TypefaceDesign-1-25

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tipos & fontes Manual de Typeface Design, caligráfico e tipográfico, de Paulo Heitlinger. 2015 tipografos.net/ebooks

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  • tipos & fontesManual de Typeface Design, caligrfico e tipogrfico, de Paulo Heitlinger. 2015

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    Autor e paginao: Paulo Heitlinger.

    Copyright 2011-15 by Paulo Heitlinger.

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    O >l< da fonte Eldorado da autoria de Dwiggins.

  • Conhecimentos amplos e trabalho muito metdico, experincias criativas, algum talento no desenho e muita ateno aos detalhes so as virtudes essenciais para quem quer desenhar letras. Analise vrias fontes e vai perceber que no so to parecidas como supunha! Neste livro vai ver que muitas for-mas so derivadas da escrita mo, a qual define os ritmos e propores na Tipografia. Antes da Tipografia, sempre a Caligrafia!

    Este livro, concebido como um manual prctico, cruzado com uma introduo hist-rica, abrange os seguintes temas: Letras = riscos? Evoluo dos alfabetos fonticos Letras romanas: classificao sob aspectos

    formais e funcionais. Tipometria bsica. Anatomia e estrutura das letras.

    Propores e relaes mtuas. Dos tipos de metal s fontes digitais:

    semelhanas e diferenas. Caligrafia: as formas produzidas por

    clamo ou pena de ave. Alcanar legibilidade. Factores que

    determinam as formas tpicas. Desenhar letras com papel e lpis.

    Exerccios prticos de construo de letras.

    Tipografia digital: glifos, fontes, famlias, formatos, cortes, estilos.

    Primeiros exerccios com pixel fonts digitais, realizados com o software online FontStruct. Pensar em mdulos microtipogrficos.

    Do esboo ao produto final: Produo sistemtica de fontes digitais.

    Genealogia. Derivando as formas das letras com uma sequncia racional de produo.

    Domnio da ferramenta de typeface design FontStudio para desenho vectorial.

    As particularidades do OpenType: incluir versaletes, algarismos antigos, Swash, ligaduras, etc. numa nica fonte.

    O Tracing de scans. Depois da digitalizao, preparao e posicionamento de grficos vectoriais.

    Curvas Bzier. Teste de fontes. Sidebearings, Tracking, Pares de Kerning. Ligaduras e formas contextuais. Glossrio da Terminologia tipogrfica. Os mais belos alfabetos. Uma seleco

    das mais bem conseguidas criaes tipogrficas, de Gutenberg at hoje.

    Manual de Letter Design, caligrfico e tipogrfico

    Intro

  • Intro / Temas / Temas / Registo / 4Procurar no texto: Ctrl+F

    Temas

    TemasIntro ......................................................................................3

    Introduo ................................................................................................9

    Prlogo ...............................................................................10Letras = riscos ........................................................................................ 11Escritas arcaicas: traados simples ......................................................14Alfabeto fencio .....................................................................................18

    Back to the roots: Gregas e Romanas ................................20As letras gregas ......................................................................................21A primeira letra global .........................................................................27Acentos fonticos ..................................................................................31Uma primeira abordagem s formas das maisculas .......................33Pautas, as linhas auxiliares ..................................................................40Capitalis Monumentalis ......................................................................49Formas geomtricas ..............................................................................54Formas sem serifas ................................................................................57Capitalis condensada ............................................................................59Letras largas ...........................................................................................64Rustica lapidar .......................................................................................65Cunhar letras .........................................................................................69

    Renascena das Romanas ..................................................70A Caligrafia humanista ........................................................................71

    Formas das Romanas ......................................................... 75Tipometria bsica..................................................................................76Analisando as formas da Futura .........................................................77Anatomia das maisculas ....................................................................85

    O tamanho da letra ...............................................................................95Propores, em vez de medidas absolutas .........................................97Medidas tipogrficas ............................................................................98

    Do esqueleto ao corpo ..................................................... 101O peso da letra (weight) .....................................................................101Articulando diferentes pesos ............................................................105Grossura do trao afecta legibilidade ............................................... 112Desenhar no PC ..................................................................................1201 Exerccio: letras de formas muito bsicas ....................................121Papel e lpis (1) .....................................................................................127Exerccios com pixel fonts ...........................................................129Uma fonte elementar, mas no quadrada ........................................142O que so pixel fonts? ........................................................................ 144Do papel quadriculado ao computador ........................................... 152Uma ptima ferramenta para principiar ......................................... 153Um desenho simples, de pixel font, com BitFonter .......................160Variando propores horizontais .....................................................161Pesos pticos .......................................................................................162

    Caligrafia .......................................................................... 165A importncia da Caligrafia ..............................................................166As letras minsculas ...........................................................................167Perceber as formas caligrficas ..........................................................170A pena faz a forma das letras .............................................................171Serifas e terminais ...............................................................................174Os ductos caligrficos .........................................................................179Ligaduras medievais .......................................................................... 200

  • Intro / Temas / Temas / Registo / 5Procurar no texto: Ctrl+F

    Uma letra ligada: Bastarda de Lucas ................................................201Formas ornamentadas (Swash) ........................................................ 206

    A modulao ................................................................... 208O contraste varia nas pocas e nos estilos ...................................... 209O mtodo de iniciao Briem ........................................................... 211Letras moduladas, podem ser feitas com FontStruct ....................214

    Anlise em pormenor ...................................................... 215A parte de cima, a parte de baixo .....................................................216Percebendo as semelhanas e diferenas ..........................................217As propores verticais ......................................................................220Altura do x ...........................................................................................221Abertura (overshoot) ..........................................................................223

    Letras desenhadas mo ................................................224O Lettering ..........................................................................................225Modelos para letreiristas ....................................................................230

    Fontes bitmap e fontes vectoriais ................................... 253Preparando o desenho vectorial ........................................................254Relaes e graus de parentesco entre as formas ..............................258A sequncia de desenho das letras ................................................... 260Digitalizao de imagens de letras, 1 ..............................................263Digitalizao de imagens de letras, 2 ..............................................267Muita ou pouca Histria? ..................................................................270Ikarus e a primeira fonte digital .......................................................274O milagroso OpenType .....................................................................275Outline fonts .......................................................................................279Edio digital de fontes ......................................................................280O programa FontLab .........................................................................282

    Desenhando com curvas Bzier ........................................................283Pontos nas extremidades ....................................................................288Combinando formas microtipogrficas ..........................................289

    Espaos ............................................................................ 290Mtrica das letras ................................................................................291Letras, o seu ritmo ..............................................................................293Teste do espaamento das maisculas .............................................294OpenType features no Fontlab .........................................................297Ligaduras ..............................................................................................298Construir ligaduras ............................................................................299Kerning, correco ptica aos pares .................................................301Teste dos pares de kerning .................................................................304Corte itlico de uma fonte .................................................................306Algarismos normais, e antigos ..........................................................309Caractres acentuados, diacrticos ................................................... 311Pontuao e sinais ............................................................................... 316Scripting no FontLab .........................................................................317Tabelas de substituio contextual ..................................................317Teoria da Interpolao .......................................................................317Hinting ................................................................................................. 318

    Web-fonts .........................................................................320Fontes em pginas web .......................................................................321

    Cls de fontes ...................................................................324Com e sem serifas................................................................................325A Corporate ASE de Weidemann ....................................................327ITC Legacy .......................................................................................... 331Rotis: o conceito ..................................................................................332

  • Intro / Temas / Temas / Registo / 6Procurar no texto: Ctrl+F

    O cl de fontes Cholla ........................................................................ 335Officina de Spiekermann ...................................................................337Metapolator ......................................................................................... 339

    Fontes Standard ...............................................................340A Carolina ............................................................................................341A Gill Sans na LNER .........................................................................345DIN na Alemanha .............................................................................. 350

    Glossrio ........................................................................... 355Terminologia da Tipografia .............................................................. 356

    Bibliografia .......................................................................393O desenho de letras no sculo xx ....................................................394Livros sobre Tipografia, em portugus ............................................399

    Mostrurios ..................................................................... 404Os mais belos alfabetos ......................................................................405Baker, Arthur .................................................................................... 406Os alfabetos de Adrian Frutiger ...................................................... 407Lange, Gnter Gerhard .................................................................... 409Frere-Jones, Tobias ..............................................................................411Pool, Albert-Jan ...................................................................................413Fournier, Pierre-Simon .....................................................................414Grandjean, Philippe ........................................................................... 415Heine, Frank ........................................................................................416Licko, Zuzana .....................................................................................417Schneidler, F.H. ...................................................................................418Lubalin, Herb .....................................................................................419Hudson, John ..................................................................................... 420Renner, Paul ........................................................................................421

    Jenson, Nicolas ....................................................................................423Glaser, Milton (1929) .....................................................................425Garamond, Claude (14901561) .....................................................426Gutenberg, Johannes (~14001468) ..............................................428Johnston, Ed ward ...............................................................................431Shinn, Nick .........................................................................................432Breitkopf, J. Gottlob ...........................................................................433Bodoni, Giambattista .........................................................................434Lipton, Richard ...................................................................................436Mardersteig, Giovanni ......................................................................437Mandel, Ladislas .................................................................................438Winkow, Carlos ..................................................................................439Fernandes, Valentim .......................................................................... 441Montalbano, James ............................................................................ 443Miedinger, Max .................................................................................. 444Ballmer, Tho .................................................................................... 447Wilke, Martin ................................................................................... 448Belwe, Georg ........................................................................................450Bernhard, Lucian ................................................................................452Bell, John .............................................................................................. 453Bill, Max ...............................................................................................454Brody, Neville ......................................................................................457Cassandre, A.M. .................................................................................463Briem, Gunnlaugur S.E. .................................................................. 464Cavazos, Rodrigo Xavier ...................................................................465Slimbach, Robert ................................................................................471Blake, James .........................................................................................473Crouwel, Wim ....................................................................................474Quay, David .........................................................................................475Rocha, Cludio ....................................................................................476

  • Intro / Temas / Temas / Registo / 7Procurar no texto: Ctrl+F

    Jamra, Mark .........................................................................................477Jannon, Jean .........................................................................................478Granjon, Robert ..................................................................................479Doesburg, Tho van ............................................................................481Caflisch, Max ......................................................................................482Unger, Gerard ..................................................................................... 484Bilak, Peter ...........................................................................................485Kobayashi, Akira ................................................................................488Krimpen, Jan van ...............................................................................489Unger, Johann Friedrich ...................................................................491VanderLans, Rudi ..............................................................................492Walbaum, Justus Erich ......................................................................493Wei, Emil Rudolf ..............................................................................494Tschichold, Jan ...................................................................................502Porchez, Jean Franois .......................................................................504Parkinson, Jim ....................................................................................505Grimshaw, Phill .................................................................................506Meier, Hans Eduard ...........................................................................507Mendoza y Almeida, Jos (1926) ..................................................508Middleton, Robert Hunter ..............................................................509Morison, Stanley .................................................................................510Garrett, Malcolm ................................................................................512Rossum, Just van ................................................................................. 513Van Blokland, Petr ..............................................................................514Groot, Lucas de ................................................................................... 515Noordzij, Peter Matthias ................................................................... 516Trump, Georg ......................................................................................517Moser, Kolo .......................................................................................... 518Novarese, Aldo ................................................................................... 519

    Santos, Dino dos ................................................................................520Zapf, Hermann ..................................................................................522Morris, William ..................................................................................523Feliciano, Mrio ................................................................................524Shepard, David R. ..............................................................................526Rogers, Bruce ......................................................................................527Weidemann, Kurt .............................................................................528

    Calgrafos notveis ..........................................................530Antonius de Bozollo ........................................................................... 531Niccol Niccoli ....................................................................................532Leonhard Wagner ..............................................................................534Tagli ente ...............................................................................................536Os manuais dos mestres calgrafos ...................................................538Vincentino Arrighi ............................................................................ 540Franois Gryvel ...................................................................................542Palatino .................................................................................................543Bennardino Cataneo ......................................................................... 546Gerardus Mercator ..............................................................................547Manuel Barata ..................................................................................... 552Joachim Bendel ...................................................................................554Neudrffer, Johann ............................................................................. 556Stephan Brechtel, o Velho ................................................................. 558Wolfgang Fugger .................................................................................562Caspar Neff ..........................................................................................563Juan de Ycar ........................................................................................566Giovan Francesco Cresci ...................................................................568Jean de Beauchesne .............................................................................571Francisco Lucas ................................................................................... 574Pedro Morante ....................................................................................577

  • Intro / Temas / Temas / Registo / 8Procurar no texto: Ctrl+F

    Van de Velde I ......................................................................................582David Roelands ...................................................................................588Baldericus van den Horick ................................................................590Louis Barbedor ....................................................................................596Ren Potier le Jeune ............................................................................598Johann Hering .....................................................................................599Joris Hoefnagel ................................................................................... 604Martin Billingsley .............................................................................. 609Paulus Franck ......................................................................................612Edward Cocker ................................................................................... 615Roelas y Paz .......................................................................................... 616Manuel de Andrade ............................................................................ 618Johann Stps ........................................................................................620George Bickham .................................................................................622George Bickham, Jr.............................................................................626Rogers Spencer ....................................................................................627Austin Palmer ......................................................................................628Charles Zaner ......................................................................................630Rudolf Koch ........................................................................................631Karlgeorg Hoefer ...............................................................................633Georg Trump ....................................................................................... 635Roger Excoffon ....................................................................................636Alfred Fairbank ..................................................................................638Gabriel Meave .....................................................................................641Brody Neuenschwander .....................................................................642Bibliografia geral da Caligrafia ........................................................ 646

    Prazer de desenhar ..........................................................650Alfabetos primitivos .......................................................................... 660

    Notas ................................................................................ 660O desenho de letras a partir do sculo xv ......................................661D rer inventa os grficos vectoriais, 1525 .......................................665

    Registo ............................................................................. 668O autor..................................................................................................678

  • Intro / Introduo / Temas / Registo / 9Procurar no texto: Ctrl+F

    O que um typeface designer?

    Pblica - Que nome se d sua profisso?

    Resposta - A designao clssica seria

    tipgrafo...

    Mas o tipgrafo , na realidade, quem compe

    as letras e eu fao-as, mais do que as compor...

    Eu sou um designer de tipos de letras, de fontes

    tipogrficas, se quiser um inventor de fontes

    tipogrficas. Quando preciso, assim que me

    apresento. Em ingls mais fcil de responder:

    type designer.

    Mrio Feliciano (pgina 524), na sua entrevista com a revista Pblica

    Introduo

    Depois da Conferncia Tipogrfica de 2006, realizada pela AtypI em Lisboa, constatamos que o nmero de type-face designers portugueses pouco mais que duplicou. Hoje (Janeiro, 2015), na seco pro-fissionais contamos os seguintes nomes: Joana Correia da Silva, Pedro Leal, Rui Abreu, Ricardo Rodrigues dos Santos, Miguel Sousa, Hugo Cavalheiro d'Alte, Aprgio Morgado, Dino dos Santos e Mrio Felicia no. Na catego-ria tericos, contamos Vitor Quelhas, Pedro Amado, Cludio Ferreira, Carolina Ferreira e Jorge dos Reis Tavares. Com toda a mods-tia, incluo o meu nome em ambas as catego-rias. Somando tudo, tirando a prova dos nove, temos cerca de uma dzia de entendidos em Typeface Design. Talvez quinze, se esqueci algum.

    Apesar de alguns colegas estarem a pra-ticar docncia, parece que este nmero no ir aumentar substancialmente nos prximos anos. Como estimular aqueles que querem conhecer (ou mesmo estudar a fundo) uma matria destas? Publicar um manual tal-vez seja uma maneira adequada para fomen-tar o desenho de letras em Portugal e no Bra-sil, na Espanha e na Amrica Latina. Mas esta-

    mos conscientes que a grande maioria dos que se interessam por este manual no vo que-rer ser typeface designers profissionais. No entanto, a perspectiva de vender fontes ten-tadora. A era digital mudou o modo como as fontes so distribudas, com plataformas de distribuio que permitem que qualquer desig-ner no importa se amador, ou especialista disponibilize as suas fontes. Nos primeiros anos da Internet, os designers ainda consulta-vam enormes catlogos ou faziam o download de amostras. Hoje, todas as fontes so licen-ciadas online, seja no mini-shop pessoal dum designer ou nas galerias dos gigantes da inds-tria, como o FontShop. Canais de distribuio como o MyFonts abriram o mercado at para principiantes no Typeface Design.

    Muitos gostam do desenho de letras pelo seu prprio valor, por ser uma prtica estimulante e criativa, por pertencer tradio de um pas que, no passado, nunca teve uma Cultura Tipogrfica (no conhece-mos um nico puncionista portu gus), mas onde sempre se destacaram exmios calgra-fos e desenhadores de letras. Continuemos os desenhos, com novo vigor. Paulo Heitlinger

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    Prlogo

  • Prlogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 11Procurar no texto: Ctrl+F

    Letras = riscos

    Numa primeira aproximao, todos os glifos dos alfabetos fonticos representam grupos de riscos.Ao longo dos sculos, a grafia dos riscos aparece cada vez mais ordenada, regular e sistematizada. Mas as formas repetem-se: linhas direitas, diagonais, traos curvos, formas redondas, triangulares e quadradas. Assim surgem as letras.

  • Prlogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 12Procurar no texto: Ctrl+F

    Letras riscadas numa telha romana. Foto: ph.

  • Prlogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 13Procurar no texto: Ctrl+F

    Letras riscadas numa parede romana.

  • Prlogo / Escritas arcaicas: traados simples / Temas / Registo / 14Procurar no texto: Ctrl+F

    Escritas arcaicas: traados simples

    Alfabeto Linear B. Foto: BM. pgina 660-1400 ... -1200

  • Prlogo / Escritas arcaicas: traados simples / Temas / Registo / 15Procurar no texto: Ctrl+F

    A Estela da Abbada, achada no stio arqueolgico de Gomes Aires, em Almodvar (Alentejo, Portugal), uma das poucas pedras inscritas, com figurao. No centro, emoldurado pelas bandas com glifos da Escrita do Sudo-este, vemos um guerreiro armado, em pose agressiva. Esta estela documenta o primeiro sistema de escrita alfabtica usado no territrio que hoje Portugal.

    Muitas das estelas inscritas com a Escrita do Sudoeste provm do Algarve / Baixo Alentejo e foram data-das aproximadamente , a partir das necrpoles a elas associadas. As datas das estelas funerrias oscilam entre os sculos VII e V a.n.e. Portanto, repre-sentam um sistema de escrita anterior invaso romana da Pennsula Ibrica. Este sistema de escrita foi desenvol-vido completamente independente da influncia romana, pois um derivado directo do alfabeto fencio.

    600

  • Prlogo / Escritas arcaicas: traados simples / Temas / Registo / 16Procurar no texto: Ctrl+F

    Violentos riscos. Escrita do Sudoeste. Foto: ph.

  • Prlogo / Escritas arcaicas: traados simples / Temas / Registo / 17Procurar no texto: Ctrl+F

    B ronze de Cortono. Provenincia desconhecida. Sistema de escrita: Signrio ocidental. Esta escrita exprime a lngua celtibrica. uma adaptao directa da Escrita Ibrica Nororiental. Como a maior parte das outras escritas pleo-hispnicas, esta integra glifos que representam consoantes e vogais, como os alfabetos, e signos que representam slabas, como os silabrios. Foi utilizada nos sculos II e I a.n.E. no interior da Pennsula ibrica (Guadalajara, Sria, Zaragoza). Escrevia-se quase sempre da esquerda para a direita.

    200

  • Prlogo / Alfabeto fencio / Temas / Registo / 18Procurar no texto: Ctrl+F

    Alfabeto fencio

    Alfabeto fencio, fonte digital.

  • Prlogo / Alfabeto fencio / Temas / Registo / 19Procurar no texto: Ctrl+F

    Escrita fencia Museu ao ar livre de Karatepe-Arslantas, Turquia. Karatepe, uma fortaleza dos Hititas, uma estao arqueolgica perto do rio Jeihan, na Turquia meridional, escavada entre 1946 e 1949. As escavaes puseram a descoberto lajes de pedra com cenas de caa, navegao e tambm religiosas, e forneceram inscries bilingues (fencio e hierglifos hititas) o que facilitou muito a tarefa de decifrar a escrita hitita. Mais imagens em www.hittitemonuments.com/karatepe.

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    Back to the roots: Gregas e Romanas

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 21Procurar no texto: Ctrl+F

    Estela funerria paleocrist. Mrtola, Baixo Guadiana, Alentejo, Portugal.Foto: ph.

    As letras gregas

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 22Procurar no texto: Ctrl+F

    O alfabeto grego deriva duma variante dos alfabetos sem-ticos, introduzidos na Grcia por mercadores fencios. Dado que o alfa beto semtico no tinha glifos para as vogais, os Gregos adaptaram algumas letras fencias para as repre-sentar. As primeiras vogais foram: alfa, psilon, iota, micron, ipsilon.

    Das variantes do alfabeto grego, as mais importantes eram a ociden-tal (calcdica) e a oriental (jnica). A verso usada em Atenas, o alfabeto jnico, foi o padro de referncia para a Grcia clssica. Atenas adop-tou em 403 a.n.e. a variante orien-tal, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto grego.

    J nesta poca o grego se escrevia da esquerda para a direita. A prin-cpio, a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de modo que se comeava pelo lado em que se tinha concludo a linha anterior, invertendo todos os caractres.

    Texto referente lei sagrada da Acrpole e do Hekatompedon.485 a.n.E. Museu Epigrfico, Atenas.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 23Procurar no texto: Ctrl+F

    Letras gregas, arcaicas, simples, sem serifas

    Antes de usarem um alfabeto fontico, os Gregos j emprega-vam o silabrio micnico (chamado Linear B), um sistema de escrita esteve em uso entre os sculos xiv e xii a.n.E. O abe-cedrio grego um alfabeto de origem fencia. Foi usado a partir do sculo ix a.n.E. o primeiro alfabeto utilizado para escrever uma lngua indo-europeia.

    Foi o primeiro alfabeto a integrar vogais, uma necessidade para a transcrio dos idiomas indoeuropeios. Os gregos adapta-ram alguns smbolos fencios sem valor fontico em grego para representar as vogais.

    Na fase arcaica tinha basicamente duas variantes: uma ociden-tal (da qual provem o alfabeto etrusco e o romano) e outra oriental (da qual provm o alfabeto jnico, que foi considerado o clssico, e o cirlico, o armnio, etc.).

    Dos Gregos, o alfabeto passou para os Etruscos, cuja cultura foi o bero da cultura romana. Por sua vez, os Romanos em expanso ter-ritorial, conhecidos pelo seu -vontade em assimilar os mais diversos elementos culturais estrangeiros (que classificavam de brbaros), adaptaram o alfabeto grego / etrusco sua lngua e sua fontica.

    Na sua verso clssica, o alfabeto grego integrava 24 letras, que eram escritas ou esculpidas sem serifas com impressionante cla-reza, legibilidade e sobriedade. Hoje em dia, o alfabeto grego conti-nua ser utilizado no seu pas de origem, mas tambm empregue em todo o mundo nos mbitos da Matemtica e Fsica. Na Astronomia, o grego usado na nomenclatura das estrelas. Uma bela prtica.

    Os espaamentos equidistantes das letras conferem ao texto uma regularidade com grande esttica. Decreto referente fundao da colnia grega em Brea, na Trcia. Cerca de 445 a.n.E. Museu Epigrfico, Atenas.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 24Procurar no texto: Ctrl+F

    Estela funerria paleocrist. Inscrita em grego. Ncleo visigtico dos museus de Mrtola. Foto: ph.

    Letras gregas, arcaicas, simples, sem serifas

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 25Procurar no texto: Ctrl+F

    A fonte Lithos Pro (aqui as maisculas), que tira partido das vantagens do formato OpenType, inclui caractres do alfabeto grego que possuem a elegncia dos traados simples dos alfabetos arcaicos. A fonte Lithos faz parte de um par de tipos epigrficos que a Adobe publicou no

    programa Adobe Originals, em 1990. A typeface designer Carol Twombly (*1959) foi buscar a inspirao para esta sua Lithos a inscries gregas. A epigrafia pela qual se interessou Twombly teve a sua expresso no sculo iv a.n.e: letras com traos uniformes, geomtricos, formando textos alinhadas na horizontal e tambm

    na vertical. A Lithos pe nossa disposio maisculas lapidares, inspiradas nos al fa be tos gregos mais antigos quando ainda no usavam serifas. No deve ser usada em corpo abaixo de 18 pontos, e os espaamentos devero ser rectificados a olho, aconselha a Adobe.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / As letras gregas / Temas / Registo / 26Procurar no texto: Ctrl+F

    , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

    E ntre ns, as letras do alfabeto grego quase s so aplicadas em documentos de carcter cientfico ou acadmico. Em cima: o alfabeto grego da Times New Roman.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / A primeira letra global / Temas / Registo / 27Procurar no texto: Ctrl+F

    No sculo i a.n.E, finalizando uma lenta evoluo percorrida ao longo de 700 anos, os Romanos usavam um alfabeto versal muito seme lhante ao nosso, no qual faltavam apenas as letras J, V, W e Z.

    Os Roma nos no s desen vol ve ram o nosso alfabeto, com os seus valores fon -ticos, mas tam bm a for ma das letras, a sua est tica e at as suas relaes recprocas os espaamentos entre as letras que hoje se chamam tracking e kerning, assim como os melhoramentos pticos designados por ligaduras.

    No decorrer do sculo i a.n.E., as formas das letras em inscries romanas alteraram--se radical e permanentemente. Substituindo as letras monolineares (hastes de grossura constante) comeam a aparecer cada vez mais frequentemente formas com modulao, ou seja, com ntidas diferenas entre traos for-tes e finos.

    Surgem letras serifadas, surge a Capita-lis. Esta mudana de padro esttico tem sido

    justificada com mudanas nos suportes, pois passou a usar-se mrmore em vez de pedras mais brandas. Mas tambm os Gregos, j quatro sculos antes, gravavam as suas letras sobre mrmore, e faziam belas letras peque-nas, geomtricas, sem serifa e monolineares.

    O que provocou a grande mudana foi que a tradio caligrfica romana existente arte de alta sofisti cao e qualidade , pene-trou no universo das letras gravadas em pedra. William Richard Lethaby, o fundador da Central School of Arts and Crafts, formu-lou em 1912:

    Os caractres romanos que hoje so as nossas letras embora as suas primeiras formas nos tenham chegado apenas em verses grava-das em pedra devem ter sido escritas com um pincel largo e duro, ou ferramenta comparvel (flat, stiff brush, or some such tool).

    A disposio de traos fortes e finos, e tam-bm o feitio exacto das formas curvas, foram produzidos por uma ferra menta manejada com gestos rpidos. Penso que as grandes inscries monumentais foram desenhadas in situ por um mestre calgrafo, e em seguida cortadas na pedra por um gravador, sendo a gravao ape-nas a fixao do escrito.

    A primeira letra global

    AbCDEFGHIKLMNOpQrstvxYZ

    Alfabeto latim arcaico, com letras de grossura constante e de traado simples. Digitalizao do autor.

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    Poucos anos depois de Lethaby ter formu-lado estes comentrios decisivos, foram des-cobertas as pinturas murais de Pompeia, que as cinzas do vulco Vesvio tinham conser-vado intactas. A se pode confirmar a exce-lente escrita rpida (rapid writing) da qual Lethaby falra.

    Mas ser importante fixar que o estu-dioso britnico falava das grandes inscries monumentais. Neste livro, falaremos des-tas, mas tambm de muitas outros estilos de letras romanas, que tero sido desenhados de outro modo, seguindo outros padres est-ticos e beneficiando de outros processos de execuo.

    O s Romanos usaram, quase sempre em paralelo, sete diferentes tipos de letra. I. A Capitalis Monumentalis era eleita para figurar em epgrafes de pom-pa e circunstncia, para celebrar datas importantes, conquistas, feitos militares, chefes polticos e divindades.

    II. A Capitalis Quadrata, variante manuscrita da Capitalis lapidar, era usada para todos os documentos importantes, escritos com um clamo sobre papiro. A poesia e a prosa literria escreviam-se com a Quadrata.

    III. A Capitalis Quadrata condensada, que proporcionava economia de espao.

    IV. A Rustica, letra de ducto muito caligrfico, quase sempre condensada, tambm proporcionava economia de espao; pintava-se em paredes, esculpia-se em pedra, gravava-se em metal (por exemplo, para escrever diplom militaris) e escrevia-se em documentos de papiro.

    V. Para a grafia de documentos menos importantes, muitas vezes fei tos pressa, riscava-se a Cursiva em tabuinhas de cera ou de madeira, usando um estilete

    (stilus). Esta tinha as caractersticas de uma minscula, com hastes ascendentes e descendentes.

    VI. Para cunhar marcas e logtipos, usaram letras de formas simplificadas, geomtricas, com pouca modulao na grossura das hastes, muitas vezes sem serifas, ou com serifas muito pequenas.

    VII. Alm disso, desenvolveram uma anotao taquigrfica.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / A primeira letra global / Temas / Registo / 29Procurar no texto: Ctrl+F

    A expanso escala mundial

    No sistema poltico e colonial que foi o maior, o mais potente e o mais duradouro imprio da Antigui-dade, os Romanos impuseram a primeira letra glo-bal. Nos vastos territrios ocupados durante sculos, as letras romanas substituram quase todos os outros sis-temas de escrita autctones (s o grego foi tolerado). Conhecemos, por exemplo, lpides em lngua lusitana, mas grafada com letras latinas.

    O alfabeto latino utilizado para escrever a lngua portuguesa, as lnguas da Europa Ociden tal e Central. Atravs do latim falado pelos invasores, o alfabeto latino expandiu-se com o Imp rio romano. Na metade oriental do Imprio, incluindo a Grcia, a sia Menor, o Ponto e o Egipto, continuou-se a usar o grego como lngua franca, mas o latim foi falado na metade ocidental do Imprio. As linguas romnicas castelhano, francs, provenal, cata-lo, portugus, galego e italiano evoluram do latim e continuaram a usar o alfabeto latino. O alfabeto latino disseminou-se entre os povos germnicos do Norte da Europa durante a propagao do Cristianismo. Na Idade Mdia, o alfabeto latino entrou em uso entre os polacos, checos, croatas, eslovenos e eslovacos, assim que estes adoptaram o Catolicismo; os eslavos orientais adoptaram em geral o Cristianismo Ortodoxo e o alfabeto cirlico.

    As lnguas blticas (lituano e leto), assim como o fin-lands, o estoniano e o hngaro, tambm usam o alfa-beto latino. Com a colo ni zao ultramarina, os idiomas castelha no, portugus, ingls, francs e holands dissemi-naram o alfabeto latino pelas Amricas, Aus tr lia, partes da sia, frica e Pacfico.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / A primeira letra global / Temas / Registo / 30Procurar no texto: Ctrl+FNos alfabetos fonEticos, cada

    letra representa um som. Escrevemos

    como falamos!

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Acentos fonticos / Temas / Registo / 31Procurar no texto: Ctrl+F

    a e i j o u c d g h k l n r s t w z

    Acentos fonticos

    Muitos linguistas consideram o uso de glifos fonticos (com ou sem diacrticos) o sistema mais funcio-nal de escrita. No entanto, a maioria das lnguas ocidentais que adoptaram o alfa-beto latino no so foneticamente cor-rectas, j que o mesmo som pode ser representado por caractres diferentes (C, Q e K, por exemplo) ou dois sons diferen-tes pelo mesmo caractre (i de ministro e i de ideia). Uma experincia frustrante para qualquer criana portuguesa que aprende ingls (ou vice-versa) constatar que at s simples vogais so associadas sons diferen-tes. Estas ambiguidades diluem o aspecto racional do alfabeto latino.

    Para atenuar este efeito, introduzi-ram-se mais diacrticos, acentos fon ticos que servem para alterar a pronncia de cer tas letras, consoante o idioma para o qual so empregues.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Acentos fonticos / Temas / Registo / 32Procurar no texto: Ctrl+F

    Zoologia dos diacrticos

    A s extenses fonticas mais comuns feitas ao alfabeto latino, para adaptar os fonemas usados em diversas culturas e idiomas. Trata-se das extenses contidas nos alfabetos Latin A e Latin B.

    Um diacrtico (do grego , que distingue) um sinal grfico que se coloca sobre, sob ou atravs de uma letra para alterar a sua fontica, isto , o seu som, a sua pronncia.

    O s diacrticos mais conhecidos so: acento agudo; acento grave; acento circunflexo; trema (ou diersis); til; macron; visto; caron; brquia, cedilha. A pgina mostra as maisculas. A fonte aqui usada para mostrar glifos com diacrticos a Adobe Garamond Premier Pro.

    A E I J O U C D G H K L N N R S SS T W Z

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 33Procurar no texto: Ctrl+F

    O alfabeto latino foi tomado dos Gregos e dos Etruscos. A primeira alterao que o alfabeto sofreu, foi a introduo do G para diferenciar os sons G e K uma ini-ciativa de Spurius Carvilius Ruga, um liberto que abriu a primeira escola de Gramtica em Roma. Nesta poca ter sido abandonado o Z dos Etruscos.

    Quando a Rpublica Romana terminou, depois da conquista da Grcia (146 a.n.E.) as letras gregas Ypsilon e Zeta foram adiciona-das ao fim do alfabeto, em forma do Y e do Z para que os Romanos pudessem escrever adequadamente nomes e palavras gregas.

    No sculo ii a.n.E. ficou fixado o alfabeto de 23 letras, que se manteve sem gran-des alteraes durante todo o Imprio.A, B, C, D, E, F, G, H, I, K, L, M, N, O, P, Q,

    R, S, T, V, X, Y, ZO glifo V corresponde tanto ao som voc-

    lico /u/ como ao consonntico /v/, do mesmo modo que o I representa os sons /i/ e /j/. Em nenhuma inscrio romana vemos as grafias U e J. Estas foram introduzidas no Renasci-mento para distinguir os valores voclicos dos consonnticos.

    Uma primeira abordagem s formas das maisculas

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 34Procurar no texto: Ctrl+F

    A nica tentativa sria de alargar o espec-tro fontico do alfabeto latino foi a ini-ciativa do imperador Claudio de intro-duzir trs novas letras: o C invertido (anti-sigma) para o som /PS/, um F invertido (digamma inversum) para representar o //, e meio H (sonus medius), para representar o /W/. Estas chamadas letras claudianas no sobreviveram o seu inventor.

    Assim como os Gregos, os Romanos usa-ram letras para representar os nmeros. Uma barra horizontal sobre a cifra servia para multiplicar por mil, e uma caixa para multi-plicar por cem mil.

    Nas inscries tambm identificamos sinais diacrticos. No latim escrito, o diacrtico denominado apex (plural: apices) era um acento fontico com a forma semelhante ao nosso acento agudo ( ); era colocado sobre as vogais que deviam ser pro-nunciadas longas. A forma deste acento pode variar, mesmo no contexto de uma s inscrio.

    O sicilicus, com forma parecida ao nosso acento circumflexo, indica que a letra sobre a qual vai posto deve ser lida duas vezes.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 35Procurar no texto: Ctrl+F

    O s Romanos usaram a pontuao para separar as palavras e para fins deco-rativos, no princpio ou fim da linha. Esta pontuao era colocada a meia altura da linha A forma de pontuao mais frequente-mente empregue era o tringulo com o vrtice para baixo; com menos frequncia aparecem os quadrados. No sculo i n.E. aparece a forma de folha (hedera distinguens), e no sculo ii tambm se usa o crculo.

    A s formas das letras romanas seguem sim a ortodoxia dum padro praticado em todo o Imprio, mas tambm mostram parti-cularidades regionais e expresso individual, variando segundo o ordinator encarregado de

    traar as letras sobre a lpide, para depois ser gravada a cinzel.

    As letras eram primeiro pintadas sobre a pedra com um pincel mais ou menos largo, segurado diagonalmente. Este mtodo de pr--traar as formas antes de aplicar o cinzel explica as variaes de grossura de trao das letras latinas, a partir da Era Imperial como no A mostrado em baixo.

    Se tambm explica a existncia, assim como as formas especficas e os alinhamentos das serifas, tem sido um tema muito discutido, mas os especialistas no chegaram a concluses definitivas.

    Ligaduras romanas e as ligaduras da fonte digital Capitalis condensata.A M TRVAHRCO

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 36Procurar no texto: Ctrl+F

    Note que as letras das inscries lapidares apre-sentavam um belo efeito tridimensional, obtido pela gravura na pedra, um corte que tinha necessariamente alguma profundidade. Assim, o aspecto das letras gravadas variava con soante o ngulo de incidncia da luz do dia. Porm, quando se transportavam as letras para o gesso liso de uma parede ou para um per-gaminho (e mais tarde para o papel), perdia--se este maravilhoso efeito... Foto: ph.

    Luz e sombra

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 37Procurar no texto: Ctrl+F

    Um ngulo de ilumi-nao pouco comum pe em evidncia o esmerado cuidado posto no traado das finssimas serifas. Estas formas termi-nais tornram-se um ele-mento distintivo das mais elegantes letras elabora-das por lapicidas romanos. Museu de la Romaniza-cin, Calahorra.

    Serifas

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 38Procurar no texto: Ctrl+F

    E voluo das serifas romanas, segundo a pesquisa de J. Muess. Da esquerda para a direita: 250-150 a.n.e.; sculo II a.n.e.; sculo I a.n.e. Inicialmente, as Romanas gravavam-se sem serifas, como os alfabetos lapidares gregos.

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem s formas das maisculas / Temas / Registo / 39Procurar no texto: Ctrl+F

    Edward M. Catich

    Nascido em 1906 (Stevensville, Montana) e falecido em 1979 (Davenport, Iowa), o padre norte-americano Catich tor-nou-se uma das mais consideradas personalidades no mundo da Epigrafia e do Typeface Design. Docente, calgrafo, ilustrador e lapicida, Catich especialmente lembrado pela an-lise das letras romanas inscritas no pedestal da Coluna de Tra-jano, em Roma. A sua principal tese que a Capitalis Monumen-talis da poca augustina foi sempre pr-desenhada com um pincel largo, da originando as formas caractersticas, a modulao do trao e as serifas. Comeou como aprendiz do letrista (sign-wri-ter) Walter Heberling. Catich formou-se no St. Ambrose College (1931 1934) e recebeu o seu Masters em Arte na University of Iowa. Partiu para Roma em 1935 para estudar na Pontifical Grego-rian University for Holy Orders, onde tambm estudou Arqueolo-gia e Paleografia. A descobriu a sua vocao para estudar as letras romanas. Fundou o Departamento de Arte da St. Ambrose Uni-versity e a fez docncia durante 40 anos, at sua morte em 1979.

    Dos apontamentos de Catich: a letra M, pr-desenhada com uma trincha (em verde), pelo ordinator e depois esculpida na pedra pelo lapicida (em vermelho).

    Gravadas em pedra, mas pr-escritas com pincel...

  • Back to the roots: Gregas e Romanas / Pautas, as linhas auxiliares / Temas / Registo / 40Procurar no texto: Ctrl+F

    L inhas auxiliares so essenciais para garantir um conjunto de letras de tamanho homogneo. J os artfices romanos o sabiam, e para tal, riscavam na pedra dois tra-os auxiliares para cada linha de texto: a linha de base (baseline, na Tipografia moderna), e a altura das maisculas. Em trabalhos de gra-vado realizados mais apressada-mente, esses traos no eram apa-gados ou disfarados. Mais adiante, vamos constatar que os programas de edio de fontes digitais permi-tem definir linhas auxiliares, para o mesmo efeito. Foto: ph.

    U]lpiae fil[iae] / [---]A mater. Roman Museum em Butchery Lane, Canterbury, Kent. Foto: Linda Spashett.

    Pautas, as linhas auxiliares

    IntroIntroduoPrlogoLetras = riscosEscritas arcaicas: traados simplesAlfabeto fencioBack to the roots: Gregas e RomanasAs letras gregasA primeira letra globalAcentos fonticosUma primeira abordagem s formas das maisculasPautas, as linhas auxiliaresCapitalis MonumentalisFormas geomtricasFormas sem serifasCapitalis condensadaLetras largasRustica lapidarCunhar letrasRenascena das RomanasA Caligrafia humanistaFormas das RomanasTipometria bsicaAnalisando as formas da FuturaAnatomia das maisculas

    O tamanho da letraPropores, em vez de medidas absolutasMedidas tipogrficasDo esqueleto ao corpoO peso da letra (weight)Articulando diferentes pesosGrossura do trao afecta legibilidade

    Desenhar no PC1 Exerccio: letras de formas muito bsicasPapel e lpis (1)Exerccios com pixel fontsUma fonte elementar, mas no quadradaO que so pixel fonts?Do papel quadriculado ao computadorUma ptima ferramenta para principiarUm desenho simples, de pixel font, com BitFonterVariando propores horizontaisPesos pticos CaligrafiaA importncia da CaligrafiaAs letras minsculasPerceber as formas caligrficasA pena faz a forma das letrasSerifas e terminaisOs ductos caligrficosLigaduras medievaisUma letra ligada: Bastarda de LucasFormas ornamentadas (Swash)A modulaoO contraste varia nas pocas e nos estilosO mtodo de iniciao BriemLetras moduladas, podem ser feitas com FontStructAnlise em pormenorA parte de cima, a parte de baixoPercebendo as semelhanas e diferenasAs propores verticaisAltura do xAbertura (overshoot)Letras desenhadas moO LetteringModelos para letreiristasFontes bitmap e fontes vectoriaisPreparando o desenho vectorialRelaes e graus de parentesco entre as formasA sequncia de desenho das letrasDigitalizao de imagens de letras, 1 Digitalizao de imagens de letras, 2 Muita ou pouca Histria?Ikarus e a primeira fonte digitalO milagroso OpenTypeOutline fontsEdio digital de fontesO programa FontLabDesenhando com curvas BzierPontos nas extremidadesCombinando formas microtipogrficasEspaosMtrica das letrasLetras, o seu ritmoTeste do espaamento das maisculasOpenType features no FontlabLigadurasConstruir ligadurasKerning, correco ptica aos paresTeste dos pares de kerningCorte itlico de uma fonteAlgarismos normais, e antigosCaractres acentuados, diacrticosPontuao e sinaisScripting no FontLabTabelas de substituio contextual Teoria da InterpolaoHintingWeb-fontsFontes em pginas webCls de fontesCom e sem serifasA Corporate ASE de WeidemannITC LegacyRotis: o conceitoO cl de fontes ChollaOfficina de SpiekermannMetapolatorFontes StandardA CarolinaA Gill Sans na LNERDIN na AlemanhaGlossrioTerminologia da TipografiaBibliografiaO desenho de letras no sculo xxLivros sobre Tipografia, em portugusMostruriosOs mais belos alfabetosBaker, Arthur Os alfabetos de Adrian FrutigerLange, Gnter Gerhard Frere-Jones, TobiasPool, Albert-JanFournier, Pierre-Simon Grandjean, Philippe Heine, FrankLicko, Zuzana Schneidler, F.H.Lubalin, Herb Hudson, JohnRenner, Paul Jenson, NicolasGlaser, Milton (1929)Garamond, Claude (14901561)Gutenberg, Johannes (~14001468)Johnston, EdwardShinn, Nick Breitkopf, J. GottlobBodoni, GiambattistaLipton, RichardMardersteig, Giovanni Mandel, LadislasWinkow, CarlosFernandes, ValentimMontalbano, JamesMiedinger, MaxBallmer, Tho Wilke, Martin Belwe, GeorgBernhard, LucianBell, JohnBill, MaxBrody, NevilleCassandre, A.M.Briem, Gunnlaugur S.E. Cavazos, Rodrigo XavierSlimbach, RobertBlake, JamesCrouwel, Wim Quay, DavidRocha, CludioJamra, MarkJannon, JeanGranjon, RobertDoesburg, Tho vanCaflisch, MaxUnger, GerardBilak, PeterKobayashi, Akira Krimpen, Jan van Unger, Johann Friedrich VanderLans, Rudi Walbaum, Justus ErichWei, Emil RudolfTschichold, Jan Porchez, Jean Franois Parkinson, Jim Grimshaw, Phill Meier, Hans EduardMendoza y Almeida, Jos (1926)Middleton, Robert Hunter Morison, StanleyGarrett, MalcolmRossum, Just vanVan Blokland, PetrGroot, Lucas deNoordzij, Peter MatthiasTrump, GeorgMoser, KoloNovarese, Aldo Santos, Dino dos Zapf, Hermann Morris, WilliamFeliciano, Mrio Shepard, David R. Rogers, Bruce Weidemann, Kurt Calgrafos notveisAntonius de BozolloNiccol NiccoliLeonhard Wagner TaglienteOs manuais dos mestres calgrafosVincentino ArrighiFranois GryvelPalatinoBennardino CataneoGerardus MercatorManuel BarataJoachim BendelNeudrffer, JohannStephan Brechtel, o VelhoWolfgang FuggerCaspar NeffJuan de YcarGiovan Francesco Cresci Jean de BeauchesneFrancisco LucasPedro MoranteVan de Velde IDavid RoelandsBaldericus van den HorickLouis BarbedorRen Potier le JeuneJohann HeringJoris HoefnagelMartin BillingsleyPaulus FranckEdward CockerRoelas y PazManuel de AndradeJohann StpsGeorge BickhamGeorge Bickham, Jr.Rogers SpencerAustin PalmerCharles ZanerRudolf KochKarlgeorg Hoefer Georg TrumpRoger ExcoffonAlfred FairbankGabriel Meave Brody NeuenschwanderBibliografia geral da CaligrafiaPrazer de desenharAlfabetos primitivosNotasO desenho de letras a partir do sculo xvDrer inventa os grficos vectoriais, 1525RegistoO autor