Um lajeiro, várias águas:muitas vidas.

A Comunidade Lage Grande está locali-zada a 05 km da sede do Município de Juru – PB, às margens da rodovia PB 306 sentido Juru/Tavares, com uma população atual de 400 pessoas, aproximadamente, distribuídas em 70 famílias. A comunidade pertence aos Municípios de Tavares e Juru, com relevo formado por montanhas de grandes rochas. A comunidade se utiliza de um recurso natural singular: um lajeiro com área de 14.000m², e 750m de altitude que dá à comuni-dade uma lagoa toda em rocha bruta. Ao longo do tempo os membros da comunidade fizeram algumas melhorias: um paredão de pedras com cimento que faz o esbarramento da água e uma lavanderia comu-nitária. Em situações regulares de chuvas a lagoa sangra e sua água cai em um barreiro de açude que serve de abastecimento animal e pequenas plantações irrigadas. “Atualmente nós usamos a lagoa para o abastecimento humano, no uso doméstico das 70 famílias. Já a água de beber usamos das cisternas do P1MC”.

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Juru | Tavares

Falou o agente de saúde da Comunidade. E acrescentou: “É importante informar que rara-mente esta lagoa fica totalmente vazia, exceto em grandes períodos de estiagem.” De outro ângulo do lajeiro encontramos o plantio de hortaliças do Sr. José Pereira da Silva e D. Maria Luciene Vital da Silva. O casal que tem sete filhos, mora na comunidade há 30 anos e há 20 anos cultiva hortaliças em sua propriedade.

A Comunidade Lage Grande está localizada a 05 km da sede do Município de Juru – PB, às margens da rodovia PB 306 sentido Juru/Tavares, com uma população atual de 400

A propriedade possui dois reservatórios de água: um tanque de pedra e um barreiro de açude. A captação da água se dar por enxurrada do lajeiro, para o tanque e da estrada, para o barreiro. A família construiu ainda uma cisterna de 16 mil litros para uso humano. “Esses reser-vatórios foram construídos com recursos da nossa renda, aqui” disse o produtor. Seu José quer melhorar os recursos hídricos com uma cisterna do P1+2 para garantir a plantação em períodos de longas estiagens. A família cultiva pimentão, alface, coen-tro, cebolinha, couve e pimentinha e comer-cializa nas feiras livres de Tavares e Princesa Isabel - PB. Durante todo a ano a família abas-tece essas feiras. “Hoje, só tem uma filha com a gente, mas criei meus filhos todos trabal-hando aqui no plantio e no trabalho das feiras,” disse Dona Luciene. A produção é totalmente orgânica. O casal cuida com esmero do cultivo sem fazer uso de defensivos químicos para o controle de pragas e usa como adubagem o esterco de gado, depois de todo um preparo feito por ele mesmo. Seu José e Dona Luciene disseram

ainda que conseguem uma renda mensal de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) por mês. “A gente vive disso aqui!” disse Seu José. Já o Sr. Antônio Pereira Lima e sua famí-lia tem experiência semelhante no uso de tanque de pedra, atrás de sua casa. Seu Antônio nos dá o seguinte depoi-mento: “Nossa família é composta por 5 mem-bros sendo que atualmente residem na proprie-dade 3 pessoas. Em nosso quintal produzimos algumas fruteiras, hortaliças e plantas medici-nais. Mas, só para o consumo de casa, não com-ercializamos”, relatou o produtor. Na propriedade são utilizados dois tanques de pedras com capacidade de 100mil litros e uma cisterna do P1MC com 16mil litros de água. Dos tanques de pedras retira-se a água para abastecer as necessidades da casa, reaproveitando-a para irrigar as plantações. “Utilizamos um buraco que serve de esbarra-mento de entulhos, areia e outros materiais, sendo depositado no interior do tanque somente água e fazemos a manutenção e limpeza do mesmo sempre que chove e nas plantações utilizamos adubo natural. O nosso objetivo é a melhoria da qualidade de vida con-sumindo frutas sem agrotóxicos produzidas organicamente, além de melhorar a renda da família através da produção de frutas diversas que em períodos diferenciados colhemos.” con-cluiu.

Produtopreparado paracomercializaçãoproduzido porJosé Pereirae Luciene.

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