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UM CURSO BREVE DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO POR PAUL MONROE Marta Regina Gimenez Favaro i Universidade Estadual de Londrina [email protected] Palavras-chave: Ensino de História da Educação, Manual de História da Educação, Formação de Professores. No século XX houve um grande movimento de produção e circulação de saberes relacionados à História da Educação no formato de manuais, no Brasil e no mundo. Uma produção contingenciada pelos saberes disponíveis, pelo acesso e uso das fontes e pelas relações de poder estabelecidas a partir de vínculos institucionais. Neste trabalho, o interesse foi colaborar com uma série de investimentos que vem sendo realizados pela historiografia da educação ao analisar uma experiência particular de escrita. Trata-se de A Brief Course in the History of Education, publicado nos Estados Unidos em 1907, cuja autoria é do norte-americano Paul Monroe (1869-1947). Para a realização deste trabalho tomou-se como base o livro em sua décima primeira edição, publicado no ano de 1976, sendo realizado em momentos específicos do texto o cotejamento entre o texto da 11ª edição (1976) e da 1ª edição (1939), edições brasileiras. A escolha do livro História da Educação, título assumido na tradução brasileira, se justifica na medida em que estudos recentes ii apontam que ele teve uma significativa circulação no Brasil, especialmente nos espaços de formação de professores. O objetivo se definiu na tentativa de compreender a escrita empreendida por este sujeito em seu manual, o recurso metodológico utilizado, os vínculos institucionais por ele estabelecidos e os saberes que fez circular acerca da História da Educação, principalmente no que respeita à História da Educação na América. A metodologia utilizada foi fundamentalmente a análise documental, particularmente a bibliográfica. O texto foi organizado em dois núcleos de discussão, buscando apresentar, primeiramente o autor e num segundo núcleo, apresentar A Brief Course in the History of Education no Brasil, sua tradução, circulação e os saberes nele impressos que representaram a história da educação americana. Vários autores já se debruçaram num trabalho de análise do manual História da Educação de Paul Monroe iii , portanto, não foi assumida aqui a pretensão de ineditismo e sim de colaboração. PAUL MONROE: PROFESSOR E AUTOR O professor norte americano Paul Monroe (1869-1947), nasceu em North Madison, Indiana. Graduado pelo Franklin College e pela Universidade de

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UM CURSO BREVE DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO POR PAUL MONROE

Marta Regina Gimenez Favaroi

Universidade Estadual de Londrina

[email protected]

Palavras-chave: Ensino de História da Educação, Manual de História da Educação,

Formação de Professores.

No século XX houve um grande movimento de produção e circulação de saberes

relacionados à História da Educação no formato de manuais, no Brasil e no mundo.

Uma produção contingenciada pelos saberes disponíveis, pelo acesso e uso das fontes e

pelas relações de poder estabelecidas a partir de vínculos institucionais. Neste trabalho,

o interesse foi colaborar com uma série de investimentos que vem sendo realizados pela

historiografia da educação ao analisar uma experiência particular de escrita. Trata-se de

A Brief Course in the History of Education, publicado nos Estados Unidos em 1907,

cuja autoria é do norte-americano Paul Monroe (1869-1947).

Para a realização deste trabalho tomou-se como base o livro em sua décima

primeira edição, publicado no ano de 1976, sendo realizado em momentos específicos

do texto o cotejamento entre o texto da 11ª edição (1976) e da 1ª edição (1939), edições

brasileiras. A escolha do livro História da Educação, título assumido na tradução

brasileira, se justifica na medida em que estudos recentesii apontam que ele teve uma

significativa circulação no Brasil, especialmente nos espaços de formação de

professores. O objetivo se definiu na tentativa de compreender a escrita empreendida

por este sujeito em seu manual, o recurso metodológico utilizado, os vínculos

institucionais por ele estabelecidos e os saberes que fez circular acerca da História da

Educação, principalmente no que respeita à História da Educação na América. A

metodologia utilizada foi fundamentalmente a análise documental, particularmente a

bibliográfica. O texto foi organizado em dois núcleos de discussão, buscando

apresentar, primeiramente o autor e num segundo núcleo, apresentar A Brief Course in

the History of Education no Brasil, sua tradução, circulação e os saberes nele impressos

que representaram a história da educação americana. Vários autores já se debruçaram

num trabalho de análise do manual História da Educação de Paul Monroeiii

, portanto,

não foi assumida aqui a pretensão de ineditismo e sim de colaboração.

PAUL MONROE: PROFESSOR E AUTOR

O professor norte americano Paul Monroe (1869-1947), nasceu em

North Madison, Indiana. Graduado pelo Franklin College e pela Universidade de

Chicago especializou-se nos métodos dos estudos Sociológicos e Históricos sendo em

1897 nomeado docente de História numa escola profissional de educadores o Teachers

College da Universidade de Columbia. Assumiu em 1902 a Cátedra de História da

Educação. Suas contribuições no campo da educação e também da História da

Educação, deram ao professor Paul Monroe uma reputação internacional, ele participou

de diferentes organizações que tinham por objetivo discutir os rumos da educação

pública. Os seus livros ajudaram a dar à educação e à História da Educação uma posição

de grande importância nos Estados Unidos, no início do século XX. Segundo Henry

Suzzallo ex-aluno de Monroe e também professor do Teachers College da Columbia

University,

Erraríamos, porém, se restringíssemos nossa visão da obra de Monroe

à obra do Historiador da educação. Ele não foi um simples historiador

que tivesse traçado a evolução de uma determinada instituição. Será

muito mais exato dizer que o dr. Monroe é um educador com um

interesse especializado nas fases históricas de sua profissão. Seu

preparo sociológico e a inclinação de seu espírito não lhe permitiram

jamais encarar de um modo fragmentário uma importante instituição

social. Na realidade, a influência de seu espírito compreensivo e

organizador se estendeu a todo o campo do saber educacional através

das obras que dirigiu e editou, pondo ao alcance do leigo e do

profissional os produtos do estudo científico da educação. (1976,

p.XXVII, grifos meus)

A caracterização de Monroe apresentada por Suzzallo fez aparecer um

profissional comprometido com a reflexão educacional, uma “reflexão baseada em fatos

cuidadosamente verificados” (1976, p.XXIII). Um profissional que influenciou pelo seu

trabalho de pesquisa gerações de professores e pesquisadores, fundamentalmente, pelo

rigor no desenvolvimento da pesquisa histórica. Esta referência ao trabalho de Monroe

foi escrita por Suzzallo em 1925, composta em homenagem ao mestre por ocasião da

passagem do seu jubileu de magistério. Importante observar no escrito o relevo dado ao

procedimento de pesquisa empreendido pelo mestre: ele nunca trataria uma instituição

social de modo fragmentário, buscava elaborar uma reflexão baseada em “fatos”

cuidadosamente verificados. Elevou a História da Educação ao único setor da educação

que possuía métodos satisfatórios de pesquisa, colocando em destaque o preparo

sociológico do mestre. Segundo Monroe “o grande problema no estudo da História da

Educação está na coordenação do suficiente material histórico, a fim de dar corpo ao

assunto em estudo e indicar a afinidade entre a história ou a vida social e a educação”

(1976, prefácio). Não foi possível precisar quais as características do método utilizado

por Monroe, é possível destacar do que ele mesmo afirma no texto, sua preocupação em

tratar os fatos educacionais considerando o seu contexto, evitando as generalizações

sem fundamento, observando com atenção e fazendo ver na escrita as fontes

consultadas. Um exemplo disto pode ser observado no seu texto quando apresentou a

Educação Oriental destacando deste conjunto a China. Diz ele:

Consequentemente muitos sistemas históricos de educação têm de ser

incluídos neste estádio. E como nosso interesse está na evolução

histórica e não no estudo de pormenores [...] consideramos tão-

somente um sistema, o da China, com breves referências a outros. Pois

que, de todos estes sistemas, o chinês não é só o mais elaborado e o de

mais longa duração, como também o que oferece, na atualidade, as

melhores oportunidades de estudo. (MONROE, 1976, p. 12 grifos

meus)

O procedimento utilizado por Monroe para compor o livro, foi o de valorizar

uma visada panorâmica da História da Educação, como afirmam Gondra & Silva, em

que a “organização da narrativa foi ancorada num ordenamento cronológico [...] e no

enfoque enciclopédico” (2011, p.709). Nesta perspectiva ele operou uma seleção de

acontecimentos que na sua percepção expressariam o “momento histórico” de evolução,

de organização dos espaços de transmissão da cultura letrada e das reflexões e

‘soluções’ que aquela sociedade (contigenciada pela organização cultural, política,

econômica e pelas relações de poder constituídas), alcançou. Esta operação poderia

tornar-se referência para compreensão “dos fatos educacionais” no tempo, condição

indispensável aos professores em formação. Parece então que a seleção proposta por

Monroe considerou os acontecimentos mais “expressivos” e aqueles em que se pôde

acessar o maior número de referências para a pesquisa, textos, documentos, imagens.

Talvez uma preocupação com o acesso às fontes e por meio delas maior credibilidade da

interpretação.

Em relação às fontes utilizadas por Monroe na produção de seu livro, pode-se

afirmar conforme Gondra & Silva que sua escrita, “decorre fundamentalmente da leitura

de outros livros, da produção intelectual dos líderes mencionados e de outras obras de

História da Educação e de modo especial de enciclopédias” (2011, p. 716). Afirmou que

somente com a reunião do maior número de referências, de fontes a respeito de um

determinado assunto, e da análise objetiva deste material é que seria possível dar à

História da Educação a condição de aceitação acadêmica, de maior precisão e de um

caráter científico. No que respeita às fontes é possível supor, primeiro, que as

ilustraçõesiv

utilizadas, para além de ser recurso de facilitação da leitura, serviram para

indicar que foram fontes de interpretação histórica, pois são representações das

experiências vividas pelos homens num determinado tempo e lugar. Segundo, que o

recurso às citações diretas de autores da época estudada, de estudiosos destes períodos,

e também o trabalho com as teorias/ideias de pensadores que foram referência na

elaboração de discursos sobre a formação humana e sobre as práticas pedagógicas,

tenham servido como fonte e como dispositivo de legitimação de sua narrativa histórica.

Ao falar da obra de Monroe, Suzzallo avalia o contexto em que viveu seu

mestre, indicando as condições de mudança social e educacional vividas nos Estados

Unidos no último quartel do século XIX e início do século XX, representado como

período de extraordinário desenvolvimento da educação americana em que estão

presentes novos debates sobre filosofia educacional, um debate ampliado que tornou

obrigatório o estudo comparado das instituições educativas, “pois tornou-se evidente

que as escolas serviam em diferentes épocas e lugares a propósitos nacionais e sociais

diferentes” (SUZZALLO, 1976, p. XXIV). Esclarece que os estudos realizados à época

restringiam-se ao momento atual, o que não era suficiente. Aí a importância assumida

pela História da Educação como área de pesquisa e disciplina de ensino na apresentação

de um novo recurso interpretativo do contexto educacional e de suas instituições.

Não é possível afirmar, pelo menos nos limites deste trabalho, que Monroe tenha

em seu livro História da Educação empreendido um esforço de educação comparada, ou

um estudo comparado conforme Suzzallo, mas ele elege alguns territórios como

referência de análise na elaboração de sua narrativa sobre a História da Educação. Por

exemplo: ao falar do Renascimento e do Humanismo elegeu as escolas inglesas e as

escolas da Colônia Americana; ao falar da Reforma e Contra-Reforma, fez menção às

escolas puritanas da Nova Inglaterra (América) e as experiências da Alemanha, Holanda

e Escócia; Ao falar do Realismo, tomou como referência as escolas Reais na Alemanha,

as academias na Inglaterra e as academias na América, principalmente as academias das

“Colônias do Centro”; Ao falar do conceito disciplinar de John Locke, referiu-se a

expressão da educação disciplinar na Inglaterra, na Alemanha e a experiência da

educação disciplinar na América; Ao discutir o que ele chamou de tendência psicológica

na educação destacando o trabalho de Pestalozzi, Herbart e Froebel, apresentou

experiências relacionadas a estes estudos na Suiça, na Alemanha, na Inglaterra

indicando que é pela Inglaterra que os Estados Unidos receberam a influência de

Pestalozzi e fez menção também a experiência na França; Ao falar da Tendência

Científica ele fez uma apresentação da influência desta tendência na composição

curricular nas Universidades e nos Colleges, na Educação Secundária e na Escola

Elementar, destacou experiências nestes diferentes espaços de escolarização, na

Alemanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos. No capítulo em que tratou a tendência

sociológica, fez a apresentação das ideias educacionais dos “principais” líderes

políticos. O capítulo todo tomou por referência os Estados Unidos, citando também a

‘realidade’ vivida na Alemanha, Inglaterra e França. A realidade educacional na

Alemanha, na Inglaterra e na América, mais precisamente nos Estados Unidos, foram o

foco da análise de Monroe. Foi possível perceber um esforço de apresentação, aos

leitores principalmente aos professores/leitores, da História da Educação a partir da

História das Sociedades, oferecendo uma representação da História da Educação do

contexto geral e da realidade local, ao narrar aspectos da história da educação nos

Estados Unidos.

O final do século XIX e início do século XX, fase dos primeiros escritos de

Monroe, foi um período que segundo Lorenz, houve uma ampliação significativa dos

espaços de formação de professores, primeiramente as escolas normaisv e depois a

formação de professores no ensino superiorvi

. Neste campo destaca a importância do

trabalho de Monroe, fundamentalmente por ter sido a História da Educação uma

disciplina que ocupou espaço de destaque, em termos de presença e constância, nos

currículos destas Instituições. Ao assumir a História da Educação como referência da

sua pesquisa ele empreendeu um tratamento diferenciado do acontecimento histórico,

comparativamente aos empreendimentos de sua época. Para Lorenz, ele

Promoveu uma análise mais objetiva dos acontecimentos e

pensamentos do passado, minimizando as considerações filosóficas e

teológicas e acentuando a formulação indutiva de generalizações a

respeito dos fatos históricos. Em 1905, publicou o livro A Text Book in

the History of Education, que foi classificado em 1910 pela

Enciclopaedia Britannica como ‘a melhor história geral em inglês’

(CHAMBLISS, 1994, p.38). [...] Sua abordagem focalizou o método

indutivo e não o dedutivo, que permeava as interpretações

racionalistas da história educacional até então circulando. (LORENZ,

2009, p.151)

Além do Text Book in History of Education (1905), alguns outros textos de

autoria do professor Paul Monroe, 1901 – Source Book in the History of Education for

the Greek and Roman Period; 1904 – Thomas Platter and the Educational Renaissance

of the Sixteenth Century; 1907 – A Brief-Course in the History of Education, referência

deste trabalho; 1912 Cyclopedia of Education. Foi possível observar pelos registros

constantes nos sites: archive.org, alibris.com, amazon.com, ebook.liv.hku.hk que o texto

A Brief-Course in the History of Education teve uma ampla e ainda recente circulaçãovii

,

considerando o texto na sua versão na língua inglesa.

A BRIEF COURSE IN THE HISTORY OF EDUCATION NO BRASIL

O texto A Brief Course in the History of Education foi traduzido para o

português no Brasil pela primeira vez em 1939. Na 1ª e 2ª edições, 1939viii

e 1946ix

respectivamente, a tradução ficou sob a responsabilidade de Nelson Cunha de

Azevedox. Na 3ª edição de 1952

xi consta a tradução de Idel Becker e Terezinha G.

Garcia, sendo indicado na folha de rosto que se tratava de uma nova tradução. Já na 11ª

edição de 1976xii

, foi indicado somente o nome de Idel Beckerxiii

como responsável pela

tradução e notas.

A versão brasileira do texto de Monroe, contou com dezenove edições entre os

anos de 1939 a 1987, alcançando uma tiragem de aproximadamente noventa mil

exemplaresxiv

. O Livro História da Educação de Monroe fazia parte da Coleção

Atualidades Pedagógicas, publicada pela Companhia Editora Nacional. A Nacional foi

fundada em 1925, organizada a partir do fundo da Editora Monteiro Lobato e Cia que

pediu falência, neste mesmo ano. Em 1974 a Companhia Editora Nacional (CEN) passa

a ser administrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em

função da morte de Octalles Marcondes Ferreira (1973) um de seus sócios, sendo em

1980, adquirida pelo Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas (IBEP) ainda

proprietárioxv

.

Com o crescimento do mercado escolar, a Companhia Editora Nacional

“passaria a trabalhar para diferentes públicos, principalmente por meio das coleções”

(Roballo, 2011, p. 2). São instituídos, segundo Toledo, dois níveis de intervenção no

“mundo editorial”, um dos níveis a intervenção cultural, quando a ação editorial se

prepara para a ampliação do mercado leitor, mais especificamente do professor/leitor. A

ampliação e organização dos espaços de formação de professores contigencia a

proposição de práticas de leituras adequadas a eles. Um outro nível de intervenção, foi a

intervenção pedagógica, no sentido de seleção e adaptação de um conjunto de textos e

autores adequados ao programa de formação de professores.

A Coleção Atualidades Pedagógicas (CAP) foi fundada por Fernando de

Azevedo em 1931 e compunha a Biblioteca Pedagógica Brasileira (BPB) que era um

dos projetos editoriais da CEN. A BPB era composta também por outras 4 coleções,

Literatura Infantil, Livros Didáticos, Iniciação Científica e Brasiliana. Azevedo dirigiu

a CAP até 1945. Em 1946 é substituído por João Baptista Damasco Penna, que se

tornou tanto diretor da CAP (até 1978) como da coleção Iniciação Científica (também

idealizada por Fernando de Azevedo). Segundo Roballo, referindo-se às edições do

livro História da Educação de Monroe, “apenas uma foi publicada Durante a gestão de

Azevedo (1939), as demais tornar-se-iam parte da coleção permanente – ‘padrão

azevediano”, sendo publicadas na gestão de Damasco Penna (1946, 1952, 1953, 1956,

1958, 1968, 1969, 1970, 1972, 1974, 1976, 1977, 1978, 1979, 1983, 1984, 1985 e

1987)” (ROBALLO, 2011, p.4)xvi

. Segundo Toledo as duas direções, a de Azevedo e

Damasco Penna imprimiram à Coleção orientações distintas. Em relação à primeira, do

ponto de vista comercial,

significou uma resposta editorial à demanda por livros de formação de

professores, considerados de qualidade. Qualidade essa advinda do

renome do Educador e da rede de autores que este mobilizou para

publicar na Coleção. Mais especificamente, significou a sintonia entre

o programa de leitura da Coleção e a demanda específica por uma

nova literatura educacional produzida pelas reformas educacionais

empreendidas pelo próprio Educador e por seus pares. (2006, p.131)

O trabalho de Azevedo foi orientado por suas convicções a respeito da

importância da formação do homem pelo acesso à cultura letrada, sendo a escola um

espaço privilegiado deste acesso. Como um dos principais representantes do Movimento

da Educação Renovada orientou seu trabalho na editora a partir da preocupação de

propiciar aos professores em atuação e em formação a ‘boa e adequada’ literatura

pedagógica. Livros que tratassem das várias ciências da educação de maneira rigorosa e

aprofundada. Este projeto perdurou até 1946, quando a direção da Coleção é assumida

por Damasco Penna. Ele assume a Coleção,

procurando adaptá-la ao mercado de livros para a educação, assim

como às condições políticas do campo educacional, redesenhando o

programa de formação do professor nela impresso. [...] Penna

transforma a Coleção em um projeto editorial bem montado naquilo

que se propôs a fazer: oferecer textos de reflexão sobre o problema

fundamental da atividade educativa, em todas as suas formas; textos

que oferecessem conhecimentos efetivos para o leitor (Penna, 1950).

Daí a fórmula eficaz do compêndio ou manual traduzido que propunha

visões panorâmicas dos diferentes âmbitos da pedagogia em

linguagem fácil, oferecendo idéias “utilizáveis” pelos educadores e

estudantes na sua atividade educativa. (TOLEDO, 2006, p. 132 e 133)

Segundo Roballo, “entre 1930 e 1980 seriam 58 manuais de História da

Educação publicados pela CAP (entre primeiras impressões e reimpressões)” (2011, p.

3). Dentre eles a História da Educação de Paul Monroe. O cotejamento da 1ª edição

(1939) com a 11ª edição (1976) permitiu verificar, como apontado por Toledo (2006)

algumas diferenças na elaboração da tradução, muito provavelmente em função dos

projetos distintos assumidos primeiro por Azevedo e posteriormente por Damasco

Penna. No que se refere a sua materialidade observou-se que o livro apresentou a

seguinte organização, respectivamente na 1ª edição 1939 e na 11ª edição de 1976.

1ª edição 1939 11ª edição 1976

459 páginas 387 páginas,

14 quatorze capítulos

31 imagens ou ilustrações

14 quatorze capítulos

14 imagens ou ilustrações

Apresenta na orelha do livro a série

Atualidades Pedagógicas pertencente à

Biblioteca Pedagógica Brasileira

Apresenta na orelha o autor Paul Monroe e

o livro História da Educação

Informa: do original norte-americano A Brief

Course in the History of Education. Não é

informado o ano da edição que foi assumida

como referência para a tradução.

Informa: do original inglês A Brief Course

in the History of Education publicado por

The Macmillan Company, New York 1949

Índice indicando os principais temas,

comparativamente à 11ª edição mais breve. Exemplo:

“Capítulo VIII

Educação Realista

Que é o realismo?

1 – Realismo Humanista

O conceito de Educação

Representantes realistas-humanistas

O efeito do realismo humanista sobre o

trabalho escolar

2 – Realismo social

O conceito educacional

Montaigne vs Ascham em referência à

educação realista social

O conceito de Montaigne sobre a educação

O realismo social nas escolas

3 – Realismo sensorial

Os característicos gerais do realismo sensorial

Alguns representantes do realismo sensorial

Os efeitos do realismo sensorial nas escolas

Sumario

Referências” (MONROE, 1939, p.XII)

Índice detalhado indicando os vários temas

tratados em cada capítulo. Exemplo:

“Capítulo VIII

Educação Realista

Que é o realismo?

1- Realismo Humanista

O conceito de Educação

Realistas-Humanistas representativos

Rabelais

Milton

Efeito do realismo Humanista no trabalho

escolar

2 – Realismo Social

O conceito educacional

Montaigne vs. Ascham em relação à

educação social realista.

O conceito de Montaigne sobre a educação

A finalidade da educação de acordo com

Montaigne é a virtude

O conteúdo da Educação

O método da educação

O realismo social nas escolas

3 – Realismo Sensorial

Características gerais do realismo sensorial

Alguns representantes do realismo sensorial

Richard Mulcaster

Francis Bacon

A influência educacional de Bacon

Objetivo e conteúdo

Método

A posição de Bacon na educação

Wolfgang Ratke

João Amós Comênio

A finalidade da educação

O conteúdo da educação

O método

Livros didáticos

No cabeçalho de cada capítulo são

reapresentadas as informações do índice. Ao

final é disponibilizado o que o autor chamou

de sumário, com a seleção dos principais

pontos discutidos, na percepção do autor. Este

recurso também esta presente na 11ª edição.

Ainda são apresentadas referências

bibliográficasxvii

ao final de cada capítulo e

quadros cronológicos no final dos capítulos: 2,

3, 4, 5, 9 e 10xviii

, num total de seis quadros. O

livro também é composto por notasxix

de

rodapé de página.

Organização da escolas

A escola vernácula

A Didáctica Magna

Efeitos do realismo sensorial nas escolas

As escolas reais

As academias na Inglaterra

Na América

As Universidades

Sumário” (MONROE, 1976, p.XV)

Todo capítulo é encerrado com um sumário

indicando os “principais” temas abordados.

Ao final do livro são apresentados os

quadros cronológicos, num total de seis

quadros. Nesta edição não são apresentadas

referências bibliográficas ao final dos

capítulos. O livro também é composto por

notasxx

de rodapé de página.

A tradução feita por Nelson Cunha de Azevedo (1ª edição 1939) em relação a de

Idel Becker (11ª 1976), primou pela apresentação de numerosa referência bibliográfica

num total de 323, e também pela apresentação como recurso de facilitação da leitura um

pouco mais do dobro de ilustrações, 31 no total. Numa comparação não muito detida

entre as edições brasileiras e exemplares do original norte-americano de 1907xxi

pode-se

perceber que o original A Brief Course in the History of Education (1907)xxii

também

não traz referências bibliográficas no final dos capítulos. Esta constatação apresenta um

fato curioso, o professor Cunha de Azevedo realizou um trabalho de tradução, mais

também de composição do texto no sentido de introdução de informações que não

constavam no original traduzido. No particular deste livro talvez esta composição

pudesse ser caracterizada como didática, porque propôs a apresentação de outros

recursos de leitura para além daqueles expressos no original.

As referências apresentadas por Nelson Cunha de Azevedo são idênticas às

referências apresentadas no original norte americano do Text-Book in the History of

Educationxxiii

, ele foi publicado em 1ª edição em 1905. O A Brief Course in the History

of Education é um resumo do Text-Book. Parece que o tradutor brasileiro fez a opção

por enriquecer as informações oferecendo ao professor/leitor as referências para

complementação de estudos. Assim, é possível supor que o professor Cunha de

Azevedo utilizou dos dois textos, a saber, o A Brief Course in the History of Education

e o Text Book in the History of Education, como base para o seu exercício de tradução.

Em relação aos aspectos apontados anteriormente, é possível afirmar que a

tradução realizada pelo professor Idel Becker do original A Brief Course in the History

of Education (edição 1949) foi “fiel” a organização do texto original. É necessário

destacar que mesmo não constando referências bibliográficas ao final do capítulo são

apresentadas 15 notas de rodapé de página com referências bibliográficas, nesta

tradução.

Em relação à composição ou escrita do texto o que foi possível perceber

comparativamente entre as duas traduções a de 1939 e a de 1976, foi uma variação de

estilo literário. Não foram identificadas alterações nas informações nem tampouco

ampliação ou redução do texto.

Nas duas edições foram localizados 19 registros em que o autor apresentou

informações referentes à América / Estados Unidos. Nos primeiros 4 registros Monroe

desenvolve uma comparação ou aproximação entre aspectos da educação antiga e a de

seu tempo, indicando permanências e distanciamentos. Ao falar dos Gregos e do que ele

denominou de educação liberal, assim se expressou,

Em matéria de liberdade política, de liberdade e capacidade

intelectual, de liberdade moral e conceito de vida, de apreciação

estética e poder de realização fizemos apenas uma grande modificação

– a de substituir a expressão estética da personalidade pela realização

material. Tal modificação não é uma benção, nem um progresso a

que não tenhamos de opor reservas. (p.29) Uma fase mais interessante

da vida da criança, [...] é ilustrada pela literatura grega, que menciona

ou descreve uma lista muito extensa de jogos para as crianças,

incluindo praticamente todos os que temos hoje. (p.41) O contraste

mais relevante entre a educação grega e a educação moderna acha-se,

não na organização, mas no conteúdo, especialmente na importância

dada à ginástica. [...] Não se entregavam a jogos e disputas físicas por

simples acidente, como acontece com o jovem moderno, nem

participava dessas competições um pequeno grupo para o

entretenimento dos demais, nem os padrões de excelência eram os

mesmos que os modernos. (1976, p. 43 e 44 grifo meu)

Nos outros registros ao apresentar a organização educacional no contexto geral,

traz a experiência desenvolvida na América / Estados Unidos, a partir daí, com exceção

do capítulo 13, o que Monroe fez foi apresentar, a partir da seleção dos acontecimentos,

a organização social e cultural e nesta, aspectos do desenvolvimento dos espaços de

transmissão da cultura letrada, em determinados momentos da organização escolar. Na

página170 apresenta a organização das Escolas de Gramática nas colônias americanas

como sendo um processo de transplantação da escola pública inglesa. Ao falar do

contexto da Reforma e Contra-Reforma indica que na América os sistemas de escolas

mais antigos eram os das colônias puritanas da Nova Inglaterra, diz ele “a primeira lei

geral que dispôs sobre as escolas foi decretada em 1647, pela colônia da Baía de

Massachusetts” (MONROE, p. 192). Ao tratar das implicações do Realismo na

educação seleciona os exemplos de reorganização curricularxxiv

implementada

principalmente pelas Colônias do Centro (América) no sentido de atender aos interesses

econômicos e práticos do povo (p.229). Ao avaliar o conceito disciplinar de educação

refere-se à John Locke e busca identificar este conceito na organização escolar de

alguns territórios. Ao falar da América refere-se aos Estados Unidos, informando que

ali, “por motivo de natureza social, o abandono das ideias antigas veio muito mais

cedo” (MONROE, p.245). Ele se refere à gradativa substituição da ideia disciplinar, das

escolas antigas de gramática latina pelas academias e da instalação do sistema

facultativo na organização pedagógico-curricular nas escolas americanas.

Quando propõe a discussão sobre a tendência psicológica toma como mote de

análise nos territórios escolhidos o método e a formação dos mestres, no caso dos

Estados Unidos faz menção às condições da escola distrital (p.287), da “influência

pestalozziana exercida nos Estados Unidos por intermédio da Inglaterra” (MONROE, p.

311). Indica as datas de publicação da literatura Herbartiana nos Estados Unidos (1890-

1900), ressaltando a importância neste contexto do Relatório do Comitê dos Quinze

sobre Escolas Elementares, apresentado à Associação Nacional de Educação, em 1895.

Esclarece que este relatório tinha a intenção de propor a unificação do trabalho da

escola elementar e a sugestão de melhores métodos de estudos (MONROE, p. 313).

Fala da experiência do primeiro jardim de infância nos Estados Unidos fundado em

Boston em 1860.

Ao referir-se à tendência científica ocupa-se da análise da revisão dos conteúdos

e métodos empreendida pelos espaços escolares, com a ampliação dos chamados

conhecimentos científicos. Apresenta o movimento de inserção dos conhecimentos

científicos nas Universidades e Colégios, nas Escolas Secundárias e nas Elementares.

Escolhe três territórios para esta análise, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. No

capítulo reservado ao tratamento da tendência sociológica, diz Monroe,

Os sociólogos consideram a educação como processo de perpetuar e

desenvolver a sociedade; encaram a matéria através do estudo da

estrutura social, das atividades sociais, das necessidades sociais;

consideram a finalidade da educação como sendo a preparação do

indivíduo para a participação com êxito nas atividades econômicas,

políticas e sociais de seus companheiros. [...] do ponto de vista de que

a educação é o processo de desenvolvimento da sociedade [...] segue-

se o corolário de que todos os membros da sociedade devem participar

deste desenvolvimento. À ampliação dos sistemas de escola pública

baseados na ideia de educação universal e gratuita seguiu-se, como

uma consequência necessária, a aceitação destes princípios.

(MONROE, 335 e 336)

Neste contexto, o problema analisado foi a constituição dos sistemas públicos de

ensino. Destaca então, as ideias educacionais dos líderes políticos citando os povos

alemães, Frederico “O Grande” da Prussia, Maria Teresa da Áustria, Franklin,

Washington, Thomas Jefferson e James Madison. Em quase todo o capítulo faz menção

aos Estados Unidos, elegendo também os territórios da Alemanha, Inglaterra e França.

O texto é um exercício de escrita histórica que mescla a História da Educação

Geral com a narrativa de uma História da Educação local. Apresentou a partir de uma

organização cronológica diferentes experiências relacionadas à formação humana,

objetivos educacionais, organização curricular, métodos, práticas pedagógicas, os

espaços de transmissão da cultura letrada e suas características em diferentes tempos e

territórios. Esta história foi narrada a partir da análise do contexto social e cultural, dos

discursos políticos e das teorias pedagógicas fincadas, na filosofia, na psicologia ou na

sociologia.

Prescrições? Modelos? Não é possível afirmar que tivesse sido esta intenção de

Monroe, ao mesmo tempo, que não é possível negar que em seu livro ele tenha usado da

seleção de exemplos que “expressassem” a evolução educacional “das sociedades”.

Mais do que isso ele selecionou na sua narrativa histórica a experiência de alguns

territórios, sendo privilegiada, a da Inglaterra, talvez em função do processo de

colonização, a da Alemanha e o seu território, a da América, mais precisamente a

experiência dos Estados Unidos.

Elegeu como orientação da narrativa uma visada panorâmica sobre a

organização da sociedade destacando ali aspectos do desenvolvimento e da organização

dos espaços de transmissão da cultura letrada, buscando demonstrar que aquele

desenvolvimento e organização são expressões de uma organização social mais ampla.

Em alguns momentos do texto fez ver na escrita as fontes consultadas. Monroe

caracterizou seu livro como um “livro que possui mais material do que outros livros

sobre o assunto” e como um livro destinado às “escolas normais”.

Talvez para Monroe a pergunta que tenha motivado a elaboração de seu livro,

tenha sido: o que é indispensável que um professor em formação saiba sobre a história

da sua profissão e do seu espaço de atuação? Num contexto em a escola, ou o sistema

escolar ganhava força como o espaço adequado à formação para a “cidadania” e para a

“economia”? e num contexto em que os espaços de formação de professores ganhava

visibilidade? Em resposta a este problema, e muito provavelmente como outros autores

de manuais de História da Educação, em resposta às demandas do seu ofício, ele trouxe

a público o resultado do seu trabalho de pesquisa. Como disse Suzzallo, “toda vez que a

influência educacional americana ultrapassa as fronteiras nacionais, lá achamos Paul

Monroe, a aconselhar, a estudar e a sugerir” (1976).

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História da Educação para professores, no Brasil e na Argentina. In: VIDAL, Diana G.;

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i Professora de História da Educação na Universidade Estadual de Londrina / UEL. Doutoranda na

Universidade do Estado do Rio de Janeiro / UERJ. Bolsista FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). ii Conferir:

BASTOS, Maria Helena Camara. Uma biografia dos manuais de História da Educação adotados no Brasil (1860 – 1950). Anais do VI COLUBHE, 2006. Acesso www.colubhe.ufu.br em 25/06/12. ROBALLO, Roberlayne de Oliveira Borges. Manuais de História da Educação da Coleção Atualidades Pedagógicas (1933 – 1977) verba volant, scripta manent. Tese apresentada ao programa de pós-graduação em educação da UFPR, 2012. Acesso www.ppge.ufpr.br. TOLEDO, Maria Rita de Almeida. Coleção Atualidades Pedagógicas do Projeto Político ao Projeto Editorial (1931 – 1981). Tese de doutorado apresenta ao Programa de Pós-Graduação em educação da PUC/SP, 2001. iii Indico como referências nesta discussão:

GONDRA, José & SILVA, José Claudio Sooma. Textbooks in the History of Education: Notas para pensar as narrativas de Paul Monroe, Stephen Duggan e Afranio Peixoto. Brasília: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos MEC/INEP, 2011ª. ROBALLO, Roberlayne de Oliveira Borges. O manual “Brief course in the history of education” do professor norte americano Paul Monroe: subsídio para os processos de formação de professores a partir de 1930 no Brasil. Anais do X CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EDUCERE. Curitiba, PUC/PR, 2011. ROBALLO, Roberlayne de Oliveira Borges. Manuais de História da Educação da Coleção Atualidades Pedagógicas (1933-1977): verba volant, scripta manant. Tese de Doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, 2012. Acesso www.ppge.ufpr.br em 09/08/12. iv Exemplos das ilustrações: Representação do Túmulo Egípcio; pintura em vaso período antiguidade

grega; gravura em madeira do século XV; gravura em madeira do século XVI; Representação da escola monitorial do manual das Escolas de Georgetown (1817).

v Segundo Lorenz (2009) a primeira referência oficial ao ensino normal na rede pública nos Estados

Unidos surgiu em 1839. vi Segundo Lorenz (2009) no período de 1880 a 1900 muitas Universidades transformaram seus Cursos

Normais em Departamentos de Pedagogia e Departamentos de Educação. vii

Foi possível verificar no site archive.org, 6 edições digitalizadas do a A Brief-Course in the History of Education (1907, 1912, 1914, 1916, 1924 e 1928); no alibris.com edições à venda de 1910, 1913, 2003 (pela editora University Press of the Pacific) e uma edição de 2010; no site ebook.liv.hku.hk em versão digitalizada uma edição de 1922, todas estas edições em inglês. Também no archive.org estão

digitalizados exemplares do Text-Book in the History of Education de 10 edições diferentes (1905, 1906 1908, 1910, 1911, 1914, 1916, 1926, 1930 e 1935). Mesmo que as informações apresentadas não sejam conclusivas no que respeita aos dados de publicação e circulação, pois o mapeamento não está completo, os dados indicam que houve um expressivo número de edições e que ainda no século XXI (2003 e 2010) o livro foi reeditado. viii

Na edição de 1939 informado “tradução de Nelson Cunha de Azevedo do original norte-americano A Brief Course in the History of Education”. Não foi informada qual a edição norte-america tomada como referência para a tradução. ix Na edição de 1946 informado “tradução de Nelson Cunha de Azevedo do original norte-americano A

Brief Course in the History of Education”. Não foi informada qual a edição norte-america tomada como referência para a tradução. x Na edição de 1939 informado como vinculação institucional do Professor Nelson Cunha de Azevedo

“Assistente da Secção de Educação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo”. Já na edição de 1946 foi informado como vinculação institucional “Professor de Educação da Escola Normal de São Paulo”. xi Na edição de 1952 informado que a tradução foi de Idel Becker e Therezinha G. Garcia a partir do

original norte-americado A Brief Course in the History of Education. Publicado por Macmillan Company, New York, 1949. Não foi identificada a vinculação institucional dos tradutores. xii

Na edição de 1976 informado que a tradução foi de Idel Becker a partir do original inglês A Brief Course in the History of Education. Publicado por Macmillan Company, New York, 1949. xiii

Na edição de 1976 foi informada como vinculação institucional do professor Idel Becker: “Da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Mackenzie (Secções Letras e Pedagogia). xiv

Tiragem do livro História da Educação de Paul Monroe por edição: 4.150 (1939); 4.025 (1946); 4.050(1952); 5.075 (1953); 5.011 (1956); 7.940 (1958); 4.026 (1968); 3.010 (1969); 4.084 (1970); 8.934 (1972); 4.049 (1976); 4.086 (1977); 5.068 (1978); 10.000 (1979); 3.916 (1983); 3.214 (1984); 3.156 (1985); 3.167 (1987). Fonte: TOLEDO (2001) citada por ROBALLO, 2012. xv Fonte: TOLEDO, Maria Rita de Almeida. A indústria de livros, a materialidade do impresso e o campo

educacional: reflexões sobre a organização do acervo História da Companhia Editora Nacional. Congresso Brasileiro de História da Educação, eixo 1, 2004. Acesso www.sbhe.org.br em 25/08/2012. xvi

ROBALLO, Roberlayne de Oliveira Borges. Livros de História da Educação da Coleção Atualidades Pedagógicas (1933 – 1977): um espaço de memória da formação docente. Anais VI CBHE 2011. Vitória ES. ISSN 2236.1855. xvii

As referências bibliográficas são apresentadas ao final de cada capítulo. Alguns apenas num bloco, na grande maioria deles as referências estão indicadas por blocos de especificidades. No total são 323, assim distribuídas: cap.1 (6 referências); cap.2 (9 ref.); cap.3 (23 ref.); cap.4 (12 ref.); cap.5 (31 ref.); cap.6 (48 ref.); cap.7 (26 ref.); cap.8 (35 ref.); cap.9 (29 ref.); cap.10 (24 ref.); cap.11 (34 ref.); cap.12 (21 ref.); cap.13 (25 ref.) o capítulo 14 como conclusão não apresenta referências. xviii

Esclarece-se que o exemplar consultado está em estado bastante precário, com duas páginas soltas, justamente a dos quadros cronológicos em função disto a indicação dos capítulos 9 e 10 foi feita por aproximação temporal e de conteúdo. xix

O número de notas de rodapé nesta edição é menor do que na edição de 1976. 1 nota dos editores p. XXI; 2 notas do tradutor (páginas 297 e 300) e uma nota do autor indicando uma referência de citação direta (p. 342). xx

Nota dos editores 1 p. XXVII; notas do tradutor 18 (páginas 5; 12; 35; 36; 42; 43; 44; 47; 57; 60; 110; 212; 245; 249; 275; 278; 300 e 332); notas de esclarecimento apresentadas pelo autor 7 (páginas 3; 5; 83; 209; 344; 346 e 352) e notas de referências bibliográficas 15 (páginas 14; 57; 73; 90; 215; 217; 248; 252; 253; 271; 275; 333; 344; 346 e 352). xxi

Tomou-se como referência para a comparação a edição de 1907 do A Brief Course in the History of Education e a Edição de 1935 do Text-Book in the History of Education acessado pelo www.archive.org em janeiro de 2013. xxii

Foi realizada também a conferência do A Brief Course in the History of Education nas edições de 1912, 1914, 1916, 1924 e 1928, nestas também não constam referências bibliográficas. xxiii

A comparação foi realizada do livro na edição publicada em 1935 (livro digitalizado pertencente ao acervo do archive.org). xxiv

Introdução por exemplo, da matemática prática, agrimensura e navegação.