2 e carga concebtradade 3 kNUm comboiop por via de circu-
HS20-44 3 2 1,8 - - 326 3 36 145 145 - - 4,3 4,27-9 - - lao. A distncia entre as as duasEstados HS15-44 3 2 1,8 - - 242 3 28 107 107 - - 4,3 4,27-9 - - rodas trraseiras pode variar entreUnidos H20-44 2 2 1,8 - - 178 2 36 142 - - - 4,3 - - - 4,29 e 9 m. Os veculos podem ser
H15-44 2 2 1,8 - - 134 27 107 - - - - 4,3 - - - substitudos por uma carga distribuida e uma concentrada.
Notas: N1: Nmero de eixos A1: largura de contato da roda (m)N2: Nmero de rodas por eixo A2: Comprimento de contato da roda (m)S: largura da via (m) P: carga total (kN)D: separao transversal entre rodas Pi (kN), i=1,2,...,5
di (m), i=1,2,...,5
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 40
O percurso de veculos em tabuleiros de pontes ocasiona efeitos
dinmicos que produzem vibraes e efeitos de deslocamento e solicitao,
maiores que os que seriam ocasionados por cargas estticas equivalentes,
principalmente se a superfcie do tabuleiro irregular. Foras de natureza
humana entram tambm dentro da classificao de cargas mveis,
constituindo uma importante fonte de excitao dinmica; pedestres
caminhando, marchando ou correndo podem ocasionar vibraes de ordem
importante.
O estudo do comportamento dinmico de tabuleiros de pontes mistas
tem sido abordado por SMITH (1988), WANG et al (1993), HUANG et al
(1992), CHANG et al (1994). A maioria destes estudos consistem na
determinao da influncia que a rugosidade da pista, massa do veculo,
sistema de suspenso, etc, exercem na resposta da estrutura e na
determinao de coeficientes de impacto que permitam simplificar a anlise
estrutural.
Apesar da natureza do problema ser puramente dinmica, os
regulamentos consideram as cargas mveis atravs de um incremento da
carga esttica. De maneira geral, a ponte analisada localizando o veculo
em diferentes partes do tabuleiro e multiplicando as solicitaes calculadas
por um coeficiente de impacto; este coeficiente determinado a partir de
valores obtidos experimentalmente e de modelagens de veculos e pontes
utilizadas em estudos analticos.
Na tabela 3.2 apresentam-se as especificaes que alguns
regulamentos fornecem para a determinao do coeficiente de impacto.
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 41
TABELA 3.2 - Coeficientes de impacto
Norma: AASHTO BS5400 NBR 7187 DIN 1072
36 67. L m f =1.4 -0.007L
Tabuleirossem aterro:
f =1.4 -0.008L
3824.15
1+
+=L
f Momento fletor:
f = 2.00Cisalhamento:
f = 1.67
Tabuleiroscom aterro:
f =1.4 -0.008L - 0.1h
Coeficientede impacto
67L Momento fletor:
f = 073216
02.
..
+-L
Cisalhamento:
f = 082144
02.
.
.+
-L
f = coeficiente de impacto; h = altura do aterro L = vo da ponte, em metros.
Nas anlises realizadas neste trabalho as aes de carga mvel
foram majoradas mediante coeficientes de impacto conforme as
recomendaes da NBR 7187.
3.2 - Efeitos de temperatura
A grande diferena entre as condutividades trmicas do concreto e do
ao pode ocasionar gradientes elevados de temperatura em uma mesma
seo transversal. Uma das principais interrogaes sobre este assunto tem
sido a forma em que a temperatura distribuda ao longo da altura do
tabuleiro.
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 42
SIMKO (1979) apud FU & CHEUNG (1990), realizou estudos
experimentais para determinar a maneira em que a temperatura
distribuda na seo transversal de um tabuleiro misto. Para isto foi
construdo um modelo reduzido (escala 0,354) do tabuleiro da ponte sobre o
rio Red, Canad. A experincia consistiu no resfriamento da laje atravs da
aplicao de gelo, numa sala com temperatura constante a 25C.
Na figura 3.1 ilustra-se a seo transversal do modelo reduzido
analisado e a distribuio de temperaturas obtidas ao longo da seo.
FIGURA 3.1 - Modelo analisado e resultados obtidos. SYMKO (1979)
A partir dos resultados apresentados na figura 3.1 pode-se deduzir
que a temperatura ao longo da altura da seo varia de forma no linear.
O trabalho descrito acima foi complementado por FU & CHEUNG
(1990), que, aps realizar vrios estudos analticos baseados em equaes
diferenciais de transferncia de calor, identificaram alguns aspectos que
influenciam na distribuio de temperaturas; alguns destes so transcritos a
seguir:
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 43
- a varivel que mais influncia exerce na distribuio de
temperaturas aparentemente a relao entre a poro em balano
da laje e altura do tabuleiro misto, esta varivel controla a rea de ao
exposta radiao solar;
- picos de temperatura durante o dia tem grande influncia no
comportamento trmico de tabuleiros mistos;
- existe uma relao direta entre gradientes de temperatura e tenses
induzidas: quanto maior o gradiente, maior a tenso provocada por
este;
- a temperatura inicial aparentemente no influencia de maneira
sensvel a distribuio de temperaturas na estrutura, quando esta
submetida a radiao solar.
Na figura 3.2 apresenta-se algumas variaes de temperatura, ao
longo da altura da seo transversal, propostas por diferentes regulamentos.
Tanto a AASHTO (1989) como a NBR 7187 no fornecem informaes
sobre a distribuio transversal de temperaturas.
FIGURA 3.2 - Gradientes de temperatura na seo transversal, propostos
por diferentes autores e regulamentos.
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 44
As tenses obtidas atravs das distribuies de temperatura
propostas pela BS 5400 e EUROCODE 4 foram comparadas por
MIRAMBELL & COSTA (1997) a tenses obtidas experimentalmente em
tabuleiros de pontes, segundo estes a distribuio proposta pela BS5400 se
aproxima mais da realidade pois leva a resultados mais prximos dos
experimentais.
A determinao das tenses ocasionadas por efeitos de temperatura
tem sido estudada por SOLIMAN & KENNEDY (1986) os quais
estabeleceram que gradientes de temperatura ao longo da altura da seo
ocasionam pares de foras de cisalhamento (V) e de momentos (M) (Figura
3.3). As deformaes resultantes na fibra inferior da laje e superior das vigas
podem ser calculadas atravs das expresses 3.1 e 3.2.
FIGURA 3.3 - Anlise do efeito de temperatura em vigas mistas. SOLIMAN
& KENNEDY (1986)
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 45
( ) ( ) ( )
( ) ( )
-
-
-
+
+
-
+
+
-
-
=
a
ayyc
y
a
ayc
ccxc
dyTTa
dTTAA
MV
EA
11012
101
2
213
21
23
212
an
ann
e
(3.1)
( ) yyd
dy
s
s
sssssxs dybTTAAI
d
EV
EI
dM-
+
+
-
-= -
2
1
0
211 1 ae (3.2)
As solicitaes M e V so obtidas atravs de condies de
compatibilidade (na interface ao-concreto a deformao e o raio de
curvatura devem ser os mesmos para a laje e as vigas) que levam s
expresses 3.3 e 3.4.
( ) ( )
---+
+
-
+-
+
-=+
- -
- -
2
1
2
1
)()(1
321
01
0
1101101
d
d
d
dyyy
syyy
ss
a
a
a
ayyyyc
dybTTId
dbTTA
dyTTa
dTTa
BMAV
a
an
(3.3)
-
--+
=+
-
-
2
1
)(
2)()1(3
0
31101
d
dyyys
a
ayysc
sc
ydbTT
adyTTI
wEERMKV
a
an (3.4)
Os coeficientes A, B, K e R so obtidos atravs das relaes 3.5. As
expresses 3.3 e 3.4 permitem calcular de maneira explcita o valor dos
pares F e Q ocasionados por qualquer distribuio de temperatura.
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 46
ss2
c3
ss2
c3
1
c2
2
ss
1
c
2
ss
21
ss
EI)1(3Eaw2R
EIa)1(3Eadw2K
Ewa
15,1
IEd
B
Eaw1
2EI
dAE
1A
n-+=
n--=
n--
=
n-
+
+
=
(3.5)
Conhecidos os valores de F e Q possvel determinar os valores das
tenses atuantes na laje e nas vigas atravs das expresses 3.6 e 3.7.
--
-
-
+-
-
+
+-
-
-
-
+
=
a
ayy
a
a
ccyy
cc
ycc
xc
dyTTya
EdTT
a
E
TTE
wa
yMaV
waV
110113101
0131
)()1(2
3)(
)1(2
)(12
)(3
2
na
na
na
s (3.6)
-++
+-
+-
+--= --
sss
d
dyyy
s
ssyy
d
dy
s
ssyssxs
Ay
I
dVy
IM
dbTTI
EdbTT
A
ETTE
1
)()()(
1
000
2
1
2
1
aaas
(3.7)
Exemplos de aplicao destas equaes podem ser encontrados em
SOLIMAN & KENNEDY (1986).
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 47
3.3 - Efeitos de retrao e de fluncia
O concreto apresenta comportamento diferente segundo a durao
do carregamento aplicado. Sob aes permanentes a deformao deste
aumenta com o tempo, podendo atingir magnitudes superiores
experimentada inicialmente.
A deformao do concreto em uma idade 0tt > , constituda por trs
parcelas de deformao: deformao instantnea, deformao lenta ou
fluncia e deformao por retrao.
Tanto a deformao instantnea como a deformao por fluncia so
ocasionadas pelas tenses que o concreto submetido. A deformao por
retrao ocorre mesmo na ausncia de carregamento e deve-se a outros
efeitos, entre estes, a evaporao da gua confinada na massa de concreto
e reaes qumicas como a carbonatao.
Em um sistema misto estes efeitos so de grande importncia pois as
vigas de ao, atravs dos conectores, impedem que o concreto deforme
livremente. Isto leva a um acrscimo da curvatura das vigas mistas e a uma
redistribuio de tenses entre ao e concreto.
O estudo da retrao e fluncia um problema complexo. Para
ANDERSON (1988) a previso do comportamento do concreto, submetido a
aes de longa durao, pode ser tratada atravs de modelos visco-
elsticos, cuja aplicao somente possvel atravs de tcnicas numricas.
A maioria dos regulamentos contorna esta dificuldade fornecendo mtodos
algbricos simplificados que permitem avaliar de maneira aproximada a
resposta da estrutura. Os mtodos mais utilizados so o Mdulo Efetivo,
Mdulo Efetivo Ajustado com a Idade do Concreto e o Mtodo da Taxa de
Fluncia, estes so brevemente descritos no item 3.3.2.
A NBR 7197 fornece critrios para estimar tanto a deformao por
retrao, como tambm a deformao por fluncia.
-
Capitulo 3: Aes e solicitaes 48
3.3.1 - Consideraes sobre o comportamento visco-elstico da
estrutura
A principal dificuldade encontrada na anlise de um problema visco-
elstico consiste em que no possvel aplicar as relaes clssicas de
tenso-deformao da teoria da elasticidade, no lugar destas, a hiptese de
viscosidade linear tem sido extensamente utilizada atravs da integral de
Stieltjes (AMADIO, 1993):
e+tstf+fs=e=et
tshcccc )t()(d),t()t,t()t()t,t()t(
0000 (3.8)
A funo ),t( tf denominada funo de viscosidade (ou de fluncia)
e representa a deformao visco - elstica total ocasionada pela aplicao
de uma tenso unitria constante na idade t , nos modelos do CEB esta
funo definida da seguinte maneira:
28c
28
cc
c
E),t(
)(E1
)(),t(
),t(tj
+t
=tste
=tf (3.9)
O valor da funo de fluncia varia de zero, no incio da aplicao da
carga, a um valor final que varia entre 1,5 e 4 para =t (GILBERT, 1989).
A soluo da equao 3.8 no "fechada", a determinao da
deformao no instante t somente possvel atravs de tcnicas numricas
de integrao passo a passo. Uma forma simples para resolver este
problema consiste em aproximar a integral de Stieltjes atravs da regra dos
trapzios (Figura 3.4): A deformao ocasionada no intervalo )t,t( k0 por uma
funo )(c ts , definida no intervalo )t,t( k0 , dada por:
[ ] )t()t,t()t,