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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA Um olhar para o Município de Camalaú: Potencialidades Turísticas no Cariri Paraibano Cristiane de Melo Neves João Pessoa - PB 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

Um olhar para o Município de Camalaú:

Potencialidades Turísticas no Cariri Paraibano

Cristiane de Melo Neves

João Pessoa - PB

2010

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Cristiane de Melo Neves

Um olhar para o Município de Camalaú:

Potencialidades Turísticas no Cariri Paraibano

Monografia apresentada ao Curso de Graduação

em Geografia da Universidade Federal da

Paraíba como requisito para a obtenção grau de

bacharel em Geografia.

Orientador: Professor Paulo Roberto de Oliveira Rosa

JOÃO PESSOA

2010

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Cristiane de Melo Neves

Um olhar para o Município de Camalaú:

Potencialidades Turísticas no Cariri Paraibano

Monografia apresentada ao Curso de Graduação

em Geografia da Universidade Federal da Paraíba

como requisito para a obtenção grau de bacharel

em Geografia.

_______________________________________________

Professor Paulo Roberto de Oliveira Rosa

(Orientador)

_______________________________________________

Maria José Vicente de Barros – CREA–PB

(Examinadora)

_______________________________________________

Maria Odete Teixeira do Nascimento – UVA/UNAVIDA

(Examinadora)

João Pessoa - PB,____/____/2010

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Marco Polo descreve uma ponte, pedra sobre pedra.

– Mas qual é a pedra que sustenta a ponte? – Pergunta Kublai Khan.

–A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra –

responde Marco –, mas pela curva do arco que estas formam.

Kublai Khan permanece em silêncio, refletindo. Depois acrescenta:

– Por que falar das pedras? Só o arco me interessa.

Polo responde:

– Sem as pedras o arco não existe.

(Calvino, Italo. 1990)

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Agradecimentos

A minha Mãe e a minha Tia Eunice,

Que durante todo o meu caminhar acadêmico estiveram ao meu lado e sempre com todo carinho

se dispuseram a ficar e cuidar por alguns momentos, que não foram poucos, com minhas

pequenas filhas. A Vocês, meu porto seguro.

A meu marido, filhas e enteados,

A essa família que com muito amor souberam entender meus momentos de ausência dentro do

“seio familiar”. Os amos.

Aos meus amigos,

A vocês que estiveram de alguma forma trilhando e compartilhando comigo o conhecimento

dentro curso de geografia, obrigado pelos momentos de estudos, risadas, indignação e

companheirismo que passamos nas praças, bibliotecas, salas de aulas, ida a campo, etc. Vocês

são demais.

Ao Professor Paulo Rosa,

Que deu todo o apoio e acreditou nesse projeto. No qual sua construção ocorreu de forma

prazerosa e tranqüila. Obrigado por ter me ajudado através dos seus conhecimentos a subir

novos degraus à busca do meu tesouro.

A Prefeitura de Camalaú,

A imensurável contribuição, no qual sem a mesma, se tornaria muito onerosa a realização dos

trabalhos técnico-científicos durante as excursões realizadas no município.

A todos os Camalauenses,

Que prestaram valiosa contribuição, acolhida e disponibilidade em todos os momentos da

pesquisa monográfica.

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A Equipe LABEMA,

Aos nossos compromissos que conseguimos contemplar nessa jornada de 2009.2 e por todo o

apoio, permutas de conhecimentos e claro nossas idas a campo. Podem contar comigo sempre.

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Resumo

A inserção do turismo sertanejo vem sendo desenvolvido em áreas interioranas, como uma

modalidade que tem o objetivo de unificar os fatores naturais, sociais, culturais e científicos

como proposta para pontuar os produtos turísticos locais que passam a valorizar e em alguns

casos resgatar a cultura e o meio ambiente do lugar. E essa é a proposta mais concreta para o

município de Camalau que esta inserida no Cariri Paraibano e que possui características

singulares para ser cuidada e planejada. Analisando-se esse contexto, o objetivo da

sistematização servirá de base para um planejamento que contemple os benefícios como:

Preservação de áreas naturais, de locais arqueológicos, melhoria na infra-estrutura e valorização

da cultura típica.

Palavras-chaves: Turismo, Turismo Sertanejo

Abstract

The insertion of sertanejo tourism is being developed in inland areas, as a modality that aims to

unify the natural factors, social, cultural and scientific proposal as to score the local tourist

products that come to value and in some cases to rescue the culture and environmente of the

place. And this is the most concrete proposal for the city of Camalaú that was contained in Cariri

Paraibano and has especial features to be careful and pçanned. Analyzing this context, the

objective of systematic basis for a plan that includes benefits such as preservation of natural

areas, archaeological sites, improved infrastructure and enhancement of typical culture.

Keywords: Tourism, Sertanejo Tourism

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Lista Imagens

Imagem 01 – Savana estépica com forte presença de cactáceas 25 Imagem 02 – Açude Cordeiros 27 Imagem 03 – Pesquisadores em reunião com o Prefeito de Camalaú, Aristeu Chaves 34

Imagem 04 – Orkut, Camalaú Turismo 35 Imagem 05 – Periquitos 39 Imagem 06 – Pica-Pau. 39 Imagem 07 – Craibeira florida no Município de Camalaú. 39 Imagem 08 – Carroça de Boi Município de Camalaú. 39 Imagem 09 – Imagem latente da Caatinga retratada no período de estiagem 40 Imagem 10 – Pesca artesanal no Açude de Zé Tourinho em Camalaú 40 Imagem 11 – Por do sol no horizonte acima do açude Zé Tourinho 41 Imagem 12 e 13 – Ótimo campo para estudos 42 Imagem 14 e 15 – Lagoas após a chuva e Lagoa com Leito Seco 42 Imagem 16 – Sitio Barra – Cemitério 43 Imagem 17 – Sítio Roça Nova – Pinturas rupestres 43 Imagem 18 – Festividade do Laço do Bode 45

Imagem 19 – Cavaleiro na cavalgada noturna 46 Imagem 20 e 21 – Imagens de Camalaú e Expansão da Cidade, respectivamente 47 Imagens 22 e 23 – A pousada no Posto Camalauense 48 Imagens 24 e 25 – Apartamentos com camas individuais e banheiro 48 Imagens 26, 27, 28 e 29 – Pousada no assentamento rural Novo Mundo: 49 Imagem 30 e 31 – Jipes Toyota que servem de transporte para pesquisadores irem a campo 50

Lista de Gráficos Gráfico 01 – Diferença de precipitação nos Cariris 15 Gráfico 02 – Evolução Populacional 28

Lista de Quadro Quadro 01 - Processo hierárquico da divisão administrativa para o município de Camalaú 21 Quadro 02 - Diagrama da estrutura geográfica referente à paisagem. 30 Quadro 03 - Propostas para um estudo de viabilização do turismo no município de Camalaú 36 Quadro 03 – Eventos cíclicos anuais na cidade desta população hospitaleira 44

Lista de Mapas

Mapa 01 – Microrregião do Cariri Paraibano 14 Mapa 02 – Recursos Hídricos Estado da Paraíba 16 Mapa 03 – Cartografia etno-histórico na Paraíba - 1944 17 Mapa 04 – Mapa Rodoviário com fotomontagem para o Município de Camalaú 23

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Mapa 05 – Situação geográfica de Camalaú no Cariri Ocidental e as cidades limítrofes 24

Lista de Tabelas Tabela 01 – Distâncias em km de Camalaú 23 Tabela 02 – Quadro demonstrativo da população residente 28

Lista de Siglas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SUDEMA Superintendência de Administração do Meio Ambiente UFPB Universidade Federal da Paraíba

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 11

PRIMEIRA PARTE

1.1 – Caracterização do espaço Geográfico do Cariri Paraibano

1.1.1 Morfologia da paisagem 14

1.1.2 O espaço entre a antropologia e a história no cariri paraibano 17

1.1.3 A formação histórico-geográfica de Camalaú 19

1.1.4 Aspectos socioeconômicos do Município de Camalaú 27

1.1.5 Turismo: Primeiros momentos da história e discussão conceitual 29

1.2 – MÉTODOS E TÉCNICAS

1.2.1 Metodologia utilizada 33

SEGUNDA PARTE

2.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

2.1.1 Turismo e as potencialidades para o Município de Camalaú 36

2.1.2 Elementos atrativos no cenário local 39

2.1.2.1 Atrativos climatológicos e geomorfológicos 41

2.1.2.2 Atrativos arqueológicos 43

2.1.2.3 Atrativos tradicionais 43

2.1.3 Infra-estrutura Logística 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS 51

BIBLIOGRAFIA 52

Apêndices A 55

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Apresentação

Esse trabalho procura demonstrar as diferentes percepções sobre a geografia no Cariri

Paraibano, principalmente no município de Camalaú. Acredita-se que essa área geográfica tem

muitas riquezas a serem apreciadas pelo turista em suas diversas modalidades.

Dentre as classificações turísticas, decidisse para melhor especificar as características

dessa região, contemplar uma marca paraibana que é o Turismo Sertanejo. Este procura conciliar

a atividade turística, com a cultura local e com o meio ambiente. Portanto, essa se torna uma

proposta concreta para a introdução do turismo que provavelmente irá beneficiar a população

que estará ligada direta ou indiretamente na atividade, com possibilidades reais de melhora na

qualidade de vida socioeconômica através da geração de pontos e produtos turísticos na região.

Com a proposta de visualizar e sistematizar as potencialidades do município de Camalaú

procurou-se caracterizar a região do cariri onde está localizada a cidade, como também enunciar

os vestígios de uma civilização pré-histórica e a cultura regional que tem uma característica

ímpar devido as suas “barreiras” geográficas, que possibilitam a diferenciação espacial e cultural,

a vista de outras regiões paraibanas.

O primeiro contato da autora com a cidade se deu através de relatos de pesquisadores que

sempre se reportam à cidade de Camalaú para fazer estudos geográficos, históricos e biológicos.

Logo em seguida surge a oportunidade de trabalhar esse tema devido ao interesse da pesquisar

sobre as potencialidades turísticas do lugar e também com o intuito de desmistificar o cenário de

pobreza e falta de água anunciado por muitos que não conhecem a região.

A primeira parte da pesquisa possui todo um arcabouço teórico de cunho geográfico com

uma proposta interdisciplinar aliada à arqueologia e à biogeografia, com os conhecimentos

pretéritos do município de Camalaú, contemplando, portanto desde formação do espaço

geográfico, à sua ocupação pré-história e o processo de formação do povoado, onde não foi

esquecida a relação dos elementos físicos e socioeconômicos que está ligada diretamente com o

dinamismo local.

Ainda nesta parte, enuncia-se o Turismo a partir do processo da historicidade e conceitos

para melhor entender a relação do mesmo com o espaço a ser visitado, principalmente focando a

paisagem natural e os recursos culturais e históricos na cidade proposta, assim como o turismo

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pode se tornar a melhor proposta para a inserção de uma atividade econômica para a região do

Cariri.

A segunda parte desta pesquisa monográfica irá elucidar a realidade encontrada tanto nos

pontos que favorecem o acolhimento turístico, como a relação do povo camalauense com a

cultura e as suas inovações que favorecem ainda mais as raízes culturais do lugar. Contemplam,

portanto os resultados das pesquisas feitas em campo não só pela autora, mas também de estudos

de pesquisadores na área da climatologia, da geomorfologia, da arqueologia e da ecologia.

Continuando a discussão, têm-se as considerações que servirá como propostas para o

processo de inserção e concretização do Turismo Sertanejo no município de Camalaú, onde o

planejamento bem sistematizado com a população local, que esteja interessada nesse setor

produtivo e a organização dos produtos turísticos proporcionem uma relação do lugar receptor

com o turista como também o envolva com as peculiaridades naturais do cariri paraibano.

Enfatizando que a estratégia escolhida deve pleitear a cooperação e diálogo entre a população,

agentes locais e consultores externos.

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PRIMEIRA PARTE

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1. CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO DO CARIRI

PARAIBANO

1.1.1. Morfologia da paisagem

De acordo com o IBGE o Estado Paraibano constitui-se de quatro Mesorregiões

Geográficas: Sertão, Borborema, Agreste e Mata Paraibana, sendo estas distribuídas em vinte e

três microrregiões. Dentre os quais, observam-se particularidades em meio às diferentes

características que podem ir das belas paisagens da área costeira aos enigmáticos sítios

arqueológico do interior desta capital, sendo isto dentro de um conjunto, seja ele histórico-

cultural ou cênico-natural.

Mapa 01: Microrregião do Cariri Paraibano

Fonte: Elaborado pela autora a parti de http://www.ideme.pb.gov.br

O recorte espacial de nosso estudo encontra na região do Cariri Paraibano (Mapa 01), que

está localizado na Mesorregião da Borborema e é distribuída em quatro microrregiões: Cariri

Ocidental, Cariri Oriental, Sérido Oriental e Sérido Ocidental. A partir desta divisão observa-se

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que a expressão Cariri Paraibano vem da compreensão da junção do Cariri Ocidental e o Cariri

Oriental, que também já foi conhecido como Cariris Velhos.

Portanto a região do Cariri, que é fortemente individualizada pelas suas barreiras naturais,

está situada na franja ocidental da unidade geomorfológica do Planalto da Borborema, encontra-

se entre o Sertão e o Agreste, sendo composta por 29 municípios que ocupam uma área total de

11.233 km², e possui segundo o censo 2007 do IBGE, uma população residente de 182, 049

habitantes.

Com clima de Tropical Semi-árido, o Cariri Paraibano caracteriza-se por chuvas

irregulares (Gráfico 01) que segundo a Araujo (2008) ocorre devido à zona de convergência

intertropical que é formada pela junção dos ventos alísios de nordeste e os ventos alísios de

sudeste. Este é o principal sistema produtor de chuvas no norte e nordeste brasileiro e tem uma

pluviometria nesta região caririzeira que se concentra em um curto tempo (3 a 4 meses). A

temperatura media anual relativamente alta exerce grande influencia sobre o meio ambiente e no

modo de vida da população local, ocasionando uma forte inter-relação entre o clima e os

geossistemas presente.

Gráfico 01- Diferença de precipitação nos Cariris Fonte: Nascimento e Alves (2008)

No dizer de Nascimento e Alves (2008, p. 31), a vegetação aparece de forma

diversificada, assim apontam os autores:

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Ao analisar a paisagem do Cariri, vemos de imediato um mosaico de diferentes

formações vegetacionais reunidas pelas mais variadas transições

edafoclimatológicas. Isso causa muitos problemas para enquadrá-la em uma

classificação universal, uma vez que a maioria de seus aspectos fisionômicos é

decorrente da inter-relação complexa entre fatores ecológicos (clima, topoclima,

condições edáficas e topográficas) e fatores antropogênicos, resultando numa

caatinga de porte e homogeneidade vegetacional. Na região do Cariri ocorrem

diferentes formações da caatinga, ocorrendo transições entre uma formação de

caatinga secundaria bem definida para outra terciária através de fácies de

transição resultando numa formação bem definidas. Em certos casos, porém, a

passagem entre formações diferentes é brusca e seus limites são de fácil

observação, como feições que vão de uma caatinga arbustiva aberta à caatinga

arbórea fechada.

Com relação à hidrografia do território do Cariri, destaca-se a Bacia do alto e médio

curso do Rio Paraíba que recebe toda drenagem sul do Planalto da Borborema, onde estão

localizados também os açudes monitorados que servem de abastecimento hídrico para toda uma

dinâmica de populações existente nos municípios. Mas os rios, em sua maioria, no Cariri seguem

o regime das chuvas, por isso observa-se na paisagem que os leitos por onde passaria o curso da

água do rio, no período de estiagem da região do semi-árido, estão secos, sendo estes

predominantemente de regimes temporários ou intermitentes. O mapa 02 demonstra a Bacia do

Rio Paraíba na cor verde Claro.

Mapa 02 – Recursos Hídricos Estado da Paraíba Fonte: AESA

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1.1.2 O espaço entre a antropologia e a história no cariri paraibano

Partindo do entendimento que todo processo de colonização é fruto de uma expansão

territorial de um determinado grupo humano, e que a região do Cariri paraibano possui uma

ocupação humana bastante antiga, nasce à necessidade de reporta-se a um estudo multidisciplinar

para o enriquecimento do processo da formação ocupacional do sertão Paraibano (Mapa 03).

Mapa 03 – Cartografia etno-histórico na Paraíba – 1944, com destaque para o Cariri Paraibano Fonte: Site do Laboratório de Arqueologia Brasileiro

Os índios que já habitaram essa região, de acordo com os registros encontrados, estavam

presentes antes mesmo dos colonos portugueses adentrarem-se pelo sertão Paraibano, que se

entende neste período como o interior do Estado da Paraíba, pois o primeiro documento de

referencia para existência de inscrições rupestres é a Obra Diálogos das Grandezas do Brasil,

escrita em 1618, por Ambrosio Fernandes Bandão. E que posteriormente, segundo Oliveira:

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A partir do século XIX, observa-se que estes testemunhos do passado

pré-histórico passaram a ser notificados e analisados à luz de uma

protociência arqueológica que foi amadurecendo e revelando

importantes pesquisas sistemáticas, onde destacamos os estudos do

autodidata José de Azevedo Dantas (durante a década de 20), do

engenheiro Leon Francisco Rodrigues Clerot, desenvolvido nas

décadas de 40, 50 e 60, e da arqueóloga Ruth Trindade de Almeida no

decorrer dos anos 70. (2007, pag. 3)

Na atualidade, há várias pesquisas, principalmente, da arqueologia pré-histórica

no Estado da Paraíba, e é com base teórica e documentação acumulada que os

pesquisadores estão enriquecendo o acervo histórico dos registros indígenas, sem

esquecer também dos novos achados arqueológicos que revelam mais ainda a presença

de uma grande nação indígena, principalmente na região do Cariri Paraibano.

Cariris era o nome dado aos índios que habitavam o interior da Capitania Real

Paraibana, principalmente os da região do Planalto da Borborema na área da Bacia do

Rio Paraíba e seus afluentes. Cariri é um termo de origem tupi, com variação do Kiri´ri

que significa “silencioso”, “deserto”, “ermo” ou pode significar, também, “caatinga

pouco áspera” (COSTA, 2003, pag. 55). Portanto, a distribuição geográfica do presente

Cariri paraibano, vai representar também a antiga ocupação da população indígena

dentro do espaço semi-árido do Estado da Paraíba.

A importância do patrimônio arqueológico na construção da

memória de um determinado local se faz necessária pois, através dela,

procuramos entender a história local, fazer parte dela, valorizando o

passado como instrumento de compreensão do mundo em que se vive.

A construção das identidades locais demonstra a importância de

sabermos a nossa origem e como a nossa cultura se desenrolou

durante o passar dos anos. Desta forma, a história e a arqueologia são

colocadas, aqui, como forma de uma dar suporte à outra, na

compreensão destas populações pretéritas e na formação dessas

identidades locais.(AZEVEDO NETO e KRAISCH, 2007, pag. 7)

Hoje na região do município de Camalaú, como no cariri paraibano inúmeros

são os registros das populações indígenas encontrados e mapeados por pesquisadores.

Acredita-se também que muito a de ser revelado para a história da arqueologia da

Paraíba nessa região. Portanto, a preservação dessas áreas se faz importante não só pelo

objeto de estudo de pesquisadores, mas também para a compreensão e resgate histórico

da ocupação humana do território paraibano.

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E é a partir desse conhecimento da história do Sertão Paraibano que se passa a

observar como a palavra chega ao ouvido do interlocutor. Segundo Rosa (2003, pag. 2),

a palavra então traz um conteúdo que quando o interlocutor a ouve, ou a lê, traduz em

uma imagem real. Neste sentido real/virtual a palavra se torna instrumento e

equipamento, com energia potencial pronta a realizar um trabalho no interior do

interlocutor. Portanto quando se fala em região do Cariri Paraibano, a imagem física da

área fica em segundo plano, pois a partir do momento que é pronunciado a palavra

CARIRI, ela passa a ser um signo no imaginário cultural.

Sendo assim, entende-se que este espaço geográfico, que é nomeado

Microrregião do Cariri Paraibano passa a ter também uma conotação simbólica, que vai

além do espaço físico delimitável, onde a valorização da força imaginária que está

contida no simbolismo desta palavra vai carregar consigo um processo cultural que se

relaciona com a imagem do antigo sertão paraibano e o espaço físico atual.

O que mais enriquece esse espaço geográfico e o imaginário no tocante a

história e pré-história deste local não são somente os sítios arqueológicos onde

encontramos vestígios materiais de um povo, mas também o despertar do conhecimento

de uma população nômade que já existiu neste ambiente e que povoava toda essa região

do Cariri. Segundo Santos, Brito e Oliveira (2006), um sítio arqueológico pode ajudar a

compreender sobre a vida humana num passado distante, pois nele há pistas que,

somadas às demais existentes, pode esclarecer, confirmar ou contestar paradigmas da

arqueologia, desde que seus testemunhos estejam incólumes.

Por isso a conotação de toda região caririense se enriquece não só com um belo

cenário paisagístico, mas com esses símbolos que possuem uma riqueza imensurável de

vestígios culturais da sociedade primitiva como, por exemplo, as gravuras rupestres a

que vem representar a cultura material que possibilita fazer o resgate dos registros de

um grupo social, e atualmente estão identificadas em diversos rochedos, como possíveis

caracteres dos antigos índios Cariris ou seus antecessores.

1.1.3 A formação histórico-geográfica de Camalaú

Até meados do século XVII, o território de camalaú já era ocupado pela grande

família dos índios Cariris, a qual deu origem ao nome de toda região fisiográfica. Esta

região enaltece a importância indígena através dos registros e nomeação de um povo,

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com isso observa-se uma grande influência na instituição dos lugares, como por

exemplo, a origem do nome da cidade de Camalaú que provavelmente esta ligada aos

vestígios de povos pré-históricos que por um certo período habitavam estas

proximidades.

Segundo o IBGE, o nome da cidade tem sua origem devido à localização da

tribo dos CAIBUS, cujo Chefe Guerreiro era Camalaú que hoje é o nome da cidade, ou

vinha de um grupo de aborígines que habitavam nas imediações da área em que a

cidade está situada, assim como poderia ter sido, apenas, o nome da área em que

residiam esses primitivos.

No entanto, o que podemos ressaltar como surgimento do povoado, antes de se

formar uma unidade administrativa, é como se dar a colonização e posteriormente a

urbanização da cidade. No período colonial, diante de todo processo de doação das

sesmarias, novos povos foram surgindo pelo interior da Paraíba, e Mariano Sobrinho

(1996, pag.78) diz que com relação às áreas que envolvem a região dos Cariris, surge

São João do Cariri que emergiu de uma sesmaria concedida ao Alferes Custódio Alves

Martins (1669 – Sitio São João – Aldeia Travessia).

O processo de ocupação em Camalaú foi bem anterior ao da sua formação.

Existia na região algumas famílias que moravam em sítios circunvizinhos, sendo assim,

a ocupação da área foi se dando de forma lenta e não agrupada, portanto não haviam

núcleos de povoamentos. Onde, Mariano Sobrinho (1996, pag. 34), relata que, um dos

fatos que vai dar início ao núcleo de povoamento ocorre, na segunda metade do século

XIX com as famílias de José Cardoso da Silva e Clemente José de Oliveira vieram da

Cidade de Pernambuco e se instalaram nestas terras organizando duas fazendas, a Boa

Vista e Camalaú, respectivamente.

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Quadro 01 – Processo hierárquico da divisão administrativa para o município de Camalaú Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do IBGE e Mariano Sobrinho

Periodo da República

Periodo ImperialPeriodo Colonial

Até Séc. XVII Familia dos Indios

Séc. XVII

Sesmaria -17 de

Dezembro de 1669

1775 -Aldeamento -Cariri Velho ou Cariri de

Fora

Emacipação Politica - 15 de Novembro de

1831

1831 - São João do

Cariri

1872 -Monteiro

19-03-1962 -Município de

Camalaú

1886 -Taperóa

1835 -Cabaceiras

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Baseado em Mariano Sobrinho (1996, pag. 35e 36) destaca-se, portanto, para há história

do povoado, a Fazenda Camalaú que pela sua estrutura física parecia um arruado. Com o desejo

de se criar um povoado, José Cardoso da Silva resolveu comprar a terras a oeste de sua fazenda

que era de sua irmã, Rosa Maria da Conceição casada com Domingos Ferreira Brito, mas sua

irmã não aceitou a proposta de venda e sim fazer uma doação o terreno para o patrimônio da

igreja católica em nome do Santo São José em 21 de junho de 1895, que hoje é o padroeiro da

cidade.

Neste período também um dos acontecimentos mais comuns era a doação de terras para o

patrimônio da igreja católica sempre em nome de um santo, e em Camalaú não se faz diferente.

Segundo Mariano Sobrinho (1996, pag. 36 e 37), o termo original da doação em cartório está

lavrado às folhas 10 a 12 – Livro 30 – no Primeiro Cartório de Monteiro – Paraíba e que ainda

em 1895, iniciou-se a construção da capela de São José. José Cardoso tratou também de construir

a primeira casa do povoado, a casa que tem o nº 13 e atualmente fica situada à Rua Norminando

Firmo.

Portanto, a fundação do povoado deu-se em 21 de junho de 1895 quando, oficialmente, o

casal Domingos Ferreira Brito e Rosa Maria da Conceição doaram para a Igreja católica mais de

dezesseis hectares de terra para a formação do Patrimônio de São José, que hoje é o padroeiro da

cidade, por solicitação de José Cardoso da Silva, que então passou a ser considerado o fundador

do município.

Posteriormente, o povoado passa ser elevado à condição de cidade, com a denominação

de Camalaú, pela lei estadual nº 2617, de 12-12-1961, desmembrado de Monteiro sendo

instalado em 19 de março de 1962. Onde se encontra, segundo o IBGE, datada territorialmente

desde 31 de dezembro de 1963 constituindo-se de 2 distritos: Camalaú e Pindurão, até a data de

2009.

A Cidade de Camalaú está inserida na Zona do Planalto da Borborema, na microrregião

do Cariri Ocidental, onde sua área da unidade territorial municipal é de 603 km².

A sede municipal de Camalaú situa-se distante da capital do Estado 332 km,

aproximadamente, 3 horas e 58 minutos em transporte particular. O mapa 04 mostra o translado

de João Pessoa a Cidade de Camalaú, o trajeto é o seguinte, pegasse o acesso da BR 230 passa

por Campina Grande, continua na BR 230 até o entroncamento com a BR 412, onde encontra-se

a praça do meio do mundo, seguisse então na BR 412 e ao passar pela Cidade de Sumé, a frente

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pegue a PB 224 a esquerda, que é uma estrada de barro, até chegar a Zona Urbana da Cidade de

Camalaú. A tabela 01 denota a distancia entre Camalaú e as principais cidades de influência para

está região.

Mapa 04 – Mapa Rodoviário com fotomontagem partindo de João Pessoa (A) para o Município de

Camalaú (B) Fonte: Adaptando pela autora a parti de imagens do Google Maps

Distância de Camalaú aos Centros

Cidade Km

João Pessoa/PB 302 Km

Campina Grande/PB 215 Km

Monteiro/PB 42 Km

Congo/PB 24 Km

Sumé/PB 22 Km

Jataúba/PE 32 Km

Tabela 01 – Distâncias em km de Camalaú Fonte: Sebrae

Praça Meio do Mundo

Camalaú

Açude de Camalaú

BR 320/ BR 412

Praça do Meio do

Mundo

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A vizinhança imediata do município de Camalaú limitando-se com Sumé e Congo, ao

Norte; São Sebastião do Umbuzeiro e São João do Tigre, ao sul; Jataúba no Estado de

Pernambuco, ao leste; e Monteiro, ao Oeste (Mapa 05).

Mapa 05 – Situação geográfica de Camalaú no Cariri Ocidental e as cidades limítrofes Fonte: Elaborada pela autora a parti do mapa da AESA

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A cidade de Camalaú está inserida no Bioma Caatinga que se concentra na

região Nordeste do Brasil. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa

mata branca, e tem como principal característica a perda das folhas no período de

estiagem prolongada

Estudos mostram que esse ecossistema esta presente no Brasil, principalmente

no interior do nordeste e que segundo o IBGE, essa vegetação faz parte da formação

campestre de dupla estacionalidades e está classificada como Savana Estépica (Imagem

01).

Imagem 01 – Savana estépica com forte presença de cactáceas Fonte: Paloma Giselly, Cidade de Camalaú – 2009.

Denominada pelo IBGE, principalmente como Savana Estépica Gramíneo-

lenhosa, este grupo de formação, também conhecido como campo espinhoso, apresenta

características florísticas e fisionômicas bem típicas, tais como um extenso tapete

graminoso salpicado de plantas lenhosas anãs espinhosas. E o bioma Caatinga é

considerado único, porque apresenta uma variedade de paisagens que demonstra uma

variedade endêmica, de riquíssima beleza natural própria do clima semi-árido.

Infelizmente ainda quando se fala em Caatinga o conhecimento do ambiente por

muitos se remete a um único tipo de paisagem. E o que vem no imaginário destes no

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primeiro momento é a visão de um ambiente árido, seco, com arvores quase sem folhas

e esbranquiçadas.

Bem, na verdade isso realmente ocorre com a vegetação da caatinga, mas só no

longo período de estiagem, que faz parte das características climáticas da região do

Cariri, o que não justifica dizer que esse ambiente sempre esteja seco. Pois, para evitar a

perda da água com o calor excessivo, as plantas perdem suas folhas e por isso parece

que toda a vegetação está morta, mas não está. E quando começam a precipitar as

primeiras gotas que chamam o início da época de chuvas nessa região do Cariri

Paraibano, como também se pode ver no município de Camalaú, a caatinga se encanta

mudando sua aparência, a paisagem se transforma dando espaço ao verde e às flores.

Quanto ao relevo, a cidade está localizada na parte ocidental do Planalto da

Borborema, o planalto apresenta afloramento de rochas cristalinas do Pré-Cambriano na

superfície do solo, de origem plutônica, com predominâncias de rochas metamórficas e

presença de quartzo leitoso na superfície.

Os ortognaisses tonalíticos cinza, afloram na porção nordeste-

sudoeste, principalmente nas imediações do povoado de Coxixola

(PB) e no município de Camalaú (PB). Apresentam formas irregulares

e geralmente formam destaques topográficos. Possuem coloração

acinzentada, granulação média a fina, estrutura gnáissica bandada com

foliação bem desenvolvida e textura essencialmente protomilonítica

amilonítica. CPRM - Programa Levantamentos Geológicos Básicos do

Brasil, folha de Sumé

Conhecido como Planalto Cristalino devido sua composição de minerais, onde

os principais são gnaisse, granito, xisto e quartzo, sendo o último que caracteriza o

nome planalto cristalino. A cidade possui uma altitude de 565 metros acima do nível do

mar, podendo chegar a níveis mais altos, nas serras.

A visão paisagística encontrada ao andar pela região são rochas modeladas pelo

tempo e devido sua organização tem-se a impressão que vão cair a qualquer momento.

Essa organização faz parte das características das rochas no município, pois segundo o

SEBRAE(1998), a superfície ondulada corresponde a 55% do relevo, 40% fortemente

ondulada com serra, e 5% levemente ondulada e plana, com pedras.

A rede de drenagem superficial de Camalaú localiza-se na bacia hidrográfica do

alto curso do Rio Paraíba, está constituída pelos rios da Serra ou Espinho, onde foi

construído o açude Cordeiros (Imagem 02) e pelo rio Paraíba, no qual foi construída a

barragem Pública de Camalaú. Além desses existem outros riachos importantes como o

da Raposa, da Ipueira, da Aguazinha, da Craibeira, do Pinheiro, dentre outros.

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O Clima é semi-arido, como já foi comentado, com baixa umidade e pouco

volume pluviométrico, chuvas de verão e temperatura media anual que oscila em torno

de 25°C. Mas o clima na cidade pelo entardecer e pelas primeiras horas do nascer do sol

fica bastante agradável, com uma leve brisa refrescante, principalmente no período de

inverno.

Imagem 02 – Açude Cordeiros Fonte: Autora

O município de Camalaú possui uma diversidade interessante. Tal diversidade

constitui um fator predominante para a inserção do turismo na região, em que se busca

não se apropriar da paisagem, mas admirar e contemplar as belezas naturais existentes,

dando uma oportunidade para o turista entrar em contato com um ambiente

diferenciado.

1.1.4 Aspectos socioeconômicos do Município de Camalaú

De acordo com o IBGE a estimativa populacional para o ano de 2009 foi de

5.966 habitantes, mas de acordo com o Censo Demográfico de 2007, a contagem

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populacional foi de 5.761 habitantes. E ao observar os dados a seguir, teremos a

variação do crescimento populacional da Cidade (Gráfico 02 e Tabela 02)

Gráfico 02 – Evolução Populacional

Segundo leituras feitas sobre o período de 1996 a 2000 em bibliografia

especializada, o município de Camalaú, tinha pouca infra-estrutura, a distribuição da

água na região era precária e a sua economia não proporcionava aos moradores garantia

População Residente por Faixa Etária e Sexo, 2009 Faixa Etária Masculino Feminino Total

Menor 1 55 53 108 1 a 4 223 214 437 5 a 9 298 273 571 10 a 14 289 256 545 15 a 19 278 260 538 20 a 29 533 453 986 30 a 39 415 368 783 40 a 49 328 352 680 50 a 59 237 250 487 60 a 69 189 218 407 70 a 79 121 146 267 80 e + 72 85 157 Ignorada - - - Total 3.038 2.928 5.966 Tabela 02 – Quadro demonstrativo da população residente Fonte: IBGE, Censos e Estimativas

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de subsistência, então neste momento uma parte da população passa pelo processo de

migração a procura de postos de trabalhos em outros lugares do Brasil.

Em entrevista com um dos moradores do lugar, este relata que quando saiu da

cidade não tinha emprego, a rua que morava ainda era de barro e como tinha uma oferta

de emprego em outra cidade vendeu tudo que tinha e se mudou. Atualmente voltou para

Camalaú, trabalha no município e vive muito bem com a sua família.

A melhoria na infra-estrutura e na economia do município ocorre a partir de

2000 e a população passa a fixar-se mais no lugar. Alguns que foram à procura de

postos de trabalho estão retornado devido a essa melhoria de infra-estrutura dos novos

postos de trabalho que passaram a surgir. O município hoje possui escolas de ensino

fundamental e médio, que é considerado um dos fatores importantes para que os jovens

possam ficar em sua cidade, bem como dispõe de postos de saúde e maternidade. Ao

caminhar pelo município observam-se pessoas que retornaram de outras cidades do país

e que hoje estão refazendo e investindo na própria cidade para que ela cresça

economicamente.

1.1.5 Turismo: primeiros momentos da história e discussão conceitual

A relação do homem com a natureza sempre existiu, por exemplo, a civilização

pré-histórica de forma nômade se deslocava a procura de novos ambientes para

satisfazer suas necessidades, principalmente para sobreviver. O homem procurava

migrar de acordo com as condições que o meio ambiente lhe proporcionava.

Mas, devido à troca de conhecimento entre as civilizações, com o tempo a

natureza passa a ter outras atribuições, a humanidade quebra barreiras e passa a adaptar-

se em um lugar fixo sem precisar mudar de ambiente. E assim a beleza natural, surge

como uma expressão de admiração da natureza. Mais adiante, a partir do renascimento,

vai aparecer o termo tempo livre, com as classes abastadas que iam à procura de

registrar percepções da natureza através da arte e da cultura. Segundo Yazigi (2002),

filósofos do século XVII, como Jacques Rousseau e Schelle, consideravam o passeio

pela natureza um verdadeiro alimento para o corpo.

Já com a revolução industrial, os centros urbanos, que possuem um grande

capital econômico, e posteriormente com surgimento do automóvel vão intervir na

dinâmica da população urbanística, fazendo com que o homem precise de alguma forma

de lazer para “fugir” do cotidiano e assim começa uma nova relação com a natureza. O

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cotidiano ao qual se refere não é apenas os hábitos diários de uma pessoa, mas também

o envolvimento, do mesmo, com a observação repetida da paisagem do dia-a-dia, onde

de certa forma não mais se percebe as interferências ocorridas nos lugares de passagem.

A paisagem (Quadro 03) possui em sua estrutura um conjunto compreendido por

outros conjuntos determinados por categorias que expressam sua identidade, ao discutir

a ação humana no ato de modelar a superfície terrestre. E assim a paisagem é uma

categoria que vem sendo pensada desde Aristóteles, que interage se modelando de

acordo com as características peculiares do ambiente que se relacionam, como por

exemplo, clima, relevo, hidrografia e vida. Sua observação vai representar a relação do

homem com a natureza, como também o juízo de valor do observador num determinado

ambiente.

Todos os novos processos de urbanização e as concepções do homem moderno,

fazem com que a paisagem seja redefinida não apenas na forma conceitual, mas também

no ponto de vista da observação do indivíduo, e assim, a visão paisagística vai ganhar

um caráter de singularidade espacial e uma reorientação do seu uso com novos modos

de acesso.

Quadro 02 – Diagrama da estrutura geográfica referente à paisagem. Fonte: Adaptado de Strahler (1989) Fotografia: Acervo Labema

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Sendo assim, quando retomamos a paisagem como uma categoria e a sua

apreensão do olhar humano, a imagem pode se tornar de banal a singular, de acordo

com o observador ou transeunte do momento. Pode-se observar que com o valor

comercial, antes as paisagens eram consideradas sem perspectivas de admiração como

áreas desertificadas, montanhosas, praieiras e florestais e com o passar do tempo e com

a introdução da percepção do ambiente como atrativo, conceitos foram sendo agregados

a esses espaços e passaram a ser considerados de grande importância para o turismo.

O turismo como uma atividade econômica também vai usar dessas atribuições da

paisagem para sua comercialização, pois o turista vai se tornar um colecionador de

paisagens que despertem não só a curiosidade, mas também que sejam únicas. E assim,

o turismo se desenvolve desde os primeiros eventos turísticos realizados na história.

Com o tempo, esta atividade segue atrelada às mudanças do modo de produção e ao

desenvolvimento tecnológico.

A partir dessa nova compreensão todo o processo econômico que envolve a

atividade turística vai se transformar em uma indústria econômica, e isso ocorre a partir

da década de 50 onde se dá os primeiros sinais da recuperação da econômica global que

havia sofrido uma queda com a Segunda Guerra Mundial e também com a evolução dos

meios de transporte, principalmente o aéreo, viabilizando a locomoção de grupos não só

por terra mas também pelo ar, e essas locomoções se tornaram favoráveis ao turismo

global, seja ele de massa ou seletivo.

Hoje se observa que de acordo com a argumentação de Boullón (apud SILVA,

2007), entende-se que o turismo é uma atividade econômica, de natureza consultiva,

pertencente ao setor terciário por se constituir marcadamente de uma prestação de

serviços. Essa indústria do turismo de acordo com os conhecimentos adquiridos durante

a pesquisa, é a mais apropriada, quando pensada como forma de investimento

econômico para a região do semi-árido, pois ao contrário, por exemplo das indústrias

têxtil ou agrícola, não requer um consumo excessivo de água para a execurção do seu

produto, por isso é intitulada de “Industria Seca”.

Uma tipologia de turismo que vem sendo muito trabalhada atualmente é o

Turismo Sertanejo, cuja definição proposta por Seabra (2007, p31):

O turismo sertanejo é uma forma de lazer fundamentada na paisagem

natural, patrimônio cultural e desenvolvimento social das regiões

interioranas do Brasil. O seu caráter ecológico, social, cultural,

econômico e paisagístico, revela uma modalidade de turismo

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deferente, cativante e exótica. Ao mesmo tempo tem suas bases

estruturadas num projeto amplo de desenvolvimento regional com

inclusão social, que promove o lazer juntamente com a compreensão

do meio ambiental em suas múltiplas e complexas relações.

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1.2 MÉTODOS E TÉCNICAS

1.2.1 Metodologia e técnica utilizada

Para contemplar a proposta desse trabalho, procurou-se aliar a discussão teórica de

cunho geográfico, com a influência dos conhecimentos sobre o turismo que foram

adquiridos durante a pesquisa e seus efeitos na dinâmica espacial da área. Sabendo-se

que essa relação turismo-espaço é uma realidade em constante transformação.

Os primeiros passos para dar suporte à estruturação do trabalho e seus respectivos

resultados constituem-se primeiramente de pesquisas realizadas em acervos

bibliográficos e documentos oficiais. Feito isso, verificou-se in loco as características da

área a ser estudada para constatar ou não as informações obtidas durante o tempo em

“gabinete”.

Realizou-se, portanto uma visita prévia, com objetivo de avaliar no município de

Camalaú dentre as características locais, as possíveis potencialidades turísticas, bem

como os pontos de alojamento na cidade para a recepção do turista e os agentes locais

que se dispunham a acompanhar as atividades propostas para o estudo.

Posteriormente foram organizadas três excursões técnico-científicos com estudantes

do curso de geografia da UFPB e a equipe de especialista do Labema. Com base no

turismo sertanejo, foi observado o comportamento dos estudantes com a percepção do

ambiente e a realização na prática de técnicas e conceitos relacionados à geomorfologia,

biogeografia, antropogeografia e a geoeconomia.

Outra questão analisada através de entrevistas foi como os alojamentos iriam

receber e acolher o visitante, e já relacionando ao turista verificando como foi sua

impressão da recepção, das atividades propostas e dos lugares visitados.

Dentre as relações que propõem a fomentação do turismo e prospecção de atividades

científicas ressaltam-se encontros entre os Professores Paulo Rosa, Carlos Xavier,

ambos da UFPB com o atual gestor municipal, Sr Aristeu Chaves cujo objetivo foi

socializar as propostas relacionadas às pesquisas em temas diversos como também o

apoio logístico de algumas atividades.

Os trabalhos que foram realizados para a complementação dessa atividade, contou-

se com todo o apoio da prefeitura no que tange à disponibilização de veículos para que o

pessoal de pesquisas diversas possam se locomover ao campo sem o transtorno de ficar

sem condução. As negociações com o prefeito atual, Dr. Aristeu foram iniciadas com

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toda uma demanda de relações bem ajustadas e que envolveu pesquisadores e o prefeito

(Imagem 03).

Imagem 03 – Pesquisadores em reunião com o Prefeito de Camalaú, Aristeu Chaves Data: Setembro de 2007 Foto: Bertha Garcez

A coleta de dados com os cidadãos camalauenses ocorreu em duas etapas. A

primeira foi realizada por meio de entrevistas informais e semi-estrutura onde se

adquiriu informações da história, dos costumes do lugar e do estímulo ao turismo no

local. Destaca-se também a doação de imagens fotográficas e audiovisual por alguns

moradores do lugar, relacionadas a momentos festivos, a paisagem local e às

modificações inusitadas no ambiente durante o período de chuva na região.

O segundo momento ocorreu de forma inovadora através da criação de um site

de relacionamento virtual, o Orkut, que foi denominado de Camalaú Turismo (Imagem

04).

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Imagem 04: Orkut, Camalaú Turismo.

Fonte: Site Orkut

O site surgiu como uma proposta de disponibilizar imagens, divulgar o Turismo

Sertanejo e procurar mais informações sobre o lugar. O interesse do internauta foi

despertado e assim, para surpresa de todos, muitos camalauenses passaram a aderir a

essa proposta. Dentre estes tem os que se ausentaram da terra natal residindo em outras

áreas do país e do exterior. A partir dessa nova forma de pesquisa tive-se a oportunidade

de se fazer entrevistas virtuais com alguns deles relacionados à migração, saudades e o

que eles tinham a dizer sobre a cidade de Camalaú.

Outra proposta foi a produção de um vídeo de curta duração intitulado “Camalaú

– O Sabor do Tempo”, que também está disponível na internet no URL:

http://www.youtube.com/watch?v=YkBJcxiAP4Q, e demonstra a relação do turista com

o meio ambiente banhado pelo Bioma da Caatinga, onde se torna possível visualizar

uma das propostas para o Turismo Sertanejo.

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2.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.1.1 Turismo e as potencialidades para o Município de Camalaú

Com o que já foi exposto neste trabalho, admite-se que o turismo é uma

atividade socioespacial, que promove a integração dos indivíduos com o meio visitado.

Ele também se apresenta de forma diferenciada, ao falar-se de planejamento, pois cada

espaço geográfico principalmente aqui na região nordeste, precisa de um conceito

turístico para sua efetivação. Destacar-se-á, portanto para o melhor entendimento do

diagnóstico das potencialidades turísticas da região do município de Camalaú, a

proposta de Seabra (2007), que enfatiza o conceito de Turismo Sertanejo para as áreas

interioranas do nordeste, como citada anteriormente.

Para o Cariri, observam-se atrativos naturais e culturais que certamente servirão

de base para que transforme a região em um núcleo turístico, principalmente quando nos

reportamos ao município de Camalaú, que reuni e proporciona, atribuições nas

modalidades turísticas como lazer, aventura e pesquisa. Então, de acordo com as

tendências atuais do turismo e com base local, procurar-se-á privilegiar a natureza, as

expressões da cultura e, no caso específico do Caririzeiro, as ações coletivas e o

comércio justo (Quadro 04).

Quadro 03 - Propostas para um estudo de viabilização do turismo sertanejo no município de

Camalaú Fonte: Elabora pela autora a partir de Barbosa (2005) e Seabra (2007)

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De acordo com o quadro 04, para o início do levantamento e estudos

relacionados às propostas da introdução do turismo na região, se faz necessário a

sistematização dos atrativos turísticos correlacionados ao meio ambiente natural, aos

patrimônios históricos e arqueológicos, bem como as manifestações culturais que

ocorrem no lugar, pois é a partir dessa análise que se dará início a todo um projeto a ser

realizada na região estudada.

Feito isso vai se discutir o efeito multiplicador da atividade turística e sua

capacidade de distribuição de renda na economia do destino receptivo. Esse efeito

econômico ocorre pela introdução da moeda decorrente dos gastos feitos pelo turista

durante sua hospedagem ou visitação. Sendo assim, a circulação da moeda vai suscitar

efeitos diretos, indiretos e induzidos. Onde Vignat (2008, p.7), diz que:

Nesse contexto podemos identificar três efeitos positivos do

turismo na economia:

1º Ingresso Turístico direto: recebido pelas empresas turísticas

vinculada ao setor;

2º Ingresso Turístico Indireto: recebido por empregados e empresas dos

setores que diretamente abastecem a produção turística;

3º Ingresso Turístico induzido: recebido pelo restante dos setores da

economia que, mesmo sem abastecer diretamente o setor, se beneficia

por uma melhora geral da economia.

Na questão da demanda vai ser observado como a cidade está preparada para a

receptividade do visitante, onde essa capacidade estará ligada às ofertas de bens de

serviços e à infra-estrutura local que permitirá diagnosticar a quantidade que a mesma

está preparada para comportar o turista.

A preservação e conservação estarão relacionando a capacidade de envolvimento

da gestão local, dos moradores e do turista com a preocupação ambiental e a

conservação dos espaços históricos e arqueológicos para que não haja a deterioração ou

a perda desses ambientes, pois sem esses locais se perde o interesse de visitações

posteriores à cidade.

Já os bens e serviços, bem como a infra-estrutura, estarão ligados aos benefícios

econômicos e à melhoria dos serviços de acesso e infra-estrutura do município, tais

como serviços de comunicação, financeiros (redes bancárias), hotelaria, dentre outros

que estarão ligados diretamente com a cidade e os subsídios na região para que a

atividade turística ocorra com qualidade, visando a satisfação e bem estar do turista,

juntamente com os atrativos naturais, históricos e culturais, pois segundo Barbosa

(2005, p.109):

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Tal como são oferecidos pela natureza, os recursos naturais são

insuficientes para garantir a permanência dos viajantes cuja deslocação

origina. Torna-se, com efeito, necessária a construção de equipamentos

que, por um lado, permitam a deslocação (transportes, organização de

viagens, etc) e, por outro, assegurem aquela permanência (alojamentos,

restaurantes, etc). Sem estes equipamentos não existirá atividade

turística embora possa existir deslocações.

Com relação às ocupações produtivas e desenvolvimento participativo no lugar

remete-se às observações de Seabra ( 2007, p.35), onde ele aponta que:

É de fundamental importância o incentivo ao associativismo

para a estruturação e oferta de serviços e produtos destinados ao

turismo, como guias, peças de vestuário, artesanato e culinária regional.

Quando organizados em associações, os moradores dinamizam a

operacionalidade dos serviços facilitando a comercialização da

produção local.

Ainda para Seabra (2007), como importante fator de desenvolvimento, diante da

economia mundial, o planejamento do turismo deve adequar-se às escalas de nível local,

municipal, regional, nacional e global. O fator dessa adequação para a região

compreende-se na preocupação de minimizar os custos, valorizar a localidade e seus

atrativos turísticos, e também avaliar os benefícios econômicos, sem descaracterizar a

paisagem natural e nem a perda da identidade cultural do Sertanejo.

Entende-se que para viabilizar essa atividade econômica, precisa-se seguir e

sistematizar considerando a proposta de Seabra(2007) e Barbosa (2005), que além dos

atributos naturais e históricos, se faz necessário que o município disponha de uma infra-

estrutura mínima de condições para permanência do turista. No caso de Camalaú,

verificam-se a existência de atributos naturais e históricos, eventos tradicionais, bem

como uma infra-estrutura logística capaz de garantir a permanência do visitante de

forma confortável.

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2.1.2 Elementos atrativos no cenário natural e histórico

Os primeiros elementos a serem observado é a questão dos fatores naturais do

Bioma Caatinga no Cariri. No percurso ao município de Camalaú, a partir da Praça

Intitulada Meio do Mundo, pode ser observado às caracterizações desta região que

geograficamente isolada pela sua configuração pela distância da capital paraibana. Esta

estrada possui atribuições singulares onde a percepção paisagística e cultural dar-se

destaque a partir do acesso da BR 412 que percorre toda a região do Cariri, passando

por áreas de características semi-áridas e que também irão fazer parte da paisagem

turística até o município a ser estudado.

Então ao percorrer pelas cidades caririzeiras, com olhos hipnotizados, a imagem

vai criando novas formas de apreensão de acordo com observador ou visitante da região.

Essa imagem paisagística vai com o tempo quebrando barreiras e formando novas

compreensões sobre o ambiente natural e a cultural da região (Imagens 05, 06, 07, 08).

Imagem 05 – Periquitos. Data: Setembro de 2009 Fotografia: Maria Barros

Imagem 06 – Pica-Pau. Data: Dezembro de 2009 Fotografia: Maria Barros

Imagem 07 – Craibeira florida no Município

de Camalaú. Data: Dezembro de 2009 Fotografia: Maria Barros

Imagem 08 – Carroça de Boi Município de

Camalaú. Data: Dezembro de 2009 Fotografia: Maria Barros

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Mais adiante já na PB 224, que ainda é uma estrada de barro, seguindo para

Camalaú. A imagem latente da Caatinga retratada no período de estiagem está bem

visível na região e mesmo assim a riqueza e variedade de espécies estão presentes por

toda a parte que se vê (Imagem 09)

Observa-se também já na entrada da cidade o Açude Público Zé Tourinho. Lugar

onde está demonstrado que existe água e

muita água nesta região. Portanto o que

podemos constatar é que a grande

dificuldade está na forma que ela é

distribuída, portanto o turista não

precisa se preocupar a esse respeito, pois

na cidade de Camalaú a água é um

ponto positivo e também um atrativo em

potencial para o turismo (Imagem 10 e

11)

Imagem 09 – Imagem latente da Caatinga retratada no período de estiagem Data: Outubro de 2009 Fotografia: Conrad Rosa, Estrada da PB 224 que liga Sumé a Camalaú

Imagem 10 – Pesca artesanal no Açude de Zé

Tourinho em Camalaú Data: Dezembro 2009 Fotografia: Maria Barros

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2.1.2.1 Atrativos climatológicos e geomorfológicos

A Paraíba é bem conhecida pelos atrativos que estão no campo. Tanto em se

tratando do lugar com um clima semi-árido, ou seja, com chuvas irregulares, como

também pela flora da Caatinga ora arbustiva ora arbórea e pelos vestígios deixados

pelas populações que marcaram a historicidade antes da chegada dos europeus ao lugar.

O lugar tem sido um campo atrativo para estudos tanto no campo da

climatologia, da geomorfologia e da arqueologia.

Como o clima é rigoroso e irregular, faz-se necessário um conhecimento mais

aprimorado, pois aí a estrutura geológica do lugar é marcada pela presença de rochas

cristalinas de muitos milhões de anos. Os rios são intermitentes e na maior parte do ano

são rios de areia, pois nele só passam água nos períodos de precipitação.

O relevo apesar de estar no planalto da Borborema não é monótono, mais se

apresenta com certa rugosidade, abrigando uma flora abundante e diversificada. A

geomorfologia local é de interesse por conta de que a flora quando degradada pela ação

Imagem 11 – Por do sol no horizonte acima do açude Zé Tourinho Da: Setembro de 2009. Fotografia: Maria Barros

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inadvertida do antropismo, acaba por expor o solo e enfraquecê-lo permitindo uma ação

de erosão laminar ou vertical, sendo então um ótimo campo para estudos (Imagens 12 e

13).

Ainda dentro do campo da geomorfologia há fatos geográficos de relevância,

como a lagoa intermitente e endorréica que há na superfície planáltica. Essa lagoa,

dentro da área do assentamento encontra-se com pouca ação degradante, o que nos

permite conservá-la para estudos palinológico futuros, haja vista que é um lugar não

muito acessível. Essa lagoa não escoa a água que nela fica abrigada por época das

grandes precipitações. Assim essa lagoa passa a ser de importância para a vida silvestre

que abunda em seu entorno.

Imagens 12 e 13 – Ótimo campo para estudos Data: Janeiro/2008 Foto de Liése Carneiro

Imagem 14– Lagoas após a chuva Data: Janeiro/2008 Fotografia: Liése Carneiro

Imagem 15 – Lagoa com Leito Seco Data: Outubro/2008 Fotografia: Liése Carneiro

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1.2.1.2 Atrativos arqueológicos

Os municípios caririzero são fartos na questão de sítios arqueológicos, o que faz

com que pesquisadores sempre se dirigem ao lugar para um ou outro tipo de escavação.

No entanto o município de Camalaú é que mais tem se ferido a esse tipo de campo

atrativo, trazendo sempre ao lugar pesquisadores para fazerem uma ou outra prospecção

(Imagem 16 e 17)

Imagem 16 – Sitio Barra – Cemitério Data: Novembro de 2007 Acervo Paulo Rosa

Imagem 17 – Sítio Roça Nova – Pinturas

rupestres Data: Novembro de 2007 Acervo Paulo Rosa

1.2.1.3 Atrativos tradicionais

Nas formas de entretenimento na cidade, tem-se a demonstração popular de

atividades, que envolvem não só a população local mais também pessoas de outros

municípios. E dentre essas manifestações surge à singularidade desta população

hospitaleira e alegre, que cada vez mais atrai visitantes para essa região. Portanto, dentre

as atividades locais pode-se incluir um calendário com os eventos cíclicos anuais na

cidade (Quadro 05).

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Carnaval Padroeiro Festas Juninas

Que ocorre

geralmente no mês

de fevereiro

No dia 19 de março,

ocorre a festa de

emancipação política e

do Santo São José

Neste Período é comemorado

principalmente o Santo

Antonio

Quadro 05 – Eventos cíclicos anuais na cidade desta população hospitaleira

No mês de março ocorrem dois momentos comemorativos para a cidade, que são

a do Padroeiro São José e emancipação do município. Portanto neste ano de 2009 foi

comemorada a programação dos 112 anos de São José como também a fundação do

povoado, e os 45 de Emancipação. Neste período ocorrem eventos religiosos e

manifestações públicas da população local onde se destaca a programação religiosa, os

shows em praça pública e a tradicional Pega do Boi na manga (Caatinga) que é uma

atividade que deu origem a vaquejada e consiste em pegar o boi montado num cavalo

sem o uso de cordas pela vegetação da Caatinga.

C a m a l a ú

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Já no mês de junho são realizados os festejos juninos, na cidade destaca-e o

Santo Antonio como a mais comemorada, as festas tem um grande sabor cultural e a

importância para essa região interiorana ultrapassa as festividades natalinas. É que neste

período encontrar-se entre as festividades tradicionais a introdução do milho na

culinária, as danças e roupas tipicamente representadas nas quadrilhas, às casas com

enfeites juninos e as belezas dos fogos na rua, contando também com cantores da terra o

tradicional forró Pé-de-Serra, que passa a animar a festa.

Dentre os eventos regionais no município de Camalaú, temos os esporádicos que

podem ocorre em sítios ou fazendas próximos a cidade estes eventos são promovidos

semanalmente, como forma de diversão para a população camalauense e seus visinhos.

Como por exemplo, as vaquejadas, o laço do bode e os shows com os cantores da

região, bem como a Pega do boi na manga. Tanto a Pega do Boi, a vaquejada e o laço

do bode são eventos que resgatam a cultural do local como forma de entretenimento

esportivo, já as bandas em sua maioria cantam a vida do homem do campo ou do

vaqueiro de vaquejada.

Ultimamente na

região do Cariri destaca-se,

portanto o Laço do Bode

(Imagem 18) que foi criado a

pouco mais de um ano e que

envolve um grande numero

de participantes de forma

democrática, pois o custo não

é alto e todos podem

participar de forma bem

organizada.

Essa atividade é um

entretenimento que foi criado

para agregar o pessoal com muita habilidade no laço.

Imagem 18 – Festividade do Laço do Bode Novembro de 2009 Foto: Conrad Rosa

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Outro fato importante são as cavalgadas pela região do Cariri uma delas é

conhecida como Cavalgada da

Integração que sai da cidade de

Monteiro à Camalaú.

Nela ocorrem à apresentação de

violeiros, aboiadores e um trio de forró

e os cavaleiros participam de um

concurso de cavalos de passada

(Imagem 19).

Imagem 19 – Cavaleiro na cavalgada noturna

Fotografia: Autora

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2.1.3 Infra-estrutura Logística

A cidade de Camalaú e toda a extensão municipal não contêm uma população

significativa, a estimativa do IBGE para 2009 é de uma população de 5.959 indivíduos,

porém no quesito domicílios o resultado estabelecido foi o determinado pelo Censo de

2001(Imagem 20), no entanto como se pode presenciar de forma elementar e empírica

houve um acréscimo relativamente significativo na expansão urbana (porém sem dados

efetivos) (Imagem 21).

Imagem 20 – Imagem de Camalaú Data: 2007 Foto: Elvis

Imagem 21 – Expansão da cidade Data: 2007 Foto: Elvis

A pousada do Posto Camalauense do Gilberto (Imagens 22, 23, 24 e 25) é o

principal apoio para o pernoite, o custo no preço atual por pessoa é de R$12,00 nos

apartamentos com 02 Beliches, R$15,00 para o apartamento com duas camas e 01

ventilador e R$20,00 no apartamento com ar condicionado, cama de casal e 01

Banheiro, podendo hospedar até 28 pessoas. Há em todos os apartamentos banheiro

com água abundante (mas ainda não tem chuveiro elétrico).

Esse detalhe da água fria é oportuno anunciar, pois no inverno o tempo esfria e o

banho torna-se um problema para quem não tem esse hábito.

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Imagens 22 e 23 – A pousada no Posto Camalauense Fotografia: Autora

Imagens 24 e 25 – Apartamentos com camas individuais e banheiro Fotografia: Autora

Outra opção no município é o assentamento rural, conhecido como Novo

Mundo, bem próximo a cidade (a menos de 5 km), onde a casa sede da antiga fazenda

passou a servir de pousada, porém apesar da boa aparência, ainda está com pouca infra-

estrutura. Mesmo assim pode abrigar para uma dormida tranqüila e de forma

aconchegante até trinta e seis pessoas. Nesta pousada, são 08 quartos e cada um com 02

ou 03 beliches. Nessa pousada normalmente os contratos do pacote de serviços de

pernoite acrescido com refeições podem ser negociados pela administração local. Um

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problema sério e que ainda não foi muito bem resolvido pela administração local é a

questão da boa qualidade dos banheiros (Imagens 25, 26, 27 e 28)

A cidade conta com 02 restaurantes (com refeições no horário de almoço), com

comida boa, e que apesar de estar no coração do semi-árido e a criação mais comum do

lugar é o caprino e ovino, os estabelecimentos praticamente não oferece esses tipos de

carnes, a não ser que se contrate com o dono antecipadamente.

Para os trabalhos de campo e visitas na região a melhor forma de deslocamento a

serem realizados por pesquisadores e turistas são as Toyotas alongadas e que estas

podem ser contratadas na própria cidade. Estes veículos 4 x 4 levam até catorze pessoas,

incluindo o pessoal que vai no teto do carro, isso para que se possa ampliar bastantes

não só os trabalhos e a leva da carga de ferramentas para o campo, mais também o

conforto na locomoção no caso do turista.(Imagem 30e 31).

Imagens 26, 27, 28 e 29 – Pousada no assentamento rural Novo Mundo: Fotografias: Autora e Maria Barros

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Imagens 30 e 31 – Jipes Toyota que servem de transporte para pesquisadores irem a campo Acervo Paulo Rosa

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão que objetiva todo esse projeto monográfico é saber se a cidade de

Camalaú possui ou não atrativos turísticos. E conforme demonstrado na pesquisa, a

cidade tem sim potencias que iram consolidar essa atividade econômica. Dentre as suas

características têm-se os atrativos relacionados a atividades com grupos escolares ou de

ensino superior relacionados à compreensão do bioma Caatinga e as formação geológica

da região.

Outra atividade que ira atrair visitantes é os sítios arqueológicos, que já vem

sendo catalogados por pesquisadores na área da arqueologia. No tocante a parte cultural

a cidade recebe turistas das regiões vizinhas para interagir com os eventos locais, dentre

esses eventos observa-se a valorização e a inovação de atividades tipicamente local que

procura conservar a cultura, como por exemplo, a volta das Cavalgadas de longas

distâncias, a Pega do boi na manga e como inovação tem-se o laço do bode que em

pouco tempo já se espalhou pela região do Cariri.

Ressalta-se aqui, a população camalauense que tem o dom do acolhimento, e

isso também passa a ser um atrativo, pois faz com que o turista tenha boas lembranças e

deseje retorna a cidade.

Com relação à estada no local, a cidade tem capacidade para comportar em seus

pontos de pousos 64 visitantes, porém ressaltamos e indicamos a pousada do Posto

Camalauense que vem investindo e aperfeiçoando na questão da infra-estrutura para

melhor acolher o visitante. Mas para uma expansão futura de novos lugares

relacionados à estada do turista se faz oportuno o treinamento técnico na área do

turismo se vinculado a questão regional.

Ainda falando-se da questão de treinamentos técnicos, convém planejar cursos

profissionalizantes para atender as pessoas interessadas em trabalhar com turismo em

suas diversas áreas e também palestras que conscientizem a relação do turismo local

com o meio ambiente natural e criação de guardiões para trabalhar na recepção do

turista, que pode ser feito com os alunos que moram na cidade.

Não esquecendo que essa introdução turística como atividade econômica,

precisa de um planejamento que possa ter sustentabilidade e continuidade, e envolva

principalmente a população local para que não se desvirtue da dinâmica do Turismo

Sertanejo.

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Apêndice: A – Matéria: Camalaú respira cultura e tradições, vinculada ao Jornal O

Norte publicada no dia 4 de Novembro de 2009.