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1 TV INTERATIVA – ARTIGO DE DIVULGAÇÃO DE CAV Pedro Ponces(78737) Sérgio Domingues(81562) Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal E-mail: { pedro.ponces , sergio.domingues}@tecnico.ulisboa.pt Resumo A televisão é um meio de comunicação social primordial na sociedade, tendo como finalidade, não informar, educar, como também proporcionar entretenimento às grandes massas. Este trabalho tem como objetivo apontar e conhecer uma nova forma de receção e transmissão de televisão. É feita uma breve descrição da evolução da televisão, das arquiteturas integradas na tecnologia da televisão interativa e de alguns serviços que integram este tipo de tecnologia. Com a realização do trabalho conclui-se que a televisão interativa foi a salvação da televisão tradicional, pois sem ela a televisão teria sido completamente ultrapassada pelo aparecimento dos smartphones e conteúdo televisivo disponibilizado online. 1. Introdução Em 1970 teve inicio a TV digital e ao longo dos anos a qualidade da imagem melhorou drasticamente para assim possibilitar uma experiencia mais realista aos espetadores. No entanto, melhor qualidade de áudio e vídeo não são os únicos fatores que definem a qualidade da experiência televisiva dos espetadores, mobilidade e portabilidade também são características procuradas, principalmente pelas camadas mais jovens da sociedade, como se pode observar no histograma da figura 1. Poder ver televisão no telemóvel, em tablets, no computador, em qualquer altura, em qualquer lugar, são características que também melhoram a qualidade da experiência televisiva. Além disso, os espetadores procuram interatividade, poder de decisão, novas vivências pessoais diante do meio. A TV interativa permite ao telespetador tornar-se um colaborador, ou até mesmo um produtor de conteúdos. Este deixará de ser apenas recetor e passará a ser também emissor. 2. Evolução Histórica 2.1. História da TV interativa O desenvolvimento da televisão interactiva está intimamente ligada à evolução da própria televisão e das tecnologias relacionadas com a comunicação. 1953 - Winky Dink, o primeiro programa interactivo na televisão, entrou no ar em 1953 pela rede de televisão americana CBN. A interação com o programa era feita através de uma folha de plástico que se fixava no ecrã através da eletricidade estática e na qual o espectador desenhava elementos em falta, ajudando assim Winky a enfrentar vários desafios. 1959 - No programa Today Show da NBC, foi pela primeira vez recebida uma chamada em direto. 1974 - A BBC lança um serviço de teletexto denominado de Ceefax. Este serviço permitia ao utilizador consultar a mais variada informação Figura 1: Atividades desempenhadas na televisão pelos vários grupos etários[1]

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TV INTERATIVA – ARTIGO DE DIVULGAÇÃO DE CAV

PedroPonces(78737)SérgioDomingues(81562)

Instituto Superior Técnico

Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal E-mail: { pedro.ponces , sergio.domingues}@tecnico.ulisboa.pt

Resumo

A televisão é um meio de comunicação social primordial na sociedade, tendo como finalidade, não só informar, educar, como também proporcionar entretenimento às grandes massas. Este trabalho tem como objetivo apontar e conhecer uma nova forma de receção e transmissão de televisão. É feita uma breve descrição da evolução da televisão, das arquiteturas integradas na tecnologia da televisão interativa e de alguns serviços que integram este tipo de tecnologia. Com a realização do trabalho conclui-se que a televisão interativa foi a salvação da televisão tradicional, pois sem ela a televisão teria sido completamente ultrapassada pelo aparecimento dos smartphones e conteúdo televisivo disponibilizado online.

1. Introdução

Em 1970 teve inicio a TV digital e ao longo dos anos a qualidade da imagem melhorou drasticamente para assim possibilitar uma experiencia mais realista aos espetadores. No entanto, melhor qualidade de áudio e vídeo não são os únicos fatores que definem a qualidade da experiência televisiva dos espetadores, mobilidade e portabilidade também são características procuradas, principalmente pelas camadas mais jovens da sociedade, como se pode observar no histograma da figura 1. Poder ver televisão no telemóvel, em tablets, no computador, em qualquer altura, em qualquer lugar, são características que também melhoram a qualidade da experiência televisiva. Além disso, os espetadores procuram interatividade, poder de decisão, novas vivências pessoais diante do meio. A TV interativa permite ao telespetador tornar-se um colaborador, ou até mesmo um produtor de

conteúdos. Este deixará de ser apenas recetor e passará a ser também emissor.

2. Evolução Histórica

2.1. História da TV interativa

O desenvolvimento da televisão interactiva está intimamente ligada à evolução da própria televisão e das tecnologias relacionadas com a comunicação.

1953 - Winky Dink, o primeiro programa interactivo na televisão, entrou no ar em 1953 pela rede de televisão americana CBN. A interação com o programa era feita através de uma folha de plástico que se fixava no ecrã através da eletricidade estática e na qual o espectador desenhava elementos em falta, ajudando assim Winky a enfrentar vários desafios.

1959 - No programa Today Show da NBC, foi pela primeira vez recebida uma chamada em direto.

1974 - A BBC lança um serviço de teletexto denominado de Ceefax. Este serviço permitia ao utilizador consultar a mais variada informação

Figura 1: Atividades desempenhadas na televisão pelos vários grupos etários[1]

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através do seu televisor, navegando com os botões do seu comando.

1979 – Lançamento do Prestel, a primeira tecnologia comercial que ligava a TV ao telefone.

1988 – “What's your Story?”, foi o primeiro programa onde os telespetadores tinham um papel activo no desenrolar do programa, este processo era feito com sugestões enviadas via telefone.

1994 - Foi registada a primeira patente para a televisão interactiva.

1996 – “Television Par Satellite” foi o primeiro programa interativo com transmissão totalmente digital.

1999 - Os serviços da TV interativa permitiram acesso a vários websites.

2000 - ONdigital lançou ONnet, um sistema que permitia acesso à internet através da televisão.[2]

2.2. Evolução da Interação

Ao longo da evolução histórica da TV interativa é possível estabelecer vários níveis de interatividade presente na televisão:[3][4]

- Nível 0: A primeira interatividade com a televisão possibilita a alteração de cor, contraste e volume.

- Nível 1: Surge com o aparecimento do controlo remoto que levou ao aparecimento da navegação rápida (“zapping”) pelos canais.

- Nível 2: Quando as vídeo cassetes ou as videogames passaram a fazer parte da televisão.

- Nível 3: Aparece a interação de caracter digital, em que o utilizador começa a interferir nos programas por fax, telefones ou e-mails.

- Nível 4: Aparece a primeira interação entre utilizador/programa através da televisão. É feita

uma participação em tempo real da emissão de conteúdo, desde troca de ângulos de câmara à escolha da programação.

- Nível 5: A interação com a televisão começa a ser pró-activa. Devido ao aparecimento do canal de retorno os telespectadores passam a poder enviar vídeos amadores de baixa qualidade, e, portanto, participar mais ativamente no conteúdo do programa.

- Nível 6: Este nível é uma evolução do nível anterior, com o aumento da banda de transmissão os vídeos colaborativos podem ser enviados em alta resolução, de qualidade semelhante ao conteúdo transmitido pelos próprios canais de televisão.

- Nível 7: Interatividade plena, em que não se reconhece quem é o emissor e o receptor. O telespetador também gera conteúdo e portanto o controlo do conteúdo não está mais na mão da emissora.

Pode-se concluir, que o desenvolvimento da interatividade da televisão tende para uma assemelhação com a internet, onde qualquer um pode produzir um blog, um podcast, ou seja, conteúdo pessoal para ser transmitido na rede.

3. Tecnologias

Tipicamente, para se poder considerar que se está na presença de uma TV interativa, necessitamos de uma televisão normal e de uma set-top box. A set-top box lida com as interações entre o utilizador e um canal de retorno.

3.1 Arquitetura

Na figura 2 apresenta-se a arquitetura que melhor representa as várias interações presentes numa TV-Interativa.

Como podemos verificar, existem dois canais pelo qual a comunicação acontece, um de transmissão, no sentido do fornecedor para o recetor, e outro no sentido do recetor para o fornecedor.

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O canal de transmissão (fornecedor-> recetor) é o canal que transmite toda a informação que o utilizador irá receber. Este canal já existia quando as televisões funcionavam meramente como um recetor, sendo que a inovação que a TV-interativa trouxe foi o de existir um canal de retorno, pelo qual a informação que o utilizador pretende obter é pedida aos servidores de retorno e depois disponibilizada pelo fornecedor de serviços interativos.

Analisando a arquitetura apresentada, vemos que o conteúdo que passa pelo canal de transmissão é proveniente do codificador, que codifica a informação proveniente do fornecedor de serviços interativos e do servidor de conteúdos televisivos.

A informação proveniente do servidor de conteúdos televisivos será todo o conteúdo que é disponibilizado sem qualquer tipo de interação por parte do cliente, ou seja, a transmissão dos vários canais televisivos e dos Metadados.

A informação proveniente do fornecedor dos serviços interativos teve origem no recetor (set-top box). Esta foi, por sua vez, selecionada pelo utilizador que interage com a set-top box e escolhe algum tipo de informação específica que deseja (interatividade), sendo que todas estas interações acontecem em tempo real, alterando o conteúdo enviado.

Na figura 3 é apresentada uma arquitetura mais detalhada para o codificador do canal de transmissão.

Sendo o canal de transmissão o responsável pelo envio de toda a informação que chega ao recetor (set-top box) é necessário que toda a informação seja codificada, para isto existe um codificador de áudio e de vídeo, que servem para codificar e comprimir os sinais provenientes do servidor de conteúdos televisivos. São também enviados os Metadados, que são os dados relativos ao conteúdo que está a ser enviado, como a explicação do conteúdo ou dos seus participantes.

É no Multiplexer que toda a informação é multiplexada e depois enviada para o modulador, de modo a que todo o conteúdo esteja pronto para ser enviado para a linha de transmissão.

Praticamente todo o conteúdo televisivo é codificado em MPEG-4 Video/Audio.[6]

Relativamente ao sistema de receção apresentamos uma arquitetura mais completa na figura 4.

Toda a informação proveniente da linha de transmissão começa por ser desmultiplexada, e então pode ser recebida pela set-top box. É a set-top box que é responsável por comunicar com o utilizador, com o canal de retorno e de enviar a informação desejada pelo utilizador para ser mostrada na televisão.

Figura 2: Arquitetura da televisão interativa [5]

Figura 3: Arquitetura do codificador do canal

Figura 4: Arquitetura do sistema de receção

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3.2. Metadados:

Os metadados podem ser definidos como dados sobre outros dados. Eles facilitam o entendimento do utilizador relativamente ao conteudo que pretende assistir.

Os metadados podem ser divididos em 3 tipos:

• Metadados administrativos • Metadados descritivos • Metadados estruturais

Os metadados administrativos disponibilizam informação relativamente a como foi criado um ficheiro e que tipo de utilizador pode aceder a esta informação.

Os metadados descritivos disponibilizam informação relativamente ao conteúdo do ficheiro, ou seja, o tipo de ficheiro, o nome do ficheiro, os participantes do ficheiro ou quem o realizou.

Os metadados estruturais servem para descrever ou identificar recursos informacionais, como por exemplo ferramentas para localizar informação dentro do ficheiro.

4. Formas de interação

É possível distinguir vários meios de interação na televisão interativa. Neste trabalho foi considerado três tipos de interação, e as respetivas formas de interagir em cada um dos meios.

4.1. Interatividade com o equipamento

Interação com a própria televisão ou com uma set-top box - este é o tipo de interatividade mais comum, é possível ligar/desligar a televisão, mudar de canal e navegar pela interface. Não muda o conteúdo em si mas apenas a forma como os utilizadores controlam a sua visualização.

Trata-se de uma interatividade local, logo não necessita de um canal de comunicação (canal de retorno) do usuário em direção ao transmissor ou broadcaster.[7]

A principal forma de interagir com o equipamento é o comando, no entanto, hoje em dia, já é possível utilizar controlo por voz ou mesmo reconhecimento corporal. Com as respetivas aplicações é ainda possível utilizar um smartphone ou tablet para comunicar com o equipamento interativo.

4.2. Interatividade relativa ao conteúdo de um programa

Modo de interatividade onde o próprio programa pode mudar conforme as acções do telespetador. Um exemplo muito simples deste tipo de interactividade são os concursos televisivos onde o telespetador vota em quem deve permanecer ou sair do programa. A interação com um programa pode ser de duas formas:

Interatividade unidirecional: Requer um canal de retorno do usuário em direção ao servidor. Nessa situação, assume-se, em geral, que não há resposta a ser enviada de volta para o usuário, ou se houver, essa ocorre uma única vez, não sendo mantido nenhum "diálogo".

Algumas aplicações deste tipo de interatividade são a submissão de comentários ou sugestões a respeito de determinado programa.

Interatividade bidirecional: Tipo de interatividade mais forte do ponto de vista da comunicação entre o telespetador e o mundo exterior. Além de requerer um canal de retorno para a comunicação do telespetador para o servidor, permite o tráfego de dados no sentido oposto. Algumas das aplicações de uma interatividade bidirecional são: enviar e receber correio eletrónico ou participação ativa na programação.

Existem diversas formas de interagir com o conteúdo de um programa. O modo mais comum de interação são as chamadas telefónicas ou as mensagens de texto. Existem, no entanto, programas que criam as suas próprias aplicações, sendo uma das suas funções criar uma plataforma de interação com os espetadores.

4.3. Interatividade com o conteúdo televisivo

O telespetador comunica ativamente com as várias aplicações da televisão. À medida que os sites e as aplicações móveis se coordenam com os programas de TV, nasce a interatividade com o conteúdo televisivo, que possibilita obter informação sobre o que passa na televisão, seja relativo à meteorologia, desporto, notícias, filmes ou anúncios televisivos. Isto é possível porque, hoje em dia, a televisão dispõe de inúmeras aplicações. O telespetador comunica ativamente com as várias aplicações da televisão.

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Esta forma de interatividade depende normalmente da utilização da internet, a TV deixa de ser apenas um ecrã de televisão, mas também um computador. Este tipo de interatividade é extremamente útil numa solução de dois ecrãs, em que um deles comporta-se como a televisão e o outro como um computador.

5. Serviços Interativos

A TV Interativa disponibiliza várias formas de interatividade para o utilizador, de modo a que a sua experiência seja a mais interessante e personalizada possível. Pesquisa Inteligente: A pesquisa inteligente é uma ferramenta que permite ao utilizador procurar por método de “palavra-chave” a informação, por exemplo, procurar o nome de um ator ou de um realizador. A TV interativa é então capaz de devolver todos os resultados da pesquisa, e onde eles estão localizados para serem visualizados, isto é, se o resultado pertence ao videoclube, se pertence a algum canal de televisão ou ao arquivo automático. Guia de TV: O guia de TV é um menu interativo que permite ao utilizador, a partir de uma lista de todos os canais, saber qual a programação prevista dos mesmos canais, isto é, quais os programas que o canal irá estar a emitir e os horários em que o mesmo irá acontecer. No guia TV é possível assistir a programas em direto, ou aceder a programas que já foram emitidos, mas que se encontram disponíveis para visualização devido à gravação automática. Gravação de Programas: existem dois serviços fundamentais na gravação de programas, a gravação automática e a gravação especifica.[8] A gravação automática, é uma funcionalidade da TV Interativa que disponibiliza ao seu utilizador todo o conteúdo que foi emitido na televisão durante um certo período de tempo (normalmente durante 7 dias após a emissão). É também permitido ao utilizador guardar (gravar) um determinado programa que esteja na programação de um canal. Ao ter gravado um programa, o utilizador poderá aceder e visualizar esse programa em qualquer altura, enquanto ele estiver guardado na sua “Box”. A gravação de um programa poderá ser agendada “à priori” a partir do guia da televisão e também pode ser tornada recorrente, isto é, gravar todas as emissões de um programa especifico, ou gravar apenas o novo conteúdo desse mesmo programa.

Zapping: A televisão interativa permite ao utilizador visualizar qualquer canal que esteja a passar em direto ou que pertença à gravação, ou seja, é permitido ao utilizador mudar de canal ou programa a qualquer momento, livremente. VideoClube: O VideoClube é um serviço que permite ao utilizador assistir a conteúdo específico, por exemplo, um filme ou um documentário que esteja disponibilizado pelo serviço, e tem um custo associado para o aluguer do mesmo. Após o utilizador selecionar qual o conteúdo que deseja assistir e de completar o aluguer, este é disponibilizado por um determinado tempo, normalmente 48 horas após a compra. Este conteúdo pode ser visualizado na própria televisão ou utilizando um smartphone|/tablet/consola de jogos, utilizando uma aplicação disponibilizada pela operadora que fornece o serviço. Aplicações e Jogos: Um dos serviços que foi desenvolvido foi o de permitir ao utilizador utilizar aplicações e jogar jogos. Os vários tipos de aplicações que são disponibilizados variam, desde aceder a redes sociais, poder ler noticias, indicações de meteorologia, informações de desporto ou até ouvir rádio. Existem também vários jogos que são disponibilizados para ser jogados a partir da TV interativa, como por exemplo o “Snake” ou jogos de “Quizz”. Televendas: Também já é possível efetuar compras diretamente a partir da TV Interativa, bem como fazer encomendas de comida (pizza, sushi entre outros) ou até mesmo roupa ou material desportivo.

6. Modelo de negócios

Em Portugal existem várias empresas que disponibilizam serviços interativos. Contudo iremos nos focar nas três maiores empresas em Portugal (MEO, NOS e Vodafone) e no modelo de negócios de cada uma delas.

Na figura 5 pode-se observar a evolução do número de subscritores das três principais empresas desde 2015 a 2017

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Figura 5: Subscritores de serviços de pacotes nas três principais empresas em Portugal.[9] Estas três empresas disponibilizam variadíssimos pacotes com acesso à televisão, desde apenas o conjunto de televisão e telemóvel, a outros que incluem serviços de Internet e tarifários para telemóvel.

Em seguida, apresenta-se uma tabela 1 que permite comparar o valor de pacotes idênticos que cada uma das operadoras disponibiliza:

Verifica-se que as operadoras disponibilizam pacotes com preços bastante semelhantes.

As operadoras disponibilizam o mesmo tipo de funções, desde VideoClube e gravações automáticas nos últimos 7 dias, à possibilidade de selecionar qual o canal que deseja ser gravado, pesquisas temáticas, a possibilidade de aceder a conteúdos e sites online como youtube ou netfix, e também de assistir a conteúdo televisivo em qualquer dispositivo como smarthfone ou tablet. No entanto, há fatores e serviços que distinguem estras três operadoras. Em seguida serão enumeradas as principais vantagens de cada operadora em relação às suas concorrentes:

MEO: disponibiliza funcionalidades como a possibilidade de jogar jogos, de criar um canal próprio e a de obter serviços de música online.

NOS: disponibiliza descontos em bilhetes de cinema, acesso ilimitado em inumeras séries em qualquer ecrã (NPlay).

Vodafone: disponibiliza 7 canais interativos enquanto as outras operadoras não disponibilizam nenhum.

Concluindo, comparando os serviços e a qualidade das três principais empresas de telecomunicações em Portugal, conclui-se que a Vodafone é um pouco inferior em relação às suas duas concorrentes.

Em relação à MEO e à NOS, estas são muito semelhantes, apesar da MEO disponibilizar mais canais televisivos, e algumas aplicações que a NOS não disponibiliza. Em nossa opinião a NOS é um pouco superior á MEO, uma vez que disponibiliza uma plataforma de séries televisivas muito populares e parcerias com os cinemas, um fator na nossa opinião também muito favorável na escolha de uma operadora de televisão.

7. Futuro da TV interativa

Devido à forte concorrência dos computadores a televisão tradicional está a cair em desuso. Com tantos programas e informação disponibilizados na internet, os espetadores já não querem esperar para assistir a um dado programa num dado horário, eles querem poder de decisão, liberdade para ver o que quiserem quando quiserem. Na figura 6 é possível verificar a evolução no uso de serviços interativos ao longo do tempo.

A televisão interativa está em constante evolução, sempre com o objetivo de tornar a ligação TV/utilizador mais forte e eficaz.

Pode-se dividir este desenvolvimento em dois componentes:

Tipo de Pacote

Numero de Canais

Operadora

Custo[€]

Tv+Telefone 150 MEO 32,99 143 NOS 32,99

Tv+Telefone+Internet

200 MEO 44,99 167 NOS 39,99 100 Vodafone 28,9

Tv+Telefone+Internet+ Telemovel

200 MEO 56,99 165 NOS 52,99 180 Vodafone 56.9

Tabela 1: Preçário das operadoras MEO, NOS e Vodafone. [8][10][11]

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7.1 Desenvolvimento do aparelho

Algumas das áreas a ser exploradas são novas formas de interacção, como a voz, gestos e odor.

Através da voz e gestos o utilizador pode selecionar o que pretende consultar na televisão, substituindo assim o comando remoto, tornando a experiencia televisiva mais comoda e natural.

O odor é outro sentido explorado no desenvolvimento da televisão interativa. Neste tipo de experiencia o espetador sente os diversos cheiros conforme o programa que está a assistir. Este tipo de experiencia pretende tornar a televisão o mais realista possível, transportando o espetador para o mundo do programa.

Estudos feitos nesta área, pela Universidade da Califórnia em San Diego, indicam que um dispositivo poderia ter 10000 odores armazenados numa matriz de 100 por 100 que era acedida conforme o conteúdo transmitido no televisor [12]. Este dispositivo poderia ser muito explorado no marketing, por exemplo, no mercado de perfumes e ambientadores.

A televisão 3D é outro ramo em evolução, apesar de já ser comercializada, ainda não possui grande qualidade e quantidade de conteúdo disponível a nível televisivo uma vez que não é uma tecnologia muito apelativa para os utilizadores.

7.2 Desenvolvimento do conteúdo

Tal como a tecnologia interativa da televisão, também o conteúdo televisivo está em constante evolução para assim possibilitar uma maior interatividade com o telespetador.

Com a ligação da televisão á internet, existem cada vez mais aplicações disponíveis nos computadores, telemóveis e tablets[13] que também já se encontram disponíveis na televisão. Aplicações como, comandos remotos digitais, guias TV, calendários de programas,

séries ou filmes, são algumas das principais aplicações diretamente ligadas á televisão, e, portanto, em constate actualização e evolução.

Para além das novas aplicações, também os programas continuam a tornar-se cada vez mais interativos, por exemplo, a CBS está a desenvolver novamente a famosa série chamada "Twilight Zone", que permite aos telespetadores decidirem o desenrolar da série. [14]

Um dos maiores ramos no desenvolvimento da TV interativa é a publicidade. Com a introdução da gravação de programas, os espetadores tem a opção de “pular” os anúncios da televisão, o que fez diminuir drasticamente o mercado do marketing.[15] Para contrariar este efeito, os produtores de anúncios televisivos usam a TV interativa como uma forma de personalizar o seu marketing para cada espetador e torná-lo, assim, mais apelativo. A interação com o anúncio televisivo é uma das grandes áreas a serem desenvolvidas na televisão.

8. Conclusão

Através deste artigo apresentamos a Televisão Interactiva, desde o seu começo e desenvolvimento até aos dias de hoje, e ainda uma perspectiva sobre o futuro.

Foi graças a este desenvolvimento que permitiu que a popularidade da Televisão se mantivesse e que não fosse ultrapassada por outro tipo de tecnologias, como smart-phones, tablets e computadores.

Podemos concluir que a experiência televisiva não se baseia apenas no conteúdo disponibilizado e qualidade do mesmo , mas também nas varias funcionalidades que são disponibilizadas ao utilizador, criando um ambiente mais diversificado e personalizado para ele.

Figura 6: Evolução do uso de serviços interativos. [16]

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9. Referencias

[1] Business Indider, “If Newspapers And Magazines Think Life Is Tough Now, They Won't Want To See What Happens Next...”, May 4, 2014http://www.businessinsider.com/media-usage-by-age-2014-5

[2] theguardian, “A short history of interactive TV”, 5 April 2001.https://www.theguardian.com/technology/2001/apr/05/onlinesupplement5

[3] DeisyFernandaFeitosa,KellyanneCarvalhoAlves,PedroNunesNeto “Conceitos de interatividade e suas funcionalidades na TV digital”.http://www.bocc.ubi.pt/pag/feitosa-alves-neto-conceitos-de-interatividade.pdf

[4] Livia Cirne, “MAPEAMENTO SOBRE A INTERATIVIDADE NA TV DIGITAL”. Agosto. 2009 http://www2.pucpr.br/reol/index.php/comunicacao?dd99=pdf&dd1=3585

[5] Lara Schibelsky Godoy Piccolo, “Arquitetura do Set-top Box para TV Digital Interativa”, 2005, http://www.ic.unicamp.br/~rodolfo/Cursos/mo401/2s2005/Trabalho/039632-settopbox.pdf

[6]João Violante, João Monteiro, Angelo Pinho, “Televisão Interativa”, Maio de 2015. http://web.ist.utl.pt/~ist172413/cmul/#top

[7] Wikipedia,the free Encyclopedia, “Interactive television”. https://en.wikipedia.org/wiki/Interactive_television

[8] NOS, ”Há mais em nós”. http://www.nos.pt/

[9] Jornal de Negocios, “Nos supera Meo pela primeira vez em número de clientes”. http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/tecnologias/detalhe/nos-supera-meo-pela-primeira-vez-em-numero-de-clientes

[10] MEO, ”Pacotes|MEO”. https://www.meo.pt/pacotes

[11] Vodaphone, “pacotes-vodafone”.https://www.vodafone.pt/main/particulares/tv-net-voz/pacotes/

[12] Ioana Patringenaru Jacobs School of Engineering, “Coming to TV Screens of the Future: A Sense of Smell”,June 14, 2011

http://jacobsschool.ucsd.edu/news/news_releases/release.sfe?id=1082

[13] Prophets Agency, “Future Of Interactive TV”.Sep 19, 2011. https://www.slideshare.net/ProphetsAgency/a-view-n-connected-tv/8-Real_time_apps_content_linked

[14] James Whitbrook, “The Twilight Zone Will Return as an “interative” TV Series, https://io9.gizmodo.com/the-twilight-zone-will-return-as-an-interactive-tv-seri-1771564416

[15] Sandy Drayton, “The Future of Advertising on Interative TV”. 4/8/2016 https://extremereach.com/blog/the-future-of-advertising-on-interactive-tv/

[16]Vera Pedras, Ines Gonçalves, “Televisão Interativa”. 2015/2016 1º semestre http://web.ist.utl.pt/ist175724/modelo_de_negocio.html

Sérgio Domingues: Natural de Lisboa, nascido no dia 7 de Setembro de 1996. Encontra-se neste momento a frequentar o primeiro ano do Mestrado Integrado de Engenharia Eletrótecnica e Computadores. Sendo a sua área principal de especialização Telecomunicações.

Pedro Ponces: Natural de Lisboa, nascido no dia 10 de Março de 1995. Encontra-se neste momento a frequentar o primeiro ano do Mestrado Integrado de Engenharia Eletrótecnica e Computadores. Sendo a sua área principal de especialização Telecomunicações.