Trinta Anos de Uma Frase Infeliz - Texto

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TRINTA ANOS DE UMA FRASE INFELIZ Ele não podia ter arrumado outra frase? Vá lá que haja perpetrado grande feito indo à Lua, embora tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de Gulliver. Mas Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, precisava ter dito: “Este é um passo pequeno para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”? Não podia ter se contentado com algo mais natural (“Quanta poeira”, por exemplo), menos pedante (“Quem diria, conseguimos”), mais útil como informação (“Andar aqui é fácil/difícil/gostoso/dói a perna”) ou mais realista (“Estou preocupado com a volta”)? Não podia. Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes. Era preciso forjar para a ocasião uma frase “histórica”. Não histórica no sentido de que fica guardada para a posteridade - a posteridade guarda também frases debochadas, como “Se eles não têm pão, comam brioches”. Histórica, no caso, eqüivale à frase edificante. É a história em sua versão, velhusca e fraudulenta, de “Mestra da Vida”, a História rebaixada a ramo da educação moral e cívica. À luz desse entendimento do que é “histórico”, Armstrong escolheu sua frase. Armstrong teve tanto tempo para pensar, no longo período de preparativos, ou outros tiveram tempo de pensar por ele, no caso de a frase lhe ter sido oferecida de bandeja, junto com a roupa e os instrumentos para a missão, e foi sair-se com um exemplar do primeiro gênero. Se era para dizer algo bonito, por que não recitou Shakespeare? Se queria algo inteligente, por que não encomendou a Gore Vidal ou Woody Allen? (Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 21/07/99) 1) O tema central do texto é: a) a indignação pelos poucos dados enviados sobre a aventura da ida do homem à Lua. b) a narrativa da aventura do primeiro homem a pisar na Lua. c) a importância do acontecimento do homem ter chegado à Lua. d) a discordância com respeito à frase escolhida para um momento grandioso. e) o impacto da frase dita no momento em que o homem pisou na Lua. 2) A propósito do texto, o autor classifica a frase de Armstrong como infeliz, porque,

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TRINTA ANOS DE UMA FRASE INFELIZ

Ele não podia ter arrumado outra frase? Vá lá que haja perpetrado grande feito indo à Lua, embora tal empreendimento  soe hoje exótico como uma viagem de Gulliver. Mas Neil Armstrong, o  primeiro astronauta a pisar na Lua, precisava ter dito: “Este é um passo   pequeno para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”? Não podia ter se contentado com algo mais natural (“Quanta poeira”, por exemplo), menos pedante (“Quem diria, conseguimos”), mais útil como informação (“Andar aqui é fácil/difícil/gostoso/dói a perna”) ou mais realista (“Estou preocupado com a volta”)? Não podia. Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes. Era preciso forjar para a ocasião uma frase “histórica”. Não histórica no sentido de que fica guardada para a posteridade - a posteridade guarda também frases debochadas, como “Se eles não têm pão, comam brioches”. Histórica, no caso, eqüivale à frase edificante. É a história em sua versão, velhusca e fraudulenta, de “Mestra da Vida”, a História rebaixada a ramo da educação moral e cívica. À luz desse entendimento do que é “histórico”, Armstrong escolheu sua frase. Armstrong teve tanto tempo para pensar, no longo período de preparativos, ou outros tiveram tempo de pensar por ele,  no caso de a frase lhe ter sido oferecida de bandeja, junto com a roupa e os instrumentos para a missão, e foi sair-se com um exemplar do primeiro gênero. Se era para dizer algo bonito, por que não recitou Shakespeare? Se queria algo inteligente, por que não encomendou  a Gore Vidal ou Woody Allen? (Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 21/07/99)

1) O tema central do texto é: a) a indignação pelos poucos dados enviados sobre a aventura da ida do homem à Lua. b) a narrativa da aventura do primeiro homem a pisar na Lua. c) a importância do acontecimento do homem ter chegado à Lua. d) a discordância com respeito à frase escolhida para um momento grandioso. e) o impacto da frase dita no momento em que o homem pisou na Lua.

2) A propósito do texto, o autor classifica a frase de Armstrong como infeliz, porque, a) apesar de ter sido edificante, a frase não foi humilde. b) apesar de ter sido bonita, a frase foi superficial.  c) apesar de ter ficado para a posteridade, a fase foi superficial, pedante, inútil e irreal. 

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d) apesar de ter sido solene, a frase foi exótica. e) apesar de ter sido inteligente, a frase não foi edificante.

3) “...embora tal empreendimento soe hoje exótico como uma viagem de Gulliver.” O autor do texto expressa: a) certa decepção, com o passar dos anos, quanto à ida do homem à Lua. b) a importância capital que teve o evento para a humanidade. c) o encantamento com que a ida do homem à Lua é vista até hoje. d) a necessidade de que o homem volte à Lua. e) certa incredulidade quanto à ida do homem à Lua.

4) Para Roberto Pompeu de Toledo, a frase em apreço deveu-se ao fato de que: a) o astronauta recebeu a frase já pronta, junto com a roupa e os instrumentos para a missão. b) Armstrong não teve tempo para pensar em algo melhor. c) Armstrong foi motivado pela convenção de que eventos solenes pedem frases solenes. d) Armstrong quis ser original, não copiando Shakespeare, Gore Vidal e Woody Allen. e) o astronauta não acreditou no êxito da missão.

5) Na opinião do autor do ensaio, a) só frases edificantes são históricas. b) a frase de Armstrong revela uma visão ultrapassada da História. c) só frases bonitas ou inteligentes são históricas. d) eventos solenes pedem” frases solenes. e) a frase de Armstrong foi rapidamente esquecida.

6) A figura de linguagem encontrada na fase “Com  muito suor o funcionário conseguiu a promoção” é:* a) catacrese b) prosopopéia c) sinestesia d) metonímia e) metáfora

Gabarito comentado das questões

1) Letra d É uma questão fácil. Todo o texto trata da discordância do autor em relação à famosa frase do astronauta. Aliás, isso é dito logo no primeiro período: “Ele não

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podia ter arrumado outra frase?” Depois, o ensaísta apresenta os seus argumentos.

2) Letra c A resposta está na segunda metade do primeiro parágrafo, quando diz que a frase poderia ter sido “mais natural”, “menos pedante”, “mais útil” ou “mais realista”.

3) Letra a Observe que as opções b, c e d se opõem, pelo sentido, às outras duas. A dúvida maior fica por conta das alternativas a e e. Com uma leitura atenta, verifica-se que o autor, em nenhum instante, deixa transparecer que duvida de que o homem  tenha ido à Lua. A resposta é a letra a, porque o enunciado fala em algo exótico, ou seja, estranho. Aconteceu, mas é estranho, decepcionante, não encanta mais as pessoas, como a viagem de Gulliver encantava, quando de sua publicação.

4) Letra c A resposta está, direta e integral, no segundo período do segundo parágrafo: “Convencionou-se que eventos solenes pedem frases solenes.”

5) Letra b O que se afirma na opção  a  é descartado pelo ensaísta quando escreve que “a posteridade guarda também frases debochadas”. O mesmo se aplica à alternativa c. A letra d pode confundir o leitor, mas o que ela apresenta não é a opinião do autor, como pede o enunciado, e sim uma convenção da sociedade. A última opção não tem nenhum apoio no texto. A alternativa b, que é a resposta, pode ser constatada no período: É a história em sua versão, velhusca e fraudulenta,...”

6) Letra d A questão é independente do texto. A metonímia é a  troca de palavras quando entre elas existe uma relação objetiva, real. No caso da questão, a palavra  suor está sendo usada no lugar de  trabalho,  ou seja, ocorreu a troca da causa pelo efeito.

No campo da ética

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    Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim legítimo, todos os meios disponíveis são válidos. No campo da ética, porém, essa afirmação deixa de ser óbvia.

    Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre seus membros, baseada na confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a inveja, a adulação, a má-fé, a crueldade e o medo deverão estar excluídos da vida moral, e as ações que se valham desses recursos, empregando-os como meios para alcançar um fim, serão imorais. No entanto, poderia acontecer que, para forçar alguém à lealdade, fosse preciso fazê-lo sentir medo da punição pela deslealdade, ou fosse preciso mentir-lhe para que não perdesse a confiança em certas pessoas e continuasse leal a elas.

    Nesses casos, o fim – a lealdade – não justificaria os meios – o medo e a mentira? A resposta ética é: não. Por quê? Porque esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da pessoa moral, que agiria por coação externa e não por reconhecimento interior e verdadeiro do fim ético.

No campo da ética, portanto, nem todos os meios são justificáveis, mas apenas aqueles que estão de acordo com os fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos exigem meios éticos.

A relação entre meios e fins pressupõe que a pessoa moral não existe como um fato dado, como um fenômeno da Natureza, mas é instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para os valores morais e para as virtudes.

(Marilena Chauí, Convite à Filosofia)

1. Esse texto se desenvolve de modo a argumentar em favorda seguinte posição:

(A) a prática dos valores éticos é um atributo natural dos

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seres humanos.(B) os meios só se justificam quando não são contráriosaos fins de uma ação.(C) a deslealdade pode ser necessária para sepromover uma atitude leal.(D) a educação moral torna possível justificar quaisquermeios em razão dos fins.(E) a legitimidade dos fins é garantida pela eficácia deuso dos meios disponíveis.

2. A leitura do último parágrafo do texto permite deduzir,corretamente, que:

(A) a prática moral é tanto mais fácil quanto mais alto onível de escolaridade.(B) nenhuma ação é moral quando contraria a índolenatural de uma pessoa.(C) os valores morais são categorias essencialmenteindividuais, e não coletivas.(D) é necessária uma educação moral para que bem seajustem meios e fins.(E) a educação moral resulta de uma imposição internade cada indivíduo._________________________________________________________3. Está correta a tradução de sentido da seguinte expressãodo texto:

(A) todos os meios disponíveis são válidos = todos ossubterfúgios são verossímeis.(B) essa afirmação deixa de ser óbvia = tal conjectura jánão é improcedente.(C) agiria por coação externa = se renderia aos ditamesda consciência.(D) a relação entre meios e fins pressupõe que = a autonomiatanto dos fins quanto dos meios faz supor que.(E) ações que se valham desses recursos = atos quelancem mão desses meios._________________________________________________________4. Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase:

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(A) Somente são justificáveis os meios que estão emconsonância entre seus fins.(B) A mentira e o medo não são meios com que sepossa lançar mão.(C) É indiscutível o pressuposto de que uma pessoamoral não existe como um fato dado.(D) Para uma ação ética, os meios que se pode contardevem ser igualmente éticos.(E) A boa formação de uma pessoa implica de que sejaeducada para os valores morais e para as virtudes. 

GABARITO:

1B    2D   3E   4C

TRABALHO No 1 

 

O texto a seguir é referência para as questões 1 a 4.

Reduzir a poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera, compostas principalmente por fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os aerossóis, na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz solar para o espaço, estimulando a formação de nuvens (que também funcionam como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas indicam que, sem eles, a temperatura global poderia subir 4 ºC até 2100 – as pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único jeito de lutar contra a alta dos termômetros é diminuir as emissões de gás carbônico, o verdadeiro vilão da história.

(Superinteressante, dez. 2005, p. 16.)

1. Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro pela culatra” apresenta no texto.

a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende.

b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer combater.

c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente.

d) Pode provocar diminuição na formação de nuvens.

e) Pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias.

2. Assinale a alternativa cuja afirmativa mantém relações lógicas de acordo com o texto.

a) Os aerossóis seguram o aquecimento global porém estimulam a formação de nuvens.

b) Os aerossóis seguram o aquecimento global mas estimulam a formação de nuvens.

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c) Os aerossóis seguram o aquecimento global pois estimulam a formação de nuvens.

d) Os aerossóis seguram o aquecimento global e estimulam a formação de nuvens.

e) Os aerossóis seguram o aquecimento global entretanto estimulam a formação de nuvens.

3. Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é(são):

a) o aquecimento global.

b) as emissões de gás carbônico.

c) a formação de nuvens.

d) as doenças respiratórias.

e) as barreiras para a energia do sol.

4. O termo “pessimistas” está se referindo às:

a) temperaturas.

b) pessoas.

c) influências.

d) estimativas.

e) barreiras.

05. Considere o seguinte trecho:

Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no ano passado.

O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:

a) ao médico do Milan.

b) a Cafu.

c) ao doutor José Luiz Runco.

d) ao volante Edu.

e) ao atacante Ricardo Oliveira.

06. Considere o seguinte diálogo:

I. A: Por que você está triste?

II. B: Porque ela me deixou.

III. A: E ela fez isso por quê?

IV. B: Não sei o porquê. Tentei acabar com as causas da crise por que passávamos.

V. A: Ah! Você se perdeu nos porquês.

Do ponto de vista gramatical, os termos sublinhados estão corretamente empregados em:

a) IV somente.

b) I, III e V somente.

c) II e IV somente.

d) I, II, III, IV e V.

e) II e V somente.

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07. “Você só precisa comprar a pipoca. O DVD é grátis.”

Assinale a alternativa que apresenta a forma correta para juntar os dois períodos da propaganda acima num só.

a) Você só precisa comprar a pipoca, entretanto o DVD é grátis.

b) Você só precisa comprar a pipoca, já que o DVD é grátis.

c) Você só precisa comprar a pipoca, inclusive o DVD é grátis.

d) Você só precisa comprar a pipoca e o DVD é grátis.

e) Você só precisa comprar a pipoca, cujo DVD é grátis.

 

Caindo na gandaia

O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mike Tyson se esbaldou na noite paulistana. Em duas noites, foi ao Café Photo e ao Bahamas, casas frequentadas por garotas de programa. Na madrugada da quinta-feira, foi barrado com seis delas no hotel onde estava hospedado, deu gorjeta de US$ 100 a cada uma e foi terminar a noite na boate Love Story. Irritado com o assédio, Tyson agrediu um cinegrafista e foi levado para a delegacia. Ele vai responder por lesões corporais, danos materiais e exercício arbitrário das próprias razões.

(Época, nº 391, nov. 2005.)

08. Segundo o texto, é correto afirmar:

a) Mike Tyson estava irritado com o assédio das garotas de programa.

b) Mike Tyson foi preso em companhia das garotas.

c) Tyson foi liberado da delegacia por demonstrar exercício arbitrário de suas razões.

d) Mike Tyson, em duas noites, esteve em três boates e uma delegacia.

e) Mike Tyson distribuiu US$ 100 em gorjetas e se esbaldou na noite paulistana.

 

09.No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla sertaneja Antenor e Secundino, onde excursionaram pela Europa, que fizeram grande sucesso se divulgando a nossa música sertaneja.

Assinale a alternativa que reescreve o texto acima de acordo com a norma culta.

a) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,que excursionou pela Europa, com grande sucesso na divulgação da nossa música sertaneja.

b) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,onde excursionaram pela Europa, em que fizeram grande sucesso e divulgando a nossa música sertaneja.

c) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,cujos excursionaram pela Europa e fizeram grande sucesso, onde divulgaram a nossa música sertaneja.

d) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, os quais excursionaram pela Europa com grande sucesso, se divulgando a nossa música sertaneja.

e) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que excursionaram pela Europa, inclusive que fizeram grande sucesso, onde divulgou a nossa música sertaneja.

 

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10. Enquanto na fala muitas vezes nem todos os verbos e substantivos são flexionados, na escrita isso pode ser considerado um erro. Considere as seguintes sentenças:

I. Saíram os resultados.

II. Foi inaugurado as usina.

III. Apareceu cinquenta pessoas na festa.

IV. O time apresentou os jogadores.

V. Saiu os nomes dos jogadores.

VI. Também vieram os juízes.

Seguem as normas da escrita padrão as sentenças:

a) I, IV e VI apenas.

b) II, III e V apenas.

c) I, II e III apenas.

d) IV, V e VI apenas.

e) I, III e V apenas.

 

Aparecem novos casos

Cinco novos casos de febre maculosa foram identificados no Rio de Janeiro depois que a doença foi confirmada como causa da morte do superintendente da Vigilância Sanitária Fernando Villas-Boas. A doença também provocou a morte do jornalista Roberto Moura e a internação de um professor aposentado, um menino de 8 anos e uma turista. Em São Paulo, uma garota de 12 anos morreu em decorrência da doença. Ela foi picada por um carrapato quando passeava em um parque.

(Época, nº 391, nov. 2005.)

11. De acordo com as informações do texto acima, assinale a alternativa correta.

a) O texto não aponta a forma provável como a vítima paulista contraiu a febre maculosa.

b) Todas as vítimas da febre maculosa morreram.

c) As vítimas fatais da febre maculosa foram infectadas no Rio de Janeiro.

d) Dos seis infectados, apenas dois sobreviveram.

e) O texto inclui Fernando Villas-Boas na contagem de casos de febre maculosa no Rio de Janeiro.

12. O Projeto Genoma, que envolve centenas de cientistas de todos os cantos do globo, às vezes tem de competir com laboratórios privados na corrida pelo desenvolvimento de novos conhecimentos que possam promover avanços em diversas áreas.

Assinale a alternativa em que o termo “privado” foi usado no mesmo sentido que apresenta acima.

a) Muitos laboratórios acabam privados de participar da concorrência pelos obstáculos legais que se impõem aos participantes.

b) Nem sempre os projetos que envolvem ciência básica podem contar com a injeção de recursos privados, que privilegiam as pesquisas com perspectivas de retorno econômico no curto prazo.

c) Mesmo alguns dos grandes laboratórios que atuam no mercado vêem-se privados de condições materiais para investir em pesquisa de ponta.

d) Os laboratórios privados da licença para desenvolver pesquisas com clonagem de seres humanos prometem recorrer da decisão.

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e) Muitos projetos desenvolvidos em centros universitários, privados de recursos, acabam sendo engavetados.

 

 

 

GABARITO:

1) E

2) C

3) B

4) D

5) C

6) D

7) B

8) D

9) A

10) A

11) E

12) B

 

TRABALHO No2

 

 

 

 Fala, amendoeira

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista deparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre céu e chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruiçõesmais urgentes.  Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e, ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe pelo tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, numa gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor

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final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador de seu azedinho. É como se o cronista, lhe perguntasse – Fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

-- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.

-- E vais outoneando sozinha?

-- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.

-- Somos todos assim.

-- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

-- Não me entristeças.

-- Não, querido, sou tua árvore-de-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonize com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-se com dignidade, meu velho.

(Carlos Drummond de Andrade)

 

01) As palavras remoto (primeiro parágrafo), afetar (segundo parágrafo) e ostentar (terceiro parágrafo) significam, no texto, respectivamente:

A) ( ) longínquo, afeiçoar, alardear;

B) ( ) distante, distrair, mostrar;

C) ( ) antigo, incomodar, exibir;

D) ( ) distraído, aparentar, ornamentar;

02) Equinócio (quarto parágrafo) significa:

A) ( ) equívoco;

B) ( ) ponto de órbita da terra onde se registra igual duração do dia e da noite;

C) ( ) mancha escura que aparece de vez em quando no céu;

D) ( ) que tem poder igual;

03) Em “precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes” (passagem situada no segundo parágrafo), o autor refere-se:

A) ( ) à fome dos cães que comem as amêndoas da amendoeira;

B) ( ) ao hábito que os cães têm de urinar em postes ou troncos de árvore;

C) ( ) aos cães vira-latas que, famintos, comem as folhas de amendoeira;

D) ( ) à precisão com que os humildes cãezinhos demonstram ao andar;

04) Destaque o item que melhor caracteriza o “ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo”, situado no primeiro parágrafo:

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A) ( ) desenhista que só se inspira na natureza;

B) ( ) escritor que só escreve sobre a natureza;

C) ( ) pintor de paisagens;

D) ( ) autor que escreve sobre temas da época em que vive;

05) Quando o cronista, referindo-se à árvore escreveu “fala, amendoeira”, no terceiro parágrafo:

A) ( ) cometeu um erro porque árvore não fala;

B) ( ) estava delirando;

C) ( ) usou um recurso de estilo atribuindo à amendoeira qualidades humanas;

D) ( ) foi imperativo porque a árvore era sua;

06) O trecho “frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva”, localizado no oitavo parágrafo, refere-se:

A) ( ) aos escritos do autor;

B) ( ) aos frutos da amendoeira;

C) ( ) aos frutos colhidos na árvore à noitinha;

D) ( ) ao trabalho dos agricultores;

07) Ao usar a passagem “Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais”, quis o autor demonstrar:

A) ( ) que a árvore plantada à sua porta é um bem pessoal;

B) ( ) carinho pela árvore que está plantada em frente à sua porta e que a considera como sua;

C) ( ) que ia iniciar uma descrição da árvore que está plantada em frente à sua porta;

D) ( ) que não permitirá nunca que a árvore seja retirada da frente de sua porta;

08) As expressões anjo vegetal (primeiro parágrafo) e árvore-da-guarda (décimo parágrafo):

A) ( ) são arcaicas;

B) ( ) atestam os erros comuns no autor;

C) ( ) revelam o descuido do autor no uso da Língua Portuguesa;

D) ( ) são criadas pelo autor pela associação com a expressão anjo-da-guarda;

09) Destaque o item que NÃO corresponde à crônica lida:

A) ( ) o autor espiritualizou a amendoeira atribuindo-lhe sentimentos humanos;

B) ( ) o autor compara, na crônica, seu envelhecer com o da amendoeira;

C) ( ) a idéia central da crônica é a descrição dos efeitos do outono sobre as amendoeiras;

D) ( ) a amendoeira com que o autor “conversa” demonstrou sabedoria e bom senso;

10) Destaque o item que encerra a idéia central, a mensagem, enviada pelo cronista:

A) ( ) descuido das autoridades que permitiam a permanência da amendoeira naquele local;

B) ( ) reverencia a amendoeira que considerava sua;

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C) ( ) aceitação do envelhecimento com serenidade;

D) ( ) engrandecimento do outono;

 

 

GABARITO:

1) C

2) B

3) B

4) D

5) C

6) A

7) B

8) D

9) C

10) C

 

 

TRABALHO No 3 

 

Leia o texto a seguir e responda às questões.

Rio - Além das vitórias contra Colômbia, por 2 a 1, e Equador, por 1 a 0, e da liderança absoluta nas eliminatórias do Mundial de 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador da seleção brasileira, Zagallo, têm outro motivo para comemorar o início da campanha do hexacampeonato. Eles acreditam ter conseguido quebrar a resistência em torno do nome do meia Zé Roberto. “Nunca duvidei da capacidade dele, um jogador que vem melhorando a cada temporada”, disse Parreira. O treinador reconhece que parte da crítica observava o meia do Bayern de Munique com ressalvas. “Por desinformação, creio.”Para Zagallo, o jogador é importante como opção de ataque, no instante em que a zaga adversária se concentra em Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, e também para ajudar no bloqueio, no meio-de-campo.“O Zé Roberto foi bem no ataque várias vezes nos treinos antes dos dois jogos e repetiu isso depois, notadamente contra a Colômbia, afirmou. “Tem gente que só gosta de reclamar e não quer enxergar o óbvio.”Os elogios vêm de toda parte. O atacante Ronaldo atribuiu a Zé Roberto a base de equilíbrio da equipe e acrescentou que o meia sabe dar dribles curtos que deixam o marcador sem rumo. O lateral Roberto Carlos também enalteceu o colega.

(O Estado de S. Paulo, E6, 14 setembro 2003)

1- O texto informa que

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(A) o técnico Parreira tem várias opções de ataque para os próximos jogos da Seleção, com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

(B) os atacantes da Seleção brasileira reclamaram da atuação de Zé Roberto, por estarem desinformados de sua capacidade.

(C) Roberto Carlos criticou, pois queria que o colega o ajudasse no bloqueio, o que não aconteceu, nos jogos da Seleção.

(D) Zé Roberto teve importante atuação nos treinos e no último jogo da Seleção contra a Colômbia.

2- Eles acreditam ter conseguido quebrar a resistência em torno do nome do meia Zé Roberto.

A frase grifada acima significa, respeitando-se o sentido do texto,

(A) diminuir a defesa.

(B) reconhecer os obstáculos.

(C) afastar a oposição.

(D) medir a capacidade.

3- Este texto trata, principalmente, da

(A) excelente atuação de Zé Roberto, na última convocação da seleção.

(B) merecida vitória da seleção, especialmente contra o Equador.

(C) apresentação dos jogadores convocados pelo técnico Parreira.

(D) presença de Zagallo como coordenador da seleção brasileira.

4- De acordo com o texto,

(A) o Brasil jogou primeiramente contra o Equador e depois contra a Colômbia.

(B) a Seleção fez dois jogos, o primeiro deles, contra a Colômbia.

(C) o jogo contra o Equador aconteceu logo depois dos treinos.

(D) Zé Roberto foi elogiado ainda antes dos jogos da seleção.

5-“Nunca duvidei da capacidade dele, um jogador que vem melhorando a cada temporada.”

A afirmação acima reproduz

(A) um fato ocorrido durante os treinos.

(B) uma dúvida dos torcedores.

(C) a opinião do técnico Parreira.

(D) um fato que deverá acontecer.

 

 

Gabarito

1- B// 2 - C// 3 - A// 4 - D// 5 - C

 

 

Page 15: Trinta Anos de Uma Frase Infeliz - Texto

TRABALHO No 4 

 

PELES DE SAPOS

Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da 5 população de sapos nessa região.

O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia.

Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os 10 besouros e os grilos, proliferaram de maneira assustadora.

Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.

Em maio de 1972, na cidade de lati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão, varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!

 

O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.

1) o título do texto, Peles de sapos, representa:

a) o motivo da invasão dos insetos nas cidades

b) o objetivo econômico dos exportadores

c) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas

d) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro

e) a causa da extinção definitiva dos sapos

2) Uma informação conta com uma série de elementos básicos:  o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como  e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto 1 é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:

a) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro.

b) quando ocorreu: em 1970 e 1971.

c) para que ocorreu: exportação de peles.

d) como ocorreu: armadilhas especiais.

e) consequência da caçada: redução da população de sapos.

3) Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:

a) “...para que suas peles fossem exportadas...” - compradas

b) “...uma enorme procura por sapos...” - imensa

c) “...levou a uma drástica diminuição da população...” - progresso

d) “Quando adulto chega a comer...” - filhote

e) “...seus inimigos naturais,...” - adversários

Page 16: Trinta Anos de Uma Frase Infeliz - Texto

4) “O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros.”; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:

a) também come outros insetos.

b) só come mariposas, grilos e besouros.

c) prefere mariposas a grilos e besouros.

d) não come mariposas, grilos e besouros.

e) só come insetos nordestinos.

5)”Em 1970 e 1971,houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.”. Nesse primeiro parágrafo do texto os elementos  se referem a outros do mesmo parágrafo. Assinale a correspondência errada:

a) suas - dos sapos

b) lá - Estados Unidos

c) elas - as peles dos sapos

d) isso - bolsas, cintos e sapatos

e) nessa região - Nordeste brasileiro

6) “É um animal voraz, isto é, comilão.”; o emprego de isto é nesse segmento do texto mostra que:

a) voraz e comilão são palavras de significados diferentes.

b) o autor empregou erradamente a palavra voraz.

c) o autor quer explicar melhor o significado de voraz.

d) comilão é vocábulo mais raro do que voraz.

e) o autor não está interessado em que o leitor entenda o que escreve.

7) A mensagem que se pode entender do texto  é:

a) A matança indiscriminada de animais pode causar desequilíbrios ecológicos.

b) A economia do país está acima do bem-estar da população.

c) A união da população não resolve muitos de nossos problemas.

d) Os insetos são inimigos dos homens.

e) O governo não cuida da proteção aos animais.

 

 

 

GABARITO:

1) B

2) D

3)D4) A

5)D 6) C

Page 17: Trinta Anos de Uma Frase Infeliz - Texto

7) A

 

TRABALHO No 5 

 

UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL

    Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.

    Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.

    É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos tudo sem saber dos riscos que corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. (Dr. Geraldo Medeiros -Veja - 1995)

 

1) Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é:

a) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos.

b) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam.

c) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação;

d) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por conta própria.

e) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude.

2) Os leigos sempre se medicaram por conta própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO equivale semanticamente a:

a) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram.

b) Por conta própria os leigos sempre se medicaram.

c) Os leigos se medicaram sempre por conta própria

d) Sempre se medicaram os leigos por conta própria.

e) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram.

Page 18: Trinta Anos de Uma Frase Infeliz - Texto

3) O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi:

a) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se.

b) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda “livre” de remédios.

c) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação.

d) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação.

e) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas.

 

   GABARITO:

1) B

2)D3) A