TÍTULO: PASSION: UM ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE SOM E...
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TÍTULO: PASSION: UM ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE SOM E IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DOSENTIDOTÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAISÁREA:
SUBÁREA: ARTES VISUAISSUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: FACULDADE DAS AMÉRICASINSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): MARCOS ANDRÉ REPETTOAUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): NICOLAU ANDRÉ CAMPANÉR CENTOLAORIENTADOR(ES):
1. RESUMO
Este artigo busca investigar a criação sonora de uma peça de divulgação do
Comitê Olímpico Brasileiro (COB) intitulada Passion, por meio de detalhada
decupagem e acusmatização do filme promocional. A partir de pesquisa bibliográfica
e revisão da literatura levanta-se que o roteiro de som tem importância fundamental
tanto quanto o roteiro de imagem e, juntos, formam a narrativa. Pretende-se, assim,
contribuir para os estudos específicos na área da produção audiovisual e mostrar a
importância da produção sonora frente à imagética.
Palavras-chave: audiovisual; som; acusmatização; imagem
2. INTRODUÇÃO
Tradicionalmente, no ambiente da comunicação de massas, o som tem sido
relegado a um segundo plano em relação à imagem. Isso ocorre no âmbito da
produção e parece também ocorrer no universo da pesquisa. Salvo
em honrosas exceções1, o som desperta pouco interesse. A obra que orientou esta
pesquisa, por conta dessa dicotomia, foi A dimensão sonora da linguagem
audiovisual, do catalão Ángel Rodríguez Bravo, doutor em ciências da informação e
professor do departamento de comunicação audiovisual e publicidade da
Universidade Autônoma de Barcelona (UAB).
A obra reposiciona o áudio antes da imagem e por isso é tão importante como
“estado da arte”. Para o autor, o importante é tentar inverter essa tendência da
imagem estar sempre em primeiro plano. O universo sonoro é o âmbito no qual se
produz a comunicação das sensações mais primárias, essenciais e
dificilmente racionalizáveis que o ser humano é capaz de expressar e perceber.
O objetivo do autor é discutir a função da produção sonora em audiovisuais,
abordando os vários estímulos que o espectador recebe simultaneamente. Para
isso, estuda a articulação entre disciplinas como a psicologia da percepção, a física
acústica e a narrativa audiovisual, de modo que se verifique como funciona a leitura
do mundo a partir de sons e de imagens artificiais, e como essa leitura pode ser
induzida pelo domínio técnico de sua produção.
1 Uma das honrosas exceções é o filme O som ao redor, 2013, de Kléber Mendonça Filho. 2 De acordo com Ray Edmonson, trata-se de uma “designação genérica para qualquer produto de comunicação (artístico, cultural, educativo, técnico, informativo, publicitário etc.) formado por imagens
Qual a importância dada à linguagem sonora em uma peça audiovisual2?
Grande parte da população jamais parou para pensar nessa questão. Qualquer
pessoa que assistir a uma peça audiovisual com a imagem excelente e áudio de
qualidade ruim, não vai suportar até o fim. Já no caso inverso, com imagem ruim e
áudio excelente, é possível que assista até o fim, e ainda tirar bom proveito. Bravo
aborda essa temática não para nivelar por baixo, ou para incentivar produções ruins,
mas sim para deixar claro a grande importância que o áudio tem em uma peça.
Certamente, o áudio é um dos elementos fundamentais que diferencia grandes
produções das corriqueiras.
Além disso, Bravo tem uma posição radical a respeito da importância do som
nas peças audiovisuais. Para ele, o som não enriquece imagens, mas modifica a
percepção global do receptor, atuando na narrativa audiovisual seguindo três linhas
expressivas bem definidas:
• transmite sensações espaciais com grande precisão;
• conduz a interpretação do conjunto audiovisual;
• organiza narrativamente o fluxo do discurso audiovisual.
Mas a condução do assunto acaba sendo muito mais profunda, a
dimensão sonora da linguagem audiovisual não é um estudo sobre rádio, trilha
sonora no cinema ou áudio na televisão, mas uma obra sobre o som como forma
de expressão. Não apenas pelo lado técnico ou pelo lado musical, mas por seu
caráter didático e teórico.
Em suma, trata-se de uma pesquisa sobre as possibilidades expressivas do
som em seu sentido mais amplo, tomando como referência essencial os
mecanismos perceptivos independentemente do meio em que o som possa ser
veiculado. O propósito do trabalho de Bravo não é tratar exclusivamente do som no
cinema, uma vez que não existe a possibilidade de falar de áudio sem citar o seu
2 De acordo com Ray Edmonson, trata-se de uma “designação genérica para qualquer produto de comunicação (artístico, cultural, educativo, técnico, informativo, publicitário etc.) formado por imagens com impressão de movimento acompanhadas de som sincronizado”. Além disso, “inclui, portanto, filmes exibidos em cinema, programas de televisão aberta ou fechada, vídeos distribuídos em VHS (Video Home System), DVD (Digital Video Disc) ou BD (Blu-ray Disc) ou exibidos em salas especiais, programas transmitidos por telefonia móvel, vídeos disponibilizados na internet, sejam eles ficcionais ou documentários, comerciais, institucionais, educativos, musicais etc.” (EDMONSON, 2016, p. 19, tradução nossa).
início no cinema. É possível hoje, ano 2017, pensarmos em algum produto visual
vinculado a uma comunicação de massa sem áudio? No passado, isso além de
possível, era a realidade.
Pois bem, voltemos a 1895, quando os irmãos Lumière fariam a primeira
exibição pública e paga do cinema, mais precisamente em 28 de dezembro na
cidade de Paris. Nessa época o cinema era mudo. Mesmo assim, o áudio estava
presente nos primeiros anos do cinema, mas nesse início não era utilizado apenas
para engrandecer o espetáculo e trazer mais dinâmica a narrativa. A imagem
também era afetada pela falta de conhecimento da época e o projetor emitindo um
ruído exagerado. Dessa forma a música era utilizada também como artifício para
mascarar esse ruído inconveniente.
O cinema nasceu mudo. Afirmação audaciosa, uma vez que se por um lado o filme
era mudo por não reproduzir fisicamente o som, por outro, [...] o cinema se pretendia
sonoro mesmo enquanto mudo, por sugerir sons. [...] acompanhar o movimento da
saída dos trabalhadores da fábrica dos Lumière (Lasortie de l’Usine Lumière à Lyon),
ou ver o trem aproximar-se da estação (L’árrivée d’um train a La Ciotat) [...] coloca-
nos diante de uma sensação sonora que emana da imagem. (MANZANO, 2003, p.
11).
Mas como Manzano cita, as imagens já passavam uma sensação sonora, era
questão de tempo até imagem e som estarem juntos nesse espetáculo. Os primeiros
experimentos não obtiveram sucesso, devido a problemas de sincronização e
amplificação. Mas em 1926 a produtora Warner Brothers lança o Vitaphone,
aparelho no qual um projetor e um toca-discos eram ligados a um mesmo motor com
intuito de obter o sincronismo.
Um ano depois, a mesma empresa lança o filme The Jazz Singer, um marco
para a história do cinema, que passa da sua fase muda para a era do som, um
musical que pela primeira vez continha alguns diálogos e músicas sincronizados,
mas ainda com momentos em silêncio absoluto. Em 1928, foi lançado The Lights of
New York, que viria a se tornar o primeiro filme totalmente sonoro.
Será que é possível conceber uma peça audiovisual pensando no áudio como
único protagonista? Ou pelo menos dividindo essa função com a imagem? Para
grande parte das pessoas, a trilha sonora de alguma peça audiovisual é algo pouco
perceptível.
Segundo Bravo, “um dos problemas comuns na narração de estados
emocionais é encontrar o som capaz de transmitir com força, por exemplo, uma
grande sensação de solidão”. Para ele, “todas as paisagens sonoras levam
fortemente a sensações como solidão, frio, vazio, saudade etc.” (BRAVO, 2006, p.
51). O som é capaz de fazer as pessoas imaginarem, criarem fantasias e histórias,
apenas com um barulho, independente do sentimento, criando assim uma paisagem
sonora. Haja vista a época de ouro da rádio, na qual as radionovelas tinham
exatamente essa função.
Assim é possível citar o filósofo canandense Herbert Marshall McLuhan
(1911-1980)3 e sua teoria dos meios quentes e meios frios, na qual o rádio é tido
como um meio quente pelo fato de fazer o seu ouvinte interagir com o que está
ouvindo.
Há um princípio básico pelo qual se pode distinguir um meio quente, como o rádio de
um meio frio como o telefone, de um meio quente como o cinema, de um meio frio
como a televisão. Um meio quente é aquele que prolonga um único de nossos
sentidos e em alta definição. […] Segue-se naturalmente que um meio quente como
o rádio e um meio frio como o telefone tem efeitos bem diferentes sobre os usuários.
(MCLUHAN, 1964, p. 38).
Neste artigo, a peça audiovisual estudada para estabelecer as correlações
entre som e imagem foi a peça Passion4, desenvolvida pela agência contratada pelo
COB, a O2 Filmes5. O diretor Fernando Meirelles6 e a equipe7 da O2 Filmes
conseguiram produzir uma peça audiovisual de extremo bom gosto, expondo cada
ponto pitoresco da cidade e utilizando-se de todos os estereótipos, transformando-os
em um dos elementos que conduzem a narrativa. Quem assina a trilha sonora de
Passion é Antônio Pinto8. Ele conseguiu elevar o áudio ao papel de protagonista, fez 3 McLuhan é conhecido por vislumbrar a sociedade conectada e, além disso, suas máximas “o meio é a mensagem” “e “aldeia global” são expressões que dominaram por tempos a área da comunicação social, sobretudo se considerarmos as transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. 4 O filme publicitário mostra as belezas do Rio de Janeiro ao som da música "Cidade Maravilhosa", composta em 1935 por André Filho. Disponível em: <http://www.o2filmes.com/outras-telas/passion>. Acesso em: 13 jun. 2017. 5 Renomada produtora brasileira de cinema, filmes publicitários e artísticos. 6 Cineasta, produtor e roteirista brasileiro, indicado ao Oscar em 2004 como melhor diretor pelo filme Cidade de Deus. 7 Direção geral de Nando Olival, com codireção de César Charlone, Renato Rossi e Rodrigo Meirelles. A direção artística é de Fernando Meirelles. A fotografia é de Alexandre Ermel, César Charlone e Fábio Burtin. A montagem do filme é de Daniel Rezende, Raimo Benedetti e equipe. 8 Músico, compositor de diversas trilhas sonoras, indicado ao Globo de Ouro em 2007, na categoria de melhor canção original, por “Despedida”.
com que o som se tornasse a grande estrela desse case.
3. OBJETIVOS
Decupar a peça audiovisual intitulada Passion com a intenção de confirmar
hipóteses referentes ao protagonismo do áudio frente a imagem, e seu sincronismo
com a mesma, por meio de softwares específicos de edição e decupagem e, desta
forma, desvendar o quão importante é uma trilha sonora para o resultado final de
uma peça audiovisual.
4. METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta pesquisa engloba a pesquisa bibliográfica, com
respectiva revisão de literatura, além da decupagem acusmática.
O conceito de acusmatização tem sua origem em uma técnica pedagógica utilizada por
Pitágoras para tornar mais efetivos os ensinamentos que ministrava a seus discípulos.
O ilustre sábio grego fez com que seus alunos o escutassem atrás de uma
cortina enquanto falava, para que assim o conteúdo de seus discursos adquirisse toda
a força possível ao ser desvinculado de sua própria imagem. (BRAVO, 2006, p. 39)
Essa decupagem foi feita de uma forma mais customizada, tendo sempre
como principal fonte de estudo, o áudio. Inicialmente, a decupagem é o trabalho feito
pelo diretor de uma peça audiovisual com a intenção de separar seus melhores
momentos facilitando a edição, e também ter o controle de que o material finalizado
será o de melhor qualidade.
Já a acusmatização tem como único procedimento desvincular o áudio da
imagem, assim não tendo nada para atrapalhar a análise, e o foco completamente
dedicado ao áudio.
5. DESENVOLVIMENTO
Iniciando com a acusmatização, o primeiro passo foi converter a peça
audiovisual Passion em um arquivo que contivesse apenas áudio, por meio do
programa iSkysoft iMedia Converter Deluxe9. Após essa conversão, o próximo passo
foi importar esse arquivo de áudio criado para uma DAW10. Com esse áudio dentro
9 Programa que converte qualquer extensão de vídeo em áudio. 10 Digital Audio Workstation, ou “estação de trabalho de áudio digital”, em português, é um software que tem a finalidade de gravar, editar e tocar áudio digital.
de uma sessão11 do Pro Tools12, estavam disponíveis todas as ferramentas para
realizar uma análise segundo a segundo, desvendando todo e qualquer áudio que
foi introduzido a peça audiovisual.
A peça foi dividida em quatro atos, para facilitar o processo de decupagem.
Posteriormente foi feita uma audição minuciosa de cada ato em três formas.
Escutando o som estéreo, ou seja os dois lados de reprodução, esquerdo e direito e
também cada lado individualmente, com intuito de um lado não tirar atenção do
outro.
Foram elaboradas tabelas para cada ato (ver anexo) onde diversos itens
serviram para guiar essa decupagem, que foram preenchidos em duas etapas. Na
primeira, apenas elementos relacionados ao áudio:
• Movimento: coluna criada para organizar cada item preenchido;
• Minuto: é anotado o exato minuto e segundo em que acontece alguma
intervenção relacionada ao áudio;
• Compasso: relacionado a linguagem musical, esse termo é uma forma de
dividir quantitativamente em grupo os sons de uma composição musical.
Então à cada determinado número de tempos, teremos um compasso e assim
sucessivamente;
• Tempo: ainda na linguagem musical, a composição dessa peça é divida em
compasso de dois tempos 2/4, dentro desse tempo podemos subdividi-lo em
diversas formas;
• Ação: qual é o som que estamos escutando;
• Figura rítmica: na escrita musical é convencionado que por exemplo em um
compasso de 2/4, o número de cima estipule quantos tempos terá o
compasso e o número de baixo estipule qual figura rítmica valerá um tempo.
A partir dessa descoberta podemos saber o valor de todas as outras figuras.
Essa coluna é para estipular o valor no compasso de cada intervenção ao
áudio.
11 Termo utilizado pelos profissionais de áudio. Local onde estão concentrados todos os áudios para edição separados por canais. 12 É uma DAW produzido pela empresa Digidesign, que oferece uma ferramenta que reproduz o áudio em velocidade reduzida, facilitando o ato de analisar esse arquivo de áudio.
• Duração: cada instrumento ou foley13 que é adicionado a peça tem uma
determinada duração, pode ser apenas aquele momento, como o ato inteiro.
Nessa coluna foi ouvido cada intervenção sonora desde seu início até o fim.
Após o preenchimento completo desses tópicos com o auxílio da
acusmatização, o foco volta a ser peça por completo, porém munido de todas essas
informações, foi o momento para adicionar mais dois itens a essas tabelas:
• Cena, para termos a certeza se o roteiro de som está em sincronia com o de
imagem, foi descrito a cena em cada movimento;
• Plano, como o áudio tem a função de trazer espacialidade, descrever o plano
em que a cena acontece foi peça fundamental para entender todo o roteiro
sonoro.
6. RESULTADOS
Assistindo novamente a peça por completa, agora sim com todos os itens das
tabelas preenchidos pude comprovar e sanar algumas dúvidas que tive enquanto
apenas a ouvia. Determinados sons ficam difíceis em distinguir o que está se
passando em cena apenas pelo áudio, é nesse momento em que a palavra
“audiovisual” toma forma e revela o obscuro. Cito como exemplo:
Ato 1, movimento 6. Apenas com áudio é possível distinguir o som de talvez
uma corda batendo na água, quando na verdade um homem está jogando a rede
para pescar. Comprovando a hipótese, a sincronia entre imagem, áudio e tempo
musical é perfeita. O desenho de som dessa peça audiovisual é inteiramente
baseado em figuras rítmicas.
Ato 2, movimento 18. Cito esse não pela complexidade em seu entendimento,
pois apenas com o áudio é possível distinguir que uma voz masculina entra na
canção de uma forma muito peculiar. A frase cantada é: “Cidade maravilhosa...”
porém esse homem entra cantando a partir do “ravilhosa”. Algo muito estranho
musicalmente falando, porém com a imagem fica totalmente compreensível e
ganha um brilho ainda maior. Os responsáveis pelo desenho de som tiveram o
capricho de adicionar a voz do homem a partir do momento que ele entra em
cena. 13 Termo utilizado para descrever um processo de pós-produção de efeitos sonoros para reforçar ou recriar um som ambiente de um filme, vídeo, vídeo-game ou qualquer peça audiovisual.
Ato 3, movimento 33. Seguindo a linha de raciocínio do ato 2, movimento 18.
Identifico a mesma técnica de desenho de som, porém utilizada de forma inversa.
Pandeiro entra na música exatamente no tempo 1 do compasso 33, mas para
repentinamente, no compasso 34 não é mais possível ouvi-lo. Quando ouvi pela
primeira vez isso me causou um desconforto, uma estranheza, mas após ver a
peça por completo fez total sentido. A intenção foi trazer um impacto, um corte
brusco pois o pandeiro sai de cena.
Ato 4, movimento 6. Apenas com áudio é possível distinguir dois sons de
água, mas não é possível definir o que ou quem está fazendo com água, quando
na verdade um homem praticando wakeboard efetua uma manobra pegando
impulso (som 1) e após o pulo ele cai com a prancha na água (som 2).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo sendo necessária uma decupagem técnica e customizada para
comprovar o resultado final, até um leigo é capaz de notar algo especial. Talvez
por seu ouvido não ser treinado, de início não perceba a complexidade e
qualidade do desenho de som, imagens e sincronismo. Mas até o final da peça,
com certeza estará entretido e terá conhecimento que algo foi feito diferente no
que acabará de assistir.
Imagine uma hipótese onde Passion fosse concebida com belíssimas
imagens da cidade do Rio de Janeiro, a trilha sonora fosse a mesma “Cidade
Maravilhosa”, porém não existisse o desenho de som e o sincronismo entre
áudio e imagem. Ou então o contrário, imagens aleatórias, porém o desenho de
som fosse mantido. Não faria sentido, toda a dinâmica e densidade seria
descartada, tornaria algo mais linear e o produto não teria um diferencial, seria
mais do mesmo.
A forma de composição dessa peça é um ótimo exemplo de como as
dimensões se relacionam criando um produto real audiovisual, não se encontra
um único protagonista, e sim dois braços trabalhando em conjunto, realçando a
condução da narrativa.
A questão levantada por esse artigo está totalmente vinculada a quão
magnífico pode ser uma peça audiovisual onde seu roteiro de imagem e som
sejam planejados em paralelos desde sua concepção.
8. FONTES CONSULTADAS
BRAVO, Ángel Rodríguez. A dimensão sonora da linguagem audiovisual. São Paulo:
Senac, 2006.
EDMONSON, Ray. Audiovisual archiving: phylosophy and principles. 3 ed. Paris:
Unesco, 2016. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002439/243973e.pdf>. Acesso em: 13 jun.
2017.
MANZANO, Luís Adelmo. Som-imagem no cinema: a experiência alemã de Fritz
Lang. São Paulo: Perspectiva, 2003.
MCLUHAN, Herbert Marshall. Os meios de comunicação como extensões do
homem. São Paulo: Cultrix, 1964.
OLIVEIRA, Wilson Filho. Desconstruindo McLuhan: o homem como (possível)
extensão dos meios. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.
SILVA, Carlos Henrique Toni da. “A imagem e som como linguagem na
comunicação”. Rastros, Revista do Núcleo de Estudos de Comunicação, ano VI, n.
6, out. 2005. p. 97-107. Disponível em:
<www.revistas.univerciencia.org/index.php/rastros/article/download/6025/5491>.
Acesso em: 20 set. 2016.
ANEXO