UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS POR COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO...
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FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA – FAMETRO
CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
FRANCISCO ITAMAR CASSIMIRO
UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS
HUMANOS POR COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO
SEGMENTO BANCÁRIO: UM ESTUDO DE CASO.
FORTALEZA- CE
2009
- 2 --
FRANCISCO ITAMAR CASSIMIRO
UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS POR
COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO BANCÁRIO:
UM ESTUDO DE CASO.
FORTALEZA- CE
2009
- 3 --
FRANCISCO ITAMAR CASSIMIRO
UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS POR
COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO BANCÁRIO: ESTUDO DE
CASO.
Monografia apresentada ao curso de
Administração de Empresas da Faculdade
Metropolitana da Grande Fortaleza como
requisito para obtenção do grau de
bacharel. Sob orientação da professora
Maria José Barbosa, Ms.
FORTALEZA- CE
2009
- 4 --
UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS POR
COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO BANCÁRIO: ESTUDO DE
CASO.
TERMO DE APROVAÇÃO
FRANCISCO ITAMAR CASSIMIRO
Este estudo monográfico foi apresentado no dia __ do mês _______ de 2009, como
requisito para obtenção do título de bacharel em Administração de Empresas da
Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza, tendo sido aprovado pela banca
examinadora composta pelos professores.
BANCA EXAMINADORA
Profª, Ms., Maria José Barbosa
Orientadora - FAMETRO
Profº, Ms., Luiz Antônio Rabelo Cunha
Examinador - FAMETRO
Profª, Ms., Robertta Braga Mota
Examinadora - FAMETRO
- 5 --
Dedico este trabalho a minha avô, Nazaré,
pela paciência e cuidado que teve comigo. A
minha mãe, Helena que por muitas vezes
confortou-me nos momentos difíceis e
ajudou-me quando eu mais precisei e ao
meu pai, Luis, pela educação e exemplo.
- 6 --
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por tudo que me concedeste nesta vida e por todas as
oportunidades que me destes.
A professora orientadora, Maria José Barbosa, Ms, pela atenção,
ensinamentos e pelo especial apoio e incentivo que possibilitaram a realização deste
trabalho de conclusão de curso.
Aos professores do curso e aos colegas de turma, pelas amizades e pelo
crescimento acadêmico e pessoal.
A Caixa Econômica Federal, principalmente as unidades GILIE/FO, GIPES/FO
e GENEC em Brasília, pelo estágio e pela autorização da pesquisa.
As pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram e escreveram
algumas linhas desta, a meu ver, fascinante historia de superação, seja através do
aprendizado ou do exemplo, são elas: Bernadete Feijó Quezado, Marcos Quezado,
Daniela Brandão, Lúcia de Fátima, Hirma Nóbrega Praxedes, João de Arruda
Câmara Rodrigues, Ricardo Wagner, Syene Custódio, Márcia Gondim, Jadete
Daeuble, Evânia Nogueira Patrício, Helber Alves Alcantara, Galbéria Mourão,
Gerardo Coelho, enfim, todos os empregados, estagiários e terceirizados das
unidades citadas.
- 7 --
RESUMO
A pesquisa teve por objetivo analisar o Modelo de Gestão de Pessoas por
Competência da CEF, na visão dos gestores de uma das filiais da cidade de
Fortaleza, bem como a visão da Gerência de Filial de Gestão de Pessoas Unidade
de Fortaleza-Ceará. A pesquisa caracteriza-se, como pesquisa qualitativa e
quantitativa do tipo descritiva exploratória, se caracterizando por uma busca mais
aprofundada de conhecimento sobre o assunto proposto. Caracteriza-se quanto aos
fins como um estudo descritivo e quanto aos meios utilizou-se da pesquisa
bibliográfica, documental e do estudo de caso. Considera-se que o modelo adotado
proporcionou benefícios aos gestores da unidade em estudo e está associado à
estratégia da organização. Considera-se ainda a pergunta de pesquisa respondida
afirmativamente e os objetivos cumpridos.
Palavras-chave: Competência, Modelo de Gestão, Gestão por competência.
- 8 --
ABSTRACT
The research intended to analyze the CEF’ model of people management by
competence according to its branch managers in Fortaleza as well as the main
manager for people management in the same city. The research was based on
qualitative search and quantitative of exploratory descriptive type looking for a deep
search of the subject. It was a descriptive study based in available literature,
documents and cases. It was considered that the model provided many benefits to
the managers who took part of the research and it was connected to the
organization’s strategy. It considered that question of the problem was appropriately
answered and the objectives were successfully reached.
Key words: competence, management model, management by competence.
- 9 --
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Competências: insumo para Gestão de Pessoas e Estratégia
Organizacional...................................................................................................27
FIGURA 2 Definição de Competência...............................................................30
FIGURA 3 Competência como Fonte de Valor..................................................31
- 10 --
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Conhecimento Sobre o Modelo de Gestão de Pessoas...............45
GRÁFICO 2 Processo de Implantação..............................................................47
GRÁFICO 3 Benefícios Percebidos...................................................................48
- 11 --
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Principais Fatos da Evolução Histórica..........................................17
QUADRO 2 Fatores e Fases da Evolução da Gestão de Pessoas...................19
QUADRO 3 Principais Funções da Gestão Estratégica....................................25
QUADRO 4 Tipos de Estratégias e de Competências......................................26
QUADRO 5 Tipos de Competências Presentes nas Organizações..................32
QUADRO 6 Acontecimentos Importantes na História da CEF..........................36
- 12 --
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ARH – Administração de Recursos Humanos
CAIXA – Caixa Econômica Federal.
CEF – Caixa Econômica Federal.
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
GENEC – Gerência Nacional de Educação Corporativa.
GILIE – Gerência de Alienação de Bens Móveis e Imóveis
GIPES – Gerência de Filial de Gestão de Pessoas.
GRH – Gestão de Recursos Humanos.
PAR – Programa de Arrendamento Residencial.
RH – Recursos Humanos.
SUHAB - Superintendência Nacional de Habitação.
- 13 --
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................13
2 GESTÃO DE PESSOAS................................................................................17
2.1 Conceituação.............................................................................................17
2.2 Evolução histórica.....................................................................................22
2.3 Modelo de gestão de pessoas..................................................................23
3 GESTÃO ESTRATÉGICA..............................................................................24
3.1 Gestão estratégica de recursos humanos..............................................24
3.2 Alinhamento entre estratégia e competência.........................................26
3.3 Gestão por competência..........................................................................28
3.3.1 Definição de competência........................................................................29
3.3.2 Tipos de competências.............................................................................31
4 ESTUDO DE CASO .....................................................................................34
4.1 Caracterização da organização estudada...............................................34
4.1.1 História.....................................................................................................34
4.1.2 Identidade organizacional .......................................................................37
4.1.2.1 Missão...................................................................................................37
4.1.2.2 Visão de futuro......................................................................................37
4.1.2.3 Valores..................................................................................................37
4.1.2.4 Desafios estratégicos............................................................................37
4.1.3 Objetivos da instituição............................................................................38
4.1.4 Estrutura organizacional..........................................................................40
5 METODOLOGIA............................................................................................42
5.1 Tipo de pesquisa.......................................................................................42
5.2 Coleta de dados.........................................................................................42
5.3 População da pesquisa.............................................................................43
5.4 Instrumento e técnica de coleta...............................................................43
5.5 Pré-teste......................................................................................................43
5.6 Técnica de analise e sistemas utilizados................................................43
5.7 Limitações do estudo................................................................................44
6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS..............................................45
- 14 --
6.1 Análise e interpretação das entrevistas..........................................................45
6.2 Análise interpretação do questionário. ..........................................................51
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................56
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................58
APÊNDICES..............................................................................................................61
GLOSSÁRIO.............................................................................................................66
- 15 --
INTRODUÇÃO
Segundo Fleury e Fleury (2001) nos primórdios da gestão de pessoas, que
antes era nomeada como administração de recursos humanos, começou a se
pensar em um modelo que pudesse atender as necessidades da organização no
que diz respeito ao gerenciamento do capital humano. Para os autores, um dos
primeiros marcos direcionados para a obtenção de um sistema que englobasse de
forma eficaz processos e pessoas, foi a introdução do taylorismo-fordismo nas
empresas. Neste cenário, ocorreu a definição de princípios para gestão de pessoas
onde o objetivo maior era proporcionar fundamentação cientifica às atividades
administrativas com o intuito de dar fim a improvisação e o empirismo.
Anteriormente, a gestão de pessoas tinha o seu foco na produção em massa,
o colaborador era visto único e exclusivamente como uma peça da produção a qual
era encarregado de produzir mais e em tempo reduzido. (RUANO, 2003)
Em suas referências, Fleury e Fleury (2001) destacam que a linha mestra
desse modelo era a definição de cargo que estava ligada às tarefas que eram
desenvolvidas levando em consideração o desempenho. Ou seja, “o homem certo
para o lugar certo”. Segundo ainda os autores, a partir daí, é que foram
desenvolvidos critérios para seleção de pessoas, necessidade de treinamento para
um bom desempenho nas tarefas e o sistema de recompensas. Foi também nesse
contexto que se desenvolveram os sindicatos que atuavam como interlocutores
sociais.
Passado esse período, mais precisamente na década de 60, surgiram as
críticas ao modelo mecanicista as quais deram origem ao surgimento na Europa, da
abordagem Sociotécnica para a organização do trabalho. Tal abordagem visava a
integralização entre sistema social e sistema técnico visando o alcance das metas
da produção e dos objetivos das pessoas e da organização. (FLEURY E FLEURY,
2001).
Na década de 80, os japoneses passaram a ser referência, desenvolveram
um modelo de gestão que tinha como premissa a execução das tarefas de forma
- 16 --
grupal e não mais de forma individualizada. Esse modelo teve como base a
racionalização dos processos de trabalho e virou referencia devido ao sucesso das
companhias daquele país.
Findada a década de 80, as organizações passaram por desafios provocados
pelas novas concepções acerca do papel do individuo. O colaborador da empresa
passou a ser considerado como parte do seu patrimônio, capaz de fornecer
conhecimentos, habilidades, capacidades e inteligência. Considerado assim como o
capital intelectual, assumindo o papel de parceiro da organização. (CHIAVENATO
APUD GIL, 2007)
Para Gramigna (2007, p.5), atualmente, o ambiente de negócios requer das
empresas uma maior atenção no que diz respeito às variações que ocorrem no
ambiente externo e interno. Fatores esses que envolvem os colaboradores da
organização e a gestão desses recursos que estão em constante mudanças. Tais
mudanças indicam um avanço e uma busca de modelos que sejam cada vez mais
eficazes no tocante ao gerenciamento de pessoal. “O fato de estarmos numa
economia globalizada vem instigando dirigentes a demandar esforços para o
realinhamento de suas praticas de gestão”.
Para Fischer, Dutra e Amorim (2009, p.77), “a globalização cada vez mais
acelerada exige dos profissionais, especialmente aqueles que atuam como líderes
em suas organizações, adequações, adaptações e desenvolvimento de
competências que não eram exigidas até então”.
A organização pesquisada possui unidades em todo Brasil e conta com
agências, casas lotéricas e representação em países como Venezuela e Estados
Unidos. Adota o modelo de gestão por competências e concorre com empresas do
segmento bancário.
Considerando a velocidade das mudanças, as empresas vem tentando utilizar
ou até mesmo desenvolver modelos de gestão que possam suprir ou ate mesmo
sanar suas deficiências no tocante ao gerenciamento das pessoas para o alcance
dos seus objetivos. Considerando este contexto e a curiosidade do pesquisador em
- 17 --
conhecer com mais profundidade o modelo de gestão adotado na instituição
pesquisada, têm-se como pergunta a ser respondida: O modelo de gestão de
pessoas por competência adotado na Caixa Econômica Federal - CEF é visto
pelos colaboradores como parte integrante da estratégia da empresa?
A pesquisa tem por objetivo geral, Analisar o Modelo de Gestão de Pessoas
por Competência da CEF, na visão dos gestores de uma das filiais da cidade de
Fortaleza, bem como a visão da Gerência de Filial de Gestão de Pessoas Unidade
de Fortaleza-Ceará.
Para cumprimentos deste objetivo tem-se como objetivos específicos:
- conhecer o modelo de gestão de pessoas da CEF;
- identificar se o modelo proporcionou benefícios aos gestores da unidade
pesquisada;
- identificar se o modelo está associado à estratégia da Instituição;
- compreender como ocorreu o processo de implantação desse modelo.
A relevância deste estudo de caso está diretamente ligada às mudanças que
vem ocorrendo nas organizações, provocadas pelo dinamismo das relações entre
empresas e pessoas, a velocidade com que as informações são compartilhadas e a
disseminação de novas tecnologias oriundas do mais diversos lugares, refletirem
diretamente nas decisões das organizações e, principalmente, nas suas relações
com os seus colaboradores diretos.
Nesse contexto de empresas globalizadas, as organizações competem em
escala mundial e para que possa alcançar os seus objetivos, vêm desenvolvendo
novas ferramentas de gestão de pessoas, dentre elas a gestão por competência. O
entendimento e o conhecimento de um desses modelos, que foi implantado na
instituição estudada, pode ser uma contribuição contra as incertezas do cenário
atual da economia.
- 18 --
Conhecer uma empresa com o porte da CEF, com mais de 70.000 mil
funcionários é um meio para entender como esta instituição se comporta em um
ambiente cada vez mais competitivo e tendo, ainda, que concorrer com a eficiência
demonstrada pelo sistema bancário privado.
A pesquisa se caracteriza como estudo de caso que, segundo Yin (2005)
objetiva a investigação de um fenômeno atual, inserido na vida real. Está estruturada
em 6 (seis) capítulos.
O primeiro capítulo consta desta introdução, contextualização do problema;
estrutura do trabalho; problema de pesquisa; objetivos geral e específicos;
justificativa do estudo; metodologia.
Segundo capitulo – Gestão de pessoas: conceituação; evolução histórica;
modelo de gestão de pessoas;
Terceiro capitulo – Gestão estratégica: gestão estratégica de recursos
humanos; alinhamento entre estratégia e competências; gestão por competências;
definição de competências; tipos de competências.
Quarto capítulo – Estudo de caso: caracterização da organização estudada;
historia; objetivos da empresa; estrutura organizacional;
Quinto capítulo – Metodologia: tipo de pesquisa; coleta de dados; população
de pesquisa; instrumento e técnica de coleta; pré-teste; técnicas de análise e
sistemas utilizados; limitações do estudo.
Sexto capítulo – Análise e interpretação dos dados; análise e interpretação
das entrevistas; análise e interpretação dos questionários.
Considerações finais.
- 19 --
2 GESTÃO DE PESSOAS
2.1 Evolução histórica
Como referido anteriormente a gestão de pessoas, era conhecida como
Gestão de Recursos Humanos - GRH e tinha o seu foco na produção em massa, o
colaborador era visto única e exclusivamente como uma peça da produção a qual
era encarregado de produzir mais e em tempo reduzido.
Para Fleury e Fleury (2001), o primeiro marco de estruturação e formalização
dos sistemas de gestão de pessoas aconteceu com a introdução do taylorismo-
fordismo nas organizações, momento em que se estabeleceram princípios para
gestão de pessoal e contratualização das relações empregatícias.
De acordo com Zarifian apud Souza (2005) a implantação das técnicas
taylorista e fordistas de organização do trabalho acarretaram uma forte resistência
por parte dos trabalhadores, pois o novo sistema retirava o poder de controle do seu
próprio tempo, promovia a alta disciplina, rígidos controles e vigilância em excesso.
Para Gil (2007) o estudo da evolução histórica da gestão de pessoas pode
ajudar no entendimento da concepção acerca das pessoas e das organizações.
Quadro 1 – principais fatos da evolução histórica.
FATOS DESCRIÇÃO
Administração científica Movimento que teve como precursores
Frederick W. Taylor, nos Estados Unidos
e Henri Fayol, na França. O objetivo
maior deste movimento era proporcionar
fundamentação cientifica às atividades
administrativas com intuito de substituir a
improvisação e o empirismo.
Escola das relações humanas Movimento de valorização das relações
- 20 --
humanas no trabalho. Surgiu a partir da
constatação da importância dos fatores
psicológicos e sociais na produtividade.
Teve como precursor o psicólogo Elton
Mayo, nos Estados Unidos.
Relações industriais Após a segunda guerra, houve nos
Estados Unidos um aumento do poder
dos sindicatos, acarretando uma nova
relação de forças que era caracterizada
pela preocupação das empresas com as
condições de trabalho, concessão de
benefícios e negociações com as
entidades que representavam os
trabalhadores.
Administração de recursos humanos Este termo começou a ser pensado na
década de 80 e substituiu as expressões:
Administração de Pessoal e Relações
Industriais e teve como fundamento a
Teoria Geral dos Sistemas que defendia
que algumas ciências poderiam ser
aplicadas a outras, desde que seus
objetos pudessem ser entendidos como
sistemas. Esta ligação tinha como
característica por elementos que
interagem entre si e funcionam como
uma estrutura organizada. .
Gestão de pessoas Considerando os desafios tanto de
natureza ambiental quanto
organizacional, e as consequências
- 21 --
decorrentes das formas de reestruturação
como reengenharia, downsizing e a
terceirização, as organizações passaram
a questionar a forma como era
desenvolvido o movimento anterior da
gestão de pessoas. Um dos maiores
questionamentos ocorreu sobre a
nomenclatura que rotulava as pessoas
como recursos. A proposta era modificar
esta visão e tratar as pessoas como
parceiros da organização, capazes de
fornecer conhecimentos, habilidades,
capacidades e inteligência
(CHIAVENATO apud GIL 2007)
Fonte: Criado pelo autor com base em Gil (2007, p. 18-23)
Gil (2007), reforça que os fatos descritos no Quadro 1, caracterizam a
evolução de uma nova forma de gestão que está sendo denominada de Gestão de
Pessoas, muito embora o termo receba outros nomes como Gestão de Talentos,
Gestão de Parceiros, Gestão do Capital Humano, Gestão do Capital Intelectual etc.
Para Brito (2007), existem três fatores que possibilitam o entendimento da
evolução da gestão de pessoas. A afirmação baseia-se no pensamento de Besseyre
de Horts (1988) explicada no quadro 2 a seguir.
Quadro 2 – Fatores e fases da evolução da gestão de pessoas
Fatores Fase 1
Centrado na
atividades
Fase 2
Visão sistêmica
Fase 3
Visão estratégica
Tecnologia Linha de montagem
para produção em
massa.
Automatização. Nova tecnologia de
produção para uma
demanda mais
- 22 --
seletiva.
Percepção da
mão-de-obra
Abundante.
Representa custo
de produção. É
menos importante
que a tecnologia.
Forma um todo
homogêneo.
Torna-se um
investimento, um
ativo, o que antes
era visto como
despesa.
Falta de mão-de-
obra em alguns
setores. Pesquisa
de uma maior
flexibilidade.
Integração das
atividades
Seleção. Formação.
Remuneração.
Ausência de
coordenação.
Reconhecimento da
interdependência
das atividades.
Planejamento
estratégico dos
Recursos Humanos
e alinhamento das
práticas.
Fonte: Extraído de Brito (2007, p. 64)
Segundo a autora, “essas fases da evolução da gestão de pessoas surgiram
em resposta às características do ambiente tanto interno como externo às
organizações.”(BRITO, 2007)
Por fim Gramigna, (2007) ressalta que no Brasil as práticas de gestão, mais
precisamente da área de Recursos Humanos, foram influenciadas por movimentos
como: desenvolvimento organizacional, qualidade e reengenharia.
Desenvolvimento Organizacional: Influenciou a participação das pessoas na
definição de suas missões, objetivos e metas; melhor compreensão do negócio
pelos gerentes
Qualidade: Influenciou no surgimento da cultura participativa, promovendo o
- 23 --
envolvimento das pessoas nas decisões ligadas as melhorias no processo de
trabalho e identificação de indicadores de desempenho utilizados como padrão para
a avaliação do desempenho dos indivíduos e equipes.
Reengenharia: Influenciou na verificação da inutilidade de impor medidas extremas
de redução de pessoal com intuito de reduzir custos e elevar a produtividade;
importância da retenção e valorização dos talentos. Nesse contexto:
O fator que merece destaque é a presença de processos de
inovações na gestão de pessoas interferindo na cultura
organizacional. O sistema autoritário e centralizador, que
prevaleceu até pouco tempo, está sendo substituído pelo
participativo, no qual as decisões já chegaram ao chão de
fábrica, na esfera de competências de equipes e times que
trabalham em forma de células. (GRAMIGNA, 2007, p.7)
Com o olhar voltado para os novos cenários da Gestão de Pessoas, Fleury e
Fleury (2001) citam três movimentos que estão se sobressaindo e gerando uma
turbulência na atualidade. São eles: a globalização das atividades ligadas ao
mercado e produção; a troca de titularidade do regime de mercado; passando de
vendedor para comprador e o crescimento da economia baseado no conhecimento.
Nessa linha, Boog e Boog (2002) acrescentam que a rapidez das
transformações, oriundas dos sistemas econômicos que tem como líder a
globalização, as organizações optaram pela busca da flexibilidade nas operações
com objetivo de conquistar novas oportunidades, gerenciar as ameaças e riscos aos
seus negócios e aumentar sua competitividade.
- 24 --
Um dos indicadores de competitividade e, talvez, aquele que
se constitui no alvo das preocupações dos gestores de
pessoas, é a sua capacidade de formar e manter o capital
intelectual [ ] evitando a perda de talentos, de história e de
cultura organizacional (GRAMIGNA, 2007, p. 8)
Ainda segundo Gramigna (2007, p.8), “o vertiginoso processo de
transformação, característico de nossos tempos, exige das organizações prontidão
para se antecipar e se adaptar aos novos desafios”
Ainda sobre o tema, Boog e Boog (2007, p.16) ressaltam que as empresas
contam com recursos financeiros e tecnológicos para sobreviver a este ambiente de
grandes transformações, mas que só isto não é suficiente já que existem aspectos
mais importantes do que os citados anteriormente e que possibilitam um diferencial
competitivo. Estes aspectos estão relacionado às pessoas. Ainda segundo os
autores, “pessoas são ativos ‘ocultos’ no balanço contábil, que não apenas
adicionam valor, mas asseguram a sobrevivência da organização”.
Como conseqüência do exposto no parágrafo anterior, os autores ressaltam
que o alinhamento das estratégias do negócio com as estratégias de capital humano
é fundamental para alcançar os objetivos organizacionais (BOOG, 2007)
2.2 Conceituação
Segundo Gil (2007), a gestão de pessoas é a função gerencial que tem por
objetivo promover a cooperação das pessoas que fazem parte da empresa, com
interesses comuns a organização e ao individuo, essas características podem ser
notadas através da busca pelos objetivos organizacionais e individuais do
colaborador.
Fischer apud Rudolfo (2004) afirma que a gestão de pessoas é resumida a
um conjunto de procedimentos de ajuste do individuo aos parâmetros de eficiência
definidos previamente pela organização.
- 25 --
Para Gil (2007) a expressão, gestão de pessoas visa substituir a expressão
Administração de Recursos Humanos - ARH, ainda bastante utilizada e comum nas
organizações, usada para designar os modos de lidar com as pessoas. O autor
enfatiza que o termo ARH, é restritivo, ao considerar as pessoas da organização
apenas como recursos e não as diferencia por exemplo, de recursos materiais e
financeiros.
Corroborando com Gil (2007), Gramigna (2007) ressalta que o modelo GRH é
centralizador e está com seus dias contados por não ter uma finalidade sistêmica.
Segundo ainda Gramigna, o mesmo foi caracterizado pelo aparecimento de ilhas de
poder, desintegração das funções e pela pouca influência que a GRH tem nas
decisões estratégicas da empresa.
Dutra (2001) vai além e destaca que a forma do gerenciamento de pessoas
sofreu grandes transformações ao longo dos últimos 20 anos. Em sua concepção,
houve uma alteração no perfil das pessoas, maior participação destas no sucesso do
negócio ou da organização e um deslocamento do foco da gestão de pessoas que
antes era baseado no controle e passou a ter como base o desenvolvimento. Esta
evolução será exposta com mais detalhes no capitulo a seguir.
2.3 Modelos de Gestão de Pessoas
Dutra (2001, p.17), afirma que “modelos são abstrações que nos ajudam a
compreender e agir sobre a realidade”. Ressalta que o modelo é sempre a forma
simplificada de uma abstração, pois as dimensões e a complexidade de um
fenômeno real não podem ser retratadas pelo modelo com total fidelidade.
Segundo Astivera apud Dutra (2001), Existem perigos relacionados aos
modelos e que residem na abstração inerente a eles. Para o autor “toda abstração
supõe uma simplificação e pode acontecer que se confunda com a precisão do
modelo e com a realidade complexa da qual foi extraído (sic)” (ASTIVERA apud
DUTRA, 2001, p.17)
- 26 --
Para Ruano (2003), a utilização de um modelo, como por exemplo o de
competências, possibilita o surgimento de uma gestão de pessoas que esteja
direcionada para as expectativas e necessidades das organizações e das pessoas,
possibilitando, assim, ganhos para as duas partes.
Por fim, Dutra (2001) se posiciona sobre o conceito atual do modelo gestão
de pessoas, que na sua visão “refere-se a um mecanismo abstrato que simplifica a
realidade e orienta a realidade [sic] daqueles que vivem o ambiente organizacional
na atualidade”
Em substituição a esse modelo o autor sugere um “modelo de gestão de
pessoas que compreenda um conjunto de políticas, práticas, padrões atitudinais,
ações e instrumentos empregados por uma empresa para interferir no
comportamento humano e direcioná-lo no ambiente de trabalho (DUTRA 2001, p. 18-
19)”.
- 27 --
3 GESTÃO ESTRATÉGICA
Schikmann (2006) afirma que o conceito de gestão estratégica se refere a
um tipo de gestão que se preocupa com os objetivos e metas da organização e com
o desempenho e as formas de atuação mais adequadas para concretizá-los, a curto
médio e longo prazos. Afirma ainda que o foco é a definição dos resultados
esperados e o planejamento das ações para seu alcance
3.1 Gestão estratégica de recursos humanos
Para Brandão e Guimarães (2001) a gestão estratégica de recursos humanos
ao promover o desenvolvimento de habilidades, produzir uma vasta interação social
e gerar conhecimento, contribuiu para gerar vantagem competitiva sustentável.
Segundo Silva e Afonso (2001, p. 61) o conceito de gestão estratégica de
recursos humanos começou a ser pensado de uma forma mais abrangente, no
ocidente, após o sucesso alcançado por empresas japonesas na década de 80 que
tinham como objetivo maior o uso e desenvolvimento de conhecimentos associados
a estratégias competitiva da empresa.
O sucesso alcançado pelas empresas japonesas levou os
países ocidentais a reverem suas concepções não apenas
sobre a organização do trabalho, mas também sobre os
modelos de gestão de pessoal. Surge o conceito de
Human Resourse Management, ou gestão estratégica de
recursos humanos.(SILVA E AFONSO, 2001, p. 62)
Storey apud Silva e Afonso (2001), a expressão gestão estratégica de
recursos humanos tem sido utilizada com bastante elasticidade, para ele é possível
identificar uma versão soft do termo e outra hard. A versão soft enfatiza os aspectos
da comunicação, motivação e liderança. A versão hard enfatiza os aspectos
quantitativos, de administrar recursos humanos de forma racional, objetivando a
- 28 --
estratégia do negócio.
De acordo com Brito (2007, p. 124) “a participação ativa do recursos humanos
na formulação e implementação das estratégias organizacionais está sinteticamente
configurado na abordagem estratégica de recursos humanos. Essa abordagem
habilita a gestão de pessoas a ter uma maior importância no plano de topo decisório”
Reforçado por Santos (1999, p. 45) que afirma que “a participação proativa da
área de recursos humanos é marcada pela identificação de suas dimensões
competitivas e realização de colaborações durante a gestão estratégica”. É a
existência de uma ligação que integra gestão de recursos humanos e o
planejamento estratégico é caracterizada pelo relacionamento dinâmico e interativo
entre ambos. (BULLER apud SILVA, 1999, p. 44)
Complementando, Tavares (2001, p.151) afirma que gestão estratégica possui
algumas funções principais que merecem destaque.
Quadro 3 – Principais funções da gestão estratégica.
a) proporcionar maior interação da organização com seu meio ambiente, a partir de
uma perspectiva sistêmica;
b) estabelecer um foco e significado na busca da visão, missão, desenvolvimento
de competências essenciais e distintivas, cultivo de valores;
c) determinar instancias para o processo decisório e torná-lo mais ágil e coerente;
d) definir o escopo competitivo, delineando estratégias, estabelecendo objetivos,
metas e permitindo o desenvolvimento de planos de ação mais oportunos e
adequados;
e) viabilizar o desenvolvimento de modelos organizacionais mais adequados às demandas ambientais,
integrando pessoas, habilidades e recursos;
f) coordenar e otimizar a alocação de recursos, proporcionando melhores resultados
operacionais e administrativos;
g) estabelecer mecanismos de avaliação e controles voltados para a eficácia a
- 29 --
eficiência e a efetividade da organização.
Fonte: Criado pelo autor com base em Tavares (2001, p. 151)
3.2 Alinhamento entre estratégia e competência
Segundo Silva (2005, p. 47), competências identificam aquilo que as pessoas
devem fazer para implementar as estratégias de negócios e que a transformação do
planejamento estratégico em instrumento de gestão está condicionada ao grau de
correlação que existe entre os objetivos e metas estratégicas.
Para Fleury e Fleury (2001, p. 24), a empresa identifica as competências
essenciais do negócio e as competências necessárias a cada função. Por outro lado,
a existência dessas competências possibilita as escolhas estratégicas feitas pelas
empresas.
Afirmam ainda que, o que se tem observado atualmente é a fusão das duas
abordagens com o interesse do alinhamento entre mercados distintos, formando
assim um circulo virtuoso que engloba três tipos de estratégias com três tipos de
competências, são elas:
Quadro 4 – Tipos de estratégias e de competências.
TIPOS DE ESTRATÉGIAS TIPOS DE COMPETÊNCIAS
● excelência operacional:
caracterizada pela empresa que busca
competir com base no custo.
● competências do negócio
relacionadas à compreensão do negocio,
objetivos na relação com ambiente,
clientes e competidores.
● inovação no produto:
caracterizada pela empresa que procura
oferecer para os clientes bons produtos.
● competências técnico profissionais
específicas para certa operação,
ocupação ou atividade.
● orientada para o serviço:
caracterizada por empresas voltadas a
● competências sociais.
Necessárias para interagir com as
- 30 --
atender o que clientes específicos
desejam.
pessoas por meio da comunicação,
negociação e trabalho em grupo.
Fonte: Criado pelo autor com base em Fleury e Fleury (2001, p. 24)
Carbone et. al (2006), desenvolveram o modelo descrito na Figura 1, para
melhor retratar a variável competência no processo estratégico da gestão de
pessoal.
Figura 1. Competências: insumo para gestão de pessoas e estratégia organizacional
Fonte: Extraído de Carbone (2006)
Segundo Carbone et. al.(2006), a estratégia organizacional definida e o
mapeamento de competências organizacionais, pessoais e profissionais, realizado,
provoca uma mudança na atuação da área de gestão de pessoas. A execução das
atividade passa a ser realizada de forma integrada, tendo como principal recurso, as
competências as quais são responsáveis pela determinação da relação entre
Estratégia Organizacional
e Diagnóstico de Competências
Planejamento em Gestão de Pessoas
Subsistemas de Gestão de PessoasPlanejamento
Avaliação do Desempenho Profissional
Educação Corporativa
Identificação e Alocaçãode Talentos
OrientaçãoProfissional e Carteira
Remuneração e Benefícios
ComunicaçãoInterna
Competências
- 31 --
qualidade do trabalho e a garantia de resultados.
3.3 Gestão por Competência
Segundo Dutra (2004) A primeira proposta foi definida tendo como intenção a
busca por uma abordagem que substituísse de forma efetiva os processos de
escolhas de pessoas para organização. O autor afirma ainda que o conceito surgiu
pela primeira vez em 1973 e teve como responsável pela primeira estruturação,
Mcclelland (1973).
Ainda sobre o tema, Dutra (2004) afirma que as primeiras práticas de gestão
por competências no Brasil, ocorreram na década de 90 e que a primeira empresa
que aplicou o conceito, em 1996 e 1997, foi uma empresa do setor de
telecomunicações.
Segundo Schikmann (2006), a gestão por competência atende a uma lógica
que se baseia na adequação do perfil do quadro de pessoal às necessidades da
organização em se tratando de conhecimentos, habilidade e atitudes que são
necessários para a realização das atividades da organização.
Segundo Ruano (2003, p. 30) “gestão por competências é um modelo que
sustenta todas as práticas de recursos humanos e amplia a sua importância dentro
das organizações, uma vez que trata diretamente com estrategistas das empresas”
A gestão de competências deve ser vista, portanto, como
um processo circular, envolvendo os diversos níveis da
organização, desde o corporativo até o individual, passando
pelo divisional e grupal. O importante é que a gestão de
competências esteja em perfeita sintonia com a estratégia
organizacional (missão, visão de futuro e objetivos).
(BRANDÃO E GUIMARÃES, 2001, p. 6)
Para Gramigna, gestão por competências é “um conjunto de ferramentas,
instrumentos e processos metodológicos voltados para a gestão estratégica de
- 32 --
pessoas”.(GRAMINA, 2007, p. 43)
3.3.1 Definição de competência
Para Isambert-Jamati apud Brandão e Guimarães (2001) a expressão
começou a ser utilizada no linguajar jurídico, no fim da idade média. A palavra
competência significava, na época, a capacidade atribuída a alguém ou a uma
instituição para apreciar e julgar certas questões. Pessoas ligadas ao direito
declaravam que determinada corte ou indivíduo era competente para um dado
julgamento ou para realizar certo ato. Por extensão, o termo veio a designar o
reconhecimento social sobre a capacidade de alguém pronunciar-se a respeito de
determinado assunto. Mais tarde, o conceito de competência passou a ser utilizado
de forma mais genérica, para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinada
tarefa.
Segundo Dutra (2001), pode ser atribuído a este conceito diferentes
elementos. De um lado elementos que estão ligados a organização como um
conjunto próprio de competências, que por sua vez surgem da criação e do processo
de desenvolvimento da organização e são firmadas no seu patrimônio de
conhecimentos e que este patrimônio pode ser visto como algo que estabelece as
vantagens competitivas da empresa no cenário em que estão inseridas. Ressalta
que, do outro lado, existem as pessoas, com seu conjunto de competências que
pode ou não estar sendo utilizado pela empresa.
Boog e Boog (2007, p. 219), define competência como “conjunto de
características percebidas nas pessoas que envolve conhecimentos, habilidades e
atitudes que levam a um desempenho superior”
Durand apud Brandão e Guimarães (2001) define competência a partir da
junção entre a assimilação de conhecimentos, integração de atividades e a adoção
de atitudes importantes “para um contexto organizacional específico ou para a
obtenção de alto desempenho no trabalho” (BRANDÃO E GUIMARÃES, 2001, p. 3)
- 33 --
Figura 2 – Definição de competência.
Fonte: criado pelo autor com base em Durand apud Brandão e Guimarães (2001)
Parry (1996) apud Dias e Grochowski (2006), complementa definido o
conceito de competência como um conjunto de conhecimentos, habilidades e
atitudes que relacionam-se, e tem sua importância na execução de uma tarefa, papel
ou responsabilidade que está direcionada ao desempenho da função, este conjunto
pode ser mensurado por diretrizes que estão condicionadas a um melhor
desenvolvimento com a utilização de técnicas de treinamento e desenvolvimento.
Segundo Zarifian apud Souza (2005, p. 44), “competência é a inteligência
prática de situações, que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma
com tanto mais força quanto maior a complexidade das situações enfrentadas”
Para Le Bortef apud Orsi e Bose (2003) competência esta presente em
diferentes contextos e envolve recursos, conhecimentos e capacidades.
Competência não é um estado ou um conhecimento que se
tem e nem é resultado de treinamento. A competência tem sua
base em características do indivíduo e emerge no contexto
profissional, na ação. É um saber agir responsável e
reconhecido; implica em saber mobilizar, integrar e transferir
recursos, conhecimentos e capacidades em diferentes
Conhecimentos
Habilidades
Competência
Atitudes
- 34 --
contextos profissionais que apresentam recursos e restrições.
(LE BORTEF apud ORSI e BOSE, p.4)
Para Fleury e Fleury (2001, p.21), “as competências devem agregar valor
econômico para organização e valor social para o individuo”. A autora demonstra
este papel através da figura a seguir.
Figura 3 – Competência como fonte de valor para o indivíduo e para a organização.
Econômico Social
Fonte: Extraído de Fleury e Fleury (2001, p.21)
Ainda segundo os autores, competência pode ser definida como: “um saber
agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir
conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à
organização e valor social ao indivíduo” (FLEURY E FLEURY, 2001, p. 21)
Complementando, Brandão e Guimarães (2001) afirmam que existe uma
corrente teórica formada por (Taylor, Beechler e Napier, 1996; Barney apud Raub,
1998) que sugere que a vantagem competitiva atual e futura esta condicionada ao
domínio de recursos raros, valiosos e difíceis de ser imitados.
3.3.2 Tipos de Competências
Indivíduo
Conhecimentos
Habilidades
Atitudes
Agregar valor
Organização
Saber agir, saber mobilizar,
saber transferir, saber aprender,
saber engajar-se, ter visão
estratégica e assumir
responsabilidades
- 35 --
Segundo Silva (2005, p. 83) “uma das partes mais importantes na construção
de um sistema de gestão por competências, consiste, justamente, na identificação
das mesmas”
O autor reforça afirmando que essa identificação pode ser feita através:
a) Entrevistas com os Gestores;
b) Visualização, Conhecimento do Processo;
c) Descrição de Funções;
d) Broadjobs (Descrições de Cargos Amplos).
Ruano (2003), afirma que existe uma total ligação entre as competências
organizacionais e individuais, contudo, é necessário fazer uma reflexão sobre as
competências organizacionais para que se possa estabelecer as individuais. Ainda
segundo a autora, caso não exista esta reflexão prévia, não será possível fazer um
estabelecimento com êxito.
Boog e Boog (2007) demonstram através do quadro, a seguir, os tipos de
competências presentes nas organizações.
Quadro 5 – Tipos de competências presentes nas organizações
Fonte: Extraído de Boog e Boog (2007, p. 220)
Competências Essenciais OrganizacionaisRequeridas para uma excelente performance nos níveis e funções
Competências de Processos e LiderançaFatores de sucesso que diferenciam uma alta performance nos
níveis e funções
Competências de FunçãoFatores de sucesso que distinguem os diferentes grupos funcionais
CompetênciasGenéricas/Básicas
CompetênciasEspecíficas
Competências deGestão/Liderança
Compras Vendas Serviços ao
Cliente
Marketing RecursosHumanos
Jurídico Tec. DaInformação
Finanças
- 36 --
Corroborando com Boog e Boog (2007), Zarifian apud Souza (2005), faz a
distinção dos diversos conteúdos em relação às competências organizacionais que
segundo autor, “configuram diferentes áreas de desenvolvimento de competências
para pessoas”.
a) Competências técnicas: são os conhecimentos específicos sobre o trabalho
que deve ser realizado;
b) Competências sobre a organização: diz respeito ao saber organizar os
fluxos de trabalho;
c) Competências de serviço: busca aliar a competência técnica à avaliação de
impacto que o produto terá sobre o consumidor;
d) Competências sociais: diz respeito ao saber ser, envolvendo também
atitudes que sustentam o comportamento das pessoas.
Gramigna (2007, p. 25), aprofunda o assunto enfatizando as competências de
suporte que, segundo a autora: “são aquelas que dão sustentação às competências
técnicas exigidas para cumprir funções específicas”. Fazem parte deste grupo as
competências diferenciais, essenciais e básicas. A seguir a descrição de cada uma
delas:
a) Diferenciais: ligadas a estratégia e ao estabelecimento de vantagem
competitiva da empresa. Constituídas pela a união de capacitações que dão suporte
a empresa no tocante ao diferencial no mercado e ao alcance dos resultados.
b) Essenciais: são consideradas e identificadas como de grande importância
para o sucesso do negócio e é necessárias que sejam percebidas pelos clientes.
c) Básicas: o funcionamento da organização necessita destas competências,
a percepção e verificada no ambiente interno e estimulam e dão suporte ao clima de
produtividade.
- 37 --
4. ESTUDO DE CASO
4.1 Caracterização da organização estudada
A Caixa Econômica Federal - CEF tem sua sede localizada na capital do
Distrito Federal em Brasília, com mais de 70.000 funcionários, distribuídos em
agências por todo País, além de contar com escritórios de representação em Países
como a Venezuela, Estados Unidos. Além destes, para atender demandas de toda a
sociedade, a CEF conta com parceria das casas lotéricas nas capitais e em todos os
Municípios do País.
A Caixa Econômica Federal é uma instituição financeira e diferencia-se das
instituições bancárias privadas por não visar a lucratividade, a instituição oferece
investimentos nas atividades econômicas além ser o principal agente financiador das
políticas públicas do governo Brasileiro.
Segundo Horts Kohler apud Souza (2005, p.73) “a Caixa Econômica é uma
idéia européia” e que a organização pode ser situada em dois momentos ímpares:
No contexto histórico - “como peça fundamental para a ocorrência de mudança que
trouxe o progresso econômico e social para o continente europeu nos últimos dois
séculos”, e no contexto contemporâneo - “quando ocorre a integração européia,
como fator de reafirmação e proteção de identidade e dos valores culturais” .
O modelo de gestão por competências da CEF é um sistema que busca
construir um maior desempenho para a organização, através do mapeamento das
habilidades de seu corpo funcional, mapeamento este que fundamenta a
estruturação do seu sistema de seleção, provimento, reconhecimento e capacitação,
focado para a missão e as estratégias da empresa.
4.1.1 História
A Caixa Econômica foi criada pelo decreto nº 2.723, de 12 de janeiro de 1861,
assinado por Dom Pedro II no estado do Rio de Janeiro. Sua criação tinha o
propósito de conceber empréstimos sob penhor e incentivar a poupança, combater
- 38 --
outras instituições que não garantiam uma segurança para os depositantes ou que
cobravam juros elevados dos devedores.
Suas funções básicas eram: recolher os depósitos da população com intuito
de remunerá-los com juros e administrar a caderneta de poupança; atuar como
monte de socorro, proporcionando empréstimos à população, mediante a garantia
por meio de penhor, principalmente de jóias e pedras preciosas. (SILVA APUD
SOUZA, 2005).
Com a mudança do governo - de monarquia para república - em meados de
1915, a estrutura organizacional da CEF passou por mudanças e um novo
regulamento com vigor após publicação do decreto 11.820/15, o qual decretava que
em todas as capitais do Brasil haveria uma CAIXA e que, por sua vez, poderiam
possuir agências ou filiais.
A partir do Decreto 11.820/15 houve um aumento nas operações da CAIXA, a
instituição estava autorizada a transacionar com títulos da dívida pública da união e
movimentar através de cheques as contas que detinha, mesmo sendo sua atividade
fim, direcionada a captação de recursos através da poupança e a realização dos
empréstimos com a utilização do penhor como garantia.
A ampliação dos financiamentos foi possível a partir de 1930 com o fim da
obrigatoriedade do repasse de recursos para o tesouro nacional, por parte da CEF.
Fato que também contribuiu para o desenvolvimento do país, pois financiavam
operações de empresas e obras de grande porte.
Foi também à época que a organização passou a contar com um novo
produto, uma carteira hipotecária que tinha como objetivo: alavancar as operações
de crédito e tinha como base o sistema de empréstimo hipotecário, bastante utilizado
no século XIX na Europa.
Data também da época outras inovações em operações que a CEF realizava,
a organização passou a ser a única que poderia realizar empréstimos sob penhor, o
monopólio desta operação ocasionou o fim das “Casas de Prego” e a partir de então,
- 39 --
passou a ser o único responsável pelo recolhimento dos depósitos realizados
conforme decisão judicial. Neste contexto surgiram as carteiras de calção de títulos,
consignação e contas.
Segundo análise de documentos internos, a expressividade da CEF foi notada
a partir da nomeação de Francisco Solano da Silva para Presidente do primeiro
Conselho Superior da Instituição em 1934, este Conselho possibilitou o
desenvolvimento da CEF e contribuiu para o desenvolvimento urbano do País. Esse
Conselho foi extinto com o Decreto-Lei nº 759/69. Referido Decreto, unificou todas
as Caixas Econômicas Federais. Atualmente a instituição conta com um Conselho
de Administração que define sua atuação estratégica.
O Quadro 6 resume os principais acontecimentos da CEF ao longo de sua
história:
Quadro 6 – Acontecimentos importantes na história da CEF.
ANO ACONTECIMENTOS
1931 Inicia-se as operações de empréstimo e consignação para pessoas físicas.
1931 Início das operações da carteira hipotecária para a aquisição de bens
imóveis.
1934 Por ordem do governo, assume a exclusividade dos empréstimos sob
penhor.
1986 Ao incorporar o Banco Nacional de Habitação, assume definitivamente a
condição de maior agente nacional de financiamento da casa própria e de
importante financiadora do desenvolvimento.
1986 Incorpora o papel de agente operador do fundo de garantia por tempo de
serviço (FGTS), antes gerido pelo Banco Nacional de Habitação.
1989 Passou a centralizar todas as contas do FGTS e administrar a arrecadação
desse fundo e o pagamento aos trabalhadores conforme previsto em Lei.
Fonte: o próprio autor baseado em informações do sítio www.novaintranet.caixa/
(2009)
- 40 --
Atualmente a CEF é presidida por Maria Fernanda Ramos Coelho, e foi
premiada com o “top of mind 2009”, concedido pelo Instituto Datafolha.
Desde sua criação, há 149 anos, a organização mantém uma relação com a
população, oferecendo serviços e produtos como: Poupança, empréstimos,
financiamento habitacional, credito educativo, a possibilidade de ganhos financeiros
decorrentes de apostas através das Loterias Federais, FGTS, seguro-desemprego,
PIS, além de ser um elo entre os programas do governo e as pessoas que são
beneficiadas.
Possui em torno de 28 milhões de clientes entre correntista e poupadores. É
o principal agente das políticas públicas do governo.
4.1.2 Identidade Organizacional
4.1.2.1 Missão
A CEF tem como missão, atuar na promoção da cidadania e do
desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de
políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.
4.1.2.2 Visão de futuro
A Caixa será referência mundial como banco público integrado, rentável,
socialmente responsável, eficiente, ágil, com permanente capacidade de renovação
e consolidará sua posição como o banco da maioria da população brasileira.
4.1.2.3 Valores
a) Sustentabilidade econômica, financeira e socioambiental.
b) Valorização do ser humano.
c) Respeito à diversidade.
d) Transparência e ética com o cliente.
e) Reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a CAIXA.
f) Eficiência e inovação nos serviços, produtos e processos.
- 41 --
4.1.2.4 Desafios estratégicos
1 - Consolidar-se como principal agente de políticas públicas do Governo
Federal e ampliar a relação com todos os entes da administração pública.
2 - Ampliar a participação no mercado de crédito.
3 - Ampliar a participação de mercado na captação de recursos.
4 - Ser referencial de excelência no atendimento e ampliar a capacidade e as
alternativas de distribuição.
5 - Ser reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar.
6 - Adequar e racionalizar processos e integrar áreas da empresa.
7 - Implementar soluções integradas de tecnologia da informação.
8 - Ser referencial como banco focado na Responsabilidade Social Empresarial
(RSE) e no apoio ao desenvolvimento regional sustentável.
4.1.3 Objetivos da instituição
Segundo o Art. 5º do Decreto Nº 6.473, de 5 de junho de 2008, a CEF tem por
objetivos:
1 - receber depósitos, a qualquer título, inclusive os garantidos pela União, em
especial os de economia popular, tendo como propósito incentivar e educar a
população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as
regiões do País;
2 - prestar serviços bancários de qualquer natureza, praticando operações
ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro,
sob suas múltiplas formas;
3 - administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais, nos
termos da legislação específica;
4 - exercer o monopólio das operações de penhor civil, em caráter
permanente e contínuo;
5 - prestar serviços delegados pelo Governo Federal, que se adaptem à sua
estrutura e natureza de instituição financeira, ou mediante convênio com outras
- 42 --
entidades ou empresas;
6 - realizar quaisquer operações, serviços e atividades negociais nos
mercados financeiros e de capitais, internos ou externos;
7 - efetuar operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações,
obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais,
para investimento ou revenda;
8 - realizar operações relacionadas com a emissão e a administração de
cartões de crédito;
9 - realizar operações de câmbio;
10 - realizar operações de corretagem de seguros e de valores mobiliários,
arrendamento residencial e mercantil, inclusive sob a forma de leasing;
11 - prestar, direta ou indiretamente, serviços relacionados às atividades de
fomento da cultura e do turismo, inclusive mediante intermediação e apoio
financeiro;
12 - atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e
saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de
saneamento do Governo Federal, operando, inclusive, como sociedade de crédito
imobiliário, de forma a promover o acesso à moradia, especialmente das classes de
menor renda da população;
13 - atuar como agente operador e financeiro do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço - FGTS;
14 - administrar fundos e programas delegados pelo Governo Federal;
15 - conceder empréstimos e financiamentos de natureza social, em
consonância com a política do Governo Federal, observadas as condições de
retorno, que, no mínimo, venham a ressarcir os custos operacionais, de captação e
de capital alocado;
16 - manter linhas de credito específicas para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte;
17 - realizar, na qualidade de agente do Governo Federal, por conta e ordem
deste, quaisquer operações ou serviços, nos mercados financeiro e de capitais, que
- 43 --
lhe forem delegados;
18 - prestar serviços de custódia de valores mobiliários;
19 - prestar serviços de assessoria, consultoria e gerenciamento de atividades
econômicas, de políticas públicas, de previdência e de outras matérias relacionadas
com sua área de atuação, diretamente ou mediante convênio ou consórcio com
outras entidades ou empresas; e
20 - atuar na exploração comercial de mercado digital voltada para seus fins
institucionais.
Parágrafo único. No desempenho de seus objetivos, a CEF opera, ainda, no
recebimento de:
20.1 - depósitos judiciais, na forma da lei; e
20.2 - depósitos de disponibilidades de caixa dos órgãos ou entidades do
Poder Público e das empresas por ele controladas, observada a legislação
pertinente.
4.1.4 Estrutura organizacional
De acordo com o estatuto a CEF possui 5 (cinco) órgãos de administração:
Conselho de Administração; Conselho Diretor; Vice Presidência responsável pela
administração de ativos de terceiros; Vice Presidência responsável pela
operacionalização dos fundos, programas e serviços delegados pelo Governo
Federal; Diretoria Executiva.
O Conselho de Administração é o órgão de norteamento geral dos negócios
da CEF, responsável pela definição das diretrizes, desafios e objetivos corporativos
e pelo monitoramento e avaliação dos resultados da CAIXA.
O Conselho Diretor é órgão colegiado responsável pela gestão e
representação da CEF, composto pelo Presidente da CEF e por nove Vice-
Presidentes, nomeados e demitidos ad nutum pelo Presidente da República, por
indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de Administração.
- 44 --
A CEF possui também um Conselho Fiscal, integrado por cinco membros
efetivos e respectivos suplentes, escolhidos e designados pelo Ministro de Estado da
Fazenda. Existe a obrigatoriedade da indicação de pelo menos um membro efetivo
e seu suplente pelo ministro da fazenda, como representantes do Tesouro Nacional.
A este conselho compete exercer a fiscalização de acordo com a legislação
vigente, entre as quais: fiscalizar os atos dos administradores e verificar o
cumprimento de seus deveres ligados a lesgilação e ao estatuto da organização; Dar
parecer sobre a prestação de contas anual da CEF e dos fundos e programas
sociais; fazer a verificação das demonstrações financeiras semestrais e anuais da
CAIXA e as de encerramento do exercício social dos fundos e programas os quais o
gerenciamento e a operacinalização são de responsabilidade da organização
A Unidade de estudo desta pesquisa, a GILIE/FO esta vinculada a SUHAB e
possui uma representação no estado do Rio Grande do Norte, possui 30 (trinta)
funcionários, sendo 5 (cinco) gerentes, 13 (treze) no setor de suporte, 2 (dois) no
PAR, 4 (quatro) na alienação de bens, 6 (seis) na representação em Natal. Conta
ainda com 5 (cinco) estagiários e 2 (dois) adolescentes que fazem parte do
programa social adolescente aprendiz e 3 (três) terceirizados.
Está localizada no edifício sede filial Ceará que foi inaugurado em 7 (sete) de
dezembro de 1988 pelo Presidente José Sarney e o Presidente da CEF Maurício
Motti Barros.
As atividades desenvolvidas na GILIE estão ligadas ao programa de
arrendamento residencial PAR, alienação de bens móveis e imóveis. A unidade
também é responsável pela administração do estoque, planejamento e
operacionalização e venda dos imóveis, desde o diagnóstico das condições do bem
até a finalização da venda nos sistemas da CAIXA. Em parceria, as agências da
CEF ajudam na divulgação e atendimento ao público interessado. A unidade conta
ainda para a divulgação dos bens à venda, com corretores de imóveis os quais são
responsáveis pela captação de clientes.
Os imóveis de que trata o parágrafo anterior são oriundos do crédito
imobiliário, havidos por adjudicação ou arrematação; do crédito comercial, recebidos
- 45 --
por doação em pagamento de dívidas; e imóveis que eram de uso da própria
instituição. Esta atividade é regulamentada pela Lei 8.666, de 21 de junho/93,
alterada pelas Leis 8.883/94, 9.032/95 e 9.648/98.
5 METODOLOGIA
A pesquisa se caracteriza como estudo de caso que, segundo Yin (2005)
objetiva a investigação de um fenômeno atual inserido na vida real, em especial
quando não existe uma definição clara dos limites entre o fenômeno e o contexto ao
qual esta inserido. Foi realizada em duas unidades da Caixa Econômica
Federal,GILIE/FO e GIPES/FO, situadas em Fortaleza – Ceará, que adotaram o
modelo gestão por competência a partir do ano de 2003.
A permissão para a pesquisa foi concedida primeiramente pela GENEC em
Brasília e, posteriormente, pela gerente de filial da GILIE/FO. A permissão foi
concedida com a ressalva de que o nome da instituição não poderá constar no título
do trabalho. Segundo Martins (2008, p.10), “é preciso contar com a permissão formal
do principal responsável pela unidade em estudo”.
5.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa realizada caracteriza-se, como pesquisa qualitativa do tipo
descritiva exploratória, se caracterizando por uma busca mais aprofundada de
conhecimento sobre o assunto proposto. Caracteriza-se quanto aos fins como um
estudo descritivo e quanto aos meios utilizou-se da pesquisa bibliográfica,
documental e do estudo de caso.
5.2 Coleta de dados
A coleta de dados primários foi realizada por meio de entrevista estruturada,
com cinco perguntas abertas e quatro fechadas e com a utilização de questionário,
composto por nove perguntas abertas. Utilizou-se ainda de pesquisa documental e
em meio eletrônico como banco de dados na internet e intranet. A variedade dos
meios de coletas fornecem uma maior confiabilidade proporcionada pela
- 46 --
triangulação de fontes distintas.
a confiabilidade de um estudo de caso poderá ser garantida
pela utilização de várias fontes de evidências, sendo que a
significância dos achados terá mais qualidade ainda se as
técnicas forem distintas. (MARTINS, 2008, P. 80)
A coleta de dados foi realizada entre 15 de agosto de 2009 a 05 de novembro de
2009.
5.3 População da pesquisa
A pesquisa foi realizada utilizando amostra não probabilística e por afinidade
dos respondentes com o assunto. Foram entrevistados os quatro gerentes de uma
das filiais da CEF em Fortaleza, GILIE/FO. O questionário foi enviado por meio
eletrônico e respondido pela equipe de Educação Corporativa da Gerência de Filial
de Gestão de Pessoas - GIPES/FO, formada por cinco funcionários.
5.4 Instrumento e técnica de coleta
Além das fontes primárias (entrevistas e do questionário) a coleta de dados
deu-se ainda em fontes secundárias de informações sobre a história, estrutura
organizacional, objetivos e outras.
Todos os envolvidos foram informados sobre os objetivos da pesquisa e o
sigilo das informações.
Os instrumentos, roteiro de entrevista e questionário, estão expostos nos
apêndices.
5.5 Pré-teste
As perguntas foram testadas antecipadamente com a gerente de filial em 13
de setembro de 2009 e se encontram nos apêndices. Foi feita adequação das
perguntas após o pré-teste com objetivo de adequação de linguagem e para evitar
- 47 --
dificuldades na interpretação.
5.6 Técnica de analise e sistemas utilizados
Foi utilizada técnica de análise de conteúdo com grade fechada e utilização
do aplicativo Excel/ MS Office 2003. O objetivo era verificar as falas com as
categorias pré-definidas nos objetivos da pesquisa e com transcrição das entrevistas
realizadas.
4.5 Limitações do estudo
Uma das limitações da pesquisa foi com relação ao acesso as informações
contidas em manuais normativos que por política de privacidade da instituição não
podem ser usados como anexos por ser de uso interno da organização.
Outra limitação diz respeito ao tempo reduzido para aplicação das entrevistas,
essa limitação estava ligada ao reduzido tempo dispensado pelos entrevistados, haja
vista ter acontecido no período pós-greve.
Outra limitação deu-se pelo fato do pesquisador ser estagiário da instituição,
ter que conciliar suas atividades de estagiário com as da pesquisa e a dedicação a
outras disciplinas.
- 48 --
6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A análise dos dados esta dividida em duas partes, a primeira focou as
peculiaridades e as relações entre os elementos encontrados nas entrevistas e os
associando as teorias que deram embasamento a pesquisa.
6.1 Análise e interpretação das entrevistas
A primeira pergunta objetivava saber se os entrevistados - três pessoas do
sexo feminino e uma do sexo masculino, todos com cargos gerenciais, tinham
conhecimento sobre o modelo de gestão por competências da organização.
Gráfico 1: Conhecimento sobre o modelo de gestão de pessoas.
Fonte: Elaborado pelo autor (2009)
Na análise das entrevistas verificou-se que, de acordo com as respostas da
primeira pergunta, todos os entrevistados conhecem o modelo de gestão por
competência da organização.
De acordo com a pergunta sobre a relação do modelo adotado com a
estratégia da empresas, todos os entrevistados afirmaram que o modelo adotado faz
Conhecem
não conhecem
S1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
Seqüência1
- 49 --
parte da estratégia da organização.
As respostas da segunda pergunta são reforçadas por Gramigna ao afirmar
que gestão por competências é “um conjunto de ferramentas, instrumentos e
processos metodológicos voltados para a gestão estratégica de
pessoas”(GRAMIGNA, 2007, p. 43)
Em relação à pergunta sobre a participação dos gerentes no processo de
desenvolvimento e implantação do modelo. Todos responderam que sim. Dois dos
participantes informaram que apesar de ter participado, “a participação foi parcial,
em oficinas”.
A quarta questão - pergunta aberta – buscou conhecer como se deu o
processo de sensibilização dos servidores. As respostas foram transcritas na integra:
ENTREVISTADO “A” – A CAIXA divulga constantemente as implantações nesta área
através de mensagens eletrônicas. Anualmente temos que fazer a nossa trilha de
desenvolvimento na universidade CAIXA e também a avaliação de desempenho.
Quando um empregado almeja uma promoção deve se inscrever num banco de
oportunidades para este fim e fazer os cursos e uma prova. Deve estar habilitado
conforme as competências necessárias para aquela atividade. A universidade Caixa
viabiliza todo esse processo.
ENTREVISTADO “B” - Se deu por meio dos instrumentos de comunicações da
empresa. Houve uma etapa de sensibilização, por meio de treinamento, em ondas
[sic], considerando que se trata de uma empresa de grande porte. Foram
distribuídas cartilhas com esclarecimentos sobre o modelo, ficando também
disponíveis na intranet.
ENTREVISTADO “C” - Primeiro foi treinado o corpo gerencial da empresa em todo
país. Processo ainda em andamento, demais empregados foram treinados através
dos meios de comunicações da empresa, cartilhas distribuídas, universidade CAIXA.
- 50 --
ENTREVISTADO “D” - A empresa realizou seminários com os gestores, repassou
informes interno e material na intranet. Acredito que o maior dificultador do modelo é
que cada um perceba sua efetividade prática. O modelo, portanto, carece de maior
simplicidade prática e aplicabilidade sensível.
Nota-se que a sensibilização ocorreu com o auxilio de instrumentos e técnicas
de divulgação do conteúdo e todos os entrevistados participaram de alguma forma
do processo de sensibilização.
A quinta pergunta era objetiva e desejava saber se a implantação do modelo
ocorreu de forma clara. As respostas estão caracterizadas no gráfico a seguir:
Gráfico 2 – processo de implantação
Fonte: Elaborado pelo autor (2009)
Pelo resultado pode-se verificar que para três entrevistados o processo de
implantação ocorreu de forma clara. Porém para um deles, esse processo não foi tão
claro.
A sexta pergunta objetivou saber se a utilização deste modelo trouxe
benefícios para a vida profissional do entrevistado e a resposta foi a seguinte:
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
SIM NAO
Série1
- 51 --
Gráfico 3 – benefícios percebidos
Fonte: Elaborado pelo autor (2009)
A análise do gráfico acima demonstra que dos entrevistados, três, informam
que o modelo adotado trouxe benefícios para vida profissional e apenas um informou
que não trouxe nenhum beneficio. Os benefícios percebidos pelos entrevistados “A”.
“B” e “C”, estão expostas a seguir:
ENTREVISTADO “A” – O processo é bastante claro e existem recursos disponíveis
para auxiliar. Eu tive como me preparar para alcançar a posição que ocupo hoje na
empresa.
ENTREVISTADO “B” – Um direcionamento na condução das atividades exercidas.
ENTREVISTADO “C” – O maior benefício foi a possibilidade que temos, hoje, de
conhecer quais as competências que a empresa definiu como necessárias para o
exercício dos cargos técnicos e gerenciais. Por meio deste conhecimento temos a
condição de elaborar um planejamento da carreira.
Ao analisar estas respostas conclui-se que para cada um dos entrevistados,
a implantação do modelo gerou benefícios em suas carreiras profissionais. Maior
atenção deve ser dada à resposta do entrevistado “C”, ao afirmar que a elaboração
do planejamento da carreira está aliado ao conhecimento das competências
definidas pela organização.
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
sim
não
Série1
- 52 --
Segundo Silva (2005, p. 83) “uma das partes mais importantes na construção
de um sistema de gestão por competências, consiste, justamente, na identificação
das mesmas”
Corroborando Fleury e Fleury (2001) afirmam que as competências agregam
valor econômico a organização e valor social ao individuo. De acordo com esta
visão, existe uma relação de troca entre organização e indivíduo e que esta relação
pode ser boa para as duas partes, pois possui, dentre outras características, a
transferência de conhecimentos, recursos e habilidades.
A oitava pergunta era aberta e tinha por objetivo saber se houve reação dos
funcionários a partir da implantação do modelo. Os resultados foram os seguintes.
ENTREVISTADO “A” - Sim, principalmente com a avaliação de desempenho, pois os
empregados precisam se educar a se auto-avaliarem de forma justa, bem como
avaliarem seus pares. Existe uma preocupação maior em se mostrar de forma mais
eficiente, sabendo que isto trará uma consequência: avaliação positiva.
ETREVISTADO “B” - A principio não foi muito fácil a sua compreensão,
principalmente, em função da grande quantidade de itens de conhecimentos
necessários para que se tenha determinada competência. Uma outra dificuldade, a
principio, foi a dispersão inadequada na avaliação de cada comportamento que
compunha a competência.
ENTREVISTADO “C” - Houve algumas reações em algumas fases, principalmente
no processo de avaliação dos empregados com relação a dificuldade em mensurar
as competências, porque as pontuações estavam muito próximas umas das outras.
ENTREVISTADO “D” - Não, essa passividade é um sinal sério de que o modelo não
angariou pleno entendimento e aplicabilidade.
De acordo com a maioria das respostas, verifica-se que houve, sim, uma
- 53 --
reação ao processo de implantação do modelo e que as reações estavam ligadas ao
método utilizado para mapear as competências. O método utilizado estava ligado a
pontuação, que um determinado funcionário, tinha que atribuir a seu colega
previamente definido de acordo com algumas competências estabelecidas pela
organização
Segundo Silva (2005, p. 83), “uma das partes mais importantes na construção
de um sistema de gestão por competências, consiste, justamente, na identificação
das mesmas”. Esta afirmação explica em parte a escolha do método para mensurar
e definir as competências.
A nona e última pergunta tinha por objetivo obter a opinião dos entrevistados,
sobre o que mudou no desempenho de suas funções com a implantação do modelo.
ENTREVISTADO “A” - Aumentou a preocupação com o todo: melhor preparação
acadêmica; melhor relacionamento interpessoal (por causa da avaliação dos pares);
melhor conhecimento específico CAIXA (Universidade Caixa, por causa da trilha
fundamental)
ENTREVISTADO “B” - Fomentou a busca constante pelo atingimento dos
comportamentos inerentes às competências necessárias; passamos a ter clareza do
que a empresa espera que tenhamos ou que venhamos a adquirir em termos de
comportamentos.
ENTREVISTADO “C” - Trouxe uma maior clareza no direcionamento do que a
empresa quer.
ENTREVISTADO “D” - Nada, continuo me aperfeiçoando e buscando o novo por
minha própria iniciativa e responsabilidade. A dimensão gigantesca da empresa
dificulta a aplicação plena das políticas de RH (mesmo ao nível simplista de se sentir
a prática de cada ação).
De acordo com as respostas, pode-se constatar que para três dos
entrevistados houve uma mudança no desempenho das atividades, mudanças
- 54 --
distintas e ao mesmo tempo correlacionadas com a clarificação das atitudes
necessárias para desenvolvimentos de suas funções. Para o entrevistado “D” não
houve nenhuma mudança.
Nota-se que o entrevistado “D” demonstra através de suas respostas que a
utilização deste modelo não modificou suas atividades e não trouxe beneficio algum
para o desempenho de sua função e que a implantação do modelo não conseguiu
chegar aos objetivos que se propunha alcançar.
Vale ressaltar que a discordância do entrevistado pôde ser percebida também
em suas colocações em resposta a outras perguntas.
6.2 Análise e interpretação do questionário
As perguntas foram formuladas de acordo com os objetivos da pesquisa. Os
respondentes estão lotados na GIPES/FO e desenvolvem suas atividades em uma
das 5 (cinco) macro-atividades desenvolvidas nesta gerência de filial, a célula de
educação corporativa.
A primeira pergunta tinha por objetivo saber o que motivou a instituição a
adotar o modelo de gestão de pessoas por competência.
A esta pergunta obteve-se como resposta que a instituição optou pela
utilização de um modelo integrado de gestão de pessoas que permita a identificação
do estágio de desenvolvimento em que o empregado se encontra em relação às
competências requeridas pela empresa, propiciando a ele e ao gestor, planejarem o
percurso de desenvolvimento necessário.
Ainda em relação à pergunta foi referido que a principal missão do modelo é
promover o desenvolvimento individual, possibilitando um melhor desempenho para
o empregado e resultados sustentáveis para a instituição. Os respondentes
deixaram claro que as competências são elaboradas a partir do Planejamento
Estratégico, considerando Missão, Visão de Futuro e Desafios Estratégicos da
Caixa.
- 55 --
A segunda pergunta tinha por objetivo saber em qual ano o modelo foi
implantado na instituição. Como resposta à questão, foi informado que o processo
teve inicio em 2000, com o mapeamento de competências envolvendo apenas o
nível estratégico e tático - superintendentes nacionais e de negócios, gerentes
nacionais e consultores técnicos. Em 2003 e 2004 foi efetuada a avaliação da
competência “gestão de pessoas” entre todos os ocupantes de cargos gerenciais. As
lacunas de competências evidenciadas na avaliação subsidiaram o desenvolvimento
de uma ação educacional voltada para 12.000 gestores.
Em 2005 as competências avaliadas foram “gestão de pessoas, orientação ao
cliente e orientação a resultados” ainda para cargos gerenciais. Em 2006, foram
avaliados todos os gestores e ocupantes de cargos técnicos e de assessoramento,
nas competências “orientação ao cliente, orientação a resultados, trabalho em
equipe e gestão de pessoas”.
Em 2007, o modelo foi reconfigurado. A avaliação de competências não foi
realizada em razão da necessidade de adequações na metodologia. Em 2008, o
modelo passou por novos ajustes provocados pela necessidade de estar sempre se
adequando à estratégia de desempenho da instituição.
Ao longo da pesquisa pôde-se perceber que a implantação do modelo
“gestão por competência” na CEF, deu-se de forma gradativa partindo dos cargos de
gerência, de assessoramento, cargos técnicos e demais cargos e que as mudanças
objetivavam o aperfeiçoamento contínuo a partir da experiência prática obtida com a
implementação do processo em todas as unidades da empresa.
Ao serem questionados sobre possíveis reações, por parte dos
colaboradores, à implantação do modelo, os respondentes afirmaram que não tem
nenhuma pesquisa interna que comprove a ocorrência de algum tipo de reação.
Ligando-se a pergunta com as respostas das entrevistas concedidas pelos gerentes,
pode-se constatar que houve, sim, reações e que para três entrevistados esta
reações foram percebidas das mais diversas formas. Ressalta-se a resposta do
entrevistado “B”.
- 56 --
“A principio não foi muito fácil a sua compreensão,
principalmente, em função da grande quantidade de itens
de conhecimentos necessários para que se tenha
determinada competência. Uma outra dificuldade, a
principio, foi a dispersão inadequada na avaliação de cada
comportamento que compunha a
competência”.(ENTREVISTADO “B”).
A quarta pergunta interrogou a respeito da existência de uma etapa de
sensibilização dos colaboradores e, caso tenha ocorrido, como se deu. As respostas
confirmam a etapa de sensibilização que se deu primeiramente no nível gerencial
estratégico e depois nos demais escalões.
A quinta pergunta tinha por objetivo saber a opinião dos respondentes, a
respeito dos possíveis, benefícios que o modelo trouxe para os colaboradores e se
esses benefícios são percebidos por estes. A resposta afirmava que não existe
nenhum tipo de pesquisa interna que constate possíveis benefícios e a percepção
deste por parte dos colaboradores.
A resposta deve ser comparada com as respostas às questões 6 e 7, do
roteiro de entrevistas aplicado aos gerentes. Dos quatros entrevistados, três
afirmaram que a utilização do modelo trouxe benefícios os quais podem ser
percebidos pela síntese dos depoimentos.
“O maior benefício foi a possibilidade que temos, hoje, de
conhecer quais as competências que a empresa definiu como
necessárias para o exercício dos cargos técnicos e gerenciais.
Por meio deste conhecimento temos a condição de elaborar
um planejamento da carreira”(ENTREVISTADO “C”).
- 57 --
A sexta pergunta tinha a intenção de saber se houve a participação de todos
os níveis: estratégico, tático e operacional na implantação, a resposta afirma que
sim, houve a participação de todos os níveis e que a realização foi proporcionada
através da participação em grupos focais.
A sétima pergunta versava sobre a existência ou não de um plano gestor para
orientar a implantação. As respostas não confirmam a existência de um plano gestor,
mas de um planejamento estratégico voltado à implantação.
A oitava pergunta tinha por objetivo entender a estruturação do modelo e se
todos os processos de gestão de pessoas, seguem o modelo de competência. A
resposta foi a seguinte:
O modelo Competência das Pessoas está estruturado em competência
gerencial e competências básicas. As competências gerenciais estão ligadas à
gestão de pessoas e estão definidas como: capacidade e disposição para liderar,
identificar talentos e contribuir para o desenvolvimento das pessoas, mediante a
análise contínua das competências e da motivação de sua equipe, implementando,
em conjunto com as pessoas, planos de ação adaptados às necessidades
individuais e à melhoria do relacionamento interpessoal e dos resultados.
As competências básicas estão ligadas e orientadas a ações voltadas para o
cliente e podem ser definidas como: capacidade e disposição para identificar as
necessidades e expectativas dos clientes, fornecendo soluções adequadas,
tempestivas e com qualidade, em uma relação de respeito e ética.
Fazem parte das competências básicas:
a) Orientação a resultados - capacidade e disposição para alcançar resultados
nos prazos requeridos, observando princípios éticos, interesse do cliente e a
sustentabilidade sócio-ambiental.
b) Trabalho em equipe - capacidade e disposição para atuar de forma ética,
colaborativa e em integração com diferentes áreas e pessoas respeitando
- 58 --
diferenças, compartilhando conhecimentos e conciliando interesses para a busca de
resultados comuns.
c) Orientação ao interesse público - capacidade e disposição de atuar com
foco na melhoria da qualidade de vida da sociedade, tendo como pressupostos a
ética, o compromisso sócio – ambiental, o respeito à cidadania e a sustentabilidade.
d) Negociação - capacidade e disposição para alcançar acordos em
condições que representem os melhores resultados para os clientes e para a
organização, buscando a sustentabilidade nos negócios.
e) Domínio técnico - capacidade e disposição para buscar, aplicar e
disseminar conhecimentos, utilizando instrumentos e métodos de trabalho
relacionados às atribuições.
f) Visão sistêmica - capacidade e disposição para perceber e analisar a
relação e o impacto das ações nos processos, produtos e serviços.
g) Disposição para mudanças - capacidade e disposição para propor soluções
e adaptar-se a mudanças buscando a melhoria da gestão, dos processos, produtos
ou serviços.
A nona e ultima pergunta, tinha por objetivo, saber se existe uma relação
entre o modelo de gestão por competência e o planejamento estratégico da
organização. As repostas a esta questão deixaram claro que sim, que o modelo foi
desenvolvido e implantado com esse objetivo.
- 59 --
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos resultados permite-nos fazer às seguintes considerações:
A adoção do modelo Gestão por Competência pela CEF teve por objetivo
identificar o estágio de desenvolvimento em que os empregados se encontram em
relação às competências requeridas pela instituição e promover o desenvolvimento
individual, e organizacional.
O modelo de Competência da CEF está estruturado em competências
básicas - orientadas para o cliente e competência gerencial, orientada a pessoas.
Teve inicio em 2000 envolvendo apenas o nível estratégico e tático. O ponto de
partida foi a etapa de sensibilização.
Entre os anos 2003 e 2006, o programa foi estendido para todos os
funcionários da CEF.
Em 2007, o modelo foi reformulado e passou por ajustes em 2008 a fim de
assegurar seu alinhamento à estratégia da instituição. Após a reformulação os
funcionários ainda não foram avaliados, portanto, não se conhece os resultados do
período.
Os respondentes consideram que a implantação do modelo gerou benefícios
para suas carreiras profissionais. Consideram que inicialmente houve reação ao
processo em algumas fases, principalmente na avaliação do desempenho pela
dificuldade em mensurar as competências pela proximidade das pontuações “eram
muito próximas umas das outras” (disseram). Outras dificuldades apontadas dizem
respeito à grande quantidade de itens de conhecimentos necessários a cada
competência e a dispersão inadequada na avaliação de cada comportamento que
compunha a competência.
A implantação do modelo permitiu que os gestores aumentassem a
preocupação com a visão do todo, fomentou a busca constante pelo atingimento dos
comportamentos inerentes às competências; clareza dos resultados que devem
- 60 --
alcançar; melhor preparação acadêmica; melhor relacionamento interpessoal melhor
conhecimento específico CAIXA.
Como se pode perceber com a pesquisa, o modelo levou benefícios aos
gestores, benefícios estes apontados por três dos quatro gestores. Deve-se ressaltar
que um dos entrevistados tem opinião contrária, para ele a utilização do modelo não
modificou suas atividades e não trouxe beneficio algum para o desempenho de sua
função e que a implantação do modelo não conseguiu chegar aos objetivos que se
propunha alcançar. Considera a “passividade dos colegas um sinal sério de que o
modelo não angariou pleno entendimento e aplicabilidade”. Vale ressaltar que essa
posição é individual.
Os respondentes afirmaram, em sua totalidade, que a utilização da gestão por
competência esta associada com a estratégia da organização. Relativamente aos
objetivos a que se propõe o seu sistema de gestão de pessoas, a empresa busca
alinhar o modelo de gestão por competências e os seus desafios estratégicos.
As conclusões e reflexões efetuadas remetem a diversas possibilidades de
novos estudos sobre: estrutura organizacional; sistema de avaliação de
desempenho, benefícios ocasionados pela implantação do modelo e sobre a opinião
dos colaboradores a respeito do modelo implantado.
Vale ainda ressaltar que se considera a pergunta de pesquisa respondida
afirmativamente e que os objetivos do trabalho foram cumpridos.
.
- 61 --
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YIN, Robert K. - Estudo de caso: planejamento e métodos / Robert K Yin; trad.
Daniel Grassi. - 3. ed. Porto Alegre : Bookman. 2005.
- 64 --
APÊNDICES Apêndice A
FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA (FAMETRO)CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
QUESTIONÁRIO
Objetivo: Conhecer o modelo de gestão de pessoas por competência adotado pela Caixa Econômica Federal - CEF.
Caros Senhores(as),
Esta pesquisa tem caráter acadêmico e faz parte do trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas da Faculdade Metropolitana de Fortaleza-FAMETRO.
A pesquisa tem por finalidade conhecer o modelo de gestão de pessoas com base em Competências adotado pela C.E.F. Todas as informações colhidas por meio deste instrumento serão mantidas sob sigilo absoluto e os respondentes não serão identificados.
1 – O que motivou esta Instituição a adotar o modelo de gestão de pessoas por competência?
Resposta:
2. Em qual ano esse modelo de gestão foi implantado na Instituição?
Resposta:
3. O modelo “gestão por competência” é recente no Brasil e sua implantação acarreta mudanças em todos os processos de gestão de pessoas da organização que o adota. A implantação desse modelo gerou reações negativas dos funcionários da Instituição?
- 65 --
Resposta:
4 – Houve uma etapa de sensibilização? Como se deu esse processo?
Resposta:
5 - Em sua opinião a utilização do modelo trouxe benefícios para os servidores da Instituição e esses benefícios são percebidos por eles?
Resposta:
6 - Houve a participação de todos os níveis: estratégico, tático e operacional na implantação?
Resposta:
7– Houve um plano gestor para orientar a implantação?
Resposta:
8 – Como está estruturado o modelo adotado?
Resposta:
9 – Todos os processos de Gestão de Pessoas da Caixa seguem o modelo de competência?
Resposta:
10 – Existe uma relação entre modelo de gestão por competência e o planejamento estratégico da Caixa?
Resposta:
- 66 --
Apêndice B
FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA (FAMETRO)CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
ROTEIRO DE ENTREVISTA
PESQUISA ACADÊMICA
UMA ANÁLISE DO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS POR COMPETÊNCIA EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO BANCÁRIO: UM ESTUDO DE CASO.
Informações preliminaresa) esta pesquisa tem caráter acadêmico do curso de Administração de Empresas da Faculdade Metropolitana de Fortaleza (Fametro);b) analisa o modelo de Gestão por Competências estabelecida na C.E.F.c) todas as informações coletadas terão tratamento sigiloso;d) o tratamento dos dados dar-se-á de forma agregada, e sua divulgação será de forma conjunta;e) a identificação do entrevistado, bem como da empresa, serão mantidos sob sigilo.
1 – Você conhece o modelo de gestão de pessoas adotado pela sua Instituição?( ) sim( ) não
2 – O modelo adotado faz parte da estratégia da Caixa?( ) sim( ) não
3 – Você participou do processo de desenvolvimento e implantação desse modelo?
- 67 --
( ) sim( ) não
4 – Como se deu o processo de sensibilização dos servidores?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 - A implantação do processo ocorreu de forma clara?( ) sim( ) não
6 – Na sua opinião a utilização desse modelo trouxe benefícios para sua vida profissional?( ) sim( ) não
7. Se a resposta for sim, explique quais foram esses benefícios._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Houve reação dos funcionários à implantação do modelo? Explique_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Em sua opinião o que mudou no desempenho de suas funções com a implantação do modelo?
- 68 --
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- 69 --
GLOSSÁRIO
Casas de prego: o mesmo que casas de penhor. O nome é devido ao costume que
os donos tinham de colocar jóias empenhadas em um prego bem alto com intuito de
expor aos possíveis interessados.
Capital intelectual: Valoração do acervo de conhecimentos e demais domínios
cognitivos dos colaboradores do quadro de uma organização.
Competência: Conjunto de conhecimentos, habilidade e atitudes que, quando
integrados e utilizados estrategicamente pela pessoa, permitem-lhe atingir com
sucesso os resultados que dela são esperados pela organização.
Conhecimentos: São a base cognitiva requerida por um cargo ou uma função e
descrevem a formação escolar, acadêmica, de extensão, especialização e outras.
Estratégia: Ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar os
objetivos e desafios em um determinado período de tempo.
Gestão da competência: Metodologia que orienta e metodiza a formulação e a
caracterização das competências empresariais e de cargos e funções.
Habilidades: Com relação à gestão de competências, esta ligada ao aprontamento
do individuo para o desenvolvimento de suas competências.
Internet: Rede mundial de computadores.
Intranet: Rede local de computadores, usualmente restrita a uma organização.
Top of mind: Prêmio concedido, anualmente pelo Instituto Datafolha, às empresas
que são mais lembradas pelos consumidores de acordo com determinada categoria