Trilhas Urbanas: Parque Piqueri

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Parque Piqueri

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(Adaptação do folder) O Parque Piqueri, localizado na zona leste da cidade de São Paulo, foi uma antiga chácara do Conde Matarazzo. Demonstra as mudanças ambientais da cidade, pois o Rio Tietê ali passava.

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ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bochaprograma trilhas urbanastietê - 1930tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua Tuiuti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé

ParquePiqueri

árvores

12

34

5

sibipiruna araucária

eritrina

mangueira

jerivá

Caesalpiniapeltophoroides Araucaria

Lege

nda

Espatódea

Falsa Seringueira

Magnólia branca

Araucária

Flamboyant

JeriváSyagrus romanzoffiana

JatobáHymenaea courbaril

SibipirunaCaesalpina pluviosa var. peltophoroides

Figueira BejamimFicus benjamina

Pau FerroCaesalpinia férrea var. leiostachya

MangueiraMangifera indica

Flor de AbrilDillenia indica

PaineiraCeiba speciosa

Ficus elastica

Araucaria angustifolia

Spathodea campanulata

Delonix regia

Magnolia grandiflora

Aroreira–MansaSchinus terebinthifolius

BambuBambusa vulgaris

Pata de VacaBauhinia longifolia

EritrinaErytrina speciosa

Lago

Cooper / Caminhada / Trilhas

Quadras

Playground

Composteira

Aves

Sanitário

Originária da Mata Atlântica, a Sibipiruna é uma árvore que pode viver mais de 100 anos. Normalmente alcança uma altura média de 10 metros quando adulta, podendo atingir excepcionalmente até 15 metros. A sua floração ocorre durante a primavera, quando flores amarelas e perfumadas dispostas em densos cachos cônicos, despontam acima da folhagem e atraem abelhas. É muito utilizada no paisagismo urbano em geral, sendo também indicada para projetos de reflorestamento

pelo seu rápido crescimento e grande poder germinativo. Muitas vezes é confundida com o pau-brasil devido à semelhança entre as suas folhas.

augustifolia Mangifera

Syagrus romanzoffiana

Erytrina

De origem brasileira, a imponente araucária – também conheci-da como pinheiro-do-paraná - é uma pioneira, isto é, é uma árvore cuja proteção permite o crescimento das demais espécies ao seu redor.

O fruto do pinheiro (o pinhão) é comestível e integra o folclore brasileiro, sendo bastante utilizado nas festas juninas do sul e sudeste. O pinhão também é essencial para a alimentação da fauna, principalmente no inverno. Por isso, é procurado pelos ratos-do-mato, cotias, pacas, capivaras e ouriços, além de muitas aves, como o papagaio-charão, a gralha-azul, a coleirinha, o canário-da-terra e o pintassilgo.

A Eritrina possui folhagem decídua (perde as folhas no inverno) e floresce com a planta sem folhas. As flores desta espécie lembram um candelabro e apresentam uma coloração em tons vermelho. Popularmente, são chama-das de suinã, crista de galo e mulungu. O formato de suas flores facilita a polinização, principalmente pelos beija-flores. Classificada como uma das mais belas árvores brasileiras, a Eritrina desenvolve-se em solos úmidos, vegetando bem em terreno brejoso e nas margens de cursos d’água. Tem excelente efeito paisagístico, e seu plantio é recomendado na recupera-ção de ecossistemas degradados.

A mangueira é uma espécie exótica, originária do sul da Ásia e amplamente cultiva-da em regiões tropicais. Foi trazida para o Brasil pelos portugueses, por volta do século 18. É uma árvore de grande porte, com uma copa muito frondosa. As sementes, quando jogadas em solo fértil e bem irrigado,

podem germinar com facilidade e originar novas árvores de crescimento rápido nos primeiros anos. Suas folhas são perenes, as flores são diminutas e seu perfume pode ser sentido de longe. Floresce de agosto a novembro e frutifica de novembro a fevereiro.

Espécie nativa da Mata Atlântica, o Jerivá, adapta-se com facilidade a diferentes climas e solos e, por esta razão, pode ser encontrado nas regiões Centro-Oeste,

Sudeste e Sul do Brasil. Esta palmeira também é conhecida como baba-de-boi, coco-catarro, coqueiro, coqueiro-jerivá, coquinho ou jeribá. Seus frutos quando maduros podem ser consumidos ao natural e servem de alimentos aos animais silvestres, entre eles, papagaios e periquitos. A planta é indicada na arborização de ruas, praças, parques, jardins públicos e na recuperação da vegetação em áreas degradadas.

indica

speciosa

Muito frequente em área urbana, o sabiá-laranjeira é encontra-do também no Parque do Piqueri. Possui um canto melodioso principalmente durante o período reprodutivo. Sua popularida-de o tornou símbolo representativo da fauna ornitológica brasi-leira e Ave Nacional do Brasil (decreto federal). É muito comum encontrá-lo andando pelo chão capturando invertebrados, mas sua dieta consiste basicamente de frutos de pitangueiras (Eugenia uniflora), das figueiras-benjamim (Ficus microcarpa), das palmeiras como o jerivá (Syagrus romanzoffianus) e a seafór-tia (Archontophoenix cunninghamiana) e das amoreiras (Morus nigra). Ele costuma visitar comedouros para comer frutas (mamão, banana, laranja) ofertadas pelo homem.

O Sabiá-laranjeira

A

B

ParquePiqueri

árvores

12

34

5

sibipiruna araucária

eritrina

mangueira

jerivá

Caesalpiniapeltophoroides Araucaria

Lege

nda

Espatódea

Falsa Seringueira

Magnólia branca

Araucária

Flamboyant

JeriváSyagrus romanzoffiana

JatobáHymenaea courbaril

SibipirunaCaesalpina pluviosa var. peltophoroides

Figueira BejamimFicus benjamina

Pau FerroCaesalpinia férrea var. leiostachya

MangueiraMangifera indica

Flor de AbrilDillenia indica

PaineiraCeiba speciosa

Ficus elastica

Araucaria angustifolia

Spathodea campanulata

Delonix regia

Magnolia grandiflora

Aroreira–MansaSchinus terebinthifolius

BambuBambusa vulgaris

Pata de VacaBauhinia longifolia

EritrinaErytrina speciosa

Lago

Cooper / Caminhada / Trilhas

Quadras

Playground

Composteira

Aves

Sanitário

Originária da Mata Atlântica, a Sibipiruna é uma árvore que pode viver mais de 100 anos. Normalmente alcança uma altura média de 10 metros quando adulta, podendo atingir excepcionalmente até 15 metros. A sua floração ocorre durante a primavera, quando flores amarelas e perfumadas dispostas em densos cachos cônicos, despontam acima da folhagem e atraem abelhas. É muito utilizada no paisagismo urbano em geral, sendo também indicada para projetos de reflorestamento

pelo seu rápido crescimento e grande poder germinativo. Muitas vezes é confundida com o pau-brasil devido à semelhança entre as suas folhas.

augustifolia Mangifera

Syagrus romanzoffiana

Erytrina

De origem brasileira, a imponente araucária – também conheci-da como pinheiro-do-paraná - é uma pioneira, isto é, é uma árvore cuja proteção permite o crescimento das demais espécies ao seu redor.

O fruto do pinheiro (o pinhão) é comestível e integra o folclore brasileiro, sendo bastante utilizado nas festas juninas do sul e sudeste. O pinhão também é essencial para a alimentação da fauna, principalmente no inverno. Por isso, é procurado pelos ratos-do-mato, cotias, pacas, capivaras e ouriços, além de muitas aves, como o papagaio-charão, a gralha-azul, a coleirinha, o canário-da-terra e o pintassilgo.

A Eritrina possui folhagem decídua (perde as folhas no inverno) e floresce com a planta sem folhas. As flores desta espécie lembram um candelabro e apresentam uma coloração em tons vermelho. Popularmente, são chama-das de suinã, crista de galo e mulungu. O formato de suas flores facilita a polinização, principalmente pelos beija-flores. Classificada como uma das mais belas árvores brasileiras, a Eritrina desenvolve-se em solos úmidos, vegetando bem em terreno brejoso e nas margens de cursos d’água. Tem excelente efeito paisagístico, e seu plantio é recomendado na recupera-ção de ecossistemas degradados.

A mangueira é uma espécie exótica, originária do sul da Ásia e amplamente cultiva-da em regiões tropicais. Foi trazida para o Brasil pelos portugueses, por volta do século 18. É uma árvore de grande porte, com uma copa muito frondosa. As sementes, quando jogadas em solo fértil e bem irrigado,

podem germinar com facilidade e originar novas árvores de crescimento rápido nos primeiros anos. Suas folhas são perenes, as flores são diminutas e seu perfume pode ser sentido de longe. Floresce de agosto a novembro e frutifica de novembro a fevereiro.

Espécie nativa da Mata Atlântica, o Jerivá, adapta-se com facilidade a diferentes climas e solos e, por esta razão, pode ser encontrado nas regiões Centro-Oeste,

Sudeste e Sul do Brasil. Esta palmeira também é conhecida como baba-de-boi, coco-catarro, coqueiro, coqueiro-jerivá, coquinho ou jeribá. Seus frutos quando maduros podem ser consumidos ao natural e servem de alimentos aos animais silvestres, entre eles, papagaios e periquitos. A planta é indicada na arborização de ruas, praças, parques, jardins públicos e na recuperação da vegetação em áreas degradadas.

indica

speciosa

Muito frequente em área urbana, o sabiá-laranjeira é encontra-do também no Parque do Piqueri. Possui um canto melodioso principalmente durante o período reprodutivo. Sua popularida-de o tornou símbolo representativo da fauna ornitológica brasi-leira e Ave Nacional do Brasil (decreto federal). É muito comum encontrá-lo andando pelo chão capturando invertebrados, mas sua dieta consiste basicamente de frutos de pitangueiras (Eugenia uniflora), das figueiras-benjamim (Ficus microcarpa), das palmeiras como o jerivá (Syagrus romanzoffianus) e a seafór-tia (Archontophoenix cunninghamiana) e das amoreiras (Morus nigra). Ele costuma visitar comedouros para comer frutas (mamão, banana, laranja) ofertadas pelo homem.

O Sabiá-laranjeira

A

B

ParquePiqueri

ParquePiqueri

o parque piqueri e o tatuapé

lago

tietê - cadê o rio que passava aqui?

tietê

cancha de bocha programa trilhas urbanas tietê - 1930 tietê - 1954

chácara do Piqueri

Rua Tuiuti, n.º515 - TatuapéFone/Fax: (11) 6196-2213

Funcionamento: 6h às 18h/6h às 19h (verão)

Tietê!Paisagens do

flor-de-abril

porto de areia

atual casa da administraçãocasa da chácara

A

B

Coordenação do programa Trilhas UrbanasVirgínia T. V. Tristão

Coordenação de pesquisa e textoJulie Reiche

Participação técnicaKarina M. Ono, Marcelo V. Almeida, Mayra M. Barboza,

Verena Malone, Ronaldo M. Figueira, Graça Maria P. FerreiraRevisão de texto

Mônica Ribeiro e Virgínia T. V. TristãoIlustrações e Fotos

Julie Reiche e Natan de Aquinoprojeto grá�co

Natan de Aquino Giulianocoordenação de arte

Sílvia Glueck

agradecimentosSidney Ferreira

Fátima AntunesMário Frassi

créditos

No final do século 19, quitandas e boticas vendiam folhas secas, raízes e casca de paus para o tratamento de doenças. Chorões e outras espécies arbóreas espalhavam-se pela margem do rio, onde pássaros como sabiás, corruíras, pintassilgos, bem-te-vis e azulões levavam a sua sonoridade ao local, especial-mente ao amanhecer.Em suas margens, ao longo do século 19, podiam ser encontradas as lavadeiras que iam à busca das águas limpas, abundantes e gratuitas do rio, para lavar a roupa da família e daqueles que encomendassem o serviço. Durante os séculos 18 e 19 as chácaras e sítios localiza-dos no Tatuapé forneciam as frutas consumidas pela população, exercendo um papel considerável na dinâmica econômica da região. Até a década de 1950, as competições de remo, regatas, natação, mergulhos, passeios, encontros, brincadeiras, fizeram parte do cotidiano dos paulista-nos adultos ou crianças, que iam à procura de locais à beira do Tietê ou de suas várzeas para o tradicional jogo de futebol. O estado de degradação que encontramos hoje no Tietê foi resultado de um intenso processo de urbani-zação que marcou a estruturação da Região Metropo-litana de São Paulo. Associada à falta de planejamen-to, essa situação teve como conseqüência a péssima qualidade ambiental que o rio Tietê apresenta no trecho que compreende a metrópole. Uma série de ações vem sendo adotada pelo poder público com a participação da sociedade civil para a recuperação do Rio Tietê, que somente a longo prazo e com a conti-nuidade destas ações poderá alcançar um grau maior de recuperação ambiental.

O Parque do Piqueri tem sua história fortemente ligada ao Rio Tietê, que antes das sucessivas modifica-ções de seu leito natural fazia parte do espaço que hoje compreende o Parque. Localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste da cidade, completou 30 anos de existência em 2008, e a população que o frequenta ganhou como presente a sua preservação por meio do processo de tombamento de sua área de 97.934m².Em 1927, o Conde Francisco Matarazzo (1854-1937) adquiriu a Chácara do Piqueri para ser utilizada como área de lazer. Matarazzo, imigrante italiano, é conside-rado o precursor da implantação dos grandes comple-xos industriais na cidade de São Paulo. Proprietário das Indústrias Reunidas Matarazzo, morou em um palacete na Avenida Paulista, a Vila Matarazzo, símbolo da ascensão do capitalismo industrial paulistano.O nome Piqueri, dado à antiga chácara, faz alusão ao nome da tribo indígena que habitava a área localizada na confluência do ribeirão Tatuapé atual leito da Avenida Salim Farah Maluf, (hoje canaliza-do e tamponado) e do Rio Grande (hoje Tietê).

A Flor-de-abril árvore originária do continente asiático (Índia, Filipinas e Java), conhecida no Brasil também como dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e pataca, esteve presente no anedotário dos primeiros anos de colonização. Neste período propagava-se em Portugal uma história que dizia que o Brasil era tão rico que “nascia” dinheiro em árvores. A razão de sua fama é uma particularidade. O seu fruto de forma globosa é envolto por gomos carnosos que se desenvolvem a partir da parte externa da flor, cujas extremidades se fecham sobre si mesma. Por causa desta singularidade, o que ocorria é que algumas pessoas escondiam uma pataca, moeda de bronze, na robusta flor da árvore, para que quando o fruto se formasse, a moeda ficasse ali presa dando a impressão de que havia nascido lá. O fruto era levado para Portugal como prova de existência da árvore produtora de dinheiro.

O jogo de bocha foi introduzido no Brasil pelos imigrantes italianos, sendo sua prática consolidada em praças, centros comunitários, parques e clubes a partir da década de 1960, sempre conquistando novos adeptos.Atendendo à solicitação da Sociedade de Amigos do Tatuapé, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente construiu uma cancha de bocha coberta no interior do Parque. Atualmente, é utilizada pela comunidade regional, estimulando o convívio social e garantindo a função comunitária do Parque.

Você pode imaginar que o Rio Tietê passava por dentro da chácara dos Matarazzo? É verdade. O curso do rio Tietê adentrava a área original da Cháca-ra antes da sua retificação, o que viria a ocorrer neste trecho do rio por volta de 1950. Um ancoradouro foi construído no local, onde provavelmente os barcos da família Matarazzo ficavam atracados.

Relatos de antigos moradores do Tatuapé confir-mam que, a exemplo de outros portos que se localizavam nas cercanias do bairro, existiu dentro da Chácara do Piqueri, um importante porto de areia – o porto de areia do Piqueri, que posterior-mente foi adquirido pela família Matarazzo. Com a retificação do rio, a área ocupada pelo porto foi aterrada, constituindo o local onde hoje encontra-mos as quadras poliesportivas.

A água, elemento essencial para a formação e manutenção da vida, possui também uma função paisagística, representada pelo lago do Piqueri de uma beleza cênica que se integra perfeitamente à paisagem do local.Construído artificialmente, no período em que a chácara ainda pertencia ao Conde Matarazzo, o lago é o hábitat de algumas espécies de peixes e de aves migratórias, como o Martim-pescador, que se alimenta dos pequenos peixes pescados em vôos rasantes sobre as águas.Podemos observar que a água apresenta uma coloração verde, resultado da presença das algas que se proliferaram de maneira exagerada, devido ao excesso de nutrientes disponibilizados no ambiente. Estes nutrientes foram produzidos pela decomposição da matéria orgânica depositada no lago, proveniente de alimentação ativa (fornecida por usuários do Parque à fauna local) e dos excre-mentos das aves. Todo este contexto, associado às águas calmas e de baixa circulação, reduz a capaci-dade de autodepuração e compromete a existên-cia de peixes no lago.

O Rio Tietê, também chamado no passado de Rio Grande, Anhembi ou Anhambi, teve grande importân-cia para a formação da cidade de São Paulo, que se desenvolveu nas suas margens. A cidade, que se trans-formaria na principal megalópole brasileira, historica-mente vivenciou os períodos caracterizados pelas Bandeiras, cafeicultura e industrialização. O Rio Tietê testemunhou este processo de acelerado crescimento pelo qual a cidade passou. Atualmente, nos depara-mos com o velho Tietê morto, conseqüência de ações antropogênicas (impactos provocados pelo homem no meio ambiente) que resultaram na alteração da sua forma original e do seu ecossistema.Durante um longo período, o rio foi utilizado como meio de transporte pela população paulistana e como fonte de alimentação. No Tietê, pescavam-se cama-rões, guarus, traguiras, piabas, tabaranas, bagres, mandis e cascudos, capturavam-se caranguejos e traíras e trairões eram apanhados nas lagoas que se formavam depois das enchentes. A fauna encontrada às margens do rio, como capivaras, quati, tatu, anta, entre outros, era caçada para o consu-mo humano. Este tipo de carne era muito apreciado quando comparado às demais carnes obtidas de animais de criação como porcos, galinhas e carneiros.A vegetação existente nas proximidades do rio era composta por gabirobeiras, amoreiras, pitanguei-ras, pés de bananas do brejo e morangos do mato que serviam tanto para alimentação como produ-to básico para a prática de medicina caseira.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, históricos e culturais, proporcionando ao seu público usuário um espaço geográfico propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação, educação ambiental e a possibilidade de coexistência do ambiente natural com o ambiente construído. Potencializando o aspecto pedagógico dos Parques Municipais, o Programa Trilhas Urbanas, vem desen-volvendo nestes espaços trilhas monitoradas como estratégia em educação ambiental, proporcionando aos participantes a oportunidade de uma melhor compreensão acerca do processo de antropismo (ação humana sobre o ambiente) e suas conexões espaço-tempo que resultaram nas transformações socioambientais contemporâneas. As trilhas interpretativas em Educação Ambiental, desenvolvidas pela equipe do Programa visam estimular a capacidade de observação e reflexão, viabilizando assim, a informação biológica, social, cultural, geográfica e histórica, a sensibilização e a conscientização socioambiental, propiciando ao cidadão a partir de uma nova leitura da realidade, repensar e rever sua relação com o meio ambiente como um todo.

No “Mappa Topographico” do Município de São Paulo, executado pela empresa Sara Brasil em 1930, podemos observar o traçado original do rio Tietê no trecho que compreende a área da Cháca-ra Piqueri e do seu entorno, apresentando toda sua sinuosidade e uma baixa ocupação do solo.

No levantamento aerofotogramétrico de 1954, registrado pela Vasp, notamos que o rio já estava totalmente retificado constituindo-se em um canal a perder de vista e sem nenhum vestígio do seu traçado original, sua mata ciliar e de sua várzea.

Por sua vez, o termo Tatuapé, que posteriormente seria o nome do bairro, significa “caminho do tatu”, pois era muito comum tropeiros e viajantes depararem-se com várias espécies de tatu nas terras do Tatuapé. O território que hoje abriga o bairro durante muito tempo foi pouco povoado; em seus sítios e chácaras havia criação de gado e de porcos, e algumas culturas como a cana para engenhos de açúcar e as uvas para fabricação de vinho, além da agricultura de subsistência.A existência de portos de areia e argila na várzea do Rio Tietê possibilitou respectivamente a chegada das olarias e dos portos de areia, diversificando as atividades econômicas da região. A argila matéria-prima fundamental para a fabricação de tijolos e telhas e a areia foram largamente extraídas das várzeas do Tietê, com a finalidade de substituir as construções de taipa de pilão moradia típica paulis-tana na época, que cedeu lugar à “cidade de tijolos” a partir da segunda metade do século 19.Neste período a cidade de São Paulo começava a conviver com as intensas mudanças socioeconômi-cas, demográficas e urbanísticas, decorrentes da chegada de grande número de imigrantes e da riqueza gerada pela crescente exportação cafeeira.No contexto do desenvolvimento do Tatuapé, o Estaleiro da família Frassi teve sua importância. Labindo Frassi, italiano natural de Livorno, chegou ao Brasil em 1917. Viveu no Tatuapé, onde, ajudado por seus filhos homens, começou a fabricar, na década de 1940, barcos de 12 e 16 metros. Em pouco tempo os batelões fabricados pela família Frassi subiam e desciam as águas do Tietê carregan-do areia, tijolos, telhas, pedregulhos e transportando a população que tinha no rio uma opção de lazer. A partir de 1928, com a chegada da Companhia Imperial de Indústrias Químicas e da Tecelagem Tatuapé, do grupo Santista, seguidas de outras indústrias que se instalaram na região, o bairro que se caracterizou por subúrbio de chácaras foi se transformando em um bairro industrial e operário. Nos anos de 1950, parte da Chácara do Conde Matarazzo foi vendida. Na década de 1970,

a área que restou foi desapropriada e declarada de utilidade pública, resultado da mobilização dos moradores do entorno do Parque que condena-vam os atos de depredação contra a vegetação que ocorriam no local. Em 16 de abril de 1978, a área foi incorporada definitivamente ao patrimô-nio do Município.

Na década de 1930, o italiano Saule Carpinelli chegou ao Brasil especialmente para administrar a Chácara do Piqueri, onde havia um grande pomar, horta, granja e áreas destinadas à criação de cavalos e búfalos. O Parque do Piqueri, a exemplo de outros Parques Municipais provenientes de áreas desapro-priadas, guarda em suas características as preferên-cias estéticas de seus antigos proprietários. A Alame-da das Sibipirunas ainda ornamenta o caminho central que outrora conduzia os proprietários da Chácara e seus visitantes até o antigo palacete, que posteriormente foi demolido. A casa que serviu de residência para a família Carpinelli, onde hoje funcio-na a administração do Parque, ainda permanece com sua arquitetura preservada. No contexto ambiental, o Parque do Piqueri constitui-se em um dos poucos refúgios de áreas verdes do Tatuapé. O maciço arbóreo existente no Parque atua diretamente na melhoria da qualidade do ar, na diminuição do nível de ruídos e sobre a paisagem.

Trilhar

Educação Ambientalnos parques municipais!

Trilhar, trilhar seus caminhos, seus parques

Apropriar-se

Trilhar, trilhas urbanas

Criar movimento

Vivenciar, conhecer, lembrar

Fazer e refazer a história

Observar, perceber o ambiente e suas interações

Viver, viver a cidade

SECRETARIA MUNICIPAL DO VERDE E DO MEIO AMBIENTEDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA DE PAZ - UMAPAZ

DIVISÃO TÉCNICA DE DIFUSÃO E PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RIO TIETÊ

Rua

Tuiu

ti

Av. Condessa Elizabete de Robiano

Rua Pitangui

Av. Rogério Alves de Toledo

próximo a ponte tatuapé