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Reflexõessobre a

quarentena

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Por que escrever sobre a quarentena?

Estamos passando por um momento inédito, que exige de nós, como a maioria dos

textos desta coletânea assevera, grande capacidade de adaptação, resiliência e

criatividade para suportarmos, mental e fisicamente saudáveis, as restrições que este

tempo nos impõe.

Não é nova a ideia de que as crises são oportunidades singulares e inequívocas de

transformações, reflexões, mudanças e ajustes de rota, assim, nesse processo, que

desestabiliza nossas estruturas e certezas, é natural que haja medos, ansiedades,

descrenças e, nesse sentido, a escrita é uma aliada no reconhecimento e na expressão

daquilo que sentimos e que, muitas vezes, não sabemos nomear ou externalizar de outra

forma.

Em função disso, como atividade de conclusão da disciplina de Produção de Texto

e Língua Portuguesa, em um trimestre tão atípico, mas também tão repleto de

possibilidades de pensarmos em cada um de nós e nas relações que estabelecemos com

nossos pares, os estudantes do 9º ano EF ao 3 ano do EM foram convidados a relatar suas

experiências e sentimentos durante este período de isolamento social, completando a

sentença: “Nesta quarentena, eu...”.

Os textos aqui reunidos são, assim, expressões legítimas de como nossos jovens estão

enfrentando este momento, quais são suas estratégias de estudo e de diversão, além de

um retrato do quão atentos estão às transformações sociais, ambientais, culturais e

familiares decorrentes deste convívio mais intenso consigo mesmos e com seus entes

queridos.

Escrever sobre a quarentena é, portanto, uma oportunidade para que nossos

estudantes reflitam criticamente não apenas sobre seu universo imediato, mas acerca do

mundo (e de suas complexas relações) e digam a nós o que sentem, quais são seus

percursos, suas expectativas, seus medos e, sobretudo, o quanto estão otimistas em

relação ao futuro e às transformações que virão após este período. Estamos juntos!

Aproveitem a leitura e cuidem-se!

Professor Alexandre Marques e estudantes do 9ºEF II ao 3º ano EM.

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“Pandemia, quarentena, isolamento social, distanciamento social… é realmente um

momento inesperado, delicado, cheio de mudanças e reflexões. Tivemos de mudar

nossas rotinas, adiar planos e, de certa forma, ganhamos tempo: tempo para descansar,

tempo para família, tempo para admirar e questionar a natureza, tempo para cuidar de

nós mesmos. Nesta quarentena, eu tenho aproveitado minha família: ajudo minha avó

com as plantas dela, estou conversando mais com meus pais e brincando com meus

irmãos (mesmo com intrigas); também estou admirando a beleza da natureza (já que

tenho privilégio) e isso me faz muito bem, me traz calma e esperança, principalmente,

em momento como este

por que estamos passando.

Também tenho algumas

reflexões sobre por que isso

está acontecendo, como

reagir diante de tal

situação, como as coisas

ficarão quando tudo isso

“passar”, do valor de

momentos simples, mas que

fazem muita falta. E uma

frase que deixa um

pensamento bem legal é:

‘Foi preciso nos separar

para entender que somos

um só’.” (Adrielly – 9º ano)

“Comecei a ler um novo livro, leio vários pelo celular, por

ser mais fácil e grátis. Neste tempo, também aproveitei

para cuidar mais do meu corpo (kkkk) me alongando e

fazendo alguns exercícios que meu fisioterapeuta me

passava (lembra de quando eu estava com a bota?

kkkk). Continuo dançando, como sempre... Mas do que

mais sinto falta mesmo é de ver minhas amigas, poder

sair, ou não ter que me preocupar com o estado atual

do mundo e de pessoas prejudicadas. Estou ouvindo

mais música do que antes. No geral, estou tranquila, fico

com o pensamento na cabeça de que, na verdade,

estamos muito bem, pois não estamos morrendo,

sofrendo nem passando fome! Não deixei de ir ao Mc

Donald’s e pegar um milk-shake! Hehehehe!” (Luiza – 9º

ano)

Milk-shake = tudo

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“Não aguentei ficar em casa e fui andar de

bike com meus amigos. Este período de

isolamento, dá muito tédio, mas também fez

com que eu valorize tudo o que tenho e

aproveite o máximo quando posso sair de

casa. Nunca imaginei que diria isto, mas estou

com saudades da escola e dos meus amigos.”

(João Pedro – 9º ano)

“Sorri, chorei, tive meus momentos de

alegria e até mesmo tristeza. Aprendi a

fazer bolinho de chuva e algumas outras

receitas. Fiz novos amigos virtuais, me

adaptei à ideia de aulas on-line no ballet e

na escola, apesar de ser cansativo, pois

sinto falta dos encontros nos quais

podíamos ter contato e afeto

pessoalmente. Devo admitir que,

para mim, está sendo difícil ficar em casa

todo esse tempo, porque, antes da

quarentena, eu passava uma boa parte

do meu dia longe dela, voltava para casa às 22h00 após a escola e o ballet. Mas, por

outro lado, consigo estar perto da minha família, já que antes não tinha tempo suficiente

para dar a atenção que estou dando a ela neste momento. Acredito que, depois desta

pandemia, nem tudo será como antes e neste momento difícil, graças à tecnologia,

podemos nos sentir perto uns dos outros através de uma tela de celular ou computador.”

(Duda S. – 9º ano)

“Pude refletir que, com este

isolamento social, as pessoas

querem sair de casa e que, sem ele,

elas querem ficar em casa e isso é

engraçado, pois um é o contrário

do outro. Geralmente, quando vou

ao restaurante com os meus

amigos, a gente fica mexendo no

celular, não conversa muito e

agora a gente quer se ver, pois faz

muito tempo que não nos falamos

pessoalmente. (Pedro – 9º ano)

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“Aproveitei para

ajudar os meus pais

em casa e, em

momentos livres,

jogar e brincar com

eles. Refleti que

todos somos frágeis,

o mais importante na

vida é ter saúde!

Aprendi também

que o isolamento social é necessário para estarmos seguros

contra o coronavírus. No começo dessa quarentena, não me

sentia muito confortável com a situação, mas, aos poucos, fui

me acostumando. Sei que daqui a pouco a gente vai sair

dessa luta e continuar a vida/rotina normal como era antes!

Ver os amigos, outros familiares, ir para a escola... Sinto muitas

saudades disso!” (Nicole – 9º ano) Jogando ludo com meus pais

“A quarentena está servindo para as pessoas refletirem um pouco mais sobre

elas mesma e o quão estávamos felizes quando podíamos ver os amigos e

familiares e até sair de casa por vontade própria. Pude perceber que fui

ingrata por certas coisas porque não sabia o quão ruim seria ficar sem elas.

Não está sendo fácil para ninguém, mas sei que tenho privilégios e tem gente

em situação muito pior, então não tenho do que reclamar. Estou aproveitando

para fazer atividades que eu não fazia antes. Tento ser muito feliz, mas

confesso que não tem sido fácil, porque essa situação mexeu muito com as

nossas rotinas e com a minha saúde mental, espero que isso tudo acabe logo

e que as coisas voltem ao normal. O que estou fazendo bastante é aprove itar

o céu que não está tão poluído como antes e tirar algumas fotos.” (Sophia –

9º ano)

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“Aprendi a valorizar muita coisa,

coisas que eu valorizava, mas

passei a valorizar cada vez mais.

Creio que várias famílias estão

passando mais tempo juntas,

vários pais estão ficando mais

tempo com seus filhos, pois

sabemos que milhões de

famílias trabalham quase o dia

inteiro fora de casa, saem de

manhã e só voltam à noite, não

estando tanto tempo com seus

filhos como deveriam. Mesmo

que algumas situações de

convivência estejam

melhorando, ainda acontecem

várias mortes em todos os

lugares do mundo e há milhares de casos de mulheres sofrendo em casa, com aumento

de quase 70% nos casos de feminicídio. Neste período, passei a apreciar mais tudo que

tenho: casa, roupas, comida e, principalmente, todos os pores-do-sol de minha janela.”

(Duda M – 9º ano)

“Estou passando mais tempo com

meus pais, razão pela qual nós

estamos assistindo a séries e

filmes juntos. Além disso, eles estão

me ajudando mais a estudar do que

antes. Tendo em vista que mudei de

escola, estou sentindo muitas

saudades dos meus colegas da

antiga. Já faz muito tempo que nós

não nos vemos e estávamos até

combinando de ir ao cinema só que,

com a quarentena, não podemos ir.

Até alguns colegas da atual escola

(EGV) me chamaram para ir ao

cinema para nos conhecermos

melhor, o que também não é possível

em razão da quarentena. Mas, para

compensar, eu e meus novos colegas estamos jogando Fortnite juntos. Logo, isso faz com

que a gente se conheça melhor. Em dias da semana, antes do distanciamento social, eu

não saía muito de casa, então já me adaptei à quarentena, mas, às vezes, nos finais de

semana, a gente saía de casa e ia para algum lugar e agora sinto falta disso. Sinto falta

de ver meus parentes e, inclusive, um deles, um tio que mora distante, morreu com esse

vírus e nem pudemos ir ao enterro. Além disso, eu já estava criando uma rotina de ir para

a academia, mas, agora, estou fazendo alguns exercícios em casa, mas não é a mesma

coisa. Na academia, tinha mais variedades de treino e, em casa, não tenho

equipamentos necessários para fazer um bom treino.” (Felipe M. – 9º ano)

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“Percebi que tem muitas coisas que, embora não pareça, fazem muita falta, como a

escola, os amigos e várias coisas. Neste período, estou ajudando em casa, passeio todos

os dias com meus cachorros. Não tem muito a dizer, pois não faço nada legal o dia todo,

além de jogar videogame e ter as aulas.” (Felipe L. – 9º ano)

“Estou fazendo os trabalhos e participando

das aulas on-line e, quando sobra tempo

depois de terminar os trabalhos, passo a maior

parte do tempo jogando videogame. Este

tempo está sendo ruim para mim, pois não

posso ver meus amigos e sair de casa para

fazer outras coisas, pois, quando estava tudo

normal, eu passava mais tempo com eles.

Estou também mais tempo com os meus

irmãos e meus pais e ajudando nas tarefas de

casa, o que eu não fazia muito antes. Este

isolamento social está sendo chato, mas é

importante para as coisas voltarem ao normal

e todos se protegerem contra o vírus. O lado

bom é que a poluição está diminuindo.”

(Hugo – 9º ano)

Fortinite, que jogo com meus amigos

“Aprendi como conviver mais com minha família inteira. Acho que, com essa pandemia

de Covid-19, nós, humanos, vamos aprender uma lição para o resto de nossas vidas.

Sempre fico pensando que se aquele mercado não tivesse aberto, nada disso teria

acontecido. Apaguei o aplicativo Instagram para conseguir “me achar” nestes

momentos sem outras pessoas. Eu estava planejando apagar o WhatsApp, mas é muito

difícil, pois, hoje, tudo é

pelo WhatsApp…

Comecei a fazer yoga e

tenho a impressão de que

tudo está mais calmo e

tranquilo. Estou tentando

me tornar vegetariano

também. Até o momento

atual, acho que descobri

quem realmente sou e na

escola sou uma pessoa

totalmente diferente,

infelizmente.” (João Pedro

F – 9º ano)

Cantinho de incensos e reflexão em minha casa

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“Estudei, descansei bastante

aprendi a fazer coisas novas

que eu não costumava fazer

na cozinha ou fora dela, fiz

pão, bolo, esfirra, pastel, até

ajudei meu pai a montar

uma horta e também

conheci muita gente nova

por meio dos jogos online.

Conversei bastante com

minhas amigas e amigos

pelo WhatsApp e por

chamadas de vídeo.

Sinceramente não senti

nada diferente em estar em casa sem poder sair como muitas pessoas estão falando,

gosto de ficar em casa e antes também não podia sair, minha rotina não mudou muito.

Tenho que admitir que refleti bastante como outras pessoas estão passando a

quarentena, principalmente, aquelas que têm dificuldades financeiras ou de moradia

(muitas pessoas morando em uma casa pequena), por isso não tenho do que reclamar,

sou grata pelas coisas que tenho.” (Julia – 9º ano)

“Eu aprendi. Aprendi a me adaptar, a olhar mais ao meu redor e a ajudar mais. Apesar

das dificuldades na quarentena, consegui me adaptar às aulas on-line e ao

distanciamento até de familiares, pois é com essas mudanças que iremos melhorar a

nossa situação do Covid-19, seja perto ou longe de nós. Com esta quarentena, apesar

de estarmos longe de muitas pessoas, conseguimos cuidar uns dos outros ficando em

casa e saindo apenas quando necessário.” (Rafael – 9º ano)

“Preferi ver o lado bom das coisas e

resolvi me dedicar mais por

algumas semanas a trabalhos com

meus pais, ou até a algumas coisas

minhas que nunca tinha feito

como: cozinhar e manutenção dos

carros. Também tive tempo de

sobra para não fazer nada e ficar

simplesmente olhando para cima e

relaxar com o céu brilhante por

cima de nós. No geral, a

quarentena me fez abrir os olhos

para diferentes tarefas, que nunca

teria pensado em fazer.” (Thomas)

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“Comecei a aprimorar minha leitura e meu foco nos estudos, também consegui ter maior

responsabilidade, pois minha mãe continuou trabalhando e eu que cuidei do meu irmão

a tarde toda. Passei a ficar mais com meus familiares, li vários livros que tenho e também

li mangás, consegui ver séries que tinha vontade de assistir, consegui melhorar meus

estudos, mas acho que os estudos fora da escola estavam/estão mais difíceis e isso me

complicou. Minha rotina não mudou muito.” (Tiago – 9º

ano)

“Assisti a muitos filmes, estudei muito, dormi muito e,

principalmente, passei a dar valor a coisas apenas

agora, às quais deveria ter dado há muito tempo.

Percebi que estava tão presa a um cotidiano, a

apenas uma rotina que, a partir do momento em que

o Covid-19 mudou tudo isso, fiquei desamparada. Um

exemplo nítido seria que sempre pensei que ir para

escola, era uma obrigação, porém, desde que essa

pandemia começou, a liberdade de ir para a escola

foi tirada, percebi que isso me afetou muito, porque eu

amava ir para a escola, mas só me dei conta agora

nesta quarentena. Portanto, nesta quarentena, eu me

redescobri.” (Daniella – 1º EM)

“Estive pensando muito sobre o quanto é importante darmos valor para o que

temos. Quando estávamos estudando presencialmente na escola, não via a

hora de chegar em casa e parar de estudar… até que aconteceu, porém,

não estou nem um pouco feliz por este ocorrido. No momento, sinto falta dos

meus colegas, de socializar pessoalmente, de abraçar e beijar pessoas de que

gosto muito, principalmente as do colégio. Podemos até ter aulas on-line, mas

será que já pensamos nas pessoas que não têm celular, computador? Como

elas fazem para estudar? Sinceramente, nessas situações, temos que refletir

que é muito importante agradecer por termos boas condições e grandes

oportunidades por não perdermos aulas.” (Daniela – 1º ano EM)

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“Estou me organizando em relação dos estudos, sobre o que quero para o futuro e o que

pretendo fazer para alcançar esses objetivos. Não tive muito tempo para lazer e bem-

estar durante essas aulas on-line, portanto, já organizei uma pequena rotina para que eu

consiga descansar, fazer atividades físicas, consumir um pouco de cultura acessível

atualmente e alcançar uma das minhas metas para o futuro. Uma das atividades que

coloquei em destaque é o estudo de línguas estrangeiras, principalmente, inglês, francês

e italiano, línguas que sempre tive vontade de aprender mesmo que só o básico.

Também irei passar a matéria escolar a limpo, fazer resumos, usar apps e assistir a vídeo-

aulas para melhor compreensão sendo que, um de meus objetivos é entrar na Etec ano

que vem. Separei várias atividades físicas para fazer já que, nesses últimos meses, ficamos

apenas sentados à frente do computador. Pretendo melhorar o meu sistema respiratório

e cardiovascular aumentando a minha imunidade, algo bastante importante nesta

época. E, principalmente, vou colocar em ação um projeto que tinha de me tornar

vegetariana começando com uma prática chamada “Meat Free Monday” que, se trata

do fato de não comer carne às segundas feiras. Pretendo ir diminuindo gradativamente

o meu consumo de carne e derivados a ponto de, além de salvar os animais, combater

mudanças climáticas já que a produção de carne é responsável pela emissão de gases

poluentes que aceleram os efeitos do aquecimento global.” (Fernanda – 1º EM)

“Quero me aprofundar mais nas matérias em que tenho dúvida, para, quando as aulas

presenciais voltarem, estar preparada. Nesta quarentena também quero melhorar

minhas condições físicas e fazer algumas artes, como pintar quadros, fazer desenhos e

cartilagem.” (Gabriela – 1º EM)

“Tenho jogado videogame, tido aulas, estou aprendendo a cozinhar, fiz aniversário,

trabalhos, exercícios físicos, aulas on-line e maratona de séries. Tem sido difícil me manter

longe da minha rotina e de meus amigos, mas isso é necessário, pois nós estamos

enfrentando uma pandemia, então devemos tomar os certos cuidados. Devemos

higienizar as mãos, tossir e espirrar no braço e não podemos colocar a mão no rosto, só

sair de casa em casos extremos e com máscara.” (Henrique – 1º EM)

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“Estou tentando absorver todo tipo

de conhecimento, aproveitando

este tempo para pensar um pouco

em mim, a fim de contrariar e

entender meus preconceitos, por

exemplo. Nestes dias de

quarentena, posso dizer que já

mudei muito, e que minha

perspectiva de mundo está muito

mais aberta - no sentido de

abranger outras ideias distintas; e

aquelas que eu já tinha antes, se

fortificaram – e, sinceramente, sinto-

me outra pessoa. Sinto-me

inteligente - diria, intuitivo - depois

de muito tempo que não sentia algo

assim. Além disso tudo, descobri o

que possa ser um talento? Não sei,

mas adquiri uma paixão por

escrever música e não apenas

tocar. Percebi que tinha muita coisa

presa dentro de mim, mas que, por

conta da ansiedade, acabo

apenas conseguindo expressar e

colocar para fora uns 10% disso

tudo, e escrever foi uma maneira de

chegar aos 100%. Me sinto mais próximo da música do que nunca, e aquele meu antigo

sentimento de querer que a música nunca saia da minha vida agora se tornou emoção

e incentivo. Não tenho como objetivo trabalhar com isso, na verdade, seria meu sonho,

mas s sabemos que hoje em dia não é fácil, nunca foi para falar a verdade. Então,

deixarei a música “por trás das câmeras”, e me focarei no meu trabalho. Caso um dia eu

perceba que a música na minha vida se tornou algo com uma proporção tão grande,

que me permita viver disso, com certeza, acatarei essa oportunidade sem nem pensar

duas vezes, mas esse é o Filippo de agora, e o do futuro?” (Filippo – 1º ano EM)

“Senti muitas mudanças, porque, é claro, houve muitas mudanças. O isolamento social

fez com que as aulas fossem on-line, não pudéssemos sair tanto quanto antes, demos

mais valor à arte, à escola, ao trabalho, aos amigos, aos professores, a tudo. A rotina

mudou completamente, as aulas mudaram de horário, nossas responsabilidades

aumentaram, em certa altura, me senti sobrecarregada, pois ainda era um momento de

ajuste pelo qual todos estávamos passando, e percebi que ser independente da escola

exige muita força de vontade. Nas aulas on-line, temos que nos dedicar muito mais, os

professores não veem todos os alunos, então, tecnicamente, se a gente quiser mexer no

celular, em vez de prestar atenção, por exemplo, podemos, mas vamos sofrer as

consequências depois e nós mesmos vamos perceber. A quarentena está sendo um

momento de aprendizado e autoconhecimento, estamos reconhecendo nossos limites,

o quão responsáveis (ou não) somos, se dependemos muito de uma rotina, estamos

trabalhando nossa concentração e descobrindo gostos e vontades que talvez não

tivessem sido explorados ainda, mas que o tédio nos fez encontrar. (Juliana – 1º EM)

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“Estou estudando muito e ajudando muito

minha mãe aqui em casa. Limpamos a casa

toda semana, lavo meu banheiro, passo

aspirador na casa toda, lavo a varanda, a

garagem e limpo a piscina. O resto é com a

mamis. Ela vive brigando comigo que eu não

lavo nunca a louça nem a ajudo nas refeições.

É que não gosto muito de cozinhar e lavar

louça, às vezes, me dá vontade, porém “às

vezes”. Gosto sempre de deixar meu quarto

limpinho e organizado como o resto da casa

(sou meio perfeccionista e gosto das coisas

limpinhas). Em relação aos estudos, neste

momento acalmou, porém, até umas semanas

atrás, passava o dia todo em frente ao

computador, escrevendo, lendo, estudando...

Fiquei até meio mal por conta do tanto de

coisa que tinha, havia dias em que ficava até

às onze da noite realizando trabalhos e lições.

Bom, mas as provas passaram, fui bem! E agora

é férias! Queria estar com todos, sinto muitas

saudades, mas sei que estamos nessa posição

para um bem coletivo e logo passa. Não tirei

um tempo para mim, para fazer algo que

quisesse, até porque não tenho ideia de algo

para fazer. Não tem nada de que eu PRECISO

fazer para mim. Mas, com as férias vindo aí, vou

descansar muito, fazer várias videochamadas, ver muitas lives e curtir com a minha mãe

e minha cachorrinha.” (Manuela – 1º EM)

“Estou reinventado meus dons artísticos. Comecei a

fazer desenhos e a melhorar alguns que já tinha

feito. Estou refletindo muito sobre o que vai ser após

esta pandemia, minha família e eu estamos

falando muito sobre esta situação. Também me

dediquei mais aos estudos.” (Murilo – 1º ano EM)

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“O que nós aprendemos? O que eu aprendi? Penso que o conceito da quarentena não

é realmente aprender algo, porém, como eu aprendi, vou compartilhar, para ver se

consigo ajudar alguém que se identifique. Em casa, todos somos muito unidos,

demonstramos quando estamos felizes ou tristes, porém nunca tive essa facilidade, mas,

com a quarenta, aprendi que tenho que demonstrar e, desse jeito, comecei a me sentir

mais leve, foi o distanciamento que consegui quebrar sem máscaras.” (Caio – 2º ano EM)

Bom, nesta quarentena eu não fiz muita coisa boa, mas acabei

ganhando uma cachorrinha que tem alegrado um pouco mais

minha quarentena. Mas este período teve um ponto positivo, me

fez ficar mais

próximo da

minha família,

algo que não

acontece na

minha semana

normal por conta

do trabalho

deles e tudo

mais, e também

fomos pescar

mais para dar uma descontraída,

sempre tomando todos os

cuidados.” (Daniel – 2º EM)

“Pude perceber que a vida vale muito mais do que

amizades falsas e status em redes sociais, devemos

priorizar aquelas amizades que realmente estão

sempre conosco e nossa família. No início, levei a

quarentena como um castigo, mas depois consegui

abrir minha mente, o que me fez valorizar mais as

oportunidades que tenho.” (Diego – 2º EM)

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“Pude notar que a saudade não é algo que se diz em vão,

pois, quando nos afastamos de pessoas e de lugares dos quais

gostamos, aí, sim, sentimos saudade de verdade. Acordar

todo dia e saber que não vai ver todos os amigos, não vai

poder sair, fazer brincadeiras com os amigos, rir e ter contato

com outras pessoas é muito difícil. Portanto, nesta

quarentena, pude percebi que sentir saudade é muito difícil.

” (Enzo – 2º EM)

“Desde que eu esteja em minha casa,

estarei tranquilo, ajudando minha mãe

com as tarefas de casa, cuidando do

filhote de cachorro que adotamos na

semana passada e com meus recursos “do

primeiro degrau” da programação. Até

sinto falta de ver os meus amigos da antiga

escola, mas, embora não seja a mesma

coisa, é para isso que serve a ligação por

vídeo. Minha rotina tem sido sempre a

mesma, não que isso incomode, mas uma

simples queda de luz bloqueia

completamente meu contato com meus

amigos. Gosto de ficar em casa,

principalmente durante o frio como de agora, mas não estou mais aguentando lavar a

louça todo dia. Mas fazer o quê, né? O jeito é só fazer para já ficar livre. O jogo no meu

celular está me chamando, então, tenha um bom conforto deitado no sofá. ” (Felipe –

2º EM)

“A quarentena fez muitas pessoas começarem

a refletir e, no meu caso, percebi que, para não

pirar, precisava de novos hábitos. No começo,

estudar e assistir a séries era suficiente para me

tirar do “tédio de isolamento”, porém, percebi

que só com aquilo ia começar a me tornar

parte do meu quarto e talvez até me fundir com

a cama, nos tornando uma um só. Por isso,

comecei a fazer novas atividades, fiz diferentes

receitas na cozinha com a minha mãe e

descobri certo talento com confeitaria,

comecei a fazer ginástica e adquiri um colchão

de academia para isso, voltei a praticar violino,

coisa que já não fazia há muito tempo e, como consequência da minha curiosidade

sobre a pandemia, criei o hábito de ver as notícias, ler, tentar entender, buscar saber mais

etc., sempre com a esperança de boas novas e descobertas.” (Isabela – 2º EM)

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“Para mim, este está sendo um

momento de reflexões e

aprendizados e uma ótima

oportunidade para fazer coisas

que antes não tinha devido

tempo à correria do dia a dia.

Estou passando mais tempo com

minha família e realizando mais

atividades junto com ela, pois,

antes, costumávamos ir ao

Shopping aos finais de semana,

agora passamos a sair para

caminhar mais com os cachorros,

estamos fazendo maratonas de

séries inteiras, e aprendendo a

cozinhar novos pratos juntos.

Também aprendi que, na vida, há

dias ensolarados, mas também há dias cinzas, e mesmo que esses dias possam nos

derrubar, devemos nos levantar e seguir adiante, pois, com certeza, dias melhores virão.”

(Ferdinando – 2º EM)

“Tenho tentado ocupar o meu tempo para me

desvencilhar da situação que estamos

passando. Então, tenho me dedicado mais ao

meu bem-estar e estou passando mais tempo

com a minha família. Estou tentando adquirir

novos conhecimentos, fazendo cursos on-line

e revisando algumas matérias. Neste período,

também procurei cuidar mais de mim, percebi

que só preciso de mim mesma para ser feliz e

que não tenho que agradar a todos o tempo

todo, também pude ver a importância de

estar ao lado de quem amamos e como

precisamos estar por perto. Com toda a

certeza, a quarentena vai ficar na história, não

digo só nos livros ou relatos, mas em nossas

memórias, espero que todos estejam olhando

para si mesmos e ao redor e que muitos

mudem suas atitudes daqui para frente.”

(Giovanna – 2º ano)

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“Estou tendo diversos aprendizados. Estou aprendendo e

aperfeiçoando várias atividades… Atividades que antes

eu não ligava de fazer, mas que agora viraram minha

rotina!! Despertei em mim vários gostos que antes eu não

tinha. Além de atividades como, cozinhar, cantar, tocar

entre outras, estou também todos os dias da tarde para a

noite colocando uma cadeira em minha varanda e

apreciando o pôr do sol.” (Isadora – 2º EM)

Pôr do sol da minha varanda!!!

“Percebi que a nossa família faz muita falta

e que, muitas vezes, a gente não

reconhece isso por estarmos sempre juntos.

Minha quarentena está o contrário da de

muita gente, porque eu estou longe da

minha casa, por isso eu percebi a falta da

minha família. Outra coisa que eu, como

todo mundo, tenho dificuldade é pensar

em coisas diferentes para fazer, por isso

tenho cozinhado bastante, cuidado mais

de mim mesma, pintado aqueles livros de

desenho, lendo e fazendo muitas

videochamadas com minhas amigas e,

mesmo assim, sempre há momentos em que

a gente cansa de tudo e, na verdade,

temos que aprender a lidar quando isso

acontece porque a gente não pode sair de

casa e fazer outras coisas, mas, apesar de

tudo, tenho me sentido útil, pois minha avó

mora sozinha e ela fica feliz de eu estar aqui

e ajudá-la e lhe fazer companhia.“ (Luiza –

2º EM)

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“Não me sinto só, a cada dia, cresço e amadureço.

Aprendo cada vez mais a conviver comigo mesma

e com a minha família. Minha casa é o meu novo

mundo, tomo sol e me reinvento. Canto, danço, me

exercito e leio, tudo junto e misturado. Tento seguir

uma rotina, senão enlouqueço. Pensei que fosse

pior, mas os dias passam voando e eu me

acostumando.” (Mariana – 2º EM)

“Tenho tido muito tempo para mim mesmo, o

que me fez refletir bastante, além de achar

coisas para fazer que não fazia antes, muito por

causa do tédio, uma delas: rearranjar meu

quarto. Primeiro recebi a quarentena como

férias adiantadas com uma pitada de castigo,

porém, logo depois, coloquei minha cabeça no

lugar, percebendo a dimensão que isso tomou e

iria tomar, portanto, aceitei o fato de que estava

em QUARENTENA, me preocupando em não

perder o ano escolar e não ficar louco por não

poder sair de casa e ver meus amigos e família,

algo que foi aliviado por poder jogar on-line e

falar com todos, mesmo que de forma

distante. Pude perceber o quanto a convivência é

importante, além da convivência, nossas tarefas, que nos

mantêm ativos, já que estou me sentindo

desmotivado/com preguiça de fazer as atividades

possíveis nessa rotina, mas com saudade de outras, como

futebol, festas, etc., além de não conseguir dormir cedo.

Comecei a dar mais valor à minha casa e ao que tenho.

Comecei a passar mais tempo com meu cachorro, por

exemplo, mas não deixo de pensar o quão difícil essa

situação está sendo para a maior parte da população. E,

como consequência, diminuímos a destruição da

natureza e pudemos apreciá-la, fatos como muitos pores-

do-sol fotografados e o aparecimento de golfinhos em

Veneza são exemplos. Concluindo, devemos aceitar,

agradecer àquilo que temos, refletir e

prosperar.” (Nicolas, 2º EM)

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“Percebi o quanto algumas coisas fazem

falta na minha vida e que, antes, eu não

dava o devido valor. Sinto falta de sair

com meus amigos, me divertir, voltar de

madrugada para casa e com uma

sensação de que tive bons momentos

com pessoas que eu amo, então acho

que isso foi algo sobre o qual a

quarentena me fez refletir. Devemos

aproveitar sempre ao máximo os

momentos, pois não sabemos o dia de

amanhã e pode ser que tudo isso demore

a acontecer de novo...” (Rafael – 2º ano

EM)

“Esta quarentena é um momento de reflexão, no qual todos estão parando para pensar

em suas famílias, na saúde, no nosso país. Estamos vivendo algo que estará para sempre

na história e, com isso, iremos sempre nos lembrar deste acontecimento. Estou com

saudades de tudo que fazia, porém, infelizmente, não temos o que fazer, além de esperar

e sermos cautelosos para que todos saiamos disto da melhor forma possível.” (Giulia – 2º

ano EM)

“Estou aprendendo. Além de aprender a viver de uma forma diferente, uso

meu tempo livre para adquirir conhecimentos gerais e melhorar habilidades

que eu já tinha, como programar. Agora estou usando essas habilidades

para fazer um jogo. Além da programação, também estou aprendendo a

editar vídeos, conhecimento que pretendo usar para criar filmes. Em suma,

nesta quarentena estou aprendendo. (Pedro – 2º ano EM)

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“Apesar de tudo isso, eu, por já não ser uma

pessoa que não saía muito de casa, tenho

arranjado o que fazer, tenho criado histórias,

conversado com meus amigos pela internet,

criado fantasias, assistindo a séries já vistas,

escutado música e aprendendo a cozinhar.

Particularmente, não tenho sido afetada

pela quarentena, mas admito que sinto

saudade de interagir com meus amigos e

professores. Este tempo em casa, não só

meu deu tempo para pensar em vários

temas, como o meu futuro, como também

em como isso ‘poderia servir para abrir nossos

olhos e percebermos que o que hoje vemos

como uma perda, como passear livres pela

rua, dar um beijo ou um abraço, ir ao cinema

com os amigos’. Realmente acho incrível

como só percebemos o valor de algo ou de

alguém depois que o

perdemos.” (Stephannie – 2º ano EM)

“Tive que aprender a me

adaptar um pouco o meu

estilo de vida, pois agora

tenho que ficar todo

momento em casa. Uma das

mudanças mais marcantes é

ter que estudar em casa pelo

computador, já que não tem

mais aulas na escola e,

consequentemente, tive que

me adaptar a não ver mais

meus amigos todo o tempo.

Fora tudo isso, a minha vida

não mudou muito, pois como

sempre fui filho único, tive que aprender a me divertir sozinho, quem foi o principal

ajudante foi o videogame, então sei como me entreter em casa sem ninguém. Uma

consequência de ficar mais em casa é que melhorei muito nos jogos que jogo.” (Tiago –

2º ano EM)

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“Estou me dedicando mais aos estudos,

pois consegui me organizar com os

horários e estou pesquisando muito sobre

cursos de faculdade para ver qual me

interessa e quais são as melhores, nessa

questão, me sinto meio perdido, porque

ainda não sei o que vou fazer de

faculdade. Este período de quarentena

está sendo bem importante para mim, pois

estou fazendo muitas reflexões sobre o que

eu quero e também penso no muito sobre

o que vai acontecer neste ano. Também

estou sentido muita solidão, pois queria ver

as pessoas que eu amo (família e amigos).

Fico muito preocupado e triste, pois não

sei se vou entrar na faculdade de primeira

e, às vezes, fico com medo de entrar em

uma faculdade e não dar orgulho para a

minha família, mas, como sou uma pessoa forte, vou conseguir aprender com esses

sentimentos e provar para mim mesmo do que sou capaz.” (Felipe L. – 3º ano EM)

“Chorei, dei risada, corri, senti saudade, me

senti velho, fiz exercícios, cozinhei, desregulei

meu sono, passei raiva, joguei videogame,

joguei futebol, pensei (além do que devia),

briguei, discuti, limpei, lavei, troquei, colhi,

plantei, quebrei, pulei, treinei, escutei música, vi

séries, me despedi, cuidei, inovei, mudei!”

(Felipe A. – 3º ano EM)

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“Aprendi a lidar comigo mesma,

pois, antes desta pandemia, tinha

muitos problemas com ficar em

casa. Pensava que havia muitas

coisas fora desse espaço em

especial, mas, com o COVID-19, fui

obrigada a reconhecer as

vantagens desse lugar. Uma delas

foi a diminuição do meu estresse

que vinha da pressão acadêmica,

familiar e responsabilidades, além

de clareza sobre meus limites

pessoais. Hoje tenho meus próprios

horários, que são mais flexíveis e

mais adaptados a mim mesma, o

que me proporciona maior

concentração. Estou dedicando

tempo às minhas atividades pessoais como desenho, exercícios, saúde e aquisição de

conhecimentos.” (Helena – 3º ano EM)

“Estou tentando conviver melhor comigo mesma e com a minha família, este tempo de

reclusão quase que força esse tipo de convívio que, às vezes, não temos tempo com a

vida cotidiana. Além das descobertas mais abstratas e sentimentais, estou aprendendo

(mesmo que nem sempre da melhor forma) a ter uma autonomia maior, o EaD realmente

me “pegou de jeito”, confesso que estava com a impressão de que estar em casa

significava que a escola seria mais fácil, e é exatamente o contrário disso em vários

tópicos, desde a organização para/com os compromissos escolares até o aprendizado

em si… Bom, também aprendi a fazer pulseiras!” (Laura – 3º EM)

“Eu quis aproveitar para me entender mais e aprender mais

coisas, de fato, não tem muito mais o que fazer em uma

pandemia a não ser praticar o isolamento social. Assim, eu

voltei a amar cozinhar, achei novas receitas de doces:

cookies, biscoitos

amanteigados e bolos.

Também fizemos uma limpeza

em um mezanino que temos e

achamos tintas acrílicas, que

eu agora estou tentando

usar. Não posso esquecer do

único fator bom que esta

quarentena me trouxe: ter

minha mãe em casa,

felizmente trabalhando, uma vez que eu a via apenas uma

ou duas vezes durante a semana por ela trabalhar longe. No

fim das contas, me aproximei mais e mais dos meus gatos e

eles se tornaram uma companhia mais do que essencial para

este tempo difícil.” (Julia S. – 3º ano EM).

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“Nesta quarentena, não fiz nada de especial. Percebi que, talvez, eu gostasse de ficar

sozinha porque sabia que sempre que quisesse poderia ter companhia. Os dias passaram

despercebidos, talvez alguns poucos momentos tenham sido marcantes como os em que

pude ficar conversando com meus amigos ou rindo com a minha mãe. Tive tempo

suficiente para fazer de tudo e notei que, no começo do ano, a ideia de morte não

passava perto de minha cabeça, mas agora ela não sai. O que mais fiz foi escrever, mas,

em geral, a confusão é maior do que qualquer estrutura textual, então provavelmente

meus textos não fariam sentido algum para quem os lesse. Acho que nunca mais vou

querer ter tanto tempo. (Julia F. – 3º ano EM)

“Passei a valorizar mais a antiga rotina

que tinha antes da pandemia, sempre

reclamava por ser repetitiva e

entediante, agora vejo o que é ter

uma vida monótona. Também cada

dia prefiro a aulas presenciais às EaD.

Em casa não é um lugar fácil para

“focar”, mas tinha expectativa de que

fosse até melhor. Saudades também

está sendo parte da rotina na

quarentena, saudades de ver os

amigos, a família, de praticar esportes

entre outros. (Lucca – 3º ano EM)

“Comecei a me olhar mais e, infelizmente, tive

que tomar uma decisão logo no começo que

me deixou triste e pra baixo comigo mesmo, e

em um momento em que os amigos e qualquer

tipo de contato seriam o melhor remédio, fomos

impedidos de nos ver. Comecei a ajudar muito

meu pai, como ele é viciado em trabalho e por

ser grupo de risco, está mais afastado que os

demais funcionários de sua equipe, então ele

decidiu começar a fazer uma série de coisas na

casa: colocar prateleiras, furar parede, instalar

luzes na escada e por aí vai. Além disso, percebi

que tinha ficado mais fraco e magro em

comparação com o ano passado, então iniciei

uma rotina de treinos para fortalecer um pouco

mais meu corpo, mesmo nos primeiros dias já

comecei a me sentir melhor. Jogar videogame

e conversar com meus amigos tem me ajudado

muito, mas, mesmo assim, o que eu mais queria

é poder abraçar minha irmã. Ela estava no

Canadá e teve que ir um pouco mais cedo do que se esperava para os EUA e,

infelizmente, o voo dela, que estava planejado para semana que vem, não ocorrerá

mais, e fico brincando que ela, por um lado está presa nos EUA e tudo mais, mas, no final,

eu precisava dela aqui do meu lado, me chamando de mané e me pedindo para

apagar a luz do quarto mesmo ela estando a dois passos de poder fazer isso.” (Pedro F. –

3º EM)

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“Aprendi a realmente dar valor para cada esforço dos meus pais e o quanto é necessário

ter preparo emocional e físico para aguentar todos os dias diversos problemas. Precisei

refazer minha rotina, me adequar aos horários de estudo e ter um momento para poder

ajudar na empresa do meu pai. Com tanta coisa para fazer todos os dias, a quarentena

torna-se extremamente cansativa, mas tudo está acontecendo por um motivo e, assim,

todos os dias preciso me reinventar. Mesmo que meu desempenho escolar tenha

diminuído significativamente, estou aprendendo muita coisa tanto em questão de

maturidade do que no próprio estudo para meu objetivo final do ano, que é passar no

vestibular. Sendo assim, todo dia é um desafio e um caminho bem cansativo, porém, no

final, tudo vai dar certo.” (Nickolas – 3º ano EM)

“Estou tentando manter meu psicológico organizado,

procuro fazer várias atividades, estou ajudando meus pais a

restaurarem uma janela de um antigo casarão da Frei

Caneca que eles compraram para colocar na sala de casa

(minha mãe é apaixonada por coisas antigas). Estou

cozinhando bastante e descobrindo novas receitas, tocando

muito violino e aprendendo novas partituras, como as suítes

do “Quebra Nozes”, de Tchaikovsky. No meu bairro, muitas

pessoas são idosas e os familiares só vem para entregar

alimento ou remédios e eles gostam muito de carinho, por

isso, muitos me ligam de vídeo pelo WhatsApp e conversamos

sobre várias coisas, faço pipoca doce para os que podem

comer açúcar e, para os que não podem, faço pão, bolo e

coloco em pacotes (escrevo usando o meu lettering e, com

máscara, entrego na casa

deles, a reação deles é

incrível, uns choram por não

poderem me abraçar, outros

sorriem e ficam extremamente gratos), minha mãe fez

máscara para todos e entregamos para eles também e

todos me mandaram foto usando-as em casa kkkkkk!

Com meu pai em casa, estou tendo um contato maior

com ele, aos finais de semana, assamos uma carne só nós

três. Tenho ajudado minha mãe com os artesanatos e

meditando muito, como atividade física, faço o yoga.

Estou maratonando todas as animações da Disney (amo!)

e fico cantando as músicas na orelha dos meus pais.

Também estou estudando muito para o vestibular, mas,

em alguns momentos,

acabo surtando e

fico muito

preocupada, acho que não vou conseguir passar de

ano, que o mundo vai acabar, mas depois passa e

fico bem. Estou fazendo um curso na ONU sobre

clima e outro, em Harvard, sobre neurociência, além

disso estou tentando aprender alemão, ich liebe

dich, tchuss.” (Sophia – 3º ano EM)

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“Tenho aprendido a como me organizar em casa para continuar os estudos, a me manter

focado em uma atividade, mesmo com inúmeras outras estando disponíveis e sendo de

fácil acesso. Tenho estado motivado para voltar às aulas e me reencontrar com amigos.

Me sinto apreensivo quanto aos vestibulares de final de ano, apesar de continuar a

estudar em casa com material extra. Recentemente tenho jogado um videogame de

ficção cujo enredo trata de uma civilização inteligente anterior à humanidade. No jogo,

conta-se que essa civilização mais antiga possuía uma linguagem diferente que lhe

permitia entender o tempo de uma maneira diferente. Algo parecido é abordado no

filme A chegada. É muito interessante pensar sobre como a língua é a base de uma

civilização e de seu modo de pensar.” (Thiago – 3º ano EM)

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Nuvem de Palavras com os termos recorrentes

2020

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Disponível em: <http://www.iamspe.sp.gov.br/dicas-contra-covid-19-como-proceder-para-entrar-e-sair-de-casa-e-

conviver-com-pessoas-nos-grupos-de-risco/>. Acesso em: 11 mai. 2020.