UM BOM PLANO DE AÇÃO PARA A IGREJA LOCAL ENVOLVE VISÃO E VALORES

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UM BOM PLANO DE AÇÃO PARA A IGREJA LOCAL ENVOLVE VISÃO E VALORES: SENHOR, O QUE QUERES QUE FAÇAMOS? Sempre se corre o perigo de, ao chegar à coleta e análise da informação, o processo seja abortado. Estaciona-se o barco num porto seguro, sem saber exatamente o que fazer com toda essa pesquisa. Este é o momento da interpretação: Como relacionar as descobertas com o futuro, com a visão de Deus para a igreja? Nesta altura do processo, algo que o líder missional deve buscar é uma declaração clara dos seus valores centrais e uma busca concreta da visão de Deus. As perguntas que devem ser respondidas são as seguintes: Quais são os valores centrais da igreja? Qual sua finalidade nesta cidade? Como a igreja pode cumprir a vontade do Senhor na região onde está inserida? Qual é a visão de evangelização integral que o Espírito Santo deu para nossa igreja? Agora chegou o momento da ação, a hora de perguntar a Ele, “O que o Senhor quer que eu faça”? Baseado nas pesquisas e informações obtidas, o que Deus está falando conosco? As Escrituras afirmam que “sem visão o povo perece”. A liderança missional necessita de uma imagem clara na sua própria mente: para onde a igreja está indo? Para onde Deus está se movendo no mundo? Para isso é necessária uma constante leitura do momento específico da missão de Deus, na história concreta do homem. Assim a ação da igreja segue as tendências de Deus e obedece sua missão na terra. Para onde Deus está se movendo? O que Deus está fazendo na história? Todo e qualquer plano de ação deverá ser iniciado com uma leitura da história desde a perspectiva da vontade de Deus para sua criação. Portanto, centrada na Palavra, coberta por intercessão estratégica,

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UM BOM PLANO DE AÇÃO PARA A IGREJA LOCAL ENVOLVE VISÃO E VALORES: SENHOR, O QUE QUERES QUE FAÇAMOS?

Sempre se corre o perigo de, ao chegar à coleta e análise da informação, o

processo seja abortado. Estaciona-se o barco num porto seguro, sem saber

exatamente o que fazer com toda essa pesquisa. Este é o momento da

interpretação:

 

Como relacionar as descobertas com o futuro, com a visão de Deus para a

igreja? Nesta altura do processo, algo que o líder missional deve buscar é uma

declaração clara dos seus valores centrais e uma busca concreta da visão de

Deus. As perguntas que devem ser respondidas são as seguintes: Quais são os

valores centrais da igreja? Qual sua finalidade nesta cidade? Como a igreja pode

cumprir a vontade do Senhor na região onde está inserida? Qual é a visão de

evangelização integral que o Espírito Santo deu para nossa igreja? Agora chegou

o momento da ação, a hora de perguntar a Ele, “O que o Senhor quer que eu

faça”? Baseado nas pesquisas e informações obtidas, o que Deus está falando

conosco? As Escrituras afirmam que “sem visão o povo perece”.

A liderança missional necessita de uma imagem clara na sua própria mente:

para onde a igreja está indo? Para onde Deus está se movendo no mundo? Para

isso é necessária uma constante leitura do momento específico da missão de

Deus, na história concreta do homem. Assim a ação da igreja segue as

tendências de Deus e obedece sua missão na terra. Para onde Deus está se

movendo? O que Deus está fazendo na história? Todo e qualquer plano de ação

deverá ser iniciado com uma leitura da história desde a perspectiva da vontade

de Deus para sua criação.

Portanto, centrada na Palavra, coberta por intercessão estratégica, com uma

missiologia contextualizada, sem desprezo pelas informações recolhidas nas

diversas pesquisas, é necessário que a igreja e seus líderes relembrem seus

valores fundamentais, busquem discernimento no Espírito Santo e conheçam a

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Sua vontade para a cidade. A igreja deve proclamar uma clara e visionária

mensagem profética que ajude na evangelização e transformação de cada área

específica da cidade.

Este capítulo não visa ser um mero estudo teórico e pormenorizado sobre o

significado de missão / visão e seus diversos elementos e aspectos, segundo os

especialistas em liderança e administração. Ele visa abrir um diálogo para que

pastores e líderes tracem um plano de ação claro e conciso para a sua igreja-

em-missão. É hora de envolver a maioria dos membros de forma participativa

num processo de reflexão, decisão e ação. Um exemplo de plano de ação a ser

desenvolvido pela liderança da igreja seria reservar um dia na agenda da igreja

para fazer o seguinte:

1. Orar juntos

2. Compartilhar suas alegrias e lutas

3. Estudar o contexto e cultura na qual estão inseridos

4. Ouvir a voz de Deus falando através das Escrituras

5. Buscar discernimento e obediência para as áreas para as quais foram

chamados

6. Engajar-se em ministérios de cooperação [1]

O que você acredita e valoriza no evangelho deve estar no centro da estratégia

missional da igreja. Sem uma profunda reflexão teológica dos valores dentro do

contexto no qual Deus estabeleceu sua igreja, você dificilmente encontrará sua

identidade e essência ministerial. Apesar de serem sugestões simples e óbvias,

poucas pessoas participam de igrejas caracterizadas por tal intenção e

disciplina. Abaixo se encontra outro excelente exercício. Este pode ser utilizado

pelo líder missional para se chegar à visão, à essência das coisas que inspiram e

motivam a igreja-em-missão. Estas colocações chaves, quando bem aplicadas,

auxiliam na descoberta dos valores centrais da igreja local:

1. Identificar os conceitos bíblicos mais importantes influenciadores e

fundamentais para o ministério da igreja

2. Escrever uma lista em potencial dos principais, e centrais valores da igreja

3. Ter certeza de que cada afirmação poderá ser facilmente traduzida em

ações

4. Agrupar juntas as frases similares, destacando aquelas que sejam mais

importantes

5. Escrever uma lista preliminar de 4-7 valores centrais

6. Verificar a integralidade (sistema). Será que essa lista reflete todos os

aspectos essenciais da igreja e ministério?

7. Descrever atitudes específicas que irão demonstrar cada um dos valores

centrais em ação. [2]

 

Este tipo de encontro exigirá tempo para reflexão e muito diálogo entre os

participantes. A fim de chegar a um consenso sobre como a igreja poderá

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cumprir sua parte na missão de Deus, precisamos adquirir uma compreensão

mínima das forças sociais, dos processos culturais, bem como dos valores da

economia, política e religiosidade que modelam a sociedade e a igreja local.

Outro excelente modelo que ajuda a compreender o papel da igreja em sua

cidade foi chamado de igreja-comunidade e desenvolvido por David Britt, no

livro Planting and Growing Urban Churches[3]:

 

Quando os símbolos religiosos e valores culturais da igreja local estão em

harmonia com aqueles da comunidade local, o evangelho receberá mais

atenção e receptividade. A diferença deste para outros modelos tradicionais de

crescimento de igreja é sua relação de congruência e identificação entre os

valores da igreja local e os valores do contexto onde a igreja encontra-se

inserida. Vários pesquisadores afirmam que essa é uma das razões pelas quais

várias igrejas neo-pentecostais brasileiras cresceram muito mais rapidamente

do que as denominações históricas e tradicionais: elas assimilaram melhor o

jeitinho brasileiro de ser cristão, respeitando suas origens culturais e religiosas.

Precisamos observar e compreender muito bem os valores sociais, históricos e

culturais da cidade. Se os símbolos da igreja são estranhos e alienígenas aos

valores culturais da comunidade, a igreja dificilmente conseguirá se aproximar e

identificar-se com ela. Se os valores culturais e costumes sociais forem

desprezados pelos cristãos, dificilmente os visitantes freqüentarão a igreja.

Assim, as igrejas mais fortes e saudáveis serão aquelas onde haja congruência

entre seu ministério e seu contexto social e cultural. Ou seja, os princípios,

práticas e dinâmicas do campo missionário devem ser aplicados na cidade com

vistas ao desenvolvimento de igrejas saudáveis contextuais. Entretanto, toda e

qualquer tentativa de congruência com a sociedade, deve limitar-se aos valores

não essenciais ao evangelho. Não devemos nos identificar com o mundo à custa

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da perda de nossa identidade cristã.

[1] E. Dixon JUNKIN. Up from the Grassroots, p. 312, 313.

[2] Adaptação de CompuCoach(TM) by Robert E. LOGAN with Jeannette

Buller & Helena Gerstenberg.

[3] David BRITT. Planting and Growing Urban Churches, P. 143.