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UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISSERTAÇÃO Níveis de Farelo de Urucum (Bixa orellana L.) em Rações à Base de Sorgo para Poedeiras Comerciais Elson Augusto Queiroz 2006

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UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

DISSERTAÇÃO

Níveis de Farelo de Urucum (Bixa orellana L.) em Rações à Base

de Sorgo para Poedeiras Comerciais

Elson Augusto Queiroz

2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

NÍVEIS DE FARELO DE URUCUM (Bixa orellana L.) EM RAÇÕES À

BASE DE SORGO PARA POEDEIRAS COMERCIAIS

ELSON AUGUSTO QUEIROZ

Sob a Orientação da Professora Lígia Fátima Lima Calixto

e Co-orientação do Professor Fernando Augusto Curvelo

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal.

Seropédica, RJ Agosto de 2006

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UFRRJ / Biblioteca Central / Divisão de Processamentos Técnicos

636.50855 Q3n T

Queiroz, Élson Augusto, 1951- Níveis de farelo de urucum (Bixa orellana L.) em rações à base de sorgo para poedeiras comerciais / Élson Augusto Queiroz. – 2006. 27 f. : il. Orientador: Lígia Fátima Lima Calixto. Dissertação (mestrado)- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Zootecnia. Bibliografia: f.25-27. 1. Galinha – Alimentação e rações – Teses. 2. Galinha – Nutrição – Teses. 3. Ovos – Produção – Teses. 4. Nutrição animal – Teses. 5. Farelo de urucum – Teses. I. Calixto, Lígia Fátima Lima, 1957- II. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto de Zootecnia. III. Título.

Bibliotecário: _______________________________Data: ___/___/_____

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

ELSON AUGUSTO QUEIROZ

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal. DISSERTAÇÃO APROVADA EM ___/___/_____.

__________________________________ Lígia Fátima Lima Calixto. Drª UFFRJ

(Orientadora)

__________________________________ Rony Antônio Ferreira. Dr. UENF

__________________________________ Augusto Vidal da Costa. Dr. UFRRJ

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DEDICATÓRIA A minha mãe Maria Luiza (Luza), ao meu pai Alcídio Queiroz (Cid), a minha esposa Eliana (Nana), aos meus filhos, Maria Luiza (Lulu), Maria Augusta (Guta), Luiz Augusto (Luizinho), irmãos Maria Helena, Antônio José (Zeca), Paulo César (in memorian), cunhados, sobrinhos e amigos, nos quais encontrei apoio, palavras de esperança, carinho e motivação para o alcance deste objetivo. A Prof.ª Lígia, mais do que uma orientadora, uma pessoa que acreditou e enxergou além das aparências, com palavras e atitudes nos momentos de dificuldades e desolamentos. Ao Prof.º Fernando Augusto Curvelo, pela preciosa co – orientação, experiência , atenção, simplicidade, apoio e amizade.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por não me deixar fraquejar, por estar sempre ao meu lado e ter me mostrado o verdadeiro sentido das coisas mais simples, colocando no meu caminho pessoas amigas e generosas.

A Coordenação do Programa de Pós – Graduação em Zootecnia da Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro, pela aprovação e confiança no nosso ingresso no curso. Ao Frank Mário Sarubi da Silva do Programa de Pós – Graduação em Zootecnia,

pela atenção, auxílios prestados e apoio. A Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), aos funcionários Dr. Luiz

Henrique Garcia Dias, Sr. Jorge Benedito Biegas, Maria Helena de Oliveira, Celso Aparecido Nogueira, Leandro José Tauil e demais funcionários pela atenção, carinho e amizade na elaboração, fabricação, análise e doação das rações experimentais.

Ao Sr. José Paschoini (Paschoini Agro Ltda) pela atenção e fornecimento do farelo

de urucum (nutricum). A Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho pela concessão das instalações,

equipamentos e animais para a realização dos experimentos. Ao colega e amigo Thiago Vasconcelos Melo, pelo carinho, apoio e incentivo,

sempre presente nos momentos alegres e horas difíceis. Aos queridos amigos e companheiros de longas jornadas, João Luiz Ferreira de

Azevedo, José Paulo de Souza e Joanes de Oliveira Dias, pelo incentivo, carinho e amizade. Aos amigos e colegas de trabalho, José Mauro Monteiro, Flávia Cecílio Ribeiro

Bregagnoli, Marcelo Bregagnoli, João Benedito Roque, Edna Fátima Pivetta Roque, Conceição das Graças D. Fantinel, Marcelo Simão Rosa, Luiz Augusto Gratieri, Ana Gratieri, Generci Dias Lopes, João Carlos de Souza, Celso Antônio Spagiari de Souza, Francisco Vitor de Paula, Naísa Márcia de Oliveira Viana, Antonio Donizete de Oliveira e demais amigos e colegas, pela contribuição, apoio, carinho e incentivo.

Aos queridos amigos, alunos dos cursos de graduação da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro, Deives A. Araújo, Leandro Galzerano, Edmilson Evangelista da Silva, Evandro Silva Pereira Costa, Marcos dos Santos Cortes, Carlos Eduardo Franch, Daniele Aparecida de Souza, Eliane da Silva Morgado pelo carinho, amizade, confiança e que sempre estiveram presentes nos momentos mais decisivos desta jornada.

E a todos que, de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.

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RESUMO QUEIROZ, Élson Augusto, Níveis de Farelo de Urucum (Bixa orellana L.) em Rações à Base de Sorgo para Poedeiras Comerciais. 2006. 27p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2006. O experimento foi conduzido com a finalidade de avaliar o efeito dos diferentes níveis de farelo de urucum (Bixa orellana L.) na dieta de poedeiras comerciais sobre a intensidade de pigmentação da gema dos ovos, consumo de ração (g), conversão alimentar, percentual de postura, peso médio dos ovos e ganho de peso corporal. Duzentas e quarenta poedeiras semipesadas da linhagem Isa Brown com 20 semanas de idade, foram utilizadas. O período de duração total do experimento foi de 84 dias, divididos em três períodos de 28 dias. Os tratamentos consistiram de uma ração referência à base de milho e farelo de soja e cinco rações experimentais com sorgo de baixo tanino em substituição ao milho suplementadas com cinco níveis de inclusão de farelo de urucum: 0; 3; 6; 9 e 12%. Antes do início do experimento, por um período de 14 dias, as poedeiras foram alimentadas com as respectivas rações experimentais, para adaptação aos componentes. Ao final de cada período experimental, avaliou-se o desempenho das aves e a intensidade de pigmentação da gema dos ovos nos diferentes tratamentos. As médias dos escores de coloração das gemas de ovos, medidas pelo leque colorimétrico “Roche”, foram de 2,60; 10,37; 12,28 e 12,88 pontos para as poedeiras alimentadas com rações à base de sorgo de baixo tanino e níveis de inclusão de farelo de urucum de 0; 6; 9 e 12% respectivamente. Os resultados obtidos de escores de pigmentação da gema se aproximam daqueles encontrados em gemas de ovos de aves caipiras, que sabidamente apresentam ótima intensidade de pigmentação (8,5 – 9,0 pontos), entretanto, foi observado menor consumo de ração, comprometendo a produção e o peso dos ovos. As aves alimentadas com sorgo de baixo tanino sem farelo de urucum não alteraram seu consumo de ração, mas produziram ovos com pouca intensidade de coloração da gema (2,60 pontos). A ração formulada com sorgo de baixo tanino + 3% de farelo de urucum promoveu intensidade de pigmentação da gema de ovos semelhante a ração com milho, sendo de 7,91 e 6,91 pontos respectivamente, além de não prejudicar o consumo de ração e demonstrando ser economicamente viável. A partir do momento que o mercado consumidor remunerar o produtor de ovos quanto ao atributo coloração da gema, rações formuladas com sorgo de baixo tanino e níveis acima de 3% de farelo de urucum provavelmente poderão ser economicamente interessantes. Palavras–chave: Farelo de urucum. Pigmentação da gema. Produção de ovos.

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ABSTRACT

QUEIROZ, Élson Augusto, Level of annatto (Bixa orellana L.) bran in rations of sorghum in commercial laying hens. 2006. 27p. Dissertation (Master Science in Animal Science). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2006. It was carried out an experiment to evaluate the effect of the use of different levels of annatto (Bixa orellana L.) bran in commercial laying hens diet as far as yolk pigmentation, ration intake in grams, feeding conversion, rate of laying, average weight of eggs, and body weight gain are concerned. Two hundred and forty semi-weighed Isa Brown laying hens with twenty weeks of age were used. The experiment lasted eight-four days and it was divided into three periods of twenty-eight days. Feeding was supplied with a reference ration based on corn and soy bran and five experimental rations of low tannic acid sorghum and five levels of inclusion of annatto bran: 0; 3; 6; 9 and 12%. Before the starting of the experiment the animals were fed 14 days with the respective experimental rations to get adapted to their components. At the end of each experimental period fowls` performance and pigmentation intensity of yolks on the different diets were evaluated. The average grades of colorfulness of the yolks, was measured by Roche`s colorimetric scale, and were 2.60; 10.37; 12.28 and 12.88 points to the laying hens fed with rations of low tannic acid sorghum and levels of inclusion of annatto of 0; 6; 9 and 12% respectively. The obtained yolk pigmentation grades are close to those found in yolks of rustic fowls which undoubtedly show optimal intensity of pigmentation (8.5 – 9.0 points), nevertheless it was observed a smaller ingestion of ration which worsens the production and weight of eggs. The fowls dieted on low tannic acid sorghum and 0% of annatto bran showed no effects on ration ingestion but laid eggs with low intensity in the color of yolks (2.60 points). The ration formulated with low tannic acid sorghum + 3% of annatto bran promoted intensity of pigmentation similar to that obtained with a ration of corn and soy (7.91 and 6.91 points respectively), and besides it does not harm the ingestion of food and proves to be economically feasible. As soon as the market starts to repay the farmers in accordance with color of the yolks, rations formulated with low tannic acid sorghum and 3% higher levels of annatto bran might be economically worthwhile. Key-words: Annatto bran. Yolk pigmentation. Production of eggs

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Principais xantofilas e sua presença na natureza................................................3 TABELA 2 Classificação Científica do Urucum.................................................................. .5 TABELA 3 Composição do urucum .....................................................................................6 TABELA 4 Composição percentual e valores nutricionais calculados das rações

experimentais...................................................................................................12 TABELA 5 Composição do farelo de urucum (Nutricum)..................................................13 TABELA 6 Composição bromatológica (%) de alguns ingredientes utilizados nas

rações experimentais, expressa na base da matéria natural .............................14 TABELA 7 Efeito da suplementação de farelo de urucum na intensidade de

coloração da gema de galinhas em postura .....................................................16 TABELA 8 Efeito da suplementação de farelo de urucum no consumo de ração por ave

(g/dia), na produção de ovos (%), no peso médio dos ovos (g), nas médias da conversão por dúzia de ovos (kg de ração por dúzia de ovos) e da conversão alimentar por massa (kg de ração por massa de ovos)......................................19

TABELA 9 Peso médio e ganho de peso das aves (g), por tratamento, referentes ao período experimental. ......................................................................................21

TABELA 10 Custo de produção das rações, em real, por dúzia de ovos e por Kg de massa de ovos. .................................................................................................22

TABELA 11 Resultados, em porcentagem, da pesquisa com os entrevistados por preferência. ......................................................................................................23

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Frutos e Sementes no interior das cachopas ......................................................4 FIGURA 2 Semente...............................................................................................................5 FIGURA 3 Colorau ...............................................................................................................5 FIGURA 4 Efeitos da inclusão do farelo de urucum sobre a pigmentação das gemas .......17 FIGURA 5 Coloração das gemas.........................................................................................18

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................1 2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................2 2.1 Aditivos pigmentantes na alimentação das aves .............................................................2 2.2 Pigmentos Carotenóides de Ocorrências Naturais............................................................2 2.2.1 Apelo mercadológico e ação biológica..........................................................................2 2.2.2 Subdivisão dos Carotenóides.........................................................................................3 2.3 Legislação ........................................................................................................................3 2.4 Urucum ............................................................................................................................4 2.4.1 Definição e classificação ...............................................................................................4 2.4.2 Constituintes químicos e composição............................................................................5 2.4.3 Importância sócio – econômica ....................................................................................6 2.5 Alterações na intensidade de coloração da gema pela adição e/ou substituição

de ingredientes pigmentantes à ração ...............................................................................6 2.5.1 Substituição de ingredientes ..........................................................................................7 2.5.2 Adição de urucum (farelo, extrato, farinha de sementes, e colorau) .............................8 2.5.3 Aspectos nutricionais do farelo de urucum ...................................................................9 2.5.4 Toxicidade ....................................................................................................................9 2.5.5 Efeito dos pigmentantes nas taxas de Colesterol (HDL)............................................10 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................11 3.1 Procedimentos estatísticos..............................................................................................15 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................16 4.1 Coloração da gema .........................................................................................................16 4.2 Consumo de ração e produção de ovos ..........................................................................19 4.3 Peso médio dos ovos ......................................................................................................20 4.4 Conversão alimentar por dúzia de ovos .........................................................................20 4.5 Conversão alimentar por massa de ovos ........................................................................21 4.6 Ganho de peso corporal das galinhas .............................................................................21 4.7 Custo de produção ..........................................................................................................22 4.8 Resultado da pesquisa de opinião...................................................................................22 4.9 Resultado da Pesquisa de Opinião ..................................................................................22 5 CONCLUSÕES................................................................................................................24 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................25

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1 INTRODUÇÃO

Na alimentação humana, os produtos oriundos da indústria avícola, carne de frango e ovos, representam economicamente as principais fontes de proteína de origem animal. Dentre estes produtos, encontra-se o ovo, como um alimento rico em proteínas, de grande versatilidade em sua utilização, prontamente disponível, tanto na culinária quanto na indústria de transformação. Sendo um produto de baixo custo, acessível a todas as classes de renda, tem impulsionado o crescimento e o desenvolvimento de sua produção (LOT et al., 2006).

No Brasil, no ano de 2005, o consumo "per capita" foi estimado em 128,8 unidades, considerando uma população de 184 milhões de habitantes, quantidade praticamente igual ao do ano de 2004, com uma estimativa de consumo de 123,3 unidades. Este número ainda é modesto comparando-se ao consumo de países como Japão onde é consumido mais de um ovo por dia por pessoa. O Brasil ocupa a sexagésima quarta colocação no consumo e a média mundial é de 168 ovos por habitante ano. Assim, em algumas circunstâncias, pode ser de interesse o desenvolvimento de pesquisas relacionadas a marketing para intensificar e satisfazer a preferência do consumidor (MERCADO DE OVOS, 2006).

A avaliação de alimentos expostos para a comercialização tem como característica relevante o impacto visual que transmite ao consumidor. Em muitos destes produtos para se obter a coloração e características adequadas para sua aceitação, são acrescidos corantes e substâncias coadjuvantes que permitem sua estabilidade quando expostos a situações adversas de conservação (DI MASCIO et al., 2001).

A intensidade de coloração da gema é um critério de decisão em relação à preferência do consumidor, pois normalmente associa – se a cor da gema, a sua quantidade de vitaminas e a pigmentação da pele do frango ao seu estado de sanidade. A pigmentação resulta da deposição de xantofilas (grupo de pigmentos carotenóides) na gema do ovo. As fontes de pigmentos carotenóides podem ser naturais, como por exemplo, as do grupo do milho e do pimentão vermelho, entre outros. Podem ser empregados também carotenóides sintéticos, tais como a cantaxantina 10% (pigmento vermelho) e o etil éster beta-apo-8-caroteno (pigmento amarelo) (GARCIA et al., 2002).

O Brasil é o maior produtor do corante natural mais comercializado do mundo, o urucum (Bixa orellana L). O urucuzeiro é um arbusto nativo das florestas tropicais, cultivado em poucas regiões do mundo (ASSIS, 2002). O urucum tem sido o corante mais utilizado pela indústria nacional, representando cerca de 90% dos corantes naturais usados no Brasil e 70% no mundo (TOCCHINI & MERCADANTE, 2001).

O farelo de urucum é produzido exclusivamente à base de sementes processadas de urucum, é um resíduo das indústrias de processamento para a obtenção do corante bixina, cujo peso representa menos de 6% do peso total da semente. A extração do pigmento (bixina) pode ser feita por centrifugação em água ou por centrifugação em óleo de soja. As sementes obtidas do processamento em água passam por uma operação de secagem, sendo em seguida misturadas às sementes processadas em óleo, e moídas, resultando assim no farelo de sementes de urucum (PASCHOINI, 2000).

Pesquisas têm sido realizadas utilizando o urucum, rico em bixina, na pigmentação de gemas de ovos de poedeiras, principalmente quando se utiliza uma fonte energética de pouca ação pigmentante, como o sorgo, a quirera de arroz, o milheto, a farinha de mandioca, entre outras, em substituição ao milho amarelo (OLIVEIRA, 2004).

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito dos diferentes níveis de farelo de urucum na dieta de poedeiras comerciais sobre a intensidade de pigmentação da gema dos ovos, consumo de ração (g), conversão alimentar, percentual de postura, peso médio dos ovos e o ganho de peso corporal.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Aditivos Pigmentantes na Alimentação das Aves

Os pigmentantes são aditivos utilizados para reforçar os pigmentos naturais contidos nos alimentos e conferir cor aos produtos animais, melhorando seu aspecto visual. Compreendem uma série de carotenos e carotenóides, os quais, em geral, são designados de xantofilas, existindo as amarelas e as vermelhas. O grau de pigmentação obtido depende da concentração de xantofila no alimento, da composição da ração e, ainda, das condições de saúde da ave. Somente os carotenóides, que possuem grupos funcionais na molécula e possuem oxigênio, têm a capacidade pigmentante (COELLO, 1993).

2.2 Pigmentos Carotenóides de Ocorrência Natural

Os carotenóides compreendem uma família de compostos naturais, dos quais mais

de 600 variantes estruturais estão reportadas e caracterizadas, a partir de bactérias, algas, fungos e plantas superiores. A produção natural mundial é estimada em 100 milhões de toneladas por ano, e é encabeçada pela fucoxantina das algas fotossintéticas marrons (FONTANA et al., 2006).

Os mamíferos não estão bioquimicamente capacitados para a biossíntese de carotenóides, mas podem acumular e/ou converter precursores que obtêm da dieta (e.g., conversão de β-caroteno em vitamina A). No plasma humano predominam o β-caroteno e o licopeno. Os carotenóides mais comumente encontrados nos alimentos vegetais são o β-caroteno (cenoura; Daucus carota), licopeno (tomate; Lycopersicum esculentum), várias xantofilas (zeaxantina, luteína e outras estruturas oxigenadas do milho (Zea mays); da manga (Mango indica); do mamão (Carica papaya) e a bixina (aditivo culinário e corante dérmico usado por indígenas amazônicos, obtido do urucum (Bixa orellana L.). Outras ocorrências naturais de uso culinário são a capsaxantina e capsorubina (páprica, Capsicum annuum ) e a crocina (açafrão, Crocus sativus), excepcionalmente solúvel em água (FONTANA et al., 2006). 2.2.1 Apelo mercadológico e ação biológica

A sensação da cor é um quesito de valor na motivação do consumidor de carnes e

ovos, além de achar-se popularizado o conceito de que os carotenóides são efetivamente saudáveis. Um exemplo convincente é a capacidade 250 vezes superior da astaxantina em combater radicais livres quando comparado com o ∝-tocoferol, conferindo propriedades antioxidantes em ovos postos por aves que foram alimentadas com farinhas ricas em astaxantina.

Nos animais, a concentração de carotenóides coloridos em determinados tecidos (pele, plumas, carapaça), além da proteção antioxidante, integra a complexa rede de sinais de comunicação envolvidos na atração, advertência e camuflagem. Como exemplo, no peixe Gastrosteus aculeatus, a progressiva pigmentação alaranjada do abdômen no macho indica para a fêmea a aptidão para o acasalamento, enquanto que, para outros machos, é sinal de advertência de defesa de uma base territorial.

A vitamina A ou retinol (derivado direto do β-caroteno) está envolvida no processo de visão, reprodução e desenvolvimento normal da pele. Nos vegetais, concentrados nos cloroplastos, os carotenóides estão envolvidos na captação e transferência da energia luminosa no processo de fotossíntese. Diferentemente do β-caroteno, uma xantofila como a

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astaxantina (di-hidroxi-di-ceto β-caroteno) tem um papel importante na pigmentação rosada da carne do salmão e da carapaça de crustáceos como o camarão e a lagosta. O "binding" e dissociação do pigmento são acompanhados de efeito batocrômico: as carapaças frescas de crustáceos nos parecem mais cinza-azuladas, enquanto que, após o cozimento, se tingem mais fortemente em vermelho-rosado (FONTANA et al., 2006). A astaxantina pode ser produzida por algas, leveduras e bactérias (Agrobacterium aurantiacum). A farinha de alga que contém astaxantina é derivada de Haematococcus pluvialis, alga que se encontra em águas doce de chuvas (ZIGGERS, 2002).

A cantaxantina é o carotenóide responsável pela coloração vermelha dos flamingos e de outras espécies de aves, tem sido muito utilizada na alimentação das aves para aumentar a coloração da carcaça de frangos de corte e da gema dos ovos (GARCIA et al., 2002).

Com relação à coloração da gema dos ovos, os consumidores preferem gemas altamente pigmentadas. O leque colorimétrico da Roche possui valores de intensidade de coloração, escores que variam de 1 até 15 pontos. Os escores de 10 a 15 da escala são as preferidas pelo consumidor (ZIGGERS, 2002).

2.2.2 Subdivisão dos carotenóides

COELLO (1993) subdivide os carotenóides em dois grupos: Carotenos: compostos que apresentam atividade de vitamina A. São sintetizados

pelos tecidos vegetais e apresentam diferentes cores (amarelo, rosa e vermelho). Xantofilas: são pigmentos naturais de maior interesse e estão amplamente

distribuídos na natureza em grande número de compostos. Apresentam uma certa atividade de vitamina A, porém bem menor que a encontrada nos carotenos.

Certos alimentos são ricos em pigmentos naturais (xantofilas), como a alfafa, a farinha de glúten de milho amarelo e o próprio milho amarelo. Na (Tabela 1) encontram-se as principais xantofilas e sua presença na natureza. Tabela 1. Principais xantofilas e sua presença na natureza.

Xantofila Presença na natureza Luteína Alfafa, pastos, milho Zeaxantina Milho, glúten de milho Cantaxantina Algas Capsantina/Capsorubina Páprica Astaxantina Crustáceos

Fonte: COELLO (1993) A luteína e a zeaxantina são as xantofilas de maior capacidade pigmentante. Em

geral, as xantofilas são bem absorvidas, não são excretadas e permanecem no corpo. Por serem solúveis em lipídeos, se depositam nos tecidos ricos em gordura como gema e tecido adiposo subcutâneo (COELLO, 1993). 2.3 Legislação

A partir de 1999, a legislação brasileira liberou o uso de corantes em massas

alimentícias, exceto nas massas com vegetais. Até então só era permitida a adição de betacaroteno, devido às suas características nutricionais, em massas com ovos. Os dois tipos de corantes permitidos hoje são: os sintéticos betacaroteno, obtido por síntese química em laboratório com classificação como corante sintético idêntico ao natural; os naturais

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carotenóides vegetais, à base de urucum, que podem ser comercializados puros ou em mistura com betacaroteno e vitamina A. Os corantes naturais registraram uma grande expansão no seu emprego em massas, sendo hoje predominante, por serem naturais, inócuos e atóxicos e pela qualidade de sua cor, apesar de seu custo ser superior ao dos sintéticos (LOPEZ, 2002).

O colorau é definido pela resolução CNNPA 12/78 do Ministério da Saúde como um produto constituído pela mistura de fubá ou farinha de mandioca com urucum em pó ou extrato oleoso de urucum, adicionado ou não de sal e de óleos comestíveis (TOCCHINI & MERCADANTE, 2001). 2.4 Urucum

2.4.1 Definição e classificação

O urucum, Urucu, do tupi uru-ku (vermelho), é um extrato amarelo alaranjado

obtido do pericarpo da semente dos frutos do urucuzeiro, que é uma árvore que pode atingir até 6 metros de altura, originária da América Tropical, também chamado de açafrão da terra, achicote, bixa, colorau, urucu, urucu-ola-mata, urucuba, uru-uva, em inglês (annatto), e em espanhol (achiote). São arvoretas da família das bixáceas (Tabela 2) nativas na América tropical com grandes folhas de cor verde-claro e flores rosadas. Os frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que tornam-se vermelhas quando maduras. Então, abrem-se revelando pequenas sementes de cor avermelhada, dispostas em série, envolvidas por arilo vermelho (Figura 1) e suas sementes (Figura 2) são comumente usadas como corante natural. O urucum era, e ainda é, utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros e peruanos como fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre eles, protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos; há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo. No Brasil, a tintura de urucum em pó (Figura 3) é conhecida como colorau, é usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas flores e frutos atrativos (WIKPEDIA, 2006).

Figura 1. Frutos e Sementes no interior das cachopas Fonte: PLANTAMED

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Figura 2. semente Figura 3. colorau Fonte: GLOBO RURAL Fonte: GLOBO RURAL Tabela 2. Classificação científica do urucum.

Classificação Científica Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Malvales Família: Bixaceae Gênero: Bixa Espécie: B. orellana L.

Fonte: PLANTAMED. 2.4.2 Constituintes químicos e composição

Entre os principais constituintes químicos do urucum (Tabela 3), se encontram

ácidos graxos saturados e insaturados, açúcares, cálcio, celulose, ferro, fosfolipideos, fósforo, orelina, potássio, proteínas, saponinas, taninos, vitaminas A, B2 e C. Os principais componentes carotenóides do urucum são a bixina, metil-bixina, nor-bixina, trans-bixina, β-caroteno, luteína, criptoxantina, zeaxantina. Basicamente são dois compostos: bixina e norbixina (ou orelina). A bixina possui cor vermelho-alaranjada, é solúvel em álcool, óleos e gorduras, e insolúvel em água. A norbixina, de coloração amarela, é solúvel em água, clorofórmio, soluções alcalinas e óleos vegetais e animais. A composição do arilo (substância que reveste a semente do urucum), de onde se extraem as substâncias corantes, é bastante complexa. O teor de corante nas sementes varia de 1 % a 4% do seu peso. A produção dessas duas substâncias em usinas é matéria-prima de especial interesse para as indústrias que utilizam corantes em geral. O consumo no Brasil é de aproximadamente 80% de norbixina e 20% de bixina (FONSECA, 2006).

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Tabela 3. Composição do urucum (em %).

Cachopa Sementes Folhas Umidade 11,2 9,8 10,7 Cinzas 3,4 4,6 5,4 Proteína bruta 5,4 10,8 13,5 Extrato etéreo (óleos, graxa) 1,4 4,8 8,8

Fibra 21,4 12,6 11,2 Carboidratos 57,2 57,4 50 Fonte: OLIVEIRA; ALBINO; NOGUEIRA (2006) 2.4.3 Importância sócio – econômica

O colorau é consumido por mais de 140 milhões de brasileiros e, em algumas regiões do País, supera 500 g/ per capita/ano. O mercado interno com o urucum envolve cerca de 1 milhão de pessoas na sua produção, sobretudo, na fabricação do colorau. Seu consumo não é prejudicial à saúde, pois além de reduzir o colesterol total e triglicerídeos, possui altos teores de proteínas e aminoácidos essenciais (FRANCO, 2006).

Em 1999 a produção brasileira de grãos de urucum situava – se em torno de 10.000 a 12.000 toneladas por ano, sendo que desse total, 60% eram destinados a fabricação de colorau / colorífico, 30% a fabricação de corantes e 10% a exportação. As principais aplicações dos corantes à base de urucum nas indústrias alimentícias são: no setor de embutidos (salsicha), nas indústrias de laticínios (queijo tipo Prato, manteiga), nas indústrias de sorvetes e confeitarias e estima-se que mais de 2,8 toneladas por ano sejam consumidas em outros alimentos e em outras aplicações não alimentícias (cosméticos e farmacêuticos) (FRANCO, 2006).

2.5 Alterações na Intensidade de Coloração da Gema pela Adição e/ou Substituição de Ingredientes Pigmentantes à Ração

O milho é um dos cereais mais utilizados no mundo para rações de poedeiras e o

consumidor é quase sempre mais receptivo aos ovos com relativo grau de pigmentação na gema. O nutricionista está, portanto, quase sempre diante de manter uma intensidade de coloração na gema do ovo, seja pela seleção de ingredientes e/ou pelo uso de pigmentos sintéticos. Uma faixa de cor na escala Roche entre 7-8 será normalmente aceita para ovos tipo A para a maioria dos consumidores (LEESON & SUMMERS, 1997).

Os pigmentos xantofílicos nas aves produzem uma pigmentação amarela – alaranjado na pele dos frangos e na gema do ovo. Esta pigmentação é preferida pelo consumidor, embora estes pigmentos não signifiquem garantia de maior valor nutritivo. O milho tem aproximadamente 19,0 ppm, enquanto que o sorgo comum contém 1,1 ppm e o sorgo de endosperma amarelo 7,0 ppm de pigmentos xantofílicos (ROSTAGNO, 1979).

GARCIA et al. (2002) estudaram os efeitos da utilização de cantaxantina sobre o desempenho de galinhas poedeiras da linhagem Hisex Brown e a coloração das gemas dos ovos, utilizando uma dieta referência à base de milho e farelo de soja e seis níveis de inclusão, 0; 12; 24; 36; 48; e 60 ppm do princípio ativo da cantaxantina 10%. Foram avaliadas as colorações das gemas, a produção de ovos, o consumo de ração, a massa de ovos e a conversão alimentar. Dos resultados obtidos, a inclusão de cantaxantina na dieta não influenciou os parâmetros de desempenho e qualidade dos ovos, exceto a intensidade de

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coloração das gemas, cujo melhor resultado foi obtido com a adição de 60ppm de cantaxantina atingindo-se a cor de 14,3 do leque colorimétrico da Roche.

Estudos demonstraram que a suplementação de dietas com farinha de alga Haematococcus, que é rica em astaxantina, promoveram incremento na pigmentação da gema de ovos de galinhas. Em frangos de corte, a farinha de alga aumentou o ganho de peso vivo, o rendimento do músculo peitoral, a pigmentação dos membros e a deposição de carotenóides no músculo peitoral, fígado e tecido adiposo (ZIGGERS, 2002). 2.5.1 Substituição de ingredientes

O efeito da substituição do milho pelo milheto na intensidade de coloração da gema

foi testado por CAFÉ et al. (1999) em poedeiras comerciais Lohmann branca, nos seguintes níveis de inclusão: 0; 25; 50; 75 e 100%. O desempenho medido pela taxa de postura, o consumo de ração, conversão alimentar (em dúzias e massa de ovos), e a qualidade dos ovos, porcentagem de casca e de gema, e porcentagem de clara não apresentaram diferenças significativas. O índice de coloração de gema, no entanto, pelo leque colorimétrico, apresentou menor intensidade de coloração à medida que os níveis de milheto foram crescentes nas rações. Os autores recomendaram o uso do milheto com pigmentantes sintéticos ou naturais, pois embora a utilização deste não tenha afetado o desempenho das aves, não conferiu intensidade de coloração satisfatória às gemas dos ovos.

O sorgo de baixo tanino custa cerca de 88% do preço do milho e pode substituir este cereal em rações de poedeiras. Segundo LANCINI (1994) neste caso é necessário adicionar pigmentantes à ração.

Em um trabalho realizado por GARCIA et al. (2003) com frangos de corte de 1 a 42 dias de idade para avaliação do rendimento de carcaça, as aves receberam cinco dietas com diferentes níveis de substituição de milho pelo sorgo, 0; 25; 50; 75 e 100%. Para as características de desempenho e rendimento de carcaça e para qualidade da carne não houve diferença entre os tratamentos. Para a pigmentação da pele constatou-se que, à medida que se aumentavam os níveis de substituição do milho pelo sorgo a coloração diminuía, recomendando o uso de fontes de pigmentos na alimentação.

FAQUINELLO et al. (2003) avaliaram a substituição do milho pelo sorgo de alto tanino no desempenho de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica), durante quatro ciclos de 21 dias. Os níveis de substituição do milho pelo sorgo foram: 20, 40, 60, 80 e 100% e um tratamento referência à base de milho e soja. Os autores não verificaram diferenças para o consumo de ração, peso do ovo, altura do albúmem, percentual de postura e espessura da casca, porém houve uma piora na conversão alimentar e na coloração da gema, à medida que se aumentou o nível de substituição do milho pelo sorgo nas rações. Os autores sugeriram que o sorgo de alto tanino pode substituir em até 80% do milho na ração, desde que se inclua uma fonte de pigmentos à dieta.

O efeito da substituição do milho pelo sorgo e a suplementação das dietas com extrato oleoso de bixina sobre o desempenho e pigmentação da gema de ovos em codornas européias foram avaliados por MELO et al. (2003). Utilizou-se uma dieta controle, à base de milho e farelo de soja e duas rações contendo 50 e 100% de sorgo em substituição ao milho, suplementadas com 0; 0,1; 0,2 e 0,4% de extrato oleoso de bixina. Os autores não encontraram diferenças no desempenho entre os diferentes tratamentos, exceto quando a suplementação do extrato de urucum foi de 0,4% que resultou em menor consumo de ração e peso dos ovos, resultando na recomendação da substituição do milho pelo sorgo e a adição de 0,1% de extrato oleoso de bixina, que promoveu pigmentação da gema semelhante às das codornas alimentadas com milho e soja.

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Um experimento com poedeiras da linhagem Isa Brown com 47 semanas de idade, substituindo o milho pelo farelo de arroz integral nos níveis de 0; 12; 24 e 36% foi desenvolvido por ZANELLA et al. (2003). Os parâmetros observados foram a conversão alimentar kg/kg de ovos, massa de ovos, consumo de ração, porcentagem de produção, densidade, peso da ave e coloração da gema. Houve diminuição do consumo de ração, peso das aves, densidade e coloração da gema proporcionalmente ao aumento do nível de farelo de arroz integral.

CASARTELLI et al. (2004) avaliaram o efeito da substituição do milho pelo sorgo em cinco níveis (0; 25; 50; 75 e 100%) e pela combinação de aminoácidos totais e digestíveis em rações para poedeiras comerciais durante cinco períodos de 14 dias. Em cada período experimental foram avaliados o consumo de ração, produção, massa, peso dos ovos e conversão alimentar. Os resultados obtidos foram semelhantes para os cinco níveis de substituição sem prejuízo do desempenho (consumo de ração, produção, peso, massa dos ovos e conversão alimentar) e a qualidade dos ovos (Unidade Haugh, espessura, porcentagem de casca e gravidade especifica). O sorgo pode substituir em até 100% o milho sem prejuízos ao desempenho das aves e qualidade dos ovos, entretanto, há uma diminuição no índice de pigmentação da gema com o aumento nos níveis de substituição do milho pelo sorgo. 2.5.2 Adição de urucum (farelo, extrato, farinha de sementes e colorau)

Os primeiros estudos sobre o uso de urucum na alimentação das aves com o objetivo

de intensificar a pigmentação da gema de ovos, foram realizados com a farinha integral da semente de urucum. As gemas de ovos produzidos por poedeiras alimentadas com rações contendo 1% de farinha de semente de urucum e 30% de adlai, trigo de verão, capim de nossa senhora, capiá ou trigo de Israel (Coix lacryma-jobi L.), apresentaram coloração de gema variável entre o amarelo e o amarelo alaranjado, sendo esta cor similar às gemas produzidas por galinhas alimentadas com 30% de milho e sem farinha de urucum. Entretanto, as aves que receberam ração contendo 2% de farinha de semente de urucum e 30% de adlai produziram gemas mais pigmentadas, cuja tonalidade variou do laranja ao laranja forte, as quais se aproximam mais da preferência do consumidor (CAMPOS, 1955).

Poedeiras leves e semipesadas que receberam rações com 0,10% de extrato de urucum produziram ovos com cor de gema similar as aves que receberam a ração controle (farelo de soja + milho). A adição de 0,45% de extrato de urucum à ração contendo sorgo, resultou em uma pigmentação da gema de ovos de poedeiras leves igual a 8,87 pontos na escala Roche, valor dentro da faixa referencial para aves caipiras, que é de 8,5-9,0 pontos e que poedeiras semipesadas produziram gemas com pigmentação superior às poedeiras leves (SILVA et al. 2000).

PEREIRA et al. (2000) estudaram o potencial de pigmentação de extrato de urucum oleoso (bixina) e aquoso (norbixina) nos níveis de 500, 1000, 1500 e 2000 ppm sobre a coloração das gemas dos ovos de poedeiras, produzidas durante dois ciclos consecutivos de 28 dias. A adição de 2000 ppm de bixina em ração com 61% de sorgo promoveu a mesma cor de gema obtida com ração contendo 63% de milho. A produção, o peso dos ovos, o consumo de ração e a conversão alimentar não foram afetados pelos tratamentos. Entretanto a norbixina não mostrou efeito pigmentante nos níveis utilizados.

PEREIRA et al. (2001) verificaram que os parâmetros produtivos (consumo de ração, produção, conversão alimentar e peso dos ovos) e a qualidade interna dos ovos não foram afetados pela adição do extrato oleoso de urucum nos níveis de 0; 0,05; 0,10; 0,15 e 0,20% em rações para poedeiras à base de milho. Entretanto, conforme se aumentavam os níveis de extrato, efeito proporcional era obtido na intensificação da coloração das gemas.

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SILVA et al. (2003) avaliaram o efeito do farelo de urucum como pigmentante da gema dos ovos das galinhas poedeiras leves com 22 semanas de idade durante três períodos de 28 dias. Foram utilizados cinco tratamentos, sendo uma ração controle à base de milho e farelo de soja e quatro experimentais com 40% de sorgo de baixo tanino e níveis de inclusão de farelo de urucum de 0; 4; 8 e 12 %. Foram avaliados o desempenho (consumo de ração, produção de ovos e conversão alimentar por dúzia de ovos), gravidade específica e a pigmentação das gemas. Observaram que houve efeito positivo da adição do farelo de urucum a partir de 4% sobre a pigmentação da gema dos ovos, resultando em pigmentação semelhante às produzidas por galinhas alimentadas com milho e soja. A inclusão de 12% de farelo de urucum aumentou a produção de ovos, melhorou a conversão alimentar por massa e por dúzia de ovos e o consumo de ração, quando comparado aos tratamentos com 4 e 8% de farelo de urucum. Recomendando em rações para poedeiras com alta proporção de sorgo a inclusão de 12% de farelo de urucum.

Trabalhando com codornas japonesas ( Coturnix coturnix japonica) para avaliação da pigmentação da gema, OLIVEIRA (2004) utilizou tratamentos que foram constituídos de oito rações experimentais oriundas da combinação de quatro níveis de colorau (0; 1,5; 3,0 e 4,5%) e duas fontes energéticas (milho e quirera de arroz). O grau de pigmentação de gemas foi avaliado pelo leque colorimétrico da Roche, os resultados obtidos foram 12,14; 11,69; 12,83 e 12,14 pontos para as codornas que receberam as rações contendo milho e colorau, e 10,82; 11,41; 11,28 e 11,97 pontos paras as codornas alimentadas com rações contendo quirera de arroz e colorau. Codornas alimentadas com rações à base de milho e colorau apresentaram gemas de ovos mais pigmentadas do que as de codornas alimentadas com rações à base de quirera de arroz e colorau. As codornas alimentadas com rações à base de milho e colorau tiveram maiores consumos de ração, percentual de postura, melhor conversão alimentar por dúzia e por grama de ovos em relação as que receberam rações à base de quirera de arroz e colorau. 2.5.3 Aspectos nutricionais do farelo de urucum

ROSTAGNO et al. (2000), verificaram que o alto conteúdo de fibra bruta, a baixa

digestibilidade aparente da energia e da proteína do farelo de urucum pode estar ligada à qualidade da fibra e que a qualidade da fibra dietética do alimento está associada aos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). O farelo de trigo contém 40,54% de FDN, enquanto que o farelo de urucum contém 36,75%. O farelo de urucum apresenta 80,2% a mais de FDA em relação ao farelo de trigo.

Em um experimento para determinação dos coeficientes de digestibilidade aparente, da energia e da proteína do farelo de urucum, em suínos na fase de crescimento (UTIYAMA, 2001), determinou que a energia e a proteína digestíveis foram de 2365 kcal/kg e 8,80% respectivamente, e que em relação a dieta à base de milho e farelo de soja, o farelo de urucum pode ser incluído até o nível de 10%, sem influenciar o desempenho de suínos em crescimento.

2.5.4 Toxicidade

Testes toxicológicos realizados em diversos países, com a vigilância da

Organização Mundial de Saúde (OMS), comprovaram que a ingestão contínua de alimentos pigmentados artificialmente pode provocar alergias, problemas circulatórios, gástricos, oftalmológicos, distúrbios da tireóide, câncer e mutações gênicas (CARVALHO, 1992).

A administração oral de extrato seco de urucum (28% bixina), nas dosagens de 0; 31,2; 62,5; 125 e 500 mg de extrato por kg de peso corporal por dia, para ratas no 6º e 15º dia

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de gestação, não reduziu o peso corporal e não provocou mortalidade aos 21 dias de gestação. Também não foram observadas anormalidades viscerais e esqueléticas, nem redução do ganho de peso nas suas proles. A dose de 500 mg, equivalente a 140 mg de bixina por kg de peso corporal por dia, correspondeu à cerca de 2,153 vezes a dose máxima pré-estabelecida para humanos que é de 0,065 mg de bixina por kg de peso corporal por dia. A não toxicidade da bixina, quando usadas em doses elevadas, mostra que esse aspecto não se constitui em fator limitante para seu uso (PAUMGARTTEN et al., 2002). 2.5.5 Efeito dos pigmentantes nas taxas de colesterol (HDL)

CARVALHO et al. (2004) realizaram estudos experimentais com o objetivo de

verificar os efeitos do flavonóide naringerina e do carotenóide bixina associado com leite em pó de cabra sobre o metabolismo lipídico em coelhos com ênfase nos efeitos sobre os níveis de colesterol (HDL). As duas substâncias associadas com o leite reduziram as concentrações de colesterol, sendo o melhor resultado obtido com o grupo que recebeu leite de cabra associado com naringerina, tendo redução significativa (20,62% no 16º dia e com 16,06% no 31º dia). Em relação às concentrações de triacilgliceróis o grupo que recebeu leite de cabra associado com naringerina apresentou melhor resultado, produzindo redução significativa (10,28% no 16º dia e 23,53% no 31º dia). Para o colesterol – HDL, todos os tratamentos apresentaram bons resultados, aumentando as concentrações desse parâmetro, tendo destaque o grupo que recebeu leite de cabra associado com bixina.

HARDER (2005) utilizou farinha integral de semente de urucum nos níveis de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0% em rações à base de milho e uma ração controle com milho e 0% de urucum. Foram avaliados a qualidade dos ovos, nível de colesterol, teores de α e β caroteno, ferro e coloração da gema. Os resultados demonstraram uma diminuição do colesterol em relação ao controle, porém ao longo do tempo o colesterol apresentou aumento significativo nos tratamentos com urucum. Não houve prejuízo na qualidade dos ovos. Os teores de carotenóides, ferro e coloração da gema aumentaram nos tratamentos com urucum.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido nas instalações para aves de postura da UEP

(Unidade Educativa e Produção) núcleo de Zootecnia I, setor de Avicultura de Postura da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, Muzambinho – Minas Gerais. O período de duração total do experimento foi de 84 dias, divididos em três períodos de 28, compreendidos entre 30/07/2005 e 24/10/2005.

Foram utilizadas 240 aves da linhagem semipesadas (PSP) Isa Brown, o modelo experimental utilizado foi o delineamento em blocos ao acaso, com seis tratamentos, quatro repetições e dez aves por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por seis rações, sendo cinco experimentais e uma ração referência à base de milho e farelo de soja. Os tratamentos experimentais foram compostos da seguinte forma:

R1 – ração referência à base de milho; R2 – sorgo BT (baixo tanino) + 0% de FU (farelo de urucum); R3 – sorgo BT (baixo tanino) + 3% de FU (farelo de urucum); R4 – sorgo BT (baixo tanino) + 6% de FU (farelo de urucum); R5 – sorgo BT (baixo tanino) + 9% de FU (farelo de urucum); R6 – sorgo BT (baixo tanino) + 12% de FU (farelo de urucum). A composição bromatológica das rações experimentais foi realizada no laboratório

João Carlos P. de Freitas da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), situado na cidade de Guaxupé – Minas Gerais. (Tabelas 4 e 6). As rações foram formuladas de acordo com as exigências preconizadas por ROSTAGNO et al. (2005). A composição do farelo de urucum (Nutricum) (Tabela 5) foi realizado no laboratório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Contagem – Minas Gerais.

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Tabela 4. Composição percentual e valores nutricionais calculados das rações experimentais.

Rações Experimentais (%) Ingredientes Referência 0% FU 3% FU 6% FU 9% FU 12% FU Urucum Farelo (11,78 % PB) 0,00 0,00 3,00 6,00 9,00 12,00 Milho 66,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sorgo 0,00 59,84 56,65 53,45 50,26 47,07 F. Soja 46 21,79 24,95 24,74 24,53 24,31 24,10 Fosfato Bicálcico 1,43 1,41 1,41 1,41 1,41 1,42 Calcário 9,24 9,19 9,18 9,18 9,17 9,16 DL – Metionina 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 L-Lisina 0,13 0,07 0,05 0,03 0,02 0,00 Cloreto de Sódio 0,46 0,49 0,49 0,49 0,49 0,49 Óleo 0,50 3,60 4,03 4,46 4,89 5,31 Suplemento Vitamínico e Mineral 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Nutrientes Calculados 1 Proteína Bruta % 15,89 15,89 15,89 15,89 15,89 15,89 Energia Metabolizável Kcal/kg 2800 2800 2800 2800 2800 2800 Metionina + Cistina % 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 Metionina % 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 Lisina % 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 Treonina % 0,62 0,62 0,62 0,62 0,62 0,61 Triptofano % 0,18 0,21 0,21 0,21 0,21 0,20 Colina mg 966,43 1098,46 1071,13 1043,80 1016,48 989,08 Ácido Linoleico % 1,86 2,97 3,15 3,33 3,51 3,69 Cálcio % 3,93 3,93 3,93 3,93 3,93 3,93 Fósforo Total % 0,53 0,51 0,51 0,52 0,52 0,52 Fósforo Disponível % 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 Sódio % 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 Potássio % 0,62 0,73 0,71 0,70 0,68 0,67 Cloro % 0,30 0,34 0,34 0,34 0,33 0,33 Minerais % 13,51 13,40 13,53 13,65 13,78 13,91 Extrato Etéreo % 3,18 5,45 5,83 6,22 6,61 6,99 Fibra Bruta % 2,67 2,67 3,07 3,46 3,85 4,25 FDN % 13,08 10,39 12,67 12,74 12,54 12,41 FDA % 5,04 6,44 6,40 5,83 5,77 6,57 Matéria Seca % 88,86 87,90 87,97 88,04 88,11 88,17 Quantidades em 1000 g: vit. A, 2500.000 UI; vit. D3 625.000 UI; vit. E, 3.750 UI; vit K3 500mg; vit. B1, 500mg; vit. B2, 1.000 mg; vit. B6, 1.000 mg; vit. B12 3.750 mg; niacina, 7.500 mg; 7.500 mg; ác. Pantotênico, 4.000 mg; biotina, 15 mg; ac. Fólico, 125 mg; colina, 75.000 mg; metionina, 250.000 mg; Se, 45 mg ; I, 175 mg; Fé, 12.525 mg; Cu, 2.500 mg; Mn, 19.500 mg; Zn, 13.750 mg; avilamicina, 20.000 mg; BHT, 500 mg; vit. C, 12.500 mg. 1 Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. (ROSTAGNO et al., 2005).

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Tabela 5. Composição do farelo de urucum (Nutricum).

Microscopia Resultados Analíticos (%) Cor Normal Odor Normal Textura Normal Físicas Umidade Volátil 10,23 Químicas Acidez 19,52 Proteína Bruta 12,09 Ácido Aspártico 1,05 Treonina 0,47 Serina 0,52 Ácido Glutâmico 2,01 Prolina 0,57 Glicina 0,57 Alanina 0,69 Cistina 0,08 Valina 0,54 Metionina 0,14 Isoleucina 0,46 Leucina 0,76 Tirosina 0,27 Fenilanina 0,49 Lisina 0,78 Histidina 0,31 Triptofano 0,1 Arginina 0,86 Extrato Etéreo 6,09 Amido 30,23 Fibra Bruta 12,96 A. D. F. 20,23 N. D. F. 36,72 Matéria Mineral 7,28 Cálcio 0,20 Fósforo 0,35

Fonte: IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária

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Tabela 6. Composição bromatológica (%) de alguns ingredientes utilizados nas rações experimentais expressa na base da matéria natural.

Ingredientes Matéria Seca Proteína Bruta Cálcio Fósforo Total

Farelo de urucum 82,22 11,78 0,28 0,35 Milho 88,06 9,00 0,04 0,26 Sorgo 85,62 7,45 0,01 0,19 Farelo de soja 88,51 46,48 0,23 0,57

O consumo de ração (g), a conversão alimentar (por massa e por dúzia de ovos), a

taxa de postura e o peso médio dos ovos (g) foram obtidos semanalmente. O percentual de ovos quebrados, trincados e sem casca foi obtido no final de cada

período de 28 dias. No final de cada ciclo experimental (28, 56 e 84 dias) calcularam-se as médias de

cada tratamento para obter os valores de consumo de ração, percentual de postura, peso médio dos ovos, conversão alimentar (por massa de ovos e por dúzia de ovos) e observação da coloração da gema.

Para a formação das unidades experimentais, as aves foram selecionadas com 19 semanas de idade. No início do período experimental foram pesadas individualmente em balança eletrônica e agrupadas nas repetições com a variação de ± 10% do peso médio corporal 1,530 g ± 21,54. No período final do experimento (85º dia), realizou-se a última pesagem.

As aves foram alojadas em gaiolas metálicas com dimensões de 0,25 m de frente, 045 m de profundidade e 0,45 m de altura com duas aves por gaiola, dispostas em duas fileiras duplas, separadas por um corredor central de 1,00 m de largura. Para se evitar que as poedeiras de uma repetição tivessem acesso a ração da repetição vizinha, optou-se por deixar duas gaiolas vazias entre as repetições. Os comedouros utilizados foram do tipo calha, confeccionados com chapa galvanizada e bebedouros automáticos do tipo “nipple”, com capacidade de quatro poedeiras por bebedouro. O galpão foi construído com alvenaria com pé direito de 2,50 m, com telas contra pássaros na abertura lateral até o beiral, largura de 4,40 m e 26,00 m de comprimento, cobertura de duas águas com telha de cimento amianto.

O programa de luz totalizou 17 horas de luz diária, reguladas por um ‘‘timer’’ digital, a luz artificial necessária foi dividida em dois períodos, metade antes de o sol nascer e outra metade no ocaso.

Antes do início do experimento, por um período de 14 dias, as galinhas foram alimentadas com as respectivas rações experimentais para adaptação aos componentes das mesmas.

A quantidade de ração fornecida diariamente por ave foi de 110g, oferecidas duas vezes, às 9 horas e às 15 horas.

Semanalmente, eventuais sobras de ração foram retiradas, pesadas em balança eletrônica e anotadas nas fichas de cada repetição, assim conhecendo a quantidade de ração fornecida diariamente por ave e somando-se os dias da semana menos as sobras eventuais, obteve-se o total de ração consumida na semana por unidade experimental.

Os ovos foram coletados duas vezes ao dia, de manhã e à tarde, antes do arraçoamento, em seguida contados, pesados em balança eletrônica e anotados nas fichas de cada repetição. O percentual de postura e o peso médio dos ovos foram avaliados semanalmente para cada repetição.

A conversão alimentar, expressa em quilograma de ração consumida por dúzia de ovos, foi calculada semanalmente pela divisão entre o consumo de ração e a quantidade de

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dúzias de ovos produzidas por cada unidade experimental. Para o cálculo semanal da conversão alimentar por massa de ovos, dividiu-se a ração consumida pela massa dos ovos de cada unidade experimental.

Para avaliação da intensidade de coloração da gema foram coletados aleatoriamente dois ovos de cada repetição e enviados para o laboratório de química da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, onde procedeu-se a separação da gema e do albúmen. As gemas foram expostas em placas de petri numa superfície branca. A cor de cada gema de ovo ‘‘in natura’’ foi visualmente comparada e classificada utilizando-se o leque colorimétrico da Roche (escore de um a 15). Tal procedimento foi realizado com dez professores que atuaram como ‘‘juízes’’. As avaliações foram feitas individualmente, de modo que um não conhecia a avaliação do outro. A média dos valores referentes a cada tratamento foi calculada pela média dos escores de coloração das gemas dos ovos das respectivas repetições.

No 30º dia, após o início do experimento, realizou-se uma pesquisa de opinião com 307 alunos da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, que consistia em saber qual a coloração de gema de ovo de galinha preferia consumir. Para tanto, foram quebrados seis ovos, um de cada tratamento, separados, e suas gemas e albúmens colocados em placas de petri identificados. Nos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2005, aconteceu a VIII Feira de Conhecimento e Tecnologia da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, onde a mesma pesquisa foi realizada com 202 visitantes das mais diferentes classes sociais e profissionais.

O preço da dúzia de ovos, em real, foi calculado dividindo-se o custo da ração de cada tratamento pela sua respectiva conversão alimentar por dúzia de ovos. O preço da massa de ovos, também em real, foi calculado pela divisão do custo da ração de cada tratamento pela sua correspondente conversão alimentar por massa de ovos. 3.1 Procedimentos Estatísticos

Para avaliação dos efeitos da inclusão do farelo de urucum sobre as variáveis

estudadas foi realizada análise de variância através do pacote computacional SAS (SAS 1998) e, em caso de significância, as médias de todos os tratamentos foram analisados por meio do teste de TUKEY adotando–se o nível de significância de 5%, com base no seguinte modelo:

yij= µ + Ti + Bj + eij Onde: yij= observação relativa ao tratamento i, no bloco j; µ= média geral Ti= efeito dos níveis de farelo de urucum; (i = 1, 2, 3, 4, 5...); Bj= efeito de bloco; (1, 2, 3, 4); eij= erro amostral Os efeitos de inclusão de farelo de urucum nas rações contendo sorgo em sua

composição foram estimados por meio de equações polinomiais, decompondo os graus de liberdade dos tratamentos em seus componentes, adotando-se o modelo que melhor se ajustou.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Coloração da Gema

As médias do escore de coloração de gema medido pelo leque colorimétrico da Roche de acordo com os tratamentos e o período de consumo de ração estão apresentadas na Tabela 7.

Tabela 7. Efeito da suplementação de farelo de urucum na intensidade de coloração da gema de galinhas de postura.

Tratamentos P1 0-28

P2 29-56

P3 57-84

Intensidade de coloração da gema

Sorgo sem FU 3.53 a 2.06 a 2.20 a 2.60 a Milho 7.66 b 7.13 b 5.93 b 6.91 b Sorgo + 3% FU 8.80 b 8.13 b 6.80 b 7.91 b Sorgo + 6% FU 10.73 c 10.20 c 10.20 c 10.37 c Sorgo + 9% FU 12.66 d 12.36 d 11.86 d 12.28 d Sorgo + 12% FU 13.46 d 12.73 d 12.46 d 12.88 d CV 11.70 11.63 14.59 12.60

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. P1= (0-28) dias de consumo de ração; P2= (29-56) dias de consumo de ração; P3= (57-84) dias de consumo de ração; FU=Farelo de urucum; CV= Coeficiente de variação; Cada valor de intensidade de coloração da gema corresponde a média de 24 gemas avaliadas individualmente.

A intensidade de coloração da gema elevou-se significativamente (P<0,05) nas aves alimentadas com sorgo suplementadas com níveis de 3 a 9% de farelo de urucum no período experimental. A incorporação de farelo de urucum a 12 % não alterou a intensidade de coloração da gema (P>0,05) quando comparado com a inclusão a 9% de farelo de urucum. Contribuindo para este resultado a maior concentração de pigmentos presentes no farelo de urucum.

Observou-se que a gema das aves alimentadas com milho e soja apresentou melhor intensidade de coloração em comparação com as aves que receberam sorgo sem adição de farelo de urucum.

Ao analisar os efeitos da inclusão do farelo de urucum sobre a pigmentação das gemas, observou-se aumento linear (P<0,01) da coloração à medida em que se incluiu o referido ingrediente às rações contendo sorgo em sua composição (Figura 4).

A estimativa da intensidade de coloração das gemas poderá ser realizada por meio da equação Ŷ = 4,30 + 0,82x.

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Coloração = 4,30 + 0,82 X

00 03 06 09 012

Níveis de Farelo de Urucum

0

2

4

6

8

10

12

14

16C

olor

ação

da

Gem

a

r2 = 0,7733

Figura 4. Efeitos da inclusão do farelo de urucum sobre a pigmentação das gemas.

As gemas de ovos de galinhas alimentadas com o sorgo sem adição de farelo de

urucum apresentaram média de coloração de gema de 2,60 pontos, resultado esperado uma vez que o sorgo é pobre em xantofilas (ROSTAGNO, 1979). FAQUINELLO et al. (2003) substituíram o milho pelo sorgo de alto tanino nos níveis de 20, 40, 60, 80 e 100%, em rações para codornas japonesas, observaram diminuição da coloração da gema proporcionalmente ao aumento dos níveis de substituição, sendo que o nível máximo seria de 80%, desde que se inclua uma fonte de pigmentos a dieta.

As médias dos escores de intensidade de coloração das gemas de ovos de galinhas alimentadas com 9 e 12% de farelo de urucum foram respectivamente, 12,28 e 12,88 pontos. Já OLIVEIRA (2004) trabalhou com rações para codornas japonesas, utilizando como fonte energética o milho e quatro níveis de colorau (0; 1,5; 3,0 e 4,5%), obteve uma coloração de gema de 12,83 e 12,14 pontos com a inclusão de 4,5% de colorau.

A intensidade de coloração das gemas está representada na (Figura 5). A suplementação de farelo de urucum manteve a intensidade de coloração das gemas em valores de 7 a 12, observando-se que a suplementação com níveis mais crescentes de farelo de urucum (6%, 9% e 12%) mantiveram os níveis nas faixas entre 10 a 12, que são as preferidas pelo consumidor (ZIGGERS, 2002).

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Sorgo + 0% FU. E.C.= 2.60

Milho + soja E.C.= 6.91

Sorgo + 3% FU E.C.= 7.91

Sorgo + 6% FU E.C.= 10.37

Sorgo + 9% FU E.C.= 12.28

Sorgo + 12% FU E.C.= 12.88

FU = Farelo de urucum; E.C = Escore de coloração (Escala Roche) Figura 5. Coloração das gemas

O escore de 7,91 pontos de coloração da gema de ovos das galinhas alimentadas com 3% de farelo de urucum, ainda atende a preferência do consumidor na maioria das regiões do país, onde uma coloração de gema entre 7 e 8 pontos na escala Roche é enquadrado como ovos do tipo “A” (LESSON & SUMMERS, 1997). CAMPOS (1955) utilizou 2% de farinha de semente de urucum e 30% de adlai em ração de galinhas poedeiras, obtendo coloração de gema variável entre o laranja ao laranja forte, que se aproxima mais da preferência do consumidor. MELO et al. (2003) estudaram a substituição do milho pelo sorgo em 50 e 100% e suplementadas com extrato oleoso de bixina em 0; 0,1; 0,2 e 0,4% em rações para codornas japonesas. Constataram que a adição de 0,1% do extrato promoveu pigmentação de gema semelhante à dieta de codornas alimentadas com milho e soja. GARCIA et al. (2002) utilizaram em rações a base de milho e soja para galinhas poedeiras 60 ppm do princípio ativo cantaxantina (10%), atingindo 14,3 pontos no leque colorimétrico da Roche.

As médias do consumo de ração, da produção de ovos, do peso dos ovos por ave, conversão alimentar por dúzia de ovos e conversão alimentar por massa de ovos estão apresentadas na Tabela 8.

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Tabela 8. Efeito da suplementação de farelo de urucum no consumo de ração por ave (g/dia), na produção de ovos (%), no peso médio dos ovos (g), nas médias da conversão por dúzia de ovos (kg de ração por dúzia de ovos) e da conversão alimentar por massa (kg de ração por massa de ovos).

Tratamento

Consumo de Ração

(g/ave/dia)

Produção de Ovos (%)

Peso do ovo por ave

(g)

Conversão alimentar por

dúzia de ovos

Conversão alimentar por massa de ovos

Milho 105,95 a 92,62 a 61,97 a 1,37 a 1,84 a Sorgo sem FU 103,33 a 90,00 ab 61,78 a 1,38 a 1,86 a Sorgo + 3% FU 104,63 a 88,51 b 60,31 ab 1,42 a 1,96 b Sorgo + 6% FU 99,52 b 80,98 c 59,45 b 1,48 b 2,07 c Sorgo + 9% FU 98,69 bc 79,52 c 59,45 b 1,50 b 2,09 c Sorgo +12% FU 95,12 c 72,29 d 59,20b 1,59 c 2,22 d CV (%) 6,5 6,7 7,7 6,4 7,7

Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. FU=Farelo de urucum 4.2 Consumo de Ração e Produção de Ovos

O consumo de ração e a produção de ovos não diferiram significativamente (P>0,05)

entre os tratamentos com milho, sorgo sem farelo de urucum e sorgo + 3% de farelo de urucum, mas o nível de 3% de inclusão de farelo de urucum reduziu a produção significativamente (P<0,05) em comparação ao tratamento com milho. As aves alimentadas com sorgo + 6 e 9% de farelo de urucum não apresentaram diferenças estatísticas entre si, tanto no consumo de ração como na produção de ovos, porém diferiram das que receberam os tratamentos citados anteriormente. Não houve diferença significativa (P>0,05) no consumo de ração entre os tratamentos com sorgo 9 e 12% de farelo de urucum. O percentual de postura mais baixo foi observado nas aves que receberam ração com sorgo + 12% de farelo de urucum. O menor consumo de ração observado nos tratamentos que receberam sorgo + 6, 9 e 12% de inclusão de farelo de urucum pode ser explicado pelo aumento gradativo da fibra bruta da ração de 29, 44 e 59%, o que acarretou redução no consumo de 3,7; 4,5 e 7,9% respectivamente. Isto pode ter resultado na diminuição da produção de 10,0; 11,6 e 19,7% nos tratamentos com sorgo + 6, 9 e 12% de inclusão de farelo de urucum respectivamente, quando comparados ao tratamento com sorgo sem farelo de urucum. O baixo consumo de ração verificado nos tratamentos com sorgo + 6, 9 e 12% de inclusão de farelo de urucum pode talvez ser atribuído ao maior tempo de permanência do alimento no trato digestório, em função do alto teor de fibra, o que pode ter contribuído para o menor consumo.

ROSTAGNO et al. (2000), citado por UTIYAMA (2001) sugeriram que o alto conteúdo de fibra bruta e a baixa digestibilidade aparente da energia e da proteína do farelo de urucum devem estar ligados à qualidade da fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido. Resultado semelhante ao encontrado por MELO et al. (2003) que avaliaram a substituição do milho pelo sorgo e suplementadas com extrato oleoso de urucum, verificaram diminuição no consumo de ração e no peso dos ovos com o nível de 0,4% de extrato oleoso de urucum. Da mesma forma, codornas japonesas que foram alimentadas com quirera de arroz e colorau, e com o nível de inclusão de 4,5% de colorau, apresentaram redução no consumo de

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ração, entretanto, aquelas que receberam colorau com milho apresentaram maior consumo de ração com aumento da inclusão de colorau na ração OLIVEIRA (2004).

PEREIRA et al. (2000) não observaram efeito da inclusão de diferentes níveis de extrato oleoso de urucum sobre o consumo de ração em poedeiras. SILVA et al. (2003) recomendaram a utilização de 12% de farelo de urucum em rações de poedeiras leves, cuja composição contenha grande proporção de sorgo de baixo tanino (40%), sem que isso afete negativamente o consumo de ração e a produção de ovos, em comparação com rações formuladas à base de milho e farelo de soja. 4.3 Peso Médio dos Ovos

Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) no peso médio dos ovos das aves alimentadas com os tratamentos: milho, sorgo sem farelo de urucum e sorgo + 3% de farelo de urucum. O peso médio dos ovos das aves alimentadas com sorgo e inclusão de farelo de urucum de 3, 6, 9 e 12% não diferiram significativamente entre si (P>0,05). Porém os níveis de 6,9 e 12% demonstraram uma diminuição do peso dos ovos em relação aos tratamentos com milho e sorgo sem farelo de urucum.

Os valores dos pesos médios dos ovos encontrados nos tratamentos com milho, sorgo sem farelo de urucum e sorgo + 3% de farelo de urucum permitem que sejam classificados oficialmente, quanto ao peso, como tipo 1 (extra), ou seja, com peso mínimo de 60 gramas por unidade ou 720 gramas por dúzia, enquanto que os pesos dos ovos dos tratamentos com sorgo e os níveis de inclusão de farelo de urucum de 6, 9 e 12%, os classificam como tipo 2 (grande), máximo de 59 gramas por unidade ou 660 gramas por dúzia (ENGLERT, 1991). O menor peso dos ovos encontrado nos tratamentos com sorgo + 6, 9 e 12% de farelo de urucum pode ser imputado ao baixo consumo de ração. Resultado semelhante ao encontrado por MELO et al. (2003) que avaliaram a substituição do milho pelo sorgo e suplementadas com extrato oleoso de urucum, verificaram diminuição do peso dos ovos com o nível de 0,4% de extrato oleoso de urucum. Resultados diferentes foram encontrados por SILVA et al. (2003) que recomendaram a utilização de 12% de farelo de urucum em rações de poedeiras leves, cuja composição contenha grande proporção de sorgo de baixo tanino (40%), sem ter afetado negativamente o peso dos ovos, em comparação com rações formuladas à base de milho e farelo de soja. PEREIRA et al. (2000) usando extrato oleoso de urucum nos níveis de inclusão 500; 1000; 1500 e 2000 ppm, em ração para galinhas de postura, com 63% de sorgo, também não observaram alteração no peso dos ovos. A substituição do milho pelo sorgo de alto tanino (20; 40; 60; 80 e 100%) no desempenho de codornas japonesas, também não afetou o peso dos ovos (FAQUINELLO et al., 2003). 4.4 Conversão Alimentar por Dúzia de Ovos

Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) na conversão alimentar por

dúzia de ovos entre as aves alimentadas com milho, sorgo sem farelo de urucum e sorgo + 3% de farelo de urucum. As aves alimentadas com sorgo + 6 e 9% de farelo de urucum não apresentaram diferenças estatísticas entre si, porém apresentaram resultados piores que as citadas anteriormente. A pior conversão alimentar foi observada nas galinhas poedeiras alimentadas com sorgo + 12% de farelo de urucum. Esse resultado é semelhante ao encontrado por OLIVEIRA (2004), que trabalhando com codornas japonesas verificou pior conversão alimentar por dúzia de ovos nas codornas alimentadas com quirera de arroz e colorau, porém discordante dos apresentados por PEREIRA et al. (2000) que não registraram diferença na conversão alimentar de poedeiras alimentadas com sorgo suplementada com níveis crescentes de extrato oleoso de bixina, dos resultados de PEREIRA (2001) trabalhando

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com rações à base de milho para poedeiras suplementadas com níveis crescentes de extrato oleoso de urucum, não afetou a conversão alimentar por dúzia de ovos e dos relatados por SILVA et al. (2003) que trabalharam com níveis crescentes de farelo de urucum com 40% de sorgo de baixo tanino em rações para poedeiras. 4.5 Conversão Alimentar por Massa de Ovos

Não foram observadas diferenças estatísticas (P>0,05) para as aves que receberam dieta com milho e sorgo sem farelo de urucum, que foram melhores que os demais tratamentos. As galinhas poedeiras alimentadas com sorgo + 3% de farelo de urucum foram mais eficientes (P<0,05), quando comparadas com as aves alimentadas com sorgo + 6% de farelo de urucum, sorgo + 9% de farelo de urucum e sorgo + 12% de farelo de urucum. As galinhas poedeiras alimentadas com sorgo + 6% de farelo de urucum e sorgo + 9% de farelo de urucum não diferiram entre si, mas foram diferentes estatisticamente das demais. As galinhas poedeiras alimentadas com sorgo + 12% de farelo de urucum apresentaram a pior conversão. FAQUINELLO et al. (2003) substituíram o milho pelo sorgo de alto tanino em cinco níveis (20; 40; 60; 80 e 100%) em rações para codornas japonesas durante quatro períodos de 21 dias, constatando uma piora na conversão alimentar com o aumento dos níveis de substituição. Entretanto, CASARTELLI et al. (2004) não encontraram diferença na conversão quando trabalharam com poedeiras comerciais, substituindo na ração o milho pelo sorgo em cinco níveis (0; 25; 50; 75 e 100%) e a combinação de aminoácidos (totais e digestíveis) durante cinco períodos de 14 dias. Assim, como CAFÉ et al. (1999) não observaram diferença na conversão alimentar de poedeiras comercias Lohmann branca, usando o milheto como substituto do milho nos níveis de 0; 25; 50; 75 e 100%. 4.6 Ganho de Peso Corporal das Galinhas Os resultados quanto ao ganho de peso corporal das galinhas estão na Tabela 9. Tabela 9. Peso médio e ganho de peso das aves (g), por tratamento, referentes ao período experimental.

Tratamentos Peso inicial Peso final Ganho de peso Milho 1521,00 a 1718,25 abc 197,25 ab Sorgo sem FU 1528,38 a 1738,88 ab 210,50 ab Sorgo + 3% FU 1530,50 a 1764,88 a 234,38 a Sorgo + 6% FU 1518,63 a 1639,13 bc 120,50 bc Sorgo + 9% FU 1546,88 a 1628,13 bc 81,25 c Sorgo + 12% FU 1541,63 a 1612,25 c 70,63 c CV (%) 1,41 3,11 38,79

Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. FU=Farelo de urucum

As aves que receberam ração com 3% de farelo de urucum apresentaram o melhor

resultado de ganho de peso (P>0,05) em relação àquelas que receberam maiores níveis de suplementação, porém, não foram diferentes (P>0,05) daquelas que receberam sorgo ou milho, sem adição de farelo de urucum. Apesar de apresentarem ganho de peso semelhante estatisticamente, as aves que receberam 3% de farelo de urucum mostraram, em valores absolutos, ganho 18% maior em relação àquelas que receberam milho. A suplementação de farelo de urucum pode ter influenciado o metabolismo dos nutrientes da ração, uma vez que

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estas mesmas aves mostraram evidências de ocorrência de um desvio dos nutrientes para ganho em detrimento da deposição de nutrientes para composição dos ovos, haja visto que a suplementação de 3% de farelo de urucum promoveu redução não significativa de 12% no consumo de ração e queda de 2,6% no peso médio dos ovos destas aves, refletindo em piora significativa de 6,5% na conversão alimentar por massa de ovos.

Os menor ganho de peso corporal verificado nas aves alimentadas com sorgo + 6, 9 e 12% de farelo de urucum pode estar relacionado ao menor consumo de ração, que implicou em menor produção e peso dos ovos. ZANELLA et al. (2003) trabalhando com poedeiras semipesadas, substituindo o milho pelo farelo de arroz integral com 0; 12; 24 e 36% constataram uma redução no ganho de peso corporal à medida que os níveis de farelo de arroz foram aumentados.

4.7 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Durante todo o período experimental, as temperaturas médias no interior do galpão, registradas por meio de um termômetro de mínima e máxima, variaram de 13,4 ºC a 28,2 ºC, assim como as médias mínimas e máximas das umidades relativas do ar oscilaram entre 44% e 69%. 4. 8 Custo da Alimentação

Os valores do custo da alimentação, por tratamento, referentes ao período experimental estão apresentados na Tabela 10.

Tabela 10. Custo de produção das rações, em real, por dúzia de ovos e por kg de massa de ovos.

Tratamentos Dúzias de ovos kg de massa de ovos Milho 0,41 0,57 Sorgo sem FU 0,40 0,57 Sorgo + 3% FU 0,42 0,58 Sorgo + 6% FU 0,44 0,61 Sorgo + 9% FU 0,45 0,63 Sorgo + 12% FU 0,49 0,69

FU=Farelo de urucum.

Os menores custos de produção, tanto por dúzia de ovos como por kg de massa de ovos, foram obtidos pelas aves alimentadas com milho, sorgo sem farelo de urucum e sorgo + 3% de farelo de urucum. O custo de produção aumentou à medida que os níveis de inclusão do farelo de urucum se elevaram, isso se explica não pelo custo do farelo de urucum, mas pelo baixo desempenho das galinhas poedeiras alimentadas com sorgo + 6, 9 e 12% de farelo de urucum, respectivamente.

4.9 Resultado da Pesquisa de Opinião

Os resultados da pesquisa estão apresentados na Tabela 11.

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Tabela 11. Resultados, em porcentagem, da pesquisa com os entrevistados por preferência.

Tratamentos Alunos (%) Visitantes (%) Milho 6,8 4,0 Sorgo sem FU 3,6 1,5 Sorgo + 3% FU 5,5 1,5 Sorgo + 6% FU 6,2 10,0 Sorgo + 9% FU 37,0 4,5 Sorgo + 12% FU 41,0 79,0

FU=Farelo de urucum.

A grande maioria dos alunos e visitantes escolheram a coloração produzida pelo tratamento com sorgo + 12% de farelo de urucum, que apresentou o escore de 12,88 pontos, resultado que corrobora com GARCIA et al. (2002) de que a intensidade de coloração da gema é um critério de decisão em relação à preferência do consumidor.

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5 CONCLUSÕES

Em rações para poedeiras comerciais, à base de sorgo, a inclusão de até 3% de farelo de urucum proporcionou adequada pigmentação das gemas dos ovos sem prejudicar o desempenho das aves.

Nestas rações, a inclusão de 6 a 12% de farelo de urucum proporcionou pigmentação de gemas com escores superiores àquelas recomendadas para galinhas caipiras, comprometendo, porém, o desempenho das aves.

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