Uma breve história de Fale!

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U m a breve história de REVISTA DE INFORMAÇÃO FUNDADOR Luis-Sérgio Santos

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Retrospectiva da revista Fale! Política, Ecomonia e Negócios.

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Uma breve história

de

R E V I S T A D E I N F O R M A Ç Ã O

F U N D A D O R

L u i s - S é r g i o S a n t o s

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A logo original da revista Fale foi criada num estalo, em agosto de 2001. Trata-se de uma composição alltype com duas fontes. Esta é a Franklin Gothic Std Demi Condensed

A exclamação foi composta em Garamond Pro Italic e sutilmente se estabelece um contraste entre serifado e não serifado a despeito da ausência de serifa. O contraste de cor original é este: 100% preto no texto Fale e vermelho na exclamação

A partir deste original foram desenvolvidas versões outline — com contorno mais preenchimento — um recurso inevitável para assegurar legibilidade em superposição de imagens. Além disso, agrega um efeito limpo e tecnológico

de

Lançada em setembro de 2001 pelo jornalista Luís-Sérgio Santos a revista Fale! consolida sua trajetória de veículo de comunicação com a versão digital paper no endereço www.revistafale.com.br. Nas páginas

a seguir, uma breve retrospectiva dos primeiros 9 anos

Uma breve história

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Lançada em setembro de 2001, a revista Fale! busca a cada edição refletir o pensamento e a cultura do povo cearense através

de reportagens, entrevistas e perfis. Um desafio sem fim

FAUSTO, CAPA DA NÚMERO 1. A vida é bela. Tem poesia nela. Que o diga Fausto Nilo Costa Júnior, 57 anos, 29 dos quais enriquecendo o cancioneiro brasileiro. Cearense de Quixeramo-bim, Fausto Nilo é o autor de sucessos avassaladores da música popular brasileira. Ariano, de 5 de abril de 1944, é típico exemplar do pós-guerra. Logo cedo teve contato com a música, atra-vés da eletrola da tia e dos milhares de discos de vinil da radiadora da cidade, enquanto aprendia com o pai a fazer pão. “Conheço todo o ritual”, revela. Aos 11 se atira para Fortaleza, para “estudar no Liceu, construir Deuses boêmios e torcer Ceará”. Aos 20 ingressa na Faculdade de Arquitetura da Universi-dade Federal do Ceará, conhece Fagner e outros jovens compositores, como Rodger Rogério, Teti, Petrúcio Maia e Ricardo Bezerra, que logo depois for-mariam o “Pessoal do Ceará”.

Fale! vem ocupar um espaço nobre no segmento editorial do Estado. Informaçãode qualidade é um importante esteiopara nortear as ações do político. A equipe de Fale! tem talento e know-howpara atingir esse objetivo. Boa sorte para Fale!

BENI VERAS, então vice governador do Ceará na seção Cartas, setembro 2001

Palocci é um monumento desinceridade, de inteligência.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, presidenteda República, na Fale! de janeiro de 2006

A entrevista é ofensiva à honrado PT. A frase na capa [“A ética do PT é roubar”] potencializa o desrespeito.

RICARDO BERZOINI (SP), presidente do PT, dizendoque vai processar Fernando Henrique Cardoso, devido à uma entrevista à revista IstoÉ. — Fale!, janeiro de 2006

TALKING HEADS

Fale! vem na perspectiva estratégica da região em que se insere, o Nordeste, pelo simples fato de que o impacto da região na formação dos valores culturais dos seus editores e jornalistas é bem maior que o natural aculturamento civilizatório. Não é sem propósito que nossa história de capa inaugural enfoca um dos mais criativos intelectuais brasileiros, o cearense Fausto Nilo, um tradutor da contemporaneidade, janela e espelho do mundo. [Trecho da Carta do Editor, setembro 2001]

Fausto Nilo, auto-retrato. E, com Fagner e Abel Silva, companheiros de jornadas criativas, em 1982

Uma breve históriade

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A criação desta nova revista, Fale!, decorre

de dois valores essenciais: a necessidade de transformar, dentro do jornalismo, idéias em mercadoria tangível e, segundo, atender a uma demanda específica de leitores que acreditam que, num país do tamanho do Brasil, a produção intelectual da mídia impressa não pode estar totalmente concentrada num único pólo.

LUÍS-SÉRGIO SANTOS, no primeiro parágrafo da primeira Carta do editor da revista Fale!, setembro de 2001

CARTA DO EDITOR TALKING HEADS Meu senso de humor

não chega a tanto. PEDRO MALAN, então ministro da Fazenda, sobre continuar titular na pasta em um eventual governo petista, em setembro de 2001. Curioso, um outro tucano, Henrique Meirelles, foi para o Banco Central

Os Estados Unidos são sempre muito didáticos em relação ao mundo. estão sempre certos. O escãndalo da empresa Enron deveria causar vergonha aos EUA e aos países desenvolvidos.

PAUL KRUGMAN, economista e professor da Universidade de Princeton. — Fale!, janeiro de 2002

Erros me deram uma motivação para investigar a notícia. Jornalista que não investiga um fato corre o risco de matar até uma rainha!

NONATO ALBUQUERQUE, jornalista — Fale!, janeiro 2006

A reportagem de José Valente Filho fala do auge intelectual de Patativa do Assaré, aos 93 anos, na edição de janeiro de 2002 de Fale! “A poesia dele é mais universal. Um poema seu sempre vai falar por alguém, é uma reflexão sobre a vida”, dissse Sylvie Debs, da Universidade Robert Schuman. Nunca, desde que foi mencionado pela primeira vez, no livro O matuto Cearense e o Caboclo do Pará, de José Carvalho de Brito, ainda na década de 30, o nome do poeta cearense nascido em Assaré esteve tão em evidência. A atenção aumentou principalmente após a chegada dos 90 anos.

3.536

TALKING HEADS. “A chamada ‘alta cultura’ está se desarmando, baixando a guarda e entendendo que precisa do seu antípoda, a cultura popular, para se completar.”

TADEU FEITOSA, professor da Universidade Federal do Ceará na Fale! número 4, de janeiro de 2002

Uma breve históriade

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TALKING HEADS Eu tenho medo do

senhor. O senhor provoca em mim os instintos mais primitivos.

ROBERTO JEFFERSON, deputado federal do PTB,referindo-se ao deputado José Dirceu enquanto estedepunha no Conselho de Ética da Câmara. — Fale!, julho 2005

Eu fico meperguntando quepaís é esse, comodiz a música?

JOSÉ DIRCEU, deputadofederal do PT, quandodepunha no Conselho deÉtica da Câmara.

Não renunciarei.Nem aceito serbanido da vidapolítica de novo!

IDEM, ibidem

FOTO MARCELLO CASAL_ ABR _ 6 DE OUTUBRO DE 2005

Nós não sabemos o que está por vir.

TARSO GENRO, presidente do PT, numa referência à hipótese — mesmo remota — do pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Fale!, julho 2005

Entrevista ROBERTO MARTINS RODRIGUES

A CULTURA DA HIPOCRISIA

Só se pode trair quem tem intimidade. Mas de um amigo você não espera a traição.Quando alguém diz que o seu amigo não está agindo corretamente, você não acredita.

A crise política do governo Luiz Inácio Lula da Silva, iniciada a partir de uma dissidência, digamos, operacional, envolvendo o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado federal Roberto Jefferson (PTB - RJ), é cenário de uma

complexa e surreal conjuntura. É como observador crítico que o advogado Roberto Martins Rodrigues, 66, analisa o quadro, colocando a crise num contexto mais abrangente que nos remete à formação do povo brasileiro. “Temos uma atividade política

praticada por pessoas que não têm interesse pela política, mas querem movimentar negócios”, diz.

Sua longa atuação no Direito, no Jornalismo e no Magistério, rende reflexões sobre os políticos de hoje, e comparações entre estes e os da década de 50. “O bra-sileiro vive a cultura da hipocrisia”, diz, referindo-se ao propalado Caixa 2 dos partidos políticos. Na verdade, esta é uma prática recorrente. “Sempre houve mesadas e Caixa 2 nas campanhas eleitorais”, lembra-nos. “A di-

ferença é que agora está na mídia”. Roberto Martins Rodrigues acha

que uma das conseqüências para as CPIs decorrentes dos recentes escândalos na política é uma reforma, mas teme que ela venha apenas de modo palia-tivo, superficial. “Precisamos é de uma reforma do poder com maior participação popular”. Apesar de tudo, ele segue otimis-ta que tudo vai melhorar. — Entrevista a Luís-Sérgio Sanntos e

Carol de Castro

Fale! Como o senhor vê o atual cenário da política nacional?Roberto Martins Rodrigues. Eu, como qualquer cidadão,

sofri o impacto das primeiras denúncias e com a sua ampliação, ao contrário do que talvez

aconteça com a classe média, eu vejo esta crise como algo muito bom para

o país. Está sendo desvendada a verdadeira cara da nossa sociedade, principalmente, da elite. — [Edição

de Julho 2005]

BRASÍLIA EM CHAMAS. Com a crise polí-tica do maior partido de esquerda do país, a credibilidade dos políticos brasileiros, também, entrou em crise. No Congresso Nacional, uma Reforma Política partidá-ria tramita e isso pode mudar e muito os rumos das instâncias de representação no Brasil. Em entrevista, cientista político Josênio Parente diz que isso faz parte de um processo de entrada brasileira na Glo-balização mundial, onde a estrutura social baseada nas relações de mercado vai vigorar, em detrimento de um sonho petista de so-cialismo real. Por Mayrá Lima [Julho 2005]

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TALKING HEADS. Percebe-se que FHC gostaria de ficar. Não tem interesse em nenhum candidato. Opta por Serra, este rancoroso inimigo do Nordeste. Critica publicamente Roseana Sarney e Tasso Jereissati. O candidato é ele.”

LUSTOSA DA COSTA, jornalista, na seção Talking Heads, de dezembro de 2001

Multiplique 500 mil pessoas por quatro noites, acrescente oito blocos e o mais belo car-tão postal de Fortaleza que o resultado será o maior carnaval fora de época do Brasil. Essa é a fórmula do Fortal 2002 — “energia em expansão” — que balança os foliões na Avenida Beira Mar, no fim de julho. O Fortal foi tema da capa da edição de número 9 de Fale!, de junho de 2002. Artes, Cultura e Entretenimento são temas regulares. A edição número 30, trouxe o cartunista cearense Mino Castelo Branco na capa.

Em dezembro de 2001 a história de capa

da edição número 4 de Fale! fazia um relato

completo do impacto do Porto do Pecém

para o desenvolvimen-to da região. Expõe

também o modelo de gestão do Porto que o torna, ainda hoje, um

dos mais competitivos do Brasil.

O TEMPO NÃO PARAO país que dá sinais de retomada é o

mesmo país que tem se reposicionado no cenário internacional, com uma imagem qualitativa, diferenciada, e fugindo aos estereótipos negativos que o reduziam à Pelé, Mulata e Amazônia.

Carta do editor Luís-Sérgio Santos, na edição 25, de agosto de 2004. Ao lado, Lula em Fortaleza com Fale!, em 2002

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A palavra-chave é aliança. Um modelo de gestão baseado na troca de conhecimento, potencializando a logística e racionalizando os custos. O objetivo? Ajustar o foco em mercados específicos. É inovando neste em-preendimento que a J. Macêdo comemora seus 65 anos de plena atividade. Em entrevista com Amarílio Macêdo, presidente-executivo e membro do Conselho de Administração da empresa, ficamos sabendo como funciona esta nova experiência e suas sofisticadas implicações gerenciais, além de conhecermos melhor a trajetória de sucesso traçada pela organização e as tendências do empresariado diante da atual conjuntura política nacio-nal. — Por Amanda Queiros e Luís-Sérgio Santos

No mundo, está comprovado, a empresa

familiar pode conduzir benefícios diferenciados para a sociedade. A empresa familiar, lato sensu, tem mais agilidade. A J. Macêdo acredita nos valores da empresa familiar e a opção de nosso fundador, o José [Dias de] Macêdo, é a perpetuação da empresa.

[...] Nós não nos consideramos uma empresa duradoura com 65 anos. Deveremos ser quando chegarmos a pelo menos 150 anos, mas para chegar a esse tempo de existência, temos que necessariamente passar pelos 65.

[...] O maior custo da J. Macêdo são os impostos. E falo impostos na acepção mais completa do termo. A J. Macêdo paga imposto. E paga porque é imposto! Não queremos ser contraventores nem fazer coisas que exijam da gente mentir ou nos esconder.

[...] O nosso compromisso social não é um programa à parte, é uma prática integrada, cotidiana.

AMARÍLIO MACÊDO,

personagem de capa da edição de Fale!, número 27, de outubro de 2004

VALORES

Entrevista AMARÍLIO MACÊDO

J. Macêdo, 65UM MODELO DE GESTÃO INOVADOR

FOTOS JARBAS OLIVEIRA_SETEMBRO DE 2004

A seleção natural do empresariado dita: em setores muito compe-titivos, é impossível crescer sem inovação. Quem trabalha a partir

de idéias novas, enraíza ainda mais sua participação no mercado e briga pela liderança. Apesar dessa realidade pare-cer óbvia, são ainda poucos os que a en-tendem e se mostram dispostos a assu-mir os riscos existentes pelo caminho.

Hoje, operando para o Brasil a partir de sua sede — onde fica o co-mando — na Esplanada do Mucuripe, em Fortaleza, a J. Macêdo, que come-mora agora 65 anos de história, desen-volve um sofisticado modelo de gestão — uma nova e inédita experiência com-partilhada, com o grupo Bunge. A idéia é estabelecer uma ação conjunta entre empresas que se respeitam visando a

uma captura de sinergia no processo produtivo para a lucratividade, e não intercâmbio de capital. Isso está sendo feito a partir da troca de linhas de pro-dutos, com o objetivo de ajustar o foco e centralizar a atuação de cada empresa em um mercado específico.

Este é o pontapé inicial para um conceito de administração que está

sendo construído diretamente na prática pela cearense J. Macêdo em parceria com a Bunge, líder da indús-tria moageira nacional. Desde março deste ano, a Bunge passou a assumir as linhas de farinhas e pré-misturas para panificação e confeitaria que le-vam as marcas Bentamix e Soberana, enquanto a J. Macêdo ficou com a li-nha de alimentos para consumo final, antes comercializada pela Bunge, e agora no abrigo da marca Petybon. Dessa forma, as duas maiores empre-sas brasileiras no setor partem agora para a especialização em distintos segmentos de mercado, com o objeti-vo de se tornarem mais competitivas, sem haver dependência, submissão ou mesmo troca de interesses societá-rios entre elas. — Fale!, outubro de 2004

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TALKING HEADS O afastamento

dos vocacionadosda vida política, com o ingresso dos economicamente poderosos, foi o golpede misericórdia nosistema representativo— em crise nomundo inteiro.

ROBERTO MARTINS RODRIGUES, advogado no artigo “A ética e a esclerose política” na Fale!, número 32, maio de 2005

Infelizmente, aprática política estámuito fundada emrelações promíscuas. Por isso queremos que as questões se coloquem para nós em função do mérito e não de uma posição de ser contra ou a favor da prefeita.

JOÃO ALFREDO, ex-petista hoje vereador pelo PSol, na seção 10 Perguntas da Fale!, número 56, de dezembro de 2008

Lula é o único economista que presta no Brasil.

ANTÔNIO DELFIM NETTO, ministro da Fazenda em tempos de chumbo e de milagre econômico e defensor da política econômica do Governo Lula, na Fale!, número 56, de dezembro de 2008

FALE! 32, MULHERES. Em maio de 2005 a história de capa foi dedicada à mulher. No texto de chamada no índice da revista: “As desigualdades de oportunidades para a mulher, em comparação com o homem, são antigas, numa sociedade que insiste em carregar resquícios do mundo machista do século XIX. Se antes a mulher batalhava apenas pelo direito ao estudo, agora, em pé de igualdade com os homens, as exigências passam a ser outras.” Natália Magalhães, 19, estudante de Direito pela Universidade de Fortaleza — Unifor e sócia-proprietária da loja de decoração Galpão D. Ela compos a capa da edição ao lado de Marjorie Mota, médica ginecologista e obstetra; Daniele Holanda, empresária; Raquel Cavalcanti Ramos Machado, advogada tributarista; Iorrana Aguiar, formada em Estilismo; Maria Fernanda Cavalcante Mota, atriz; Haradja Leite Torrens, advogada; Tércia Montenegro, escritora; Emilia Buarque, graduada em Turismo, e; Metoniza Nogueira Vieira Cidrão de Albuquerque, arquiteta.

LÁZARO, O CARA. Com o título interno “Ele é o cara” a edição 25 da revista Fale! trouxe como história de capa o ‘promoter’ Lázaro Medeiros, um bon vivant inveterado. “Com um estilo de vida que fascina admiradores de várias partes do país e do exterior, Lázaro Medeiros torna-se uma das celebri-dades mais requisitadas do Brasil. Presença cativa em Caras, Lalá, como é conhecido entre os íntimos, fala sobre seu intenso ritmo de vida

e conta histórias deliciosas, que ajudam a explicar como construiu sua longa e quase interminável rede de relacionamentos. [Por Érico Firmo, Luís-Sérgio Santos e Orlando Mota, em agosto de 2005]

Depois que você aprende a vender livros, ainda mais em Angola, está pronto até para vender suspensório para cobra.

LÁZARO MEDEIROS, ressaltando sua capacidade de vender idéias e de sobrevivência nos cenários mais adversos em Fale!, número 25, de agosto de 2005

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Q uem mora em Fortaleza e não gosta de praia tem uma opção caseira que já virou um clássico nas manhãs de domingo. Vestido sempre impecavelmente com terno e gravata, um senhor de cabelos jovialmente castanhos cum-primenta os telespectadores da TV Cidade, canal 8. “Meus

amigos!”, diz ele, usando o bordão tradicional. É o sinal de que foi dado início ao programa de entrevistas mais antigo da televisão cearense: o Programa Armando Vasconcelos. No ar desde no-vembro de 1982, a atração dominical está próxima de completar 20 anos. Um outro recorde, entretanto, está mais perto de ser batido: o programa número 1.000, previsto para ser apresentado no início de maio. Armando Vasconcelos — na foto com Roberto Carlos — pre-

tende aproveitar a passagem da estatística simbólica

para requerer um tí-tulo. “Vou solicitar

minha inclusão no Guinness

Book como o programa mais antigo do Brasil ainda em exibição”, diz ele, lembrando que existem outras atrações mais

antigas, como Silvio Santos, que está no ar há mais tempo, mas que se en-

quadra numa categoria diferente da sua. “O programa do Silvio é de lazer. O meu é

sério”, afirma. — [Janeiro de 2002]

TALKING HEADS Vou fazer uma

campanha estadualizada. Mas, se os eleitores me perguntarem em quem vou votar no primeiro turno, vou dizer que é no Ciro Gomes..

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, então ex-senador, na Fale!, número 8, de abril de 2002

Lula voltará a perder.

CELSO LAFER, ministro das Relações Exteriores, em entrevista ao jornal El País, na na Fale!, número 8, de abril de 2002

Se Lula e partido chegarem ao poder, o Brasil dará calote já no primeiro ano.

GEORGE SOROS, megainvestidor (agosto, 2002)

O que queremos é dar uma demonstração para o investidor externo de que o Brasil decidiu ser um país arrumado, de equilíbrio fiscal duradouro, que protege de maneira sadia o bom investimento.

ANTONIO PALOCCI, em comentário pós-Davos, em Genebra na Fale!, número 21, de janeiro de 2004

Entrevista ARMANDO VASCONCELOS

UM RECORDISTA NA TELEVSÃO

Aos 76 anos de idade, Armando Vasconcelos se prepara para comemorar os 20 anos de seu programa, diz que vai pedir sua inclusão no Guinness e nem pensa em aposentadoria.

NAS ASAS DO AVIÃO. Entre o sobe e desce dos aviões, às 5 da manhã, os jornalistas José Maria Melo, Tarcísio Colares e Eliomar de Lima já estão a postos no saguão do aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, à espera de entrevistados que possam render boas notícias.Esses repórteres

têm uma rotina diferente dos outros jornalistas. Ao invés de buscarem as notícias nas ruas, eles passam o dia todo no aeroporto, de onde saem todas as suas matérias, muitas vezes para as mais diversas editorias dos jornais. A cobertura de aero-porto teve início quando o jornalista José Maria Melo

percebeu que, no meio da grande movi-mentação, excelentes fontes de notícias estariam freqüen-temente presentes. Em 1969, o jornalista criou em O Povo, a coluna Aeroporto. A idéia de José Maria foi bem aceita, e atu-almente a cobertura de aeroporto é uma fonte de informações indispensávelpara os jornais cearenses. Por Naara Vale [Junho 2005]

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A cada edição o Estilo Iguatemi se consolida como um dos eventos de moda mais badalados e charmosos do Ceará, um presente para os lojistas e clientes, diz a diretora Joana Jereissati. Em time que está ganhando não se mexe.

Esta máxima pôde ser usada em um dos maiores eventos de moda do Ceará, o Estilo Iguatemi. A promoção foi do Shopping Iguatemi Fortaleza e concentrou grandes grifes nacionais e regionais de roupas e acessórios femininos e masculinos. Este ano, em sua quarta edição, o evento ocorreu dos dias 21 a 24 de setembro. Uma mega estrutura física contou com uma área de 5.000 m2, 10.000 watts de som, 200.000 watts de luz, duas salas de desfiles cobertas e climatizadas, restaurante, café, sala de imprensa, espaço para

Desemprego, êxodo rural, segurança, visão estratégica. Os mesmos velhos temas são reeditados a cada eleição considerando a necessidade de conhecermos melhor, pelo menos em tese, o que pensam os políticos em campanha. Não é só uma disputa pelo

privilégio de gerenciar o orçamento do estado. A cada eleição renova-se a esperança de uma faixa enorme do eleitorado de que agora a coisa vai mudar.

A cinco meses das eleições, Fale! formulou uma enquete para os quatro candidatos ao governo do Ceará, pela ordem alfabética, José Airton Cirilo (PT), Lúcio Alcântara (PSDB), Sérgio Machado (PMDB) e Welington Landim (PSB). Apesar do perfil e das propostas bem distintas de cada um, há algumas semelhanças que podem ser destacadas nas suas formas de governar. [Por Márcia Vaisman — Maio 2002]

NO LOGO. A jornalista canadense Naomi Klein lançou, em 1999, o livro que o The New York Times saudou com o título de “bíblia de um movimento”. No Logo — no Brasil, “Sem Logo — A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido” — fala dos riscos da globalização, centrando seu foco nas grandes empresas e nas práticas manipulativas das marcas mais poderosas do mundo. Klein tornou-se uma das estrelas do movimento antiglobalização. — Fale!,

TALKING HEADS Hoje em dia, o comercial tem que ser sedutor e vendedor. Emocionante e memorável. Original, para tornar o anunciante diferente dos concorrentes. Tem que ser pertinente e aderente ao produto. Focado no público-alvo.

ORLANDO MOTA, publicitário, na foto com o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, na Fale!, número 17, julho de 2003

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Simples, jovial nos seus 46 anos, o engenheiro civil Binho Bezerra as-sumiu a presidência do Bicbanco aos 38 anos e é responsável por uma arrancada de sucesso na história de um dos bancos mais tradicionais do país. Nesta entrevista exclusiva ao editor Luís-Sérgio Santos, conce-dida em Fortaleza, no aconchegante escritório do publicitário Orlando Mota, na Avenida Beira-Mar, no final da tarde do dia 14 de janeiro, Binho Bezerra revela a cultura do Bicban-co e opina com desenvoltura sobre política interna e externa.— Por Amanda Queiros e Luís-Sérgio Santos

A falta de foco e a estratégia mal

definida fizeram com que grande parte dos bancos fosse eliminada com a chegada do Plano Real e o fim da inflação.

[...] O acionista é importante para ajudar nas decisões, assumir riscos e definir estratégias.

[...] O cenário externo é maravilhoso. Internamente, o governo não tem uma oposição forte que possa estar barrando as reformas necessárias. Então, o governo tem tudo para colocar o Brasil na rota do crescimento.

[...] Hoje em dia, não dá para viver desconectado. Na globalização você não pode mais querer fazer vôo solo. As retaliações são muito grandes.

[...] O Brasil melhorou muito mais em função de uma conjuntura externa do que pelas ações que deveríamos tomar. O mundo todo melhorou.

BINHO BEZERRA, personagem de capa da edição de Fale!, número 21, de janeiro de 2004

VALORES

Entrevista BINHO BEZERRA

Foco no NegócioA FÓRMULA DO BICBANCO

Hoje, quando comemora 65 anos, o Bicbanco exibe uma solidez e credibilidade conquistadas a partir de um planejamento

que se traduz em gestão profissional e foco estratégico. O jovem presiden-te impôs um crescimento patrimonial de R$ 70 milhões, há dez anos, para R$ 370 milhões, hoje. Com o apoio dos acionistas — dentre os quais o

pai, Humberto Bezerra, e o tio, o ex-governador do Ceará Adauto Bezer-ra —, Binho Bezerra atua lado a lado com seu primo Adauto Júnior, com o irmão Sérgio Bezerra e com um time de profissionais de primeira linha.

Planejamento, prospecção do mercado, foco estratégico, prudência nas decisões — e nunca, nunca colocar em risco o que já foi conquistado, ou nunca crescer a qualquer custo — são leis ortodoxas no modelo de gestão do Bicbanco.

Esta é a primeira entrevista que Binho Bezerra concede a um meio de comunicação. Ele é um workaholic, e, no trabalho, é, na opinião dos amigos, um furacão em erupção. Determina-do, com um foco impressionante no

seu negócio, fala com desenvoltura sobre economia e negócios. Binho Be-zerra é um insider, ajudou a construir um sólido patrimônio tangível e, ao lado dele, um conceito de segurança, tradição e modernidade de uma insti-tuição financeira consolidada na mar-ca Bicbanco.

Esta entrevista é também uma aula de gestão. Certamente, se discu-tida nos bancos escolares, dará uma enorme contribuição às novíssimas gerações. Uma lição de prudência, es-tratégia, que mostra uma gestão misto de ortodoxia com sutil heterodoxia e, principalmente, determinação e uma obstinada certeza de que, sem foco, não há solução. Fale!, número 21, ja-neiro de 2004

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ELEIÇÕES 2006

SEM LICITAÇÃO

Auditoria da CGU vê irregularidades no Governo do CearáDispensas de licitação e superfaturamento Nelson Martins e a oposição vêem omissão do Governo

O NEGÓCIO DA PIRATARIA

“Lula é babá dos bancos”, diz Garotinho

A reportagem de Sandra Nagano trata do tema Caixa Preta no Governo estadual do Ceará em 2006 tendo como fonte principal o deputado estadual Nélson Martins. Diz a abertura da matéria: “Superfaturamento, desvio de finalidade e dispensa de licitação. As irregularidades na aplicação de recursos federais pelo Governo do Ceará, detectadas pela auditoria da Controladoria-Geral da União, foi a primeira de uma série de denún-cias contra a administração de Lúcio Alcântara, na Assembléia Legislativa. A bancada oposicionista na Casa acusa a gestão tucana de “incompetência”, e já se articula para a instalação da CPI das Licitações. — Fale! numero 30, fevereiro de 2006

TALKING HEADS. “Nós temos no Estado três presídios terceirizados, os de Itaitinga, de Sobral e de Juazeiro.Veja que, todos eles são administrados pelo Conap, uma empresa de Luiz Gastão Bittencourt [presidente da Fecomercio-CE]. O detalhe é que os três foram contratados com dispensa de licitação.”

NELSON MARTINS, deputado estadual pelo PT_CE, defendendo a CPI na Assembléia Legislativa

O governo Lúciodo jeito que começou parece que vai terminar. Não tem entusiasmo, não se vê as realizações. Tem muita propaganda, uma em cima da outra. Mas, é só ver os indicadores sociais.

CHICO LOPES, então deputado estdual pelo PCdoB, Fale!, número 38, de fevereiro de 2006

Celso Furtado é o mais lúcido e criativo fundador da escola de economia do desenvolvimento brasileiro. Ele tem nos inspirado e motivado para a análise e elaboração de propostas de desenvolvimento que busquem reverter a dinâmica das disparidades regionais, onde o Nordeste permanece em triste destaque.

ROBERTO SMITH, na Fale! de março de 2003

O novo presidente do Banco do Nordeste — doutor em Economia pela Universidade de São Paulo e pós-doutor

na Universidade Paris XIII — tem, entre outros desafios, aumentar as exportações. Hoje, o Nordeste responde com apenas 7% de tudo que é enviado pelo Brasil ao exterior. A posse de Roberto Smith na presidência do BNB foi capa de Fale! numero 15, março de 2003

A integração regional é a outra face da integração social e cultural.

ROBERTO SMITH, na Fale!, número 15, de março de 2003

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A HORA DE CIRO A história de capa de Agosto de 2002 tratava da sucessão presidencial com foco na candidatura de Ciro Gomes. “O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República consolida a tendência de crescimento na preferência do eleitor, coleciona a menor rejeição entre todos os candidatos, ganha o apoio público do ex-governador Tasso Jereissati e, nas pesqui-sas de tracking, sua imagem e o conteúdo da propaganda na TV são percebidos de modo positivo, em mais de 40% — um empa-te técnico com Luíz Inácio Lula da Silva, do PT.

TALKING HEADS. “Não é o candidato que resolve todos os problemas, eu não acredito em salvadores da pátria.” CIRO GOMES, canditado em 2002

A edição do dia 6 de março de 1993 do jornal O Estado de S. Paulo lamentava, no editorial Desperdício de Liderança, o fato de os partidos políticos não aproveitarem o potencial do então governador do Ceará, Ciro Go-mes. “Quando, raramente, surge uma liderança nova, séria e com-petente, como é o caso de Ciro Gomes, os partidos passam ao largo, não cogitando de aproveitá-la — o que seria óbvio — nem para pré-candidato à Presidência da República”, destacava. De 1993 para cá, talvez a percepção

da opinião pública seja de que a classe política tenha involuí-do, mas Ciro Gomes conseguiu romper o casulo conservador da política tradicional, construindo em torno de si, sob a sigla do PPS de Roberto Freire, uma base de apoio partidário e parlamentar que potencializou seu nome como, finalmente, o candidato à sucessão presidencial de 2002 com maior nível de crescimento e chances reais de vitória.

Todas as pesquisas de inten-ção de voto — esse termômetro do comportamento pré-eleitoral

— mostram Ciro Gomes como aquele que vai disputar com Luíz Inácio Lula da Silva, do PT, a Presidência da República sucedendo Fernando Henrique Cardoso.

Naquele ano, o gancho jornalístico usado pelo Estadão para lamentar a ausência de um político como Ciro Gomes na disputa presidencial era a concessão do Prêmio Maurice Pate de 1993, do Unicef, no valor de US$ 25 mil, por ter conse-guido reduzir em 1/3 a taxa de mortalidade infantil, entre 1986

e 1989, no Estado do Ceará. O Prêmio se referia, ainda, às me-lhoras significativas em todas as áreas relacionadas à sobrevivência e ao desenvolvimento infantil. “O exemplo cearense é realmente edificante, num momento em que só se noticiam, no Exterior, indi-cadores negativos de nosso país, no campo da nutrição, da saúde, do saneamento básico — tudo isso influenciando as taxas elevadas de mortalidade infantil”, sauda-va o Estadão. [Por Luís-Sérgio Santos — Fale!, número 10, agosto de 2002]

O Século 21 é o século da América Latina, e o Brasil é a primeira liderança da América Latina.

BONO VOX, líder da banda irlandesa U2, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.na Fale!, número 38, de fevereiro de 2006

Na edição de número 20 o tema foi Cená-rios 2004 com a opinião de economistas, empresários e políticos

CENÁRIOS E PROJEÇÕES

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SUCESSÃO 2006. Política é uma tema recorrente em Fale!. Na edição de março de 2006 a corrida presidencial foi o tema de capa. Assim como nas três últimas eleições presidenciais, o cenário das disputas deste ano se desenha novamente com dois candidatos potenciais do PT e do PSDB. De um lado, o presidente Lula deve tentar a reeleição sobre a sombra dos esquemas de mensalão e caixa dois. Do outro, o tucano Geraldo Alckmin deixa o Governo de São Paulo, sob acusação de engavetar CPIs, para alçar vôo rumo à estréia no Planalto. [Por Sandra Nagano Fale! número 39, de março de 2006]

Ao lado, capa sobre a depreciação do centro de Fortaleza e, acima, a crise política e de gestão na Prefeitura da cidade.

Uma breve históriade

Às vezes, dentro de uma casa, é necessário que a gente saia para fazer a sua própria casa. Isso não significa que se está rompendo com o seu passado. Estou saindo para fazer outra casa, e para morar, talvez, na mesma rua.

MARINA SILVA, senadora ex-PT, ao assinar sua filiação ao PV em cerimônia, em São Paulo. Fale!, número 64, de 2009

Pela primeira vez, não vamos ter candidato [de direita]. Não é fantástico, isso? Antes as campanhas tinham o de esquerda, o de centro-esquerda contra os trogloditas de direita.

LULA, sobre a eleição presidencial de 2010 na Fale!, número 64, de setembro de 2009

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