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ISSN 2317-661X Vol. 16 – Num. 03 – Dezembro 2018
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UM OLHAR CRÍTICO SOBRE AS MODIFICAÇÕES DA LITERATURA INFANTIL: UMA ANÁLISE DO CONTO “CHAPEUZINHO
VERMELHO”, CHARLES PERRAULT E DO FILME “DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO 2”
BARBOSA, Diana Gaudêncio1; CABRAL, Rita de Cássia Nunes2; SANTOS, Débora Borges dos3; SILVA, Rodrigo Alves da4; TERTULINO, Viviane Moreira de Sousa5
1 Graduanda do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail:
dianagaudencio @hotmail.com 2 Graduanda do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail:
[email protected] 3 Graduanda do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail:
[email protected] 4 Graduando do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail:
[email protected] 5 Graduanda do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail:
RESUMO: Com o passar do tempo, a literatura infantil ganhou, novas configurações conforme as transformações sociais históricas e culturais de uma sociedade. Hoje, graças aos avanços da tecnologia alguns dos contos clássicos foram transformados em filmes para a indústria cinemática. O trabalho tem como objetivo geral, analisar e compreender como ocorre a receptividade dos alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Severino Alves Campos, localizada em Barra de Santana, distante 168 km, capital do estado da Paraíba, em relação à versão tradicional do conto “Chapeuzinho Vermelho” e a sua atualização fílmica “Deu a louca na Chapeuzinho 2”. Para fins de análise, revisitou-se a fundamentação teórica está baseada nos estudos de Abramovich (1994) Bettelheim, (1978), Coelho (1987), Carvalho (1982) Soares (2006), dentre outros. A análise realizada apontou que tanto a versão tradicional do conto como a sua versão fílmica apresentam boa receptividade e inúmeras possibilidades de abordagem que podem ser trabalhadas pelo professor. Palavras-Chave: Literatura na sala de aula. Contos Clássicos. Filme.
RESUMEN: Con el paso del tiempo, la literatura infantil ganó, nuevas configuraciones conforme las transformaciones sociales históricas y culturales de una sociedad. Hoy, gracias a los avances de la tecnología algunos de los cuentos clásicos se transformaron en películas para la industria cinemática. El trabajo tiene como objetivo general, analizar y comprender cómo ocurre la receptividad de los alumnos del 1º y 2º año de la Enseñanza Fundamental de la Escuela Severino Alves Campos, ubicada en Barra de Santana, distante 168 km, capital del estado de Paraíba, en relación a la versión el tradicional del cuento "Caperucita Roja" y su actualización fílmica "De la loca en la Caperucita 2". Para fines de análisis, se revisó la fundamentación teórica está basada en los estudios de Abramovich (1994), Bettelheim, (1978), Coelho (1987), Carvalho (1982) Soares (2006), entre otros. El análisis realizado apuntó que tanto la versión tradicional del cuento como su versión fílmica presentan buena receptividad e innumerables posibilidades de abordaje que pueden ser trabajadas por el profesor. Palabras clave: Literatura en el aula. Cuentos Clásicos. Película.
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INTRODUÇÃO
Nem sempre a ideia de criança como um ser em desenvolvimento cognitivo,
emocional e psicológico existiu. Durante séculos, a criança era tratada como adulto pela
sociedade, recebendo atribuições de atividades e orientações com se já estivesse em total
discernimento e desenvolvimento.
A literatura para esse público também refletia em suas narrativas essa realidade sendo
comum encontrar além de valores e comportamentos esperados traços de violência e até
mesmo de erotização em suas histórias.
Conforme a concepção de criança foi se transformando, a literatura enquanto
manifestação cultural humana também recebeu novos contornos, novas configurações e hoje
com o avanços das tecnologias os Contos Clássicos da literatura infantil foram recriados e
transformados em renomados filmes da indústria cinemática.
Sabendo que a literatura acompanha as transformações, humanas, políticas, sociais e
culturais de uma sociedade, chegamos ao ponto de reflexão que direciona nossa pesquisa:
como as crianças de hoje recebem o conto de fadas tradicional e a sua respectiva atualização
fílmica moderna, evidenciando que tanto a literatura quanto o seu público passaram por
grandes transformações e adaptações.
Tendo como ponto de partida as modificações ocorridas na literatura infantil em
especial nos contos de fadas, em nossa pesquisa temos como objetivo geral analisar e
compreender como ocorre a receptividade dos educandos do primeiro e segundo ano do
ensino fundamental I da Escola Severino Alves Campos, localizada no Sítio Caboclos zona
rural do município Barra de Santana, há 164 km da capital do estado João Pessoa, em relação
a versão tradicional do conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho” e sua atual versão fílmica
“Deu a louca na chapeuzinho 2”. Como objetivos específicos pretendemos entender como os
educando compreendem as transformações ocorridas na versão fílmica, uma vez que esta é
bem distinta da história tradicional. Assim objetivamos analisar através da observação qual
das versões do conto fadas “Chapeuzinho Vermelho” pode ser trabalhada de forma mais
significativa e com melhor receptividade nas séries iniciais do ensino fundamental I.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho foi a pesquisa do
tipo bibliográfica e de natureza explicativa e o método foi o relato de experiência que se
realizou entre os dias 13 a 29 de novembro de 2017. Assim o trabalho em apreço
apresenta uma abordagem qualitativa que proporciona a reflexão e análise das teorias e
hipóteses levantadas. Para uma melhor compreensão em relação à pesquisa qualitativa
Triviños (1987) a define como:
A pesquisa qualitativa é conhecida também como "estudo de campo", "estudo qualitativo", "interacionismo simbólico", "perspectiva interna", "interpretativa", "etnometodologia", "ecológica", "descritiva", "observação participante", "entrevista qualitativa", "abordagem de estudo de caso", "pesquisa participante", "pesquisa fenomenológica", "pesquisa-ação", "pesquisa naturalista", "entrevista em profundidade", "pesquisa qualitativa e fenomenológica", e outras [...]. Sob esses nomes, em geral, não obstante, devemos estar alertas em relação, pelo menos, a dois aspectos. Alguns desses enfoques rejeitam total ou parcialmente o ponto de vista quantitativo na pesquisa educacional; e outros denunciam, claramente, os suportes teóricos sobre os quais elaboraram seus postulados interpretativos da realidade (TRIVIÑOS, 1987, p. 124).
A respeito da pesquisa qualitativa a socióloga Maria Cecília Minayo, explica que a
diferença entre qualitativo e quantitativo é de natureza, assim explica a pesquisadora que:
A diferença entre qualitativo-quantitativo é de natureza. Enquanto cientistas sociais que trabalham com estatística apreendem dos fenômenos apenas a região “visível, ecológica, morfológica e concreta”, a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não
captável em equações, médias e estatísticas (MINAYO, 2003, p. 22).
Quanto à natureza, a presente pesquisa é aplicada, pois tem como objetivos conceber
novos conhecimentos que possam ser praticados, assim como tem com finalidade solucionar
alguns problemas específicos, como exemplo com a presente pesquisa buscamos compreender
através da observação como os educandos da Escola Severino Alves Campos recepcionam o
texto do conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho” e sua atual versão fílmica “ Deu a louca na
Chapeuzinho 2”.Também é nosso intuito como analisar qual dessas versões poderá será
utilizada pelo professor nas séries iniciais do ensino fundamental I. Segundo as palavras de
Vergara (1998) concebe a Pesquisa Aplicada como:
Pesquisa Aplicada “é voltado à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica”. Na visão de Vergara (1998, p. 45). A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura,
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motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada sobretudo no nível da especulação (VERGARA 1998, p. 45).
Como procedimentos para embasamento teórico desta pesquisa foi utilizada a
pesquisa bibliográfica, porque:
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referência teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de reconhecer informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do
qual se procura a resposta (GERHAT 2009 apud FONSECA 2002, p.32).
Tendo como ponto de partida que nosso trabalho de pesquisa tem como objetivo
analisar e compreender o comportamento de um grupo de educandos é possível portanto
compreender a mesma como uma pesquisa-ação, assim como podemos observar nas palavras
de Fonseca (2002):
A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa (p. 34). O objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e não um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar independentemente do resto. Os dados recolhidos no decurso do trabalho não têm valor significativo em si, interessando enquanto elementos de um processo de mudança social. O investigador abandona o papel de observador em proveito de uma atitude participativa e de uma relação sujeito a sujeito com os outros parceiros. O pesquisador quando participa na ação traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato para a realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos que a integram. A reflexão sobre a prática implica em modificações no conhecimento do pesquisador (FONSECA. 2002, p. 35).
Desta forma classificamos o presente trabalho de pesquisa como uma pesquisa- ação
uma vez que realizamos uma pesquisa com um grupo de alunos e agora apresentaremos os
resultados da mesma.
1.2. LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Severino Alves Campos do
Sítio Caboclos do município de Barra de Santana (localizada à 164 km da capital o Estado
João Pessoa) em uma a escola situada na zona rural do município. Em relação à infraestrutura
do prédio escolar a mesma conta com 04 (quatro) salas de aulas, 04 (quatro) banheiros, 01
(uma) cantina e 01 (uma) sala reservada para objetos da escola. Em razão de não ter a
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secretaria escolar a mesma conta com a visitação frequente, da diretora, coordenadora,
supervisora e psicóloga. A escola oferta apenas o ensino das séries inicias do ensino
fundamental I e funciona unicamente no horário da manhã. Quanto ao quadro
de funcionários à escola possui 04 (quatro) professores, e 02 (duas) auxiliares de serviço
gerais, todos são oficialmente concursados. A escola em questão ao todo possui 04 (quatro)
turmas, totalizando um número de 58 (cinquenta e oito) alunos.
A presente pesquisa foi realizada em uma turma do primeiro e segundo ano do ensino
fundamental, composta de 16 (dezesseis) alunos e com a colaboração da professora Iracema
Barbosa de Barros, graduada em Pedagogia e especialização em Educação Infantil.
REFERENCIAL TEÓRICO
SOBRE A ORIGEM E CONCENPÇÃO DA LITERATURA INFANTIL
De início, nas sociedades ocidentais, a criança era vista como um adulto em miniatura
e, somente com as mudanças de caráter cultural, social, histórico é que a criança passou a ser
considerada um ser em desenvolvimento. Dessa forma, a literatura produzida para esse
público passou a ser denominada de literatura infantil. Segundo Célia Becker:
A origem da literatura infantil vincula-se às mudanças estruturais que ocorreram na sociedade nos séculos XVII e XVIII, momento em que instalou o modelo burguês de família unicelular provocando uma alteração na forma de se visualizar a infância e todos as instituições com ela relacionadas. Dessa forma, explica-se o papel de aliada que a escola e com ela a produção de textos dirigidos às crianças – passou a exercer para a consecução dos objetivos e valores ideológicos preconizados por essa onda de valores ideológicos preconizados por essa nova classe social emergente. (2001, p.35)
No Brasil, o contato com a literatura infantil foi influenciado por essa onda de valores,
sempre utilizando as obras literárias infantis como propagador de preceitos e normas
comportamentais.
A respeito da literatura infantil no Brasil, Monteiro Lobato foi um dos grandes
propulsores nessa área da literatura, apresentando em suas obras certas características que
aproximavam-se do público leitor, como o uso de uma linguagem mais infantil e a exploração
de aspectos do folclore brasileiro
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Atualmente, o primeiro contato com a literatura infantil normalmente ocorre no
contexto familiar por meio da contação de histórias orais que fazem parte do imaginário
coletivo cultural e social ou ainda por meio de leitura de textos literários escrito. Logo em
seguida, este contato se amplia na escola, quando a criança passa a ter contato com outras
histórias através do professor. Por isso, a importância essencial da função do professor em
mediar este contato, tendo a formação necessária para eleger uma obra que seja interessante,
que contribua de forma significativa para o aprendizado e ampliação de conhecimento de
mundo daquele público bem como se torne fonte de prazer e de conhecimento humano.
O termo literatura infantil facilmente utilizado pela sociedade atual e, em especial, por
aqueles que fazem parte do ramo da educação, teve sua origem no início do século XVIII, no
momento em que a criança deixava de ser vista como um adulto e passava a ser vista e
compreendida como um ser em formação que necessita adquirir saberes próprios para sua
idade assim como receber uma educação especial, a esse respeito Cunha (1987) enfatiza que:
A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta. (CUNHA, 1987, p. 19)
Assim compreendemos que o surgimento da literatura infantil e a concepção de
criança estão interligados e que por essa razão, faz-se necessário ressaltar que a mudança de
concepção de criança, assim como a conscientização, de que a mesma precisa receber uma
educação especial e ser escolarizada está diretamente relacionada às mudanças na forma de
organização da sociedade, segundo Kramer (1994)
[...] se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa, ela passa a ser alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura. Esse conceito de infância é, pois determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade (KRAMER, 1994, p. 19)
Em meio às modificações ocorridas na organização da sociedade assim como na
mudança de concepção criança e da conscientização, surge a literatura infantil a partir de
obras destinadas aos leitores adultos, assim como Zilberman (2005) esclarece:
No começo, a literatura infantil se alimenta de obras destinadas a outros fins: aos leitores adultos, gerando as adaptações; aos ouvintes das narrativas transmitidas oralmente, que se convertem nos contos para crianças; ou ao público de outros países, determinando, nesse caso, traduções para a língua portuguesa. (ZILBERMAN, 2005, p. 18).
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Como podemos observar a literatura infantil vem ganhando novas formas desde o seu
surgimento, uma vez que a mesma sofreu adaptações para então poder ser transmitida de
forma oral para a criança. E graças essas adaptações as narrativas orais foram convertidas em
contos para crianças. E assim a literatura infantil que teve suas origens em obras direcionadas
para os leitores adultos e que antes era vista como simples contos orais para a criança,
conquistou o público de outros países a passou a ser compreendida e vista como arte:
A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização. (CAGNETI, 1996. p.7).
É inaceitável outra definição para literatura a não ser arte, como á arte da palavra que
consegue tocar no coração e despertar no outro as mais diversas emoções uma vez que a
mesma é em muitos casos a recriação da realidade. Segundo Coutinho (1978) concebe o
conceito de literatura como:
A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada, através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferente dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social (COUTINHO, 1978. p. 09-10).
Diante da concepção de literatura apresentada por Coutinho (1978) é possível
compreender a literatura como à arte da palavra, e que por meio da língua e dos mais diversos
gêneros, o autor reinventa a realidade de acordo com a sua imaginação de artista. Entendemos
portanto que essa possibilidade de poder reinventar a realidade contribui de forma
significativa para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, uma vez que por meio da
literatura a criança poderá recriar a sua realidade, de acordo com a sua forma de ver o mundo.
A literatura infantil apesar de ser muito importante para a formação da criança, só teve suas
primeiras obras escritas e publicadas no século XVII, através do renomado escritor francês
Charles Perrault, conforme Carvalho (1982) explica:
A Literatura Infantil tem seu início através de Charles Perraut, clássico dos contos de fadas, no século XVII. Naturalmente, o consagrado escritor francês não poderia prever, em sua época que tais histórias, por sua natureza e estrutura, viessem constituir um novo estilo dentro da Literatura, e elegê-lo o criador da Literatura da Criança. (CARVALHO, 1982, p. 77).
O escritor e poeta Charles Perrautl, (1628 -1703) foi o pioneiro a escrever narrativas
voltadas para a criança, dando origem ao que conhecemos hoje por literatura infantil. As
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narrativas escritas pelo mesmo eram direcionadas para a criança e tinha como objetivos
transmitir valores morais, instruir a criança. Assim compreendemos que os contos e narrativas
produzidos por Perrault não tinha como propósito, apenas estimular o prazer na criança diante
da arte literária ou promover o gosto pela leitura, mas uma literatura que tinha objetivos que
agradar a uma classe a um público de leitores específicos. Os contos de Charles Perrault,
venceu as transformações da tecnologia e do tempo e ainda hoje é possível encontrarmos,
facilmente presentes na sociedade os contos clássicos escritos por Perrault, como exemplo do
riquíssimo acervo de contos escritos por este autor podemos citar: “O Pequeno Polegar”, “A
mamãe gansa”, “A bela adormecida no Bosque” e “O gato de botas”. Resende (2009, p.22)
em sua obra “Valores Cristãos nos contos de fadas”, afirma que Charles Perrault foi o
primeiro autor a apresentar “Chapeuzinho Vermelho”, um dos contos mais lidos e assistidos
pela sociedade atual.
Quando o assunto é literatura infantil fica impossível não citar os irmãos Grimm, os
dois irmãos alemães, que ingressaram para história como folcloristas e principalmente por sua
coletânea de contos infantis. Jacob Ludwing Carl Grimm (1785-1863) e seu irmão Wilhelm
Carl Grimm (1786-1859) nasceram em Hanau, na Alemanha. Assim como Charles Perrault os
contos dos irmãos Griim ultrapassou as barreiras do tempo e hoje fazem parte da coletânea do
clássicos infantil da sociedade atual. Podemos citar como obras dos Irmãos Grimm as
seguintes obras: “A Bela e a Fera”; “Branca de Neve”, “A Moça dos Gansos”, “Rapunzel”
entre outras obras.
O ENSINO DE LITERATURA INFANTIL NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I
O ensino de literatura infantil é grande importância para aprendizagem e
desenvolvimento da criança, a partir do momento em que o professor dedica um pouco do
tempo da sua aula para realizar a narração de contos, fábulas e poemas para os educandos, ele
não vai estar apenas proporcionado um momento de prazer para a criança, mas contribuindo
para o desenvolvimento emocional da criança:
A literatura é importante para o desenvolvimento da criatividade e do emocional infantil. Quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância como medos, sentimentos de inveja, de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinar infinitos assuntos que com o tempo terá maior significado para elas (MUNEVECK, 2010, p.24).
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Nesse sentido compreendemos que a literatura infantil exerce uma grande influência
no desenvolvimento da criança, uma vez que a mesma consegue adentrar em pontos de grande
importância como no emocional e na formação da identidade. Além promover o gosto pela
leitura, ajuda a criança a formar novos significados para a vida.
Com relação ao ensino de literatura Os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais)
documento oficial nacional que tem como objetivo orientar e regularizar o ensino nas escolas
brasileiras enfatizando algumas especificações em relação ao trabalho com o texto literário,
assim de acordo com os PCN:
É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às práticas cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas sob a rubrica geral de texto literário. A questão do ensino da literatura ou da leitura literária envolve, portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita. Com isso, é possível afastar uma série de equívocos que costumam estar presentes na escola em relação aos textos literários, ou seja, tratá-los como expedientes para servir ao ensino das boas maneiras, dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos gramaticais, das receitas desgastadas do “prazer do texto”, etc. (PCN, Língua Portuguesa, ensino fundamental, 1998. p. 29-30)
Ainda em relação à literatura os PCN, ressaltam que:
A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Se tomada como uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer que sua relação com o real é indireta. Ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e transgredido pelo plano do imaginário como uma instância concretamente formulada pela mediação dos signos verbais (ou mesmo não verbais conforme algumas manifestações da poesia contemporânea). (1998, p. 37)
Compreende-se assim que o ensino de literatura não deve ser realizado, almejando
alcançar unicamente objetivos referentes às questões gramaticais como normalmente
encontramos em livros didáticos trechos fragmentados de textos literários para responder a
questões gramaticais, fugindo assim do seu objetivo que é possibilitar que o leitor sinta prazer
com o texto literário e com a leitura. Em relação ao ensino da literatura e suas finalidades
escolares de acordo com Soares (2006), expõe que:
O que se quer deixar claro é que a literatura é sempre e inevitavelmente escolarizada, quando dela se apropria a escola; o que se pode é distinguir entre uma escolarização adequada da literatura - aquela que conduza mais eficazmente às práticas de leitura que ocorrem no contexto social e às atitudes e valores que se quer formar – e uma escolarização inadequada, errônea, prejudicial da literatura – aquela
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que antes afasta que aproxima de práticas sociais de leitura, aquela que desenvolve resistência ou aversão à leitura. (SOARES, 2006, p. 25).
Assim podemos compreender com a pesquisadora Soares (2006) que inevitável à
escolarização da literatura quando a escola dela se apropria, mas que é possível trabalhar com
essa escolarização de forma adequada, quando o professor a utiliza para práticas de leitura e
formação de valores. Entretanto, deixa claro que a escolarização inadequada pode trazer
consequências desagradáveis como resistência e aversão a leitura. Dessa forma é preciso que
o professor ao desenvolver o trabalho com a literatura infanto-juvenil na escola, desenvolva
um trabalho não apenas com objetivos, puramente linguísticos ou morais, mas que tenha seus
objetivos promover o prazer pela leitura, o despertar das emoções, a formação da identidade e
a interação entre os alunos.
Compreendemos ainda que a literatura infantil é de suma importância para a vida e
formação da criança, pois a leitura de textos literários permite ao leitor ou ouvinte realizar
leituras de mundo que difere de outros textos, por tratar de assuntos cotidianos de uma forma
não puramente real mais fazendo uma ponte do mundo real e imaginário da criança.
ABORDAGEM ACERCA DO GÊNERO LITERÁRIO CONTO
Atualmente, o conto literário conquistou o seu espaço no mundo da literatura, porém é
preciso ressaltar que o mesmo não era visto dessa maneira, sendo necessária uma grande
caminhada até chegar à importância que tem na atualidade. Assim de acordo com Carvalho
(1982, p.54) o conto é “a mais antiga forma de narração, em seu sentido mítico, natural, de
narrativa tradicional, de contar e de ouvir”.
Diante da consideração de Carvalho percebemos que para realizar uma pesquisa
relacionada à origem do gênero conto literário seria necessário um bom tempo de estudo, e
por isso deixou-se de lado a origem dos contos e partiu-se para o século XIX, século que
marca o desenvolvimento do conto como nos afirma Moisés (2006, P.30), que “Nas últimas
décadas do século XIX , com o advento do Realismo, o conto literário entrou a ser cultivado
amplamente, iniciando um processo de requintamento formal não cessou até os nossos dias”.
Ou seja, mesmo sendo uma das formas de narrativas mais antigas, o conto passou a ser
visto como uma literatura de forma artística e de considerado valor no século XIX.
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Já em consideração à definição de conto, Moisés (2006, p. 40), frisa que “O conto é
pois uma narrativa unívoca univalente: constitui uma unidade dramática, uma célula, visto a
gravitar ao redor de um só conflito, um só drama, uma só ação”.
Segundo pensamento de Soares (2007, p. 54) a respeito do conto literário explica que
“É a designação da forma narrativa de menor extensão e se diferencia do romance de novela
não só pelo tamanho, mas por características estruturais próprias”.
Ainda em relação à concepção de conto literário Fernandez (2012) contribui definindo
- o de forma clara e objetiva:
O conto é um gênero literário, baseado ou não em fatos reais, protagonizado por um grupo reduzido de personagens [...] O conto caracteriza-se por apresentar uma estrutura relativamente simples (introdução, desenvolvimento ou clímax e desenlace ou desfecho). (p.189).
Dessa maneira é possível compreendermos que o conto literário pode ser baseado ou
não de fatos reais, além disso, as suas narrativas apresentam um estrutura simples, curta, que
aborda na maioria vezes um só conflito e um só drama, tendo em seu desfecho um pequeno
grupo de personagens.
Segundo Carvalho (1982, p.55), “O conto é a recriação fundamental na formação da
criança. A linguagem escrita nasce falada, nela se abebera. Toda a aprendizagem apoia-se na
conversação ou na narração, e o conto é a sua expressão mais atraente”. Ou seja, o conto
literário embora sendo uma narrativa curta centrada em apenas uma ação sem
grandes complicações, chama atenção de leitores de todas as idades, sejam estes
popular, folclórico, fantástico.
A literatura atualmente conta com diversos contos de fadas como, a Rapunzel, Branca
de Neve, Cinderela, a Bela Adormecida entre outros, contos de fadas que, há milhares de
anos, fazem parte da literatura popular, de início eram contados de forma oral e mais tarde
passaram a serem escritos.
É importante ressaltar que os contos de fadas celta foram originados pela sociedade
celta, como afirma Coelho (1987, p,13) “os contos de fadas são de origem celta e surgiram
como poemas que revelavam amores estranhos, fatais, eternos.” A autora informa que
respeito do surgimento das fadas na literatura céltico-bretã “[...] o nascimento da literatura
céltico-bretã: os lais, romances, ou novelas de cavalaria, nas quais as fadas teriam surgido
pela primeira vez como personagens (Coelho 1987, p. 43).
Os contos de fadas tiveram os seus primeiros registros escritos no século XVIII, graças
ao trabalho do francês Charles Perrault, que selecionou e organizou os contos de fadas em um
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livro. É interessante frisar que os contos selecionados por Charles Perrault, são narrativas
contadas oralmente por contadores populares e que Perrault, após ouvi-las, realizava a
algumas modificações e então as contava para corte francesa.
Segundo palavras de Coelho (1987, p.11)
Trata se de contos de fadas e de conto Maravilhoso, formas de narrativa maravilhosa surgidas de fontes bem distintas, dando expressão a problemáticas bem diferentes, mas que, pelo fato de pertencer ao mundo do maravilhoso, acabaram identificadas entre si como formas iguais.
Os contos de fadas são por tanto narrativas que pertencem ao mundo maravilhoso no
qual as coisas surreais podem acontecer como, tapete voar, sapo virar príncipe, animais
falarem, fadas e bruxas com poderes mágicos e o melhor as lindas estórias de princesas e
príncipes estimulam a fantasia e prendem a atenção da criança e desperta a imaginação
contribuindo assim com o desenvolvimento intelectual da criança.
Para que uma história realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações: Resumindo, deve de uma vez só vez relacionar-se com todos os aspectos de sua personalidade, e isso sem nunca menosprezar a criança, buscando dar inteiro crédito a seus predicamentos e, simultaneamente, promovendo a confiança nela mesma e no seu futuro.
(BETTELHEIM, 1978, p. 13).
Um ponto importante que deve ser citado em relação ao conto de fadas é que o
mesmo além de divertir a criança e contribui para o desenvolvimento da personalidade,
desenvolve o intelecto da criança:
Enquanto diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à
vida da criança. (BETTELHEIM, 2004, p. 20).
É importante ressaltar ainda que o conto de fadas diferencia-se de outras formas de
literatura, pois além de contribuir para a formação da identidade promove a formação de
valores que desenvolve o caráter da criança de acordo com Bettelheim (2002),
Os contos de fadas, a diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para descoberta de sua identidade e comunicação e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter. Os
contos de fadas declaram uma vida compensadora e boa está ao alcance da pessoa
apesar da adversidade, mas apenas se não se intimidar com as lutas do destino, sem as quais nunca se adquire a verdadeira identidade. Estas estórias prometem à criança que, se ela ousar se engajar nesta busca atemorizante, os
poderes benevolentes virão a sua ajuda, e ela o conseguirá. As estórias
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também advertem que os muitos temerosos e de mente medíocre, que não se
arrisca, mas e encontrar, devem se estabelecer numa existência monótonas e um
destino ainda pior não recair sobre eles. (BETTELHEIM, 2002 p. 23).
Ainda em relação à contribuição das narrativas dos contos fadas na formação da
personalidade da criança, Bettelheim (1978) explica que o conteúdo das estórias embora
algumas sejam semelhantes aos fatos cotidianos, não refere-se à realidade do mundo exterior,
mas trata- se de narrativas que refletem problemas ligadas ao interior do indivíduo:
Os contos de fadas, apesar de apresentarem fatos do cotidiano às vezes de forma bem realista, não se referem claramente ao mundo exterior, e seu conteúdo poucas vezes se assemelha com a vida de seus ouvintes. Sua natureza realista fala aos
processos interiores do indivíduo (BETTELHEIM, 1978, p. 18)
Podemos, portanto, compreender que as narrativas de contos de fadas através de suas
narrativas fantasiosas com alguns detalhes semelhantes aos fatos reais, consegue realizar
processos internos na mente da criança. De acordo com as palavras de Abramovich (1994):
Os contos de fadas mantêm uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filho), que
desequilibra a tranquilidade inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas, anões, duendes, gigantes etc.). A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitem à
criança a ideia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia,
sendo necessário assumir o real, no momento certo. (1994, p. 120).
Como podemos observar os contos de fadas não são apenas estórias bobas que têm por
finalidade distrair a criança. Mas um gênero literário de grande valor, que faz uso de
problemas do cotidiano como: pobreza, bondade, maldade, amor e fantasia para orientar os
indivíduos uma maneira de reagir diante as mais diversas situações da vida.
BREVES CONSIDERAÇÕES DAS OBRAS EM ANÁLISE
A presente pesquisa se propôs a observar como as crianças da Escola Severino Alves
Campos recepcionam e reagem diante da versão tradicional do conto Chapeuzinho Vermelho
e da sua atual versão “Deu a louca na Chapeuzinho 2” sendo portanto pertinente que neste
ponto fazer um breve resumo das obras.
O conto de Chapeuzinho Vermelho narra que a mãe de Chapeuzinho pedi a sua filha
que vá levar doces para a sua vovó, sabendo que era preciso atravessar a floresta para ir à casa
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da vovó a mãe ordeno – lhe: Chapeuzinho não vá pelo caminho do lago é muito perigoso.
Chapeuzinho responde: Está bem mamãe. Chapeuzinho então vai para casa da vovó cantando
e caminhando muito feliz pela floresta. “Pela estrada a fora eu vou bem sozinha levando esses
doces para minha vovozinha ela mora longe e o caminho é deserto e o lobo mau está aqui por
perto!”. Até que chega um trecho do caminho em que deverá escolher para que lado seguir, e
por ser mais perto escolheu ir pelo caminho do lago, o qual a mãe havia orientado que não
deveria ir. No meio do caminho encontra o lobo mau que pergunta a menina para onde ela
está indo, a menina responde que vai à casa da vovozinha levar uns doces, pois a mesma está
doente. O lobo perguntou a menina onde fica a casa da vovozinha a menina informa que é por
trás da floresta. A menina seguiu seu caminho para a casa da avó, enquanto isso o lobo correu
para a casa da vovozinha mais rápido que a Chapeuzinho, chegando a lá engoliu a velhinha e
se disfarçou de vovó, colocando a camisola, seus óculos e deitando - se na cama para esperar
a Chapeuzinho. Quando a Chapeuzinho chega, bate na porta e fala: Vovó sou eu,
Chapeuzinho! O lobo disfarçado responde: Pode entrar minha netinha! Chapeuzinho entra,
entrega a cesta para o lobo disfarçado de vovó. A menina então e começa a falar: mas vovó
que olhos grandes você tem! É para te ver melhor querida! Responde o lobo. Que braços
grandes você tem... - E para te abraçar melhor - Que boca grande você tem. - E para te comer
melhor! Nesse momento o Lobo corre atrás da Chapeuzinho para come-la, assim como fez
com a vovó, mas quando ele ia alcançar a menina chega um caçador que a defende do lobo e
tira a vovó da barriga. Tendo a história um final feliz com a vovó e a Chapeuzinho lanchando.
A versão fílmica moderna atual do conto Chapeuzinho Vermelho é o filme “Deu a
louca na Chapeuzinho 2” (Hoodwinked Too! Hood vs Evil), do diretor: Miek Disa, o mesmo
foi produzido nos Estados Unidos em 2010 e lançado no Brasil em 2011. “Deu a Louca na
Chapeuzinho 2”, traz em sua narrativa uma Chapeuzinho Vermelho de personalidade forte já
na adolescência e que está em treinamento um templo de Kung Fu, para aprender receitas
secretas e a melhor forma de entregar as cestas de doce. Chapeuzinho Vermelho trabalha para
a agência Felizes para Sempre, um tipo de agência secreta que resolve problemas no mundo
dos contos de fadas. Ela foi enviada para um treinamento junto com as Irmãs de Capuz,
deixando o Lobo Mau, a Vovozinha e o esquilo sozinhos nas missões. Enquanto está no
treinamento, uma bruxa desconhecida sequestra os irmãos João e Maria, e a Vovozinha na
tentativa de ajudá-los acaba sendo presa pela bruxa. Chapeuzinho retorna para encontrar a
vovó e as crianças João e Maria. Com o desenrolar da estória é descoberto que a bruxa que
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sequestrou a vovó é Veruska uma ex-colega da Vovozinha e que a mesma quer a receita
secreta que é um tipo de receita de trufa de chocolate capaz de dar a qualquer pessoa que a
consumi-la a capacidade de se tornar invencível. Para descobrir onde está a vovó,
Chapeuzinho e Lobo mau se unem, pois os dois trabalham na agência Felizes para Sempre. A
Chapeuzinho junto como o Lobo tem como missão resgatar a Vovozinha, à frente desta
missão, os dois passaram por grandes problemas com o desenrolar da narrativa eles
descobrem que João e Maria não são crianças inocentes, ao contrário foram eles que
mandaram sequestrar a vovó para conseguir a receita secreta. Eles conseguem com a vovó
faça para eles a trufa poderosa, eles comem a trufa crescem muito até acabar explodindo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisar e compreender como ocorre a receptividade dos alunos do 1º e 2º da escola
Severino Alves Campos, em relação a versão tradicional do conto Chapeuzinho Vermelho e a
versão apresentada no filme “Deu louca na Chapeuzinho 2” é um dos objetivos da presente
pesquisa. Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se algumas visitas na escola em
questão. Antes do nosso primeiro contato com as crianças, conversou-se com os responsáveis
legais da Instituição de ensino já mencionada e com a professora responsável Iracema
Barbosa de Barros, explicou-se quais os objetivos do presente trabalho e finalmente foi
realizada a primeira visita na escola Severino Alves Campos no dia 13 de novembro de 2017
no horário das 07:00 h às 11:00 h da manhã, nesse primeiro encontro com a turma os
pesquisadores foram apresentados aos alunos e de imediato através de uma conversa informal
iniciou-se o levantamento dos dados. E assim questionou-se algumas perguntas a respeito do
gênero textual literário conto de fadas: O que você compreende como conto de fada; qual o
nome dos contos de fadas que as crianças conheciam; qual o conto de fadas preferido; E estes
contos conhecidos estão apresentados em forma escrita (livros) ou através de filmes. E
conforme era realizados os questionamentos os alunos informavam quais o seus contos
prediletos e as versões fílmicas dos mesmos, conhecidos pelos educandos. E desta forma
realizou-se as anotações de todas as informações que os pesquisadores precisavam naquele
momento e para finalizar a visita realizou-se a leitura do Conto clássico “Branca de Neve e os
sete anões”.
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A segunda visita ocorreu no dia 20 de novembro no horário das 07h:00min. às
11h:00min. da manhã, os pesquisadores organizaram a sala de aula de acordo com a temática
que seria trabalhada. E por esse motivo no birô da professora (Figura 1) foi adicionado alguns
objetos que remetiam ao conto “Chapeuzinho Vermelho” com a finalidade de despertar a
imaginação dos alunos para a aula que iria ser ministrada naquele momento.
Figura 1- Birô da professora com objetos que remetem ao conto “Chapeuzinho Vermelho” Fonte: Própria(2017)
Ao entrarem em sala de aula, os olhares das crianças logo se voltava para o birô da
professora, com os livros, imagens, cestinha de doces, objetos e imagens que só em olhar os
alunos já os relacionavam ao conto da “Chapeuzinho Vermelho”, essa estratégia didática
utilizada pelos pesquisadores despertou a curiosidade dos educandos, (Figura 2).
Figura 2- alunas com olhar concentrado e direcionado para o birô da sala. Fonte: Própria (201 7)
Após a acolhida dos alunos iniciou-se a aula com a leitura deleite “a fábula a menina
do leite”, logo após a leitura a reflexão da mesma, e de imediato sem perda tempo, iniciou-se
uma conversa dirigida com os alunos a respeito do conto “Chapeuzinho Vermelho”, e assim
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apresentou-se a capa do livro, informado qual a autoria do mesmo, e em seguida realizou-se a
leitura do conto “Chapeuzinho vermelho”, logo após a leitura e discussão do conto, foi
exibido um vídeo com a versão do conto chapeuzinho vermelho (Figura 3).
Figura 3- alunos assistindo o vídeo do conto “Chapeuzinho Vermelho” Fonte: Própria (2017)
Logo após assistirem o vídeo, improvisou-se a dramatização do conto com as
participação das crianças e a ajuda dos pesquisadores (Figura 4).
Figura 4 – alunas representando a personagem chapeuzinho e mãe da mesma. Fonte: Própria (2017)
Nesse momento foi possível observar e compreender como a literatura infantil pode
incentivar a criatividade da criança, assim como explica Cagneti (2006 ) que a Literatura
infantil é um fenômeno de criatividade e que por vez representa o mundo e o homem através
das palavras e que une os sonhos, a vida prática, o imaginário e o real. Um exemplo do
estímulo da criatividade aconteceu no momento em que realizou-se dramatização do conto
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“Chapeuzinho Vermelho”, pois mesmo, não dispondo de fantasias e dos demais objetos
necessários para realizar a dramatização, as crianças de forma criativa utilizaram uma toalha
de banho como capuz para a personagem chapeuzinho, a vassoura da escola e o casaco de
frio, que seria usado como avental para compor a personagem da mãe da chapeuzinho. O
ósculos do pesquisador Rodrigo para a personagem Vovozinha e por fim o rodo para ser a
espingarda do caçador, a cestinha de doces era o único adereço que as crianças possuíam
naquele momento. Entretanto a partir da magia e do encanto que a literatura desperta da
crianças eles conseguiram realizar de forma brilhante e divertida dramatização do conto com a
colaboração dos pesquisadores.
Segundo Cagneti (2006) A literatura infantil é um fenômeno de criatividade e que
permite através do uso da palavra relacionar a o imaginário e o real. Essa associação do
imaginário ao real constatou-se, no momento em que foi narrado que o caçador abriu a barriga
do lobo e de tirou a vovó ainda viva. Assim as crianças questionavam como era possível sair
um ser humano vivo da barriga de um animal.
De acordo com as palavras de Bettelheim (2004) o conto de fada diverte e contribui
para o crescimento da existência da criança de tantos modos que outro livro não consegue
fazer, em razão dos mesmos apresentarem uma grande quantidade de contribuições à criança.
No momento em que realizou-se a leitura do conto “Chapeuzinho Vermelho”, observou-se
que o conto de fadas consegue exerce um fascínio tão forte na criança a ponto da mesma
história prender atenção do aluno, apesar dos mesmos já conhecê-la, (Figura 5).
Figura 5- leitura do conto “Chapeuzinho Vermelho” Fonte: Própria (2017)
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Um ponto importante em relação as contribuições da leitura dos contos de fadas para a
criança é em relação a formação da identidade e desenvolvimento da comunicação da criança
como enfatiza Bettelheim ( 2002), isso porque a criança quando ler ou escuta um narrativa de
conto de fadas ela fica tão empolgada que quer dar sua opinião, quer expor o que sabe da
história, comprovando assim que o mesmo contribui para a comunicação assim como explica
Carvalho (1982, p.55), O conto é a recriação fundamental na formação da criança tendo como
ponto de partida que a linguagem escrita tem origem na linguagem oral. O conto de fadas
apresenta ser de grande importância na formação da identidade da criança isso porque embora
trate de assuntos do cotidiano de forma realista, o mesmo não aborda claramente no mundo
real exterior da criança, mas de uma forma que se assemelha a vida da criança, um exemplo
que podemos citar no conto é o momento em que a chapeuzinho desobedece a mãe e acaba se
dando mal, com esse conto a criança consegue entender que o fato da menina ter ficado em
situação difícil foi por causa à desobediência, e assim relaciona o fato da narrativa a sua vida
real que não deve desobedecer à mamãe.
No segundo momento da aula que no horário das 09:00, explicou-se a turma que o
conto chapeuzinho vermelho assim como os demais contos, com o passar do tempo passaram
por algumas modificações e adaptações, ganhando novos personagens e que alguns contos
estão disponíveis na versão de filmes, sendo que algumas versões conservam a história
tradicional e outras possuem uma narrativa completamente diferente da original porém,
mantendo os personagens principais, e para que eles compreendam melhor essas adaptações,
nesse segundo momento da aula eles assistiriam o filme: “Deu a louca na chapeuzinho 2”
(Figura 6).
Foto 6: momento em que os alunos assistiram o filme “Deu a louca na chapeuzinho 2”
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Nesse momento em que os alunos estavam assistindo o filme os pesquisadores
estavam atentos a observar o comportamento das crianças, o que eles expressavam em relação
a nova versão fílmica. Observou-se que os alunos ficaram surpresos como o filme, por
apresentar um enredo completamente diferente da versão tradicional que eles já conheciam. E
principalmente por seus personagens não possuir as características de identidade, como o
exemplo o personagem Lobo do filme “Deu a louca na Chapeuzinho 2”, embora mantenha o
nome de identificação lobo, não possui a característica maldosa que identifica o lobo mal do
conto tradicional. Da mesma forma a personagem Vovozinha essa é apresentada como uma
senhora independente, forte que trabalha para uma agência secreta, totalmente diferente da
vovozinha doente e solitária da versão de Perrault. As crianças conseguiram fazer a relação
entre as duas versões e assim observaram que a Chapeuzinho do filme não é aquela menina
inocente que desobedeceu a mãe e por isso ficou em perigo. Mas uma Chapeuzinho corajosa,
que luta Kung fu e que enfrenta os perigos mesmo sendo frustrada em algumas tentativas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente estudo foi possível observar e analisar o comportamento dos
estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I da Escola Severino Alves Campos, em
relação ao ensino de literatura infantil através do conto Chapeuzinho Vermelho e do filme
“Deu a louca na Chapeuzinho2”
Os pesquisadores para trabalharam a literatura infantil com as crianças através da
leitura do conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho” e depois apresentou as crianças uma nova
versão do conto na modalidade de filme. Durante as aulas observou-se que é possível
trabalhar com as duas versões com as crianças, pois ficou perceptível que as duas estórias
conseguiu prender a atenção das mesmas.
Trabalhar com os contos de fadas em uma sociedade conectada as redes sociais, não é
retrógrado e sim necessário para a formação social e pessoal da criança, de acordo com
Bettelheim (2004, 2, p. 20) o conto de fadas contribui para a formação da personalidade da
criança, assim como apresenta significados que enriquece a vida da criança.
Vive-se na atualidade um momento em que a sociedade e a família têm passado por
uma crise de valores, e no meio desta crise está a Instituição Escola com a missão não de
apenas alfabetizar e letras pessoas, mas educar e formar pessoas. Assim os pesquisadores do
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presente, trabalho defende que utilizar a literatura infantil e em especial os contos de fadas é
de grande importância para a formação da identidade e aprendizagem da criança.
Observou-se durante a pesquisa bibliográfica do presente trabalho que com o decorrer
do tempo, em razão das mudanças ocorridas na sociedade os autores de literatura, voltaram-se
a escrever narrativas que fosse adequadas para a criança de cada época, produzindo narrativas
cheias de fantasia e emoção, mas adaptadas ao novo contexto histórico e social da criança.
Além disso foi possível compreender o quanto a literatura infantil é riquíssima para o
desenvolvimento da criança e que o fato de ser específica para a criança não a faz de menor
importância no mundo literário.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente queremos agradecer a Deus que iluminou o nosso caminho durante esta
trajetória acadêmica, pois compreendemos e acreditamos que foi Deus que nos deu forças e coragem para enfrentar os desafios e enfim realizar o sonho de sermos pedagogos.
A nossos pais que sempre foram exemplo de força, amor, honestidade, coragem e uma perseverança tão grande, que diante da mesma não seria possível desistir jamais diante dos obstáculos encontrados.
A nossa professora orientadora, Ana Carolina Souza da Silva Aragão, obrigado por contribuir com seus conhecimentos e ensinamentos para a elaboração do presente trabalho.
A todos os nossos professores que durante esses três anos contribuíram com os seus conhecimentos para nossa formação profissional.
Aos colegas de classe, pelos momentos de amizade e apoio necessário, pelas palavras de incentivo e pelas demonstrações de carinho.
Obrigada a todos aqueles que acreditaram que chegaríamos ao fim, conquistando essa vitória tão desejada e esperada, numa batalha incansável pelo nosso sucesso.
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