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8 º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018) Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018 TURISMO GENEALÓGICO EM COIMBRA. DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA E QUALIFICAÇÃO TERRITORIAL: PROPOSTA DE UMA ROTA DA CULTURA JUDAICA RESUMO O Turismo de Coimbra está, hoje, marcado pelo facto de a Univer(c)sidade ter sido distinguida como Sítio Classificado do Património da Humanidade. O aumento da visitação é muito significativo nos últimos anos mas a diversificação da oferta turística contínua débil e incapaz de aproveitar os recursos existentes. O texto aqui apresentado pretende evidenciar a existência de outros recursos turísticos qualificados, dando ênfase ao turismo genealógico como contributo para reduzir sazonalidades e massificações. Identificam-se dois grupos de procura: os turistas originários do Brasil e os Judeus residentes em diferentes partes do mundo; neste texto dá-se atenção apenas a estes últimos. Enfatizam-se os valores e a motivação criada pelo contacto com os lugares onde viveram antepassados, os testemunhos da história, as descobertas recentes, os elementos da cultura judaica presentes na cidade. Com base na história e nos elementos patrimoniais é organizada uma rota turística associada ao património judaico na cidade de Coimbra. 1 INTRODUÇÃO É possível distinguir uma categoria de pessoas pelo seu comportamento e isto está associado às suas perceções relacionadas com a sua própria herança?(Poria et al., 2003) O lazer constitui-se, na contemporaneidade, especialmente nas sociedades do mundo desenvolvido, como um valor social com reflexos económicos evidentes, concorrente com o valor social do trabalho, apresentando-se o turismo como uma das principais motivações de livre arbítrio no tempo livre das pessoas que constituem essas sociedades. Pode afirmar- se que o novo turista é um mix de produtos massificados e de produtos de identidade, se bem que cada vez mais ativo, consciente e informado, no que se refere à escolha dos seus destinos, dos modos de viagem e da escolha das animações turísticas, indo ao encontro do entendimento de Poon (1993), no que se refere ao novo e ao velho turista, neste texto entendidos como consubstanciados, se bem que não de um modo compulsivo, numa mesma pessoa. Ainda assim, esta tipologia mesclada, dependente de inúmeros fatores (socioeconómicos, culturais, políticos, geográficos, mesmo de ciclo de vida, etários e educacionais), é responsável, no mercado do Lazer e Turismo, por alterações comportamentais. Estas são, de facto, a expressão da procura turística e da adequação, orientação ou definição que a oferta turística promove e suscita, levando a que novos lugares sejam oferecidos, que novas atividades turísticas sejam criadas, que novas experiências surjam, que novas emoções sejam desencadeadas, tal como atividades conexas sejam valorizadas. Tudo isto

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8º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018) Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

TURISMO GENEALÓGICO EM COIMBRA. DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA

TURÍSTICA E QUALIFICAÇÃO TERRITORIAL: PROPOSTA DE UMA ROTA

DA CULTURA JUDAICA

RESUMO

O Turismo de Coimbra está, hoje, marcado pelo facto de a Univer(c)sidade ter sido

distinguida como Sítio Classificado do Património da Humanidade. O aumento da

visitação é muito significativo nos últimos anos mas a diversificação da oferta turística

contínua débil e incapaz de aproveitar os recursos existentes. O texto aqui apresentado

pretende evidenciar a existência de outros recursos turísticos qualificados, dando ênfase ao

turismo genealógico como contributo para reduzir sazonalidades e massificações.

Identificam-se dois grupos de procura: os turistas originários do Brasil e os Judeus

residentes em diferentes partes do mundo; neste texto dá-se atenção apenas a estes últimos.

Enfatizam-se os valores e a motivação criada pelo contacto com os lugares onde viveram

antepassados, os testemunhos da história, as descobertas recentes, os elementos da cultura

judaica presentes na cidade. Com base na história e nos elementos patrimoniais é

organizada uma rota turística associada ao património judaico na cidade de Coimbra.

1 INTRODUÇÃO

“É possível distinguir uma categoria de pessoas pelo seu comportamento e isto está associado às suas perceções relacionadas com a sua própria herança?” (Poria et al., 2003)

O lazer constitui-se, na contemporaneidade, especialmente nas sociedades do mundo

desenvolvido, como um valor social com reflexos económicos evidentes, concorrente com

o valor social do trabalho, apresentando-se o turismo como uma das principais motivações

de livre arbítrio no tempo livre das pessoas que constituem essas sociedades. Pode afirmar-

se que o novo turista é um mix de produtos massificados e de produtos de identidade, se

bem que cada vez mais ativo, consciente e informado, no que se refere à escolha dos seus

destinos, dos modos de viagem e da escolha das animações turísticas, indo ao encontro do

entendimento de Poon (1993), no que se refere ao novo e ao velho turista, neste texto

entendidos como consubstanciados, se bem que não de um modo compulsivo, numa

mesma pessoa.

Ainda assim, esta tipologia mesclada, dependente de inúmeros fatores (socioeconómicos,

culturais, políticos, geográficos, mesmo de ciclo de vida, etários e educacionais), é

responsável, no mercado do Lazer e Turismo, por alterações comportamentais. Estas são,

de facto, a expressão da procura turística e da adequação, orientação ou definição que a

oferta turística promove e suscita, levando a que novos lugares sejam oferecidos, que

novas atividades turísticas sejam criadas, que novas experiências surjam, que novas

emoções sejam desencadeadas, tal como atividades conexas sejam valorizadas. Tudo isto

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acontece para que o turista atinja a satisfação. Mais, acontece para que supere as suas

expetativas por intermédio da oferta de autenticidade, de identidade, de singularidade, de

notoriedade e, não menos importante nos dias de hoje, de sustentabilidade. O marketing,

cada vez mais experiencial e estratégico, recria cada oferta, abre espaço e desenvolve um

novo tipo de mercado: o do turismo de nicho/alternativo, para dar resposta à procura

crescentemente informada, diversificada, diferenciada, ética, aventureira, de contacto com

a comunidade local (Martins, 2010) e, claramente, ancorada no turismo cultural e no

desenvolvimento pessoal através do turismo. Nesta oferta são tidos em conta “aspetos

específicos das pessoas e dos seus comportamentos” (Simões e Ferreira, 2009: 19). Os

comportamentos, na aceção de Gruffudd, Herbert e Piccini (1999) resultam do facto de os

pensamentos e noções suscitadas pelos contactos indiretos com materiais associados ao

património serem estimulados, com base nos antecedentes das pessoas. Neste sentido, é

importante ver o turismo patrimonial não como elemento arbitrário, mas como

necessidades sociopsicológicas (Poria et al., 2003).

É neste enquadramento que se integra o turismo genealógico e é neste âmbito que se

explorará esta motivação do turista neste texto: a da procura de uma cultura comum, do

passado e das histórias familiares de antanho, das raízes de um povo, do conhecimento das

tradições e do saber próprios de etnias, regiões e lugares, que apresentam uma relação

especial com o turista.

Esta leitura pretende, por um lado, ser o suporte para a criação de uma rota da cultura

judaica em Coimbra, valorizando, em simultâneo, o projeto Coimbra Judaica e elementos

culturais de grande relevância existentes na cidade, explorando as relações com outros

espaços da cultura judaica, eventualmente integrados na Rede de Judiarias de Portugal.

2 O TURISMO GENEALÓGICO

O estudo das relações entre as gerações pertencentes a uma família permite às pessoas

reunir um vasto conjunto de informações relativas à sua ascendência e criar a árvore

genealógica (Oliveira, 1987, citado por Solé, 2005). Como afirma Basu (2004) quando nos

perguntam quem somos frequentemente orientamos a resposta informando sobre de onde

viemos, sobre as nossas heranças espácio culturais e familiares. É por isso que a identidade

está tão presente tanto na investigação académica como no discurso popular com o intuito

de valorizar a procura do ‘eu’. Compreende-se, pois que Santos e Yan (2010: 56) afirmem

que “o turismo genealógico surge como um dos subsegmentos que mais cresce no mercado

de património”.

Cada vez mais as pessoas se interessam pelo passado da sua família, pelos lugares onde os

seus avós e bisavós viveram, tratando-se, inicialmente de um modo para compreender o

significado da família, sentir empatia cultural e, no final, num modo de perceber melhor a

sua maneira de ser, de encontrar as características que lhes permitem explicar os seus atos,

orientações e preferências. Todavia, esta procura de ancestralidade e de raízes pode ser de

difícil abordagem, visto que este tipo de turismo precisa de ser inscrito naquilo que

Stebbins (2007) refere como sendo serious leisure e/ou project-based leisure, devido ao

investimento em tempo, informação especializada, procura orientada de elementos que

definam o caminho a percorrer, o destino a escolher. São as histórias das raízes e as

memórias que levam muitas pessoas a querer conhecer novos territórios que foram espaços

de vida ou de acontecimentos de comunidades e grupos que lhes dizem algo. Trata-se de

um turismo simultaneamente participativo e de experiências, em que a viagem cria uma

narrativa com expressão idiossincrática e de grande introspeção. Todavia, a temática

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necessita ainda de aprofundamento significativo. Como refere Yakel (2004) as

experiências vividas da interseção entre o turismo e as histórias das famílias assente, por

exemplo, nas viagens a bibliotecas que contêm fontes genealógicas não foram ainda

investigadas, e apresentam uma enorme possibilidade de progressão enquanto facto

turístico.

Esta visitação afirma-se com base na busca da identidade, do escrutinar do passado e do

perscrutar da memória como motivações para viagens turísticas. Os lugares da história das

famílias, da história percebida e da história representada em diferentes suportes e fontes

ganham competências para a promoção da visitação. Daí as referências de Basu (2004: 28)

afirmando que “a pesquisa genealógica se tornou um passatempo quase global nos últimos

anos, e, auxiliado pela Internet e pelas viagens aéreas relativamente baratas, o turismo

cultural relacionado com a história – ‘turismo de raízes’ - tornou-se um importante

mercado de turismo de nicho”. Esta é também a perceção de Santos e Yan (2010)

afirmando, mesmo, que, aquando da pesquisa online ou da utilização da internet, a

impossibilidade de obter as informações adequadas dessa forma transforma a viagem no

passo seguinte. Josiam e Frazier (2008: 37) fazem, precisamente, a apologia desta relação

entre a genealogia, a internet e a viagem, porque

para estabelecer uma conexão autêntica com um antepassado, a maioria dos genealogistas

precisa de viajar, ver, sentir e copiar documentos, ou fotografar lápides e lugares. Há ‘algo tátil

e emocional’, pois os documentos genealógicos e as fotos frágeis têm localizações específicas,

estão guardados ou precisam de ser vistos pessoalmente.

Despoletada a viagem motivada pelo interesse da genealogia, os monumentos e os

patrimónios imbuídos de vivência quotidiana, os museus e os espaços de vida, os

documentos históricos e os itinerários de vida, os eventos e os acontecimentos, as

recreações e o trabalho, as tradições e a inovação, as histórias e os factos, a gastronomia,

são elementos territoriais e culturais que, evidenciando uma pertença à família ou às

origens ou presença de familiares, são a principal motivação de viagem, atuando como

atração de visita. Temos, então, o desenvolvimento de um novo produto turístico, que

surge no seio de uma sociedade em crise de memória, fazendo crescer um sentimento

simultaneamente de nostalgia e de descoberta pelo passado (Marschall, 2012). Dessa

nostalgia surge um desejo/necessidade de mergulhar em tempos pretéritos, procurar bens

representativos desse passado, sejam eles tangíveis ou intangíveis, e ‘viver’ as atividades

que se relacionem com essa história específica (Tagarrinha, 2013). Apesar de essa ligação

ao passado ser sempre mediada por encenações, recreações ou alterações resultantes da sua

integração no mercado enquanto produto, a memória permite ajustar o simulacro de toda a

história e percebê-la como esta aconteceu, filtrada pela idiossincrasia de cada pessoa.

Assim, o desejo em conhecer a história da família, de uma cultura numa localização

específica, de uma etnia a que se sente ligado, faz o turista visitar lugares que lhe

transmitam um conhecimento que o integre numa memória de algo que sente como seu.

Motivado pela memória, o turista escolhe e decide qual o melhor destino ou destinos a

visitar. Como refere Prinke (2010) a procura dos antepassados, de uma cultura com que

nos identificamos e que nos torna únicos envolve sempre a definição da identidade própria

de cada pessoa ou família, sabendo-se que a identidade integra, sempre, a semelhança, mas

também a diferença. A identidade assume-se como um elemento fundamental da vida da

pessoa, funcionando como elo integrante da sua vida (Tagarrinha, 2013). A problemática

relacionada com as questões identitárias é respondida através das motivações turísticas,

porque permitem a escolha do lugar com o qual o turista sente uma maior ligação familiar

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ou de enraizamento, após ter feito uma pesquisa aprofundada em relação à sua genealogia

(Prinke, 2010).

A memória e a identidade são motivações turísticas muito robustas, e para McCain e Ray

(2003) o significado que o turista procura obter sobre si nessas viagens apenas é possível

combinando os dois elementos referidos. Contrariamente ao turista, entendido em sentido

lato, que viaja com base na imagem ou memória que tem de um espaço ou na memória de

um sentimento que o liga com um espaço, neste caso o turista procura obter um

conhecimento sério (no sentido expresso por Stebbins, 2007) e é esse desejo de criar algo

até aí pouco materializado que o leva a viajar e a procurar experiências que futuramente

lhe transmitam memórias sobre si. Sendo a identidade aquilo que nos identifica perante o

mundo, um conhecimento do nosso passado e dos nossos antepassados irá permitir

conhecermo-nos melhor e criar novas atitudes e novas formas de estar na vida à medida

que nos vamos descobrindo. O turista que procura o seu passado e viaja em busca da sua

identidade familiar e cultural fá-lo dentro de uma dimensão mais pessoal do que o turista

no geral.

A viagem motivada pela genealogia pode, de facto, ser reconhecida como turismo cultural,

turismo urbano, turismo patrimonial, turismo rural, turismo religioso, visitas a familiares e

amigos (VFA), entre outras. Todavia, Josiam e Frazier (2008) apontam um conjunto de

motivações principais (Quadro 1):

Quadro 1 Principais Motivações no Turismo Genealógico

Motivações Autores

Pertença familiar Visitar os lugares de origem dos seus

antepassados.

Myers (2000); Timothy

(1997)

Visita a Familiares e

Amigos (VFA)

Turismo genealógico pode ser entendido como

nicho dentro da VFA (entendido não apenas

como a visita aos vivos mas também aos

mortos).

Moscardo, Pearce, Morrison,

Green e O’Leary (2000);

Burrows (2000); Hornblower

(1999); Gormley (2000);

Nicol (1999); Woodtor,

(1994); Zakin (1997)

Auto-identidade

Viajar para um melhor conhecimento da sua

personalidade (personhood). Auto

compreensão de si e uma autoconsciência do

seu lugar no mundo e no tempo através do

turismo.

Desforges (2000); Galani-

Moutafi (2000)

Reafirmação de

identidade

Os visitantes a locais históricos exibem

discernimento para obter benefícios através de

intuições sobre o passado, a reafirmação da

identidade, e uma compreensão da localização

de uma pessoa no tempo e no espaço. Papel

ativo no desenvolvimento de seu próprio

“ambiente significativo”.

Tuan (1977); McIntosh e

Prentice (1999)

Lugar patrimonial

ligado à história da

família

Visitar um local histórico de referência, que

faz parte da história da família ou do passado

de um viajante, é uma evocação às emoções.

McClay (2000); Timothy

(1997); Poria, Butler, Airey e

Cheung (2003)

Fonte: Josiam e Frazier (2008: 39 e 40).

Na perspectiva de gestão turística é reconhecida a importância de identificar e de atender

às necessidades dos clientes de nicho, mas tem havido uma negligência das oportunidades

associadas ao segmento do mercado de turismo genealógico (Evans, 1998, citada por

Santos e Yan, 2010). Em particular, alguns propõem que a geração baby boomer teve, e

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continuará a ter, o impacto mais considerável na interseção de pesquisa genealógica e de

viagens, pois acredita-se que eles tenham a motivação, o tempo e os recursos disponíveis

para viajar e identificar antepassados seus familiares.

3 O TURISMO GENEALÓGICO NA CIDADE DE COIMBRA

Com a elevação e integração, em 2013, de Coimbra (Universidade de Coimbra, Alta e

Sofia) a Património Mundial, pela UNESCO, o número de visitantes tem consistentemente

vindo a aumentar, tendo já ultrapassado o meio milhão, em 2017. Com uma grande

variedade de países de origem de visitantes, Israel tem vindo a crescer e a ocupar uma

posição significante no turismo da cidade de Coimbra. Em 2016 os turistas israelitas

ocupavam a 9.ª posição entre os que mais visitaram a Universidade de Coimbra,

representando cerca de 3,4% do total de visitantes, sendo que em 2015 assumiam a 8.ª

posição significando 3,5% da procura total (TUC, 2017). Há aqui uma procura turística que

é algo expressiva, que se acentua entre abril e outubro (Figura 1), que importa valorizar e

cuja experiência turística releva enriquecer. A estruturação de uma rota que integre os

principais elementos judaicos presentes na cidade, como aqui se propõe, permitiria

enriquecer e diversificar a oferta turística. Em Coimbra, na fase de

desenvolvimento/crescimento do destino turístico (Butler, 2006), a oferta tem vindo a

diversificar-se, procurando-se cada vez mais produtos complementares e distintos em

relação à capacidade de atração do produto turístico principal: o Pátio das Escolas (Paço

Real) da Universidade e todos os equipamentos e atrações envolventes.

Fig. 1 Número de visitantes com origem em Israel que visitaram a Universidade de

Coimbra, variação intra-anual, em 2015 e em 2017. Fonte dos dados: Turismo da UC.

3.1 Elementos judaicos em Coimbra

Se conjugarmos um grupo de turistas com poder de compra, como os israelitas, com

grande sentimento de pertença cultural, enquanto povo, e profundo interesse cosmopolita,

pelo seu passado, e acrescentarmos o facto de Coimbra ter, no seu legado, a manifestação,

material e imaterial da vivência de judeus sefarditas, é licito pensar na oferta futura de um

produto turístico que potencie o seu património e promova a diversificação da oferta

turística da cidade. Para além disto, a presença continuada do turista israelita/hebraico no

mercado do turismo mundial tem vindo a resultar no levantamento e catalogação, em

Portugal, do património, tangível e intangível, associado a esta cultura, constituindo-se

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como atração turística. Vilas e cidades como Belmonte, Castelo Rodrigo, Castelo Branco,

Coimbra, Guarda, Trancoso e Tomar, entre tantas outras, ainda guardam, na atualidade, um

importante legado judaico. Com o objetivo de valorizar a história e o património judaico

em Portugal foi criada, em 2011, a Rede de Judiarias de Portugal – Rotas de Sefarad

(termo hebraico para Península Ibérica) (Figura 2), com sede em Belmonte. Esta rede,

muito implantada no Centro Interior de Portugal, dispersa-se pelo Alto Alentejo (Castelo

de Vide e Elvas), pelo Alentejo Central (Évora e Reguengos de Monsaraz) e pela Região

de Lisboa (Lisboa, Cascais, Alenquer e Torres Vedras). A Entidade Regional Turismo

Centro de Portugal, promove na sua página da internet o Património Judaico no Centro de

Portugal e a sua visitação através da Rota das Antigas Judiarias (Turismo Centro de

Portugal, 2018). A promoção do legado sefardita da região também é difundida pela

Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal (Center of Portugal, 2018).

Fig. 2 Rede de judiarias de Portugal, em 2018, com inclusão de Coimbra, uma cidade

que teve uma importante comunidade judaica que não está integrada na rede Fonte: Rede de Judiarias de Portugal

Coimbra teve uma comunidade de judeus (sefarditas) documentada, ainda pouco estudada,

mas cujo conhecimento, apesar de incipiente, se tem alargado, sistematizado e aprofundado

por contributos vários (Gomes, 2003; Alarcão, 2007; Alarcão, 2009; Gomes, 2009, entre

outros), merecendo beneficiar de uma maior investigação. A organização, em 2008, do

colóquio e da exposição Coimbra Judaica e, em 2017, do colóquio internacional Diálogos

Luso-Sefarditas e da exposição O património bibliográfico hebraico da Biblioteca Geral

da Universidade de Coimbra foram contributos importantes para divulgar marcas da

presença judaica em Coimbra.

Quadro 2 Elementos judaicos em Coimbra a constar em circuitos, propostos pelo

VisitPortugal, pelo Center of Portugal (2018) e pela CMC-DRU (2014)

VisitPortugal Center of Portugal (2018) CMC-DRU (2014)

Judiaria Velha ou de Santiago Judiaria Velha Judiaria Velha

Judiaria Nova ou de Santa Justa Judiaria Nova ou de Sansão Judiaria Nova ou de Sansão

Judiaria da Pedreira

Almocávar Almocávar

Sinagoga (Judiaria Velha)

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Fonte Nova ou Fonte dos Judeus Fonte dos Judeus ou Fonte Nova Fonte dos Judeus ou Fonte Nova

Praça 8 de Maio

(Autos de fé)

Praça 8 de Maio (antigo Largo de

Sansão)

Praça 8 de Maio (antigo Largo de

Sansão)

Praça do Comércio Praça Velha ou Praça do Comércio Praça Velha ou Praça do Comércio

Pátio da Inquisição

(Tribunal da Inquisição) Pátio da Inquisição Tribunal da Inquisição

Sé Nova

Biblioteca Joanina

Estudos de cristãos-novos que

foram lentes Pedro Nunes e André

de Avelar

Bíblia hebraica de Abravanel

Universidade de Coimbra Biblioteca da Universidade de

Coimbra

Aristides de Sousa Mendes

Mikvé

Fonte: elaborado a partir de VisitPortugal Portugal Herança Judaica Património Judío, folheto, Center of

Portugal (2018) e CMC-DRU (2014).

A comunidade judaica, que estaria já minimamente organizada na Coimbra dos séculos IX

e X (Gomes, 2003), cresceu e prosperou. No século XII Coimbra possuía uma das mais

importantes comunidades hebraicas, a par de Évora, Lisboa e Santarém; uma comunidade

que era proprietária e arrendatária, dedicada ao cultivo da vinha, do olival e de cereais

(Gomes, 2003), mas também a ofícios mecânicos (sapateiros, alfaiates, tintureiros, entre

outros) e a operações financeiras (Alarcão, 2003). O legado judaico ou outros elementos

relacionados com a sua presença em Coimbra reportam-se e distribuem-se por várias partes

da cidade (Quadro 2) (Figura 3). Todos se localizam na Área de Proteção do Bem

Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, inscrito em 2013 na Lista Representativa do

Património Mundial UNESCO.

Fig. 3 Elementos da presença judaica em Coimbra

Entre os elementos judaicos merecem referência as judiarias, bairros construídos e

ocupados pelos hebreus, acabando por ser cidade dentro da cidade. No caso de Coimbra,

como em outras, localizavam-se geralmente nos arrabaldes. A atual Rua Corpo de Deus, é

parte da encosta onde o bairro judaico mais antigo (Judiaria Velha ou de Santiago),

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localizado fora da muralha, se situava. Este bairro ocupou, entre os séculos X e XIV, uma

área com cerca de 2 a 2,5 hectares (implantava-se entre as ruas Corpo de Deus, Martins de

Carvalho e a Visconde da Luz, o que correspondia a cerca de 4,5% da área urbana de

Coimbra Medieval, sendo uma das maiores de Portugal trecentista (Gomes, 2003: 17). A

Judiaria Velha funcionou até a década de 1360 ou 1370 (Gomes, 2003: 17) (Alarcão, 2007:

152), por esta altura terá sido parcialmente abandonada. A Judiaria Nova ou de Sansão foi

delimitada e construída por volta de 1360/80, ocupou cerca de dois hectares e localizou-se

no que hoje corresponde à área entre a Rua Nova e parte da Rua Direita (em direção ao

Adro de Santa Justa), paredes meias com o antigo Largo de Sansão (hoje Praça 8 de maio).

O Almocávar, que corresponderia ao cemitério judaico, localizado a nascente da Judiaria

Velha (na encosta sobranceira ao atual Mercado D. Pedro V) evidencia a importância desta

comunidade em Coimbra. Elemento urbano importante da comunidade judaica é a

sinagoga. Na Judiaria Velha esta localizar-se-ia no local, ou próximo, onde em 1360 se

implantou a ermida do Corpo de Deus (Alarcão, 2009: 21). A identificação de estruturas

datáveis de um período entre os séculos XII e XIV, concluiu (com alguma segurança)

tratarem-se de partes da outrora existente sinagoga com edificação própria (Almeida e

Temudo, 2013). A Judiaria Nova também tinha a sua sinagoga (Gomes, 2003: 29; Alarcão,

2009: 24-25), esta “funcionava nas imediações de Santa Justa e da Porta Mourisca”

(Gomes, 2003: 29).

Entre os elementos principais associados à presença judaica em Coimbra consta a

descoberta pública recente, em 2013, de um Mikvé (imersão ritual em água) através de

uma estrutura construída numa gruta calcária para retenção de água. Esta composição,

embora com transformações estruturais ao longo do tempo, ainda permite perceber a sua

funcionalidade original (CMC-DRU, 2014). Localiza-se na Rua Visconde da Luz (num dos

limites da Judiaria Velha) e pode ser um dos mais antigos banhos rituais (talvez

exclusivamente femininos) descobertos na Europa, já que há indícios de ser anterior ao

século XV (Queirós, 2013).

Alarcão (2007: 177), na montagem do cenário urbano de Coimbra, alude a um documento

de 1151 no qual se refere a existência, no local onde está atualmente implantada a Escola

Secundária Jaime Cortesão, de magnis lapis Judeorum que pode ser traduzido como

Penedo Grande dos Judeus ou Lapa Grande dos Judeus, havendo igualmente uma fonte

(Alarcão, 2009: 23). Ora a Fonte Nova que foi construída naquele local em 1725 é

conhecida também como a Fonte dos Judeus. Com a transferência definitiva da

Universidade, de Lisboa para Coimbra, em 1537, uma importante comunidade judaica e

cristã nova passou a estar presente no seu corpo docente, tendo trazido importantes

contributos para o avanço do conhecimento, nomeadamente nas áreas da medicina, da

botânica e das ciências exatas. O matemático Pedro Nunes (1502-1578) e o botânico

Garcia da Orta (1501-1568) tinham ascendência judaica, sendo que ambos estudaram

medicina em Espanha (Fiolhais, 2009: 17). Para além do contributo dos docentes de

origem judaica também a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra guarda

importantes documentos associados a esta comunidade, nomeadamente a Bíblia hebraica

de Isaac Abravanel, judeu sefardita, escriturista ilustre, que nasceu em Lisboa em 1437 e

que faleceu em Veneza em 1508, e que, de acordo com Rodrigues (1998: 19), foi o “maior

representante da exegese bíblica judaica quinhentista” da segunda metade do século XV,

“o mais importante exegeta judeu e filósofo da religião de fins da Idade Média”

(Rodrigues, 2010: 77). À Bíblia hebraica no acervo da Biblioteca Geral da Universidade de

Coimbra somam-se os códices, os cimélios, entre outros, assim como obras de autores

judeus como Abraão Zacuto, António Homem, João Rodrigues Castelo Branco (Amatus

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Lusitano), e documentos oficiais como os regimentos do Tribunal da Inquisição e edições

de sermões, de autos de fé celebrados na cidade de Coimbra. Em 1536 D. João III

estabelece em Portugal o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição como o objetivo de

“extripar toda a heresia, especialmente o judaísmo” (Andrade, 1999: 12). O Tribunal é um

outro elemento associado à história do judaísmo em Coimbra, hoje espacialmente

referenciado no Pátio da Inquisição, assim designado por integrar o Tribunal da Inquisição

da Igreja Católica, entre 1566 e 1821, e os cárceres onde, amontoados e com poucas

condições humanas, eram enclausurados os denunciados pelo Santo Ofício, aguardando

meses ou anos até que os processos de inquisição terminassem. Cifrou-se em cerca de

11.000 os acusados de conversos e queimadas (nas praças) mais de 400 pessoas por prática

de bruxaria, pela ausência de bons costumes e, principalmente, pelo judaísmo (CMC-DRU,

2014). A Praça 8 de Maio e a Praça Velha ou do Comércio, para além de pontos de

encontro da cidade foram os locais utilizados pelo Tribunal da Inquisição para a realização

de vários autos de fé. A Sé Nova de Coimbra, que começou a ser construída em 1598, foi a

igreja privativa da Companhia de Jesus até à sua expulsão de Portugal, em 1759. O

Colégio de Jesus, residência da Companhia de Jesus, residência do Padre António Vieira,

de 1663 a 1665, converteu-se à época num protetorado para os cristãos novos e terá sido o

primeiro Colégio Jesuíta do mundo.

Nos números 18-20 da Rua Sobre Ripas localiza-se a casa onde, enquanto estudante

universitário, residiu Aristides de Sousa Mendes, uma das pessoas que mais vidas judaicas

salvou através da sua posição de cônsul em Bordéus em vários países europeus durante a II

Guerra Mundial, com a concessão de vistos de trânsito a milhares de judeus refugiados.

Esta atitude de grande coragem tem suscitado o interesse à escala internacional, sobretudo

da comunidade judaica, pela vida e obra deste diplomata português.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fig. 4 Proposta de Rota Judaica na cidade de Coimbra

Coimbra constitui-se como um importante centro do judaísmo peninsular. As marcas

indeléveis que ficaram da presença da comunidade judaica coimbrã na Coimbra medieva,

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renascentista e iluminista, no arranjo urbanístico da urbe, no património construído e nos

acervos bibliográficos, carecem de um estudo mais aturado e sistemático; este muito

poderia beneficiar com a criação de uma rota da herança hebraica na cidade de Coimbra.

Esta minoria religiosa que foi alvo de atos de perseguição e vítima de intolerância, é

detentora de uma singularidade de rituais. O passado coimbrão judaico, que faz parte do

património cultural da cidade, identificado, estudado, e interpretado, pode contribuir para

valorizar a experiência turística e diversificar criativamente a oferta. Hoje, os espaços de

memória da comunidade judaica na cidade de Coimbra passam despercebidos ao

transeunte, residente, visitante ou turista. Pelo facto de não estarem identificados, de alguns

não serem visitáveis, de não estarem contextualizados à época nem se apresentarem

coerentemente integrados num roteiro, não existem enquanto oferta turística senão como

peças soltas de histórias não reveladas. É este o contributo deste texto: a elaboração de um

Rota Judaica na cidade de Coimbra, com base nos elementos aduzidos e explicitados

(Figura 4).

AGRADECIMENTOS

Trabalho cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)

através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e

Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCT, no âmbito do projeto

POCI‐01‐0145‐FEDER‐006891 (Ref.a FCT: UID/GEO/04084/2013).

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