UDV Perguntas e Respostas

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Enviado por Aderino M. Frana em ter, 05/07/2005 - 13:20. O que o Centro Esprita Beneficente Unio do Vegetal? uma sociedade religiosa fundada em 22 de julho de 1961 por Jos Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel. Hoje a UDV, como chamada, possui 116 ncleos localizados em dive rsas cidades, em todos os estados do pas, alm de alguns ncleos no exterior (Espanha e Estados Unidos). Segundo seu censo interno, a instituio conta atualmente com 11 mil scios. Quem Mestre Gabriel? Jos Gabriel da Costa nasceu no dia 10 de fevereiro de 1922, na Bahia, numa fazend a em Corao de Maria, prximo a Feira de Santana. Era filho de lavradores. Em 1943 fo i para a Amaznia como soldado da borracha . Trabalhou como seringueiro, inicialmente no Territrio de Guapor (atual estado de Rondnia). Morou tambm em Porto Velho, onde casou-se com Raimunda Ferreira, conhecida como Pequenina. Em abril de 1959, no s eringal Guarapari, na regio de fronteira do Brasil com a Bolvia, Jos Gabriel tem co ntato com o ch Hoasca, e a partir dessa data inicia sua misso ligada UDV. Juntamen te com seus primeiros discpulos (alguns destes ainda hoje presentes e atuantes na direo da UDV), Mestre Gabriel comeou a estruturar as bases da Unio do Vegetal como uma sociedade formalmente instituda. Preparou um quadro de mestres que, aps o seu falecimento, em 1971, vem dando continuidade ao seu trabalho. Quais so os princpios doutrinrios da UDV? Toda a doutrina transmitida pelo Mestre Gabriel fundamentalmente crist e reencarn acionista. Os ensinamentos da UDV so transmitidos oralmente nas suas sesses, de ac ordo com critrios prprios, e as sesses acontecem rotineiramente em seus templos, qu e so as sedes dos ncleos. Como est organizada a UDV?

A Sede Geral est situada em Braslia. L se rene o Conselho da Administrao Geral, rgo da instituio, do qual faz parte o Mestre Geral Representante, que a autoridade mxi ma do Centro, eleito para um mandato de 3 anos. Cada ncleo tem um Mestre Represen tante, o responsvel pela distribuio do ch em sua localidade. Este tambm eleito para xercer um mandato de 3 anos. O quadro de mestres da UDV responde pela transmisso fiel da doutrina e dos ensinos transmitidos originalmente pelo Mestre Gabriel. Os adeptos da Unio do Vegetal bebem um ch em seus rituais? Que ch esse? o ch Hoasca, tambm conhecido por Vegetal. Do que feito e como preparado o ch Hoasca? Do caule do cip Mariri (Banisteriopsis caapi) e das folhas do arbusto Chacrona (P sychotria viridis). Pedaos do cip Mariri so cozidos em gua, junto com as folhas de C hacrona. E qual a origem desse ch? Esta origem contada num dos ensinamentos fundamentais da UDV, transmitido exclus ivamente em suas sesses. O Mariri e a Chacrona so naturalmente encontrados na Flor esta Amaznica. Segundo relatos de pesquisadores, h pelo menos 150 anos o uso do ch Hoasca no Brasil cientificamente documentado. Existem estudos antropolgicos que a pontam seu uso desde a era pr-colombiana na Amrica do Sul. Por que a Unio do Vegetal usa o ch Hoasca em seus rituais?

Para efeito de concentrao mental. O ch facilita o auto-exame e a introspeco. Como a UDV faz uso do ch? Exclusivamente dentro do seu ritual religioso. Os adept os bebem o ch e se concentram para as sesses, que duram quatro horas e so realizada s a cada 15 dias. Que efeitos o ch provoca?

Os efeitos podem variar por diversas razes. De maneira geral, ele provoca uma mai or sensibilizao, que pode levar ao que alguns pesquisadores chamam de um "estado a mpliado" de conscincia, permitindo percepes profundas a respeito de si mesmo e vivnc ias de cunho tico, intelectual e espiritual. O ch e a doutrina da UDV, em resumo, so elementos indissociveis na prtica religiosa da UDV e conduzem seus adeptos a uma elevao do pensamento, durante as sesses, e evoluo espiritual como proposta de um ca inho religioso. Esse ch o mesmo utilizado nos rituais do Santo Daime? O Mariri e a Chacrona tambm so utilizados pelo Santo Daime em seus rituais. Pelo q ue sabemos, o ch preparado a partir das mesmas plantas. O ch provoca alucinaes?

No. Alucinaes so experincias visuais ou auditivas de natureza fragmentria, desintegra ora. Ao contrrio disso, o uso do ch Hoasca utilizado no contexto da UDV tem carter integrativo e muitas vezes revelador. A pessoa consegue fazer um exame de si mes ma. A comunho do Vegetal dentro do trabalho realizado na UDV tem efeitos definido s por seus adeptos como educativo e construtivo. Ou seja: o ch Hoasca conduz a um estado de lucidez. Durante as sesses, sob o efeito do ch Hoasca, a pessoa no perde a conscincia. Algumas vezes o adepto vivencia, durante a sesso, o que se pode des crever como "um sonho acordado , que chamamos de miraes . O ch Hoasca no droga? Qual a diferena dele para o LSD, por exemplo? As diferenas so muito grandes. A mais evidente que o Vegetal no provoca desajuste m ental ou social. Pelo contrrio, provoca um ajuste. So inmeros os depoimentos de pes soas que transformaram suas vidas para melhor depois de passar a freqentar a UDV. Alm disso, ao contrrio do que acontece com as chamadas drogas de abuso, o uso do Vegetal no causa os fenmenos que caracterizam dependncia de substncias, como crises de abstinncia ou tolerncia (Ter que usar doses cada vez maiores). E tambm no se obse rvam entre seus usurios o prejuzo no trabalho e o desajustameto familiar tipicamen te observados entre os dependentes de lcool e outras drogas, que passam a viver e m funo da obteno e uso daquelas substncias, manifestando assim um importante desajust amento social. Mas esse ch no faz mal sade?

No. Ele comprovadamente inofensivo sade, de acordo com a palavra do Mestre Gabriel e com o que podem confirmar os milhares de associados da UDV. Ao longo do tempo , esta verdade est sendo tambm confirmada por estudos acadmicos. Uma comprovao incont estvel o fato de a UDV ter mais de 40 anos de histria e contar hoje com 11 mil ass ociados, tendo j inmeras famlias com 3 ou 4 geraes sendo geradas em contato constante com o ch Hoasca, sem qualquer prejuzo para a sade fsica, mental e para a ao social d ssas pessoas. Alm disso, algumas pesquisas acadmicas vm sendo promovidas por instit uies nacionais e internacionais de renome, com diversas abordagens, todas elas em alguma medida reafirmando a inofensividade do ch Hoasca. Para a UDV no existe a ne cessidade de a palavra do Mestre Gabriel ser confirmada atravs de pesquisas, mas a instituio est aberta a cooperar com centros de pesquisa que, com uma proposta bem fundamentada, se disponham a estudar criteriosamente o assunto. Nossa comunidad e tem participado de diversos tipos de estudo dessa natureza. A resoluo n 5, do Con

selho Nacional Antidrogas (Conad), de 4 de novembro de 2004, reconheceu que jama is foi compravado qualquer efeito prejudicial a seus usurios e admitiu o uso reli gioso do Ch.

Se a Unio do Vegetal tem convico de que o ch inofensivo sade, por que abre as port para pesquisas cientficas? Porque estamos trabalhando em uma rea (na palavra de alguns pesquisadores) que mu ito pouco conhecida cientificamente. Enquanto a cincia avanou muito em algumas reas , uma substncia como a Hoasca, que existe h mais de dois mil anos, ainda praticame nte desconhecida do ponto de vista cientfico. Que pesquisas j foram feitas?

At 1991, o que se conhecia do ponto de vista cientfico a respeito do ch eram princi palmente publicaes da rea de botnica, fitoqumica e da antropologia. No se tinha um co hecimento cientfico mais substancial em relao ao dele em seres humanos. Foi realizad , ento, em 1993, o Projeto Hoasca, com o objetivo de responder duas perguntas bsic as: O ch Hoasca utilizado no contexto da UDV seguro? e Como ele age no crebro? Mai s de 30 pesquisadores de nove instituies participaram do projeto coordenado por Ch arles Grob, da Diviso de Psquiatria da Criana e do Adolescente (Los Angeles, Califr nia). Como foi desenvolvido o projeto? Um grupo de 15 usurios freqentes do ch Hoasca h mais de 10 anos foi submetido a uma srie de exames e avaliaes fsicas e psiquitricas. Os resultados foram comparados aos d e um grupo controle, composto de 15 pessoas que nunca tinham bebido o ch Hoasca. A que concluso chegaram os pesquisadores?

Que existe segurana no uso ritualstico religioso da Hoasca que feito pela UDV. Ele s observam, porm, que se trata de um estudo-piloto, o primeiro desta natureza rea lizado no mundo, e que novas pesquisas precisam ser conduzidas para poder confir mar essa concluso. Sendo um primeiro estudo piloto, suas observaes so importantes: d os 15 usurios do ch, por exemplo, 11 tinham problemas de alcoolismo antes de comear em a freqentar a UDV. E todos pararam de usar lcool e nunca mais voltaram a beber. Sabemos que tratar alcoolismo algo dificlimo. Essa constatao to impressionante que os pesquisadores chegaram a olhar o uso do ch no contexto religioso como mais uma possvel soluo para o problema do alcoolismo. Pelas afirmaes contidas no estudo, os a spectos farmacolgicos do ch Hoasca, que possui provveis efeitos antidepressivos, as sociado prtica religiosa proposta pela UDV tm importncia no combate ao vcio. Mas as concluses indicam que estudos mais profundos e extensivos ainda devem ser realiza dos. Como estava a sade dos usurios de Hoasca?

O que os psiquiatras verificaram que o grupo de pessoas da UDV demonstrava um gr au de sade fsica e mental muito bom. Tanto em relao s pessoas com as quais foram comp aradas, como tambm em relao seguinte comparao: pessoas que bebem lcool repetidament presentam um alto grau de deteriorao da sade. Quem bebe lcool, fuma maconha ou cheir a cocana tem problemas advindos dessas prticas. E nas pessoas que bebem o Vegetal no se detectou qualquer problema de sade ou situao semelhante. Mais algum trabalho cientfico envolvendo o uso do ch pode ser mencionado? Sim. A pesquisa "Hoasca na Adolescncia", desenvolvida a partir de 1997, foi condu zida por uma equipe binacional da Universidade da Califrnia e da Universidade Fed eral de So Paulo. Seu objetivo era fazer uma avaliao neuropsicolgica e social do ado lescente urbano que bebe o ch regularmente na UDV, saber quem ele , o que pensa, q

uais seus valores e se apresenta alguma diferena que possa indicar que o ch esteja causando dano ao desenvolvimento neuropsicomotor, quando comparado a jovens da sua idade que nunca beberam o ch. Os resultados foram entregues ao Ministrio Pblico Federal em dezembro de 2004, concluindo a comprovao solicitada por aquele rgo sobre a inofensividade do Vegetal para crianas e adolescentes. Embora a pesquisa tambm no seja conclusiva, d indcios claros de que as crianas que usam o Ch desde a tenra in fncia so normais em todos os aspectos. Que trabalhos realizados pela UDV expressam seus princpios doutrinrios? A doutrina e os princpios ticos professados pela UDV transmitem equilbrio, promovem a prtica do bem e incentivam seus adeptos conduzir sua vida dentro de um smbolo d e Unio e de fraternidade humana: Luz, Paz e Amor. O principal trabalho realizado pela UDV pode ser testemunhado pelo equilbrio e bem estar obtidos por seus milhar es de associados, graas assimilao dos ensinamentos e sua prtica efetiva. Paralelamen te sua atividade religiosa, a UDV mantm instituies beneficentes em numerosas cidade s, dirigindo sua ao preferencialmente a menores e idosos carentes, pois busca semp re integrar-se ao meio social no qual est presente. Tal atitude tornou a UDV reco nhecida oficialmente como instituio de Utilidade Pblica Federal. O mesmo reconhecim ento oficial se repete em diversos outros estados e municpios onde mantm suas unid ades administrativas. Existe tambm uma ONG ambientalista estruturada junto UDV, m antida e dirigida por seus associados A Associao Novo Encanto de Desenvolvimento E colgico. Qual o trabalho realizado por essa ONG?

Alm de responder pela manuteno de um seringal e de algumas reas de reserva florestal , a Novo Encanto tem o objetivo de divulgar princpios de respeito e preservao ao me io ambiente. Os prprios ncleos da UDV costumam estar instalados em reas de floresta , pois de acordo com as leis internas da instituio, cada ncleo deve ter seu prprio p lantio de Mariri e Chacrona como forma de garantir a disponibilidade das espcies utilizadas na preparao do ch Hoasca sem causar devastao de reas de floresta. Pela pr a origem da instituio, o respeito natureza parte dos princpios bsicos da UDV. "Uma rvore se conhece por seus frutos"