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II a n n o DOMINGO, 30 DE NOVEMBRO DE 1902 N.° 72
SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA
A sslgnatiaraAnno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. ff l l IDi!Para o Brazil, anno. 2$ 5:oo rérs Imoeda for iej. —Avulso, no dia da publicação, 20 réis. g TÍr T A D p A A
EDITOR— José Augusto Saloio §j
*Wiií)F TVPílfP ,\’)UI\ M Piiblícações «■l l l j í L U Ij 1 II U U ll . i l I l l i l í A n n u n cios— i . a publicação, 40 réis a linha, nas'seguintes,-------- 20 reis. Annuncios na 4.'“ pagina, contracto esp: cial.' Os auto-MISEICORDIA___16 I* gtnphos não se restituem quer sejam ou não publicados.
A L B E G A L L 1 C G A PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
EXPEDIENTE
Aeceltaiu-se cobm g r a t i d ã o «gw acsíjiíci* n o t i c i a s «jiae sejas*» «le I n s te r e S s c p i l l í l i c o .
0
E’ este ainda um dos males de que infelizmente enferma a Humanidade. Em nenhuma cireumstancia da vida o aconselho nem 0 admitto. O homem deve sempre ser forte, saber lu- ctar contra ascontingencias da sorte, encarar de frente o infortúnio e procurar todos os meios de comba- tel-o.
Sei perfeitamente que o pobre, o miserável, o desprotegido da sorte, passa inclemencias atrozes, vê a vida num quadro negro e aterrador, emquanto os felizes da terra gosam os deleites do fausto e da opulência, por uma estupidez do acaso que os fez nascer em berco de ouro.>Sei que esse desditoso encara com olhos cubiçosos as alegrias alheias e pergunta a si proprio, no maior desanimo, ce o mundo não é de todos e se não lhe compete tambem 0 seu quinhão nas prospe- ridades e nos prazeres. Mas, visto que, desde o berco, anda em lueta con- tra a má sorte, deve procurar os meios de a combater e sahir dessa pugna como um triumphador. Cruzar os braços em frente da desgraça é sempre uma cobardia vergonhosa. Para a frente, sem temor, sem receio, sem desanimo!_ Compete, porém, á sociedade, auxiliar esses entes a quem a sorte deixou no esquecimento. Pertencentes á mesma familia — a Humanidade — eguaes no nascimento e na morte, digam o que disserem os enfatuados contradictores deste axioma — os que muito possuem devem auxiliar os que pouco ou nada teem, não como esmola não como caridade.mas como dever, porque
todos devem trabalhar, todos devem produzir, para terem direito á existencia. Quem passa o tempo na ociosidade está fóra do convivio dos seus irmãos; é um animal venenoso que pode corromper o ambiente que os outros respiram, é uma planta má que deve ser cortada para que não dê péssimos fruetos.
Com prebendam todos a sua missão no mundo, entendam a verdadeira lei da paternidade humana, e o suicidio nunca mais passará pela mente dos infortunados. Acabará de vez esse cancro que vae correndo novos e velhos, homens e mulheres, entes fracos e sem valor para as grandes luetas da vida.
JOAQUIM DOS ANJOS.
II p a -e ç o «lo v i n h o
O vinho tem aqui sido estes últimos dias vendido a 3o$ooò réis a pipa.
Cíazet:a das A ldeias
Acabamos de receber pela primeira vez, a visita deste nosso presado collega, semanario illustrado de propaganda agricola e vuigarisação de conhecimentos uteis, que se publica no Porto.
Agradecemos a amabilidade da visita, e em troca enviamos o nosso modesto hebdomadario.
A’s e scu ra s
Chamamos a esclarecida attenção da digna camara municipal, para a completa falta de luz que ha dias é sentida nesta importante villa. Não sabemos se at- tribuir á qualidade do pe- troleo, se ao encarregado da illuminaçao tão grande falta, que, decerto, não é para uma villa como Aldegallega. Os candeeiros, após uma luz sumidissima, incendeiam-se, fazendo nas ruas um cheiro desagra- davel e incommodativo para quem alli tem de passai'. Começam a apagar-se pelas sete horas, e quando
são nove Aldegallega está' T >ás escuras. Isto n uma villa onde o pavimento das ruas é péssimo, onde a cada passo temos de cahir nas pôças, molhando os pés e enlameando o fato, é atra- zador.
Ora como se está pagando para a illuminação publica uma contribuição pesada, estamos certos de que a digna camara não deixará de attender a tão justa reclamação.
Completa amanhã um anno que a briosa classe piscatória desta villa, fez á phylarmonica i.° de Dezembro, a importante of- ferta do magnifico estandarte que esta pessue.
I I i 11oifo eca 11 Isssirada da CM A COTA
Temos presente o 9.0 volume relativo a este mez de novembro, desta interessante publicação mensal illústrada, litteraria, humorística, theatral e eny- gmatica. Cada vol., custa apenas a modica quantia de 60 réis.
ÂGKí CULTURÂ
C oloração artific ia ! dos tímIsos
Coloram-se os vinhos com differentes substancias.
As que mais geralmente se empregam são as bagas dè sabugueiro, da amoreira, uva cia America, ligus- tre, a matéria colorante da beterraba, o principio colorante dos paus de Campê- che e de Fernambouc, o gi- rasol e fuchsina.
Para descobrir se um determinado vinho é artificialmente colorido com alguma destas substancias pode-se fazer uso da potassa.
Lança-se num copo algum vinho e dissolve-se nelle um boccado de potassa. Se não se fórma deposito e a cor do vinho passa a ser esverdeada, ha
a certeza de que a coloração não é artificial; se, pelo contrario, o deposito se fórma e a côr do vinho se torna violácea, é porque foi colorido com baga de sabugueiro ou amora; se o deposito .fòr vermelho, empregou-se a beterraba? ou pau de Fernambouc:; se fòr vermelho violáceo, applicou-se o pau de Cam- pêche; se fôr ama rei lo usou-se a uva da America;, se fôr azul-violeta tomou- se para base de falsificação., o ligustro; finalmente, se fòr violeta-claro, é porque a coloração se deve ao girasol.
Das substancias empregadas para neutralizar o vinho. —Quando 0 vinho é acido, ha quem neutralize a acidez empregando a potassa, a cal, o alcool, o mel, o assucar, o iithargy- rio ou o melasso.
Para reconhecer se um vinho contém potassa ou soda, tiram-se dois decili- tros para um recipiente, e faz-se evaporar num fogo brando até que fique secco. Lança-se seguidamente;sobre. este residuo um pouco dacido sulphurico; se ao vinho se addiccionou soda ou potassa, immediatamen- te e mercê do acido, desenvolve-se um cheiro pro- nunciadissimo a vinho azê- do.
Quando a acidez d’um vinho se neutralizou com a cal, reconhece-se a presença d’esta ultima substancia, tratando o vinho com o exolato dammoniaco. Pe- zam-se cem grammas de vinho, junta-se a este e em (pequena porção o exolato, formando-se desta fórma um precipitado branco cujo peso não deve exceder8 a 9 centigrammas. Se passa desta cifra,de modo sensivel, é porque existe a cal.
Uma das falsificações mais vulgares é a que se faz empregando o alúmen. Tem isto dois fins: um tirar toda a acidez ao vinho, outro, provocar a sêde dos bebedores. Para :se conhecer que o vinho contém alumen, é preciso tra- tál-o com a potassa. No
caso d existir a falsificação produz-se um precipitado cinzento sujo que se separa do liquido, filtrando-o. Para haver a certeza absoluta da existencia do alumen, trata-se o liquido ou vinho clarificado pela filtração, com o sal de bary- ta, se ha alumen, obtem-se immediatamente um novo precipitado branco.
A falsificação por meio do lithargyrio é boje rara, visto a violência d’este veneno assustai' os falsifica- dores dos vinhos. No caso, porém, de se suspeitar da sua existencia, basta para haver a certeza de que este perigoso sal de chumbo foi empregado tratar o vinho com sub-carbonato de soda; produz-se no liquido um precipitado branco que se recolhe num filtro e que posto em agua destilada, a torna negra. O liquido ou vinho de filtração passará tambem a preto se o subméttermos a uma corrente dacido hydrosulphurico ou hydro- genio sulfurado.
Emfim. os vinhos falsificados com mel, assucar ou melasso se reconhecem com a maior facilidade. Basta para isso evaporá- los até ficarem seccos, depois lavar o residuo com alcool, de modo a tirar-lhe toda a matéria colorante. Conseguido isto o residuo fica molle; viscoso e assu- carado; tumiiica-se se o lançarmos sobre as brazas, eXhalando um cheiro pronunciado a caramello.
Dos 'cortes.— Falsifica-se o córte pela mistura dos produetos naturaes. Assim os vinhos b rances,misturados com os vinhos tintos dão a estes últimos qualidade ou còr menos carregada, e os vinhos tin os misturados com outros de egual padrão compõem o tom daquelles que são fracos em còr. Um córie de Vinhos naturaes só pode reconhecer-se pela prova.
Cortam-se egualmente os vinhos com agua, cidra e alcool.
Reconhece-se o vinho cortado com agu 1 -pelo areometro., pela distíilação
O D O M I N G O
e pela prova. O córte com agua-ardente por egual fórma, sobretudo quando se sabe a proveniência do vinho e o seu minimum maximum alcoólico, que então serve de termo de comparação.
Quanto á introducção do gaz acido carbonico em certos vinhos brancos, reconhece-se pela prova e pelo areometro que lhes marca maior densidade.
—S < 3 S í > S —
Foi julgado e condemna- do em 5 dias de prisão correccional, custas e sellos do processo, um individuo d’esta villa, de nome José Filippe, por ter faltado como testemunha numa audiência.
—«»—- —
Lembramos á Parceria dos Vapores Lisbonenses, que obrig-ue a tripulação dos vapores que para aqui fazem as carreiras, a pôr o toldo, afim de evitar que os passageiros se molhem como até aqui tem acontecido.
Deve ter logar depois de ámanhã no tribunal judicial d’esta comarca, a audiência de José Maria Pinto, acusado de crime de estupro.
A p o r ta r ia ti© céo
Por falta de espaço, retirámos hoje o interessante conto «A portaria do céo».
O Teaíspo
Hontem e ante-hontem choveu torrencialmente, chegando a haver inundações nos quintaes perten- tes aos prédios da rua do Vau.
Atalaya, nos dias 23, 24 e 25 do corrente. Em con- sequencia do tempo o não permittir, a affiuencia de povo foi um pouco inferior á dos mais annos. A imagem, em procissão, deu entrada na egreja matriz pelas 6 horas e meia da tarde de 25 do corrente. Houve sermão pelo rev. Peixoto, de Setúbal. Findo o sermão, a Senhora foi conduzida em procissão para casa do sr. Henrique Relogio. Abrilhantou esta festividade a distincta phylarmonica «União e Trabalho», de Sarilhos Grandes.
E’ thesoureiro para 0 proximo anno, o nosso amigo José Luiz dç Sousa.
ILsicttsosa
Teve hontem logar o funeral da esposa do nosso amigo, sr. Manuel Maria da Silva, honrado proprietário d esta villa.
Ao nosso amigo enviamos a expressão sincera das nossas condolências.
A G R A D E C I M E N T O
- í« = Q S í> S - — ■»>—
F e s t a d a T e r r a
Conforme temos noticiado realisou-se a annual festividade á senhora da
Antonio Dourado, João Domingues Vintem e sua mulher Maria Angélica Vintém, Maria Francisca da Oca e seu marido Manuel Tavares da Oca, José Maria Vintem e sua mulher Maria Gertrudes Vintem, Guilhermina Luzia Cardeira e seu marido José Car- (deira, João Domingues Vintem e sua mulher Angélica Palhinhas Vintem e Manuel Antonio Vintem agradecem a todas as pessoas que acompanharam á ultima morada, sua chorada esposa, filha, irmã e cunhada Anna Rita Vintem Dourado. Pedem desculpa de alguma falta involunta- ria, devido ao transe por que passaram.
Aldegallega do Ribatejo,29 de novembro de 1902.
SAUDAÇÃO(Numa excursão á cidade de Evora)
Nós vimos visitar— humildes viajantes —A cidade gentil cio nosso Portugal.Tem ella tradições heróicas e brilhantes E mostra-nos altiva o seu brasão leal.
A Historia registrou nos livros luminosos A terra que se esmera em extremos de valor.. . Quem desconhece ainda os feitos assombrosos Do grande portuguez Geraldo Sem Pavor?
Nas letras e nas artes ha muito sublimada,E honra a todos nós 0 vil-a visitar. . .Bemdita sejas tu, ó terra abençoada Que o nome portuguez ens fe it° rebrilhar!
Nós, filhos do Progresso — o astro radioso Que nos leva a buscar um lucido ideal,Erguendo o nosso brado ardente e caloroso, Saudamos este povo heroico e liberal!
Fóra co a villania, a torpe escravidão,0 erro, a Hypocrisiâ, a tectrica maldade!Sejamos todos nós um carinhoso irmão,Curvemos a cabeça aos pés da Liberdade!
JOAQUIM DOS ANJOS.
PENSAMENTOS
A sciencia amarga e perturba a paz da ignorancia: o saber não é o nosso destino em cima da terra.
— Os homens altivos e vãos são similhantes ds espigas de trigo, os que mais levantam a cabeça são os mais vasios.
— Para muitas mulheres, a fidelidade é apenas o nome de uma rua. . . por onde não passam mais.
— A justiça é a primeira virtude de quem governa.
ANECDOT AS
Um tabellião perguntou a um lavrador, no acto de lhe fazer o testamento, quantos filhos tinha.
— Cinco, senhor, e cinco que morreram, dez•— Como se chamavam os mortos? replicou o tabel
lião.— Senhor, ri esta aldeia 05 mortos chamam-se de
funtos.
— Quando casei, dizia um pobre diabo a um seu amigo, era tanto o amor que tinha a minha mulher, que pensei de a comer!
— E agora? pergunlou-llie 0 amigo.— Agora sinto de coração não 0 ler feito.
Acho-me só na terra; perdi todos os meus parentes e amigos.
— Como assim! então tambem lhe morreram todos os amigos?
— Não; m a s.. . enriqueceram.
3 FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
D E P O I S D O F E Í I l D iL i v r o p r i m e i r o
1
—Para Antraigues; é lá que nós moramos.
— Para Antrnigues! E ’ para ahi tambem que eu vou.
— Conhece lá alguem?—Ningueni; e comtudo tenho de
lá passar um mez ou seis semanas.— Oh! que fortuna! exclamou ella;
mas em casa de quem?— P;'lavra que náo sei! Tenho uma
carta para o rura e outra para o professor. Estão prevenid' s da minha chegada e espero que me háo de arranjar casa.
— Então o senhor é a pessoa que vem de Paris.
— Ouviu falar em mim?— Parece-me que sim; ha quinze
dias que o esperam. E ’ o senhor o sabio que vem curar a doença dos nossos bichos de seda.
— Curai a, não, replicou o Adriano, sorrindo; para lhe estudar as diversas phases. é o que é.
— Ah! meu, senhor, se pudesse ertcontrar o meio de fazer com que os bichinhos náo morressem!. ..
— Para encontrar esse meio é p reciso primeiro que eu dcscubra a doença de que elles morrem.
—Ha já muito tempo que se fala em si. continuou a rapariga, tan:õ
que o conselho municipal, depois de. receber um aviso da prefeitura..resolveu outro dia que o hospedassem na casa da princeza emquanto o senhor estiver em Antraigues.
— A casa da princeza! repetiu o Adriano sem comprehender.
— Chamam a sim ao que resta do palacio. uma casa pertencente á princeza de Laurières. que a deixou á camara e que esta agora quer vender. Ha de lá ficar muito bem, meu senhor; tem salas muito grandes e bella mobilia; parece o palacio de um rei.
— Não foi para morar n u m palacio que eu vim cá, objectou gravemente o Adriano Hervey.
Depois, tornando a pegar na bengala. accrescentou:
—-Preciso pôr-me a caminho, minha filha, para chegar a Antraigues
ás onze horas, senão as bagagens que hão de mandar-me de Vais podem lá chegar antes de mim e o.carroceiro não sâbe onde as ha de deixar.
— Então, consinta que o acompa. nhe, teplicôu a rapariga. Vou para o mesmo lado.
Puzeram-se a caminho como se se conhecessem ha muito lempo. Ao fim de meia hora começaram a subir as rampas que vão dar a Antraigues.
— Onde quer que o acompanhe, meu senhor? perguntou a iMagdalena quando entraram na aldeia.
— Ao presbyterio, respondeu o Adriano.
No ponto mais alto da aldeia, ao lado da egreja, construcção rústica e de aspecto humilde, o presbyterio consist:a n’uma casa de camponez acommodada ás exjgencias modestas do parocho. '
C E N T R O COMMERCIAL
JOÃO ANTONIO RIBEIRO52, PRAÇA SERPA PINTO, 52
Grandes novidades!!!Tudo mais barato!!!Flanella para vestidos de
senhora, que custa em todas as lojas, 200 e 240 rs., nesta casa custa apenas a modica quantia de 140 réis; riscados de‘fina qualidade, 60 réis; chales, tudo lã, para senhora, a 800 réis. ÍSTuma palavra: n’esta casa é tudo mais barato que em outra parte!
O proprietário deste importante estabelecimento, sr. João Antonio Ribeiro, vae brevemente ao Porto, afim de fazer importantes compras d’estes artigos, e assim poder vendeí-os mais baratos.
Brevemente vae abrir uma succursal no rez-do- chão do predio onde está inslallado o collegio Almeida Garrett, para o publico poder á sua vontade escolher fazendas e artigos de modas, evitando assim a ida a Lisboa.
ARTE CULINARIAT oesc lsilso «Io e é ©
Assucar em ponto de espadana, 5oo gr.; amêndoas bem pisadas 25o gr ; farinha íina, 2 gr.; gem- mas de ovos, 2; claras de ovo; 3. Juntem-se a amêndoa e o assacar, depois de levantar fervura, déixando- se esfriar.
Batidos os ovos, addi- cionem-se a esta massa, e, rnexendo-se1 sempre, deita- se pouco a pouco a farinha. Isto feito, vá a fogo brando até começar a ferver, tira-se logo para fóra do. lume, vase-se em latas bem untadas de manteiga, submetta-se a forno suave, e tendo cosido até á prova de palito, tire-se, parta-se, e passe-se por assucar branco ou polvilhe-se com canella e grangeia.
Precedia-a um quintal separado da estrada por uma grade de pau, ondo o cura cultivava alguns legumes e tinha meia duzia de figueiras.
—Aqui tem a casa que procura, disse a pequena ao Adriano, parando em frente da grade.
— Muito agradecido, minha menina, respondeu elle.
Ao mesmo tempo, tirou da algibeira uma moeda de prata e oflereceu- lh*a*
— Não, meu senhor, não, proferiu a Magdalena fazendo se muito córada.
— Fez-me um serviço; náo é natural que o pague?
—Já o pagou adeantado quando me foi soccorer.
— Soccorro inútil; devido á sua presença de espirito. Peço-lhe que acceite esta pequena offerta.
(Continua1)
O DOMI NGO
D I A H I O B E N O T I C I A S.A. GUERRA AIsTO-LO-BOER
Impressões do TransvaalInteressantíssima narração das lue tas entre inglezes e boers, «illustrada»,
com numerosas zinro-gravuras de «homens celebres» do Transvaal e do Dranee. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta? da
G U E R R A A N G LO -BO ER Por um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço
do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16 paginas............... 3o réisJomo de 5 fasciculos........._ ........... ...... i5o »\ GUERRA ANGLO BÕÈR é a obra de mais palpitante actualidade.
N'ella sao descrip.tss, «por uma testemunha presencial», as differentes phnses e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espantado o mundo inteiro.
A GUERRA ANGLO-! OER faz passar ante os olhos do leitor todas as agrandes batalhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima lueta entre inglezes, tra isvaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroismo e tenacidade, em que são egualmente admiravéis a coragem e dedicação patriótica de vencidos e vencedores.
Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e -tre a poderosa Inglater ra e as duas pequenas republicas sul-africanas, decorrem atravez de verdadeiras peripecias, por tal maneira dramaticas e pittorescas, que dío á GUERRA ANGLO-BOER, conjunctamente com o irresistível attrartivo dum a nar- rativa histórica dos nossos d as, o encanto «ia leitura romantisada.
A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresentando ao púb ico e ta obra em «esm eoda edição,» e por um preço diminuto. julga prestar uni serviço aos n-m ero-os feitores que ao mesmo; tempo desejam delei'.ar-se e adquirir perfeito conhecimento dos succes. os que mai interessam o mundo culto na actualidade.
Pedidos d E m proado D IA RIO D E N O TIC IA S Rua do Diario de Noticias, 11 o —LISBOA
Agente em Aldegallega—A. Mendes Pinheiro Junior■
C O M P A N H I A F A B R I L S I N G E I t?s — r .
Por Soo réis semanaes se adquirem as celebres machinas SINGER para cosei'.
Pedidos a AURÉLIO JOÃO DA CRUZ, cobrador da casa .«urocH «A cv e concessionário em Portugal para a venda das ditas machinas.
Envia catalogas a quem os desejar, yo, rua do Rato, 70 — Alcochete.
C E N T R O ^ C O M E R C I A L .JQÂQ ANTONIO RIBEIRO 76
Este importante estabelei imento é um dos mais be:’.i sortidos de Aldegallega e o que vende mais barato. E ’ o u n co que pode com petir com as, prin. ipaes < azas da capital, pois que para isso tem uma existencia de f; zen- d.s de fino gosto compradas aos fabricantes, motivo porque pode vender mais ban to e ao alcance de todos. SECÇÁO DE FANQUEIRO: pannos patentes, c u s . branqueados, cotins, riscados, chitas, phantasias,chailes, etc. RE TROZEIRO: sedas para enfe.tes. rendas, passemanterias. etc. MERCADOR: g-ande variedade d--' casimiras, flanellas, cheviotes e picotilho; para fatos por preços excessivamente baratos. CHAPELARIA: chapéos em todos os ,,)odelos..SAPATARIA: grande quantidade de calçado para homens. crianças e senhoras. Ultima; novidades recentemente recebidas. O proprietário d’este estabelecimento tambem é agente da incomparavel machina ds Companhia Fabril «Singer». da qual faz venda a prestações ou a prompto pagamento com grandes descontos. LOTERIAS: encontra-se. dos principies cambistas, n'esta casa grande sortimento de bilhetes, décimos. vigésimos e cautellas de todos os .preços, para todas as loterias.
____________________( i r a x d f g p a l p i t e s ! $ e m p a * e a n m e r o s c e r t o s c v a
r ia d o s . B i i p e r i m e x t c n i «sesc acão s e a r r e p e n d e r ã o .
GRANDE DESCOBERTA 1 ) 0 SECULO X X
0 freguez que nesta caza fizer despeza superior a 5oo réis terá direito a uma senha e assim que possua dez senhas eguaes. tem direito a um grande e valioso brinde.
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JOAQUIM P E D R O J E S US R E L O G I OCarne de porco, azeite, de Casteilo Branco e mais
qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, manteigas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’Ancora e queijos de differentes qualidades.
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ALDEGALIÉGA
COMERCIOJOÃO BENTO & NUIV.ES W C A R V A L H OVisto termos augmentado consideravelmente o nosso sortimen
to, lembramos, de novo, uma visita para que todos, até mesmo os que não precisem comprar, se certifiquem, além do grande sortido de todos os artigos, de quanto os preços são convidativos. Não apregoamos milagres como alguns commerciantes menos escrupulosos fazem, pedimos apenas que visitem a nossa exposição, que todas as noites se acha variada e disposta de tal fórma, que todos podem examinar detidamente os ar ligo s que ella encerra, tendo para mais facilidade todos os artigos com os respectivos preços marcados, o que é mostra mais que sufficiente para todos reconhecerem que não temos receio algum de que nos seja feita concorrência.
E’ o primeiro anno que temos especialidade nalguns artigos de malha de lã MERINA, taes como:
L enços «le m a l h a em to d o s os tam anhos:, eh ales de m alha, grandes*'- p a ra sen h o r» ; cap o tas de m alh a , s o r t id o sesa r i val: d ita s com seda, gw araec idas a a rm in h o e fitas «le se- tim : g è r ro s , b o in as , s a p a tin h ó s e capas p a ra ereaaaça, e«ma cap u z de seda e gsaârnlções: €-AI*U2BS33I, g e n e ro «le g o rro , eoasa gaaaratição de pesmaS, e tc ., etc.
Podemos dizer abertamente- que a nossa Secção de Retrozeiro é a mais bem sortida que podeis encontrar. Sempre gostos em guarnições das ultimas novidades, para o que chamamos a attenção das ex.mas modistas. Lembramos tambem que temos guarnições em lan- tejoilas e vidrilhos, muito mais baratas que em Lisboa.
SEC Ç Ã O DE MODAS Ufanamo-nos em dizer que tem sido bem acceite a nossa esco
lha de artigos para a presente estação, não deixando esquecer o bello sortimento de pannos para capas em várias côres, e um artigo especial em matelacés assedados com lindos desenhos, que garantimos ser pura lã, e ter i m,45 de largo.
Sedas lisas c excosseqas, selins pretos, etc.Pelles e marabouts para guarnições.
SECÇÃ O DE FANQUEIRO ^E’ já do conhecimento do publico, o sortido d’esta nossa secção,
mas nem por isso nos abstemos de fazer, sciente, que esta secção está muito melhorada, tanto em sortimento como em preços dalguns artigos, para o que fizemos alguns contractos com os nossos fornecedores.
SE C Ç Ã O DE M ERCADORTemos nesta seccão muitos artigos que o comprador desco
nhece os preços por que são vendidos, como por exemplo:Diagonaes pretos, casimiras, cheviotes, picotilhos, casimiras en-
canastradas, (o chic para fato e sobretudo), flanellas pretas e azues, pannos moscous, catrapienhas, briches, etc., etc.
CHALES EM TODOS OS GENEROS, Sortimento que satisfaz os mais exigentes.
AO S SRS. ÁLFxAYATES lembramos que temos recebido nova remessa dos panninhos inglezes, (forro para mangas) e continuamos vendendo pelo mesmo preço. Ha tambem novas qualidades em selim de algodão em preto, assim como temos tambem em côr. 1 'o b e r to rc s «le lã oaa de algodão. gaiaEgBEcaaa c o m p r e aa’o a a tra p a r t e
s e m p a d a ia e ir o v è r os n o s s o s p r e ç o s e «gsaaS i d a d e s .A todas as pessoas mostramos os nossos artigos, embora ve
nham sem intenção de comprar.SECÇÃO L)E C A LÇ A D O . Sortimento inegualavel.Não costumamos annunciar o que não temos. A DIVISA desta
casa é sem duvida a unica nesta localidade: Vender a todos pelos mesmos preços. GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO. Para este fim usamos
PREÇO FIXO
SECÇÃO DE CHAPELARIA. Ha grande quantidade dos formatos mais usados. Temos tambem G U A RD A -CH U VA S em alpaca, setineta e setim, assim como um bonito sortimento de sombrinhas pretas para senhoras, e muitos mais artigos que impossível seria descrever. CJnaa v is ita p o is ao COSSJHaHIOO 150 í»©V©.
R U A D IR E IT A , 88 e 9 o — R U A DO CONDE, 2 e 6
-*»«■ ALDEGALLEGA 5»-
O D O M I N G O
AO COMMERCIO DO POVOAO já bem conhecidas do publico as verdadeiras vantagens que este estabelecimento olTerecè ao^ compradores de todos os seus artigos, pois que tem sortimento, e faz compras em condicçóes de poder com petir com as primeiras casas de Lisboa no que diz respeito a preços, porque^ vende muitos artigos
A í m d a m a i s 1> a r a t o se como tai esta casa para maior garantia estabeleceu o svstema de GANHAR POUCO PAR.V-VENDER MUI 1 O e vendendo a todos pelos mesmos preços.
Tem esta casa além de varios artigos de vestuário mais as seguintes secções:De Fanqueiro, sortimento completo;De Retroseiro, bom sortido, e sempre artigos de primeira moda;De Mercador, um bello e variado sortimento de casiyiiras, flanellas, cheviotes,
picolilhos, etc., etc.Fia tambem lindos pannos para capas de senhora, e de excellentes qualidades,
por preços baratíssimos.A O S A lf f a j7a t e S . — Este estabelecimento tem bom sortimento de fórros necessários para a sua
confecção taes como: setins pretos e de cor,panninhds lisos de cor e pretos, fórros para mangas, botões. etc.Á S S e n h o r a s S l o d i s t a s . - — Lembram os proprietários «Teste estabelecimento uma visita, para
assim se certificarem de quanto os, preços sáo limitados. . . jGrande coliecção de meias pretas para senhora, piugas para homem, e piuguinhas para creança que garanti
mos ser preto firme.CJisaa v is i ta p o is ao COMLWKfitCff® IM» 'B»€>V©
RUA DIREITA, 88 e 90 — RUA DO CONDE, 2, A L D E G A L L E G A JOAO BENTO & NUNES DE CARVALHO
D E P O S I T Or a
I D E
VINHOS, V INAGRES E AGUARDEN TES
B FABRICA DH LICORES
G U I N D E D E P O S I T O f l ! A C R E D I T A D A F A B R I C AJ M S E N & c .- — LISBOA
DE
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CERVEJAS, G-AZOZAS, PIROLITOSVENDIDOS PELO PREÇO DA FABRICA
— I U (] A S & C1.A — — : :
LA RG O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
viaah o sVinho tinto de pasto de t .a, litro
» » )) » » 2.a, »» branco » » i.a? »
verde, tin to___ » »abafado, branco » »de Collares, tinto » garrafa Carcaveilos b r ." » ,»de Palmella. . . . »do Porto, superior »
» da M adeira.............. »V i n a g r a s
Vinagre t nto de i . k lit ro .. . . . . .» » » 2.a, » ..............» branco » i .a, » .............» » » 2.;1, » ..............
U e o r e sLicor de ginja de i .a, litro..........
» » ani7. » » » . . . . . .» » cartella.............................» » ros<i................ .................» » hortelã p im enta ...........
Granito . . . .....................................Com a garrafa mais 6o réis.
70 rs 60 » 70 »
100 » 15o » 160 d 240 ■» 240 » 400 » Soo »
i A g u ard en tesI.Alcool 40o.......................... litro| Aguardente de prova 3o°. »
g in ja .. . .de bagaço 20o » » » 20 ’ » » » 1S0 »o figo 20o » » Evora 18° »
520 rs. 320 » 240 » 160 »15o » 140 » 120 » 140 »
Casas a Blrasica| Parati..................................... litroI Cabo Verde................................. »
rs- | Cognac.................... ..........garrafa5<> » l ,> .......................................... »80 » I G enebra........................ .. »60 » 1
700 rs.6 0 0 »
.18200 » iSd c » 36o »
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300» 1S0 » i 8 o -n 180 » 1S0 » 280 »
I CERVEJAS, GAZOZAS E PIROLITOSPosto em casa do Consumidor
I Cerveja de Março, duzia......... 600 rs.| » Piicener, » . . . . . 840 »
da pipa, meio barril . 900 ».............. .. 420 »24 garrafas., . 3õj »
S Gazozas, du/ia ! Pirolitos, cíiix;
C a p i l é . l i t r o a*éis» c o m i g a r r a í a 3 - 8 0 r é i s
E M Â IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A LID AD E S
PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O
PEDIDOS A LUCAS & C.A — A L D E G A L L E G A
5b0 . ÍP
ItEltfJÓÂÚIÂ E «UllIVESAílIÂDE
RELOJOARIA GARANTIDA— 3 . V ' • DE 76
AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE
Relogios de ouro. de prata, de aço. de nickel, de plaquet, de phant;v sia. americanos, suissos de parede, marítimos, despertadores americanos, despertadores de phantasia, despertadores com musica, suissos de algibeiia co;fi corda para oito dias.
Recommenda-se o relogio de AVELINO MAR /UES CONTRAMESTRE, um bom escape d’ancora muito forte por 5Sooo réis.
Oxidam-se caixas d’aço com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.0 proprietário d'esta relojoaria com pra ouro e prata pelo preço mais elevado.
1 — R U A D O P O Ç O — 1 — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
JOSÉ DA SILVA THÍMOTEO & FILHO
O proprietário efeste antigo, acreditado e impor- tante estabelecimento, participa, aos seus numerosos freguezes e ao publico em geral que acaba de fornecer novamente o seu estabelecimento de todos os objectos concernentes a relojoaria e ourivesaria. O proprietário d’este estabelecimento, para augmento de propaganda vae fazer venda ambulante dos objectos do seu estabelecimento, para assim provar ao publico que em Aldegallega é elle o unico que mais barato e melhor serve os freguezes.
Nas officinas d’este importante estabelecimento tambem se fazem soldaduras a ouro e a prata, galvaniza-se a ouro, prata ou outro qualquer metal, oxidam-se caixas daço. pulem-se caixas de relogios de sala, bandolins, violas,1 guitarras, etc.
O proprietário d'este' estabelecimento dá uma libra a qualquer pessoa que lhe leve algum dos trabalhos aqui ditos, que elle, por não saber, tenha de o mandar executa fóra.
São garantidos pela longa pratica de trinta annos do seu proprietário, todos os trabalhos, assim como todos os negocios desta casa.
Em casos de grande necessidade tambem se ac- ceita qualquer trabalho para de prompto ser executado na presença do freguez.
Blelogios «Sc a lg ib e ira e «le sa la . Magifii- iSIeos re g u la d o re s
Compra ouro e prata
PRAÇA SERPA PINTO(Proximo á Egreja Matriz;
A L D E G A L L E G A DO R IB A T E JO
ESTEVÃO JO S É DOS REIS— « COM
OFFICINA DE CALDEIREIRO DE COBRE (llllllllllllllllllllllillllllllllllllllllllllll
Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.
R U A D E JO SÉ M A R IA DOS S A N T O S
ALDEGALLEGA
mCRCE/i ALBE il TV tf
DE
José A n to n io N u n e s
N ’este estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimáveis fregueses e ao respeitável publico em geral.
Visite pois 0 publico esta casa.
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JOSt DA ROCHA B AR BOSA
C08M o í l ie is a a d e C o r r e e i r o e S e l l c i r o
18, K U A n o F O H N O , 18
A 3. ED 15 i i V S, 1. Si A