Uma análise da logística reversa de eletroeletrônicos
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Uma análise da logística reversa de eletroeletrônicos sob o ponto de vista das
alternativas de descarte propiciadas ao consumidor final
Patricia Guarnieri (UnB – Universidade de Brasilia) [email protected]
Resumo
A profusão de inovações tecnológicas e as políticas de incentivo ao consumo por parte do
Poder Público e empresas privadas têm tornado evidente o problema do descarte inadequado
de equipamentos eletroeletrônicos. Ademias, a recente sanção da Lei 12.305/10 tem impelido
os atores envolvidos na geração e gestão dos resíduos sólidos a buscar soluções viáveis tendo
em vista o atendimento do disposto na PNRS. Neste sentido, o objetivo deste artigo é o de
apresentar alternativas para o descarte de resíduos eletroeletrônicos pelo consumidor final,
considerando os principais aspectos a serem aprimorados, possíveis soluções e benefícios
gerados pela implementação de programas de logística reversa. Para atingir este objetivo foi
realizada uma pesquisa exploratória, aplicada e qualitativa, cujo procedimento técnico
utilizado foi o estudo de caso em uma organização não governamental que desempenha
atividades de logística reversa de eletroeletrônicos. Os instrumentos de coleta de dados
utilizados foram a análise documental; revisão da literatura e entrevista semi-estruturada.
Com base nos resultados obtidos foi possível determinar os principais aspectos que devem ser
aperfeiçoados, que envolvem: a conscientização ambiental; implementação de PEVs, maior
envolvimento dos fabricantes e intensificação da fiscalização. Além disso, foram apontadas
algumas possíveis soluções para o correto descarte dos equipamentos eletroeletrônicos, tais
quais: investimento em ONGs realizados por empresas privadas; criação de cursos de
capacitação em logística reversa e; parcerias logísticas. Quanto aos principais benefícios
foram apontados: a inclusão social e digital; geração de renda e empregos e; redução da
quantidade de resíduos descartados em aterros e dos impactos ambientais.
Palavras-chave: Canais reversos; Logística reversa; PNRS; Remanufatura de
eletroeletrônicos; Resíduos eletroeletrônicos;
05 a 07 de Fevereiro, 2013 – Recife, Pernambuco, Brazil
Abstract
The profusion of technological innovations and policies to boost consumption by the public
sector and private companies has become evident the problem of improper disposal of
electronic equipment. Furthermore, the recent sanction of Law 12.305/10 has propelled the
actors involved in the solid waste generation and management to seek viable solutions in
order to compliance of the provisions in PNRS. In this sense, the purpose of this article is to
present alternatives for the disposal of electronic waste by the final consumer, considering the
main aspects to be improved, possible solutions and benefits generated by the implementation
of reverse logistics programs. To achieve this goal it was carried out an exploratory, applied
and qualitative research, whose technical procedure used was the case study in a non-
governmental organization, which performs activities of reverse logistics of electronics. The
instruments of data collection used were: document analysis; literature review and semi-
structured interview. Based on the results it was possible to determine the main aspects that
should be improved, which involve: environmental awareness, implementation of PEVs,
greater involvement of manufacturers and intensified surveillance. Moreover, we pointed out
some possible solutions for proper disposal of electronic equipment, such as: investment in
ongs conducted by private companies, creating training courses and the constitution of
partnerships in reverse logistics. As the main benefits were identified: social and digital
inclusion; generation of income and jobs and; reducing the amount of waste disposed in
landfills and environmental impacts.
Keywords: Electronic waste; Electronic remanufacturing; PNRS; Reverse channels; Reverse
logistics.
1 Introdução
Com o aumento crescente de inovações tecnológicas e incentivos ao consumo, um
problema tem se tornado cada vez mais evidente: o descarte inadequado de equipamentos
eletroeletrônicos no meio ambiente. Desta forma, o Poder Público empenha esforços no
desenvolvimento de legislações pertinentes e as empresas, por sua vez, são impelidas a definir
seu posicionamento no que tange à logística reversa dos diversos resíduos que geram
(GUARNIERI, 2011).
A PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), veio atender aos
anseios da sociedade no que se refere à redução dos impactos ambientais causados pela
disposição inadequada dos resíduos, como é o caso dos eletrônicos que contém metais
pesados, os quais são altamente tóxicos e lesivos à saúde humana. A lei, que demorou cerca
de 21 anos no Congresso Nacional para ser então sancionada, inova por ser a primeira que
trata dos resíduos eletroeletrônicos, incluindo todos os seus componentes. Anteriormente a
esta lei o CONAMA havia lançado a resolução 257/1999, a qual foi revogada pela resolução
401/2008, na qual são estabelecidos os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para
pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu
gerenciamento ambientalmente adequado.
Cabe ressaltar alguns aspectos importantes da PNRS, a qual foi regulamentada pelo
decreto 7.404/10. Em seu artigo 5º, estabelece que a eficácia da Política Nacional dos
Resíduos Sólidos depende da responsabilidade compartilhada entre todos os atores
responsáveis pela geração dos resíduos sólidos urbanos, sejam eles fabricantes, distribuidores,
atacadistas, varejistas, importadores, Poder Público e também consumidores finais. A
legislação brasileira baseou-se em grande parte na legislação européia, mais especificamente
alemã, portuguesa e francesa, as quais também estabelecem que todos os envolvidos são
responsáveis pelos resíduos gerados. Os resíduos eletroeletrônicos são foco do presente artigo,
tendo em vista sua alta toxicidade e o aumento vertiginoso de seu descarte inadequado por
parte dos consumidores finais e também empresas (UNEP, 2009).
Desta forma surge a questão: Quais seriam as alternativas de descarte de resíduos
eletroeletrônicos propiciadas ao consumidor final para garantir a efetiva implementação da
PNRS? O objetivo deste artigo é o de apresentar alternativas para o descarte de resíduos
eletroeletrônicos pelo consumidor final, considerando os principais aspectos a serem
aprimorados, possíveis soluções e benefícios gerados. Para atingir este objetivo foi realizada
uma pesquisa exploratória, aplicada, qualitativa, cujo procedimento técnico foi o estudo de
caso e os instrumentos para coleta de dados foram: i) revisão bibliográfica; ii)análise
documental; iii) entrevista semi-estruturada. Sendo assim, foi possível determinar quais os
principais aspectos que devem ser aperfeiçoados para a estruturação de canais de logística
reversa dos equipamentos eletroeletrônicos, quais seriam as soluções alternativas para que
fossem implementados e, quais benefícios seriam gerados para os atores envolvidos no
processo de geração e gestão dos resíduos eletrônicos com a efetividade de programas de
logística reversa.
2. Fundamentação teórica
2.1 Principais características dos resíduos eletroeletrônicos
Conforme Xavier et al. (2011) afirmam, a geração de resíduos perigosos na cadeia de
equipamentos eletroeletrônicos é agravada pelo alto nível de toxicidade dos materiais que os
compõem e, é resultado direto da redução do ciclo de vida útil e aumento de consumo desses
produtos. Destacam-se alguns estímulos ao consumo, os quais tornaram-se práticas comuns
das empresas atualmente: i) obsolescência induzida: consiste na substituição de produtos
ainda em condições de uso por modelos com melhor performance ou design mais atrante; ii)
obsolescência programada: caracteriza-se pela redução do ciclo de vida do produto com
função da aplicação de estruturas ou materiais menos resistentes e com menor ciclo de vida.
Estas práticas têm aumentado consideravelmente o descarte, muitas vezes, inadequado dos
denominados resíduos tecnológicos ou resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE).
Cardoso et al. (2007) afirmam que o avanço tecnológico e a inovação tendem a reduzir
o tempo de ciclo de vida de um determinado produto e acrescentam que os produtos providos
de maior potencial tecnológico, caso dos equipamentos eletroeletrônicos, tendem a
possibilitar a co-existência de uma maior diversidade de tipos de materiais em um único
produto, o que consequentemente, tende a aumentar a complexidade da desmontagem e o
respectivo descarte correto de tais materiais.
Uma das grandes preocupações relacionadas à gestão de resíduos eletroeletrônicos é o
processamento desses resíduos por pessoal não qualificado, principalmente em países em
desenvolvimento, como é o caso da China, Índia e África, os quais são os principais destinos
dos resíduos eletroletrônicos provenientes dos EUA e Comunidade Européia (UNEP, 2009;
XAVIER et al., 2011; GUARNIERI, 2011). Nesses países, muitas pessoas tem sido
contaminadas por substâncias tóxicas durante o manuseio de equipamentos eletroeletronicos
pós-consumo por não usarem técnicas ou equipamentos de proteção adequados (XAVIER et
al., 2011). Devido a esta situação, o meio ambiente tem sofrido constantes impactos
ambientais, que resultam na poluição atmosférica, rios e lençóis freáticos, além do aumento
da incidência de doenças como o câncer, casos graves deste tipo de ocorrência são
encontrados nas cidades de Guiyu e Victoria Harbour na China (GUARNIERI, 2011).
O segmento eletroeletrônico representa hoje entre 2 e 4% de impacto ambiental de
suas operações. Entretanto, desenvolve produtos, serviços e soluções que atendem aos 96 a
98% do restante da economia no mercado. Segundo o Comitê de Eletroeletrônicos do
Cempre, cerca de 30% do mercado eletroeletrônico no Brasil é informal (CEMPRE, 2012).
No Brasil são gerados em torno de 680 mil toneladas/ano de resíduos eletroeletrônicos e
estimativas baseadas no mercado formal brasileiro indicam que não mais do que 1% dos
resíduos eletroeletrônicos produzidos tem um destino ambiental adequado (FEAM, 2010).
De acordo com o WEEE (2004), os resíduos eletroeletrônicos podem ser divididos
basicamente em cinco categorias: Linha Branca, Linha de Consumo, Linha de TI e Telecom,
Linha de Som e Imagem e Pilhas/Baterias/Lâmpadas. Em geral, os produtos elétricos e
eletrônicos, possuem vários módulos básicos. Os módulos básicos comuns a esses produtos
são conjuntos/placas de circuitos impressos, cabos, cordões e fios, plásticos anti-chama,
comutadores e disjuntores de mercúrio, equipamentos de visualização, como telas de tubos
catódicos e telas de cristal líquido, pilhas e acumuladores, meios de armazenamento de dados,
dispositivos luminosos, condensadores, resistências e relês, sensores e conectores (KANG e
SHOENUNG, 2005). Embora a composição dos resíduos eletroeletrônicos dependa de cada
equipamento que o compõe, ela pode ser dividida em seis categorias: I) Ferro e aço, usado em
gabinetes e molduras; ii) Metais não-ferrosos, principalmente cobre usado em cabos e
alumínio; iii) Vidros, usados nas telas e mostradores; iv) Plásticos, usados em gabinetes,
revestimentos de cabos e circuito impresso; v) Dispositivos eletrônicos montados em circuito
impresso e; vi) Outros (borracha, madeira, cerâmica, etc) (KANG e SHOENUNG, 2005).
As substâncias mais problemáticas do ponto de vista ambiental presentes nestes
componentes são os metais pesados, como o mercúrio, chumbo, cádmio e cromo, gases de
efeito estufa, as substâncias halogenadas, como os clorofluorocarbonetos (CFC), bifenilas
policloradas (PCBs), cloreto de polivinila (PVC) e retardadores de chama bromados, bem
como o amianto e o arsênio 8 (WEEE, 2004).
2.2 Destinação dos resíduos eletroeletrônicos
Muitos dos resíduos citados na seção anterior podem ser reaproveitados após a
desmontagem dos equipamentos eletroeletrônicos, sendo encaminhados para a reciclagem,
remanufatura, doação ou venda ao mercado secundário, os quais são canais da logística
reversa (LEITE, 2003; GUARNIERI, 2011). Um estudo da UNEP (2009) ressalta que apesar
dos esforços legislativos para estabelecer uma economia de fluxo circular nos países
desenvolvidos/União Européia, a maioria dos recursos valiosos existentes nos resíduos
eletroeletrônicos são perdidos e várias causas podem ser destacadas: i) esforços de coleta
seletiva insuficiente; ii) tecnologias de reciclagem inadequadas; 3) exportações muitas vezes
ilegais de resíduos para países com infra-estrutura de reciclagem inadequada, cuja maioria é
de países em desenvolvimento.
Conforme citado anteriormente, a PNRS (Lei 12.305/10) estabelece em seu artigo 33
que, são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno
dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; II - pilhas e baterias; III -
pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de
vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e; VI - produtos eletroeletrônicos e seus
componentes.
Franco e Lange (2011) apontam que os catadores de materiais recicláveis
desempenham funções em duas diferentes etapas do ciclo de vida do resíduo eletroeletrônico:
na coleta e na recuperação do material reciclável, coletando os resíduos junto aos
consumidores e centros de recondicionamento, encaminhando-os, para a limpeza pública. No
entanto, um estudo realizado pela FEAM (2010) aponta que a doação e a venda ao mercado
secundário ainda são os principais canais reversos utilizados pelos consumidores para
descartar seus resíduos eletroeletrônicos, o que de certa forma dificulta o controle do retorno
dos resíduos pelas empresas fabricantes, distribuidoras, importadoras e varejistas.
Fleischmann et al. (2000) propuseram um modelo conceitual com base no design de
redes de logística reversa. Utilizando as características comuns em vários estudos de caso,
eles classificaram as redes de recuperação de produtos em três tipos: (i) redes de reciclagem
em massa, (ii) redes de remanufatura de produtos, e (iii) as redes de reutilização. Cada tipo de
rede foi identificado por um conjunto específico de características, incluindo o grau de
centralização, a integração com as operações de cadeias de abastecimento existentes e, se os
produtos seriam devolvidos para o fabricante para reprocessamento ou para uma entidade
exterior. Por meio desta análise, os autores propõem um modelo descritivo conceitual que
distingue entre os tipos de rede baseados em função do produto: reciclagem, remanufatura ou
reutilização. No caso dos resíduos eletroeletrônicos, especificamente no caso brasileiro,
percebe-se que empregam-se os três tipos de rede propostas por Fleischmann et al. (2000),
fato este que é corroborado por um estudo realizado por Silva et al. (2007), o qual aponta
basicamente três redes:
1)Mercado de matérias-primas recicladas (reciclagem): O mercado de matérias primas é
composto pelos “ferros-velhos”, depósitos de resíduos sólidos e cooperativas de reciclagem.
Suas atividades caracterizam-se desde a recepção de produtos que não estão mais em
condições de utilização, desmontagem e separação dos produtos em matérias- primas e o
encaminhamento para as indústrias que irão reaproveitar esses resíduos no processo de
reciclagem. Os resíduos utilizados nesse mercado são provenientes da coleta seletiva ou
catação informal, sendo compostos por latas de alumínio, recipientes plásticos, garrafas de
vidro, caixas de papelão, baterias e peças de carros, monitores de computador, televisores,
entre outros;
2)Mercado secundário (remanufatura): Este mercado é caracterizado pela compra e venda de
produtos eletroeletrônicos (TVs, computadores, rádios, telefones celulares, etc.) e é
estritamente varejista, ou seja, são comprados grandes lotes de computadores que serão
revendidos peça a peça, no varejo. Estas pequenas empresas verificam o estado destas
máquinas, realizam alguma manutenção, troca de peças e componentes e disponibilizam os
produtos que estão em condições de funcionamento para a venda;
3)Atividades Marginais (reutilização): Este nicho de mercado caracteriza-se por atividades
geralmente ligadas à educação e inclusão digital, por meio de iniciativas governamentais ou
não. São recebidas doações de equipamentos eletrônicos, os quais podem ser reutilizados por
escolas, associações, entre outros. Como exemplo pode-se citar o projeto da Universidade de
São Paulo – USP, denominado CEDIR, o qual recebe equipamentos de informática doados
por empresas públicas ou privadas e comunidade e, depois de uma avaliação, os encaminha
para entidades sociais.
Nagurney e Toyasaki (2005) propuseram um modelo de gerenciamento da cadeia de
suprimentos reversa, considerando a coleta, reciclagem e tratamento de resíduos eletrônicos,
o qual integra o gerenciamento, a modelagem, a análise e o mapeamento dos materiais e seus
respectivos custos. O modelo concentra-se em contexto de múltiplos decisores e pressupõe
que estes podem competir em um determinado nível, mas ao mesmo tempo podem cooperar
entre as camadas da cadeia de suprimentos reversa.
No Brasil, foi firmado em 2010 um convênio de cooperação técnica para a elaboração
de um inventário sobre a produção, recolhimento e reciclagem de eletroeletrônicos no Brasil
entre o CEMPRE e o Ministério do Meio Ambiente. Além da cooperação técnica, o comitê
de eletroeletrônicos desenvolveu um site destinado a informar os cidadãos sobre os
procedimentos de devolução destes resíduos aos fabricantes, cujo objetivo é discutir a
implantação da logística reversa de eletroeletrônicos no Brasil. O comitê é formado por
empresas como: Carrefour, Dell, HP, Intel, Pão de Açúcar, Phillips, Walmart, J&J, Casa
Bahia e Procter & Gamble. (CEMPRE, 2012). Além disso, existem alguns projetos
independentes que atuam no sentido de coletar eletroeletrônicos e seus componentes, como é
o caso das pilhas e baterias usadas, dentre eles destacam-se o projeto “Papa Pilhas” do Banco
Santander; o projeto de coleta de pilhas da Drogaria São Paulo; os projetos “Recarga Verde”,
voltado à escolas e o “Participe e Recicle” voltado à coleta de resíduos eletroeletrônicos da
ADS Micrologística, além das redes de supermercados Wallmart e Pão de Açúcar que
também atuam na coleta de resíduos eletroeletrônicos, como celulares e pilhas e baterias
(GUARNIERI, 2011).
3 Método de pesquisa
A presente pesquisa se utiliza da classificação proposta por Silva e Menezes (2005)
que estabelecem que a classificação ocorra sob o ponto de vista de sua natureza; objetivos e
da forma de abordagem. Desta forma, ressalta-se que sob o ponto de vista de sua natureza foi
realizada uma pesquisa aplicada; do ponto de vista de seus objetivos, é considerada
exploratória e descritiva e; do ponto de vista da forma de abordagem a pesquisa é qualitativa.
De acordo com Silva e Menezes (2005), a pesquisa aplicada tem como propósito principal a
geração de conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas
específicos. Sendo descritiva, auxilia na descrição detalhada dos fenômenos da realidade
estudada, na qual o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados. Gil (1991) afirma
que a pesquisa exploratória possibilita um maior conhecimento do problema, através de
pesquisas bibliográficas, levantamento e/ou estudo de caso. É também desejável que a
pesquisa contemple um conjunto de dados quantitativos e qualitativos de acordo com
Chizzotti (2006) e Minayo (1994).
Além disso, esta pesquisa utilizou-se do estudo de caso como procedimento técnico, o
qual de acordo com Yin (2001) é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual
dentro de seu contexto de realidade. O estudo de caso foi realizado em uma organização não
governamental (ONG), cujas atividades são caracterizadas por ações de coleta de resíduos,
remanufatura, doação e venda no segmento de resíduos eletroeletrônicos, denominada E-Lixo
e estabelecida no município de Londrina-PR, cujo entrevistado foi seu fundador e gestor.
Para a coleta de dados foram utilizados três tipos de instrumento de pesquisa, os quais
são: i) Entrevista semi-estruturada; ii) Análise documental e; iii) Revisão bibliográfica. De
acordo com Yin (2001), a combinação de dois ou mais instrumentos de pesquisa, denominada
pelo autor como ‘triangulação’ proporciona maior confiabilidade nas constatações obtidas
com o estudo de caso. Neste sentido é importante ressaltar que em um primeiro momento da
pesquisa, realizou-se uma revisão da literatura sobre o tema, na qual foram examinados
artigos focados em resíduos eletroeletrônicos e também em matérias de jornais e revistas
sobre a organização estudada, a qual se constituiu em fontes primárias e secundárias, a fim de
embasar a construção do instrumentos de coleta de dados (roteiro de entrevista) e também
coletar parte dos dados para caracterização da organização, objeto do estudo.
A entrevista semi-estruturada foi realizada com o fundador e gestor da organização
não governamental, o qual direta ou indiretamente está envolvido com as atividades de coleta
e gerenciamento dos resíduos que chegam até à ONG. Por meio deste procedimento foi
possível conversar com o entrevistado sobre o tema, norteando-se por meio de perguntas
abertas previamente formuladas na forma de um roteiro, sendo possível ainda a inclusão de
questões no decorrer da entrevista. Para complementar a coleta de dados, foi realizada a
análise documental, que se constituiu do levantamento de dados em documentos e vídeos
fornecidos pela ONG. Posteriormente à etapa da coleta de dados, tornou-se possível que os
resultados fossem analisados criticamente e organizados logicamente por meio da análise de
conteúdo categorial, baseada na técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1977).
4. Apresentação e análise dos resultados
4.1 Caracterização da organização, objeto do estudo e suas atividades
A organização, objeto deste estudo constitui-se sob a forma de uma ONG, atuando
como um grupo social organizado, sem fins lucrativos, constituído formal e autonomamente e
caracterizado por ações de solidariedade no segmento de resíduos eletroeletrônicos, possuindo
para este fim o licenciamento ambiental junto aos órgãos responsáveis. A ONG denominada
‘E-lixo’, está estabelecida no município de Londrina-PR e foi criada em março de 2008 com a
iniciativa de 3 pessoas, o gestor Alex Gonçalves e mais dois técnicos em informática, os quais
possuíam resíduos eletroeletrônicos em suas residências e sentiram a necessidade de propiciar
o destino correto a estes, contribuindo assim para a preservação do meio ambiente.
Deste então, a ONG E-lixo realiza a coleta e destinação adequada de produtos como
impressoras, microondas e CPU’s para toda a cidade e região, além de realizar trabalhos de
inclusão social e digital, destinando computadores reformados a instituições carentes do
município de Londrina-PR e região metropolitana. As doações são realizadas a fim de
proporcionar condições para a criação de laboratórios de informática, como foi o caso da
Escola Social e Profissional do Menor de Londrina - EPESMEL, a qual recebeu a doação de
dezesseis computadores, os quais estão sendo utilizados pelos 520 alunos provenientes de
bairros carentes da cidade.
Apesar dos investimentos na ONG ainda serem escassos, o excesso de material que
chega diariamente é processado. De acordo com o gestor da ONG “... a destinação correta dos
materiais recolhidos pela E-lixo colabora com o ambiente e com a qualidade de vida, já que o
contato inaquedado com materiais presentes nestes equipamentos, como chumbo, silício, entre
outros, pode prejudicar a saúde do homem. Além disso, percebe-se que cada vez mais
empresas fazem grandes doações, reflexo de um tema atual e que está em pauta tanto em
escolas, universidades, empresas, meios de comunicação e sociedade civil em geral..”
No entanto, a ONG recebe uma demanda considerada bastante alta para sua
capacidade de atendimento, tendo em vista os inúmeros telefonemas e pedidos para que
coletem suas doações em empresas e residências locais. As pessoas que possuem este tipo de
resíduo em suas residências contactam a ONG via telefone ou entregam os resíduos em sua
sede, sem custo. Atualmente, possuem 7 funcionários efetivos, os quais trabalham na gestão,
atendimento, desmontagem e remanufatura dos resíduos coletados. A ONG possui planos de
expansão de suas atividades e contratação de mais funcionários para possibilitar o aumento da
capacidade de processamento dos resíduos. Além de Londrina, já foram realizadas coletas nas
cidades de Maringá, Rolândia, Arapongas, Apucarana e outras cidades do estado do Paraná.
Também algumas cidades do estado de São Paulo já foram contempladas, como: Presidente
Prudente, Herculândia e Santo Anastácio. Entretanto, não há uma periodicidade exata para
estas coletas, acontecendo conforme a demanda, organização e possibilidades de atendimento
da ONG.
De modo geral, a maior parte dos materiais que chegam à E-lixo são levados até o
barracão pelos próprios doadores. Apenas um veículo colabora com as coletas, o que se
constitui em uma das maiores dificuldades encontradas pelo gestor e fundador da ONG:
“...Sabe-se que há leis de licenciamento ambiental que exigem o destino correto destes
materiais. Entretanto, quase nunca isto acontece de fato...”
No que se refere aos equipamentos eletroeletrônicos coletados e recebidos, o gestor
afirma que “... muitos dos produtos que nos chegam são novos, ainda na caixa. Por exemplo:
apreensões da Receita Federal, estoques de empresas que encerram suas atividades, além dos
equipamentos usados, alguns ainda em funcionamento e outros estragados...” Quanto às
atividades realizadas pela ONG, o gestor acrescenta que “... Os equipamentos são recuperados
aqui mesmo na ONG, alguns são doados para instituições carentes do município de Londrina
e outros são colocados à venda, em uma loja física própria, o que contribui para o sustento
financeiro da ONG E-Lixo...”
A ONG possui parceria com o grupo Mercado Livre, por meio do qual oferta os
produtos recuperados a um baixo custo, sendo atualmente a terceira ONG no Brasil que mais
vende através desta ferramenta baseada na web, segundo informações da empresa. Os
produtos gerados a partir da desmontagem dos equipamentos e que não podem ser
recuperados para uso por terceiros, são separados e enviados para as mais variadas empresas
de reciclagem, conforme afirma o gestor “... Por exemplo, o plástico vai para algumas
empresas de reciclagem que o utilizam nos seus processos produtivos, o mesmo ocorre com o
vidro, alumínio, cobre e fios. Quanto às placas, estas são enviadas para para a Bélgica e
Alemanha, pois estes países possuem tecnologia para sua reciclagem...” Além disso, possui
parcerias com empresas privadas, realizando trabalhos para a coleta de eletroeletrônicos como
a campanha em parceria com a concessionária Vernie/Citroën de Maringá-PR realizada em
junho/2012.
4.2 Aspectos relativos à implementação e obrigatoriedade da logística reversa de
eletroeletrônicos pela PNRS
O entrevistado foi questionado a respeito da sua opinião sobre a obrigatoriedade da
logística reversa de eletroeletrônicos, estabelecida pela PNRS e obteve-se a seguinte resposta:
“...Penso ser uma das melhores maneiras de se reciclar na teoria, porém não imagino quando
isso será realmente concretizado na prática, uma vez que, se praticando o que o Plano
Nacional de Resíduos Sólidos estabelece em começo, meio e fim teríamos a melhor
reciclagem do mundo...”
Acerca dos fatores essenciais para a efetiva implementação da logística reversa de
eletroeletrônicos o entrevistado afirma que “...É preciso que quem esteja na cadeia seja
responsável consigo mesmo no sentido de que, cada um faça a sua parte, como por exemplo, o
fabricante queira, o comerciante queira e o consumidor final que é o detentor do material
também queira dar o destino correto a produtos eletrônicos, a PNRS é um convite a
mudarmos inclusive de cultura, no sentido de separar os eletrônicos, mas é necessário que o
consumidor tenha local para destinar corretamente...” A resposta do entrevistado corrobora o
estabelecido pela PNRS em seu artigo 30, que estabelece a responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada,
abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
No que se refere às situações ideais para a implementação da logística reversa de
eletroeletrônicos o entrevistado ressalta que “...As situações reais são poucas, as ideais são
muitas, a Lei diz que fabricante, comerciante e consumidor são responsáveis, partindo deste
princípio, o correto quando se adquire um aparelho numa magazine, por exemplo, seria o
consumidor devolver no local da compra, e a magazine devolver ao fabricante. Hoje não
vemos esta prática acontecer, espero isso funcionando perfeitamente de maneira natural, o que
se vê hoje são ações como o da ONG E-Lixo, ou seja, ações isoladas, mas que valem muito
para o local onde estão instaladas, pois estes materiais poderiam estar sendo descartados em
aterros inadequadamente...” Conforme ressalta Guarnieri (2011), é necessário que os atores
envolvidos no processo de geração e gestão de resíduos constituam parcerias para a efetiva
implementação da logística reversa de eletroeletrônicos.
Em se tratando dos aspectos a serem aperfeiçoados para a criação e implementação de
programas de logística reversa de eletroeletrônicos, o entrevistado destaca que: “...Por parte
do poder público caberia especificamente a fiscalização para que os responsáveis cumpram a
Lei, a prática de coleta por parte dos fabricantes que até então nunca fizeram uma só ação
sobre esta situação de reciclagem de eletroeletrônicos e a responsabilização ou até mesmo
multas para quem descumprir a Lei, outra ação que poderia ser feita por partes das empresas
seria um investimento em ONGs para que as mesmas realizem a coleta e o destino do
material...” Neste sentido, o CEMPRE (2012) anunciou um plano integrado de investimentos
em cooperativas de reciclagem para a estruturação dos canais reversos dos resíduos pós-
consumo, seria importante que também fossem realizados acordos com as ONGs envolvidas
neste processo a fim de fomentar também a coleta, desmontagem, remanufatura e
encaminhamento para a reciclagem dos resíduos eletroeletrônicos.
Foi solicitado ao entrevistado que expusesse os principais benefícios gerados com a
realização de programas de logística reversa pelos atores envolvidos em sua geração, sendo
obtida a seguinte resposta: “...O lixo eletrônico como qualquer outro material reciclado pode
gerar renda, emprego, inclusão social, inclusão digital, impacto ambiental, enfim são
inúmeros os benefícios que podemos citar aqui, uma vez que pode gerar renda poderá também
gerar interesse, porem não são muitos que dominam a técnica de trabalhar com estes
materiais, um exemplo é a ONG E-Lixo que na sua fundação teve como principal objetivo dar
fim a sucatas de eletrônicos geradas por nós mesmos que somos técnicos e, não tínhamos o
que fazer para descartar. Porém as pessoas que iniciaram o trabalho no projeto do E-Lixo não
tinham conhecimento de como desmontar um computador, nunca tiveram contato, nem
sabiam que existia reciclagem para isso, eram todas pessoas de baixa renda e de locais
desatendidos socialmente e que hoje vivem tranquilamente com suas carteiras assinadas e
com uma profissão em seu currículo. Já o meio ambiente e o poder público de nossa cidade
agradecem, pois nós fazemos um trabalho de excelência para nossa cidade, que hoje gera em
média 40 toneladas/mês de computadores, TVs, celulares, telefonia, eletrodomésticos entre
outros que são destinados corretamente...” Os benefícios apontados pelo entrevistado
corroboram com o exposto por Guarnieri (2011) e Leite (2003), acrescentando-se o aspecto da
inclusão digital propiciada pelos projetos sociais realizados pela ONG, que é o objeto do
estudo neste artigo.
Quando questionado sobre as sugestões para a efetiva implementação da logística
reversa de forma a aumentar a coleta e propiciar o descarte correto, o entrevistado ressaltou:
“...Conscientizar a população sobre o destino correto, promover pontos de coletas em bairros,
lojas, shoppings, enfim em todo local que possa ser um possível vendedor de eletrônicos. A
criação de um sistema de logística inovador com caminhões estruturados para coleta e envio
ao local correto. Informar em escolas e talvez promover também coletas junto às crianças para
que elas dêem destino correto e alertem seus pais para os perigos que podem representar estes
resíduos, além de trazer o fabricante, o comerciante e o consumidor a serem conscientes em
suas ações para que um mundo melhor se instale e que o produto eletrônico seja um meio de
geração de rendas e não um problema para o meio ambiente...” Ressalta-se nesta fala do
entrevistado a concordância com o exposto por Leite (2003) e Guarnieri (2011) que ressaltam
a importância da constituição de parcerias para a realização da logística reversa,
principalmente no que se refere ao transporte e a necessidade da realização de programas de
educação ambiental.
5 Considerações finais
Uma das maiores preocupações do setor empresarial e do Poder Público nos dias
atuais têm sido a implementação da logística reversa, a qual é um dos pontos centrais da Lei
12.305/10 – PNRS. Dentre os resíduos cuja obrigatoriedade foi estabelecida, os provenientes
dos equipamentos eletroeletrônicos representam o maior gargalo, tendo em vista a dificuldade
do controle do seu retorno, pois os consumidores finais têm o hábito de doá-los ou vendê-los
para o mercado secundário, antes do que retorná-los às empresas fabricantes e comerciantes.
Fato este que é motivado também pela inexistência de pontos de entrega voluntária em
quantidade suficiente e também falta de conscientização e educação ambiental.
Tendo em vista, a falta de condições estruturadas que viabilizem a coleta e a
restituição dos resíduos aos seus geradores, para que sejam revalorizados e/ou reaproveitados
em novos produtos, iniciativas isoladas vêm sendo realizadas por organizações não
governamentais e por empresas privadas, as quais necessitam ser aperfeiçoadas de forma a
atender a PNRS. O objetivo do presente artigo foi analisar as alternativas proporcionadas aos
consumidores finais e também empresas, para a realização deste descarte ambientalmente
correto. Sendo assim, realizou-se um estudo de caso, cujo objeto foi uma ONG que realiza
atividades de coleta, desmontagem, remanufatura e encaminhamento para reciclagem de
resíduos eletroeletrônicos na cidade de Londrina-PR.
Desta forma, por meio de entrevista semi-estruturada, análise documental e revisão da
literatura foi possível verificar os principais aspectos relativos à implementação e
obrigatoriedade da logística reversa de eletroeletrônicos pela PNRS, que necessitam ainda ser
aprimorados como por exemplo: a necessidade de conscientização e educação ambiental dos
consumidores finais; a premência de um maior envolvimento por parte dos fabricantes; a
instalação de pontos de entrega voluntária de equipamentos eletroeletrônicos nos principais
canais de varejo (lojas físicas, shoppings centers, farmácias, postos de combustíveis, escolas,
supermercados, entre outros) e; a implantação de procedimentos de fiscalização efetiva por
parte do Poder Público para garantir a efetividade da PNRS.
Além disso, foram apontadas algumas possíveis soluções para o problema do descarte
de resíduos eletroeletrônicos, tais quais: a conscientização das crianças em seus ambientes
escolares, as quais possuem condições de influenciar seus pais no descarte correto; a
possibilidade das empresas privadas realizarem investimentos em organizações não
governamentais a fim de que estas realizem a coleta e destinação dos resíduos, desta forma
possibilitando que as empresas fabricantes não se desviem do seu core-business; a criação de
cursos de capacitação para profissionais atuarem no ramo de desmontagem, triagem e
remanufatura dos resíduos eletroeletrônicos, o que requer técnicas especializadas e; o
aperfeiçoamento de parcerias e sistemas logísticos que viabilizem a coleta dos resíduos com
um custo aceitável e com eficiência.
Dentre os principais benefícios que podem ser destacados com a implementação de
processos de logística reversa de eletroeletrônicos estão: a geração de renda; a formalização
de empregos nas áreas de coleta, triagem e desmontagem dos equipamentos; inclusão social
de trabalhadores informais, como os catadores de materiais recicláveis; inclusão digital de
usuários de instituições escolares e sociais; redução do impacto ambiental; redução da
quantidade de resíduos descartados em aterros sanitários, o que pode prolongar a vida destes
e; proteção ao meio ambiente.
Portanto, percebe-se que ao incentivar a criação de alternativas aos consumidores,
incluindo o fomento e manutenção de organizações não governamentais para a realização de
processos de logística reversa de eletroeletrônicos, todos os envolvidos no processo de
geração dos resíduos têm a ganhar, esta prática pode ser considerada uma alternativa viável no
atual momento vivenciado no Brasil, que requer de forma premente iniciativas para o
atendimento à PNRS de forma viável sob o ponto de vista econômico e operacional.
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