Turismo para todos
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Suporte total ao deficienteEm 2001, um episódio mudaria
para sempre a vida de Ricardo Shi-mosakai. Vítima de um sequestro re-lâmpago, ele foi baleado e perdeu omovimento das pernas. Em vez de seentregar à tristeza, decidiu pensarem alternativas para continuar fa-zendo aquilo que mais gosta: des-bravar o mundo. Formou-se em tu-rismo e se especializou em ofereceralternativas para deficientes. “Perce-
bi que não se tratava de uma vonta-de só minha e comecei a trabalharnessa área, focado tanto em umaoportunidade de mercado quanto emum modo de orientar meus colegascom deficiência.” Hoje, ele é diretorda Turismo Adaptado, uma dasmaiores prestadoras de serviços vol-tadas exclusivamente a garantiracessibilidade a pessoas com defi-ciência e mobilidade reduzida. (ER)D
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Shimosakai, no abismo de Anhumas (MS)
Sem medo de aventuraaventuraDivulgação
EM BROTAS, TURISTACOM MOBILIDADEREDUZIDA PRATICAESPORTES RADICAIS
Brotas é um dos destinos mais co-nhecidos pelos aventureiros do Bra-sil. A 235 km de São Paulo, o lugar éideal para a prática de todo tipo deesporte radical em meio à natureza.Rafting, arborismo, trilhas, rapel,boiacross... As opções são inúmeras.Há 11 anos, uma agência de viagensfoi inaugurada na cidade com o ob-jetivo de prestar igual assessoria atodos os tipos de clientes, sobretudoaos deficientes físicos.
“Uma agência de turismo coman-dada pela nossa família não poderiaser inaugurada sem apresentar con-dições de atender a todos”, argu-menta a diretora da agência EcoAção (www.ecoacao.com.br), Gio-vanna Guedes. Ela é sobrinha do orto-pedista Marco Antônio Guedes. Espe-cializado em próteses, foi ele quemcuidou da recuperação do velejadorLars Grael, que teve uma das pernasdecepadas em um acidente com umalancha. “Hoje, ainda não dá para dizerque a procura por pacotes de aventurapor deficientes é intensa, mas aumen-tou bastante. No verão, sempre há doisou três em cada grupo, mas algunsainda têm um pouco de medo”, diz.
Segundo ela, a equipe de profissio-nais da Eco Ação está capacitada paraadaptar e orientar as atividades não sópara cadeirantes e amputados, mastambém para deficientes visuais, audi-tivos e portadores de síndrome deDown. Em parceria com a ONG InstitutoMuito Especial, a agência promove pa-lestras pelo Brasil para estimular o tu-
rismo de aventura entre os deficientes.Rafting, boiacross e canyoning, por
exemplo, são atividades garantidaspela agência, além de algumas trilhasque até mesmo cadeirantes podem fa-zer. “A mobilidade reduzida não podeser confundida com falta de liberdade.Descer uma corredeira e sentir a adre-nalina substitui qualquer antidepressi-vo e faz a pessoa se sentir mais viva”,
argumenta Giovanna, que acredita queo turismo radical para deficientes de-veria estar integrado a programas deelevação da autoestima.
Quem já embarcou nessa aprova. Opaulistano André Cruz, que teve a per-na direita amputada, é um deles.“Gostei muito de ter participado dorafting e do canyoning. Eu me sentiacolhido e tranquilo. Parecia que esta-
va entre amigos quando ouvia o Zé,meu instrutor no rafting, dando bemalto o nosso grito de guerra”, conta orapaz. “Isso motiva minha luta pela vi-da. Depois que terminou, quis logo sa-ber em que época do ano o rio está emum nível mais alto para conhecer ou-tros trechos e corredeiras. E pegar o riomais alto deve ser bem louco!”, disse,garantindo que voltará mais vezes. (ER)
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André Cruz, que tem a perna direita amputada, fez canyoning em Brotas: ‘Isso motiva minha luta pela vida’
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