Um Estudo dos Provérbios e Seus Significados Textuais

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Universidade Braz Cubas Um Estudo dos Provérbios e Seus Significados Textuais. Mogi das Cruzes 2002

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Trabalho solicitado ao 2o semestre do curso de Letras da UBC como requisito à disciplina de Língua Latina B.Professor: Marco Antônio de O. Silva.

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Universidade Braz Cubas

Um Estudo dos Provérbios e Seus Significados

Textuais.

Mogi das Cruzes

2002

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Universidade Braz Cubas

Cibele Aparecida 163.369 2o ON Letras

Geisa Nery 163.381

Joyce Gomes 163.388

Um Estudo dos Provérbios e Seus Significados

Textuais.

Trabalho solicitado ao 2o semestre do curso de Letras da UBC como requisito à disciplina de Língua Latina B. Professor: Marco Antônio de O. Silva.

Mogi das Cruzes

2002

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SUMÁRIO

OBJETIVOS .......................................................................................................................................................... 4 Gerais: ................................................................................................................................................................ 4 Específicos: ......................................................................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 5 CAPÍTULO 1 - Um Estudo dos Provérbios ........................................................................................................ 6 CAPÍTULO 2 - Significados Textuais dos Provérbios ....................................................................................... 9 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 28 ANEXOS .............................................................................................................................................................. 29

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OBJETIVOS

Gerais:

Adquirir conhecimento e contribuir com o estudo dos provérbios e seus significados

textuais.

Específicos:

Identificar os provérbios que contribuem com o seu estudo e seus significados

textuais.

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INTRODUÇÃO

O provérbio possui uma utilização voltada e inteirada aos costumes e hábitos dos

indivíduos e grupos sociais. A sua história ultrapassa o limite da língua nacional. Percebe-se,

no provérbio, que segue a herança de outras línguas, culturas e civilizações. Nota-se que ele

contribui com o processo político do patriarcado, em que os antigos legislavam, comandavam,

fixavam as regras de comportamento da sociedade.

Seu ciclo é duradouro, vindo a ser permanente. Incorpora-se a linguagem habitual,

continuando como estoque de discrição, para que possa ser utilizado de acordo com o padrão

da situação. Suas características principais são: prolixidade oral, ou seja, pelo equipamento

lingüístico falado, construção simples, direta, objetiva, estrutura de significados bem

ressaltados e valorosos.

Incorporam-se ao provérbio: adágio, anexim, rifão, prolóquio, parêmia, sentença,

máxima, axioma, estribilho, aforismo, apotegma, refrão e bordão. Há pequenas diferenças

entre uma referência e outra, mas em geral, são todos semelhantes ao provérbio.

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CAPÍTULO 1 - Um Estudo dos Provérbios

Segundo Cohen (1991) o termo provérbio vem do latim “proverbium” que significa

“uma palavra pronunciada em público”. Outros termos correspondentes em grego dessa

palavra são: “gnome” e “paremia”.

A etimologia grega “gnome” é um aforismo mental ou provérbio que era utilizado

para educar os jovens. Esta palavra descreve também os homenzinhos que povoavam o fundo

da terra que atuavam como guardiões das minas e tesouros. Pela citação de sua origem

compreendemos que os provérbios possuem uma fartura enterrada na forma de conhecimento

antigo, sendo um meio de proteger e esconder o enigma manifestado pelos provérbios. E o

significado de “paremia” nada mais é do que “expressão comum”.

Cohen (1991) salienta, em seu livro “Provérbios e o Inconsciente”, o autor do livro “A

história da língua e da literatura”, CEJADOR (TOMO I, P. 60) utilizando uma citação muito

interessante desse autor sobre refrões que pode se estender aos provérbios:

“Nem o único fim dos refrões é o ensinamento, nem é fazer uma obra bela. Nos refrões, como em toda obra popular, se misturam tão profundamente, o fundo e a forma, que formam um todo, inconsciente, nascido do povo. Assim pertencem tanto à filosofia como à literatura. Se em sua forma não houvesse brotado o belo modo de expressar um pensamento, não teria ocorrido o refrão, pois se repete cabalmente e escorre como o pensamento que encontrou a sua expressão bem entalhada. Uma expressão por bela que pareça, não escorre como um refrão se não entranha um pensamento digno de ser conservado para um aproveitamento comum. Como os pensamentos desta ordem abarcam todas as disciplinas e a vida inteira, assim o campo das idéias, de onde brotam os refrões é imenso e abrange toda linhagem de doutrinas, igualmente na forma artística, seja quanto ao estilo e figura retórica da expressão, seja quanto ao metro e o ritmo, a variedade é infinita e não nasce cada refrão variado de determinado molde, ainda que sempre as faz ouvir a maneira de verso, de um metro ou outro, que não foi pensado anteriormente e com uma expressão, metáfora ou comparação que parece servir-lhe como uma lua. Somente quando o fundo, a forma e os sons se ajustam perfeitamente entre si e que ninguém consegue melhorá-lo, é tido como um refrão e propagando-se tem assegurado a sua imortalidade. Somente de tempos em tempos e com certa distância, pode remoçar alguma palavra nele, quando já a velha está em desuso e se torna obscura”.

Obelkevich (1996) diz que, realmente é difícil obter a definição para o provérbio.

Apesar de ser encontrado em sua forma escrita, os provérbios são, originalmente, um gênero

oral, sendo, muitas vezes, sagazes e astutos, pois, apresentam uma enorme extensão de

processos retóricos e poéticos no espaço de sua extensão. Muitas vezes, encontram-se vários

recursos utilizados, criando uma repercussão no sentido, são eles: a metáfora, o ritmo, a

aliteração, a assonância, as construções binárias entre outros. O provérbio, por ser compacto e

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fácil de ser memorizado, serve como meio de comunicação de conhecimento moral e prático,

como os preceitos profissionais etc.

A definição do provérbio está em sua forma externa, sendo ao mesmo tempo, moral e

didática: eles servem como conselhos para determinada situação que a pessoa está

vivenciando, então seria como uma estratégia para determinada posição.

Por ser escrito de maneira indireta e em terceira pessoa, dá-se a entender que é

generalizado à todas as pessoas, por isso, outra característica que lhe foi atribuída é a sua

impessoalidade. Ao ser pronunciado, o provérbio, costuma ser marcado por uma fórmula

introdutória (“Como dizem...”), ou senão por uma mudança na voz do falante, pois suas

palavras são da comunidade ou do senso comum.

Nota-se no decorrer da história dos provérbios que houve mudanças em seus próprios

ditos e também nas pessoas que os têm utilizados.

Por ser considerado um dos gêneros folclóricos mais antigos e, da mesma forma, bem

distribuído geograficamente, eles sempre foram utilizados por indivíduos de todos os grupos e

todas as classes sociais. Ele se originou no campo, ou seja, os provérbios refletiam as

necessidades e realidades dos camponeses e, portanto, houve a construção de vários ditos,

consequentemente se distribuía de acordo com o evento na agricultura e na vida. Mas não

foram somente utilizados pelos camponeses, mais tarde percebeu-se uma similaridade com as

expressões populares usadas pelas classes operárias na cidade. Mesmo o repertório sendo um

pouco escasso, a transição do dito entre o campo e a cidade não trouxe recompensa, tornando-

o, assim, habitual em ambos os locais.

Os provérbios podem ser utilizados em qualquer estado de ânimo; representam um

registro polivalente e multifuncional, e essas características ajudam a atravessar a fronteira

normal da linguagem, dando-lhe uma vida própria.

Por ser de sentido multifuncional e polivalente, as respostas não são tão simples

quanto se parece ser; muitas vezes depende do aspecto histórico – social, transformando-o

numa espécie de ilusão. Há a possibilidade de encontrar provérbios incoerentes e

contraditórios entre si. Se há algo em comum, talvez esteja oculto - sua anonímia,

impessoalidade, recurso a tradição etc.; contudo, o texto traz em si um subtexto que possui em

seu meio um novo conteúdo. Mas, o que atrai no provérbio não é a sua definição clara, e sim,

a aparente; e, é isto que desperta a curiosidade dos usuários e historiadores e, também, é aí

que está o problema.

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O valor de um provérbio não depende apenas do que é dito em si, depende também da

situação que é utilizado; o problema é que as nossas fontes dizem muito pouco a respeito das

situações que eles foram aplicados. Sem termos os contextos dos provérbios ficam uma parte

de seu real significado perdido. Além disso, as metáforas que se encontram em alguns ditos os

tornam ambíguos e de difícil compreensão; e as formas variantes podem discordar da forma

essencial em seu significado.

Não obstante de sua coerência, os provérbios não são estáticos, pois, não poderiam ser

assim devido a constante renovação dos próprios ditados. Muito foi herdado desde a

Antigüidade como também renovado. Provavelmente no início do período moderno houve um

acréscimo de novos provérbios: havia sete mil na seleção alemã de Sebastian Franck, feita em

1541; cerca de doze mil no dicionário moderno de provérbios e expressões inglesas de Tilley

no século XVI e XVII e, em duas coleções alemãs do século XVII, mais de vinte mil em cada

uma delas. A partir desse momento, o surgimento de novos provérbios foi entrando em

declínio e a maioria se inutilizou e, hoje em dia, são pouco conhecidos. Atualmente, utiliza-se,

aproximadamente, apenas um milhão de provérbios.

Apesar dessa queda, houve novos ditados e eles trouxeram novos significados e novas

formas de produzir significados. Se bem que pouco estudadas, as transformações do formato

do provérbio – as metáforas, ritmos e construções – há complicações tanto para a história da

linguagem quanto à história dos intelectuais. E ainda sendo bem documentado, o seu conteúdo

se transformou de acordo com os períodos.

Os provérbios e seus significados possuem uma história constantemente explicadas

porém de maneira lenta. A história de seus usuários é mais surpreendente pois possui um

ápice – o abandono dos provérbios pela classe educada – e um resultado: a luta pelo

significado no qual eles vieram a ser uma fonte de divisão e conflito.

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CAPÍTULO 2 - Significados Textuais dos Provérbios

1. God helps those who help them-selves - Deus ajuda aos que ajudam a si mesmos

No sentido de que nada podem esperar os indivíduos que invocam a proteção divina e ficam

de braços cruzados. É preciso que eles sejam os primeiros a se esforçarem para terem a ajuda

pedida.

2. Gold will not buy everything – O dinheiro não compra tudo. No sentido de que as melhores coisas da vida, a afeição da família, a satisfação íntima, não

tem valor venal.

3. Good words are worth much and cost little - Boas palavras valem muito e custam

pouco.

No sentido de que devemos falar com bondade com as outras pessoas ou a respeito delas,

evitando intolerância e a maledicência, com as quais não se pode ganhar simpatias amizades.

4. Grasp all, lose all – Quem tudo quer, tudo perde (ou Quem agarra tudo, perde tudo).

É um provérbio que lembra, ainda, o nosso: Quem muito abarca, pouco aperta.

5. Haste is of the devil – A pressa é (coisa) do Diabo.

No sentido de que conduz ao erro e as realizações imperfeitas. É sempre mais aconselhável

fazer as coisas devagar e de maneira correta. Corresponde ao nosso dito: quem faz mal e com

pressa, faz duas vezes.

6. Fly on the coach wheel – Mosca na roda da carruagem.

Pessoa insignificante , que se julga uma grande personalidade. A alusão vem de uma antiga

fábula, narrada, entre outros, por La Fountaine.

7. Fortune knocks once at everyone’s door - A fortuna bate uma vez à porta de cada

pessoa.

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No sentido de que, na vida de cada indivíduo, surge pelo menos uma boa oportunidade, que

não deve ser desprezada.

8. Friend in need is a friend indeed – Um amigo na hora da necessidade é realmente um

amigo.

Corresponde à nossa locução: Os amigos conhecem-se é nas ocasiões, ou É na necessidade

que se conhecem os amigos.

9. Friendship should not be all one side – A amizade não deve ser unilateral.

No sentido de que quem recebe finezas, ou benefícios está na obrigação de retribuí-los, de

algum modo, na medida de suas possibilidades. Usa-se dar o nome de one - sided friendship

(amizade de um lado só) quando um dos amigos somente dá enquanto o outro somente

recebe.

10. Give a fool enough rope and he will hang himself – Dai a um tolo bastante corda e ele

enforcará a si mesmo.

No sentido de que um tolo, quando lhe dão oportunidades, comete as maiores imprudências e

logo se arruína. Lembra este provérbio a nossa expressão: Dar corda.

11. Give him an inch and he will take a yard – Deêm-lhe uma polegada e ele quererá

uma jarda.

Diz-se das pessoas que nunca estão satisfeitas com as ajudas ou favores concedidos e estão

sempre pedindo mais. Corresponde ao nosso dito: Dá-se-lhe um pé e quer logo a mão. Cabe a

citação do provérbio no caso de uma pessoa que, tendo sido convidada para o chá, não se

retira antes de ter jantado, embora sem ter tido convite para tanto.

12. Go against wind and tide – Ir contra o vento e a maré.

Remar contra a maré ou nadar contra a corrente.

13. A bad penny always turns up – Uma moeda falsa sempre acaba voltando às mãos de

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quem a passou.

É um velho provérbio inglês, empregado porém, no sentido de que um indivíduo imprestável

que deixa a sua terra natal acaba a ela voltando.

14. Absence makes the heart grow fonder – A ausência aumenta o bem querer.

No sentido de que o afeto por um amigo ou pessoa amada cresce com a ausência, talvez

porque só o lado bom das criaturas seja lembrado.

16. Acid test – Teste do ácido.

No mesmo sentido em que empregamos a expressão: Prova de fogo. Esse teste é o teste com

água forte, a que é submetido o ouro para a verificação de sua pureza. O presidente dos EUA

Wodrow Wilson empregou a expressão num discurso proferido em 1918, ao referir-se às

nações aliadas: The acid test of their good – will (O teste ácido de suas boas intenções).

17. A fool and his money are soon parted – Um tolo e o seu dinheiro cedo se separam.

Ou porque o tolo o gasta inconsideradamente, ou porque os sabidos encontram meios de

despoja-lo dele. Este provérbio é uma advertência no sentido de que as pessoas defendam e

conservem seu dinheiro, até poderem fazer bom uso dele.

18. A good begining is half of the battle – Um bom começo é metade da batalha

Corresponde ao nosso dito: Um bom começo é meio caminho andado. Expressão aproximada:

Well begun is half done (Bem começar é fazer a metade).

19. A living dog is better than a dead Lion – Um cachorro vivo é melhor que um leão

morto (ou - Antes vira-lata vivo do que leão morto).

No sentido de que é melhor viver, ainda infeliz, ou em situação humilde, de que morrer na

grandeza. Corresponde à moralidade da conhecida fábula, de que La Fountaine escreveu uma

das versões: Antes vagabundo vivo que imperador enterrado.

20. All is fish tha comes to net – Tudo que cai na rede é peixe.

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É um provérbio exatamente idêntico, na língua inglesa como na portuguesa.

21. All is lost that is put in riven dish – Perde-se tudo quando se põe num prato furado

(ou partido).

No sentido de que não adianta tentar salvar os falidos ou insolventes. É a adaptação inglesa da

sentença latina: Pertusum quicquid infunditur in delium perit.

22. All truth is not always to be told – Nem todas as verdades devem ser ditas.

Não é necessário dizer-se a um amigo quais são seus defeitos, nem é preciso que cada pessoa

confesse em público seus erros e loucuras. A verdade pode ser dispensada, sobretudo quando

poderia se transformar em grosseria ou motivo de vexame para os outros.

23. An eye for an eye and a tooth for a tooth – Um olho por um olho e um dente por um

dente,

É a maneira de enunciar, em inglês, a pena de talião. Em nosso idioma dispensamos os artigos

dizendo: Olho por olho, dente por dente.

24. A rose by any other name would smell as sweet – Qualquer que fosse o seu nome, a

rosa teria o mesmo cheiro.

Expressão proverbial que sustenta não terem os nomes nenhuma importância, mas as pessoas,

por seu caráter, ou as coisas, por sua qualidade. É uma citação de Shakespeare e está no texto

“Romeu e Julieta”.

25. As you sow so will you reap – Aquilo que você plantou você colhe, ou Cada um colhe

o que plantou.

É um provérbio registrado por escritores ingleses do século XVIII. Tem também esta forma

popular: As you sow, shall you reap.

26. Bad things never come singly – Coisas ruins nunca vêm sozinhas.

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No mesmo sentido em que dizemos: Uma desgraça nunca vem sozinha.

27. Barking dogs seldom bite – Cães que ladram raramente mordem.

A forma deste provérbio, na língua inglesa, é mais prudente do que a nossa. Esta afirma, de

modo absoluto: cão que ladra não morde. No sentido de que as pessoas que, num momento de

exaltação, mais esbravejam e fazem terríveis ameaças, raramente as executam. Se em fazê-las,

descarregam uma parte de suas iras e depois se acalmam. Outra locução inglesa corrente diz:

His bark is worse than his bite (Os seus latidos são piores que as suas dentadas).

28. Bark up the wrong tree – Ladrar na árvore errada (quando o ladrão subiu na outra).

Diz-se de quem comete um engano de pessoa, ou responsabiliza por ato de outrem alguém

que nada teve a ver com o assunto. No sentido com que dizemos: Tocar as bolas ou Bolar as

trocas.

29. Beauty and folly are often companions – Beleza e loucura muitas vezes andam juntas

(ou em companhia).

No sentido de que as lindas moças e belas mulheres pelo fato de receberem muitas atenções e

louvores, procedem mais leviamente que as demais.

30. Beauty is but skin-deep – A verdadeira beleza é a beleza interior (a que está no fundo

das pessoas).

O provérbio quer significar que as aparências não são tudo e que o caráter importa mais que

um semblante agradável.

31. Behande and glove with someone – Ser como mão e luva com alguém.

Corresponde com a nossa expressão: Ser como unha e carne com alguém.

32. Be sure before you marry of a house where in to tarry – Antes de casar, veja bem se

tem casa em que morar.

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No sentido de que os recém – casados devem ter o seu próprio lar, em vez de viver com a

família de um dos cônjuges. É o que, por sua vez, proclama o nosso velho rifão: Quem casa,

quer casa.

33. Better be alone than in ill company – Antes só do que mal acompanhado.

Não é necessário explicar este provérbio, com livre trânsito em nosso idioma.

34. Better later than never – Antes tarde do que nunca.

É melhor chegar atrasado do que nunca chegar. Do mesmo modo que é melhor arrepender

tarde do que nunca.

35. Better lose the saddle than the horse – É melhor perder a sela que o cavalo.

No sentido de que é melhor sacrificar uma coisa de melhor valor do que, por obstinação,

sofrer uma perda muito maior. Em Portugal, existe este provérbio: Antes se perca a lã do que

a ovelha. E, ainda, com o mesmo sentido, circula em nosso idioma esta sentença: Vão-se os

anéis, mas ficam os dedos. O que ilustra bem este dito, do ponto de vista prático, é o caso de

capitães de navio que às vezes deitam cargas ao mar para salvar barcos em perigo.

36. Beware of no man more than thy-self – Não desconfies de ninguém mais do que de ti

mesmo.

No sentido de que nenhuma pessoa deve confiar demasiadamente em suas próprias

habilidades, ou pensar que só os outros tem falhas ou defeitos. O provérbio nos ensina que

todos nós temos as nossas fraquezas, portanto, também podemos incidir em erros.

37. Bird in hand – Pássaro na mão.

Coisa certa e segura, que já se possui, em oposição a alguma coisa de aquisição problemática.

O provérbio de que deriva esta expressão diz: A bird in hand is worth two in the bush (Um

pássaro na mão vale por dois no mato). É a forma inglesa de um provérbio internacional que

circula em nosso idioma com esta forma: Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

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38. Clear as mud – Claro como lama.

No sentido incerto, indistinto, ambíguo, equívoco.

39. Cloudy mornings turn to clean evenings – De manhãs nubladas podem resultar

noites claras ou limpas, sem nuvens).

No sentido de que não se deve se desesperar em face de uma dificuldade ocasional.

40. Come to the end of one´s ropes – Estar na ponta da corda.

No sentido de ter esgotado todos os recursos. Usa-se na mesma acepção em que usamos a

frase: Estar com a corda no pescoço.

41. Constant dripping bores the stone – O gotejar constante fura a pedra.

Corresponde ao nosso refrão: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

42. Cowards die many times before their deaths – Os covardes morrem muitas vezes

antes de morrer.

No sentido de que eles experimentam repetidamente, o medo de morrer, ao passo que os

bravos, os corajosos, só temem a morte quando realmente estão morrendo, e por vezes nem

mesmo nessa ocasião.

43. Crocodile tears – Lágrimas de crocodilo.

Manifestação de pesar ou de solidariedade insincera. Shakespeare já usava a expressão, na

tragédia de Othelo.

44. Cry over the spilt milk – Chorar sobre o leite derramado.

É o mesmo que chorar a morte da bezerra, ou que lamentar um acontecimento irremediável.

It´s no use to cry over the spilt milk (Não adianta chorar sobre o leite derramado, ou chorar o

leite derramado)

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45. Do as I say, not I do – Faça o que digo, não o que faço.

No sentido de que um bom conselho não deve ser desprezado, mesmo quando não tem a

recomendá-lo a força de um bom exemplo.

46. Do it now – Faça agora o que tens a fazer.

No sentido de que não se deve adiar as coisas que podem ser executadas imediatamente. É o

mesmo conselho de nosso provérbio: Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.

47. The early bird catches the worm – Pássaro que madruga apanha insetos.

Os insetos e vermes da terra que surgem à noite e geralmente desaparecem ao amanhecer.

Mas os pássaros madrugadores os surpreendem e tem, assim, o alimento assegurado. O

provérbio mostra que os que chegam cedo a um lugar tem grande vantagem sobre os que

aparecem tardiamente. Corresponde ao nosso provérbio: Deus ajuda a quem cedo madrugada.

48. Everything comes to him who waits – Tudo vem ao encontro daquele que sabe

esperar.

No sentido de que as pessoas que tudo disputam precipitadamente acabam por se tornar

importunas, ao passo que as pessoas competentes e discretas acabam sendo chamadas a

assumir altas responsabilidades, ainda que não usem de interesse ou façam tramas.

49. Example is better than precept – Os exemplos valem mais (ou são melhores) que

conselhos (ou os preceitos, as regras, as máximas morais).

No sentido de que as pessoas se deixam influenciar mais pelos bons exemplos, pelas condutas

retilíneas, do que por simples sermões.

50. Face the music – Enfrentar a música.

No mesmo sentido em que dizemos: Dançar conforme a música. Isto é, aceitar as coisas tal

como são, ou de sofrer as conseqüências de seus atos.. Ex: Charles lost all his money, then got

into debt, and now must face the music. (Charles perdeu todo o dinheiro, depois endividou-se

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e agora tem que dançar conforme a música).

51. Falses friends are worse than bitter enemies - Amigos falsos são piores que inimigos

rancorosos.

Funda-se o provérbio no fato de que dos nossos inimigos só esperamos o mal e por isso

estamos, sempre prevenidos contra eles, ao passo que os falsos amigos nos iludem e nos

colhem de surpresa. Bitter, embora signifique amargo, também tem o sentindo de cruel,

virulento, severo.

52. Fine feathers make fine birds – A bela plumagem faz as aves belas (ou torna as aves

belas).

O provérbio tomado ao pé da letra seria um verdadeiro truísmo, pois seria impossível admitir

a beleza de uma ave do Paraíso, ou qualquer outra, depenada. O seu sentido é o de que as

lindas roupas, os tecidos finos, é que dão distinção às mulheres. Do mesmo modo que um

homem mal vestido não seria considerado um cavalheiro, as pessoas de baixa categoria,

metidas em boas roupas, são facilmente tomadas pelo que não são.

53. First impressions are most lasting – As primeiras impressões são as mais

duradouras.

Corresponde ao nosso dito: A primeira impressão é a que fica.

54. Fish in troubled waters – Pescar em águas turvas.

Diz-se das pessoas que procuram tirar proveito das desavenças alheias ou dos períodos de

intranqüilidade ou agitação social. A forma proverbial diz: It’s good fishing in troubled waters

(É bom pescar em águas turvas).

55. Flies are esier caught with honey than with vinegar – As moscas são mais facilmente

apanhadas com mel que com vinagre.

No sentido de que é menos difícil convencer um freguês relutante ou qualquer outra pessoa

com palavras doces, em vez de que com palavras azedas. Em língua portuguesa existe o

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mesmo provérbio, mas se diz apenas: Não é com vinagre que se apanham as moscas.

56. He that fears death lives not – Quem teme a morte não vive.

No sentido de que não vivem verdadeiramente os que não se arriscam, por medo de perder a

vida.

57. He that goes a-borrowing goes a-sorrowing – Quem sai à pechincha acaba por se

lamentar.

Este rifão adverte que as pessoas que, à primeira dificuldade, saem a pedir dinheiro ou outras

coisas emprestadas, no fim poderão sofrer vexames e tristezas por não terem com que pagar.

58. He that is born to be hanged will never be drowned – Quem nasceu para ser

enforcado nunca perecerá afogado.

Este provérbio fatalista acredita que ninguém foge ao seu destino que está de antemão escrito

ou traçado.

59. He that is down need fear no fall – Quem está em baixo (ou no chão) não tem medo

de sair (ou não precisa ter medo de cair).

Na verdade, só temem as quedas os que estão altamente colocados, muitas vezes, em posições

superiores aos seus próprios méritos.

60. His bark in worse than his bite – Seu latido é pior que sua dentada.

Diz-se dos indivíduos que resmungam ameaças mas raramente as executam.

61. Haste makes waske - Pressa dá em desperdício.

Corresponde a nossa locução: Quem corre, cansa. E ainda, à frase feita: A pressa é inimiga da

perfeição.

62. If wisher were horses, beggars would ride – Se desejos fossem cavalos os mendigos

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estariam montados.

No sentido de que não adianta aspirar coisas impossíveis, fora do nosso alcance ou dos nossos

recursos.

63. Actions speak louder than words – Ações falam mais alto que palavras.

No sentido de que uma pessoa se impõe mais pelo que faz do que pelo que diz. Corresponde

ao nosso dito: Fato e não palavras, o qual por sua vez, uma tradução da frase latina: Res, non

verba.

64. A drowing man will catch at a straw – Um homem que se afoga (ou em risco de

afogar-se) agarra-se a uma palha.

Em circunstâncias graves, em desespero de causa, todos nós agarramos a qualquer coisa,

como se na verdade se tratasse de uma tábua de salvação.

65. A fool may sometimes give a wise men consel – Um tolo pode às vezes dar conselhos a

um sábio.

Isto porque pode ter algum conhecimento sobre certas particularidades de uma profissão que

escapem ao sábio e este, sendo sensato, está pronto a ouvi-las.

66. After a storm comes a calm - Depois da tempestade em a calmaria ou bonança.

No sentido de que nem o tempo, nem as pessoas, sofrem perturbações prolongadas. As

grandes cóleras como as tempestades também se acalmam.

67. A good conscience is a soft pillow – Uma boa consciência é um travesseiro macio.

Este provérbio proclama que as pessoas honestas nada têm a temer, podendo dormir com a

maior tranqüilidade, desde que nenhum peso lhes oprime a consciência.

68. A house divided against itself cannot stand – Uma casa dividida contra si mesmo não

se pode manter de pé.

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A expressão é de origem bíblica e se tornou proverbial. Casa (house) é empregado no sentido

de família (family). Quer dizer: se o marido e mulher, filhos ou demais parentes, não se

unirem num esforço comum em benefícios de seu lar, o resultado será a infelicidade geral.

69. All is fair in love and war – Tudo é lícito no amor e na guerra.

Os rivais pode lançar mão de todos os truques, perfídias, e recursos, para conquistar a sua

eleita, do mesmo modo que os exércitos empregam espiões e fazem ataques desleais,

investindo de surpresa contra os adversários. Mas numa coisa como na outra, nem tudo é

lícito. Para os homens, há um código de honra e, para as mulheres noções aos direitos das

gentes.

70. All lay load in a willing horse – Todos põem carga nas costas de um cavalo manso

(ou um cavalo bem intencionado).

No sentido de que quando as pessoas são conformadas ou tolerantes todos estão dispostos a

abusar delas, nas repartições, em serviços domésticos, etc. os preguiçosos, os indolentes,

encontram sempre um meio de lhes transferir uma parte de suas obrigações. Corresponde ao

nosso provérbio: Besta de carga, cangalhas ao lombo.

71. A man is known by his friends – Um homem é conhecido pelos amigos que possui (ou

julgado pelas companhias em que anda)

No mesmo sentido, diz o provérbio da língua portuguesa: Dizei-me com quem andas, dir-te-ei

quem és. Provérbio inglês aproximado: Birds of a feather flock together.

72. A rouged coat may cover a honest man – Um casaco rasgado pode vestir um homem

honesto.

Expressão proverbial que aconselha a não julgarmos os indivíduos pela sua aparência.

73. As the two is bent, so grows the tree – Galho plantado torto assim crescerá a árvore.

Corresponde ao nosso dito: Pau que nasce torto nunca se endireita.

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74. If the cap fits, wear it – Se a carapuça lhe assenta, pode enfiá-la.

No sentido de que, se as críticas feitas por alguém, se aplicam a determinada pessoa, ela não

deve fazer-se de desentendida, ou excluir-se. Ao contrário, deve toma-las para si mesmo e

procurar modificar sua conduta.

75. If the montain will not go to Muhammed, than Muhammed must go to the montain –

Se a montanha não vai até Maomé, então Maomé deve ir á montanha.

No sentido de que, se alguém, ou alguma coisa, a que aspiramos, não vem ao nosso encontro,

devemos nos esforçar para ir ao seu. A locução é internacional, inspirada num dito que se

atribui ao profeta muçulmano.

76. If wishes were horses, beggars would ride – Se desejos fossem cavalos os mendigos

estariam montados.

No sentido de que, não adianta aspirar coisas impossíveis, fora do nosso alcance ou dos

nossos recursos.

77. If you cannot bite never show yourt theet – Quem não pode morder não deve

mostrar os dentes.

No sentido de que, ninguém deve fazer ameaças vãs. Se não existe a intenção de atacar, fazê-

las é um perigo, pois pode provocar a reação violenta do inimigo e a derrota de quem lhe

mostrou os dentes à toa.

78. If you run after two hares at once you will catch neither – Quem corre atrás de duas

lebres ao mesmo tempo não apanhará nenhuma.

No sentido de que, a pessoa que persegue dois objetivos ao mesmo tempo possivelmente

fracassará em ambos. Duas lebres, quando perseguidas, geralmente tomam direções

diferentes, sendo, assim, impossível alcançar ambos. Provérbio aproximado em português:

Quem tudo quer, tudo perde / Quem tudo quer, nada tem.

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79. In black and white – Em preto e branco.

Quem diz: Say it in black and white – diz: Diga isso por escrito, Ponha no papel.

80. Irishman’s dinner – Jantar de Irlandês.

No sentido ficar em jejum, passar fome. Na Irlanda, nos maus tempos, morreram de fome

milhares de pessoas.

81. It is a dirty bird that fouls its own nest – É uma ave suja a que emporcalha o seu

próprio ninho.

No sentido de que não tem bom caráter os indivíduos que fazem cargas contra seu próprio

país ou sua própria família expondo em público as fraquezas e vergonhas de sua parentela. O

verbo to foul significa sujar, borrar, emporcalhar – além de ter outras acepções.

82. It is a poor heart that never rejoices – É um pobre coração o que nunca se alegra.

O provérbio é um convite às pessoas para que não se deixem invadir pela melancolia e

participem das festas e alegrias alheias. Com o mesmo incentivo do regozijo proclama o nosso

provérbio: Tristezas não pagam dívidas.

83. It is better to travel hopefully that to arrive – É melhor viajar na expectativa de belas

surpresas do que realmente chegar ao fim da jornada.

No sentido de que muitas pessoas tiram mais prazer em tentar alcançar um objetivo do que

mesmo em alcançá-lo de forma afetiva.

84. It is never too late to mend – Nunca é tarde para um remendo.

Mas o verdadeiro sentido desde provérbio é o mesmo que o nosso: Nunca é tarde, para o

arrependimento, isto é, para que um indivíduo que errou, se regenere e reforme os seus maus

costumes. To mend é remendar. Mas se emprega também com o sentido de reformar ou

emendar-se.

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85. It is no use crying over spilt milk – Não adianta chorar o leite derramado.

O provérbio ensina que não adianta lamúrias quando os prejuízos são irrecuperáveis e nós

mesmos fomos responsáveis, por nosso descuido ou desleixo. No mesmo sentido proclama o

nosso provérbio: Não adianta chorar a morte da bezerra.

86. It is the last straw that broke the comel’s back – Foi a última palha que quebrou o

espinhaço do camelo.

No sentido que uma pequena provação pode se tornar intolerável quando alguém chegou ao

limite de sua resistência ou de sua paciência. Expressão equivalente em Língua Portuguesa: É

a última gota que faz transbordar a taça.

87. It is too late to shut the stable door after the horse is stolen – Não adianta fechar a

porta da estrebaria depois que o cavalo foi furtado.

No sentido de que as precauções devem ser tomadas antes e não quando são tardias e de nada

podem valer. Provérbio equivalente em Língua Portuguesa: Casa arrombada, trancas às

portas.

88. It never rains but pours – Nunca chove, mas cai água a potes.

No sentido de que para alguém, as coisas não chegam moderadamente, mas em excesso.

Aplica-se as provações ou vicissitudes. No mesmo sentido de: Misfortunes never come singly

(desgraças nunca vêm sozinhas).

89. It takes all sorts to makes a world. Para fazer um mundo, é preciso gente de toda a

espécie.

No sentido de que em cada população, há gente boa e ruim. O provérbio é citado quando se

ouve falar nos procedimentos incorretos ou surpreendente de uma pessoa.

90. It will all the some a hundred years hence – Tudo será a mesma coisa daqui a cem

anos.

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Frase feita, com o sentido de que ninguém deve amofinar-se com as coisas erradas deste

mundo, pois ainda que se apoquente um século passará sem que tais erros se modifiquem.

Eqüivale a nossa frase conformista: O que não tem remédio, remediado está.

91. Jump from the frying pan into the fire – Saltar no fogo, para fugir da frigideira.

Isto é, tentar fugir de um perigo, para cair noutro igual ou maior. Corresponde à velha locução

de origem latina: Escapar de Sila para cair em Caribdes.

92. Kill the fated calf – Matar a vitelo gordo.

No sentido de receber bem, com efusão e abundância, tal como foi recebido o filho pródigo,

da narrativa bíblica, ao voltar à casa paterna.

93. Kill two birds with one stone – Matar dois pássaros com uma só pedrada.

Alcançar dois objetivos diversos, através de uma só ação. Por exemplo: um caixeiro viajante

que faz estação de águas em poços de Caldas, porque está doente, e ao mesmo tempo coloca

nessa praça grande quantidade de seus produtos, Killed two birds with one stone. Exatamente

a isso aplicamos a locução: Matar dois coelhos de uma cajadada só.

94. Jack and Jill – Nomes genéricos, de homem e de mulher, ou marido e esposa.

Um provérbio diz: A good Jack makes a good Jill (Todo Jack terá a sua Jill), no mesmo

sentido em que dizemos: Há sempre um chinelo velho para um pé doente. Jack and Jill são

figuras de um conto popular. Jill é abreviação de Gillian, forma primitiva de Juliana.

95. Keep your mouth shut and your ears open – Conserve a boa fechada e os ouvidos

abertos.

No sentido de que é melhor falar pouco e ouvir muito do que proceder no sentido inverso.

Provérbio aproximado: Speech is silver; silence is gold (A palavra é de prata; o silêncio é de

ouro).

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96. Let bygones by bygones – Deixemos o que passou no passado.

No mesmo sentido em que, ao reatar relações estremecidas, costumamos dizer: O que passou,

passou. Isto é, não pensemos mais em nossas querelas pretéritas e restauremos a nossa

amizade como se nada tivesse havido.

97. Little and often fills the purse – Aos pouquinhos e com freqüência enche-se a bolsa.

No mesmo sentido do nosso provérbio: De grão em grão, a galinha enche o papo.

98. Love is blind – O amor é cego.

No sentido de que uma pessoa apaixonada não pode ver ou discernir os defeitos da pessoa a

quem ama. Por isso mesmo, o Cupido, o deus do amor, é representado por uma criança com

uma venda nos olhos: ao mesmo tempo ingênuo e cego.

99. Love me little, love me long – Ama-me pouco, mas ame-me por longo tempo.

No sentido de que as paixões violentas são fogos de palha, ao passo que as afeições

moderadas são realmente duradouras, sendo por isto, preferíveis àquelas.

100. More haste, less speed – Quando maior a pressa menor o êxito (ou menos seguro o

êxito).

Este é um velho provérbio, em que a palavra speed aparece com a acepção que tinha no

passado. O tradutor de hoje sente-se tentado a traduzir essa palavra por velocidade, rapidez,

pressa, o que corresponde o nosso sentido atual. Mas, se o fizesse, estaria cometendo um erro

e invertendo o sentido da antiga sentença, que corresponde à nossa: A pressa é inimiga da

perfeição.

101. None so blind as those that will not see – Ninguém é tão cego como os que não

querem ver.

É a forma inglesa do provérbio internacional que em nossa língua tem esta forma: O pior cego

é aquele que não quer ver. Aplica-se aos indivíduos obstinados, que não querem ver claro, que

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não cedem aos argumentos ou aos próprios fatos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os provérbios aparentam ser seguros e sensatos, constantes não problemáticas da

condição humana, num primeiro momento. Quando são analisados mais de perto, eles se

modificam em variáveis históricas e sociais, envolvendo uma origem de discórdia e de

competição entre a linguagem da política e na política da linguagem.

É evidente que toda linguagem é convencional e esse é um item que se limita ao

quesito da gramática e do vocabulário, mas o que espanta é o quão estereotipada a linguagem

igualmente tem sido em sua homogeneidade e usos sociais mais abundantes. Algumas das

ligações perdidas entre o aspecto lingüístico e o aspecto social podem ser ligados nos gêneros

orais e nas expressões convencionais.

As pessoas tendem a utilizar os provérbios e expressões semelhantes, visando o

conceito da expressão e a praticar e apreciar a vida de acordo com eles. Se no meio social

podem ser compreendidos como um texto, muitas vezes é o provérbio ou a expressão comum

que geram pistas para essa leitura.

Os provérbios são privilegiados, pois, possuem uma condição de admissão no domínio

mais abrangente da oralidade e das fórmulas para os historiadores preocupados com os

significados. E para nós, os provérbios são uma repreensão exemplar, pois, eles existiram

antes dos livros e ainda são eles que determinam o comportamento humano.

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REFERÊNCIAS

COHEN, Cláudio. Provérbios e o Inconsciente. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1991.

MAGALHÃES JÚNIOR, R. Dicionário de Coloquialismos: Anglo – Americanos

(Provérbio, Idiotismos e Frases Feitas). Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira

S. A., 1964.

OBELKEVICH, James IN BURKE, Peter e PORTER, Roy (org.); HATTNHER, Álvaro

(trad.). História Social da Linguagem: Provérbios e História Social. São Paulo:

Fundação Editora da UNESP, 1997.

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ANEXOS

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ANEXOS 1 – Frases de caminhão

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♦ Para que um olho não invejasse o outro, Deus colocou o nariz no meio!

♦ Não sou o dono do mundo... Sou filho do dono!

♦ No baralho da vida encontrei apenas uma Dama!

♦ Dinheiro não traz felicidade, então dê todo o seu para mim e seja feliz!

♦ Passarinho não come pedra porque sabe o bico que tem!

♦ Perigo não é um cavalo na estrada, e sim um burro no volante!

♦ Pobre só enche a barriga quando morre afogado!

♦ Prefiro ser um bêbado conhecido do que ser um alcoólatra anônimo!

♦ Quando o nosso amor virar cinzas, lembre-se que eu mandei brasa!

♦ Quem se curva aos opressores, mostra a bunda aos oprimidos!

♦ Se a morte for um descanso, eu prefiro viver cansado!

♦ Se barba fosse respeito o bode não teria chifres!

♦ Se casamento fosse bom não precisaria de testemunha!

♦ Se me vires abraçado com mulher feia, separa que é briga!

♦ Se tamanho fosse documento, o elefante era dono do circo!

♦ A diferença entre o ginecologista e o entregador de pizza, é que ambos sentem o cheiro mas não podem comer!

♦ Adoro as rosas, mas prefiro as trepadeiras!

♦ Beijo é igual a ferro elétrico, liga em cima e esquenta em baixo!

♦ Cada ovo comido é um pinto perdido!

♦ Pobre quando morre deixa o anjo da guarda desempregado!

♦ Coceira de rico é alergia, coceira de pobre é sarna!

♦ Deus abençoe as mulheres bonitas, e as feias se sobrar tempo!

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♦ Filho é igual a peido: você só agüenta o seu!

♦ Filho de rico é play-boy; filho de pobre é office-boy!

♦ Galinha velha faz bom caldo, mas são as frangas novas que fazem o galo cantar!

♦ Mulher de amigo meu é que nem cebola: só como chorando!

♦ Mulher é igual ao circo: por debaixo do pano, é que esta o espetáculo!

♦ Mulher é que nem o relógio: depois do primeiro defeito, nunca mais anda direito!

♦ Se cunhado fosse bom não começava com cu !

♦ Sei que o dinheiro não é tudo, tem também o carro, a casa, a televisão...

♦ A arma do boi é a ofensa dos homens!

♦ Visitas sempre dão prazer, se não na chegada, na saída!”

♦ Vou rezar 1/3 para achar ½ de levar você para ¼ !

♦ 100 pecado e 100 juízo!

♦ Turbinado no pé, reduzido no mé, carona só muié!

♦ Aqui jaz a minha sogra que viveu enchendo o saco, e não tendo mais o que encher, veio encher o buraco!

♦ Quem ama a rosa suporta os espinhos!

♦ Porque ficar de braços cruzados se o maior homem do mundo, morreu de braços

abertos!

♦ Sogro rico e porco gordo, só dão lucro quando morrem!

♦ Mais valem as lágrimas da derrota, do que a vergonha de não lutar!

♦ Eduque as crianças e não será preciso punir os homens!

♦ Pobre só come carne, quando morde a língua!

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♦ Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai

fazer nunca.

♦ Sexo é grátis, amor a combinar.

♦ Se o amor é cego, o negócio é apalpar.

♦ Se seu marido pedir mais liberdade, compre uma corda mais comprida...

♦ Quem dás aos pobres tem que pagar Motel!

♦ Quero morrer como meu avô: dormindo, e não gritando como os passageiros do ônibus que ele dirigia.

♦ É fazendo muita merda que se aduba a vida!

♦ Tudo na vida muda, até a surda muda!

♦ Para evitar filhos, transe com a cunhada: só nascem sobrinhos.

♦ A mata é virgem porque o vento é fresco!

♦ 60 num bar,70 sair 100 pagar, ai eu mando a polícia 20 buscar!

♦ Dizem que o dinheiro é coisa do diabo, mas se quiser ver o diabo ande sem

dinheiro!

♦ A diferença entre o credor e o devedor, é que o primeiro tem uma memória muito melhor!

♦ Feliz foi Adão que não teve sogra e nem caminhão!

♦ O cal é virgem porque só lida com brocha!

♦ A mulher foi feita da costela... imagine se fosse do filé!

♦ A terra é virgem porque a minhoca é mole!

♦ A única mulher que andou na linha o trem pegou.

♦ Em rio de piranha, jacaré nada de costas!

♦ Estepe e mulher é sempre bom ter de reserva!

♦ Estrada reta é como mulher sem cintura, só dá sono!

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♦ Em terra de cego, quem tem um olho só é caolho...

♦ Prefiro ser um pai quadrado do que ver minha filha redonda!

♦ Se ferradura desse sorte, burro não puxava carroça!

♦ Deus pôde fazer o mundo em 6 dias porque não tinha ninguém perguntando quando ia ficar pronto...

♦ Sai da frente que estou sem breque!

♦ Quem tem olho gordo, usa colírio diet.

♦ Se chiar resolvesse, sal de frutas não morreria afogado.

♦ Existem três tipos de pessoas: as que sabem contar e as que não sabem.

♦ Aonde vamos parar? Até Papai Noel anda saindo com veados.

♦ Não adianta balançar... O último pingo sempre é na cueca.

♦ Nasci careca, pelado e sem dente. O que vier é lucro.

♦ Ser bissexual dobra as suas chances para um encontro no fim de semana.

♦ Rouba dos ricos e dá aos pobres... Além de ladrão é gay.

♦ A pior sexta-feira ainda é melhor do que a melhor das segundas-feiras.

♦ Seja legal com seus filhos. São eles que vão escolher seu asilo.

♦ Amigos vêm e vão, inimigos se acumulam.

♦ É mais fácil fazer uma menina do que concertar uma mulher!

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♦ Frases de pára-choque de caminhão:

♦ Na vida tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.

♦ Dinheiro não traz Felicidade... compra!!!

♦ Tudo que é bom na vida, faz mal ou é pecado!

♦ Mulher de amigo meu para mim é ótimo!

♦ Se andar fosse bom, o carteiro seria imortal.

♦ Mulher feia é igual a ventania só quebra o galho!

♦ Marido de mulher feia tem ódio de domingos e feriados!

♦ Enviuvei e casei com a cunhada para economizar sogra

♦ A “noite” não é uma criança, a “noite” faz uma criança!!!

♦ Os últimos serão os primeiros, e os do meio sempre serão os do meio.

♦ A mata é virgem porque o vento é fresco!

♦ 60 num bar,70 sair 100 pagar, ai eu mando a polícia 20 buscar!

♦ Dizem que o dinheiro é coisa do diabo, mas se quiser ver o diabo ande sem

dinheiro!

♦ A diferença entre o credor e o devedor, é que o primeiro tem uma memória

muito melhor!

♦ Feliz foi Adão que não teve sogra e nem caminhão!

♦ O cal é virgem porque só lida com brocha!

♦ A mulher foi feita da costela... imagine se fosse do filé!

♦ A terra é virgem porque a minhoca é mole!

♦ A única mulher que andou na linha o trem pegou.

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ANEXOS 2 – Provérbios

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♦ Saber demasiado é envelhecer precocemente. ♦ (Provérbio russo)

♦ A mais alta das torres começa no solo.

♦ (Provérbio chinês)

♦ Caia a faca no melão ou o melão na faca, o melão sofre...

♦ (Provérbio chinês)

♦ Um dia do sábio vale mais do que a vida do ignorante. ♦ (Provérbio árabe)

♦ O diabo coloca a mulher sob o homem para ter o homem sob

o seu jugo. ♦ (Provérbio corsa)

♦ Já que o amor é cego, o importante é apalpar.

♦ (Provérbio brasileiro)

♦ Três tipos de homens não entendem nada de mulheres: os jovens, os velhos e os que estão entre os dois.

♦ (Provérbio irlandês)

♦ O casamento é como uma armadilha para enguias: as que estão fora querem entrar e as que estão dentro querem

sair. ♦ (Provérbio norueguês)

♦ O amor é cego e pensa que ninguém o vê.

♦ (Provérbio dinamarquês)

♦ As lágrimas crescem nas viúvas e os piolhos nos viúvos. ♦ (Provérbio chinês)

♦ Cuidado com as mulheres de barba e com os homens

imberbes. ♦ (Provérbio basco)

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♦ Quem te fala mal de outra pessoa, falará mal de ti também. ♦ (Provérbio turco)

♦ O que foi duro de sofrer é doce de recordar. ♦ (Provérbio italiano)

♦ O que se faz num dia é semente de felicidade para o dia seguinte. ♦ (Provérbio italiano)

♦ A generosidade consiste em dar antes de ser solicitado. ♦ (Provérbio árabe)

♦ Hoje é o amanhã que tanto nos preocupava ontem. ♦ (Provérbio popular)

♦ Se alguém está tão cansado que não pode te dar um sorriso, deixa-lhe o teu. ♦ (Provérbio chinês)

♦ Volta o teu rosto sempre na direção do sol e, então, as sombras ficarão para trás. ♦ (Provérbio oriental)

♦ Quem sendo feio ama o bonito, estraga com ciúme o melhor do amor. ♦ (Provérbio venezuelano)

♦ Não tem ciúmes só quem ama, mas também quem deseja amar. ♦ (Provérbio mexicano)

♦ A honra é um vestido transparente. ♦ (Provérbio espanhol)

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♦ Só se pode juntar as mãos quando estas estão vazias. ♦ (Provérbio Tibetano)

♦ A terra atrai tanto que os velhos andam curvados.

♦ (Provérbio armênio)

♦ Quando estás certo, ninguém se lembra; quando estás errado, ♦ ninguém se esquece. ♦ (Provérbio irlandês)

♦ Para os erros alheios temos os olhos de um lince; para os

♦ nossos próprios, os olhos de uma toupeira. ♦ (Provérbio da Boêmia)

♦ Quem queimou a língua nunca se esquece de soprar a sopa.

♦ (Provérbio alemão)

♦ Não podes fazer uma omelete sem quebrar os ovos. ♦ (Provérbio francês)

♦ Quem procura um amigo sem defeitos nunca terá amigos.

♦ (Provérbio turco)

♦ Antes um inimigo de valor que um amigo tolo. ♦ (Provérbio grego)

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As lágrimas dos bons caem por terra, mas vão para o céu, para o seio da divindade. (Provérbio chinês)

Quem gasta tudo o que tem, muitas vezes, diz o que não convém, faz o que não

deve, julga o que não vê e gasta o que não pode. (Provérbio árabe)

Urubu, na guerra é galinha.

(Provérbio brasileiro)

Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos. (Provérbio antigo)

Começar já é metade de toda ação.

(Provérbio grego)

Antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa. (Provérbio chinês)

Não há remédio para o medo.

(Provérbio escocês)

Fevereiro tem 28 dias. É o mês que as mulheres falam menos. (Provérbio mineiro)

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Se case, e serás feliz uma semana; mate um porco e serás feliz um mês; seja padre e serás feliz a vida toda. (Provérbio polonês)

Melhor uma vara curta do que dormir sozinha.

(Provérbio feminino africano)

O amor é um jacaré no rio do desejo. (Provérbio indiano)

Um solteiro pode ser tão idiota quanto um homem casado, mas ele ouve isso menos

vezes. (Provérbio francês)

O amor é um sonho, e o casamento um despertador.

(Provérbio italiano)

Não case por dinheiro, você pode conseguir empréstimo mais barato. (Provérbio escocês)

Amor de jovem é água no cesto.

(Provérbio espanhol)

O amor é um jardim florido e o casamento um campo de urtiga. (Provérbio finlandês)

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Se estão dando, pegue. Se vierem buscar, corra. (Provérbio russo)

A boca de uma mulher nunca tira férias.

(Provérbio crioulo)

Melhor bem enforcado do que mal casado. (Provérbio alemão)

Deus fez as pessoas e o diabo as junta.

(Provérbio belga)

Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar, e você o estará alimentado

pelo resto da vida. (Provérbio chinês)

Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a

oportunidade perdida.

(Provérbio chinês)

Casar-se uma vez é um dever, duas vezes é uma tolice, e três vezes uma loucura. (Provérbio holandês)