TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na...

5

Click here to load reader

Transcript of TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na...

Page 1: TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008). Esse papel de líder exige então

VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

Anais do VII SEPECEL 2012. ISSN: 2236-0255

ESTILOS DE LIDERANÇAS DE ENFERMEIROS EM UM HOSPITAL NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU

Nelise Dias Vieira da Silva (Apresentador)1, Adriana Zilly (colaboradora)3, Maria de Lourdes de Almeida (Orientador)3

Curso de Enfermagem1 ([email protected]); Curso de

Enfermagem2 ([email protected]); Curso de Enfermagem

([email protected])3

Palavras-chave: Liderança, Enfermagem, Administração Hospitalar. Introdução

Liderança é a arte de influenciar pessoas, controlar, direcionar, fazer com que as pessoas doem o seu melhor durante o seu trabalho (ADAIR, 1934). O enfermeiro de um setor coordena um grupo de pessoas (auxiliares e técnicos de enfermagem), liderando assim as atividades realizadas pela equipe. O líder vai conduzir sua equipe para atingir um objetivo que ele pré-determinou, ou o objetivo organizacional.

O exercício da liderança é indispensável para que o enfermeiro direcione suas atividades e consiga atingir os objetivos traçados pela organização e por toda sua equipe de trabalho (BALSANELLI et al, 2008).

A liderança abrange qualidades relacionadas ao caráter e ao comportamento da pessoa, também envolve papéis dentro de grupos inseridos em uma organização. Ela solicita que a pessoa tenha a capacidade de influenciar pessoas ou grupos para atingir resultados comuns (TIMBY, 2005).

Essa capacidade de influenciar pessoas só vai acontecer quando a credibilidade do líder for notada pelos seus seguidores. Essa conquista vai depender do esforço pessoal buscando conhecimentos, aperfeiçoando habilidades técnicas, comunicação, resolução de conflitos, tomada de decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008).

Esse papel de líder exige então que o enfermeiro delegue algumas tarefas a seus subordinados, mas supervisione a execução das mesmas (TIMBY, 2005).

As teorias sobre a liderança estudadas podem ser classificadas em três grupos: Teorias de Traços de personalidade que são características marcantes que o líder possui; Teoria sobre estilos de lideranças que são perfis escolhidos pelo líder para se comportar (Autocrática, Democrática e Liberal) e; Teorias situacionais, que o líder irá se adequar conforme a situação (CHIAVENATO, 2004). Objetivos

Esta pesquisa teve como objetivo descrever os estilos de liderança dos enfermeiros assistenciais acerca de seus estilos de liderança.

Page 2: TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008). Esse papel de líder exige então

VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

Anais do VII SEPECEL 2012. ISSN: 2236-0255

Materiais e métodos O presente estudo constituiu-se em uma pesquisa de abordagem

qualitativa do tipo descritiva exploratória, realizado no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, no município de Foz do Iguaçu.

Teve como população 11 enfermeiros que trabalham no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu. Esses enfermeiros atuam na assistência em unidades de internação do Hospital e apenas um é enfermeiro gerente. A amostra foi intencional, com todos os enfermeiros que aceitaram participar da pesquisa.

A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com uso de gravador. Como instrumento optou-se por um roteiro de entrevista, com questões para direcionar as entrevistas semi-estruturadas. O período de coleta de dados foi de janeiro a março de 2012, após pré-teste para validação do instrumento de coleta de dados.

A coleta de dados ocorreu após obtenção de parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (CEP/UNIOESTE), foi disponibilizado o termo de consentimento informado e esclarecido dos sujeitos da pesquisa (TCLE), apresentados em duas vias, foi disponibilizando uma via para o sujeito da pesquisa, respeitando a autonomia e sigilo das informações contidas no presente estudo (Ministério da Saúde, 1996).

Para a análise dos dados foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), proposto por Lefrève e Lefrève (2005).

Resultados e Discussão A caracterização dos sujeitos desse estudo aponta para uma maioria

de sujeitos do sexo feminino (7) 4 do sexo masculino. Dos 11 sujeitos entrevistados a média de idade foi de 31 anos. Quanto ao estado civil 4 eram casados e 7 solteiros. Quanto a cursos de pós-graduação, 6 sujeito já cursaram ou estão cursando pós-graduação, 5 ainda não iniciaram suas pós-graduações, dos que cursaram pós graduação 2 na área de urgência e emergência, 3 em Unidade de Terapia Intensiva, e um em Programa Saúde da Família e emergência.

Dos 11 sujeitos entrevistados, apenas 2 possuem outro vínculo empregatício, ambos de Professor em curso técnico, 8 trabalham no período da manha, e 3 no período da noite, 10 trabalham pela escala 12x36 e um 8 horas diárias que é o único enfermeiro gerencial do grupo. A mediana dos anos de formação é em 2009 e a mediana do tempo de trabalho na área de Enfermagem é de 6 anos e 10 meses.

O quadro a seguir mostra as Ideias Centrais (IC) e os Discursos do Sujeito Coletivo (DSC) que emergiram dos depoimentos colhidos dos sujeitos dessa pesquisa.

Page 3: TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008). Esse papel de líder exige então

VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

Anais do VII SEPECEL 2012. ISSN: 2236-0255

Ideias Centrais (IC) Discurso do sujeito coletivo (DSC)

IC1: Tenho um Estilo democrático/ Participativo

DSC1: Sou bem democrático, eu determino, eu

cobro, mas eu estou junto, eu apoio eu ouço idéias e nem sempre é a minha que prevalece. Sou muito participativa com os colaboradores, eu não tenho uma imposição autoritária, eu não sou somente o líder, mas sim um amigo um companheiro de trabalho, eu conto com os meus colaboradores com o pessoal da minha equipe pra participar da tomadas de decisões afinal você não trabalha sozinho, você precisa de uma equipe, precisa planejar junto, eu não gosto muito da coisa solta, mas também nem do tipo de liderança autocrática, onde só eu tomo decisões, eu gosto de trabalhar com a equipe decidindo junto, desde que a ultima palavra seja minha, verificamos qual é o problema quais são as possíveis soluções e eu digo qual a solução que agente vai, vai adotar. Além de cobrar você tem que reconhecer quando um funcionário desempenha bem as atividades e tem uma boa visão do setor.

IC2: Não seu meu estilo de liderança:

DSC: Eu acredito que nunca somos apenas um

tipo de líder, exercemos vários tipos de liderança na verdade, não sei ser muito autoritária, mas não deixo de cobrar os afazeres do dia-a-dia, não deixo os colaboradores presos a mim e não muito soltos também, cada dia exerço um estilo de liderança, não sei dizer como que eu me encaixo como líder.

IC3: Meu estilo é Autocrático:

DSC3: Meu estilo de liderança é autocrático,

não tenho perfil para deixar as coisas fluírem sem liderança nenhuma como uma Laisse Fair, você tem que ter postura, em algumas situações você não pode pedir, por favor, nem muito obrigada, principalmente em situações de emergência, eles vão fazer aquilo que estou solicitando, pois sabem que naquele momento precisa ser rápido.

IC4: Eu utilizo a Liderança situacional

DSC4: Eu entendo que cada equipe tem que ter

um estilo de liderança, porque cada setor exige uma assistência diferenciada então consequentemente você tem que liderar diferente a equipe.

Quadro 1: quadro de ICs e DSC dos sujeitos Fonte: Arquivo da autora (2012).

Nesse discurso (DSC1) o sujeito se coloca no perfil democrático e

participativo, para o sujeito esses dois conceitos são sinônimos, percebe-se que o sujeito compartilha as demandas com a equipe, mas a decisão final é dele, questiona-se o que é liderança democrática para esse discurso.

A liderança democratica é caracterizada pelo líder que interage com o grupo, induz eles a participarem além de conduzir e orientar o grupo sempre que necessário, pesquisas demonstram que esse perfil de liderança transforma o grupo produtivo e criativo (CHIAVENATO, 2004).

Page 4: TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008). Esse papel de líder exige então

VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

Anais do VII SEPECEL 2012. ISSN: 2236-0255

O DSC2 mostra que os sujeitos não se adequam a um perfil de liderança, porém conduz as atividades no momento em que vão acontecendo. O que marca nesse discurso é a falta definição de um perfil de liderança.

A análise do DSC3 deixa evidente que os sujeitos utilizam o perfil de liderança autocrático principalmente em situações de emergência. A autoridade como forma de liderança é criticada por muitos autores, para o serviço ter qualidade é preciso a participação dos colaboradores, consequentemente da liderança democrática. O autor também coloca que as lideranças autoritárias reduzem sim a necessidade de negociação suavizando a implementação de novos processos (CUNHA et al. , 2001).

Autor como Chiavenato (2004) comenta que o comportamento dos subordinados ao líder autoritário é de forte tensão até grande frustração, os colaboradores não participam espontaneamente de atividades, se o líder não estava as atividades não aconteciam. Compreende-se que o líder autoritário não é a melhor forma de trabalho para o enfermeiro, pois ele precisa de participação e continuidade nas atividades realizadas no dia-a-dia.

No DSC4 emerge o pensamento do enfermeiro de que para ser líder deve ser considerado tanto o grupo de liderados quanto o local de trabalho do profissional, para então, decidir qual estilo de liderança melhor se adéqua melhor a situação.

Nesse sentido, a liderança situacional segundo Adair (2007) é exercida dependendo da situação, um líder é reconhecido como tal a partir do momento que ele tem conhecimento e sabe fazer a tarefa solicitada a seus subordinados. No discurso apreende-se que o líder conduz a equipe de acordo com a situação do setor e da equipe. O conceito básico de liderança situacional é que não existe apenas um estilo de liderança para exercer em todas as situações do dia-a-dia (GALVÃO, 1998). Conclusões ou Considerações Emergiram dos DSC quatro estilos de liderança, representados nas ICs: Tenho um Estilo democrático/Participativo; Não seu meu estilo de liderança; Meu estilo é Autocrático; Eu utilizo a Liderança situacional.

A construção dos discursos (DSC) evidenciou que os enfermeiros assistências, sujeito do estudo incorpora em sua pratica vários estilos de liderança e em alguns casos o predomínio de um único estilo em detrimento de outros.

Espera-se que este estudo possa contribuir para a formação dessa competência gerencial para enfermeiros e a conscientização da importância da liderança enquanto uma ferramenta para auxiliar nas diversas dimensões do processo de trabalho do enfermeiro. Além disso, propiciar subsídios a novos estudos sobre liderança para enfermeiros e desta forma empoderar o enfermeiro no desenvolvimento da profissão.

Page 5: TÍTULO DO RESUMOcac-php.unioeste.br/eventos/sepecel/docs/resumos_expandi...decisões corretas e na hora certa, entre outras (BALSANELLI et al, 2008). Esse papel de líder exige então

VII SEPECEL – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão

do Centro de Educação e Letras.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do

Iguaçu, PR.

Anais do VII SEPECEL 2012. ISSN: 2236-0255

Referências ADAIR, J. Como formar líderes: aprenda a identificar e a desenvolver o espírito de liderança. Tradução: Débora da Silva Guimarães Isidoro. São Paulo: Futura, 2007. BALSANELLI, A.P.; CUNHA, C.K.O.; FELDMAN, L.B.F.; RUTHES, R.M. Competências Gerenciais: Desafio para o Enfermeiro - São Paulo: Martinari, 2008. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 3ª ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CUNHA, M. P.; CUNHA, J. V.; DAHAB, S. Gestão da qualidade: uma abordagem dialéctica. Revista Administração contemporânea, Curitiba, v. 5, n. spe, 2001. GALVAO, Cristina Maria et al . Liderança situacional: estrutura de referência para o trabalho do enfermeiro-líder no contexto hospitalar. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 1, Jan., 1998. HUNGER, B. P.; POLIT D. F. Fundamentos de pesquisa em enfermagem, 3.ed. Porto Alegre, RS. Artes Médicas, 1995. LEFEVRE, F. LEFEVRE, A. M. C. O discurso do Sujeito Coletivo: um novo enfoque em pesquisa qualitativa (desdobramentos). 2. ed. Caxias do Sul, RS: Educs, 2005. _______.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos: Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, 1996. TIMBY, B. K. Enfermagem médico-cirúrgica. 8ª ed. Barueri, São Paulo: Editora Manole, 2005.