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o desenvolvimento tecnologico e a grande expansao da industria qufmica pe oquf- mica e de petroleo nas ul 'mas 0C2 ;" gerado uma enorme movim ~1fZ _ produi qufmicos em todoPafs. dessa movimenta~o, acidentes, as chamadas eHJ;3/9fiiD"5 qlJllIllC3S, as quais podemafelar a homem, meio am i 'e trimonio publico e ri- A historia mundial e quan- Madede emery" com severas conseqOenciasao eio ambien- te.Foi a partirde as industriais como Seveso, na 6), Cidade do Mexi- co (1984) e B a (1984), que diver- sas instiiui> - emacionais desenvolveram programas visando a preven9ao, prepara9ao e respostaaasses e entos. No Brasil, ap6s 0 acidente de Cataguases, em marc;:ode2003, on de ocorreu ruptura de uma barragemcom resfduos da industria de papel e celulose, gerando a contamina9ao de mais de 200km de corpos d'agua em Minas Geraise Rio de Janeiro, 0 Ministerio do Meio Ambienteelaborou no mesmo ano, em conjunto com outros Ministerios e todos os estados bra- sileiros, 0 Plano P2R2 - Prevenyao, Preparayao e Resposta Rapida a Emergencias Ambientais com Produtos Qufmicos Perigosos. Nele, esta prevista a criayao de estruturas estaduais, as quais tem como uma de suas atribuiyoes a cri- ayao das Comissoes Estaduais do P2R2, as quais caberao, dentre outras atividades, elabo- rar os seus Pianos de Ayao de Emergencia para os acidentes com produtos qufmicos. No en- tanto, ate esse momento, pouquissimos esta- dos criaram suas Comissoes. No mundo atual, onde nao falta acesso a in- formayao, parece que todos nos estamos es- quecendo dos acidentes ocorridos e es- tamos fechando os olhos para as possf- veis situayoes que teremos que enfren- tar. Temos pouca memoria e infelizmente nao aprendemos com os acidentes. Alguem duvida que podera ocorrer um grande vazamento de um gas toxico (ou inflamavel) em alguma grande cida- de do Brasil? Em junho de 2006 ocor- reu a queda de cilindros de butilmercap- tana (odorizante do gas de cozinha) na marginal em Sao Paulo, tendo 0 odor sido percebido a mais de 8 km. Mais de 40 pessoas foram atendidas nos hospi- tais, cujos efeitos se restringiram ao in- comodo gerado pela inalayao do produ- to. A pergunta que todos faziam a epo- mento tecnico necessario. E por ser a resposta a uma emergencia qui- mica uma tarefa multi-institucional e pensando como um sistema de resposta, entendo que nao estamos preparados para esses eventos, pois alguns setores ainda necessitam de uma me- Ihor preparayaoe ate de definiyao quanta as suas atribuiyoes e responsabilidades na cena da emergencia. Portanto, nao ha motivos tecnicos para que os estados nao iniciem 0 planejamento dos tra- balhos visando elaborar seus pianos de emer- gencia, onde cada instituiyao podera firmar 0 compromisso (ainda que ele ja exista), perante as demais, de estar devidamente preparada para atuar conforme suas atribuiyoes legais. Isso significa disponibilidade 24 horas por dia, possuir uma central ou sistematica de aciona- mento, recursos materiais e recursos humanos capacitados para atuarem, etc. E nesse aspecto que 0 Plano P2R2 tem um papel fundamental, pois motiva e fomenta nos estados a discussao sobre prevenyao, prepa- rayao e resposta as emergencias quimicas. E a oportunidade de instituiyoes como Defesa Ci- vil, Corpo de Bombeiros, Polfcia Militar, orgao ambiental, setor Saude, orgao de transito, Poli- cia Rodoviaria Estadual e Federal, prefeituras e outras, se reunirem e planejarem suas ayoes. Planejamento e a chave do sucesso na resposta emergencial. Nao se pode perder de vista que a grande maio ria dos acidentes e previsivel. E por se- rem previsiveis, nao ha argumentos para nao se estar preparado para responde-Ios. 0 dis- curso de que "..naofazia ideia que isso poderia oearrer.. " nao servira de justificativa para nin- guem. Ja ouvi de muitos profissionais que "0 aciden- te" ainda naoocorreu no Brasil, referindo-se a uma emergencia qufmica em area urbana, com muitas vftimas e com grande comoyao social. Pessoal- mente, entendo que 0 verdadeiro acidente sera aquele gerado pelos orgaos publicos que sabiam que es- se acidente aconteceria em algum momento, mas nao se prepararam adequadamente para minimizar seus impactos. A sociedade aceita conviver com os riscos impostos pelo desenvolvi- mento tecnologico. Porem, ela tam- bem espera que 0 poder pUblico fa- ya a sua parte, regulando, fiscalizan- do e intervindo adequadamente nas emergencias qufmicas. Bsposla planBjada ca foi: e se fosse um gas toxico como amonia ou cloro, quais teriam side as conseqOencias? 0 sis- tema de resposta da cidade esta preparado para uma emergencia dessa natureza? Quais hospi- tais estao preparados para receberem viti mas de intoxicayao qufmica? Algumas das respostas que ouvi me convenceram, outras nao. Numa situayao como essa, certamente haveria uma enorme mobilizayao dos orgaos publicos e a emergencia seria prontamente atendida, envol- veria muitas pessoas, instituiyoes e recursos. Mas nao foi essa a pergunta. A pergunta foi se 0 siste- ma esta preparado para essa situayao. Estar res- pondendo nao significa que se esta preparado para responder, e nem que se esta respondendo bem. MULTI·INSTITUCIONAL De forma geral, nos estados ha instituiyoes que apresentam melhor infra-estruturaecapacitayao para atendimento a emergencias qufmicas do que outras. Mas nenhuma instituiyao atende, com a qualidade necessaria, a uma emergencia qufmi- ca sozinha. Sao tantas frentes de trabalho numa emergencia (isolamento de area,interdiyao de vias, evacuayao, trabalhos de contenyao em solo e agua, monitoramento do produto no solo, ar e agua, entre outros) e tantos aspectos a serem observados (seguranya, ambiental, transito, co- munidade) que uma unica instituiyao nao possui contingente suficiente para realizar todas as ta- refas de forma rapida, segura e com 0 conheci- Edson Haddad - Qufmico e gerente da Divisao de Gerenciamento de Riscos da Cetesb edsonh@uol.com.br

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o desenvolvimento tecnologico e a grandeexpansao da industria qufmica pe oquf-

mica e de petroleo nas ul 'mas 0C2 ;"

gerado uma enorme movim ~1fZ _produiqufmicos em todo Pafs.dessa movimenta~o,acidentes, as chamadas eHJ;3/9fiiD"5 qlJllIllC3S,

as quais podem afelar ahomem, meio am i 'etrimonio publico e ri-A historia mundial e quan-

Made de emery" com severasconseqOencias ao eio ambien-te. Foi a partir de as industriaiscomo Seveso, na 6), Cidade do Mexi-co (1984) e B • a (1984), que diver-sas instiiui> - emacionais desenvolveramprogramas visando a preven9ao, prepara9ao eresposta a asses e entos.No Brasil, ap6s 0 acidente de Cataguases,

em marc;:ode 2003, onde ocorreu ruptura deuma barragem com resfduos da industria depapel e celulose, gerando a contamina9ao demais de 200 km de corpos d'agua em MinasGerais e Rio de Janeiro, 0 Ministerio do MeioAmbiente elaborou no mesmo ano, em conjuntocom outros Ministerios e todos os estados bra-sileiros, 0 Plano P2R2 - Prevenyao, Preparayaoe Resposta Rapida a Emergencias Ambientaiscom Produtos Qufmicos Perigosos. Nele, estaprevista a criayao de estruturas estaduais, asquais tem como uma de suas atribuiyoes a cri-ayao das Comissoes Estaduais do P2R2, asquais caberao, dentre outras atividades, elabo-rar os seus Pianos de Ayao de Emergencia paraos acidentes com produtos qufmicos. No en-tanto, ate esse momento, pouquissimos esta-dos criaram suas Comissoes.

No mundo atual, onde nao falta acesso a in-formayao, parece que todos nos estamos es-quecendo dos acidentes ocorridos e es-tamos fechando os olhos para as possf-veis situayoes que teremos que enfren-tar.Temos pouca memoria e infelizmentenao aprendemos com os acidentes.Alguem duvida que podera ocorrer

um grande vazamento de um gas toxico(ou inflamavel) em alguma grande cida-de do Brasil? Em junho de 2006 ocor-reu a queda de cilindros de butilmercap-tana (odorizante do gas de cozinha) namarginal em Sao Paulo, tendo 0 odorsido percebido a mais de 8 km. Mais de40 pessoas foram atendidas nos hospi-tais, cujos efeitos se restringiram ao in-comodo gerado pela inalayao do produ-to. A pergunta que todos faziam a epo-

mento tecnico necessario.E por ser a resposta a uma emergencia qui-

mica uma tarefa multi-institucional e pensandocomo um sistema de resposta, entendo que naoestamos preparados para esses eventos, poisalguns setores ainda necessitam de uma me-Ihor preparayao e ate de definiyao quanta assuas atribuiyoes e responsabilidades na cenada emergencia.

Portanto, nao ha motivos tecnicos para queos estados nao iniciem 0 planejamento dos tra-balhos visando elaborar seus pianos de emer-gencia, onde cada instituiyao podera firmar 0

compromisso (ainda que ele ja exista), peranteas demais, de estar devidamente preparadapara atuar conforme suas atribuiyoes legais.Isso significa disponibilidade 24 horas por dia,possuir uma central ou sistematica de aciona-mento, recursos materiais e recursos humanoscapacitados para atuarem, etc.

E nesse aspecto que 0 Plano P2R2 tem umpapel fundamental, pois motiva e fomenta nosestados a discussao sobre prevenyao, prepa-rayao e resposta as emergencias quimicas. Ea oportunidade de instituiyoes como Defesa Ci-vil, Corpo de Bombeiros, Polfcia Militar, orgaoambiental, setor Saude, orgao de transito, Poli-cia Rodoviaria Estadual e Federal, prefeiturase outras, se reunirem e planejarem suas ayoes.Planejamento e a chave do sucesso na respostaemergencial.

Nao se pode perder de vista que a grandemaio ria dos acidentes e previsivel. E por se-rem previsiveis, nao ha argumentos para naose estar preparado para responde-Ios. 0 dis-curso de que "..nao fazia ideia que isso poderiaoearrer .." nao servira de justificativa para nin-guem.Ja ouvi de muitos profissionais que "0 aciden-

te" ainda nao ocorreu no Brasil, referindo-se auma emergencia qufmica em areaurbana, com muitas vftimas e comgrande comoyao social. Pessoal-mente, entendo que 0 verdadeiroacidente sera aquele gerado pelosorgaos publicos que sabiam que es-se acidente aconteceria em algummomento, mas nao se prepararamadequadamente para minimizarseus impactos.A sociedade aceita conviver com

os riscos impostos pelo desenvolvi-mento tecnologico. Porem, ela tam-bem espera que 0 poder pUblico fa-ya a sua parte, regulando, fiscalizan-do e intervindo adequadamente nasemergencias qufmicas. •

BsposlaplanBjada

ca foi: e se fosse um gas toxico como amonia oucloro, quais teriam side as conseqOencias? 0 sis-tema de resposta da cidade esta preparado parauma emergencia dessa natureza? Quais hospi-tais estao preparados para receberem viti mas deintoxicayao qufmica? Algumas das respostas queouvi me convenceram, outras nao.

Numa situayao como essa, certamente haveriauma enorme mobilizayao dos orgaos publicos ea emergencia seria prontamente atendida, envol-veria muitas pessoas, instituiyoes e recursos. Masnao foi essa a pergunta. A pergunta foi se 0 siste-ma esta preparado para essa situayao. Estar res-pondendo nao significa que se esta preparadopara responder, e nem que se esta respondendobem.

MULTI·INSTITUCIONALDe forma geral, nos estados ha instituiyoes que

apresentam melhor infra-estrutura e capacitayaopara atendimento a emergencias qufmicas doque outras. Mas nenhuma instituiyao atende, coma qualidade necessaria, a uma emergencia qufmi-ca sozinha. Sao tantas frentes de trabalho numaemergencia (isolamento de area, interdiyao devias, evacuayao, trabalhos de contenyao em soloe agua, monitoramento do produto no solo, ar eagua, entre outros) e tantos aspectos a seremobservados (seguranya, ambiental, transito, co-munidade) que uma unica instituiyao nao possuicontingente suficiente para realizar todas as ta-refas de forma rapida, segura e com 0 conheci-

Edson Haddad - Qufmico e gerenteda Divisao de Gerenciamento deRiscos da [email protected]